Formação de professores de geografia preview

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de ensino-aprendizagem, quan-

Práxis Educativa

lato sensu e no

Práxis Educativa

Amélia Cristina Alves Bezerra Lucia de Mello e Souza Lehmann Jader Janer Moreira Lopes Luciana Gageiro Coutinho Denizart Fortuna (Orgs.)

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LEGEO -

LEGEO -

DIVERSIDADE, PRÁTICAS E EXPERIÊNCIAS

Os organizadores

Amélia Cristina Alves Bezerra. Graduação e Doutorado em , professora da Universidade Federal Fluminense. Desenvolve estudos e pesquisas nas áreas de Estágio Supervisionado e formação de professor, a Cidade. LEGEO -

FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE GEOGRAFIA:

. Esperamos que esse, que agora se mate-

Amélia Cristina Alves Bezerra Jader Janer Moreira Lopes Denizart Fortuna (Organizadores)

ponentes que atravessam o pro-

espaços formativos é um dos

FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE GEOGRAFIA: DIVERSIDADE, PRÁTICAS E EXPERIÊNCIAS

para evitar formas de aprisionamentos prévio das palavras, ser agregadas a partir de três

apontam para a diversidade de



FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE GEOGRAFIA


SÉRIE PRÁXIS EDUCATIVA Comissão editorial José dos Santos Rodrigues – FEUFF Marília Etienne Arreguy – FEUFF Marcos Pinheiro Barreto – FEUFF Comissão científica Henrique Nardi – UFRGS Daniele Nunes – UNB Leandro de Lajonquière – USP Francisco Ramos de Faria – UNIRIO Mariana Paladino – UFF Edith Frigotto – UFF

Joana Novaes de Vilhena – PUC-Rio Elizeu Clementino – UFBA Lucia Rabello de Castro – UFRJ Ana Paula Miranda – UFF Estela Scheinvar – UFF Maria Tereza Goudart – UERJ Aparecida Tirandentes – Fiocruz Anita Handfaz – UFRJ Marisa Brandão – CEFET-RJ Álvaro Moreira Hypolito – UFPel Luiz Gonzaga Falcão – UFU Lucia Neves – CNPq/UFJF Fernanda Vecchi – HUPE/UERJ Horácio Sívori – IMS/UERJ

Universidade Federal Fluminense Reitor: Sidney Luiz de Matos Mello Vice-Reitor: Antonio Cláudio Lucas da Nobrega Eduff - Editora da Universidade Federal Fluminense Diretor: Aníbal Bragança Comissão Editorial (2012-2014) Presidente: Mauro Romero Leal Passos Ana Maria Martensen Roland Kaleff Eurídice Figueiredo Gizlene Neder Heraldo Silva da Costa Mattos Humberto Fernandes Machado Luiz Sérgio de Oliveira Marco Antonio Sloboda Cortez Maria Lais Pereira da Silva Renato de Souza Bravo Rita Leal Paixão Simoni Lahud Guedes Tania de Vasconcellos


FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE GEOGRAFIA: DIVERSIDADE, PRÁTICA E EXPERIÊNCIA Amélia Cristina Alves Bezerra Jader Janer Moreira Lopes Denizart Fortuna (Organizadores)


© 2015 by Amélia Cristina Alves Bezerra, Jader Janer Moreira Lopes e Denizart Fortuna Projeto gráfico: FUTURA Capa: Marcos Antonio de Jesus

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação – (CIP) F723 Formação de professores de Geografia: diversidade, prática e experiência / Organização de Amélia Cristina Bezerra, Jader Janer Moreira Lopes e Denizart Fortuna. – Niterói : Editora da UFF, 2015. – 300 p. ; 21 cm. – (Série Praxis Educativa,v.10).

Inclui bibliografia BISAC EDU000000 EDUCATION / General ISBN 978-85-228-1108-3

1. Formação de Professores. 2. Geografia – Ensino. 1. Bezerra, Amélia Cristina. 2. Lopes,Jader Janer Moreira. 3. Fortuna, Denizart. 4.Série. CDD 370

Direitos desta edição reservados à Eduff - Editora da Universidade Federal ­Fluminense Rua Miguel de Frias, 9 - anexo - sobreloja - Icaraí - CEP 24220-900 - ­Niterói, RJ - Brasil Tel.: (21) 2629-5287 - Fax: (21) 2629-5288 www.editora.uff.br - E-mail: secretaria@editora.uff.br É proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem autorização expressa da Editora. Impresso no Brasil, 2015 Foi feito o depósito legal.

