Abril 2014 | Ano XX | Nº128
Um jornal para novos tempos
Investimentos de R$ 4,1 bilhões Empresa projeta aportes até 2018 Págs. 6 e 7 Págs. 6 e 7
CAPACITAÇÃO
SUSTENTABILIDADE
MODERNIZAÇÃO
MOBILIDADE
Estagiários recebem treinamento
Educação ambiental nas escolas
Datacenter da empresa é reestruturado
Empregados criam aplicativo
Pág. 8
Pág. 11
Pág. 3
Pág. 10
2 editorial EXPEDIENTE
Crescer investindo O destaque desta edição é o programa de investimentos da Eletrosul, que deve totalizar aproximadamente R$ 4,1 bilhões até 2018. A estratégia empresarial adotada nos últimos dez anos não só mais que quintuplicou os ativos de geração e transmissão como fortaleceu a presença da estatal no sistema elétrico nacional
e a consolidou como maior empreendedora em energia eólica do Sul do País. A matéria principal traz ainda o balanço financeiro de 2013, quando a Eletrosul registrou lucro líquido quase quatro vezes superior ao de 2012, mantendo o ritmo de investimentos, que somou R$ 1,46 bilhão. Boa leitura!
Diretoria Executiva Diretor-Presidente Eurides Luiz Mescolotto Diretor de Engenharia e Operação Ronaldo dos Santos Custódio Diretor Financeiro Antonio Waldir Vittori Diretor Administrativo Paulo Afonso Evangelista Vieira Conselho Editorial Cleiton Luis Rezende Cabral Laércio Faria Luiz Ricardo Machado Ronaldo Bauer Lessa Rubem Abrahão Gonçalves Filho Gerente ACS Sandra da Silva Peres speres@eletrosul.gov.br Coordenação Jonatas Andrade jonatas.silva@eletrosul.gov.br Edição Andréa Lombardo andrea.lombardo@eletrosul.gov.br Jonatas Andrade jonatas.silva@eletrosul.gov.br
O maior investimento da Eletrosul em Santa Catarina, após o retorno à geração, a PCH João Borges, no Planalto Serrano, entre os municípios de São José do Cerrito e Campo Belo do Sul, entrou em operação em julho de 2013 e tem capacidade instalada de 19 MW, para atender 151 mil pessoas.
Textos Anahi Gurgel Andréa Lombardo Cleusa Frese Gilberto Del Pozzo Umberto Caletti Edição de Fotografia Hermínio Nunes Fotos
Serviço de sondagem do sub
solo para definir eixo da bar
ragem, em agosto de 2007.
Arquivo DDOM/DGI Arquivo CHTP Arquivo Construtora Integração Arquivo Costa Oeste Transmissora Arquivo Eólicas do Sul Arquivo ESBR Arquivo Marumbi Transmissora Arquivo TSBE Arquivo TSLE Hermínio Nunes Projeto Gráfico Agenciamob Conteúdo e Projeto Editorial Giusti Comunicação Integrada Tiragem 4.500 exemplares Periódico editado pela ACS – Assessoria de Comunicação Social e Marketing Rua Dep. Antônio Edu Vieira, 999, Pantanal Florianópolis/SC CEP 88040901 Fone (48) 3231.7269 / 3231.7075 www.eletrosul.gov.br
Escavação comum do canal de desvio, em setembro de 2010.
