Março 2014 | Ano XX | Nº127
Um jornal para novos tempos
Rede de alta capacidade dará suporte à transmissão da Copa Págs. 6 e 7 Págs. 6 e 7
termossolar
Geração eólica
SUSTENTABILIDADE
capacitação
Empresa inicia medições
Construção de parque atrai visitantes
Energia verde abastece Edifício-sede
Preparo para inspeção de linhas
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2 editorial
Estrutura para a Copa Com um sistema de telecomunicações bastante consolidado, a Eletrosul tem procurado ampliar sua atuação nesse segmento. Em parceria com a Telebras, irá dispor de uma rede de comunicação óptica de altíssima capacidade para assegurar a qualidade na transmissão
dos jogos da Copa do Mundo, que serão disputados em Curitiba e Porto Alegre. Esse é o tema principal desta edição, que mostra, ainda, o vanguardismo da Eletrosul nas prospecções para geração termossolar e outros projetos de caráter socioambiental. Boa leitura!
EXPEDIENTE
Diretoria Executiva Diretor-Presidente Eurides Luiz Mescolotto Diretor de Engenharia e Operação Ronaldo dos Santos Custódio Diretor Financeiro Antonio Waldir Vittori Diretor Administrativo Paulo Afonso Evangelista Vieira Conselho Editorial Cleiton Luis Rezende Cabral Laércio Faria Luiz Ricardo Machado Ronaldo Bauer Lessa Rubem Abrahão Gonçalves Filho Gerente ACS Sandra da Silva Peres speres@eletrosul.gov.br Coordenação Jonatas Andrade jonatas.silva@eletrosul.gov.br Edição Andréa Lombardo andrea.lombardo@eletrosul.gov.br Jonatas Andrade jonatas.silva@eletrosul.gov.br Textos Anahi Gurgel Andréa Lombardo Gilberto Del Pozzo Umberto Caletti Edição de Fotografia Hermínio Nunes Fotos Arquivo DDOM/DGI Arquivo CHTP Arquivo Construtora Integração Arquivo Costa Oeste Transmissora Arquivo Eólicas do Sul Arquivo ESBR Arquivo Marumbi Transmissora Arquivo TSBE Arquivo TSLE Arquivo WEG Charles Dalprá Hermínio Nunes Projeto Gráfico Agenciamob Conteúdo e Projeto Editorial
Entre a Subestação Salto Santiago e a Hidrelétrica Salto Santiago (1.420 MW), no Paraná, foi instalado em 1980 o primeiro cabo dielétrico multimodo aplicado ao setor elétrico. Acoplado a equipamentos ópticos, tinha funções vitais para teleproteção e comunicação da maior usina da Eletrosul na época.
Giusti Comunicação Integrada Tiragem 4.500 exemplares Periódico editado pela ACS – Assessoria de Comunicação Social e Marketing Rua Dep. Antônio Edu Vieira, 999, Pantanal Florianópolis/SC CEP 88040901 Fone (48) 3231.7269 / 3231.7075 www.eletrosul.gov.br
No detalhe, equipamento eletrônico de transmissão ótico instalado no lado da SE Salto Santiago, que era acoplado ao cabo dielétrico. Desativado há cinco anos, esse equipamento está conservado e em condições de funcionamento.
