BREVÍSSIMAS REFLEXÕES NA PRIMEIRA CARTA DE PAULO AOS CORÍNTIOS

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BREVÍSSIMAS REFLEXÕES NA PRIMEIRA CARTA DE PAULO AOS CORÍNTIOS

Pr. Eli da Rocha Silva

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A IGREJA DOS SANTIFICADOS EM CRISTO 1 Coríntios 1. 1-17 O tema Igreja é apaixonante. Foi assim com Jesus: “Edificarei a minha Igreja”; foi assim com Paulo, haja vista, o grande interesse em organizá-las e nutri-las com a Palavra. Escrevendo ‘à igreja de Deus que está em Corinto’, Paulo tem como finalidade confirmar aqueles santos em Jesus Cristo. A carta não tem como fim fazê-los desanimar no esforço empreendido para serem crentes, mas de reanimá-los e consertar as pequenas falhas e realinhar onde há divergência. I – PAULO E A EXPLICAÇÃO DO SEU APOSTOLADO 1. A ratificação e a importância do seu engajamento: “chamado pela vontade de Deus para ser apóstolo de Jesus Cristo” (v.1). Estamos vivendo uma época de muitos apóstolos, e também um endeusamento destes. 2. Os apóstolos feitos hoje não têm uma ideia plena de serviço, mas de serem servidos pelas estruturas que criaram. 3. Paulo conservou o sentido da palavra apóstolo, que é “um enviado”. II – A SAUDAÇÃO À IGREJA DOS SANTIFICADOS EM CRISTO (v.2) 1. A saudação é para a igreja de Deus em Corinto. Era uma saudação para todos os que habitavam em Corinto e professavam Cristo. Não era para uma igreja localizada em um lugar em particular, na rua tal, número tal, mas para todos os que se reuniam para adorar a Deus, em espírito e em verdade. 2. Paulo chama aquele povo de ‘igreja de Deus’. A igreja é o grupo dos que foram chamados para ser de Deus; ‘de’ Deus é sinônimo de possessão, de propriedade; a igreja é de Deus e ‘não de qualquer indivíduo’ (Rieneccker & Rogers). Por melhor que alguém seja, a igreja não lhe pertence. 3. Outra coisa importante que Paulo fala daqueles irmãos, é que eles eram ‘santificados em Cristo’. Nós somos santos dependentes, isto é, a nossa santificação se dá pelo fato de estarmos Naquele que é santo, e Aquele que é santo estar em nós. O Pr. Hernandes Dias Lopes chama isso de santificação posicional; quando nos posicionamos em Cristo que é santo, então, somos santos Nele. Não santidade à parte de Cristo. 4. Ainda, Paulo reforça a questão da vida dos santos em Cristo. Santo significa: separado e consagrado para determinado fim. Os crentes devem viver de modo santo e em santificação; trata-se de uma condição (posicionamento) quanto de um processo (continuidade). Esse progresso abraçado conduz o crente à glorificação. 5. A igreja de Deus não se limita a uma região geográfica, a uma denominação, ou a uma raça em particular (nem mesmo Israel), mas a ‘todos que em qualquer lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo’. 2


III – AÇÃO DE GRAÇAS PELA IGREJA DOS SANTIFICADOS EM CRISTO 1. “Sempre” – em todo o tempo. Desde o momento dos primeiros convertidos até quando a carta foi escrita. O apóstolo era em extremo grato a Deus pela vida da igreja que estava em Corinto. 2. A gratidão do apóstolo, a graça dada a Deus, o louvor de Paulo foi ‘a propósito da sua graça, que vos foi dada em Cristo Jesus’ (v.4). A gratidão é a conscientização de que não merecemos nada, e mesmo assim, Deus estendeu suas mãos de misericórdia e compaixão sobre nós. 3. A condição da igreja em Corinto: “Porque, em tudo, fostes enriquecidos nele, em toda a palavra e em todo o conhecimento” (v.5). Tais palavras devem ter soado como elogio da parte do apóstolo. Aqueles crentes em Corinto eram mesmo cheios de graça da parte de Deus. Aqueles crentes foram ensinados na palavra e tiveram o conhecimento da verdade que liberta (João 8.32). 4. Podemos dizer sem medo de errar, que todos os crentes, em todos os tempos, também são enriquecidos em Cristo, com toda a sorte de bênçãos espirituais (Ef. 1.3). O que pode estar acontecendo com um ou outro membro, é a dificuldade de perceber, de sentir, de querer mesmo andar em bênçãos espirituais. 5. Paulo continua elogiando a igreja: “Assim como o testemunho de Cristo tem sido confirmado em vós” (v.6). Os efeitos da aceitação do evangelho eram visíveis naqueles crentes; não havia neles um nominalismo evangélico; eles eram crentes mesmo. A confirmação não é no âmbito da igreja, mas na atuação no mundo. 6. A igreja em Corinto era farta em recursos espirituais (v.7). Toda essa gama de dons conduziria os crentes, à vida santa e em santificação tratada inicialmente por Paulo, até o ‘dia de nosso Senhor Jesus Cristo’ (v.8). 7. A igreja de hoje está na mesma condição daquela, isto é, caminhando em testemunho e santificação até que o Senhor venha. IV – A EXORTAÇÃO À IGREJA DOS SANTIFICADOS EM CRISTO. 1. Até o verso 9 vemos Paulo preparando o terreno para, com muito cuidado e zelo, falar aos irmãos acerca do que tinha ouvido a respeito deles ( v.11). 2. Mesmo sendo rica em todas as coisas (v.5), a igreja de Deus em Corinto precisa acertar algumas situações: ‘Muito antes de concretizar-se a “comunhão”, há divisão’ (Leon Morris). 3. A igreja está em processo de santificação, e nesse processo, ela precisa expurgar tudo que atrapalhe a comunhão entre os irmãos. Paulo então roga em nome de Jesus (v.10), para que eles acertem as questiúnculas pessoais; “Rogo-vos (...) que faleis todos a mesma coisa, e que não haja entre vós divisões”. 4. Quais eram as divisões? A divisão era marcada pela lealdade a certos líderes (Bíblia Anotada). A divisão não era apenas de liderança, mas, possivelmente, de doutrina e de costumes. Cito novamente o Pr. Hernandes: “A igreja evangélica brasileira vive o pecado da tietagem. Pregadores e cantores são vistos e tratados como astros, como atores que sobem num palco para dar um show. Essa atitude é um sinal evidente de imaturidade e decadência espiritual”. 3


5. Para a continuidade da igreja e ‘o testemunho de Cristo’ confirmado neles, era preciso acabar com as dissensões e as preferências imediatamente, e que todos fossem ‘inteiramente unidos na mesma disposição mental e no mesmo parecer’. A igreja que tinha tudo para ser exemplo, parecia mais um palco de UFC (Ultimate Fighting Championship), de luta de vale tudo. 6. “Sejam inteiramente unidos”. Sem trinca alguma; um conserto perfeito, onde as partes deixem de existir, fazendo uma única peça. A união das partes pode até ser um processo traumático, mas precisa ser colocado em execução. 7. “Unidos (...) na mesma disposição mental e no mesmo parecer”. Dois textos evidenciam isto em Atos em relação à igreja nascente (2.44 e 4.32). Os tempos eram outros (54 d.C), a região e o povo também (gentílico), mas a mensagem era a mesma que fora pregada em 33 d.C. 8. Paulo intima os irmãos a voltarem à sanidade mental, à verdade do evangelho: “Acaso está Cristo dividido?” (v.13). O apóstolo escreve um sermão em forma de carta para trazer a igreja à unidade “para que não se anule a cruz de Cristo”. Em Cristo, descemos dos nossos tronos e acercamos a sua cruz. 9. Quando nos rendemos à palavra da cruz a comunhão renasce entre nós. V - POR UM INSTANTE PREGAR A CRUZ PARECE LOUCURA (V.18-21) 1. Pensar sobre a cruz nunca será fácil para nenhum de nós. Mas não é possível deixarmos de falar sobre a cruz. A cruz foi-nos um bem necessário, conquanto pareça ser um mal. 2. A cruz trouxe reconciliação. O abismo que nos separava de Deus era do tamanho da cruz de Cristo. Na apresentação do livro ‘A Cruz de Cristo’ de John Stott (Vida), os editores escrevem: “O símbolo universal da fé cristã não é o presépio nem a manjedoura, mas a rude cruz. Muitos não entendem o significado nem o motivo por que Cristo teve de morrer”. 3. A cruz de Cristo que propôs no corpo da sua morte, a nossa reconciliação, é inconcebível para o mundo. Não é possível compreender um líder que se deixa matar. Portanto, a palavra da cruz na passa de tolice para os que se colocam como inimigos do evangelho. 4. Com a morte de Cristo, o evangelho não deixou de ser novas de alegria, como disseram os anjos aos pastores de Belém. A palavra da cruz, para nós, os salvos, é o poder de Deus (v.18). 5. Alguns a têm como loucura. Trata-se de um tema incompreensível para os que se perdem. Incompreensível, porque acham que os defensores a cruz são insensatos. 6. O homem natural não foi suficientemente maduro, ou sábio, para entender Deus, Ele se deu a conhecer pela loucura da pregação. 7. A pregação da cruel morte de cruz é o próprio Cristo.

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VI – PREGANDO A CRUZ E O SEU MOTIVO (v.22-25). 1. A cruz nos mostra o próprio Cristo; Ele é o motivo da cruz. Paulo tomava cuidado para que, em nenhum momento, em sua pregação, pudesse anular a força do argumento da cruz. 2. O que deve atrair os homens não é a capacidade de persuasão daquele que prega, mas o sentido, a essência da cruz: Cristo crucificado. 3. Os judeus queriam sinais e os gregos, filosofia; Paulo lhes apresenta o incompreensível, a razão da sua própria loucura: Cristo crucificado (2.2). 4. Ele não quis debater no vazio da filosofia, não se apoiou no seu próprio conhecimento, mas deixou-se levar pelo Espírito e pelo poder de Deus (2.3-5). 5. Ao expor o motivo da cruz, Paulo pode falar sobre a expiação. Jesus levando a nossa culpa. Falou sobre a propiciação dos nossos pecados. Jesus foi propício a nós, isto é, Ele foi favorável ao pecador (Ver Rm 3.25). 6. Demonstrou que estava patente na cruz, a nossa justificação. Na justificação ele absolveu de vez o pecador, não lhe atribuindo nenhuma pena. Na havia a ser pago. 7. A cruz de Cristo nos encaminha para a glorificação. Não haverá glorificação para aquele que não aceitar o trajeto da cruz (Rm 8.30). VII – ALCANÇADOS PELA CRUZ, FAZEMOS DELA A NOSSA PREGAÇÃO 1. Neste novo aspecto somos todos paulinos: “Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado” (2.2). Todos nós assumimos o tema principal da loucura da pregação: A cruz de Cristo e o Cristo da cruz. 2. Pode parecer filme de terror, mas alguém cantou: “À sombra da cruz há um deleite singular”. Podemos analisar assim esta frase: As gotas do sangue que caem da cruz representam para mim o antegozo do eterno; ou como o próprio Paulo definiu em Romanos 8.18. 3. Paulo faz um apelo, uma súplica aos crentes de Corinto: “Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação” (v.26). Aprouve a Deus escolher os simples deste mundo para serem os portadores da palavra da cruz (v.26-29). 4. Os crentes deveriam observar bem o que Deus fez por eles: “Mas vós sois dele, em Cristo Jesus” (v.30). À parte de Cristo, fora do alcance da mensagem da cruz, ninguém pode ser de Deus. 5. A vocação me trouxe salvação e responsabilidade. Muitas querem a salvação, mas procuram omitir-se da responsabilidade. Qual a responsabilidade jogada sobre nós? A própria mensagem da cruz. 6. Aquele que não defende a cruz de Cristo, pode tornar-se inimigo da cruz de Cristo (Fp 3.18). De que lado você está, de que lado você quer ficar? O destino dos inimigos da cruz de Cristo é a perdição (Fp.3.19). 7. Alguém que abraçou a mensagem da cruz cantou: “Sim eu amo a mensagem da cruz Te morreu eu a vou proclamar”. Que possamos fazer este o nosso cântico. Amém 5


A REVELAÇÃO CRISTÃ NÃO DEVE NADA À SABEDORIA HUMANA 1 CORÍNTIOS 2 (DIVISÃO BÍBLIA DE ESTUDO SCOFIELD) I – PAULO NÃO DEPENDIA DESSA SABEDORIA (vv. 1-8) 1. “Ostentação de linguagem” (ARA). não me apresentei com o prestígio da oratória (Católica) Paulo não quis mostrar conhecimento humano quando falou com os coríntios (v.1). 2. “Fraqueza, temor e tremor” (v.2). “Seu temor e tremor eram por causa da seriedade da missão”. Não tem como nos comportarmos diferente em razão da missão evangélica. O temor de falharmos na missão. 3. (v.4,5) – A fé baseada em conceitos humanos é frágil; a fé baseada em ver para crer é igualmente frágil. Embora, possa ser uma constatação do poder em alguém (Nicodemos em relação a Jesus). 4. (vv. 6-8) As coisas que Paulo expôs são compreensíveis aos que são da fé, para os salvos em Cristo.

