Relatório da Expedição de Reconhecimento do Rio Purus

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C o n s e lh oN a c io n a ld eD e s e n v o lv im e n to C ie n tífic oe T e c n o ló g ic o

Engenharia Florestal

Edital MCT/CNPq/CT-Agro Nº 26/2010: Reflorestamento em áreas degradadas visando restauração ambiental...

Projeto Ciliar Cabeceiras do Purus EXPEDIÇÃO DE RECONHECIMENTO AO PURUS RELATÓRIO FINAL

Com orçamento estimado em quase 100 mil reais, projeto de pesquisa aprovado no âmbito do edital de reflorestamento do CNPq reuniu um grupo variado de pesquisadores, oriundos da Universidade Federal do Acre e da Unesp, para realizarem expedição ao Rio Purus, no trecho entre Sena Madureira (foz do Iaco) até Manuel Urbano (ponte na BR 364). Esse relatório reflete a memória da expedição apresentando, de início, seu planejamento operacional, com detalhes acerca dos preparativos que envolveram a elaboração de mapas preliminares, formação da equipe de pesquisadores e decisões de logística. Em sua segunda parte trata das impressões da equipe acerca das características do Purus e do padrão de ocupação ao longo da mata ciliar, além de discutir alguns pontos considerados importantes para execução do projeto. Finalmente, apresenta, como resultados prioritários, a marcação de 44 pontos de georeferenciamentos, distribuídos ao longo do trecho navegado e que serão importantes para o planejamento do Inventário Florestal e do mapeamento temático, os dois próximos passos do projeto. 1 – Preparando a operacionalização da Expedição Duas razões principais justificaram a realização da expedição. A primeira tendo em vista a necessidade de reunir a equipe de pesquisadores envolvidas no projeto, durante um período mais longo, fora do espaço tradicional dos escritórios, para discutirem sua execução no período contratado com o CNPq de 36 meses. Já a segunda razão, está estreitamente vinculada aos próximos passos do projeto, referentes à realização dos levantamentos que subsidiarão as conclusões sobre metodologia de restauração florestal da mata ciliar.


Sendo assim, expedição teve os seguintes objetivos: 1.

Realizar discussão acerca do plano operativo anual do projeto até novembro de 2013, quando se encerra;

2.

Coletar um mínimo de 44 pontos de georeferenciamento, com descrição de tipologia florestal para apoiar a elaboração do mapa temático, no trecho compreendido entre a foz do Rio Iaco até a nascente do Purus, no município de Santa Rosa;

3.

Identificar e georeferenciar a locação de unidades amostrais a serem medidas para o Inventário Florestal da mata ciliar, que relacionará as 20 espécies florestais de maior importância para serem usadas em projetos de restauração florestal da mata ciliar do Purus;

4.

Caracterizar o padrão de ocupação ao longo da mata ciliar, no trecho navegado, a fim de contribuir para definição da metodologia adequada para realização de levantamento socioeconômico; e

5.

Realizar reuniões de apresentação do projeto junto a atores chave no município de Manuel Urbano, sobretudo representantes da administração municipal, da Câmara de Vereadores e do Sindicato de Trabalhadores Rurais.

Equipe envolvida Um conjunto de pesquisadores, das mais variadas formações foram reunidos para discutir e participar da expedição de reconhecimento ao Purus. Todas as instituições, ligadas à pesquisa e extensão, envolvidas no projeto tiveram participação na expedição, sendo que pela Ufac participaram 2 professores, pela Unesp 1, pelo Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) 1 pesquisador e, finalmente, pela Associação Andiroba 3. Também fez parte da expedição um animador cultural autônomo.


