JOSÉ RENATO AZEVEDO DE FARIAS
ESTIMATIVAS DE BIOMASSA E CARBONO NA SERAPILHEIRA DA ARIE SERINGAL NOVA ESPERANÇA, EPITACIOLÂNDIA, AC
RIO BRANCO-AC 2013
JOSÉ RENATO AZEVEDO DE FARIAS
ESTIMATIVAS DE BIOMASSA E CARBONO NA SERAPILHEIRA DA ARIE SERINGAL NOVA ESPERANÇA, EPITACIOLÂNDIA, AC
Monografia
apresentada
Graduação
em
Centro
Ciências
de
ao
Curso
Engenharia
de
Florestal,
Biológicas
e
da
Natureza, Universidade Federal do Acre, como parte das exigências para a obtenção do título de Engenheiro Florestal. Orientador: Profº. Dr. Marco Antonio Amaro
RIO BRANCO-AC 2013
À minha filha, Júlia Vitória Azevedo Silva, razão pela qual fui inspirado e motivado. Dedico.
AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, minha fonte de inspiração, meu refúgio e minha fortaleza. Aos meus pais, Alberdon Alves de Souza e Francisca Socorro dos Santos Azevedo por incentivarem e auxiliarem na conquista do meu objetivo. Ao meu irmão Duilio Azevedo de Souza pelo apoio e familiaridade. A Minha Esposa Anadia Luz da Silva Pontes, que esteve comigo durante todos esses anos, pela compreensão, apoio, companheirismo e incentivo. As minhas primas Dalvanir Azevedo Brito e Mariana Azevedo Bernardo, por todo apoio. Aos meus queridos avós, Maria Fernandes de Azevedo e José Rodrigues de Azevedo (in memoriam), que foi o grande incentivador para essa realização. Ao professor Dr. Marco Amaro, pela oportunidade, paciência, apoio e excelente orientação na realização desse trabalho. Aos acadêmicos de Engenharia Florestal que participaram do projeto ARIESeringal Nova Esperança, em especial a Timóteo Paladino, Elke Lima, Vitor Souza, Mariana Lobato, Manoelito Torres, Renan Pereira e Saranna Nascimento que participaram diretamente na coleta de dados, viabilizando a execução desse trabalho. Ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em nome dos analistas responsáveis Flúvio Mascarenhas e Lincoln Schwarzbach, pelo apoio para a execução das atividades de campo na ARIE Seringal Nova Esperança. Aos membros da banca examinadora professor Dr. Écio Rodrigues e a professora M. Sc. Patricia Amorim, pelas valiosas contribuições e ensinamentos. Aos meus colegas Antônio Ferreira, Adriano Santos, Cleison Mendonça, Cristiano Corrêa, Evandro Ferreira, Renato, Rutiney de Paula e tantos outros, espero poder continuar compartilhando de suas amizades. As minhas colegas Clebyane Souza, Samara Santos, Geliane Mendonça por todo apoio e amizade. A todos os professores do curso de Engenharia Florestal por todo ensinamento, aos colaboradores Darlene vale, Cleber Barros e Jani Lima pela amizade e paciência. Enfim agradeço a todos, MEU MUITO OBRIGADO!
“O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no mínimo fará coisas admiráveis”. José de Alencar
RESUMO As florestas são vitais para a vida do ser humano, devido a muitos fatores, principalmente de ordem climática. O estudo dos estoques de madeira, biomassa e carbono em florestas da Amazônia, fornece subsídios para planejar o uso racional dos recursos naturais. Dessa forma, esse estudo teve como objetivo, estimar a quantidade de biomassa e carbono contido na serapilheira da Área de Relevante Interesse Ecológico Seringal Nova Esperança no município de Epitaciolândia, AC. Foram delimitadas 20 parcelas aleatórias de 2,5 m x 2,5 m, onde toda serapilheira existente no interior de cada parcela, foi coletada e pesada no campo. Para determinação do peso seco, retirou-se uma pequena amostra de cada parcela. Esta amostra foi pesada ainda em campo para determinação do peso úmido, após foi acondicionada em sacos plásticos devidamente identificados e enviada a laboratório na UFAC para secagem em estufa de renovação e circulação forçada de ar a uma temperatura de 75 ± 2 ºC até atingir peso constante para determinação do peso seco. A biomassa seca foi convertida em carbono, utilizando o valor de 50% como recomendado pelo Serviço Florestal Brasileiro. A média da umidade contida na serapilheira foi de 27,4%. O maior valor para biomassa seca e carbono foi encontrado na parcela 4, respectivamente 11,37 t ha-1 e 5,69 t ha-1. E o menor valor foi encontrado na parcela 16, com 2,66 t ha-1 para biomassa seca e 1,33 t ha-1 para carbono. A média de biomassa seca e de carbono foi estimada respectivamente em, 5,82 t ha-1 e de 2,9 t ha-1, o que representa importante contribuição na Unidade de Conservação. Palavras – chave: Unidade de Conservação. Amazônia. Serviços Ambientais.
