Na fronteira da pátria: Movimentos sociais do campo em Rondônia - conflito, protesto e participação

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Professor do Deapartamento de Direito na Fundação Universidade Federal de Rondônia, tem graduação em Direito pela mesma Universidade. Possui especialização em Processo Civil pela UNISUL (2005), Mestrado em Direito Público pela UNISINOS (2012) e Doutorado em Ciência Política pela UFRGS (2018).

O estudo e o debate que envolvem a relação entre os processos de ocupação fundiária e a participação dos movimentos sociais, as lutas agrárias e a presença do Estado, em Rondônia, ainda é limitado. As diversas e distintas formas de mobilização por terra e território não têm dado conta das nuances específicas vivenciadas nos processos de colonização, sobretudo a partir da década de 1970. Este é o desafio da presente proposta, ou seja, uma abordagem que se aproxime sem os “pressupostos” da versão oficial e que, buscando desarmar-se das armadilhas do “senso comum institucional”, aproxime-se desse campo ampliado em que se revelam as disputas, as interações e sobretudo a complexidade desse fenômeno. Tal perspectiva objetiva contribuir no sentido de desvelar importantes elementos de análise do atual contexto vivenciado no Estado, sobretudo em suas dinâmicas socioterritoriais e em sua organização política.

“NA FRONTEIRA DA PÁTRIA” Movimentos sociais do campo em Rondônia, conflito, protesto e participação

Afonso Maria das Chagas

“NA FRONTEIRA DA PÁTRIA”

Movimentos sociais do campo em Rondônia, conflito, protesto e participação Afonso Maria das Chagas

Afonso Maria das Chagas

O Estado de Rondônia representa, tanto em sentido implícito, muitas vezes inadmitido, quanto em sentido expresso e institucionalizado, um modelo de ocupação territorial, pela via institucional e projetada da colonização. À sombra dos grandes projetos e discursos, sobrepairava a expectativa de êxito de uma experiência estratégica, tanto política quanto economicamente, para o poder central. O elemento humano, o migrante-colono, os povos originários compõem, ao mesmo tempo e em grande parte, tanto o sentido, quanto o instrumento de tal empreendimento oficial. Entretanto, para além do dirigismo estatal, esses sujeitos coletivos protagonizaram uma experiência fundamental, seja na sustentação desse projeto, seja na sua deslegitimação. Um processo, portanto, contextualizado por lutas, enfrentamentos e resistências. É esse cenário, com seus limites e horizontes, que esta pesquisa objetiva compreender.


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