Cada pesquisador esta envolvido de forma direta na execução de alguma etapa do projeto Ciliar Cabeceiras do Purus, dentro de sua especialidade, da seguinte forma: Tabela 1 – Equipe técnica envolvida na expedição de reconhecimento ao Purus, no âmbito do projeto Ciliar Cabeceiras do Purus, edital CNPq Nº 26/2010, em janeiro de 2011. Pesquisador

Área formação

Ecio Rodrigues

Engenheiro Florestal

de Participação projeto

no Instituição de origem

Coordenação

UFAC

Inventário Florestal

UFAC

Socioeconomia

ANDIROBA

Jairo Pinheiro de Engenheiro Civil Lima

Logística

UNESP

Domingos Assis

Gestão Ambiental

Extensão Florestal

ANDIROBA

Júlio Cesar de N. Morais

Engenheiro Florestal

Inventário Florestal

ANDIROBA

Edson Amaral

Engenheiro Florestal

Sensoriamento Remoto

ICMBio

Chico Chagas

Músico

Animador cultural

AUTÔNOMO

André Paiva

Administrador

Gestão processos

Marco Amaro

Antonio Engenheiro Florestal

Raul Torrico

Vargas Agrônomo

de ANDIROBA

Logística de transporte Um total de dois carros passeio precisou ser alugado para transporte da equipe de pesquisadores até o município de Sena Madureira, para daí embarcar e seguir no transporte fluvial. Os carros permaneceram em Sena Madureira até a chegada da equipe em Manuel Urbano para serem usados no retorno rodoviário, via BR 364, para Rio Branco.


O barco possui as seguintes características técnicas: Calado: 90 cm Largura: 3,80 m Altura acima da linha d’água: 3,40 m Comprimento: 21 m Capacidade de carga: 25 toneladas Motor: MWM 4 Cilindros Velocidade média de subida, contra correnteza: 12 km/h Trecho escolhido Para atender aos objetivos da expedição optou-se pelo trecho navegado, entre Sena Madureira e Manuel Urbano, tendo em vista que essa porção acreana do Purus: a) Apresenta a maior área antropizada de toda área de influencia do projeto; b) Permite visualizar o gradiente de transformação da ocupação na margem do Purus, indo do mais antropizado, foz do Iaco, para o menos ocupado, Santa Rosa; c) Concentra dois dos 3 municípios envolvidos no projeto; e d) Poderia ser percorrido totalmente em um período de 5 dias, considerado curto para realidade de transporte na Amazônia. Mapas de apoio Um conjunto de mapas foi elaborado por Edson Amaral, engenheiro florestal do ICMBio, para subsidiar o planejamento e a operacionalização da expedição, dos quais 4 foram selecionados para constar nesse relatório e são mostrados nas figuras abaixo.


Figura 1: Ă rea do projeto com faixa de 3 Km de mata ciliar de cada margem do Purus.


Figura 2: Ação antrópica ao longo do Rio Iaco, da área urbana de Sena Madureira até a foz, daí, seguindo pelo Purus, de Boca do Acre até a fronteira do Acre com Amazonas. Faixa demarcada de 3 Km de mata ciliar de cada lado da margem.


Figura 3: Ação antrópica na área do projeto, da divisa do Acre com Amazonas até Santa Rosa do Purus.


Figura 4: Ação antrópica no trecho até Santa Rosa com detalhe para nascente do Purus na fronteira com o Departamento de Ucayali, cidade de Santa Lúcia e Porto Clarita no Peru.