Editora filiada à


Nesse livro o leitor irá encontrar diversos textos e autores, com uma diversidade de temas ligados à Geografia, sua educação e ensino e, entre eles, a re-publicação de um texto clássico da Professora Tomoko Iyda Paganelli, gentilmente cedida pela editoria da Revista Terra Livre – AGB/Brasil e autorizado pela autora, uma homenagem e gratidão nossa pelo trabalho da professora no Laboratório de Ensino de Geografia (LEGEO) da Universidade Federal Fluminense



SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO.......................................................................................9 INICIAÇÃO ÀS CIÊNCIAS SOCIAIS: OS GRUPOS, OS ESPAÇOS, OS TEMPOS ............................................15 Tomoko Paganelli EXPERIÊNCIA, PESQUISA E PROCESSOS FORMATIVOS NA LICENCIATURA EM GEOGRAFIA ...............................................31 Amélia Cristina Alves Bezerra ZONAS DE FRONTEIRAS: ENTRE ESCOLAS E ACADEMIAS, “GEOGRAFANDO” A FORMAÇÃO DOCENTE .................................51 Marisa Terezinha Rosa Valladares A GEOGRAFIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL .......................................85 Jader Janer Moreira Lopes DIÁLOGOS ENTRE A GEOGRAFIA ESCOLAR E A GEOGRAFIA DA INFÂNCIA ................................................................115 Cassiano Caon Amorim e Bruno Muniz Figueiredo Costa


FORMAÇÃO DOCENTE PARA A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E O ENSINO DE GEOGRAFIA: O PARADOXO ENTRE O LEGAL E O REAL ................................................................129 Ênio Serra e Jaqueline Ventura POSSIBILIDADES DE LEITURA DO CONTINENTE AFRICANO A PARTIR DO ENSINO DE GEOGRAFIA: UMA AVALIAÇÃO PRELIMINAR DOS IMPACTOS DA LEI 10.639/03 ............................157 Denílson Araújo de Oliveira O LETRAMENTO CARTOGRÁFICO: UMA POSSIBILIDADE DE INTERPRETAÇÃO DOS MAPAS POLÍTICOS ...................................191 Daniel Poio Roberti ENTRE O ENSINO REGULAR E O ALTERNATIVO: UMA REFLEXÃO SOBRE O ENSINO DE GEOGRAFIA NOS CURSOS PREPARATÓRIOS PARA O ENSINO MÉDIO E NOS PRÉVESTIBULARES COMUNITÁRIOS .....................................................219 Cristiane Cardoso e Edileuza Dias de Queiroz A PRODUÇÃO DE MATERIAL TÁTIL NO ENSINO DE GEOGRAFIA: CONSTRUINDO CAMINHOS NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL .......249 Luciana Maria Santos de Arruda, Lívia Câmara Teixeira e Vinicius de Jesus Oliveira CLIMATOLOGIA GEOGRÁFICA E OS ATLAS ESCOLARES OFICIAIS: LIMITES E POSSIBILIDADES DA TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA..............................................................................................271 Denizart Fortuna

ORGANIZADORES........................................................................299 SOBRE OS AUTORES......................................................................... 301


APRESENTAÇÃO

O rio Paraíba corria bem próximo ao cercado. Chamavam-no “o rio”. E era tudo. Em tempos antigos, fora muito estreito. Os marizeiros e as ingazeiras apertavam as duas margens e as águas corriam em leito mais fundo. Agora era largo e, quando descia nas grandes enchentes, fazia medo. Contava-se o tempo pelas eras das cheias. Isso se deu na cheia de 93, aquilo se fez depois da cheia de 68. Para nós, meninos, o rio era mesmo a nossa serventia nos tempos de verão, quando as águas partiam e se retinham nos poços. Os moleques saíam para lavar cavalos e íamos com eles. Havia o Poço das Pedras, lá para as bandas da Paciência. Punham-se os animais dentro da água e ficávamos nos banhos, nos cangapés. Os aruás cobriam lajedos, botando água pelo casco. Nas grandes secas o povo comia aruá que tinha gosto de lama. O leito do rio cobria-se de junco e faziamse plantações de batata-doce pelas vazantes. Era o bom o rio da seca a pagar o que fizera de mau nas cheias devastadoras. José Lins do Rego