ABSTRACT Forests are vital to human life due to many factors, mainly climatic order. The study of wood stocks, biomass and carbon in the Amazon forests, provides grants for planning the rational use of natural resources. Thus, this study aimed to estimate the amount of carbon contained in biomass and litter of Ecological Interest rubber plantation area in the city of New Hope Epitaciolândia, CA. 20 random plots of 2.5 m x 2.5 m, where all existing litter within each plot was collected and weighed in the field were delimited. To determine the dry weight, pulled out a small sample of each plot. This sample was weighed still in the field to determine the wet weight after was packed in properly labeled plastic bags and sent to the laboratory in UFAC for kiln drying of renewal and forced air at a temperature of 75 ¹ 2 ° C until constant weight for determination of dry weight. The dried biomass was converted to carbon using the value of 50 % as recommended by the Forest Service. The average moisture content of the litter was 27.4 %. The highest value for dry biomass and carbon was found in the portion 4 respectively t ha-1 and 5.69 t ha-1. And the lowest value was found in plot 16, with 2.66 t ha-1 for dry biomass and 1.33 t ha-1 for carbon. The mean dry biomass and carbon was estimated at respectively, 5.82 t ha-1 and 2.9 t ha-1, which represents an important contribution to the conservation area. Keywords - Keywords: Conservation Unit. Amazon. Environmental Services.
LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Biomassa seca e Teor de carbono total estocado na serapilheira da ARIE Seringal Nova Esperança no município de Epitaciolândia – AC................................24 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Mapa do Acre com destaque para a localização da ARIE Seringal Nova Esperança no Município de Epitaciolândia.................................................................20
SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO........................................................................................................11 2 REVISÃO DE LITERATURA..................................................................................14 2.1 BIOMASSA...........................................................................................................14 2.2 CARBONO...........................................................................................................15 2.3 SERAPILHEIRA...................................................................................................17 2.4 VARIABILIDADE ESPACIAL DA VEGETAÇÃO..................................................18 2.5 UNIDADE DE CONSERVAÇÃO..........................................................................19 2.5.1 ÁREA DE RELEVANTE INTERESSE ECOLÓGICO – ARIE............................19 3 MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................................20 3.1 ÁREA EXPERIMENTAL.......................................................................................20 3.2 COLETA DE DADOS...........................................................................................21 3.3 ESTIMATIVA DE BIOMASSA E DE CARBONO..................................................21 3.4 ANALISES ESTATISTICAS.................................................................................22 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO..............................................................................23 5 CONCLUSÃO.........................................................................................................26 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................27 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................28
1 INTRODUÇÃO As florestas são um dos mais valiosos recursos naturais para a humanidade, provendo diversos bens e serviços úteis ao homem e ao equilíbrio do Planeta (SANQUETTA et al., 2002). Elas armazenam em suas árvores e no solo mais carbono do que o existente atualmente na atmosfera (VIEIRA, 2011). Sendo de suma importância para o equilíbrio do estoque de carbono global. Além disso, a cobertura vegetal protege o solo através das copas das árvores, impedindo que a chuva caia fortemente e retire a camada de serapilheira que, segundo Oliveira (1987), é responsável pelo armazenamento de água no solo, bem como pelo aumento das taxas de infiltração e condicionamento dos fluxos superficiais. Segundo a FAO (2011), as florestas cobrem 31% da área terrestre do planeta, abrigam entorno de 300 milhões de pessoas e têm responsabilidade direta na garantia da sobrevivência de 1,6 bilhões de pessoas e ainda de 80% da biodiversidade terrestre. Estudos apontam que as florestas tropicais atuam como importante reservatório de carbono, possivelmente em resposta ao aumento na concentração de carbono na atmosfera, que aumenta a produtividade da floresta (CLARK, 2004). Com a crescente preocupação relacionada ao equilíbrio climático, ocorreram inúmeras reuniões