DESTAQUE 3
Eletrosul agora - Abril 2014
Tecnologia da Informação
Segurança e agilidade nos processos Projeto de modernização do datacenter da empresa resultou em melhor aproveitamento de recursos e redução de custos A infraestrutura onde são armazenados os principais sistemas e dados da Eletrosul – o chamado datacenter – vem passando por constantes atualizações, coordenadas pelo Departamento de Telemática, para acompanhar as demandas tecnológicas da empresa. Nos últimos quatro anos, essa modernização resultou na otimização de espaço e integração de todas as suas unidades, com redução de custos, melhor aproveitamento dos recursos computacionais e agilidade nos processos internos. O projeto de reestruturação do datacenter da Eletrosul envolveu uma ampla reforma no espaço físico onde ficam armazenados os equipamentos, no edifício-sede, em Florianópolis (SC). Houve total readequação do layout, com elaboração de novo projeto elétrico, infraestrutura para cabeamento lógico, instalação de novos servidores e melhorias nos sistemas anti-incêndio e de proteção. Para aumentar a segurança e a disponibilidade dos serviços, além dessa modernização, foi implantado um novo datacenter de contingência na subestação Desterro, também na Capital catarinense. Juntas, as unidades de processamento de dados possuem servidores virtualizados,
Equipe do Departamento de Telemática no datacenter da sede
que permitem o atendimento da empresa em ambos os ambientes, prevenindo quedas de sistemas em eventuais interrupções no fornecimento de energia. Também contam com um software para monitoramento centralizado, em tempo real, de toda infraestrutura de TI, telecom e automação nas instalações em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul e Rondônia. O diferencial do trabalho é que todas
as etapas foram planejadas e executadas pelos próprios empregados. “O desafio foi grande, mas houve forte comprometimento e sinergia entre as equipes para encontrar as melhores soluções, identificando os pontos que precisavam de aprimoramentos e tendo como foco o melhor custo-benefício para a empresa”, afirma o analista de TI da Divisão de Planejamento e Operação de Telemática da Eletrosul, Marlon Luis Petry.
te da estatal, Francisco Ziober Filho. “O acordo técnico operacional e comercial firmado entre as empresas, em agosto de 2013, preconiza um inédito modelo de negócio, que está sendo projetado para oferecer novos produtos e serviços de telecom ao mercado com alto padrão de qualidade, devido à robusta estrutura da Eletrosul”, afirmou.
Pelo acordo, parte da capacidade de 1.600 gigabits por segundo e mais de 5,5 mil quilômetros de fibra óptica contemplados na parceria serão utilizados para a transmissão HDTV dos jogos disputados em Porto Alegre (RS) e Curitiba (PR), durante o campeonato mundial e, ainda, para implementação do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL).
Projeto Modelo A modernização do datacenter da Eletrosul foi apresentada durante o Utilities Telecom Council 2014, um dos maiores encontros de telemática e TI da América Latina, que aconteceu no início de abril, em Florianópolis. No evento, a estrutura de telecom da empresa foi destaque na palestra “A Telebras e as utilities na Copa do Mundo”, ministrada pelo presiden-
4 canteiro de obras
ABRIL de 2014 lt sul brasileira
Trabalhos na LT de 500 kV Itá-Nova Santa Rita seguem de forma acelerada com a energização prevista para maio. Na foto, parte da LT já concluída na área rural de Tapejara (RS).
525 230
kV kV
781 km de extensão: RS N
494 km em 525kV 287 km em 230 kV
megawatt solar
AMPLIAÇÃO DO PARQUE EÓLICO CERRO CHATO
1
MW
78 MW Entrega dos primeiros conjuntos geradores para montagem da máquina 1 do Parque Cerro Chato VI.
Capacidade de atendimento: 447.000 habitantes
RS N
Capacidade de atendimento: 570 residências
SC
N Com a montagem dos módulos na cobertura do edifício-sede concluída e em fase de comissionamento, os esforços estão concentrados na instalação das estruturas metálicas dos estacionamentos para colocação das placas fotovoltaicas, no lançamento de cabos e instalação dos painéis de comunicação.
uhe teles pires
se curitiba leste Curitiba
672
1.820 MW
MVA
+LT
525 kV
Extensão: 29,4km
PA
N
Capacidade de atendimento: 900.000 habitantes
MT
Capacidade de atendimento: 6.500.000 habitantes
N
Parede corta-fogo em construção na SE Curitiba Leste.
O primeiro transformador-elevador, que fará parte do sistema de transmissão da Usina para a subestação, já está na UHE Teles Pires. Ao todo, serão cinco transformadores, um para cada unidade geradora. O equipamento tem a finalidade de elevar a tensão e viabilizar o transporte da energia gerada. Pesa 183 toneladas, tem quatro metros de largura, 4,8 metros de altura e 10 metros de comprimento.
canteiro de obras 5
Eletrosul agora - Abril 2014
canteiro de obras UHE JIRAU
PARQUE EÓLICO GERIBATU
258
MW Concluída montagem eletromecâniCapacidade de atendimento: ca dos 14 aeroge1.600.000 habitantes radores da Usina X e realizado pré-comissionamento. Na Usina IX, os 15 aerogedaores também já estão montados e prontos para comissionamento. RS
N
3.750 MW
Com operação comercial iniciada em setembro de 2013, a Hidrelétrica Jirau contava, no início de abril, com a geração de seis turbinas e capacidade de fornecer um montante de 450 MW.