2 – Impressões da equipe Encontrar dificuldade de navegação, em um barco de calado médio com capacidade para transportar em torno de 25 toneladas da carga, em pleno mês de janeiro, surpreendeu a equipe de pesquisadores. Esperavase, que após iniciado o período das chuvas, há no mínimo 40 dias, os rios amazônicos estivessem com sua vazão de inverno recuperada. Mas, infelizmente, não é o que ocorre no Purus, nem no Rio Acre e em vários outros tributários do Rio Amazonas. Ao contrário, parece que ao invés das cheias, o que seria normal, as vazões dos rios teimam em permanecer baixas, com bancos de areia à mostra, exigindo perícia dos pilotos das embarcações que são obrigados a executarem manobras complexas para evitar o encalhe. Além das questões já cientificamente relacionadas com o aquecimento global e as conseqüentes mudanças climáticas, que compromete de maneira geral o regime hídrico de rios, mares e qualquer outro tipo de acúmulo de água, o problema maior, em nível local, remete ao processo de ocupação realizado nas margens dos rios e que colocou em risco a manutenção da mata ciliar. Ocorre que a existência ou ausência de mata ciliar nas margens dos rios pode significar, respectivamente, a garantia do equilíbrio ou a degradação ambiental da bacia hidrográfica. Afinal, não há dúvida quanto a existência de uma relação direta entre a mata ciliar e o regime hidrológico dos rios. No caso do Purus é visível a alteração no padrão de ocupação da sua mata ciliar, na medida em que se avança em direção a sua nascente, no município de Santa Rosa. Enquanto que na boca do Iaco acontece uma ocupação consolidada pela agropecuária, com predominância da criação de gado, ao se aproximar de Manuel Urbano percebe-se a predominância de extensões contínuas de florestas ainda primárias. Uma outra característica importante nesse processo de ocupação é que nas áreas próximas aos maiores centros urbanos, como o de Sena Madureira, não são os pequenos produtores rurais, ou os agricultores familiares, que detêm a propriedade das terras. Talvez por isso a produção esteja tão concentrada na pecuária bovina. Parece que uma classe média urbana, formada em especial pelo funcionalismo público, vinculado à estrutura municipal, estadual e federal, descobriu o prazer de possuir uma colonha, como eles chamam, nas margens do Purus. Situação semelhante ao que acontece às margens das rodovias asfaltadas, cujas áreas consideradas nobres segundo a localização, beleza cênica e preço baixo, estão tomadas pela classe média urbana de comerciantes e funcionários públicos.


Se confirmada, esse tipo de informação é crucial para definição de uma política pública que privilegie as características hidrológicas dos rios. Com renda mensal garantida, esse tido de proprietário rural não depende de uma produção agrícola para sobreviver. Isto é, sua decisão e valorização imobiliária, ciliar exuberante. O que que servir como principal

no que investir está relacionada à beleza cênica atributos que dependem de um Purus com mata fornece ao rio uma importância especial, maior via de escoamento da produção.

Em 5 dias de navegação, no trecho considerado com maior dinâmica econômica, os pesquisadores não cruzaram com barcos que transportassem grãos, passaram por 3 canoas que levavam de 1 a 6 cabeças de gado e com 4 canoas transportando bananas. Alguns outros barcos e canoas, por sinal a grande maioria, transportavam pessoas. O tráfego de pessoas, que transitam pelo rio para visitar um parente, ir a uma festa, ou levar alguém para compras na cidade, entre outras várias razões, é intenso. Curioso que a busca por um médico, argumento que costuma impregnar as justificativas para instalação de todo tipo de infra-estrutura, de pavimentação de rodovias à construção de pontes, não é a razão mais comum para o trânsito das pessoas. O atendimento à saúde, com exceção do odontológico e de situações de urgência e emergência, mantém certa regularidade e parece ser suficiente, muito embora possa melhorar bastante. Já com relação à educação a situação não é muito diferente. As crianças são atendidas nas margens do Purus até a quinta série do ensino fundamental e a partir daí precisam se deslocar para povoados com maior densidade demográfica, para concluírem o ensino fundamental e para um centro urbano maior ainda para o segundo grau e, claro, para acessar o ensino superior chegam até a capital, Rio Branco. Se o abandono por saúde, educação e de outras ações de apoio estatal, pode ser relativizado e já não apresenta os níveis observados até o final da década de 1990, quando os agentes públicos eram considerados, nas palavras dos produtores, “visagem” nessas áreas, quanto ao isolamento, pode-se afirmar, acabou. Em sua quase totalidade a área navegada é coberta por serviço de telefonia móvel. É provável que todos os moradores, quer sejam pequenos produtores ou de classe média, possuem telefone celular e televisão com antena parabólica. É possível estabelecer comunicação com qualquer lugar do mundo a partir da mata ciliar do Purus. Melhor, tudo indica que em breve será possível, inclusive, acessar a internet e receber informações sobre o que acontece mundo afora. O domínio da comunicação, do que acontece na televisão é facilmente observado na naturalidade com que informações atualizadas são