de ordem internacional, cujas pautas eram as mudanças climáticas, em que foram discutidas as possíveis soluções para evitarem ou, pelo menos, reduzirem as emissões de gases causadores do efeito-estufa. Após uma destas reuniões, foi adotado em dezembro de 1997 o Protocolo de Quioto, que estabeleceu metas obrigatórias de redução de emissão de gases de efeito estufa (SCARPINELLA, 2002). Alguns representantes de países participantes da reunião que originou o Protocolo de Quioto assumiram o compromisso de redução dos gases de efeito estufa (GEE). Com 8,5 milhões de quilômetros quadrados de território e grande variedade de clima, temperatura, solo e umidade, o Brasil abriga extraordinária diversidade de ecossistemas e de espécies animais e vegetais. Sendo assim, foi um dos países participantes do Protocolo de Quioto, pois está de certa forma contribuindo com o excesso de carbono, oriundo de suas queimadas agrícolas e desmatamentos das florestas tropicais. 11
A Amazônia brasileira tem um potencial econômico fundamentalmente baseado na riqueza de recursos naturais. Essa parte do globo terrestre detém a maior extensão de florestas tropicais da Terra, com mais de cinco milhões de km², contendo grande parte da biodiversidade mundial (aproximadamente 1/3 das espécies animais e de plantas), além de um patrimônio mineral e hidrológico até então incomensurável (SIOLI, 1990). A região Amazônica se estende do oceano Atlântico às encostas orientais da Cordilheira dos Andes, até aproximadamente 600 m de altitude, contendo parte de nove países da América do Sul, sendo 69% dessa área pertencente ao Brasil país no qual a floresta está presente em 9 estados sendo um deles o Acre. (AB’SABER, 2003). Situado no extremo oeste da região Norte, o Acre ocupa 4% da Amazônia Brasileira, com uma área de 164.221 km², possuindo florestas primárias em 88% de seu território, sendo 47% constituído de terras protegidas por lei, as chamadas unidades de conservação e as terras indígenas (AMARAL, 2007). Localizada no município de Epitaciolância, AC, a Área de Relevante Interesse Ecológico-ARIE Seringal Nova Esperança, é uma Unidade de Conservação de Uso Sustentável, criada com o objetivo de conservar exemplares de castanheiras (Bertholletia excelsa), espécie de relevante interesse ecológico e abundante na área. Com intuito de resgatar o processo de criação da Reserva Extrativista Seringal Nova Esperança e no respeito ao cumprimento ao art. 7º do Decreto de Criação de 20 de agosto de 1999, que diz “A união poderá desapropriar a ARIE com a finalidade de transformá-la em Reserva Extrativista, disciplinada nos termos do Decreto nº 98.897, de 30 de janeiro de 1990”, a Universidade Federal do Acre – UFAC, juntamente com o ICMBio, realizou estudos relacionados a questões socioambientais, visando fornecer subsídios para saber da capacidade de se fazer cumprir o que pede a legislação ou direcionar para um novo caminho a gestão da Unidade de Conservação Seringal Nova Esperança (SILVA e AMARO, 2012). Neste contexto, este estudo é parte dos trabalhos que foram realizados na ARIE pela UFAC, buscando contribuir para melhorar a gestão da área e minimizar o processo de antropização. Informações sobre métodos de quantificação e de estoques de biomassa e de carbono, segundo Amaro (2010), viabilizam a elaboração e implementação de
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projetos de serviços ambientais, por diminuírem as incertezas sobre o potencial de estoque de carbono em florestas naturais. Estudar a biomassa e o carbono presentes na serapilheira é importante, pois este é um dos compartimentos da floresta que estocam biomassa, contribuindo no armazenamento de carbono. Pires et al., (2006) destaca que o compartimento serapilheira, juntamente com o solo, controlam vários processos fundamentais na dinâmica dos ecossistemas, como a produção primaria e a liberação de nutrientes. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi estimar o estoque de biomassa e carbono da serapilheira, na Área de Relevante Interesse Ecológico-ARIE Seringal Nova Esperança no município de Epitaciolândia, AC.
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2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 BIOMASSA Em decorrência da crescente preocupação do aquecimento global, cresce a busca por estudos que quantifiquem o carbono existente nos ecossistemas florestais, tendo em vista a grande importância que as florestas desempenham como fonte de sumidouro de CO2. Segundo Houghton; Hall e Goetz (2009), as florestas contêm de 70% a 90% da biomassa terrestre, tanto aérea quanto subterrânea. Esses mesmos autores dizem ainda, que 50% da biomassa vegetal correspondem a carbono. Nesse sentido, vale lembrar que existe uma crescente demanda por metodologias que quantifique o real teor de carbono existente nos distintos compartimentos
da
floresta.
Dentre
esses
compartimentos,
destaca-se
a
serapilheira, que é representada pela biomassa de galhos, ramos e outros matérias mortos
acumulados.