Capacidade de atendimento: 34.100.000 habitantes
RO N
INTERLIGAÇÃO BRASIL – URUGUAI
525 230
LINHÃO DO MADEIRA - CIRCUITO 2
kV kV
60 km em 525 kV 3 km em 230 kV SE Candiota: 525/230 kV 672 MVA
Após finalização da etapa de terraplenagem na SE Candiota, os trabalhos estão concentrados na execução das fundações do pátio de 525kV e no início da montagem eletromecânica do pátio de 230kV.
LT SUL LITORÂNEA
525 kV
600 kV
Ancoragem de cabos no trecho 7, que abrange os municípios de Serranópolis, Jatai e Itarumã, no estado de Goiás.
Extensão: 468 km
RS
Maior LT de 600 kV do mundo, com 2.412 Km de extensão
N
N
Grampeamento dos cabos condutores da LT de 525kV lançados no trecho entre a SE Santa Vitória do Palmar e SE Marmeleiro.
PARQUE EÓLICO CHUÍ
SISTEMA DE TRANSMISSÃO COSTA OESTE
SE Umuarama
300
(230 kV)
Em abril, foram iniciadas as obras do Parque Eólico Chuí, no extremo Sul gaúcho, com abertura de acessos às usinas Chuí VI e VII.
144 MW RS N
Chuí
Capacidade de atendimento: 900.000 habitantes
LT Cascavel Oeste Umuarama (230 kV)
MVA
SE Cascavel Oeste (230 kV)
+LT
Extensão: 142 km N
Pátio de 230 kV da SE Umuarama Sul, que está em implantação no Oeste do Paraná.
230 kV
Capacidade de atendimento: 400.000 habitantes
6 ESPECIAL PLANEJAMENTO EMPRESARIAL
Investimentos até 2018 serão de R$ 4,1 bilhões Empresa quer manter crescimento e liderança na geração eólica e na transmissão no Sul do País
Os ativos da Eletrosul passaram de R$ 2,1 bilhões, em 2002, para R$ 13,6 bilhões, no fechamento de 2013: aumento de quase 550%. Esse crescimento foi decorrente, em grande parte, ao programa de investimentos para reconstrução do seu parque gerador e expansão do sistema de transmissão, estratégia que será mantida nos próximos quatro anos. De acordo com projeções da Diretoria Financeira da estatal, até 2018, a empresa deverá investir mais R$ 4,1 bilhões em empreendimentos de geração e transmissão. De 2003 até o ano passado, os investimentos corporativos e em participações totalizaram R$ 7,6 bilhões. Aproximadamente metade dos investimentos previstos já está contratada, sendo a maior parcela, mais de R$ 1,5 bilhão, destinada a obras de geração. Nesse valor estão considerados, por exemplo, os aportes nos empreendimentos eólicos em implantação no Rio Grande do Sul e nas usinas Jirau e Teles Pires. No segmento de transmissão, são quase R$ 490 mi-
lhões já contratados para grandes obras de reforço do sistema elétrico do Sul, que somam cerca de 1,3 mil quilômetros de linhas e quatro novas subestações. Os recursos para esses empreendimentos estão sendo negociados juntos aos bancos comerciais e de desenvolvimento, incluindo, por exemplo, o financiamento de € 100 milhões do banco de fomento alemão KfW. A instituição, que tem sido parceira da Eletrosul nas PCHs João Borges e Barra do Rio Chapéu, e no Megawatt Solar, em Santa Catarina, irá financiar agora parte dos empreendimentos eólicos no Rio Grande do Sul conquistados no leilão A-3, em novembro de 2013. As projeções de investimentos da Eletrosul se alinham ao Plano Diretor de Negócios e Gestão 2014-2018 da holding Eletrobras (PDNG), que prevê investimentos de R$ 60,8 bilhões, divididos entre geração (R$ 35,4 bilhões), transmissão (R$ 17,3 bilhões) e distribuição (R$ 8,1 bilhões).