DESTAQUE 3
Eletrosul agora - Março 2014
energia SOLAR
Medições já começaram Empresa investiu cerca de R$ 1,5 milhão na instalação de estações solarimétricas para pesquisar potencial de geração Os níveis de radiação solar e seu potencial para geração de energia elétrica já começaram a ser avaliados pela Eletrosul em três dos estados onde atua a empresa. Foi concluída em meados de março a instalação de seis unidades de medição, com investimento de aproximadamente R$ 1,5 milhão. Chamadas estações solarimétricas, elas integram empreendimentos no Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Rondônia. Essa etapa inicial ainda será de ajustes nos equipamentos e no sistema de coleta dos dados. A expectativa é que a partir de abril as informações, que irão embasar os estudos de viabilidade técnica e financeira de plantas de geração em grande escala, comecem a ser consolidadas. As alternativas tecnológicas mais adequadas – fotovoltaica ou termossolar – também serão objeto de análise. “Até agora, as prospecções para implantação de usinas termossolares ou CSP (sigla em inglês para energia solar concentrada), no Brasil, têm se restringido mais ao campo da pesquisa”, observou o gerente do Departamento de Engenharia de Geração da Eletrosul (DEG), Franklim Lago. Segundo ele, a empresa é uma das primeiras concessionárias do setor elétrico a avaliar a possibilidade de uso da tecnologia,
ainda nova no País, para geração comercial. No Rio Grande do Sul, as estações solarimétricas foram instaladas junto da Conversora Uruguaiana, no município de mesmo nome, e outra na área da Usina Hidrelétrica Passo São João, em Roque Gonzales. Em Mato Grosso do Sul, são três unidades: junto da Usina São Domingos, em Água Clara, e das subestações de Dourados e Anastácio. Em Rondônia, a estação foi instalada na área da Subestação Coletora Porto Velho.
Funcionamento Cada estação solarimétrica dispõe de equipamentos para medição da radiação (direta, total e difusa) e de outras variáveis que podem interferir na produtividade de uma usina fotovoltaica ou solar concentrada como, por exemplo, direção e intensidade dos ventos, temperatura ambiente, umidade relativa do ar, pressão atmosférica e intensidade de chuvas. Painéis fotovoltaicos ligados a um banco de baterias garantem a autonomia no suprimento de energia para o funcionamento dos equipamentos. Os dados coletados nas estações solarimétricas são armazenados em um dispositivo eletrônico (datalogger) e transmitidos para a sede da Eletrosul, em Florianópolis (SC), onde os técnicos do DEG com ajuda de um software farão o processamento e análise das informações. Os técnicos que farão a manutenção básica das estações solarimétricas passaram por treinamento realizado pela fornecedora, que representa, no Brasil, uma das maiores fabricantes de equipamentos de medição.
4 canteiro de obras
MARÇO de 2014 AMPLIAÇÃO DO COMPLEXO EÓLICO CERRO CHATO
78 MW Quatro dos seis aerogeradores do Parque Eólico Cerro Chato V, em Sant’Ana do Livramento (RS), já estão operando em testes. Nas outras duas máquinas, está sendo finalizada a montagem eletromecânica. O Parque Cerro Chato IV, também parte da ampliação, entrou em operação comercial plena em 1º março.
RS N
Capacidade de atendimento: 447.000 habitantes
megawatt solar
uhe teles pires
1.820 MW Capacidade de atendimento: 6.500.000 habitantes
PA
Casa de força - vista da unidade geradora 5 para a UG 1, entre os eixos A e B.
MT N
COMPLEXO EÓLICO GERIBATU
258 MW RS N
Capacidade de atendimento: 1.600.000 habitantes
Os 15 aerogeradores do Parque Geribatu VII estão em fase de montagem.
Foi concluído todo o cabeamento de corrente contínua, que liga os móSC dulos fotovoltaicos aos inversores, N bem como a rede de aterramento dos painéis e equipamentos instalados na cobertura do edifício-sede. Os trabalhos estão concentrados no cabeamento de corrente alternada para conectar os inversores aos transformadores e cubículos de média tensão.
1
MW
Capacidade de atendimento: 570 residências
canteiro de obras 5
Eletrosul agora - Março 2014
canteiro de obras lt sul brasileira
se curitiba leste
525 230
672
Curitiba
MVA
+LT
525 kV
Extensão: 29,4km
Capacidade de atendimento: 900.000 habitantes
N
Cravação de estacas helicoidais da LT 525kV, que interligará a nova subestação à já existente SE Curitiba.
LINHÃO DO MADEIRA - CIRCUITO 2
kV kV
781 km de extensão: RS N
494 km em 525kV 287 km em 230 kV
Vista parcial da obra da Subestação Camaquã 3 (230kV/69kV), com destaque para casa de controle (esquerda), transformadores de potência (ao fundo), montagem de barramentos altos e início da instalação dos equipamentos principais.