Segundo
a
FAO,
(2006),
a
serapilheira,
representa
aproximadamente 4% do estoque total de carbono existente em uma floresta tropical. Autores como Araújo et al., (1999), definem biomassa florestal como sendo toda quantidade expressa em unidade de massa do material lenhoso contido em uma unidade de área da floresta. Outra definição similar é citada por Larcher (1986) e Caldeira (2003), onde afirmam que a biomassa é constituída especialmente por carbono e por elementos minerais cujas concentrações variam, entre outros fatores, conforme a espécie, a fase de desenvolvimento, o estado nutricional, as características edafoclimáticas, a estação do ano e o componente arbóreo avaliado. Com base nisso, para efeito de clima é extremamente importante que se realize estimativas de biomassa florestal, pois está diretamente relacionada com os estoques de carbono que, por sua vez, são utilizados para quantificar o gás carbônico liberado na atmosfera durante o processo de degradação florestal (HIGUCHI et al., 1998). Pedrosa et al., (2013), diz que os componentes utilizados na medição da biomassa são: biomassa vertical acima do solo, composição das árvores e arbustos (fitossociologia), composição da serapilheira e troncos caídos (fitomassa morta acima do solo) e composição de raízes (biomassa abaixo do solo).
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Higuchi et al., (1998) e Nicoletti et al., (2012), comentam que as estimativas de biomassa podem ser feitas de duas formas: o método direto que consiste na derrubada de todas as árvores que ocorrem em parcelas fixas e no método indireto, que consiste em correlacioná-la com alguma variável de fácil obtenção e não requeira a destruição do material vegetal. Além disso, o método indireto pode ser feito através de equações de volume geradas pela cubagem rigorosa que são utilizadas para estimar volumes individuais de árvores e, estimar através de amostragem o volume de um determinado povoamento florestal. Amaro (2010), estudando uma floresta de Mata Atlântica em Viçosa-MG, estimou a biomassa total média em 227,4 t ha-1, sendo 181,48 t ha-1 (79,7%) acima do solo, 34,3 t ha-1 (15,2%) nas raízes e 11,62 t ha-1 (5,1%) na serapilheira. Ribeiro (2011), estudando a mata ciliar no município de Porto Acre-AC, estimou em média a biomassa verde total em 285,38 t ha-1, sendo que 128,43 t ha-1 encontrada estocada no fuste, 121,04 t ha-1 na copa, 5,06 t ha-1 nas folhas, 0,03 t ha1
nas flores e frutos e 30,82 t ha-1nas raízes (DAP ≥ 20 cm). Ainda nessa mesma linha de pesquisa, Araújo (2012), estimou o estoque de
biomassa na vegetação ciliar do Rio Acre no município de Brasiléia-AC, em 185,84 t ha-1, sendo que 84,99 t ha-1, 76,04 t ha-1, 3,42 t ha-1, 0,02 t ha-1 e 21,37 t ha-1 estocada no fuste, na copa, nas folhas, nas flores e frutos e nas raízes, respectivamente. Lima (2013), avaliando o estoque de biomassa da vegetação ciliar do Rio Acre no município de Xapuri, AC, com DAP ≥ 20 cm), obteve 204,086 t ha-1. Sendo, 86,021 t ha-1 estocada no fuste, 85,694 t ha-1 na copa, 3,486 t ha-1 nas folhas, 0,017 t ha-1 em flores e frutos e 20,645 t ha-1 nas raízes, considerando (DAP ≥ 20 cm). 2.2 CARBONO Os ecossistemas florestais em seus distintos compartimentos têm grande potencial no armazenamento de carbono, uma vez que as florestas removem parte do CO² da atmosfera através do processo da fotossíntese (SOARES et al., 2005); atuando dessa maneira, as florestas podem contribuir para a estabilidade ambiental. Surgindo a partir disso, o interesse por estudos de biomassa e conteúdo de carbono que são armazenados tanto na biomassa acima, quanto abaixo do solo (SILVEIRA et al., 2008). 15