especial 7
Eletrosul agora - Abril 2014
Desempenho positivo em 2013 No ano passado, a Eletrosul registrou lucro líquido de R$ 267,3 milhões, um acréscimo de aproximadamente 290% em relação ao valor apurado no ano anterior, que havia sido de R$ 68,5 milhões. O aumento na receita de geração com o início da operação das PCHs João Borges e Barra do Rio Chapéu, no interior de Santa Catarina, e a Usina Hidrelétrica São Domingos, em Mato Grosso do Sul, contribuiu para esse resultado. A Eletrosul retomou as atividades de geração em 2011 e esse segmento já representa 32% da receita bruta da empresa. “Tivemos um lucro expressivo, considerando que somos uma empresa que tem uma receita de R$ 1 bilhão. Isso mostra que as estratégias adotadas a partir da renovação das concessões, de aumentar as receitas e otimizar custos, foram acertadas”, afirmou o diretor financeiro da Eletrosul, Antonio Waldir Vittori. Segundo o executivo, a incorporação das Sociedades de Propósito Específico (SPEs), das quais a empresa já detinha 100% do
controle acionário, também impactou positivamente no resultado, pois parte da receita dessas empresas foi agregada à receita da Eletrosul em 2013. Foram incorporadas as Usinas Eólicas Cerro Chato I, II e III, a Porto Velho Transmissora de Energia, a Empresa de Transmissão de Energia do Rio Grande do Sul (RS Energia) e a Artemis Transmissora de Energia. “A perspectiva é de repetirmos um resultado positivo em 2014 e, inclusive, superarmos a receita do ano passado, pois teremos novos empreendimentos entrando em operação e passaremos a contabilizar a receita integral das SPEs incorporadas”, adiantou Vittori. A Eletrosul, em 2013, investiu R$ 1,46 bilhão em obras de geração e transmissão. A participação de capital próprio nos empreendimentos aumentou de 52% para 56%. “O patrimônio líquido da Eletrosul em 2013 atingiu R$ 5,5 bilhões e o grau de endividamento se manteve baixo comparado a outras empresas do mercado”, afirmou.
8 GEstão CAPACITAÇÃO
Preparação para o mercado
Estagiários recebem orientações sobre comprometimento e postura no ambiente de trabalho
damental para quem está começando a No decorrer de 2014, a Eletrosul vai oferetrabalhar. Sempre irei aplicar esses concer treinamento específico aos estagiários ceitos na minha vida social, acadêmica e que atuam em sua sede, em Florianópolis, profissional”, afirma Franciely Vieira, 20 e na unidade do Sertão do Maruim, em São anos, estagiária de Arquitetura e UrbaJosé (SC). Realizada em parceria com o Cennismo no Departamento de Engenharia tro de Integração Empresa-Escola (CIEE), a do Sistema. capacitação está Para a chefe do Setor dividida em quatro Um acompanhamento de Educação Corporativa módulos e tem como da Eletrosul, Maristela proposta preparar como esse é fundamental Ribeiro, além de possibios jovens para o para quem está litar conhecimento técnimercado a partir do começando a trabalhar co com as atividades prádesenvolvimento de Franciely Vieira ticas exercidas na empresa, o habilidades comporestágio posiciona o jovem em um ambiente tamentais como flexibilidade, comprometireal de trabalho. “A capacitação proporciona mento e postura no ambiente de trabalho. aprendizado desde a gestão organizacional O primeiro módulo aconteceu no final de de processos, normativas e planejamento março, com o tema “Relacionamento Interaté a postura que o profissional deve ter em pessoal”, quando mais de 70 jovens recebeum ambiente formal de trabalho”, afirma. O ram orientações sobre a utilização da intetreinamento complementa as ações do Proligência emocional na empresa a partir de grama de Desenvolvimento dos Estagiários valores como ética, iniciativa e visão de futuda Eletrosul, que já promove reuniões de ro. “Um acompanhamento como esse é fun-
acompanhamento para avaliação das atividades e interação entre os participantes. Pelo cronograma, os outros três módulos da capacitação serão realizados até o mês de outubro, com os temas “Comunicação”, “Planejamento e Administração de Recursos” e “Processo Seletivo e Apresentação Pessoal”. Ao final de cada encontro, os estagiários recebem certificado de participação, que pode ser utilizado como horas complementares nos cursos de graduação.