II – AS VERDADES ESPIRITUAIS NÃO SÃO PRODUTO DA SABEDORIA HUMANA, MAS SÃO REVELADAS POR DEUS (vv.9-12). 1. O que está oculto para o homem natural está plenamente revelado aos que amam a Deus (v.9). 2. O Espírito Santo nos capacita para compreendermos e desfrutarmos o que recebemos gratuitamente (v.10-12).

III – AS COISAS REVELADAS SÃO ENSINADAS COM PALAVRAS DADAS PELO ESPÍRITO (v.13). 1. A pregação, o discurso e o ensino não devem ser feito a partir do que apreendemos em nossas buscas humanas; não são as nossas formulações e conclusões que convencem alguém. 2. As palavras ensinadas a outros deve ser da fonte do ensino do Espírito Santo. Jesus disse aos seus discípulos que assim seria (Jo 14.26; 16.13-15).

IV – AS COISAS REVELADAS SE DISCERNEM ESPIRITUALMENTE (vv.14-16). 1. Paulo trabalha os contrastes entre o homem natural (carnal, não regenerado) e o homem espiritual (regenerado).

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2. O primeiro se deixa levar pelas sensações da sua alma, psique, dos pensamentos e das emoções. Não é difícil vermos gente no meio evangélico que vive apenas de emoções, sem discernimento. 3. O homem espiritual, regenerado, é conduzido pelo Espírito Santo e é por Ele ensinado em Sua iluminação. Para melhor compreensão ver nota do v.14 na Bíblia Scofield. 4. (v.16) “A mente de Cristo”. “Somente o homem espiritual é uma pessoa a quem Deus dá o conhecimento de sua vontade. Quão pouco tem conhecido a mente de Deus pelo poder natural! O Espírito capacitou os apóstolos para dar a conhecer sua mente. A mente de Cristo e a mente de Deus em Cristo nos são dadas a conhecer plenamente nas Sagradas Escrituras. O grande privilégio dos cristãos é que têm a mente de Cristo, revelada a eles por seu Espírito. Eles experimentam seu poder santificador em seus corações e dão bom fruto em suas vidas” (MHC).

O HOMEM NATURAL E O HOMEM ESPIRITUAL 1 CORÍNTIOS 2.6-16 I – COISAS QUE NÓS CONHECEMOS E ELES NÃO (vv. 6-8) 5. “Experimentados” (v.6). Paulo está se referindo a um grupo seleto de pessoas; pessoas que estão aptas a entenderem as coisas que vêm de Deus. 6. Paulo se refere a coisas que são compreensíveis aos que são da fé, para os salvos em Cristo; compreendidas por aqueles que enxergam com outros olhos. 7. O discurso não se coadunava com os da época de Paulo e não se coadunam com o discurso que deve pautar a nossa postura como cristãos desta era. 8. “sabedoria deste século” (v.6). O que Paulo pensava a respeito da sabedoria dos homens e das ações dos poderosos: “se reduzem a nada”. O pensamento do homem natural nunca será o do homem espiritual. O homem natural formula uma agenda onde Deus está morto; se Deus está morto e a ideia da existência de Deus ou de um deus não existe, então, tudo pode. 9. Não existindo Deus não existe também Palavra de Deus, pois esta depende da existência Dele. A Palavra de Deus só tem importância para os que creem que ele existe e é galardoar dos que o buscam. 10. “Sabedoria de Deus em mistério” (v.7). É justamente por crermos em Deus que somos agraciados pelo conhecimento dos seus mistérios; trata-se de uma sabedoria ‘outrora oculta’, mas que, para o bem dos que creem não está mais oculta. 11. Paulo reforça a nossa importância como crentes quando diz: “sabedoria essa que nenhum dos poderosos deste século conheceu” (v.8).

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II – COISAS QUE ISRAEL DEVE SABER E NÓS TAMBÉM (vv.9-12). 3. O que está oculto para o homem natural está plenamente revelado aos que Deus ama e aos que amam a Deus (v.9). 4. Aqui Paulo faz referência ao texto de Isaías 64.4. No texto de Isaías percebemos poucas diferenças do texto em Paulo. Talvez Paulo não tenha buscado a literalidade do texto de Isaías, mas a sua aplicabilidade para os seus dias (Leon Morris escreveu: parece melhor pensar nesse versículo como uma citação bem livre de Paulo). 5. Isaías relata algo inédito, singular, jamais visto “desde a antiguidade”; não se lia na história dos deuses coisas ouvidas, assimiladas e vistas, como o povo de Israel pode perceber e receber de Deus. 6. Isaías reforça no coração do povo o que ele precisava reafirmar todos os dias; e isso faz parte de seu louvor e ações de graças: “nunca...um Deus além de ti”. Ao afirmar isso, Isaías estava dizendo que era inútil, nada inteligente e perda de tempo recorrer a outro deus que não fosse o único Deus verdadeiro. Mais uma verdade que Isaías quer ensinar ao povo é que Deus trabalha para aquele que nele espera. 7. como uma oração majestática: retrata para Israel a forma como Deus se conduz para com os que esperam Nele, ou seja, Deus trabalha por eles. 8. Paulo também nos ensina coisas maravilhosas na forma e no conteúdo do seu texto, que, diga-se de passagem, inspirado pelo Espírito Santo. Porque é o Espírito Santo que nos capacita para compreendermos e desfrutarmos “até mesmo as profundezas de Deus (...) para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente” (v.10,12). 9. Em Isaías vemos que Deus trabalha em favor dos que esperam nele; em Paulo vemos que o que era oculto já não é mais.

III – COISAS QUE O ESPÍRITO NOS FAZ SABER, MAS A ELES NÃO (v.13-16). 3. A pregação, o discurso e o ensino não devem ser feito a partir do que apreendemos em nossas buscas humanas; não são as nossas formulações e conclusões que convencem alguém. 4. As palavras ensinadas a outros deve ser da fonte do ensino do Espírito Santo. Jesus disse aos seus discípulos que assim seria (Jo 14.26; 16.13-15). 5. Paulo reforça isso quando trabalha os contrastes entre o homem natural (carnal, não regenerado) e o homem espiritual (regenerado): O primeiro se deixa levar pelas sensações da sua alma, psique, dos pensamentos e das emoções. Não é difícil vermos gente no meio evangélico que vive apenas de emoções, sem discernimento. 6. O segundo, o homem espiritual, regenerado, é conduzido pelo Espírito Santo e é por Ele ensinado em Sua iluminação. É para esse tipo de pessoas que Paulo

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escreve a respeito de “o que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (1 Co 2.9). 7. É interessante observarmos a palavra ‘preparado’ porque é a mesma palavra usada por Jesus em Jo 14.2,3 (“vou preparar-vos lugar (...) E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo”). 8. Deus preparou, Deus tem preparado e Deus vai preparar coisas para nós, que nunca vimos, ouvimos ou pensamos. Podemos dizer isso em relação às coisas do nosso dia a dia e em relação às coisas que estão por vir (vida presente) e no porvir (no céu). 9. Por último, Paulo faz uma constatação e nos entrega uma responsabilidade, e isto vemos no v.16: “Temos a mente de Cristo”. “Somente o homem espiritual é uma pessoa a quem Deus dá o conhecimento de sua vontade. Quão pouco tem conhecido a mente de Deus pelo poder natural! O Espírito capacitou os apóstolos para dar a conhecer sua mente. A mente de Cristo e a mente de Deus em Cristo nos são dadas a conhecer plenamente nas Sagradas Escrituras. O grande privilégio dos cristãos é que têm a mente de Cristo, revelada a eles por seu Espírito. Eles experimentam seu poder santificador em seus corações e dão bom fruto em suas vidas” (MHC). AS DISSENSÕES DEMONSTRAM A FALTA DE ESPIRITUALIDADE 1 CORÍNTIOS 3.1-9 DIVISÃO BÍBLIA DE ESTUDO SCOFIELD I – ANDAR SEGUNDO A CARNE EVITA O CRESCIMENTO ESPIRITUAL (VV.14) v.1 - E eu, irmãos não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a criancinhas em Cristo. 1. “Sarkínois”. Feitos de carne, possivelmente Paulo estava tratando do tempo que ele se apresentou para lhes falar do evangelho. Todo homem antes de aceitar a Cristo é natural e carnal; é o evangelho que o promove a pneumatikois. 2. O diálogo inicial teve que acontecer ao nível daqueles ouvintes sem Cristo; a linguagem para os iniciantes deve ser na base das 4 leis espirituais. 3. Quando conversarmos com um bebê em Cristo a nossa linguagem, o nosso vocabulário deve ser de acordo com a compreensão dele (é o que pensamos!). 4. Segundo o Comentário Moody, “O apóstolo não os acusa por causa dessa condição”.

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v.2 - Leite vos dei por alimento, e não comida sólida, porque não a podíeis suportar; nem ainda agora podeis; 1. Quando Paulo ensinou os crentes em Corinto (Atos 18), deu a eles o alimento que podiam suportar no início da fé cristã. 2. Mas Paulo lamenta, que decorridos tantos anos, aqueles crentes continuavam na mesma situação: “Nem ainda agora podeis”. 3. Por que eles não podiam receber alimento sólido, mas continuar na papinha, no leite? v.3 - porquanto ainda sois carnais; pois, havendo entre vós inveja e contendas, não sois porventura carnais, e não estais andando segundo os homens? 1. “Porquanto ainda sois carnais (sarkikoí)”. Embora aqueles crentes tenham passado por uma transição através da conversão, eles ainda eram muito parecidos com o que eram antes. 2. Parecidos, mas com agravante: “sois carnais”. No caso do v. 1, era natural que fossem sarkínois; no caso do v.3, ‘sarkikoí’, significa eles eram controlados pela carne (Gl 5.19-21). 3. Como Paulo se apercebeu dessa falha na conduta cristã daqueles crentes? Duas situações ele pode observar: havia entre eles inveja (zelos=ciúmes) e contendas. v.4 - Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; e outro: Eu de Apolo; não sois apenas homens? 1. Nos versos 3 e 4, Paulo os acusa de andar segundo os homens. Aqui significa que eles viviam a vida cristã baseada em preferências pessoais. 2. O Pr. Hernandes Dias Lopes escreveu: “Nós não temos de seguir a homens. Nós temos de seguir o Senhor da igreja. Nós não temos de colocar nenhum líder da igreja num pedestal. Não temos de promover o culto à personalidade”.

II - DEUS É O ÚNICO QUE IMPORTA NO SERVIÇO CRISTÃO v.5 - Pois, que é Apolo, e que é Paulo, senão ministros pelos quais crestes, e isso conforme o que o Senhor concedeu a cada um? 1. A única importância que Paulo dá aos dois homens citados, é que ambos eram ministros do evangelho. A palavra grega para ministros é diákonoi. 2. Os dois ministros da Palavra não ensinaram e nem ultrapassaram os limites estabelecidos por Cristo: “Conforme o que o Senhor concedeu a cada um”. 3. Cada um coopera com Deus na medida do que lhe é concedido, nem mais nem menos.