Entretanto, observa-se a necessidade de estudos mais aprofundados de mensuração florestal, visando o desenvolvimento de técnicas e métodos para quantificar o estoque de carbono presente na biomassa florestal. Há vários estudos que indicam percentuais próximos a 50% com relação ao carbono estocado na biomassa, esse percentual tem sido aceito pelo Serviço Florestal Brasileiro (2010) como base de cálculo para estimativas de carbono em projetos de MDL. Entretanto, Sanquetta e Balminot (2004), alertam que o uso indiscriminado deste parâmetro (0,5) para conversão de biomassa em carbono pode gerar estimativas irreais. Houghton (1994; FEARNSIDE 1994, apud KOEHLER et al., 2002), comentam também que diferentes Biomas armazenam quantidades diferentes de carbono dentro da sua biomassa, podendo até mesmo variar em locais dentro do mesmo bioma. Houghton et al., (2001), estudando o Bioma Amazônia, consideraram que 50% da biomassa florestal corresponde a conteúdo de carbono. Nessa mesma linha de pesquisa, Schneider et al., (2005), também afirmam que no Bioma Amazônia 50% da matéria seca que constitui a biomassa é formada especialmente por carbono. Estimando o estoque de carbono em uma floresta estacional Semidecidual em Viçosa, MG, Amaro (2010), obteve um estoque total médio estimado em 108,98 t ha-1, na seguinte ordem: árvores vivas - DAP ≥ 5 cm (82,6%); para as árvores mortas - DAP ≥ 5 cm de (3,5%); para as espécies não arbóreas - DAP ≥ 5 cm de (4,2%); para as arvoretas - DAP < 5 cm e Hf ≥ 1,3 m (3,0%); para as mudas - Hf < 1,3 m (1,5%) e para a serapilheira (5,2%). Realizando um estudo em diferentes tipologias florestas no município de Boca do Acre, AM, Luizão et al., (2011), em uma Floresta Ombrófila Aberta Submontana dominada por Bambu, estimaram em média, na parte aérea 79,49 t ha-1, Floresta Ombrófila Aberta Submontana 135,90 t ha-1, Floresta Ombrófila Densa Submontana 155,01 t ha-1, Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas 154,67 t ha-1, Floresta Ombrófila Densa Aluvial 145,16 t ha-1. Ribeiro (2011), estudando a mata ciliar no município de Porto Acre, AC, estimou o carbono total em média de 88,05 t ha-1, sendo que 37,50 t ha-1 encontrada estocada no fuste, 35,34 t ha-1 na copa, 1,48 t ha-1 nas folhas, 0,007 t ha-1 nas flores e frutos e 9,00 t ha-1 nas raízes, considerando, (DAP ≥ 20 cm). 16
Também nessa mesma linha de pesquisa Lima (2013), avaliando o estoque de carbono em diferentes compartimentos da vegetação ciliar do Rio Acre no município de Xapuri, AC, obteve um total médio de 102,043 t ha-1. Sendo que, 43,011 t ha-1 estocada no fuste, 42,847 t ha-1 na copa, 1,743 t ha-1 nas folhas, 0,009 t ha-1 em flores e frutos e 10,323 t ha-1 nas raízes, considerando, (DAP ≥ 20 cm). 2.3 SERAPILHEIRA A serapilheira representa o maior caminho biológico da transferência de elementos da vegetação para o solo (XU E HIRATA, 2002). O seu processo de decomposição mantém os nutrientes no solo, influenciam a produção primária e regulam o fluxo de energia e os ciclos de nutrientes em ecossistemas florestais (WARING E SCHLESINGER, 1985). Além disso, a serapilheira também é um importante reservatório de nutrientes para as plantas, além de proteger o solo de forças erosivas, como chuvas (MORAES 2002). Portanto, entender os padrões de produção da serapilheira é fundamental para a compreensão da dinâmica e do funcionamento dos ecossistemas, bem como para seu monitoramento. Diversos são os fatores que podem influenciar a produção de serapilheira: clima, fertilidade do solo, composição de espécies na comunidade, estrutura da vegetação, estádio sucessional da floresta, perturbações antropogênicas na floresta e
no
entorno
(VITOUSEK
E
SANFORD
1986,
SONGWE et
al.,
1988,
SCHLITTLER et al. 1993, DELITTI 1995). A estrutura da floresta guarda forte relação com a produção de serapilheira. Songwe et al., (1988) e Schlittler et al., (1993) verificaram uma relação direta entre a produção de serapilheira e o desenvolvimento do dossel. Em florestas tropicais, existe uma tendência de maior produção de serapilheira na época de maior restrição hídrica às plantas para as florestas mais secas (florestas estacionais), enquanto que, à medida que o ambiente tem menos restrição hídrica, o período de maior produção de serapilheira vai se deslocando para a estação chuvosa (CESAR 1993, GREEN 1998). Caldeira et al., (2008) afirmam que trabalhos relacionados com a quantificação de serapilheira acumulada fornecem subsídios para um melhor entendimento da dinâmica dos nutrientes.