UHE JIRAU
3.750
600 kV N
MW
Maior LT de 600 kV do mundo, com 2.412 Km de extensão
RO N
Capacidade de atendimento: 34.100.000 habitantes
Vista de jusante da casa de força da margem esquerda com a sua segunda fase em obras civis.
Processo de lançamento do cabo condutor no município de Alto Paraguai (MT).
INTERLIGAÇÃO BRASIL – URUGUAI
LT SUL LITORÂNEA
525 230
kV kV
60 km em 525 kV 3 km em 230 kV SE Candiota: 525/230 kV 672 MVA
Equipe trabalhando na instalação de torre, na área da Lagoa Mirim, dentro da Estação Ecológica do Taim, na divisa dos municípios de Santa Vitória do Palmar e Rio Grande.
525 kV RS N
Extensão: 487 km
Montagem com guindaste da última torre do trecho brasileiro da linha de 525 kV. Responsável pela interligação no lado brasileiro, a Eletrosul já concluiu a concretagem de todas as fundações e mais de 64% da montagem das torres. Cerca de 10% dos cabos foram lançados. Na LT de 230 kV falta apenas realizar o lançamento de cabos em um dos sete vãos.
6 ESPECIAL telecomunicações
Suporte à transmissão da Copa
Estádio Beira-Rio
Estrutura da Eletrosul e Telebras permitirá aos torcedores acompanhar, em alta definição, os jogos disputados em Porto Alegre e Curitiba será usada para transmissão das disputas, em Todos os jogos da Copa do Mundo de 2014 alta definição e simultaneamente, via TV e indisputados nas cidades-sede de Porto Aleternet, atendendo aos gre (RS) e Curitiba (PR) requisitos de qualidaserão transmitidos a de exigidos pela Fedepartir da estrutura de Além de otimizar os recursos ração Internacional de telecomunicação da para prestação conjunta de Futebol (Fifa). Eletrosul, em parceria serviços e reduzir custos com A expansão da rede com a Telebras. As emequipamentos, a parceria com da Eletrosul e Telebras presas estão concluindo a Telebras deixará um legado envolve a instalação a ampliação de 80 gigapositivo para o País de equipamentos de bits por segundo (Gbps) última geração, com para 1.600 Gpbs de seu Marcos Benedetti tecnologia nacional, sistema de comuniem 22 subestações da empresa. Ao todo, o cação óptica de alta velocidade – chamado sistema DWDM da Eletrosul, que atenderá DWDM. Parte dessa estrutura ao mundial, abrange 1,6 mil quilômetros de linhas de transmissão que atravessam os municípios de Porto Alegre, Caxias do Sul, Gravataí, São Francisco de Paula e Nova Santa Rita, no Rio Grande do Sul; Tubarão, Florianópolis, Capivari de Baixo, Palhoça, São José, Biguaçu, Itajaí, Blumenau e Joinville, em Santa Catarina; Curitiba, Ivaiporã, São Mateus do Sul, Pinhão, Manoel Ribas e Londrina, no Paraná; e
as cidades paulistas de Assis, Bauru e Araraquara. A parceria entre as empresas está prevista em contrato técnico-operacional e comercial firmado em agosto de 2013, que contempla ações para implantação do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). “Além de otimizar os recursos para prestação conjunta de serviços e reduzir custos com equipamentos, a parceria com a Telebras deixará um legado positivo para o País, especialmente para o desenvolvimento de ações de inclusão digital”, destacou o gerente do Departamento de Telemática, Marcos Romeu Benedetti. A rede própria e de swap de telecom da Eletrosul – backbone – tem 10,2 mil quilômetros de fibras ópticas em cabos OPGW (para-raios nas linhas de transmissão), ADSS (cabo óptico autossustentado) e dielétricos.