Organizadores

A epígrafe que abre este texto faz parte do livro Meus verdes anos, de José Lins do Rego, são escritas sobre suas memórias, retidas e impressas nas centenas de folhas que compõem todo o material. Suas palavras são biográficas e, assim, como toda vida guarda uma história, ela porta também suas geografias, possíveis de serem resgatadas em lembranças que nos constituem e que podem ser partilhadas de diversas formas, seja em relatos orais, seja em letras estampadas ou outras formas quaisquer, e se tornam diálogos, a partir dos quais se confluem espaços e tempos. Escolhemos suas palavras para abrir esta apresentação porque este livro também é um diálogo. E como todo diálogo, ele pressupõe um encontro. Um encontro entre professores que buscam narrar suas experiências no trabalho com a geografia nos diversos espaços educativos. Experiências que se encontraram no Laboratório de Ensino de Geografia (LEGEO), seja através das disciplinas de Pesquisa e Prática de Ensino em Geografia, seja por meio dos cursos de extensão oferecidos por esse laboratório e que essa publicação tem o prazer de compartilhar. O sentido de experiência encontra em Walter Benjamin referência e inspiração. A importância que esse autor atribui à experiência pode ser percebida em vários momentos da sua obra. Em o O narrador – considerações sobre a obra de Nikloay Leskov (1935), afirma que “a experiência que passa de pessoa a pessoa é a fonte a que recorreram todos os narradores” (p. 198). Benjamin propõe que devemos apreender a história não no sentido cronológico, mas, sobretudo no sentido de intensidade, capaz de levar a rupturas e caminhos. Os textos que compõem esta publicação propõem diálogos com aqueles que estão construindo, suas experiências, gêneses e origens no trabalho com a formação de professores, com a geografia que se faz no cotidiano da escola, em diferentes instituições educativas. 10


Apresentação

Fizemos a opção de não dividir tais experiências por partes ou seções, para evitar formas de aprisionamento prévio das palavras, embora tais narrativas possam ser agregadas com base em três linhas de força que se intercalam. A primeira delas está centrada nas questões e nos desafios que perpassam a formação dos professores de geografia; a segunda é dedicada a uma reflexão sobre os diferentes sujeitos (crianças, jovens e adultos), suas geografias e os desafios de outras abordagens curriculares; já a terceira privilegia a dimensão teórico-metodológica referente a temas geográficos. Em linhas gerais, são reflexões que apontam para a diversidade de práticas e experiências tanto de sujeitos envolvidos no processo de ensinoaprendizagem quanto de temáticas geográficas e das alternativas teórico-metodológicas que envolvem o ensinar e o aprender. Para iniciar o conjunto de reflexões que compõem esta publicação temos as contribuições do artigo “Iniciação às ciências sociais: os grupos, os espaços, os tempos”. A autora desse texto é responsável por outros debates que envolvem o ensino de geo­ grafia e foi pioneira na organização do Laboratório de Ensino de Geografia (LEGEO) da Universidade Federal Fluminense. A opção em reeditar esse texto, já publicado na revista Terra Livre, é uma maneira de retomar as reflexões importantes elaboradas pela professora Tomoko Paganelli, especialmente no que se refere à implantação dos Estudos Sociais como área de estudos, por meio da Lei 5.692/77, ao retorno da História e da Geografia a partir da quinta e da oitava séries do ensino básico e das primeiras séries, a partir do parecer 8/86, bem como às indefinições e ambiguidades resultantes desse processo. “Experiência, pesquisa e formação: reflexões sobre os caminhos do estágio supervisionado na licenciatura em geografia” é o segundo texto que compõe o livro. Essa reflexão aponta algumas questões que permeiam a formação do professor de geografia, es11


Organizadores

pecificamente no que se refere ao papel do estágio no processo formativo. Nesse sentido, a autora aponta o resgate e a afirmação da experiência e da pesquisa como um dos elementos fundamentais nesse processo. Reflexões que envolvem a experiência formativa também estão presentes no artigo “Zonas de fronteiras: entre escolas e academias, ‘geografando’ a formação docente”, que nos coloca diante dos espaços tempos em que a autora desenvolve o seu trabalho como professora de estágio curricular. Através das narrativas dos sujeitos praticantes do estágio, sugere que a formação docente pode acontecer para todos os envolvidos no processo, e não apenas, pretensamente, para os licenciandos. Os desafios que envolvem os sujeitos – adultos e crianças – e suas geografias são abordados no artigo “A geografia na educação infantil”. Nele, os pressupostos teóricos que têm acompanhado as reflexões do autor sobre a temática são retomados e propostos como contribuição para pensar as dimensões que envolvem o ser e o estar nessas áreas de pesquisas e estudos, representando uma contribuição importante para os discentes em formação. Nessa mesma direção, o texto “Diálogos sobre a geografia escolar e a geografia da infância” apresenta uma reflexão em que são destacados os desafios de olharmos as crianças e suas geografias. Desse modo, tenta contribuir com os estudos da infância, sob um recorte específico: a geografia escolar. Os sujeitos e suas geografias continuam no centro do debate no texto “Formação docente para a educação de jovens e adultos e o ensino de geografia: o paradoxo entre o legal e o real”, que tem como objetivo discutir a relação entre a formação inicial de professores e os desafios, tanto na formação acadêmica quanto nos cursos de educação de jovens e adultos para a construção de 12