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O’connell, et al., (1997), assegura que em determinados locais da América do Sul a produção de serapilheira acumulada de florestas tropicais naturais variam entre 3,1 e 16,5 Mg ha¯1. Entretanto, Tanner (1980) estudando as florestas submontanas na Colômbia observou que há um maior acúmulo de serapilheira do que outras florestas tropicais naturais, obtendo valor máximo (16,5 Mg ha-1). Morellato (1992) estudando cinco florestas semidecíduas no sudeste do Brasil, obteve valores que variaram de 5,5 Mg ha-1 a 8,6 Mg ha-1. Entretanto, Cunha (1997) realizou estudo de biomassa na serapilheira acumulada em Floresta Estacional no Rio Grande do Sul, em diferentes estágios de sucessão: capoeira com 13 anos, capoeirão com 19 anos e floresta secundária com mais de 30 anos, nas quais foram encontrados os seguintes valores: 4,2 Mg ha-1, 5,6 Mg ha-1
e 6,0 Mg
ha-1, respectivamente. Brun et al., (2001) na Floresta Estacional Decidual no Rio Grande do Sul, também realizaram a quantificação de biomassa da serapilheira acumulada em diferentes estágios sucessionais, foram considerados os seguintes estágios de sucessão e a quantidade de serapilheira acumulada: capoeirão (5,1Mg ha-1), floresta secundária (5,7 Mg ha-1) e floresta madura (7,1 Mg ha-1). Vidal et al., (2007) diz que muitas vezes, uma das causas do manejo inadequado das florestas é o desconhecimento dos fatores que sustentam a alta produção de biomassa e, ainda, concomitantemente, que conservam a fertilidade do solo. 2.4 VARIABILIDADE ESPACIAL DA VEGETAÇÃO De acordo com Caldeira et al., (2008) e Godinho (2011), a variação na quantidade de serapilheira acumulada nos solos florestais entre as diferentes plantações tropicais, expressa a influência dominante das características das espécies, idade dos povoamentos, taxa de incremento, condições climáticas, propriedades do solo, intensidade da cobertura florestal, bem como do estágio sucessional. Não só o estagio sucessional e os fatores citados acima, mas também outros podem influenciar na serapilheira acumulada, conforme O’Connell e Sankaran (1997): baixo nível de nutrientes na serapilheira e no solo; condições desfavoráveis para a decomposição como déficit de água no solo e na serapilheira; temperaturas muito altas ou baixas; pH alto ou baixo; propriedades físico-químicas da serapilheira 18
como folhas, conteúdo de substâncias (lignina, celulose, hemicelulose); baixa densidade da população de organismos decompositores e época de coleta. Lugo et al., (2008) também relacionam a produção de serapilheira com os fatores climáticos. Apesar de existirem poucos estudos relacionando a produção de serapilheira com os fatores de sítio. 2.5 UNIDADE DE CONSERVAÇÃO As unidades de conservação (UC's) são uma das formas encontradas pelo poder público para garantir a preservação de fragmentos de diversos biomas ameaçados, mantendo assim a sobrevivência de parte dessa biodiversidade. As Unidades de Conservação estabelecidas pela SNUC são Federais, Estaduais e Municipais e estão divididas, segundo a Lei 9.985/2000, em dois grupos com características diferentes: as de proteção integral - têm como objetivo de acordo com SNUC (2000, p.4) “preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos nesta Lei” e as de uso sustentável - têm como objetivo de acordo com Brasil (2000, p.4) “compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais”. 2.5.1 ÁREA DE RELEVANTE INTERESSE ECOLÓGICO – ARIE A ARIE é uma Unidade de Conservação federal e está inserida no grupo de uso sustentável, estando dentro das categorias previstas no Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Atualmente, o Estado do Acre abriga uma das 13 Unidades de Conservação federais existentes no Brasil, e tem como objetivo preservar exemplares raros da biota regional e manter os ecossistemas naturais de importância regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas, de modo a compatibilizá-lo com os objetivos de conservação da natureza.
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3 MATERIAL E MÉTODOS 3.1 ÁREA EXPERIMENTAL O presente estudo foi desenvolvido na Área de Relevante Interesse Ecológico ARIE Seringal Nova Esperança, localizada no km 32 da BR 317, ramal Porto Rico no município de Epitaciolândia – Acre (Figura1).
Figura 1. Mapa do Acre com destaque para a localização da ARIE Seringal Nova Esperança no Município de Epitaciolândia (SIVA, E. F. 2013). O clima segundo a classificação de koppen é do tipo equatorial quente e úmido com duas estações: seca e chuvosa. A estação seca se estende de junho a setembro, apresentando médias mensais inferiores a 60mm de precipitação. A estação chuvosa compreende o período que vai de outubro a abril, apresentando chuvas constantes, recebendo a denominação de inverno, época em que se registra médias superiores a 110mm/mês de precipitação.