Eletrosul agora - Março 2014
Arena da Baixada
especial 7
Segurança e confiabilidade sistentes a rompimentos e não suscetíveis a A partir do Decreto Federal nº 8.135, de 4 vandalismos, o que diminui o grau de vulnede novembro de 2013, o acordo técnico-operabilidade da informação e aumenta disporacional e comercial firmado com a Telebras nibilidade do tráfego de dados importantes passou a ter ainda mais relevância. Instituípara o País”, acrescentou. da em resposta às denúncias de espionagem Ainda como resultado da parceria com a internacional, que vieram à tona em outubro Telebras, a Eletrosul está implantando uma do ano passado, a legislação estabelece que rede de comunicação que interliga as empreas comunicações de dados da administrasas Eletrobras. Nas sedes da holding, no Rio ção pública federal direta, autárquica e funde Janeiro e Brasília, dacional devem ser em Furnas, CGTEE realizadas por redes e Eletronorte, já fode telecomunicaCertos de que as telecomunicações ram ativados cirções e serviços de são extremamente estratégicas cuitos de 1 Gbps de tecnologia da inpara o desenvolvimento nacional, velocidade, cedidos formação forneestamos intensificando nossas pela Eletrosul. cidos por órgãos ações no segmento “Certos de que as ou entidades da Ronaldo Custódio telecomunicações administração são extremamente pública federal, estratégicas para o desenvolvimento nacioincluindo empresas públicas e sociedanal, estamos intensificando nossas ações no des de economia mista da União e suas segmento, o que vem contribuindo para a resubsidiárias. construção da Telebras, para a regulação de Para o gerente de vendas da Telebras, preços no mercado e para a segurança e conArthur Achilles Dayrell Santos, a infrafiabilidade do sistema”, ressaltou o diretor de estrutura de telecomunicações da EleEngenharia e Operação da Eletrosul, Ronaldo trosul é essencial para o cumprimento dos Santos Custódio. Desde 2005, a empresa do decreto. “Instalados em unidades está autorizada pela Agência Nacional de Tefísicas federais e suspensos nas linhas lecomunicações (Anatel) a prestar serviços de transmissão, os cabos OPGW por de comunicação multimídia. onde passam as fibras ópticas são re-
8 GERAL geração eólica
Incremento ao turismo
Centro de Visitantes atrai olhares para os empreendimentos da Eletrosul na fronteira do Brasil com o Uruguai Os aerogeradores erguidos nos complexos eólicos da Eletrosul no Rio Grande do Sul não apenas geram energia como também atraem centenas de visitantes. São pessoas oriundas de diversas localidades, inclusive cidades uruguaias, que querem conhecer de perto os gigantes que produzem energia a partir dos ventos. Para atender a esse público, a empresa instalou um Centro de Visitantes, em Santa Vitória do Palmar, onde está sendo implantado o Complexo Eólico Geribatu, um dos maiores da América Latina. Em menos de um mês de funcionamento, aproximadamente 500 pessoas já passaram pelo Centro de Visitantes. “A maior parte é de uruguaios que estão de passagem pela região e aproveitam para parar e conhecer o parque”, observou o gerente do Centro Regional de Manutenção e Apoio à Operação de Santa Vitória do Palmar, Jorge Dimer. O receptivo foi montado, provisoriamente, em um contêiner ao lado de um aerogerador, o que permite às pessoas terem uma noção do tamanho das torres,
que têm 78 metros de altura, o equivalente a um prédio de 25 andares.
Sant’Ana do Livramento No Complexo Eólico Cerro Chato, em operação desde 2011, em Sant’Ana do Livramento, o Centro de Visitantes será transferido, até o final do ano, para uma estrutura moderna, sustentável e com capacidade para receber centenas de visitantes por dia. A ordem de serviço para o início da obra foi assinada no final de fevereiro entre prefeitura, Eletrosul e a empreiteira. O centro terá uma área total de 406 metros quadrados, incluindo um prédio central e três quiosques externos. O receptivo terá sala de exposição de fotos, vídeos e maquetes do primeiro complexo eólico da Eletrosul, além de auditório para palestras educativas e técnicas. A energia no local será gerada a partir de um sistema híbrido (fotovoltaico e eólico). Localizado na parte mais alta do complexo, o Centro de Visitantes terá ainda um terraço que funcionará como um mirante, permitindo visão panorâmica dos parques eólicos.