Estagiária no Departamento de Engenharia do Sistema
Eletrosul agora - Abril 2014
RESPONSABILIDADE SOCIAL 9
FÁBRICA DE SABÃO ECOLÓGICO
Sustentabilidade e ressocialização Projeto apoiado pela Eletrosul busca reaproveitamento de resíduo e oportunidade de ocupação e remissão de pena a detentos Uma iniciativa pioneira do Conselho da Comunidade de Santo Ângelo (RS), em parceria com a Eletrosul, Superintendência dos Assuntos Penitenciários (Susepe) e Instituto Cenecista de Ensino Superior, iniciada em 2012, resultou na implantação de uma fábrica de sabão ecológico, que funciona junto do Presídio Regional. O projeto tem duas vertentes: uma ambiental, de reaproveitamento de óleo de cozinha usado como matéria-prima, e outra aderente ao processo de ressocialização dos internos que, a cada três dias trabalhados, reduzem um dia da pena. A Fábrica de Sabão Ecológico Solidário foi entregue oficialmente no final de março, com a participação de representantes de todas as instituições parceiras. A produção atende, atualmente, dez casas prisionais da região de Santo Ângelo. A perspectiva é de estender o fornecimento para todas as unidades penitenciárias do Rio Grande do Sul. “O apoio financeiro da Eletrosul possibilitou a construção do local para abrigar a fábrica e viabilizou o negócio, que tem dado nova expectativa aos detentos da penitenciária de Santo Ângelo”, afirmou a gestora do projeto na Susepe, Débora Pedroso.
A matéria-prima do sabão (óleo de cozinha usado) é recolhida em restaurantes de Santo Ângelo. Na primeira fase, a fábrica está funcionando com 10% de sua capacidade, utilizando a mão de obra de três detentos. Quando estiver operando plenamente, o volume será de 20 mil barras por mês. O projeto conquistou o Troféu Ouro no 8º Prêmio Responsabilidade Social do Sindicato de Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinepe/RS). Por intermédio da Assessoria de Res-
ponsabilidade Social, a Eletrosul vem priorizando os investimentos sociais em projetos sustentáveis nas suas áreas de atuação, buscando estreitar o relacionamento com as comunidades.
10 GERAL MOBILIDADE URBANA
Tecnologia a favor do trânsito
Empregados da Eletrosul criam aplicativo que se propõe a reduzir número de carros e poluição em grandes centros Uma ideia aparentemente simples, mas que tem por trás, ao menos, dois grandes desafios: diminuir a quantidade de veículos nas ruas de Florianópolis (SC) e provocar uma mudança cultural com o estímulo a hábitos de vida mais saudáveis. Com a tecnologia como aliada, o administrador Sílvio Roberto Seara Júnior e o engenheiro mecânico Bruno Koech Lisboa, empregados da Eletrosul, criaram um aplicativo para smartphones, que funciona como programa de pontuação semelhante aos de cartões de crédito. Só que em vez de consumir, o usuário soma pontos ao optar pelo transporte coletivo, pegar ou dar carona, dividir o táxi ou, preferencialmente, fazer seu trajeto a pé ou de bicicleta. Depois de baixar o aplicativo, chamado Dwingo na versão experimental, que é compatível com os sistemas iOS e Android, o usuário seleciona a atividade que irá realizar e faz o login no Facebook. Além de passar a pontuar, pode ver a listagem de pessoas e seus itinerários para pedir ou oferecer carona. Para cada escolha sustentável – caminhada, pedalada etc. – é atribuído determinado número de pontos, que podem ser trocados por produtos ou serviços de empresas parceiras. “A proposta é valorizar quem prioriza essas atitudes que podem ajudar a melhorar o trânsito, reduzir a emissão de poluentes, além de contribuir com a saúde dessas pessoas”, defendem os idealizadores do projeto. Os criadores contam que o aplicativo já
está sendo aperfeiçoado e, nessa nova etapa, contará com o suporte financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina (Fapesc). A proposta foi uma das 93 selecionadas, ente as 1.226 inscritas no programa Sinapse da Inovação. O projeto terá aporte de R$ 50 mil para aprimoramento e crédito de R$ 29 mil para consultorias junto ao Sebrae. Seara Jr. e Lisboa anteciparam que uma das adequações na versão definitiva do aplicativo será desassociá-lo do Facebook, criando outra forma de compartilhamento, que ofereça novas possibilidades de interação entre os usuários. Está previsto, também, dispensar a necessidade do usuário ter que selecionar a atividade que irá executar. Serão as tecnologias embutidas nos smartphones, como GPS, que se encarregarão de identificar as ações dos usuários. Outra mudança no aplicativo será inserir
uma lista de “missões” com diferentes graus de dificuldade, como caminhar cinco ou dez quilômetros, por exemplo, e também atribuir pontuação para cada desafio, estabelecendo um ranking entre aqueles que forem cumprindo as tarefas. “Nosso compromisso com a Fapesc é o de tornar o aplicativo mais fácil de usar e mais atrativo”, afirmou Seara Jr. A nova versão deverá ficar pronta em seis meses e será batizada de Moove em analogia à palavra inglesa move, que significa mover-se. A escolha pelo nome em inglês tem uma explicação. Os donos da inovação querem que o aplicativo e sua proposta original, que é a melhoria da mobilidade urbana e da qualidade de vida, possam ser adotados por outros países. O pontapé inicial será lançar o aplicativo no Mobile World Congress, um dos maiores eventos de tecnologia móvel do mundo, que será realizado em Barcelona, na Espanha, em fevereiro de 2015.