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v.6 - Eu plantei; Apolo regou; mas Deus deu o crescimento. 1. Paulo, sem demonstrar qualquer ponta de ciúme ou tristeza diz: “Eu plantei” (At 18.1-11). A respeito de Apolo: “Apolo regou”. 2. Não precisamos e não devemos nos enciumar quando outros se unem a nós para execução do trabalho. v.7 - De modo que, nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento. 1. Paulo, mesmo tendo sido o plantador, o evangelista, não julgou ser alguma coisa a mais do que de fato era: só servo. 2. Por mais que trabalhemos, nos esforcemos, nenhum resultado vamos obter se Deus não estiver no negócio: “Deus dá o crescimento” (v.6, 7). v.8 Ora, uma só coisa é o que planta e o que rega; e cada um receberá o seu galardão segundo o seu trabalho. 1. No verso anterior Paulo mostrou que não precisamos ver as pessoas (líderes) mais do que elas são. 2. Neste ele diz ambos os trabalhadores são ‘uma só coisa’. Significa que os que trabalham têm “um só propósito” (NIV). Quem faz o serviço no Reino devem ser unânimes de propósito; não chegaremos a lugar nenhum quando puxamos para todos os lados. 3. O nosso trabalho, por menor que seja na igreja, no Reino, não será esquecido diante de Deus. O que importa é sermos fiéis. v.9 Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus. 1. Paulo aqui fala a respeito do privilégio que temos em ser colocados em parceria com Deus. 2. “Somos cooperadores de Deus”. Synergoí, significa que unimos o nosso trabalho ao de Deus. 3. Em Deus damos frutos (‘lavoura’) e crescemos (edifício).

TODO ADORADOR PRECISA SER ACHADO FIEL 1 CORINTIOS 4.1,2 Tomamos emprestado este texto de Paulo aos coríntios, quando, na realidade ele está tratando da fidelidade no exercício do serviço cristão.

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Essa fidelidade partia do próprio testemunho do servo diante da comunidade e do mundo; a ideia principal é o modo como devemos ser vistos por eles. Para Paulo, o mundo não deve ver em nós mais do que somos, isto é, servos. No texto temos: huperétas e oikónomos. As duas palavras não mostram uma posição de superioridade. Em huperétas, que em nossas bíblias temos a palavra ministro, que para muitos soa muito ‘chique’, o que significa mesmo é alguém que nunca aparece: é o remador da parte inferior do navio (dizem que os carros alegóricos são conduzidos por homens na parte inferior). Então huperétas é o ‘superinferior’. Como servo, ele deve ser achado fiel.

A outra palavra, oikónomos, que aparece em nossas bíblias como despenseiros ou encarregados, não muda muita coisa não. O oikonomos é o mordomo, o encarregado dos demais empregados, mas que vivia em extrema subordinação ao seu senhor. Ele respondia por si mesmo e pelos demais.

No verso 2 do texto, Paulo diz que o que se espera destes encarregados é que cada um deles seja encontrado fiel. É possível que Paulo esteja sendo escatológico, pois no verso 5 ele diz: “Nada julgueis antes do tempo, até que venha o Senhor”.

O princípio do texto serve para nós adoradores. Todo adorador não é mais e nem menos que alguém que foi salvo para servir. Mas deve servir bem, com responsabilidade, fidelidade e obediência; talvez sejam estas coisas que têm faltado em nós. Poderíamos com a ficha de cada adorador aqui, vermos e constatarmos o nosso nível nos quesitos servir bem, com responsabilidade, fidelidade e obediência.

ALGUMAS QUESTÕES SOBRE ADORAÇÃO E ADORADORES 1. Davi adoraria ao Senhor com integridade de alma; seria um adorador por inteiro. A sua motivação partiria do seu interior (Sl 9.1). 2. O verdadeiro adorador deve estar em condições de apresentar-se diante do altar do Senhor (“Lavo as mãos na inocência”); o verdadeiro adorador deve saber por que quer achegar-se ao altar (“Para entoar, com voz alta, os louvores, e proclamar as tuas maravilhas”) Salmo de Davi 26.6,7; 3. Mas Jesus é quem melhor define o tipo de adoração e adorador, quando conversa com a mulher samaritana (João 4.23,24). 4. Jesus em conversa particular, diz à mulher de Samaria, a respeito de um tempo novo para os adoradores. Nesse tempo novo, o que oferecer e os instrumentos a

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serem usados no culto, seriam coisas de menor importância. Fosse a adoração em Gerizim ou Sião não teria a menor importância (João 4.21). 5. Aprendemos que fomos criados por Deus, e assim cremos; fomos criados para adorá-Lo (não foi só para encher a terra); Ele quer que O adoremos. 6. Deus parecia cansado de certos tipos de adoradores como Caim e Israel nos dias de Malaquias (1.6-8), e por esta razão Jesus fala à mulher samaritana de um valor perdido, mas que passa a ser a busca de Deus: “os verdadeiros adoradores adorarão ao Pai em espírito e em verdade, pois o Pai procura a tais que assim o adorem” (v.23). CONCLUSÃO Para que o Depac Music Choir tenha sentido de continuidade devem estar presentes tudo o que dissemos acima. Dois mil anos depois, as palavras de Jesus continuam soando em nossos ouvidos com a mesma força. O interesse de Deus não mudou, a Sua busca não cessou. Cabe ao coro, na pessoa de cada crente, pois se não forem crentes, tudo será apenas artístico; sendo um grupo de crentes será primeiro adorador e depois artístico. A apresentação deve ser ao Senhor partindo de um coração sincero, o coração de perfeito adorador. A adoração verdadeira deve ser a prática dos santos do Senhor com a entrega do seu tudo.

IMPUREZA DA IGREJA (DE CORINTO) 1 CORÍNTIOS 5 DIVISÃO STANLEY M. HORTON

I – O PECADOR PRECISA SER TRATADO (5.1-5) 1. V.1 - “Geralmente”. A fama da igreja estava na boca do povo. Embora Paulo escreva para gentios, ele diz que os gentios incrédulos estavam em melhor condição que os gentios convertidos: “Nem mesmo entre os gentios”. 2. A imoralidade, como tradução da palavra porneia, refere-se à imoralidade de qualquer tipo. 3. O que deixou o apóstolo abismado, perplexo: “Haver alguém que se atreva a possuir a mulher de seu próprio pai”. Trata-se da madrasta divorciada ou viúva (Ver o texto de Lv 18.6-18). O verbo possuir tem a ideia de continuidade, “Eles estavam vivendo como marido e mulher sem estarem casados” (Rienecker & Rogers, Chave Linguística do Grego).

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4. V.2 – “Ensoberbecidos”. Eles estavam tão cheios de si pelos diversos carismas, que ficaram despercebidos das realidades normais do dia a dia. Aqueles crentes ou achavam tudo muito natural, ou não fizeram nenhum esforço em tirar do meio deles quem vivia em tal pecado. “Não chegastes a lamentar”. Não houve na igreja um sentimento de tristeza pelo mal que tal fato acarretava para a igreja. John Gill chega a conjeturar que talvez o homem que vivia em pecado fosse um pregador, professor ou líder na igreja. Não houve da parte da igreja esforço em excomungá-lo. 5. Neste mundo moderno, o que era pecado antes parece que não é mais. Não quero acreditar que pais crentes concordem que filhos membros da igreja vivam vida dupla. 6. V.3 – “Já sentenciei”. Paulo tomou a atitude que a igreja devia ter tomado, embora convocando a igreja omissa a unir-se com ele no mesmo espírito, em nome do Senhor Jesus e com o seu poder (v.4). Dynamis - Poder é a autoridade de Jesus e a Sua capacidade de realizar. 7. Parece-nos que igreja, como corpo de Cristo, estaria tratando em uma dimensão espiritual (Desligado no céu Mt 18.18). Mas podemos pensar que a própria excomunhão já é colocar o indivíduo nas mãos do sistema mundano dominado por Satanás. 8. V.3 e 5 – A sentença: “Que o autor de tal infâmia seja (v.3) entregue a Satanás” (v.5). Essa destruição da carne nos lembra como Jó sofreu pelos ataques de Satanás, embora não tivesse nenhuma culpa no cartório. O que não é o caso desse indivíduo citado por Paulo. 9. V.5 – “A fim de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor”. Ao entregar o indivíduo nas mãos de Satanás, embora o sofrimento viesse no corpo, tal indivíduo, por conhecer a palavra teria a oportunidade de arrepender-se voltando para Deus; não se trata de uma salvação automática. Mesmo a igreja cheia de carismas, não transparece que ela se uniria para curá-lo de possíveis enfermidades.

II – LIMPEM-SE DO FERMENTO VELHO (5.6-8). 1. V.6 – “Não é boa a vossa jactância”. O orgulho da igreja (na igreja), seja pelos carismas ou pela posição do indivíduo, não era uma boa; isso trazia prejuízos ainda não percebidos pela liderança. “A arrogância e a insensibilidade de vocês nesta questão me perturbam” (A Mensagem). 2. “Não sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda?”. Claro que eles sabiam, mas não se importavam com isso. Uma laranja podre estraga todas as outras. São as más influências. “Quando tolerado, o pecado permeará e corromperá toda a igreja local” (MacArthur). 3. V.7 – “Lançai fora o velho fermento”. Isto é, ‘livrem-se das más influências’. A igreja não devia ter nenhum temor em fazer uma limpeza geral; devia ter o temor de ficar como estava. 14


4. Paulo lembra a igreja quem ela é: “Como sois, de fato, sem fermento”. O apóstolo incentiva a igreja a abraçar a novidade de vida. Também lembra a eles que em Cristo fomos libertos da antiga vida de pecado e escravidão. 5. V.8 – “Celebremos a festa”. A igreja não deve e nem pode viver no clima de funeral provocado pelo pecado; a igreja deve viver a plena alegria que representa a Páscoa. 6. “Nem com o fermento da maldade e da malícia”. É inconcebível a ideia que na igreja existam aqueles são práticos na maldade, na malquerença, na malignidade e na hostilidade. Também não esperamos que haja entre nós aqueles que vivem na malícia (depravação) e na impiedade de suas ações. 7. “E sim com os asmos da sinceridade e da verdade”. Contrastando com a humanidade ímpia está a humanidade crente (pia) e devota. Enquanto aquela é marcada pela vida de pecado, a humanidade crente é marcada pela sinceridade e pela verdade (é imperativo que seja). 8. Temos a oportunidade de mostrar ao mundo que somos diferentes; a igreja foi chamada do mundo para ser diferente dele. 9. V.9 – “Já em carta vos escrevi”. Uma carta que se perdeu, ou que não houve interesse da igreja em preservá-la. Parece que os crentes em Corinto entenderam que “não vos associásseis com os impuros” dissesse respeito apenas aos impuros do mundo, que eles deixaram para trás. 10. V. 10 – Paulo amplia e explica o que ele quis dizer antes: “Não propriamente aos impuros deste mundo; pois, neste caso, teríeis de sair do mundo”. Quando aceitamos a Cristo continuamos vivendo neste mundo do jeito que ele é e está. 11. (v.11a) – “Não vos associeis com alguém que, se dizendo irmão”. Paulo está se referindo àqueles que pareciam ter deixado as práticas mundanas, mas que continuavam como se no mundo ainda estivessem. 12. A lista de Paulo (11b): “For impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal, nem comais”. 13. Entendendo as palavras citadas por Paulo:  (Pórnois) “Impuro”, ou “Imoral” (NVI), ou “Fornicador” (KJV). “Pessoas sexualmente imorais” (NIV). Fornicar: ter relações sexuais ilícitas (Dic.).  “Avarento”: ansioso por lucro, cobiçoso (Ver Lc 12.13-21).  “Idólatra”: adorador de imagem (Podemos chamar assim aqueles que se dedicam exageradamente a coisas ou pessoas; amor desmedido por isso ou aquilo).  “Maldizente” (Difamador, maledicente, caluniador): falar mal de alguém, espalhar boatos (ou verdades com o intuito de ‘queimar’ a imagem de outro).  “Beberrão”: viciado em bebidas alcoólicas (Uma variante da palavra grega aparece em Ef. 5.18).  “Roubador”: pessoa dada à extorsão ou rapinagem (roubo ardiloso ou por violência). 15


14. O conselho de Paulo: “Com esse tal, nem ainda comais”. A comunhão nas refeições podia confundir como aceitação das práticas pecaminosas daqueles que se diziam irmãos. 15. V.12 – Quando a igreja não cuida dos pecados internos perde a moral para falar contra o pecado do mundo. Dá bem a ideia do cisco no olho do outro e a trave no nosso (Mt 7.5). 16. V.13a – “Os de fora, porém, Deus os julgará”. Paulo está dizendo que as práticas mundanas serão julgadas por Deus e não pela igreja. A tarefa da igreja é a evangelização das pessoas, sejam quais forem as suas práticas. Não julgar os de fora não nos autoriza a vivermos com eles aceitando tudo como se fosse normal. A nossa prática cristã deve ser bíblica: amar o pecador e reprovar o seu pecado. 17. V.13b – “Expulsai”. MacArthur: “A igreja deve expulsar aqueles que pecam dentro da igreja”. Talvez alguém possa pensar: se formos expulsar os pecadores não sobra ninguém. A diferença é que os crentes têm a capacidade dada pelo Espírito de buscar o arrependimento e a comunhão com Deus; coisa que o descrente, o “que se diz irmão” não tem. 18. Paulo está dizendo à igreja, e sem rodeios, que ela deveria remover aquele indivíduo do meio dela. Ok. Não só aquele imoral, como todos os outros que tinham práticas biblicamente reprováveis. 19. Como já dissemos antes, Paulo está apelando à igreja que retire do seu meio dela aquele que já não comunga os mesmos ideais. 20. A igreja de hoje não pode pensar diferente em relação às proposições de Paulo; o que servia lá dever ser aqui e em qualquer igreja.