Complexo Eólico Chuí em obras Iniciada em fevereiro a mobilização do canteiro de obras para implantação de dois primeiros parques do Complexo Eólico Chuí – empreendimento da Eletrosul e Rio Bravo Energia I – Fundo de Investimentos em Participações. Nessa etapa inicial, serão abertas e recuperadas as estradas que darão acesso aos 23 aerogeradores dos parques Chuí 6 e 7. O complexo terá, ao todo, seis parques com
72 unidades geradoras, que têm potência instalada de 144 megawatts (MW), suficiente para atender o consumo de cerca de 900 mil habitantes. O investimento total previsto é de R$ 600 milhões. Paralelamente à abertura de acessos, serão construídas as plataformas onde serão instalados as torres e componentes dos aerogeradores. A etapa seguinte é de montagem das armações e concretagem
das bases. Para o início das obras nos demais parques ainda é aguardada a licença ambiental por parte do órgão estadual. A Eletrosul já tem projeto de investir mais R$ 100 milhões, aproximadamente, para ampliar o Complexo Eólico Chuí em 17 MW, o que elevará a capacidade instalada para 161 MW. O novo parque foi licitado no Leilão A-3 realizado em novembro do ano passado.
GERAL 9
Eletrosul agora - Março 2014
DESEMPENHO OPERACIONAL
Inovação tecnológica
Investindo em capacitação Empresa oferece treinamento para que profissionais de manutenção possam atuar na inspeção técnica das linhas A meta da Eletrosul de formar como inspetores todos os 92 empregados, que atuam na manutenção das linhas de transmissão, nas áreas descentralizadas, foi atingida no mês de fevereiro, com um curso realizado em instalações da empresa na Grande Florianópolis, com 21 participantes. Os novos inspetores atuarão em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul. A formação de inspetor de linhas de transmissão envolve um treinamento específico, com duração média de duas semanas. Além dos conceitos básicos e critérios a serem observados nas vistorias, são tratados assuntos como segurança no trabalho e meio ambiente. Na etapa prática, os técnicos vão a campo verificar as condições das linhas de transmissão e subestações. A atividade pode ser feita em solo ou subindo nas torres – equipados com binóculos e medidores ultrassônico de distância, de aterramento e de resistência – ou, ainda, por via aérea, com o uso de helicópteros.
“Além de profundo conhecimento sobre linhas de transmissão de energia, o inspetor precisa ter ‘olhos de águia’ para verificar o estado geral dos componentes e identificar as mais de 130 anormalidades listadas no roteiro de inspeção, possibilitando a programação de manutenções preventivas e corretivas, primordiais para garantir a flexibilidade e confiabilidade do sistema”, ressaltou o gerente da Divisão de Engenharia de Manutenção de Linhas de Transmissão, Erni José Nicodem.
Estão prontos e prestes a serem transportados para o canteiro de obras, em Santa Vitória do Palmar (RS), os dois compensadores síncronos que serão instalados na Subestação Marmeleiro. A unidade integra o sistema de transmissão que irá escoar a energia dos parques eólicos da Eletrosul e parceiros, em implantação no extremo Sul gaúcho, além de integrar a região ao Sistema Interligado Nacional (SIN). A montagem desses equipamentos foi um projeto inédito para a fabricante WEG e é uma novidade no sistema da Eletrosul, considerando as dimensões e potência das máquinas. “Esses são os dois primeiros compensadores síncronos rotativos de grande porte já produzidos no Brasil. Eles foram fabricados em Jaraguá do Sul, em menos de 10 meses, tempo recorde para a construção de uma máquina desse tamanho”, relatou o diretor superintendente da WEG Energia, Sinésio Tenfen. Cada equipamento tem 11 metros de comprimento, 7 metros de altura e 310 toneladas. Os compensadores síncronos rotativos são usados em grandes sistemas elétricos de geração e transmissão de energia. No caso dos empreendimentos do extremo Sul gaúcho, os equipamentos são indispensáveis para manter os níveis de tensão do sistema sob controle e, ainda, elevar o nível de curto circuito para permitir a geração eólica. A energia proveniente de fontes eólicas gera grande variação de tensão na rede, fator que exige o sistema de compensação. As obras desse sistema de transmissão estão sob responsabilidade da Transmissora Sul Litorânea de Energia (TSLE) – empresa constituída pela Eletrosul (51%) e Companhia Estadual de Geração e Transmissão de Energia Elétrica - CEEE-GT (49%).