repassadas nas conversas entre as pessoas, sem que seja preciso sair do Purus. Evidente que a redução do isolamento e do abandono, por ações de políticas públicas, associados à consolidação da pecuária na mata ciliar do Purus e ao tipo de proprietário rural, com forte presença da classe média urbana, faz com que esse trecho do Purus como um todo se diferencie das características de pobreza e exclusão ainda encontradas em alguns seringais acreanos. É fácil constatar melhoria significativa nas habitações com construções em madeira beneficiada e, uma boa parte, pintadas regularmente. A tradicional casa de paxiúba coberta de palha, comum nas casas de produtores que vivem em seringais mais distantes, é rara na mata ciliar do Purus, no trecho navegado pelos pesquisadores. Uma outra constatação que, igualmente, merece destaque diz respeito à quantidade de criadores de cabras ocupando as margens do Purus. Se bem que a pecuária bovina ocorre ainda na grande maioria das propriedades e prevaleça na região, existe um número não inferior a 10% dos produtores se voltando para criação de caprinos. Segundo informações dos produtores que praticam a caprinocultura o consórcio da pecuária bovina com a de caprinos é uma tendência sem volta. Os mais animados com a atividade chegam a afirmar que esta ocorrendo, uma substituição paulatina do boi pelo caprino e que após esse primeiro momento de transição produtiva, no qual os dois animais dividem o mesmo pasto, ocorrerá a substituição completa do boi pelo caprino. Razões para explicar essa possível tendência são ainda difíceis de aferir. O levantamento socioeconômico, previsto no projeto, ajudará a revelar se há uma tendência, se é impulsionada por ações de políticas públicas e quais as justificativas, sobretudo de mercado, para adoção da caprinocultura na mata ciliar do Purus no lugar da bovinocultura. Enquanto a pecuária sobressai na mata ciliar, dando a sensação de que há mais gado na margem do Purus que na da BR 364 no mesmo trecho entre Sena Madureira e Manuel Urbano, funcionando quase que exclusivamente na ilegalidade, os órgãos ambientais costumam direcionar toda sua munição de fiscalização para inibir a agricultura de várzea. Um equívoco sem precedentes. Ocorre que, grosso modo, agricultura de várzea seria aquela caracterizada pelo cultivo de culturas de ciclo curto, em especial feijão e melancia, nas porções das margens dos rios que ficam submersas nas cheias quando a vazão aumenta, isto é, anualmente. Estão excluídas dessa definição as áreas que são atingidas em alagações, que acontecem em um intervalo de tempo superior a 5 anos. Essas áreas, sujeitas a inundações ou alagações, em situações excepcionais, não são de várzea, muito embora estejam localizadas próximas às margens dos rios e podem formar lagos e igapós.


