Práticas Comunicativas Socioambientais - Preview

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Universidade Federal Fluminense Reitor

Sidney Luiz de Matos Mello Vice-Reitor

Antonio Claudio Lucas da Nóbrega Eduff - Editora da Universidade Federal Fluminense Conselho Editorial

Aníbal Francisco Alves Bragança (Presidente) Antônio Amaral Serra Carlos Walter Porto-Gonçalves Charles Freitas Pessanha Guilherme Pereira das Neves João Luiz Vieira Laura Cavalcante Padilha Luiz de Gonzaga Gawryszewski Marlice Nazareth Soares de Azevedo Nanci Gonçalves da Nóbrega Roberto Kant de Lima Túlio Batista Franco Diretor

Aníbal Bragança

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Marcela de Abreu Moniz Vera Maria Sabóia Donizete V. Daher Rodrigo Leite Pereira (Organizadores)

Práticas comunicativas socioambientais Inovação e potencialidades no uso de tecnologias educacionais na formação do enfermeiro

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Copyright © 2015 Eduff – Editora da Universidade Federal Fluminense Copyright © 2015 Marcela de Abreu Moniz, Vera Maria Sabóia, Donizete Vago Daher, Rodrigo Leite Pereira

Série Pesquisas, 4

Esta publicação contou com o apoio do Programa de Extensão Universitária (ProExt), do Ministério da Educação (MEC).

Direitos desta edição reservados à Eduff - Editora da Universidade Federal Fluminense Rua Miguel de Frias, 9 - Anexo/Sobreloja - Icaraí - Niterói - RJ Brasil - CEP 24220-008 Tels.: +55 21 2629-5287 (Secretaria) / +55 21 2629-5293 (Livraria) faleconosco@eduff.uff.br www.eduff.uff.br

Impresso no Brasil, 2017.

Foi feito o depósito legal.

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A todos os mestres e aprendizes pelas pontes de conhecimento entregues sobre a complexa e desafiadora relação entre ambiente e saúde.

Aos futuros enfermeiros, atores sociais envolvidos na luta por ambientes saudáveis e por uma sociedade solidária, equânime e sustentável.

Ao povo de Itaboraí, terra do deslumbramento, de valores históricos, culturais, econômicos, religiosos e ambientais, com quem aprendemos e vivenciamos alguns dos momentos mais ricos de nossas vidas.

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Agradecimentos

A Deus, sempre, por estar presente em todos os momentos felizes e difíceis e pelas oportunidades de crescimento pessoal e profissional constantes ao longo de nossa trajetória.

A todos os nossos familiares e amigos, pelas ausências, carinho e dóceis palavras, que nos deram ânimo para concluir mais uma etapa.

A todos os colegas e alunos da UFF, pelo estímulo, apoio e valiosas contribuições dadas ao texto.

Ao Ministério da Educação, pelo apoio financeiro do Programa de Extensão Universitária/Secretaria de Ensino Superior, que fomentou o desenvolvimento desta obra. À equipe da Pró-Reitoria de Extensão da UFF, pela colaboração e parceria.

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A natureza como objeto de apropriação social é sempre uma natureza significada. [...] O saber ambiental implica colocar em jogo a subjetividade na produção de conhecimentos e traz consigo uma apropriação subjetiva do saber para ser aplicado em diferentes práticas e estratégias sociais. [...] O saber ambiental é movido pela pulsão de conhecimento, mas surge como um saber personalizado, definido por interesses, sentidos existenciais e significados culturais de sujeitos históricos [...].

Enrique Leff, Saber ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder (4. ed., Vozes, 2001, p. 192-194)

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Sumário

Apresentação 13 A abordagem da saúde ambiental na formação em enfermagem: perspectivas e desafios 17 Silviamar Camponogara Problematizando riscos em saúde ambiental: comunicação em ambientes formativos da enfermagem 35 Marcela de Abreu Moniz Metodologia qualitativa em pesquisas de abordagem participativa em saúde ambiental: revisão crítica de literatura 53 Marcela de Abreu Moniz, Cleber Nascimento do Carmo, Sandra de Souza Hacon Comunicação em saúde e tecnologia educacional com graduandos de enfermagem 81 Rodrigo Leite Pereira, Vera Maria Sabóia, Donizete Vago Daher A universidade como ambiente de cuidado: práticas educativas e vulnerabilidade em saúde de graduandos de enfermagem 97 Fernanda Corrêa de Sá, Julianna Machado Barros de Moura, Vera Maria Sabóia

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Enfermagem e cuidado ambiental: um estudo de percepção de riscos em saúde ambiental com graduandos de enfermagem 115 Marcela de Abreu Moniz, Jaqueline Manhães Pereira Dinamizando o ensino do cuidado em saúde ambiental: um relato de monitoria 127 Marcela de Abreu Moniz, Rayara Mozer Dias Sobre os autores 139

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Apresentação

O livro Práticas comunicativas socioambientais: inovação e potencialidades no uso de tecnologias educacionais na formação do enfermeiro – que ora apresentamos –, permite ao leitor uma incursão sobre alguns aspectos conceituais e metodológicos de práticas pedagógicas e conteúdos curriculares. Além disso, oferece reflexões sobre demandas urgentes relativas à formação pedagógica do enfermeiro para atuação como educador em saúde ambiental.