10 empresa gestão
Jurídico reformula procedimentos Adequações deram dinamismo ao trabalho, o que tem refletido positivamente no resultado das ações A Assessoria Jurídica (AJU) da Eletrosul está finalizando a elaboração de normas e procedimentos, que irão consolidar as diretrizes de gestão adotadas pela área ao longo dos últimos anos. São práticas e ferramentas modernas de gestão e controle, que deram mais dinamismo às rotinas de trabalho, mais qualidade e segurança jurídica, além de garantir maior percentual de êxito no resultado das ações judiciais e a consequente redução de gastos. O gerente da AJU, Fabiano Marcos Zwicker, explica que as normas que estão sendo criadas disciplinam e padronizam o gerenciamento do processo do contencioso, que são as demandas judiciais, e de consultoria jurídica, que envolvem análises e pareceres. O fluxo de trabalho é feito com base em mapeamento e boas práticas de gestão que incluem, por exemplo, o controle redundante de prazos, distribuição das demandas, procedimentos de análise de risco das ações, provisionamento do passivo junto à contabilidade da empresa e os tipos de manifestação jurídica que são prestadas pela consultoria. “Além de otimizar as atividades
da área, as adequações atendem aos preceitos do controle de risco, prática de governança corporativa bastante observada pelo mercado”, acrescentou Zwicker. As adequações na organização da AJU começaram a ser implantadas, em 2006, momento em que a empresa retomava as atividades de geração, o que resultou em aumento da demanda por serviços jurídicos, por conta, principalmente, da formalização de parcerias societárias e processos de regularização fundiária decorrentes da implantação de novos empreendimentos. Uma das mudanças implementadas foi a distribuição do trabalho por áreas do Direito, que são divididas em cinco setores, e a criação de mais um nível de controle, com a implantação de três coordenadorias. Hoje, a área conta com 24 profissionais e cinco estagiários. “As coordenadorias definem as estratégias e os profissionais em seus respectivos setores promovem o atendimento dinâmico aos vários departamentos da Eletrosul com a melhor técnica jurídica possível, não só para suprir as expectativas, mas para evitar a dispersão e o retrabalho”, avaliou o gerente. Entre as medidas estão, ainda, a adoção de um software para gerenciar processos e análises, ampliação do quadro de prepostos e credenciamento de advogados e escritórios de advocacia para atendimento das áreas descentralizadas.
Resultados Para o gerente da AJU, a otimização nos processos de trabalho tem refletido, diretamente, nos resultados obtidos junto ao Judiciário. Nos últimos dois anos, somente na área trabalhista, foram 198 decisões favoráveis e outras 57 parcialmente favoráveis à Eletrosul, em primeira instância, o que representa 78% das ações decididas nesse período. Um dos processos mais importantes em que a equipe da AJU atuou, em 2013, foi o de restituição dos valores relativos ao PIS/COFINS recolhidos indevidamente. A Justiça Federal reconheceu, em parte, a cobrança indevida e a Eletrosul terá direito a ser restituída em, pelo menos, R$ 93,6 milhões, referente ao período de fevereiro de 2001 a fevereiro de 2004. A empresa recorreu ao Superior Tribunal de Justiça e ao Supremo Tribunal Federal para que seja considerado o período de cobrança indevida pleiteado originalmente na ação, que era a partir de fevereiro de 1999. Havendo êxito, o valor a ser restituído será superior a R$ 101 milhões. Outra decisão bastante favorável à Eletrosul, em 2013, deu-se na esfera administrativa, quando o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) julgou procedente, por unanimidade, os recursos contra autuação da Receita Federal, reconhecendo a regularidade fiscal do Plano de Readequação Programada do Quadro de Pessoal (PREQ). O resultado positivo permitiu reverter o provisionamento no montante de R$ 46,4 milhões.