Apresentação

projetos pedagógicos próprios que se pautem na autonomia e na emancipação de docentes e discentes da EJA. A busca por alternativas ao currículo regular de geografia também está presente no artigo “Entre o ensino regular e o alternativo: uma reflexão sobre o ensino de geografia nos cursos preparatórios para o ensino médio e nos pré-vestibulares comunitários”, que traz uma discussão acerca do currículo desenvolvido nas escolas e na universidade e, em especial, nos cursos preparatórios para o ensino médio e nos pré-vestibulares localizados em comunidades cariocas. O desafio de construir outros olhares sobre o currículo da geo­grafia também ocupa as preocupações do artigo “Possibilidades de leitura do continente africano a partir do ensino de geografia: uma avaliação preliminar dos impactos da Lei 10.639/03”. Nele, o autor analisa as origens e as motivações que culminaram nessa lei, bem como sua contribuição no processo de descolonização do currículo no que se refere aos temas África e a diáspora africana. Para tanto, avalia como as representações, as memórias e as construções identitárias tornam-se fundamentais no ensino descolonizado de Geografia. A dimensão das representações também está presente no artigo “O letramento cartográfico: uma possibilidade de interpretação dos mapas políticos”. Esse texto traz uma discussão sobre a localização da Europa no centro do mapa e as representações que esse posicionamento produz nos discursos dos professores. Nesse sentido, o texto questiona a representação construída historicamente acerca dos mapas e que demonstram uma visão colonial do mundo. A preocupação com os instrumentos teórico-metodológicos utilizados no ensino da Geografia está presente no artigo “Climatologia geográfica e os atlas escolares oficiais: limites e possibilidades da transposição didática”, que discute as diferentes formas de 13


Organizadores

apropriação da classificação climática como conteúdo curricular na disciplina de Geografia, refletindo, de maneira mais específica, as abordagens do conteúdo curricular que versa sobre as classificações climáticas apresentadas nas obras didáticas. Para tanto, toma como referência o conceito de transposição didática. Os diferentes sujeitos, suas geografias e as alternativas teórico-metodológicas encontradas para dar conta das diversas experiências com a geografia que se ensina são a preocupação do artigo “A produção de material tátil no ensino da Geografia: construindo caminhos no processo de ensino-aprendizagem com deficientes visuais”, que narra o envolvimento de professores e alunos no processo de construção de material didático utilizado como agente facilitador na aprendizagem dos alunos cegos ou com baixa visão do Instituto Benjamin Constant. Sabemos que todo o livro possui um caráter polifônico, pois, como bem nos mostrou Bahktin (1985), ele é fruto de várias vozes que não falam somente sobre pessoas e lugares, mas também com pessoas e lugares. Esperamos que ele, que agora se materializa, também tenha essa perspectiva e possa contribuir com outras histórias de vida, outras geografias a se constituírem. Nesse sentido, nos encontramos novamente com Walter Benjamim ao trazer a perda da narrativa promovida pela ascensão do capitalismo e o forjar de novas subjetividades que questiona “Quem ainda encontra pessoas que saibam contar histórias e como deve ser contadas?”. Desejamos ter contado. Niterói, agosto de 2012 Os organizadores

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INICIAÇÃO ÀS CIÊNCIAS SOCIAIS: OS GRUPOS, OS ESPAÇOS, OS TEMPOS Tomoko Paganelli

“minha professora de Geografia...do ginásio e do colegial era formada pela USP. Eu fui formada por ela e pelo livro do Aroldo de Azevedo. Passei, passei, passei muito bem no vestibular. Foi o primeiro vestibular de separação entre História e Geografia da USP. (...) (Palavras de Tomoko Iyda Paganelli em entrevista concedida a Daniel Luiz Poio Roberti, 18 de julho de 2013, Ipanema, Rio de Janeiro).

Temos visto, após um longo debate sobre a implantação dos Estudos Sociais como área de estudos pela Lei 5.692/72, o retorno de disciplinas como História e Geografia a partir da quinta a da oitava séries do ensino básico e, em relação às primeiras séries, com base no parecer 8/86, as indefinições e ambiguidades sobre a própria nomeação adotada: Integração Social, Estudos Sociais, História e Geografia nos currículos das séries iniciais. Discutir as raízes dessas “ambiguidades” com os professores das primeiras séries, de História, Geografia, Ciências Sociais, responsáveis pelos cursos de formação de professores; os de segundo e


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