Por outro lado a mata ciliar, em tese, não tem nada a ver com a definição de várzea e muito menos com agricultura de várzea. Não se desmata mata ciliar para fazer agricultura de várzea pelo simples fato de que a mata ciliar inicia com o fim do barranco do rio, onde, também em tese, terminou a várzea. A confusão conceitual aumenta, por isso o equívoco do alvo da munição fiscalizatória, quando se tenta diferenciar várzea de leito do rio. O que é leito do rio, a ser ocupado quando das cheias, não de alagações, e o que é efetivamente área de várzea, onde a mata ciliar ainda não começou, que apesar de também ser molhada nas cheias não é leito do rio. Uma discussão complexa, mas com implicações em termos de degradação ambiental significativas. Acontece que todo e qualquer uso agrícola, no período das secas, do leito do rio, quer seja para produzir feijão ou melancia, não traz prejuízos para a vazão do rio ou para sua ictiofauna, tendo em vista o potencial de resiliência, ou de renovação anual, oferecido pelas cheias. O mesmo, tudo indica, não se pode afirmar com relação ao cultivo permanente de arroz realizado na Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul, em área de várzea, que, ao que parece, também não é de mata ciliar. Enfim deixando essas reflexões para o momento oportuno, quando os estudos trouxerem mais indicadores, o importante é que a dinâmica econômica corrente no Purus é bem inferior ao seu potencial. Somente para dar um exemplo, voltando ao transporte da produção agropecuária, não é necessário fazer muito cálculo para perceber que o dano à mata ciliar e ao Purus é bem maior que os frágeis benefícios sociais e econômicos eventualmente auferidos por esse tipo de ocupação. Por outro lado a busca das águas do Purus para lazer parece ser uma tendência. Nesse caso chama atenção no trajeto a localidade conhecida como lago do silencio. Trata-se de uma grande extensão de espelho de água, formado a partir de um meandro abandonado pelo Purus, que segundo os moradores possui mais de 50 anos. O lago é preferido por pessoas da cidade que buscam diversão com pescaria e banhos. Rico em peixes o lago não desaponta mesmo o pescador mais atrapalhado. Para conter a pesca comercial de escala, os moradores não permitem o transporte de quantidades consideradas abusivas de pescados. Para finalizar essas primeiras impressões, talvez esteja aí, no potencial da região para turismo, pesca esportiva e até comercial, esportes aquáticos e assim por diante a melhor saída para garantir a mata ciliar do Purus. Mas isso, só o futuro dirá.


3 – Resultados Principais A metodologia utilizada neste trabalho envolveu as seguintes etapas: trabalho em escritório; definição da área de influencia de 3 Km de cada lado da margem do Purus; digitalização das áreas de ocorrência de forma visual utilizando imagens Landsat 5 e relacioná-las com aspectos perceptíveis na imagem de acordo com padrões identificados, como: textura, padrão de cor e rugosidade da imagem. Posteriormente, checagem de campo para reconhecimento de padrões e coletas de coordenadas geográficas das classes de cobertura vegetal. A tipologia florestal, segundo mapa de vegetação do Acre mostra que nas margens dos rios acreanos ocorrem duas fitofisionomias florestais: Floresta Ombrófila Densa Aluvial e Floresta Ombrófila Aberta Aluvial com respectivas associações com taboca e palmeira. Identificado as possíveis áreas de vegetação com porte arbóreo nativo para locação de parcelas de Inventário Florestal, obteve-se as coordenadas em UTM desses locais ao longo da margem do Purus. Também foram georeferenciados para servir de ponto de localização os vilarejos com telefones, seringais, lagos (meandros abandonados) e igarapés. A tabela abaixo relaciona os locais ou áreas que apresentam vegetação arbórea com possibilidades de serem inventariadas, nas quais se coletou coordenadas geográficas.


Tabela 2 – Georeferenciamento, com coordenadas e descrição das áreas de mata ciliar para Inventário Florestal, no âmbito do projeto Ciliar Cabeceiras do Purus, edital CNPq Nº 26/2010, em janeiro de 2011. Nº Local 1

Sena Madureira

2 Ponto rio 1 2a Ponto amostra 1 3

Ponto rio 2

4

Ponto rio 3 Ponto amostra 3 4a (Rumo) 5 Igarapé Santa Maria Ponto rio 4 Lado 6 Esquerdo Ponto amostra 4 6a (Rumo)

Coordenadas UTM

19 L 543730/9006302

Descrição Município do Estado do Acre Área antropizada na margem esquerda do rio Purus Inicio da vegetação Área antropizada na margem esquerda do rio Purus Área antropizada na margem esquerda do rio Purus com cobertura florestal afastada da margem.