SUSTENTABILIDADE 11
Eletrosul agora - Março 2014
energia verde
Compromisso com a sustentabilidade Primeira concessionária pública do setor elétrico a ingressar no mercado livre como consumidora especial Todo o consumo de energia do edifício-sede da Eletrosul, em Florianópolis (SC), com média mensal de 360 megawatts-hora (MWh), está sendo atendido por geração própria de fonte incentivada. A empresa migrou da categoria de consumidor cativo para especial e se tornou pioneira no mercado livre entre as concessionárias públicas do setor elétrico. Estudos realizados pela Assessoria de Comercialização de Energia (ACE) apontaram uma série de vantagens sob os aspectos financeiro e de sustentabilidade empresarial. “O principal aspecto positivo é que, ao usar energia verde, a Eletrosul é coerente à visão da holding Eletrobras de se tornar o maior sistema empresarial global de energia limpa, até 2020”, pontuou o gerente da ACE, Alceu Vieira Neto. Desde janeiro, a energia que abastece a sede da estatal é proveniente da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) João Borges, localizada no interior de Santa Catarina. No entanto, a empresa tem a flexibilidade de vir a alocar geração de outros empreendimentos próprios como da PCH Barra do Rio Chapéu e da Usina Megawatt Solar. A
planta fotovoltaica de 1 megawatt-pico (MWp), integrada ao edifício da empresa, entrará em operação neste semestre. A redução nos gastos com energia também foi um dos aspectos considerados na análise interna que levou à migração ao mercado livre. Ao usar energia própria e de fonte incentivada, a Eletrosul obtém descontos de, no mínimo, 50% na tarifa de uso do sistema elétrico de distribuição. “A oportunidade de desenvolver know-how na área, vislumbrando a possibilidade de negócios futuros no mercado livre também influenciou na mudança”, acrescentou Vieira Neto. Segundo ele, a adesão à nova categoria de consumo demandou seis meses de trabalho. Além da gestão junto à distribuidora local para encerramento do contrato, foram necessárias adequações no sistema de medição de faturamento da empresa. Uma das exigências para o enquadramento é a instalação de equipamento especial para medição do consumo, que é conectado diretamente ao sistema da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). De acordo com a legislação (Decreto nº 5.163/2004 e Resolução Normativa Aneel nº 247/2006), para se enquadrar na categoria de consumidor especial é preciso ter uma demanda igual ou superior a 500 kilowatts (kW) e adquirir energia de fonte incentivada: PCHs, solar, eólica e biomassa.
ESPAÇO DA GESTÃO AMBIENTAL
Empresa antecipa meta Em maio de 2013, a Eletrosul aprovou metas de redução no consumo de energia elétrica proveniente do Sistema Interligado Nacional (SIN), no edifício-sede, de 20% e 40%, para os anos de 2014 e 2015, respectivamente, tendo como referência o ano base 2012. O estabelecimento dessas metas, definidas com base nos resultados do Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), que está em seu quinto ciclo anual consecutivo, estão em consonância com os princípios estabelecidos tanto na Declaração de Compromisso da Eletrobras sobre Mudanças Climáticas quanto na revisão 2.0 da Política Ambiental. Com o encerramento do contrato com a concessionária local e demais providências tomadas pela Assessoria de Comercialização de Energia (ACE), como a migração de consumidor cativo para consumidor especial, a partir de janeiro de 2014, parte da geração da PCH João Borges, fonte limpa e renovável, foi alocada para atendimento integral do consumo da sede. A substituição do consumo da energia proveniente do SIN por energia limpa reduziu as emissões, já que a energia do sistema reflete a composição das fontes energéticas presentes na matriz energética brasileira, entre as quais aquela proveniente de geração termelétrica, responsável pela maior parcela de emissões no inventário de GEE. O atingimento dessas metas antecipou os prazos estabelecidos, mostrando uma tendência evolutiva do esforço da Eletrosul no sentido de contribuir para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, demonstrando o alinhamento da empresa com as tendências mundiais de sustentabilidade empresarial e com as exigências atuais do mercado e da sociedade.