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A ARIE Seringal Nova Esperança foi criada pelo Decreto Presidencial n° 20 de agosto de 1999, com uma área total de 2.573,97 ha (ICMBIO, 2013). Teve por motivação a conservação de exemplares de castanheiras (Bertholletia excelsa), espécie de relevante interesse ecológico e abundante na área. 3.2 COLETA DE DADOS Diferentes métodos são utilizados para quantificar estoque de biomassa e carbono, conforme o compartimento a ser estudado. Neste estudo a coleta de dados ocorreu uma única vez no mês de julho de 2011, durante a expedição que visava realizar estudos socioeconômicos e caracterizar a composição florística e fazer a análise fitossociológica da vegetação da ARIE Seringal Nova Esperança. Para a quantificação da serapilheira acumulada foram lançadas de forma aleatória 20 parcelas de (2,5 m x 2,5 m), representando uma intensidade amostral de 4,86% da área. Toda a serapilheira (material fragmentado, em decomposição) depositada no interior de cada parcela foi coletada e pesada no campo, em balança digital de mão. Para determinação do peso seco, retirou-se uma pequena amostra de cada parcela, esta amostra foi pesada ainda em campo para determinação do peso úmido, após foi acondicionada em sacos plásticos devidamente identificados e enviada a Laboratório na UFAC para secagem. No laboratório, as amostras foram secas em estufa de renovação e circulação forçada de ar a uma temperatura de 75 ± 2 ºC até atingir peso constante para determinação do peso seco. 3.3 ESTIMATIVA DE BIOMASSA E DE CARBONO Para a obtenção da biomassa (peso seco), em cada parcela utilizou-se à seguinte expressão. (SOARES et al., 2006): .
/
Em que: PS (c) = biomassa seca, em kg; PU (c) = biomassa úmida, em kg; PU (a) = peso de matéria úmida da amostras levada ao laboratório, em kg; e PS (a) = peso de matéria seca da amostra, em kg. 21
Considerou-se para conversão de biomassa seca em carbono a recomendação do Serviço Florestal Brasileiro (2010), onde o mesmo pondera que 50% da biomassa seca seja carbono. Além disso, na maioria das literaturas consultadas, o teor de carbono elementar presente na constituição da matéria seca (biomassa) de diferentes partes da árvore também está em torno de 50%. Sendo assim a obtenção de carbono foi representada pela seguinte fórmula: EC = B * 0,5 Em que: EC = Estoque de Carbono B = Biomassa. 3.4 ANÁLISES ESTATÍSTICAS Após, a obtenção da biomassa (peso seco), na expressão de Araújo (2006), os valores foram convertidos para toneladas por hectare (t ha-1). Nas analises estatísticas, foram calculados os parâmetros para método aleatório, conforme saber: Média, Variância, Variância da média, Desvio Padrão, Erro padrão, Erro amostral absoluto, Erro amostral relativo, coeficiente de variação e intervalo de confiança (limite inferior e superior).
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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Na ARIE Seringal Nova Esperança em Epitaciolândia a média de biomassa seca e carbono foi estimado respectivamente em, 5,82 t ha-1 e de 2,9 t ha-1. O maior valor para biomassa seca e carbono foi encontrado na parcela 4, respectivamente 11,37 e 5,69 t ha-1. O menor valor foi encontrado na parcela 16, com 2,66 t ha-1 para biomassa e 1,33 t ha-1 para carbono (Tabela1). A média de umidade contida na serapilheira foi de 27,4% (Tabela 1). Provavelmente este valor baixo se deve a estiagem de chuva que ocorre no mês de junho, época em que foi realizada a coleta dos dados. Foi calculado também para a área em estudo, um intervalo de confiança que variou de 4,87 a 6,76 para biomassa seca e 2,44 a 3,38 para o carbono. O Erro Amostral Relativo para uma probabilidade de 95%, para a biomassa seca e carbono foi de 16,20%, e para teor de umidade, o valor foi 13,08% (Tabela 1). As estimativas de estoque de biomassa e carbono encontrados na ARIE Seringal Nova Esperança são similares quando comparados aos valores encontrados por Santos e Amaro (2013), onde os mesmos estudando a vegetação ciliar da Estação Ecológica - ESEC do Rio Acre, no Bioma Amazônia no município de Assis Brasil – AC, obtiveram estimativas médias de 5,87 t ha-1 e 2,82 t h-1 de biomassa e carbono, respectivamente. Lobo et al., (2008), obteve valores de biomassa em serapilheira variando de 5,49 a 6,0 t ha-1 em floresta de transição Amazônia - Cerrado ao Norte do Estado de Mato Grosso. Valores aproximados ao encontrado neste estudo. Os valores encontrados neste estudo para serapilheira são menores se correlacionar com o trabalho de Ribeiro (2011), que obteve estimativas de 7,13 t ha-1 de biomassa e 3,57 t ha-1 de carbono na vegetação ciliar do Rio Acre, no município de Porto Acre – AC.