19 L 543833/9006328 19 L 544404/9007490

Área antropizada Igarapé Santa Maria

19 L 542862/9010345

Área antropizada Área antropizada com Vegetação afastada da Margem do rio. Cobertura vegetal com dossel uniforme na margem direita do rio Purus Lago criado a partir de meandro abandonado do rio Purus Área antropizada na margem direita do rio Purus apresentando cobertura vegetal de mata ciliar.

19 L 544925/9001920 19 L 545190/9001991 19 L 545446/9001943 19 L 543232/9005749

19 L 542975/9010327

7

Ponto rio 5

19 L 541397/9012228

8

Meandro abandonado (Silêncio)

19 L 532297/9021060

9

Ponto rio 6 (Fé em Deus)

19 L 532536/9020518

10 Ponto rio

19 L 527943/9028112

11 Seringal Mirador

19 L 528008/9026739

12 Ponto rio

19 L 526395/9022791

Área antropizada com cobertura vegetal na margem esquerda do rio Purus. Seringal Mirador apresentando área antropizada Cobertura florestal na margem esquerda do


Nº Local

Coordenadas UTM

13 Ponto rio 9

19 L 522742/9023752

14 Ponto rio 10

19 L 517541/9024841

15 Ponto rio 11 (Ano Bom)

19 L 516220/9026413

16 Ponto rio 12

19 L 518613/9027047

17 Ponto rio 13

19 L 520347/ 9029528

18 Aliança

19 L 517866/9024590

19 Cachoeira de Santa Fé

19 L 512619/9032275

20 Ponto rio 14

19 L 509987/9030458

21 Ponto rio 15

19 L 509355/9033801

22 Ponto rio 16

19 L 503571/9030280

23 Ponto rio 17

19 L 501444/9030367

24 Ponto rio 18

19 L 497562/9031225

25 Igarapé Macapá

19 L 496901/9031416

26 Ponto rio

19 L 494794/9031729

27 Ponto rio 20 28 Itaúba

19 L 493240/9029586 19 L 490284/9031533

Descrição rio Purus Cobertura florestal na margem esquerda do Rio Purus Cobertura florestal na margem direita do rio Purus Área antropizada no lado direito do rio Purus apresentando cobertura florestal afastada da margem. Cobertura vegetal na margem direita do rio Purus Área com cobertura florestal na margem direita do rio Purus e área antropizada na margem esquerda. Comunidade ribeirinha do rio Purus Comunidade ribeirinha do rio Purus Cobertura florestal na margem esquerda do rio Purus Cobertura vegetal na margem esquerda do rio Purus. Cobertura florestal na margem esquerda do rio Purus Cobertura florestal na margem direita do rio Purus Cobertura florestal na margem direita com dossel uniforme Igarapé Macapá na margem esquerda do rio Purus Cobertura florestal na margem esquerda do rio Purus Cobertura florestal na margem direita do rio Purus Comunidade ribeirinha