LITÍGIO ENTRE OS IRMÃOS (...) SENSUALIDADE CONDENADA 1 CORÍNTIOS 6.1-20 V.1 – As pendências entre os irmãos devem ser tratadas na comunidade. v.2 – Privilégio de uma posição de honra: “julgar o mundo”. v.3 – Privilégio acima da nossa imaginação: “julgar os anjos”. v.4 – Parece que Paulo está falando de questões internas que sofrem a ingerência de incrédulos. Questões eclesiásticas, ou mesmo entre crentes resolvidas em tribunais (v.1). v.5-6 - A busca de um irmãos mais experiente pode trazer uma solução para o problema. v.7-8 – Demanda entre os irmãos já é motivo de tristeza e vergonha. É possível até que algumas questões que não eram justas eram levadas aos tribunais (Exemplo: quando alguém recorre aos tribunais contra o patrão que sempre pagou os direitos).

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v. 9 – A lista de 5.10,11 recebe acréscimo: adúlteros, efeminados, sodomitas, ladrões. MacArthur escreveu: “Esses termos dizem respeito àqueles que trocam e corrompem os papéis e as relações sexuais normais entre homem e mulher. Estão incluídos o travestismo, a mudança de sexo e outras perversões quanto ao gênero”. Conhecendo as palavras: Efeminado – malakós: um termo técnico para o parceiro passivo nas relações homossexuais; Sodomita – arsenokoítes (arseno=homem; koítes=deitar, acamar): um homem que tem relações sexuais com outro homem. v.11 – “Tais fostes alguns de vós”. Da lista que Paulo apresenta, alguns tiveram a prática antes de aceitarem a Cristo. Paulo dá uma nova lista que é a base da nossa salvação e a de todos aqueles: “Lavastes, santificados, justificados”. A nossa justificação está no nome de Jesus; a transformação do pecador é operada pelo poder do Espírito Santo.

As nossas bíblias separam por grupos de parágrafos, mas o texto grego é um conjunto. Assim podemos aplicar o verso 12 para os anteriores e para os posteriores. v.12 – licitude e conveniência. Nas discussões entre o fazer e o não fazer determinada coisa, a pergunta é a seguinte: isso vai fazer de você um crente melhor? 1. Paulo fala que todas as coisas são lícitas, isto é, existe a liberdade de se fazer, desde que, não haja impedimento legal. 2. Algumas coisas não têm impedimento legal, mas trazem prejuízos espirituais. Para as coisas lícitas, sem impedimento legal, mas que trazem prejuízo espiritual Paulo diz: “Não me deixarei dominar por nenhuma delas” (6.12b). 3. A liberdade não deve nos levar à licenciosidade. Mesmo que a lei legitime alguns atos e práticas, o crente deve saber o que a Bíblia diz a respeito, colocando-a como sua regra de fé e práticas. 4. Mesmo que o Estado crie leis que transformem o imoral em moral (conceito social), a Bíblia continuará dizendo que imoral é imoral. Assim sendo, o crente deve saber tratar, biblicamente, as questões que se referem à licitude e inconveniência (v.12a). 5. No Comentário Matthew Henry está escrito: “Um cristão não deve considerar o que é lícito, mas o que é conveniente e para a edificação”.

A SENSUALIDADE É CONDENADA 1ª CORÍNTIOS 6.12-20 As nossas bíblias separam por grupos de parágrafos, mas o texto grego é um conjunto. Assim podemos aplicar o verso 12 para os anteriores e para os posteriores.

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v.12 – Licitude e conveniência. Nas discussões entre o fazer e o não fazer determinada coisa, a pergunta é a seguinte: isso vai fazer de você um crente melhor? 6. Mesmo que o Estado crie leis que transformem o imoral em moral (conceito social), a Bíblia continuará dizendo que imoral é imoral. Assim sendo, o crente deve saber tratar, biblicamente, as questões que se referem à licitude e (in)conveniência (v.12a). 7. Paulo fala que todas as coisas são lícitas, isto é, existe a liberdade de se fazer, desde que, não haja impedimento legal. 8. Algumas coisas não têm impedimento legal, mas trazem prejuízos espirituais. Para as coisas lícitas, sem impedimento legal, mas que trazem prejuízo espiritual Paulo diz: “Não me deixarei dominar por nenhuma delas” (6.12b). 9. A liberdade não deve nos levar à licenciosidade. Mesmo que a lei legitime alguns atos e práticas, o crente deve saber o que a Bíblia diz a respeito, colocando-a como sua regra de fé e prática. 10. No Comentário Matthew Henry está escrito: “Um cristão não deve considerar o que é lícito, mas o que é conveniente e para a edificação”. 11. A liberdade que nos faz caminhar aqui é aquela que Cristo ensinou aos que querem ser verdadeiramente livres de João 6.32 e 36.

v.13 – “Alimento...estômago” (...) “corpo...impureza...o Senhor”. 1. Embora haja relação biológica do alimento relação ao estômago, o corpo não foi criado para a impureza. 2. Nosso corpo foi criado para o Senhor a fim de glorificá-lo. v.14 – Paulo demonstra a importância do nosso corpo ao ensinar para a igreja que Deus nos ressuscitará como ressuscitou a Jesus. v.15 – Somos responsáveis pelo que fazemos em relação ao nosso corpo. É inconcebível que o cristão dedique ao pecado o que está ligado a Cristo. v.16 – Temos aqui a ligação mística que envolve o ato sexual: os dois se tornando uma só carne. v.17 - Mas, ao contrário dessa união de corpos, na nossa união com Cristo temos uma união espiritual: “Um espírito com Ele”. v.18 – “Fugi da impureza”. Pecar contra o próprio corpo pode referir-se também a exposição do corpo a certos tipos de doenças. v.19 – Somos santuário do Espírito Santo... o Santo Espírito habita no crente. Por sermos de Deus não pertencemos a nós mesmos. v.20 – Não somos de nós mesmos porque fomos “comprados por preço”. Por sermos propriedade do Senhor devemos honrá-lo e glorificá-lo em todas as coisas. 18


RESPONSAVELMENTE LIVRES 1 CORÍNTIOS 6.12 INTRODUÇÃO A liberdade não é passe livre para a prática do mal. Mas para muitos a liberdade é a motivação para o abuso e a libertinagem. A liberdade não é uma carta branca. A liberdade não nos dá o direito de passarmos por cima de princípios de moralidade e de boa convivência. Mas parece que as pessoas não entendem assim. O som alto no carro é democrático, é para todos. O problema é que se torna um tipo de democracia invasiva. Quem disse que eu quero ouvir o seu tipo de som? A liberdade me dá o direito de parar o trânsito para conversar em fila dupla com um amigo. Quem achar ruim peça desculpas e aguarde. Talvez a liberdade ainda seja um bem que não aprendemos apreciar. O clamor de um povo é: “Liberdade! Liberdade! abre as asas sobre nós. Das lutas na tempestade, Dá que ouçamos tua voz”. 575 CC

I – JESUS É A LIBERDADE POSSÍVEL 1. Há um clamor maior por liberdade. É o clamor dos alcançados aos não alcançados. É a palavra de Jesus aos judeus, filhos de Abraão, que sofriam de amnésia. Eles disseram: “Jamais fomos escravos de alguém” (Jo 8.33). E o Egito? E a Babilônia? E o domínio Romano naqueles dias? 2. Jesus estava mesmo falando de uma liberdade que eles não conheciam; falava da liberdade que veio pelo Filho do homem. O triste para eles é que Jesus não era filho de um magnata, filho de um dos ricos daqueles dias; Ele era apenas o filho de um carpinteiro. 3. Eles ficaram inculcados porque Jesus disse “e conhecereis a verdade” (v.32). Havia uma verdade desconhecida para aqueles homens filhos de Abraão. Que verdade é essa? Nós temos Moisés, nós temos os profetas. Há ainda algo para conhecermos? 4. A verdade que vocês ainda não conhecem é: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (v.36). Esta é a verdade desconhecida a muitas pessoas. 5. Não que essa verdade não tenha sido pregada, ela é, a verdade rejeitada: “Então, pegaram pedras para atirarem nele” (v.59). 6. O que é a liberdade para muitos? Poder ir e vir. Fazer ou não fazer.

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II – PAULO TRADUZ O CONCEITO DE LIBERDADE PARA OS CORÍNTIOS 12. Em dois lugares, na primeira carta aos Coríntios, Paulo fala sobre licitude, conveniência, dominação e edificação. 13. No cap. 6.12 Paulo fala que todas as coisas são lícitas, isto é, existe a liberdade de se fazer, desde que, não haja impedimento legal. 14. Algumas coisas não têm impedimento legal, mas trazem prejuízos espirituais. Para as coisas lícitas, sem impedimento legal, mas que trazem prejuízo espiritual Paulo diz: “Não me deixarei dominar por nenhuma delas” (6.12b). 15. A liberdade não deve nos levar à licenciosidade. Mesmo a lei estabeleça que não problema na prática de alguns atos, o crente deve saber o que a Bíblia diz a respeito (v.15-20). 16. Mesmo que o Estado crie leis que transformem o imoral em moral (conceito social), a Bíblia continuará dizendo que imoral é imoral. Assim sendo, o crente deve saber tratar, biblicamente, as questões que se referem à licitude e inconveniência (v.12a). 17. Em 10.23, Paulo fala da liberdade que não edifica. Isto é, eu tenho liberdade de fazer muitas coisas, mas entre elas existem algumas que não edificam, que não acrescentam nada. Então, para que fazer? 18. No Comentário Matthew Henry está escrito: “Um cristão não deve considerar o que é lícito, mas o que é conveniente e para a edificação”. 19. A liberdade que nos faz caminhar aqui é aquela que Cristo ensinou aos que querem ser verdadeiramente livres de João 6.32 e 36.