Os idealizadores do projeto: Sílvio Seara Jr. (esq.) e Bruno Lisboa
SUSTENTABILIDADE 11
Eletrosul agora - Abril 2014
ESPAÇO DA GESTÃO AMBIENTAL
Dia Mundial da Água
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Professores são capacitados Projetos desenvolvidos em Santa Vitória do Palmar foram reunidos em livro que poderá servir de modelo para ações socioambientais Professores do ensino fundamental de Santa Vitória do Palmar (RS) – município onde a Eletrosul está implantando o Parque Eólico Geribatu – participaram de capacitações promovidas pela empresa, nas quais recebem orientações sobre como inserir nas disciplinas curriculares os conceitos básicos de sustentabilidade e preservação do meio ambiente. O aprendizado está sendo colocado em prática junto aos alunos a partir de projetos como de arborização das escolas, coleta seletiva, reciclagem e reaproveitamento de resíduos. O resultado dos projetos desenvolvidos foi compilado em um livro com CD, que foi distribuído para as escolas participantes. “A publicação reúne ideias e experiências que poderão servir de inspiração para educadores multiplicarem esses conceitos em outras escolas da região”, afirmou o coordenador do Programa de Educação Ambiental
do Parque Eólico Geribatu, Daniel Araújo. Além dos livros, foram confeccionados banners que retratam a energia eólica e a biodiversidade de Santa Vitória do Palmar. O material fará parte do acervo do Museu Municipal Coronel Tancredo Fernandes de Mello e servirá também para exposições itinerantes nas escolas e instituições do município. O diretor do museu, Jamil Pereira, foi um dos professores que participaram dos cursos de educação ambiental. “Essa capacitação nos deixou muitas ferramentas para trabalho com os alunos. Agora, cabe a nós, educadores, colocar tudo isso em prática.” Uma das primeiras iniciativas foi a criação de um blog (museusvp.blogspot. com.br), que reúne dicas sobre como trabalhar a educação ambiental em sala de aula e orientações para o agendamento de visitas ao museu. O programa junto à comunidade escolar de Santa Vitória do Palmar é uma das iniciativas previstas no Plano Ambiental do empreendimento. Na região, a Eletrosul desenvolve várias outras ações de proteção e conservação ambiental como, por exemplo, o monitoramento e resgate de fauna.
Desde a realização da Eco-92, o dia 22 de março tem um significado especial, pois marca o esforço das nações na busca de soluções para os conflitos existentes entre a oferta e a demanda de água. O Brasil, país que detém aproximadamente 12% da água doce do planeta, celebrou o Dia Mundial da Água com o desafio de pensar a gestão dos recursos hídricos em seus mais diversos usos, garantindo o acesso à água e promovendo seu uso sustentável para as atuais e futuras gerações. No ano em que as celebrações giram em torno do tema “Água e Energia”, conforme definição da Organização das Nações Unidas (ONU), a sociedade brasileira muito tem a refletir sobre os usos que têm sido feitos desse bem finito. Devido a relevância do tema para o setor elétrico, a Eletrobras elaborou uma política específica para tratar dos recursos hídricos, que se baseia no uso sustentável para geração de energia e nas outras atividades de suas controladas. Atendendo essas diretrizes, na Eletrosul, diversas ações voltadas ao uso racional da água têm sido desenvolvidas como, por exemplo, a implantação de dispositivo de coleta e aproveitamento de água de chuva no Setor de Manutenção de Campos Novos (SC) para irrigação de uma horta comunitária. No edifício-sede da Eletrosul, foi realizado um estudo para instalação de sistema de aproveitamento de água da chuva, tendo como área de captação a cobertura da edificação. Esse estudo foi realizado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e está em fase de atualização pela Assessoria de Pesquisa e Desenvolvimento. Essa iniciativa reflete a preocupação da Eletrosul com o uso racional da água e reafirma seu posicionamento de ser uma empresa sustentável.