Nº Local

Coordenadas UTM

29 Ponto rio

19 L 489887/9031698

30 Ponto rio 22

19 L 488334/9031162

31 Ponto rio 23

19 L 488456/9028863

32 Ponto rio 24

19 L 486492/9027835

33 Lago Bela Vista

19 L 485294/9027383

34 Ponto rio 25

19 L 482405 9027473

35 Ponto rio 26

19 L 482519/9026629

36 Ponto rio 27

19 L 482909/9024040

37 Ponto rio 28

19 L 480749/9024613

38 Ponto rio 29

19 L 478217/9023665

39 Ponto rio 30

19 L 475171/9023001

40 Ponto rio 31

19 L 474747/9024688

41 Ponto rio 32

19 L 471649/9019243

42 Ponto rio 33

19 L 459141/9011125

43 Ponto rio 34

19 L 457956/9011374

44 Ponto rio 35

19 L 456859/9008159

Descrição do rio Purus Cobertura florestal na margem direita do rio Purus Cobertura florestal na margem direita do rio Purus Cobertura florestal na margem direita do rio Purus Cobertura florestal na margem direita do rio Purus Lago criado a partir de meandro abandonado. Cobertura florestal na margem esquerda do rio Purus Cobertura florestal na margem esquerda do rio Purus Cobertura florestal na margem esquerda do rio Purus Cobertura florestal na margem direita do rio Purus Cobertura florestal na margem direita do rio Purus Cobertura florestal na margem direita do rio Purus Cobertura florestal na margem direita do rio Purus Cobertura florestal na margem esquerda do rio Purus Cobertura florestal na margem esquerda do rio Purus Cobertura florestal na margem direita do rio Purus Cobertura florestal na margem esquerda do rio Purus


Custos praticados Os custos praticados foram 20% inferiores ao orçamento planejado sendo que a diferença diz respeito ao tempo gasto para navegar todo trecho. Ocorre que devido às condições do Purus e a falta de manutenção da embarcação, o percurso previsto para ser concluído em 36 horas consumiu um total de 72 horas. Como o custo da embarcação foi fixado com relação ao trecho a ser navegado e como a equipe pernoitou duas noites a mais na própria embarcação, reduziu-se os custos de hospedagem que deveriam ser assumidos em Manuel Urbano. A tabela abaixo apresenta os custos efetivamente praticados pela expedição. Tabela 3 – Custos praticados na expedição de reconhecimento ao Purus, realizada no âmbito do projeto Ciliar Cabeceiras do Purus, edital CNPq Nº 26/2010, em janeiro de 2011. Item de dispêndio

Custo em reais

Gêneros alimentícios, material de 544,33 limpeza e de primeiros socorros. Aluguel de dois carros passeio

1.100,00

Aluguel de barco com voadeira para 2.620,00 emergência Combustível Serviços técnicos georeferenciamento Hospedagem em Manuel Urbano

380,00 de 800,00 360,00

Táxi, alimentação e outras 1.408,80 despesas no percurso de Rio Branco para Sena Madureira Total

7.113,13


4 – Próximos passos do projeto Com as informações checadas na expedição e as impressões da equipe envolvida na execução do projeto foi possível definir os próximos passos, em especial para serem planejados e executados até dezembro de 2011, constando das seguintes atividades: a) Conclusão do mapeamento temático com base nas imagens de satélite Landsat 5: i. Uma faixa de 3 Km de largura de cada margem do Purus, no trecho compreendido pelo projeto que vai da boca do Rio Iaco até a nascente na cidade de Santa Rosa do Purus, que faz fronteira com o Departamento de Ucayali no Perú, deverá ser mapeada com imagens atualizadas de Landsat de 2010, com interpretação e detalhamento dos seguintes temas: 1. Área antropizada; 2. Cobertura vegetal com culturas perenes; 3. Espelho d’água; 4. Floresta densa; 5. Floresta aberta com associação com palmeira e taboca; e 6. Unidades de Conservação e Terras Indígenas localizadas na área de influência do projeto. O mapa abaixo, elaborado para o projeto Ciliar Só-Rio Acre, pode servir de referência na elaboração do mapeamento proposto.