Antes de levar adiante essa Apresentação, precisamos aclarar alguns conceitos de ambiente e saúde ambiental, que se situam em um constante movimento de ressignificações.

A saúde ambiental é considerada um campo de atuação da saúde pública, destinada ao conhecimento e ao controle de condições, elementos e fatores ambientais (físicos, químicos, biológicos e sociais) que potencialmente afetam a saúde e o bem-estar do ser humano, seja de forma direta ou indireta.

O ambiente se constitui em um conjunto de relações multidimensionais que se estabelecem entre os meios físico, biológico e social. Logo, o ambiente é uma construção que situa, influencia e sustenta os seres vivos no mundo em um determinado tempo e espaço. Os processos sociais são inerentes à dimensão natural, do espaço natural (natureza) e vice­versa.

Em seguida, cabe expressar uma síntese entre a relação entre o ambiente e a enfermagem. A influência do meio sobre as condições de saúde individuais e coletivas já foram bem descritas pela ilustre cientista e fundadora da enfermagem moderna, Florence Nightingale, em seu primeiro livro Notes on nursing, publicado em 1859. Em tal publicação, foi fundamentada a importância das condições ambientais de higiene, arejamento, temperatura, iluminação e ruídos nos 13

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locais para a recuperação da saúde dos enfermos. Naquela obra, Nightingale ainda discorreu sobre a importância de o enfermeiro apresentar as seguintes competências: compromisso ético, respeito, inteligência, raciocínio, sensibilidade e capacidade de demonstrar real interesse pelo paciente. Tais contribuições permanecem relevantes e atuais e podem ser aplicadas à enfermagem em saúde ambiental. É necessário, pois, que o enfermeiro cuide não apenas de pessoas com doenças resultantes de um desequilíbrio e deterioração ambiental, mas também exerça seu papel de educador e cidadão, desenvolvendo ações que reduzam riscos ambientais e, assim, buscando um ideário de cuidado ambiental e compromisso ético e social com destaque aos direitos à saúde e qualidade de vida.

No cenário brasileiro, riscos de doenças antigas se concatenam a riscos de doenças (transmissíveis e não transmissíveis) emergentes, oriundos das alterações das condições ambientais e do estilo de vida, provocados pelos processos de industrialização e urbanização acelerada, e exigem habilidades específicas e capacidade crítica do enfermeiro para desenvolver ações de mitigação, precaução e controle das situações ambientais potencialmente causadoras de doenças e agravos à saúde, incluindo a capacitação de comunidades afetadas por estes riscos e agravos.

Deste modo, entendemos que a inclusão transversal de conhecimentos multidisciplinares que contemplam a percepção humana e a comunicação de riscos ambientais com potencial para impactar a saúde coletiva, ainda é bastante incipiente nos espaços formativos dos cursos de graduação e de pós-graduação em Enfermagem.

Diante das questões contemporâneas socioambientais e de elevada complexidade nos territórios de saúde e vida, urge, cada vez mais, a necessidade de elaboração, desenvolvimento e avaliação de estratégias pedagógicas inovadoras no contexto de formação em saúde e em enfermagem como mecanismos indispensáveis para o desprendimento de modelos obsoletos de ensino e a elevação da qualidade de formação profissional na área da saúde ambiental.

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Ressalta-se que o ambiente de cuidado à saúde perpassa pelo ambiente do trabalho, da comunidade e o próprio ambiente da universidade. Os processos comunicativos participativos em saúde ambiental podem ser viabilizados e potencializados em todos esses cenários por meio do uso de tecnologias educacionais.

Enfim, este livro representa mais um dos produtos do projeto de pesquisa e extensão intitulado “Impactos ambientais e à saúde do Comperj no município de Itaboraí/RJ: uso de tecnologia educacional para empoderamento de atores da educação e graduandos de Enfermagem”, desenvolvido no ano de 2015, por professores e alunos do curso de graduação de Enfermagem do Campus Rio das Ostras da UFF, com apoio financeiro do Programa de Extensão Universitária do Ministério da Educação (Proext) e parcerias com a EEAAC/UFF e a ENSP/Fiocruz.

Esperamos que a iniciativa do grupo em organizar textos que discutam alguns aspectos teórico-metodológicos de práticas comunicativas e tecnologias educacionais na formação em Enfermagem, exemplificando com investigações sobre metodologias participativas e tecnologias educacionais com graduandos de Enfermagem, possa estimular o interesse de docentes, pesquisadores e estudantes na aplicação de metodologias de ensino criativas e problematizadoras da realidade para educar enfermeiros e comunidades sobre questões de saúde e ambiente.

Marcela de Abreu Moniz Vera Maria Sabóia Donizete Vago Daher Rodrigo Leite Pereira

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