III – O CRISTÃO COMO FAZEDOR DA LIBERDADE. 1. O cristão, pessoa responsavelmente livre, será um fazedor de liberdade. Assim como é feliz o pacificador, é feliz o que promove a liberdade a outros. 2. A verdade que liberta só será conhecida pelos que a ignoram, quando nós os crentes lhes falarmos. O crente pode ser agente nessa proclamação, pois já foi, pela liberdade que há Cristo, alcançado. 3. Todos crentes podem gritar em alto e bom som: “A liberdade abriu as asas sobre nós”. Este foi o grito de uma Nação; este é o nosso grito. 4. E os muitos perdidos na falsa liberdade? A falsa liberdade dos alucinógenos. A falsa liberdade nas baladas de Sexta e Sábado. A falsa liberdade pela prática de um evangelho de interesses e moeda de troca. O que fazer? 5. Paulo disse o que fazer. A Timóteo, ele escreveu que o servo do Senhor não deve viver em contendas. Pelo contrário, deve ser apto para instruir, paciente, disciplinar com mansidão os que se opõem (2 Tm 2.24,25). 6. Essa instrução paciente deve ser revestida de expectativa da ação de Deus em favor desses que estão em prisão. Não é uma prisão qualquer. Eles estão enlaçados pelo diabo (v.26). Eles estão privados de qualquer liberdade, ou, podemos dizer, a liberdade que pensam ter é um engano. 20


7. E o próprio versículo reforça a privação da liberdade, pois diz: “tendo sido feitos cativos por ele para cumprirem a sua vontade”. Sem o exercício da vontade não há liberdade. 8. É imperativo, portanto, que cada crente se torne um promotor da verdadeira liberdade. Jesus disse como alcançar a liberdade: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (João 8.36). HINO DA PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA Seja um pálio de luz desdobrado, Sob a larga amplidão destes céus. Este canto rebel, que o passado Vem remir dos mais torpes labéus! Seja um hino de glória que fale De esperanças de um novo porvir! Com visões de triunfos embale Quem por ele lutando surgir!

Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós, Das lutas na tempestade Dá que ouçamos tua voz Nós nem cremos que escravos outrora Tenha havido em tão nobre País... Hoje o rubro lampejo da aurora Acha irmãos, não tiranos hostis. Somos todos iguais! Ao futuro Saberemos, unidos, levar Nosso augusto estandarte que, puro, Brilha, ovante, da Pátria no altar ! Se é mister que de peitos valentes Haja sangue em nosso pendão, Sangue vivo do herói Tiradentes Batizou neste audaz pavilhão! Mensageiro de paz, paz queremos, É de amor nossa força e poder, Mas da guerra, nos transes supremos Heis de ver-nos lutar e vencer!

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Do Ipiranga é preciso que o brado Seja um grito soberbo de fé! O Brasil já surgiu libertado, Sobre as púrpuras régias de pé. Eia, pois, brasileiros avante! Verdes louros colhamos louçãos! Seja o nosso País triunfante, Livre terra de livres irmãos!

RESPOSTAS E PERGUNTAS ACERCA DO CASAMENTO 1ª CORÍNTIOS 7.1-6 Este capítulo ainda está no clima do anterior, no qual Paulo tratou das questões ligadas ao sexo, a partir do verso 12. v.1 – “Quanto ao que me escrevestes”. Paulo vai responder às preocupações da igreja em relação ao casamento e suas implicações, vida de solteiro e viúvo, casamentos desfeitos, etc. “É bom que o homem não toque em mulher”. Alguns comentaristas veem nesta expressão de Paulo uma exaltação ao celibato; não que isto seja melhor que o casamento, mas que para determinadas situações é melhor que seja assim. A palavra grega tem o sentido de tocar, ligar-se, fixar-se. v.2 – “Mas, por causa da impureza, cada um tenha a sua própria esposa, e cada uma, seu próprio marido”. Havia na cidade de corinto (como já falamos anteriormente) libertinagem e prática irresponsável do sexo. Para os novos crentes, e muitos estavam ou foram acostumados com a prática em corinto, deviam a partir da conversão, evidenciar a novidade de vida. Embora Paulo tenha dito que o bom seria não ligar-se a uma mulher, talvez para que se ficasse mais livre para o evangelho ou tempo para exercícios espirituais, o casamento era uma necessidade provocada pela situação em corinto (impureza). v.3 – Mutualidade. Paulo trata aqui das responsabilidades dos casados. Já que você casou, cumpra as obrigações de pessoa casada. A prática do ato sexual no casamento é uma dívida que nunca será paga (digo isso pensando nas pessoas que estejam em perfeitas condições de praticá-lo). A palavra na ARC (TR) é: pague...a devida benevolência (bondade, boa vontade). Na ARA (Nestle/Aland) aparece: devido (Uma obrigação que se tem com a outra pessoa). v.4 – “Poder sobre o seu próprio corpo”. Quando a Sulamita disse: “Eu sou do meu amado e ele é meu” (Cantares 6.3), já era, ela não tinha mais poder sobre si mesma. A

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palavra poder significa no texto autoridade; no casamento a autoridade sobre o corpo é transferida ao cônjuge. Podemos ampliar a ideia paulina em relação a esse tema, dizendo que as pessoas casadas não devem buscar satisfação em relação ao sexo que não inclua o cônjuge. v.5 – “Não vos priveis” (ARA), “Não vos defraudeis” (ARC). Privar é obstar o acesso, proibir, frustrar. Defraudar é enganar com fraude, iludir, enganar. Muito comum entre os cônjuges que vivem cansados, com dor de cabeça e outras defraudações. A exceção. “Salvo talvez por mútuo consentimento”. Caso os cônjuges queiram dar um tempo é preciso que haja anuência do outro, senão, não. No caso aqui, por uma causa nobre: “Por algum tempo, para vos dedicardes à oração”. O cônjuge não vai pedir um tempo longo ao outro para se dedicar aos exercícios espirituais, caso peça, o outro pode dizer não e não estará pecando. “Depois, ajuntai-vos outra vez”. Se houve aceitação do cônjuge para que o marido ou a esposa se dedique aos exercícios espirituais, logo após o prazo que eles determinaram tudo deve voltar ao normal, isto é, ‘cada um pagando ao outro o que lhe é devido’. Qual a razão de todo esse cuidado? “Para que Satanás não vos tente por causa de vossa incontinência”. No presente caso, Satanás pode usar a falta de controle de alguém para fazê-lo pecar. Quando alguém acha que sua espiritualidade vai ter prejuízo se viver sua sexualidade, certamente vai colocar em risco o seu casamento. v. 6 – Paulo não quis tumultuar, mas apenas responder em amor as coisas que lhe perguntaram. O “E isto vos digo” criou um problema, se Paulo estava falando de “como concessão e não mandamento” em relação a qual assunto, de 1 a 5 ou todo o conjunto. Holman, comentando a KJV, coloca o verso 6 ligado aos versos 7 e 8. Se Paulo estava se referindo ao verso 5, ele quis dizer que não mandava que se fizesse como ele disse, mas que os casais refletissem na importância do casamento e os cuidados para com ele e o cônjuge.

RESPOSTAS E PERGUNTAS ACERCA DO CASAMENTO 1ª CORÍNTIOS 7.7-9 v. 7 – Holman, comentando a KJV, coloca o verso 6 ligado aos versos 7 e 8. “Quero que todos os homens sejam tais como também eu sou”. MacArthur define Paulo como um homem solteiro; assim, ele estava desimpedido das coisas do casamento para servir a Cristo plenamente. “Cada um tem de Deus o seu próprio dom”. Mas Paulo diz que o dom vem de Deus, seja para ser solteiro, seja para comprometer-se com o casamento, ou para permanecerse celibatário. 23


v.8 – A sugestão de permanecer solteiro ou viúvo deve-se à liberdade de servir a Deus sem estar dividido pelo casamento. Paulo falou do que ele mesmo vivia, fosse ele solteiro ou viúvo. v. 9 - Mas, se o apelo à pratica do sexo for muito forte, a ponto de não haver domínio ‘que se casem’. O fato de não conseguir o domínio sobre os desejos sexuais não deve levar a pessoa a casar-se com qualquer um que apareça; o casamento deve ser realizado sempre por pessoas que se amam. “Viver abrasado”. Isto é, viver inflamado pelo desejo sexual. No caso de Corinto, havia o risco de, não se dominando, os homens (ou mulheres) procurarem as prostitutas (ou prostitutos).

A ESTABILIDADE DA FAMÍLIA 1ª CORÍNTIOS 7.10-24 v. 10, 11 – Pode acontecer de um dos cônjuges não se converter. O que fazer? “Que a mulher não se separe do marido”. Não, ao divórcio. Sendo a salvação individual, pessoal, e como o casamento, propostas divinas, o cônjuge deve respeitar a posição do outro. Paulo fala à mulher que se separou do marido, que ela não se case de novo, ou se reconcilie com o marido (Esta nota não aparece em relação ao homem, mas deve ter a mesma intenção). v.12,13 – Serve como explicação dos anteriores. Se o cônjuge crente tem cônjuge incrédulo que quer continuar casado, o cônjuge crente não deve deixar o lar. Não deixar o lar implica em obrigações conjugais. v.14 – O cônjuge crente, de alguma forma abençoa o cônjuge descrente; não dá a entrada para o céu, mas dá a ele a oportunidade de conviver com uma pessoa que teme a Deus e segue a Cristo (O que é grande vantagem no contexto do mundo). “Filhos...santos”. Cito textualmente o pastor Hernandes Dias Lopes: “Paulo não está dizendo que os filhos de pais crentes são salvos automaticamente pelo simples fato de nascerem num lar cristão. Todavia, significa que esses filhos nascem debaixo do pacto, são filhos da promessa, e estão debaixo da influência do Evangelho. Significa que desde o nascimento eles estão expostos ao ensino e ao exemplo da fé cristã”. v.15 – No verso 10, Paulo foi enfático: “Que a mulher não se separe do marido”. Aqui, Paulo trata do descrente (homem ou mulher) que não quer continuar mais casado com o (a) crente; o apóstolo diz: “Se o descrente quiser apartar-se, que se aparte”. MacArthur vê neste versículo a possibilidade de casamento para o cônjuge abandonado (divorciado). Na verdade isso é uma prática entre os cristãos. Mas o cristão deve tentar a união até o último. 24


v.16 – Neste verso Paulo reforça a promoção da paz (não partir para o litígio com aquele que prefere partir) (“Deus vos tem chamado à paz” v.15). Para Paulo não vale o argumento de negar o divórcio a fim de converter o descrente. v.17-24 – Neste trecho precisamos entender o contexto daquela época, principalmente em relação aos escravos. O que Paulo está querendo que os irmãos entendam, é que o nosso chamado por Deus é para sermos felizes, vivermos em contentamento; nenhuma circunstância pode roubar do crente a alegria de ser de Cristo (v.22). “Mas o que vale é guardar as ordenanças de Deus” (v.19). O que importa para Deus é sermos gratos e obedientes aos Seus estatutos e ordenanças. Alguém pode vangloriar-se de isso ou aquilo (dons e talentos) e não ser um servo fiel e obediente a Deus. v.23 – Paulo não se contradiz em relação aos versos anteriores (que tratam da escravidão e da liberdade); ele quer dizer que a maior escravidão é a do pecado e do sistema mundano. v.24 – Para promover a paz, o cristão deve permanecer como foi chamado para ser de Cristo: seja casado, circuncidado, escravo ou livre. Embora possam acontecer coisas que o crente não espere, ele deve conformar-se sempre à vontade de Deus.

PROBLEMAS COM TRIBULAÇÃO

RESPEITO

AO

CASAMENTO

EM

TEMPOS

DE

1ª CORÍNTIOS 7.25-40 DIVISÃO BÍBLIA DE ESTUDO JOHN MACARTHUR Seis motivos para nunca se casar, em relação ao lado negativo do casamento, e sim, manter-se solteiro (virgem): 1. 2. 3. 4. 5. 6.

A pressão do sistema (VS. 25-27); Os problemas da carne (v. 28); A transitoriedade do mundo (VS. 29-31); As preocupações do casamento (VS. 32-35) As promessas dos pais (VS. 36-38) A permanência do casamento (VS. 39-40).

I - A PRESSÃO DO SISTEMA (VS.25-27). 1. Embora Paulo não especifique a “angustiosa situação presente”, o que ele sabia é que era melhor estar sozinho; parece que as circunstâncias indicavam isso.

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2. Qualquer que fossem as circunstâncias naqueles dias (possivelmente perseguições), as pessoas não deveriam mudar o seu estado civil (v.27).

II – OS PROBLEMAS DA CARNE (V. 28) 1. O casamento deve ser considerado uma bênção para as pessoas; razão pela qual Paulo disse que não há pecado em comprometer-se com alguém pelo casamento. Ele disse: “Não peca”. Na verdade, o pecado está em casar-se sem ser casado. 2. “Angústia na carne”. O casamento traz responsabilidades e exigências que os solteiros e viúvos estão livres. Nas perseguições, as pessoas desimpedidas podem livrar-se com mais facilidade.

