HUMBERTO ALVES SILVA JUNIOR
Graduado em Filosofia (Licenciatura Plena) pela Universidade Católica do Salvador (1995) e em Ciências Sociais (Bacharelado com habilitação em Sociologia) pela Universidade Federal da Bahia (2002). Mestre em Sociologia pela Universidade Federal de Sergipe (2005) e Doutor em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (2015). Entre 2011 e 20012, integrou o grupo de pesquisa do “Laboratoire Cultures et Societés en Europe” na Universidade de Estrasburgo, França, quando obteve uma bolsa sanduíche CAPES-COFECUB, pelo convênio UFBA/Université de Strasbourg, intitulado “Interações Bioculturais em Área de Mata Atlântica. O Caso do Litoral Norte da Bahia”. Desde 2010 integra a equipe de pesquisadores do NUCLEART (Núcleo de Estudos em Sociologia da Arte) da UFBA, atuando na linha: Representações Sociais: arte, ciência e ideologia. Atualmente é professor adjunto I do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) e coordena o Grupo de Pesquisa em Sociologia da Arte (SOAR).
O CONCEITO DE REVOLUÇÃO NO CINEMA DE GLAUBER ROCHA
Humberto Alves Silva Junior
O Conceito de Revolução no Cinema Novo de Glauber Rocha é o resultado de uma intensa investigação sobre a relação entre cinema, sociedade e revolução. O livro trata da concepção do cineasta Glauber Rocha (1938-1981) sobre o conceito de revolução, com base na análise de seus escritos (artigos, livros e manifestos) e de seus filmes. Para essa compreensão, o livro cita o cinema desde sua dimensão como arte moderna, na qual se insere não só a discussão sobre a indústria cultural, como também contextualiza o período de grande renovação artística no Brasil, entre décadas de 1950 e 1960, com os movimentos como a Bossa Nova, Teatro de Arena, Poesia Concreta, Tropicalismo e o Cinema Novo. Liderando este último, Glauber Rocha estava empenhado na procura de uma nova estética cinematográfica para a América Latina, que correspondesse às suas mazelas sociais e que atuasse, ao mesmo tempo, como instrumento de agitação política, conforme propunha o cineasta no manifesto A Estética da Fome (1966). Glauber discutiu e realizou um cinema político que trazia, em suas entrelinhas, uma concepção de revolução social que possuía matrizes de distintas influências, tais como: do teatro de Bertold Brecht, das teorias do Cinema Soviético, ou do Neorrealismo Italiano, da teoria social marxista ou da teoria da revolução brasileira, discutidas por autores como Werneck Sodré, Florestan Fernandes e Caio Prado Junior.
o conceito de revolução no cinema de glauber rocha HUMBERTO ALVES SILVA JUNIOR
Em um segundo momento, analisam-se três filmes, Barravento (1961), Deus e o Diabo na Terra do Sol (1963) e O Dragão da Maldade Contra O Santo Guerreiro (1967). Essas obras apresentam uma unidade em termos da discussão temática da revolução no Brasil. Isso implicou (nos filmes) a representação dos estratos mais pobres da população como protagonistas das histórias, o chamado lupemproletariado (ao contrário do que defendia Marx, a classe proletária como líder de uma revolução), como sujeito da história, capaz de promover uma rebelião inovadora na América Latina, a revolução com o fim de debelar efetivamente a miséria e a fome do continente.