Figura 5: Área de influencia da mata ciliar, mapeada no projeto Ciliar SóRio Acre aprovado no Edital CNPq Nº 27/2008. b) Conclusão do Inventário Florestal da mata ciliar: i. Previsto para ser iniciado assim que se encerre o período do inverno amazônico, em meados de abril próximo, o Inventário Florestal irá mapear a tipologia florestal original da mata ciliar do Purus em toda extensão coberta pelo projeto que vai da boca do Iaco até a nascente em Santa Rosa. A metodologia de amostragem deverá estratificar as tipologias florestais e plotar as unidades de amostra de maneira aleatória, buscando uma locação de acordo com os pontos já coletados na expedição. Como o objetivo do Inventário Florestal é calcular as 20 espécies de maior importância para mata ciliar e não o volume em metros cúbicos de madeira, a intensidade amostral deverá considerar um erro e nível de probabilidade superior ao comumente utilizado. A estrutura incluirá o aluguel de um barco residência e um escritório de apoio em Manuel Urbano. A previsão é de que a coleta


dos dados no campo esteja processamento em novembro.

concluída

em

setembro

e

o

O Inventário Florestal será tema de monografia de um bolsista ITI – A, do CNPq, ainda a ser selecionado. c) Definição de trechos críticos: i. Um total de 3 trechos críticos, sendo um em cada município envolvido serão definidos a partir do grau de ação antrópica e de degradação da mata ciliar. Para cada trecho, a partir das 20 espécies selecionadas no Inventário Florestal, será elaborado projeto de restauração florestal específico a ser negociado futuramente pela administração municipal junto aos organismos de apoio. A restauração florestal aproximados 200 hectares.

envolverá

uma

área

crítica

de

d) Preparação do material de extensão florestal: i. Para facilitar o processo de articulação institucional e a extensão florestal junto aos ribeirinhos a equipe irá elaborar um Kit de material de apoio composto de um folder, cartaz, banner e palestra sobre as ações do projeto e a importância da mata ciliar para o Purus. Por ocasião do trabalho de campo do Inventário Florestal, no mínimo um cartaz sobre o projeto deverá estar impresso para ser distribuído junto aos produtores. Responsáveis pela elaboração desse relatório: Ecio Rodrigues – Coordenador do Projeto Júlio Cesar de Negreiros Morais – Engenheiro Florestal


Arquivo Fotográfico

Figura 6 Ecio Rodrigues (Coordenador do Figura projeto) e Jairo Pinheiro de Lima (Logística) numa reunião informal antes da saída para a Expedição.

Figura 8 Área antropizada e criação de gado na margem direita do rio Purus.

Figura 10 Mecânico trocando o retentor do motor após 1 dia de espera.

7

Técnicos conversando com morador da boca do rio Iaco para possível locação de parcelas do inventário florestal nesta área.

Figura 9 Cobertura florestal da mata ciliar na margem esquerda do rio Purus.

Figura 11 Barco ancorado com problemas técnicos.


Figura 12 Expedição ao lago do silêncio (meandro abandonado), na margem direita do rio Purus.

Figura 13 Lago do Silêncio, potencial para pesca e turismo no rio Purus.

Figura 14 O grande sanfoneiro regional e Figura 15 Da esquerda: Jairo Pinheiro de internacional Chico Chagas Lima (Logística), Raul Vargas (Animador cultural). Torrico (Socioeconomia) e André Paiva (Gestão de Processos).

Figura 16 Família de ribeirinhos na margem Figura 17 Mostra equipe georeferenciando direita do rio Purus. pontos para o inventario florestal.


Figura 18 Troncos de árvores no leito do rio Figura 19 Mostra a mancha de embaúba no Purus dificultando a navegação de lado direito do rio Purus em embarcações e nível de água baixo. frente ao porto de Manoel Urbano.

Figura 20 O porto de Manoel Urbano com Figura 21 Mostra ponte sobre o rio Purus embarcações típicas dos rios sentido Manoel Urbano para amazônicos e ao fundo casas dos Sena Madureira. índios da etnia Kaxinawa e Kulinas.

Figura 22 Margem esquerda do rio Purus Figura 23 Escola na comunidade Sumaúma apresentando mancha de subindo o Purus em direção a algodoeiro. Santa Rosa do Purus.


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