III - A TRANSITORIEDADE DO MUNDO (VS. 29-31); 1. Por sabermos que o mundo não é a nossa casa final, não devemos investir tudo o que somos como se fôssemos ficar por aqui. 2. “O tempo se abrevia”. A vida humana é curta (somos um sopro). Talvez Paulo tivesse se referindo a questões escatológicas. IV - AS PREOCUPAÇÕES DO CASAMENTO (VS. 32-35) 1. O casamento divide a pessoa entre a casa e o templo, isto é, o cuidado com o lar, o cônjuge e o serviço cristão. 2. As pessoas que conseguem ficar solteiras, divorciadas ou viúvas, “facilita consagra-se, desimpedidamente, ao Senhor” (v.35). A pessoa solteira deve guardar-se de pecar (Se alguém decidiu não casar deve guardar-se puro). V - AS PROMESSAS DOS PAIS (VS. 36-38) 1. Talvez alguns pais dedicados consagraram os seus filhos ao Senhor, de modo que eles não se casavam (Alguns pensam que esse foi o voto de Jefté). 2. MacArthur comenta que, “quando as mulheres alcançavam a idade de se casar e insistiam nisso, os pais estavam livres para quebrar o voto e permitir que se casassem”. VI – A PERMANÊNCIA DO CASAMENTO (VS. 39, 40). 1. A mulher casada deve conservar o casamento se o marido descrente consente em viver com ela. Caso o marido faleça, ela está livre para casar novamente. Não deve divorciar do marido incrédulo. 2. “Somente no Senhor”. Não é inteligente buscar um jugo desigual depois de livra-se de um.

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ACERCA DAS COISAS SACRIFICADAS AOS ÍDOLOS (I) 1 CORÍNTIOS 8.1-7 Aspecto histórico-religioso 1. Os gregos e os romanos eram politeístas (adoravam a vários deuses) e polidemonistas (acreditavam em muitos espíritos maus). 2. O porquê do ensino de Paulo: Acreditavam que os espíritos maus poderiam invadir as pessoas a partir dos alimentos; oferecer parte da carne era uma forma de eliminar os espíritos maus; a parte era que não era queimada era vendida no mercado.

1Co 8:1 Ora, no tocante às coisas sacrificadas aos ídolos, sabemos que todos temos ciência. A ciência incha, mas o amor edifica. 1. Paulo e os crentes maduros sabiam que não havia problema nenhum em comprar os alimentos que estavam no mercado. 2. “A ciência incha”. Os que se julgam mais conhecedores, mais experimentados não devem se colocar acima dos demais. 3. “O amor edifica”. Contrastando com o conhecimento orgulhoso está o amor humilde e altruísta. 1Co 8:2 Se alguém cuida saber alguma coisa, ainda não sabe como convém saber. 1. Julgar-se conhecedor e ao mesmo tempo não valorizar o irmão novato na fé é a prova de que alguém ainda não está experimentado em tudo, ou seja, “ainda não sabe como convém saber”. 1Co 8:3 Mas, se alguém ama a Deus, esse é conhecido dele. 1. O exercício do amor ao próximo é a prova de que amamos a Deus. 2. Quem ama a Deus não maltrata o irmão. 1Co 8:4 Quanto, pois, ao comer das coisas sacrificadas aos ídolos, sabemos que o ídolo nada é no mundo, e que não há outro Deus, senão um só. 1Co 8:5 Pois, ainda que haja também alguns que se chamem deuses, quer no céu quer na terra (como há muitos deuses e muitos senhores), 1Co 8:6 todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual existem todas as coisas, e por ele nós também. 1. Paulo ressalta a insignificância dos ídolos: “nada é no mundo”. 2. Embora possa existir a ideia de muitos deuses, principalmente entre os gregos e os romanos, para deixa claro para os crentes: “Para nós há um só Deus”. 3. Deus é o criador, sustentador e o único que tem direito sobre todas as coisas. Detalhe paulino: “Para quem nós vivemos”. 4. Jesus é o agente do Pai na criação de todas as coisas (Jo 1.3). 27


1Co 8:7 Entretanto, nem em todos há esse conhecimento; pois alguns há que, acostumados até agora com o ídolo, comem como de coisas sacrificadas a um ídolo; e a sua consciência, sendo fraca, contamina-se. 1. Alguns novos crentes continuavam acreditando que os maus espíritos estavam nos alimentos, e ao comerem daquela carne vendida no mercado, se sentiam culpados. 2. Por não ter uma consciência madura, concernente às coisas do Reino, a pessoa ficava em crise espiritual. ACERCA DAS COISAS SACRIFICADAS AOS ÍDOLOS (I) 1 CORÍNTIOS 8.8-13 O CUIDADO QUE DEVEMOS TER 1Co 8:8 Não é, porém, a comida que nos há de recomendar a Deus; pois não somos piores se não comermos, nem melhores se comermos. 1. É possível que alguns crentes já maduros não vejam tantas dificuldades em algumas situações. 2. Pode ser que crentes maduros continuem com muitas restrições (questão de consciência individual). 3. Paulo parece equilibrar os crentes no que se refere ao comer ou não comer. Muitas coisas ficam só na conta do que é nutricional e não espiritual.

1Co 8:9 Mas, vede que essa liberdade vossa não venha a ser motivo de tropeço para os fracos. 1. Mas há um porém: o cuidado que devemos ter com os irmãos que se ferem por algumas das nossas posturas. Mesmo que entendamos que certas coisas não interferem na nossa postura diante de Deus, podemos e devemos evitar se fere a consciência do nosso irmão. 2. No caso do texto, alguns crentes novos poderiam entender que podiam participar, não só dos alimentos oferecidos aos ídolos, como também dos pecados que haviam abandonado. O tropeço seria o retorno à vida anterior a Cristo. 1Co 8:10 Porque, se alguém te vir a ti, que tens ciência, reclinado à mesa em templo de ídolos, não será induzido, sendo a sua consciência fraca, a comer das coisas sacrificadas aos ídolos?

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1. “À mesa, em templo de ídolo”. Crentes muitos sociais podem servir de escândalo para alguns; mesmo que na consciência do que participa não haja nenhum problema. 2. Algumas profissões ou atividades podem servir de escândalo para alguns crentes, sejam maduros, ou não.

1Co 8:11 Pela tua ciência, pois, perece aquele que é fraco, o teu irmão por quem Cristo morreu. 1Co 8:12 Ora, pecando assim contra os irmãos, e ferindo-lhes a consciência quando fraca, pecais contra Cristo. 1Co 8:13 Pelo que, se a comida fizer tropeçar a meu irmão, nunca mais comerei carne, para não servir de tropeço a meu irmão. 1. Paulo fala da seriedade do pecado contra o irmão que parece mais simples, menos experiente na fé (v.11). 2. Então, ao crente maduro não é dado o direito de dizer: “Não estou nem aí”. Ferir o crente novo, a ponto de esmorecê-lo, pode ser problema para os chamados, crentes maduros. Paulo disse que quando fazemos o irmão pecar, pecamos contra Cristo (v.12). 3. Paulo é assertivo, definitivo: não serei tropeço para o meu irmão (v.13).

A LIBERDADE E OS DIREITOS DOS APÓSTOLOS 1ª CORÍNTIOS 9.1-27 I-

OS DIREITOS DOS APÓSTOLOS (VV.1-14)

1. (v.1) - Paulo usa recurso da pergunta retórica, esperando-se um ‘sim’ para cada uma delas. A ideia desse tipo de questionamento é levar a uma reflexão sobre o assunto abordado. 2. Se havia da parte de alguns, dificuldade em aceitar Paulo como apóstolo, essa dificuldade não devia existir entre os coríntios; o apóstolo diz a eles: “Vós sois o selo do meu apostolado” (v.2). Eles eram o selo de autenticação do ministério apostólico de Paulo. 3. A defesa de Paulo (vv. 3-5) 1. Direito ao sustento 2. Direito de ser acompanhado pelo cônjuge, assim como faziam os outros apóstolos. “Esposa crente” (Sec.21). 4. (vv. 7-10) - Defesa enfática do sustento ministerial. “Deixar de trabalhar” (v.6): não se ocupar com atividades ditas seculares para prover o sustento. 29


5. V.11 – “Se nós semeamos as coisas espirituais”. Assim como os apóstolos fizeram em Atos 6.4, era direito que deveria se estender aos demais apóstolos, entre eles, Paulo e Barnabé. Paulo não esperava dos coríntios nada mais que o justo: “Será demais que de vós colhamos as materiais?”. 6. V.12 – Parece que os coríntios auxiliavam outros financeiramente. Se outros recebiam desse direito, muito mais Paulo, que os gerou para Cristo. Talvez houvesse daqueles crentes atitudes de ingratidão para com o apóstolo. Paulo declara àqueles crentes que abriu mão do direito de ser sustentado por eles (v.12b). 7. V.13 – Referência aos ministros no Antigo Testamento (Ver Nm 18.8ss). 8. V. 14 – “Assim ordenou também o Senhor”. O sustento ministerial legitimado pelo Senhor (Mt 10.10).

IIVISÃO E MISSÃO DE PAULO (VV. 15-23) 1. Embora defendesse o sustento ministerial, Paulo não se valia dele, e nem legislava em seu favor. Paulo não quis se valer do direito que tinha como pregador do evangelho (v.18). 2. Algumas coisas a serem observadas: 1. Infelizmente alguns pastores usam do ministério para fins não tão dignos; 2. Não ser assalariado dá liberdade para que se pregue sem temor; 3. “Livre de todos” (v.19), pode significar uma estratégia de Paulo, conforme ele relata a seguir. 3. Vv. 20-23 – “Procedi” (v.20): Paulo era um estrategista, era eclético, sabia transitar em todos os níveis sociais. “Fiz-me tudo para com todos” (v.22): ‘Paulo variou seus métodos para alcançar os melhores resultados’ (Hernandes D. Lopes). As igrejas modernas têm criado todo tipo de estratégia para alcançar pessoas para o evangelho.

IIIUM VERDADEIRO ATLETA DE CRISTO (VV. 24-27) 1. V.24 – Um conselho para todos: “Correi de tal maneira que o alcanceis”. O prêmio é dado aos que perseveram até o fim. 2. V. 25- Os homens se esforçam para buscar um prêmio comum, que se acaba com o tempo; os crentes correm por um prêmio que não se acaba. 3. V.26 – Paulo também está na corrida, correndo dentro das regras e sem tirar os olhos do prêmio (“Não sem meta”). A meta: ganhar pessoas e receber o galardão (v.17). 4. V.27 – “Esmurro”. A mortificação da carne. A tarefa de Paulo exigia dedicação e empenho; ele não podia deixar se levar pelos apelos da natureza humana. 5. Por que Paulo agia dessa maneira? Para que depois de ter se dedicado aos outros ele mesmo não fosse desqualificado.

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O EVANGELHO E O EVANGELIZADOR 1 CORÍNTIOS 9.16, 23, 26, 27 Uma reflexão baseada na compreensão que o apóstolo Paulo tinha da sua chamada e da sua obrigação na obra de evangelização.