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Tabela 1- Biomassa seca e Teor de carbono total estocado na serapilheira da ARIE Seringal Nova Esperança no município de Epitaciolândia, AC N° de Parcelas Biomassa t ha¯1 Carbono t ha¯1 Umidade% 1 5,94 2,97 23,00 2 6,75 3,38 23,30 3 6,93 3,47 21,70 4 11,37 5,69 17,80 5 5,29 2,65 20,30 6 5,09 2,54 26,90 7 4,61 2,30 16,50 8 7,44 3,72 23,50 9 4,00 2,00 23,50 10 4,96 2,48 24,00 11 7,72 3,86 31,00 12 5,67 2,83 21,10 13 3,68 1,84 28,40 14 3,56 1,78 42,00 15 3,52 1,76 26,80 16 2,66 1,33 41,20 17 5,46 2,73 28,80 18 7,3 3,65 40,20 19 6,78 3,39 30,60 20 7,62 3,81 38,00 MÉDIA (t ha-1) COEFICIENTE DE VARIAÇÃO (%) VARIÂNCIA VARIÂNCIA DA MÉDIA DESVIO PADRÃO (t ha-1) ERRO AMOSTRAL RELATIVO (%) ERRO AMOSTRAL ABSOLUTO ERRO PADRÃO (t ha-1) LIMITE SUPERIOR (t ha-1) LIMITE INFERIOR (t ha-1)
5,82 0,346 4,0525 0,2026 2,0131 16,20 0,9422 0,4501 6,76 4,87
2,90 0,346 1,0131 0,0507 1,0065 16,20 0,4711 0,2251 3,38 2,44
27,40 0,28 58,7691 2,9385 7,6661 13,08 3,5878 1,7142 31,02 23,85
Entretanto, observam-se valores inferiores no trabalho desenvolvido por Lima (2013), que estimou um total médio de 4,46 t ha-1 de biomassa e 2,32 t ha-1 de carbono na serapilheira da vegetação ciliar do Rio Acre, no município de Xapuri, AC. Werneck et al., (2001), obtiveram valores médios estimados em 6,58 t h-1 de biomassa e 5,09 t h-1 de carbono da serapilheira no Bioma Mata Atlântica, em florestas semidecíduas na Estação Ecológica do Tripuí, Ouro Preto – MG.
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Em estudo realizado no Bioma Mata Atlântica, em floresta Estacional Semidecidual Montana em Viçosa – MG, Amaro (2010), obteve valores médios para serapilheira de 11,62 t ha-1 e 5,64 t ha-1 de biomassa e carbono, respectivamente. Estes valores foram acima dos encontrados neste estudo, para a biomassa média e teor de carbono. Domingos (1997), também obteve valor médio superior ao encontrado nesse estudo, para o conteúdo de biomassa seca, quando avaliou a produção de serapilheira na Reserva Biológica de Paranapiacaba, SP, em Floresta Ombrófila Densa, no Bioma Mata Atlântica, obtendo 7,007 t ha-1 de biomassa seca. No mesmo Bioma, na cidade de São Paulo, SP, Hora et al., (2008), obtiveram uma estimativa de biomassa em serapilheira de 12,221 t ha-1. Alves et al., (2006) no Bioma Caatinga, com o objetivo de avaliar e estimar o quantitativo de serapilheira existente na Reserva Particular do Patrimônio Natural RPPN da Fazenda Tamanduá em Santa Terezinha – PB, constataram a produção biomassa seca total de 0,90 t ha-1. Valor este inferior ao encontrado neste estudo. Ao compararmos valores obtidos na área em estudo com trabalhos de diferentes formações florestais, ou seja, entre diferentes biomas, tornam-se difíceis em função da pouca existência de literatura que verse sobre o assunto. Além disso, as metodologias empregadas nessas diferentes formações dificultam ainda mais a comparação de dados. É importante ressaltar, que todos os resultados corroboram com a afirmativa citada no trabalho de Amaro (2010), em que florestas apresentam diferenças na produção de biomassa, tanto em diferentes biomas, quanto para o mesmo tipo, pois diversos fatores influenciam essa produção em áreas florestais, principalmente nativas, entre eles, fatores climáticos, tipo de solo, relevo, hidrografia e variação genética dentro de uma espécie e entre espécies.
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5 CONCLUSÃO Quando comparados a trabalhos desenvolvidos no Bioma Amazônia, os valores médios para biomassa e carbono na serapilheira, estão dentro do esperado. Comparados, porém a trabalhos desenvolvidos em biomas distintos, os dados divergiram moderadamente. Com o presente estudo foi possível quantificar o estoque de biomassa e carbono acumulado na ARIE Seringal Nova Esperança, sendo este um dado relevante para a estratégia de conservação do ecossistema florestal presente na área, com a possibilidade futura de implementação de projetos de serviços ambientais por sequestro de carbono.
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS São necessários mais estudos científicos para obtenção de resultados com um menor erro amostral, em relação aos valores de biomassa e carbono estocados na serapilheira da ARIE Seringal Nova Esperança; visando evidenciar a importância da valorização e conservação de florestas nativas e redução das emissões de gases na atmosfera. Deve ser dada prioridade a avaliação de estudos em Unidades de Conservação, tendo em vista, a segurança fundiária dessas áreas.
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