12 RESPONSABILIDADE SOCIAL HORTA COMUNITÁRIA
Cultivo
como terapia Internos de instituição filantrópica têm no contato com a terra, um complemento terapêutico para vencer a dependência química O Programa Hortas Comunitárias da Eletrosul, instituído há mais de 10 anos com o objetivo de criar vínculo com as comunidades vizinhas às instalações da empresa e evitar a ocupação irregular de áreas de segurança, ganhou um novo viés: servir como terapia complementar a pessoas em tratamento contra a dependência química. Nos canteiros implantados no final de 2013, no Centro de Recuperação Nova Esperança (Cerene), em Palhoça, na Grande Florianópolis, os 50 internos têm conseguido excelentes resultados, tanto na produtividade da horta, quanto no retorno terapêutico. “O programa veio ao encontro do nosso trabalho. Além de enriquecer a alimentação e gerar recurso financeiro com a venda do excedente da produção, tem sido uma ótima atividade para as pessoas em tratamento”, assegurou o diretor do Cerene de Palhoça, Dorival Oliveira Ávila. Assim como nas demais hortas implantadas por meio do programa, a equipe da Assessoria de Responsabilidade Social (ARS) da Eletrosul, que coordena o trabalho, deu todo o apoio técnico para o preparo dos canteiros, mudas, insumos e sistema de irrigação. Mas, o cultivo da horta do Cerene teve uma contribuição extra: a experiência profissional de duas
décadas do técnico agropecuário R.C., 39 anos, um dos internos em tratamento na instituição. “O trabalho na horta me ajudou na terapia e a gente vai aprendendo junto”, disse. O funcionário público L.S., 42, que ingressou no Cerene praticamente ao mesmo tempo em que a horta foi implantada, também aprovou o trabalho com a terra como parte do tratamento. “Aqui a gente começa a se sentir útil. Dá uma satisfação ver a comida na mesa que foi produzida por nós.” A produtividade da horta do Cerene surpreendeu o técnico agrícola da Eletrosul, Maico Roscete, que acompanha o Programa Hortas Comunitárias. “A colheita só não foi melhor devido à estiagem e forte calor no início do ano, que prejudicou algumas culturas”, relatou, lembrando que os problemas foram contornados com a instalação de um sistema de irrigação por gotejamento. As hortaliças produzidas na horta do Cerene, além de serem inseridas nas refeições na própria entidade, são doadas para outras instituições comunitárias, filantrópicas e de assistência social da prefeitura. Uma parte é comercializada em supermercados da região e o dinheiro revertido para manutenção dos canteiros.
Capacitação Em 2013, o programa completou 10 anos de implantação e ganhou uma nova abordagem. Além do plantio orientado, as famílias integrantes passaram a aprimorar as técnicas de cultivo orgânico e agregar valor aos produtos com a transformação em compotas, geleias e conserva, por exemplo. Os cursos de capacitação dos produtores foram oferecidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), que se tornou um importante parceiro do programa. O trabalho de cunho socioambiental se tornou uma das principais ações de aproximação com as comunidades onde a Eletrosul dispõe de empreendimentos. Desenvolvido nos quatro dos estados de atuação da Eletrosul (RS, SC, PR e MS), o Programa Hortas Comunitárias busca a utilização consciente e segura das faixas sob as linhas de transmissão de energia. Atualmente, 34 hortas estão em plena produção, beneficiando mais de mil famílias.