I – A EVANGELIZAÇÃO COMO UM DEVER (V. 16) 1. O apóstolo compreendia a evangelização como uma obrigação baseada no seu chamado e na sua vocação; ele foi chamado para evangelizar. Não tinha tempo ruim, o negócio era evangelizar ‘a tempo e fora de tempo’ (2 Tm 4.2). 2. Raymond Bryan Brown (Com. Broadman pg 401) escreve: “Um chamado imperioso havia se apoderado dele, e uma compulsão interior o impulsionava a pregar”. 3. Como pregador do evangelho ele diz em relação a si mesmo: “Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar”. Pregar não é matéria de jactância (Morris); pregar é matéria de temor, pois falamos de coisas excelentes, que fogem muitas vezes da nossa compreensão e acuidade (capacidade de chegar a uma conclusão). 4. Quando Paulo diz ‘sobre mim pesa essa obrigação’, não está havendo da parte dele nenhuma reclamação e nenhuma atitude de desaprovação com as lides ministeriais, mas, apenas fazendo uma constatação que fora chamado para isso mesmo. Como embaixador de Cristo ele poderia dizer: “Se assim não for, para que nasci?”. 5. Não é que Paulo não servia para mais nada, pelo contrário, Deus chamou alguém que podia muito, para ser um evangelizador. O ministério não é o lugar dos que acham que não servem para mais nada. 6. “Ai de mim se não pregar o evangelho!”. A Chave Lingüística do NT Grego traz que: “oùaí – ai! Uma interjeição denotando dor ou desprazer”. Sendo a evangelização a sua obrigação, havia no apóstolo uma consciência de que estaria sujeito a algo perigoso, caso não levasse a cabo o seu cumprimento. 7. O chamado tem obrigação diante de Deus. O chamado não trata as coisas de Deus como coisa de menor importância. Já o outro, aquele que não é chamado, está pouco ligando sobre o que Deus pensa ou não; não há nele uma expectação de juízo; ele quer mesmo é se dar bem (Qualquer crente normal sente vontade de vomitar quando se lembra da oração da propina!). II – A EVANGELIZAÇÃO COMO UM PRIVILÉGIO (V. 23) 1. Paulo tinha verdadeira fixação pelo evangelho, a ponto de dizer: “Tudo faço por causa do evangelho”. ‘Tudo’ é o tudo dos versos anteriores: “Porque, sendo livre de todos, fiz-me escravo de todos” (v.19); “Procedi, para com os judeus, 31


como judeu” (v.20); “Aos sem lei (gentios?), como se eu mesmo o fosse” (v.21); “Fiz-me fraco para com os fracos” (v.22a); “Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns” (v.22b). 2. O que disse Paulo não deixa nenhuma margem para pensarmos que ele era condescendente, que ele se amoldava a qualquer situação, que ele abria mão dos preceitos da Palavra, para de algum modo ter trânsito entre as pessoas. Brown (já citado) interpreta Paulo assim: “Quero deixar bem claro que não me tornei culpado de usar de expedientes tortuosos. A minha adaptação nunca abalou ou pôs em cheque a minha dedicação; o meu objetivo é entender a dedicação dos outros. Um crente que ama os outros tem a liberdade de empregar o seu amor de formas que mostrem que ele realmente se preocupa com os outros o suficiente para se esforçar no sentido de entendê-los e apreciá-los. Exercito o meu amor em liberdade e a minha liberdade em amor apenas por uma razão: por causa do evangelho” (pgs 402-403). 3. Se a pregação é uma imposição (por conta do chamado), ela é também um privilégio; o privilégio da participação (synkoinonós) no evangelho com os demais. Como nos alegramos com o crescimento do nosso irmão! Quando ele começa a se desenvolver na participação da igreja local, dando de si nas diversas atividades que a igreja requer dele. Isso é parte dos privilégios da participação das coisas comuns a todos os crentes; coisas essas alcançadas somente através do evangelho de Cristo. 4. Paulo sabia da responsabilidade que tinha com o evangelho, mas também sabia o que queria em relação ao evangelho. O apóstolo não corria atrás das vantagens materiais que podem ser conferidas pelo evangelho (v.14); também não corria atrás do status pastoral ou missionário (foi-se o tempo desse status!) (v.16). III – A EVANGELIZAÇÃO COMO NORTEADORA DE ATITUDES (V. 26, 27) 1. Paulo busca na disposição e na fixação de um atleta pelo prêmio, o ânimo que precisa dar aos seus leitores: “Correi de tal maneira que o alcanceis” (v.24). 2. Tal exortação era também para si mesmo: “Assim corro também eu, não sem meta” (v.26 a). Paulo não batalhava pelo evangelho sem uma razão, sem saber por que estava nessa luta; ele estabeleceu para si uma meta, um alvo. 3. Paulo não era um atleta atabalhoado, sem coordenação motora; não era uma espécie de zagueiro que chuta para o lado que indica o nariz. Não! Diz ele: “Assim luto, não como desferindo golpes no ar”. (Ele não era um boxer depois do 10º round). 4. Por saber o que queria e para onde ia, o apóstolo busca a autodisciplina vista nos atletas: “Mas esmurro o meu corpo” (v.27). Não era autoflagelação que fazia o apóstolo. Assim como sofre o atleta nos treinamentos, que precisa de disposição física e mental, Paulo buscava a mesma disposição para trabalhar bem na causa do evangelho.

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5. O apóstolo reduzia o seu corpo ‘à escravidão’. Ele conduzia com pulso firme as suas próprias inclinações para alcançar o fim almejado. Quais são as nossas inclinações naturais? Talvez sejam: sossego, preguiça, sombra e água fresca, e etc. 6. Rienecker e Rogers (Chave Lingüística já citada) escrevem o seguinte sobre hupopiazo (esmurrar) e doulagogo (guiar à escravidão): “Os dois verbos dão um quadro do atleta que faz de tudo para disciplinar a si mesmo e manter seu corpo sob rigoroso controle, a fim de que possa servir, e não atrapalhar, na conquista de seus objetivos”. 7. Paulo não queria ser como o atleta que, depois de fazer todas as coisas é desqualificado, reprovado. Não queria ser um pregador que ganha muitos para o Senhor, mas na hora da premiação ficar à margem, olhando cabisbaixo, ressentido, para os que recebem o prêmio. CONCLUSÃO

Que possamos fazer todo o nosso possível pela causa do evangelho. Que sejamos participantes no dever, nos privilégios e que o evangelho seja o norteador das nossas atitudes.

EXEMPLOS DA HISTÓRIA DE ISRAEL 1 CORÍNTIOS 10.1-13 - DIVISÃO DAKE 1. A dispensação da lei (1) Cinco bênçãos típicas de Israel (vv.1-4). v. 1 – Paulo, mesmo escrevendo para os gentios, coloca aqueles crentes sob o mesmo nível de filiação: “Nossos pais”. Israel recebeu muitos privilégios da parte de Deus, mas tais privilégios não lhe permitia uma vida dissociada da santidade e temor a Deus. Paulo está advertindo os crentes, que mesmo Israel tendo privilégios, pagou alto preço pela desobediência; não será diferente com o crente desobediente. Paulo aplica os acontecimentos no deserto com Israel: a nuvem, o mar e o manjar espiritual (v.2,3), às mesmas atividades que temos como igreja: somos batizados, participamos da ceia e todos somos igualmente batizados no Espírito. Assim como o povo ficou sob a liderança e cobertura espiritual de Moisés, todos os crentes vivem hoje sob a liderança e cobertura espiritual de Jesus Cristo (Não é à toa que seja comum entre os crentes a expressão: ‘cubra-nos com o Seu sangue’, falando a respeito de Jesus.

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O povo bebeu a bebida espiritual originada da pedra espiritual que os seguia: a pedra era Cristo (v.4). Stanley Horton escreveu: “A água saiu de uma pedra em Horebe (Êx. 17.6) e outra em cades (Nm 20.11). Mas a fonte do milagre era Cristo. Chamar Cristo de Pedra está em linha com as muitas vezes em que Deus é chamado de Pedra”. Concluímos que Israel era um povo muitíssimo abençoado. 2. Cinco maldições de Israel que são exemplos para os cristãos (vv.5-11). v. 5 – “Foram prostrados no deserto”. O fato de serem abençoados não os eximiu da culpa e do erro. “Deus não se agradou da maior parte deles”. Não foi um capricho de Deus em ser agradado ou desagradado; a questão é que o povo era rebelde, desobediente e idólatra. v.6 – “Feitas em figura”. Tudo o que aconteceu com Israel no deserto nos serve como advertência; serve como um aviso “para que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram”. vv.7-10 – John MacArthur relaciona em síntese as práticas nestes versos. Quatro pecados principais: Idolatria (v.7), imoralidade sexual (v.8), o fato de ter colocado o Senhor à prova (Nm 21) (v.9) e a murmuração (v.10). v. 11 – “Estas coisas...foram escritas para advertência nossa”. Se dissermos que somos o novo Israel, também teremos os mesmos prejuízos se nos comportarmos como o velho Israel. “Os fins dos séculos têm chegado”. Vivemos o tempo da graça, o tempo do Messias, a era da igreja. Devemos viver de uma maneira que agrade a Deus em todas as coisas. O reverendo Hernandes Dias Lopes escreveu: “Os pecados da igreja são mais sérios do que os pecados dos israelitas que estavam sob a lei. Quando a igreja peca, o seu pecado é pior do que o do povo de Israel. E por duas razões: Primeiro, porque nós temos o exemplo deles como advertência. Segundo, porque eles estavam debaixo da lei e nós estamos debaixo da graça. Quando um crente comete pecado ele o faz contra o conhecimento, a bondade e a graça de Deus. Quando um crente comete pecado, ele ultraja a graça de Deus e pisa o sangue do Cordeiro”. 3. A dispensação da graça (vv.12-14) (Exortação aos cristãos acerca da soberda e da idolatria) v.12 – O excesso de autoconfiança e autossuficiência tem sido a desgraça de muitos crentes; quando achamos que só os outros cometem erros. Muitas vezes o excesso de confiança vem dos muitos elogios e incentivo à superespiritualidade. v.13 – As tentações ou provas neste contexto, são humanas. A prova tem um limite; no caso de Jó, a preservação da vida. v.14 – “Fugi da idolatria”. Essa prática era muito comum no contexto Greco-romano; os crentes eram oriundos de religiões com muitos deuses. 34


O BATISMO, A CEIA E SUAS FIGURAS 1 CORÍNTIOS 10.1-13

I – O BATISMO NA FIGURA DE MOISÉS 1. Paulo neste trecho da carta trata da responsabilidade dos coríntios quanto ao batismo e a ceia, para que compreendam que os abusos cometidos por Israel no deserto servem como lição para a nova geração dos que se dizem da fé ou da nova fé. 2. Os destinatários da carta eram gentios, mas mesmo assim Paulo os coloca em pé de igualdade com Israel tanto para bênção como para maldição. 3. Paulo os enxerta em novo nível de filiação: “Nossos pais”. Se os coríntios não eram filhos diretos, eram por filiação via adoção; eram também herdeiros das mesmas coisas dos filhos diretos, com direitos e obrigações. 4. Israel recebeu muitos privilégios da parte de Deus, mas tais privilégios não lhe permitia uma vida dissociada da santidade e temor a Deus; os crentes, participantes da vida da igreja também recebem privilégios que não lhes permite viver dissociados do que Deus é. 5. Paulo está advertindo os crentes, que mesmo Israel tendo privilégios pagou alto preço pela desobediência. Se Israel pagou o preço, sendo a menina dos olhos de Deus, os crentes também pagam um preço pela desobediência, porque também são ‘a menina dos olhos do Senhor’. 6. Paulo aplica os acontecimentos no deserto a Israel. A A21 diz que “Todos foram batizados em Moisés, na nuvem e no mar” (v.2). A nuvem era a Shekinah, a presença de Deus entre o seu povo; o mar batizou o povo de Deus quando da travessia do Mar Vermelho sob o comando de Moisés, mas sob o poder de Deus que o abriu em duas partes. 7. No deserto o povo se alimentou do manjar espiritual; eles foram alimentados da provisão que vinha direto das mãos e da providência do Senhor (v.3).

II – A CEIA COMO FIGURA DO CORPO E DO SANGUE DE JESUS 1. Na nova dispensação, a da graça, todos nós fomos batizados em Cristo, e participamos do mesmo manjar espiritual (v.2,3); passamos a viver no presente as mesmas figuras, quando observamos as atividades que temos e praticamos na igreja. 2. Na igreja, depois que passamos da fase de formação discipular somos batizados e participamos da ceia do Senhor. Devemos apenas lembrar que todos somos igualmente batizados no Espírito. 3. Assim como o povo ficou sob a liderança e cobertura espiritual de Moisés, todos os crentes vivem hoje sob a liderança espiritual de Jesus Cristo. 4. Pastores, missionários e outros líderes são apenas servos que se juntam a importante atividade que tem Jesus como Senhor e Mestre por excelência. Esses líderes 35


chamados devem trabalhar com o mesmo sentimento que havia em Pedro: “Quando o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imperecível coroa de glória” (1 Pd 5.4). E como disse Paulo: “Despenseiros fiéis” ( 1 Co 4.1,2). 5. O povo bebeu a bebida espiritual originada da pedra espiritual que os seguia: a pedra era Cristo (v.4). Stanley Horton escreveu: “A água saiu de uma pedra em Horebe (Êx. 17.6) e outra em Cades (Nm 20.11). Mas a fonte do milagre era Cristo. Chamar Cristo de Pedra está em linha com as muitas vezes em que Deus é chamado de Pedra”. 6. Israel era um povo muitíssimo abençoado. Se eles eram abençoados mediante o olhar para o futuro, para a rocha que os acompanhava, mas que ainda viria; a igreja é igualmente abençoada (ou, até mais abençoada) por já viver sob a rocha que já veio, a Rocha é Cristo.

