N
ão sei ao certo, afinal já faz tanto tempo, mas acho que escrevi e desenhei “O segredo da espada no ano de 2000, 2001 ou por aí, meses mais, meses menos. Um erro não datar as folhas. Na época, tinha bem mais tempo e quase nenhuma das preocupações e do estresse que tenho hoje, então me vi disposto, incentivado pela minha mãe e inspirado nos animes da época, como YuYu Hakusho, Dragon Ball e Samurai X, a, em mais ou menos umas duas semanas e meia, desenhar como um louco uma história curta, de nove páginas apenas, de um jovem Ronin, um samurai sem mestre, portador de uma espada misteriosa que portava um antigo segredo sombrio. Lógico que não pretendia na época, dar início, meio e fim à trama em apenas nove páginas, pretendia fazer uma série de histórias curtas e ir desenvolvendo a trama aos poucos até chegar ao seu ápice. Mas, como é de meu costume, nunca termino aquilo que começo (hoje é pouco diferente) e, decidi não continuar a história, temendo me alongar demais. Foi quando decidi coloriza-la com minha tão querida caixa de lápis de cor Faber Castell, de magníficas 48 cores. Acho que usei todas elas nas páginas (risos). Foi uma das poucas experiências mais prazerosas da minha juventude e tenho
as páginas originais guardadas comigo até hoje, já amareladas e um pouco rasgadas pelo passar dos anos, mas as quais pretendo guardar comigo enquanto conseguir preservá-las em um estado aceitável. Porém, na época em que esses quadrinhos foram desenhados, pasmem ou não, computadores e photoshop ainda eram uma coisa bem distante da minha realidade e eu nem sonhava em passar as páginas para o formato digital. Tendo agora essa possibilidade, decidi fazê-lo não apenas para preservar meu trabalho, mesmo que apenas virtualmente, mas também para partilhar com meus amigos, com as pessoas que realmente admiram meu talento e que me incentivam até hoje a continuar, embora seja difícil. Vontade nunca me falta, mas o tempo que disponho hoje é curto. Confesso que a paciência também, mas enfim. Sei que o desenho não é dos melhores, a pintura está porca e os diálogos bastante tolos e infantis, mas espero que fiquem tão contentes como eu fiquei, por poder partilhar hoje, algo que fiz há tantos anos atrás e que estava escondido no fundo de minha gaveta, numa pasta velha e esquecida. Eduardo Montanari.