12 GERAL memória
PCH João Borges em livro Desafios da obra e soluções de engenharia estão retratados na publicação, que pode servir de referência para projetos do mesmo porte O relatório técnico final da construção da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) João Borges acaba de se tornar um livro especial, que conta a trajetória da implantação do primeiro empreendimento de geração da Eletrosul em Santa Catarina. O documento, publicado no início de abril, apresenta todos os desafios enfrentados durante a obra e soluções de engenharia civil e eletromecânica adotadas – uma empreitada com particularidades e estratégias, que podem se tornar referência para futuros projetos desse porte no setor elétrico nacional. O coordenador geral do empreendimento, engenheiro civil Alexandre Garghetti, foi quem tomou a iniciativa de organizar os registros históricos da construção e reuni-los em um livro. A publicação de 123 páginas traz
uma síntese com conteúdo teórico, gráficos e mais de 300 imagens de todas as etapas de implantação da hidrelétrica, desde a abertura de acessos externos, desenvolvimento de programas ambientais, obras civis, instalação de equipamentos eletromecânicos e sistema de conexão até a operação das três unidades geradoras. “Com esse material, leigos e técnicos podem ter ideia de todos os processos que envolvem a implantação de um empreendimento como esse”, avaliou. A usina tem capacidade instalada de 19 megawatts (MW) e aproveita o potencial hidrelétrico do rio Caveiras, entre os municípios de São José do Cerrito, Campo Belo do Sul e Lages, na região serrana. Construída entre 2010 e 2013, João Borges foi a obra de geração hidrelétrica da Eletrosul com menor tempo de implan-
tação, apesar dos imprevistos. A conquista, segundo Garghetti, deve-se à agilidade da equipe na tomada de decisões. “O mais marcante dos desafios foi a enchente que atingiu a região em agosto de 2011. Foi preciso suspender o processo de concretagem da casa de força, revisar o projeto e aumentar a altura da estrutura em quase quatro metros. Só assim a edificação suportaria uma nova cheia”, relatou. São experiências como essas que o engenheiro pretende passar para as próximas gerações, além da concepção organizacional da empresa, comprometimento e maturidade técnica dos empregados. Com tiragem de 300 exemplares, o livro foi entregue ao Ministério de Minas e Energia, órgãos públicos municipais e estaduais, e parceiros do empreendimento.
Para Garghetti, o acidente proporcionou um entendimento sobre a importância de não se entregar diante de dificuldades. “Acredito que boa parte do sucesso da implantação da PCH João Borges foi atingida porque tentei levar para o canteiro de obras, respeito ao próximo e comprometimento. Estamos de passagem e, nesse tempo, devemos dar o nosso melhor para crescer como pessoas e ajudar os outros a serem melhores.” A partir de 2014, um novo ciclo se inicia para o engenheiro. Ele será coordenador geral da im-
plantação da terceira hidrelétrica catarinense, a PCH Santo Cristo (19,5 MW), entre Capão Alto e Lages, que também terá a construção registrada.
Novos desafios Enfrentar desafios, para Alexandre Garghetti, não é novidade. Formado há dez anos, o engenheiro civil atua no Departamento de Engenharia de Geração da Eletrosul desde 2007 e, antes de completar um ano de empresa, sofreu um grave acidente de automóvel quando retornava de uma visita técnica à Hidrelétrica Passo São João, no Rio Grande do Sul. Teve traumatismo craniano, ficou cerca de duas semanas em coma e, segundo os médicos, tinha poucas chances de voltar a andar e falar. Três meses depois, no entanto, já estava recuperado e retornava à ativa.