III – A PROSTRAÇÃO NO DESERTO COMO FIGURA DO DESREGRAMENTO CONTINUADO NA IGREJA DE CORINTO 1. Mas Paulo fala de um senão em relação ao povo de Israel: “Deus não se agradou da maior parte deles” (v.5). O povo tinha a Lei e não a obedeceu; o povo tinha os milagres, as maravilhas, mas mesmo assim agiu com coração avesso à voz de Deus. 2. “Foram prostrados no deserto” (v.5). O fato de serem abençoados não os eximiu da culpa e do erro. O castigo e a sentença que se derramou sobre o povo não foi um capricho de Deus em ser agradado ou desagradado; o castigo foi resultado do coração rebelde, desobediente e idólatra do povo. 3. “Feitas em figura” (v.6). Paulo se reserva no direito de aplicar a história de Israel como advertência para nós, para a igreja que nós somos. A aplicação imediata era para os coríntios, e remotamente para os crentes de todas as épocas. 4. Tudo o que aconteceu com Israel no deserto nos serve como exemplo, serve como um aviso “para que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram”. 5. John MacArthur relaciona em síntese as práticas nestes versos. Quatro pecados principais: Idolatria (v.7), imoralidade sexual (v.8), o fato de ter colocado o Senhor à prova (Nm 21) (v.9) e a murmuração (v.10). 6. Se nós falamos de boca cheia que a igreja é o novo Israel de Deus, não é um absurdo dizermos que teremos os mesmos prejuízos se nos comportarmos como o velho Israel. 7. “Os fins dos séculos têm chegado” (v.11). Este verso é uma repetição do que lemos no v.6. Vivemos o tempo da graça, o tempo do Messias, a era da igreja. Devemos viver de uma maneira que agrade a Deus em todas as coisas. 8. Se usar Israel como figura ainda não basta, Paulo se encarrega de ser direto: “Assim, aquele que pensa estar em pé, cuidado para que não caia” (v.12). O excesso de autossuficiência tem sido a desgraça de muitos crentes; a desgraça vem quando achamos que só os outros cometem erros. É bem possível que aí resida a nossa desgraça particular. 36


9. Resta-nos, porém, uma oração. Que Deus nos abençoe com uma vida que glorifique a Deus e dignifique o nome de cristão que carregamos.

O CRENTE DEVE FUGIR DA IDOLATRIA 1 CORÍNTIOS 10.14-12 - DIVISÃO DAKE v.14 – “Fugi da idolatria”. Essa prática era muito comum no contexto Greco-romano; os crentes eram oriundos de religiões com muitos deuses. Existe um tipo de idolatria que parece menor, que não traz prejuízos; a idolatria de por pessoas ou coisas, no caso, o apego desmedido. v.15 – “Falo como a criteriosos”. Criteriosos é o sábio, sensível entendido. Era com esse tipo de pessoas que Paulo julgava tratar. Tais pessoas não teriam dificuldades em tomar decisões acertadas, assim, elas seriam juízes de si mesmas (julgai vós mesmos). v.16, 17 – A participação na Ceia do Senhor é uma bênção na vida do cristão; não que ela em si mesma confira uma bênção, mas a bênção já é acontecida por fazermos parte da aliança no sangue de Cristo. v. 18 – Identificado-se com Israel. Quando o povo participava do culto de sacrifício, havia identificação entre o adorador e o adorado, entre Israel e Deus. v.19 – Aqui Paulo reforça que o ídolo não é nada, e como tal, a coisa sacrificada nada é. v.20 – Embora no verso 19 Paulo ressalte o ídolo e o sacrifício oferecido a ele possa representar uma perda de tempo, há na verdade uma questão espiritual, porque “as coisas que eles sacrificam, é a demônios que as sacrificam e não a Deus”. Enquanto o cristão oferece a Deus um culto verdadeiro, no culto oferecido no templo idólatra está uma força espiritual satânica (MacArthur). (Ver Sl 106.37). Paulo e o seu cuidado com os crentes: “Não quero que vos torneis associados aos demônios”. v.21 – “Não podeis”. Neste verso Paulo cita duas vezes essa advertência para os crentes. É impossível para o crente viver plenamente a união com Cristo e ao mesmo a união com os ídolos; só é possível uma realidade, caso o crente queira viver as duas, estará definitivamente ligado aos demônios. A ideia do ‘não podeis’ grego é: vocês não são capazes. O Com. Bib. Broadman traz o seguinte: “Você não pode admitir que o fato de você ser crente, de obedecer fórmulas apropriadas, lhe dê um seguro contra os perigos morais”. O crente não pode correr o risco de superestimar sua espiritualidade a ponto de esquecer o que Paulo disse antes: “Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia” (v.12).

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v.22 – “Ou provocaremos zelos no Senhor?”. Zelos também é traduzido por ciúmes. A ideia é que Deus deseja e exige lealdade única. “Somos, acaso, mais fortes do que ele?” A infidelidade a Deus receberá a justa punição. Porque a infidelidade é uma brincadeira de ser sério com a pessoa com quem se tem compromisso.

OS LIMITES DA LIBERDADE CRISTÃ 1 CORÍNTIOS 10.23-33 v. 23 – “Todas as coisas são lícitas mas nem todas convêm”. Temos a repetição do que Paulo fala em 6.12, com pequena variação. Licitude e conveniência: todas as coisas são lícitas, isto é, existe a liberdade de se fazer, desde que, não haja impedimento legal. “Todas são lícitas, mas nem todas edificam”. Aí está a questão para nossa reflexão ou discussão. Algumas coisas não têm impedimento legal, mas trazem prejuízos espirituais. Então fica a pergunta: isso vai fazer de você um crente melhor? v. 24 – “O de outrem”. “Dos seus próximos” (KJV). Embora a palavra grega allelon não apareça no texto, temos aqui a sugestão da sua prática. Já aprendemos que os allelons são a busca da vida em mutualidade; a mutualidade traz equilíbrio. A ideia é que não devemos agir egoisticamente em nosso favor, sendo que a minha ação resultará em prejuízo para meu irmão. Não vale para o crente a expressão ‘é problema dele’. v. 25, 26 – “Comei de tudo que se vende no mercado”. Nos versos anteriores, Paulo sugere que o crente não deve participar das coisas sacrificadas aos ídolos (v.20). Neste verso Paulo sugere que se compre o que vende no mercado “sem questionamentos por causa da consciência”. Nota KJV: “Mesmo que as carnes e os alimentos tivessem sido sacrificados aos ídolos, no templo pagão, ao serem colocados no mercado público, perdiam totalmente o seu significado e místico, não podendo afetar a consciência e a fé dos cristãos, pois tudo pertence ao Senhor”. v.27 – “Vos convidar para uma refeição” (KJV). A consciência tranquila é tudo. Participe da mesa do seu amigo sem querer saber de onde veio o alimento. v.28 – “Porém”. A nossa consciência tranquila vai até o ‘porém’. O que significa isso? Significa que se algum irmão me disser que a origem do alimento é o templo pagão, devo evitar comer por causa da consciência (v.28).

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v.29 - Paulo explica: “Por causa da consciência do outro”. Aquilo que você julga não lhe trazer nenhum prejuízo, mas a sua prática pode ofender a fé do seu irmão, não faça. John MacArthur em seu comentário diz que “é melhor ofender o incrédulo e não comer pelo bem dos mais fracos em Cristo”. “Julgada a minha liberdade”. Posso ser criticado e julgado porque ofendi o meu irmão, ‘e isso serviria de escândalo e confusão para muitos’ (KJV). v.30 – “Se eu participo com ações de graças...”. A consciência tranquila é fruto de um coração grato. “Por que hei de ser vituperado (condenado – KJV) por causa daquilo por que dou graças?”. Estas palavras soam como se Paulo se sentisse injustiçado por ser criticado (Ver na Bíblia Viva). v.31 – Todas as nossas ações devem ter como fim agradar a Deus e dar-lhe glória. v.32 – “Não vos torneis causa de tropeço”. Se eu tenho em meu coração o desejo de ver o meu irmão edificado, sempre vou evitar as coisas que podem ofendê-lo. v.33 – Paulo termina dizendo: “Eu procuro, em tudo, ser agradável todos”. Paulo não se importou que os Coríntios tinham restrições em relação a ele, o que importava era ser agradável e não causar tropeço àqueles irmãos.

A CEIA DO SENHOR 1 CORÍNTIOS 11.17-34 v.17 – Aqui, diferente do que se vê no verso 2, Paulo não elogia os crentes de Corinto, porque a reunião deles “mais fazem mal do que bem”. eles guardavam os seus ensinos, as tradições, que aqui entendemos como sendo a Palavra de Deus. Não devemos compreender ‘tradições’ como ensinos formulados pela mente e os interesses dos homens, mas os ensinos conforme vemos em Atos 2.42 (“Perseveravam na doutrina dos apóstolos”). v.3 – Temos aqui, o que podemos chamar de hierarquia ideal, porque foi idealizada pelo próprio Deus. Entendemos que Paulo está tratando de padrões de autoridade. Na relação Deus e Cristo, Paulo estava tratando das questões de sua humanidade, na pessoa de Jesus. MacArthur: “Em sua essência, Cristo nunca esteve de modo algum num patamar inferior ao Pai”. v.4 – “Todo homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça coberta”. Parece que Paulo estava tratando apenas de costumes em determinadas regiões ou origens de fé. Por exemplo: “Os judeus sempre costumavam cobrir a cabeça no Templo. Entre os gregos, 39


apenas os escravos cobriam a cabeça, enquanto a cabeça descoberta era um sinal de liberdade” (Com. Bib. Beacon). John MacArthur: “Nessa sociedade, a cabeça descoberta de um homem era o sinal de sua autoridade sobre as mulheres, as quais tinham que trazer a cabeça coberta”. v.5 – 6 – A mulher deve conservar a cabeça coberta. Note-se que está enfatizada as questões culturais. Os brasileiros não fazem parte de uma cultura que usa e valoriza o véu como peça permanente do vestuário; o que é normal em culturas orientais. v.6 – Ter a cabeça descoberta equivaleria ao rapar o cabelo e era um sinal de insubmissão. Nota de MacArthur: “Nessa época, somente uma prostituta ou uma feminista raspava a cabeça”. Hernandes Dias Lopes: “Quando uma mulher era vista sem véu, seja na rua ou em uma cerimônia pagã ou mesmo na igreja, essa mulher estava desonrando a si mesma, dando motivo para que sua reputação fosse questionada”. v.7 – O homem, como autoridade sobre a mulher, não deve cobrir a cabeça, pois ele é a imagem de Deus; por outro lado, a mulher é a glória do homem. Existe uma espécie de autoridade e domínio conferido aos homens que nunca serão assumidos pelas mulheres. v. 8,9 – Interessante a ordem formulada por Paulo, na orientação do Espírito Santo. Existe uma ordem hierárquica posicional: Deus, homem, mulher. O salmista, no salmo oito, escreveu que Deus fez o homem um pouco menor que elohim. Nas diversas versões disponíveis temos ‘anjos’. v.10 – Na confusa igreja de Corinto tudo precisava ser normatizado. As mulheres deviam cobrir-se com sinal de autoridade. A Bíblia Viva traz: “Deve cobrir a cabeça como sinal que está sob autoridade”. No presente caso, sob a autoridade do marido. A ordem fica: Deus – Cristo – homem – mulher. Stanley Horton escreveu que os anjos “ficam perplexos diante da conduta dos crentes em desarmonia com a vontade de Deus”. v.11,12 – É dito que homem e mulher são interdependentes. Caso o homem pudesse viver solitariamente, Deus não teria dito que não era bom que ele estivesse só. A recíproca é verdadeira. No final: “Tudo vem de Deus”. Não existe para os homens uma autonomia absoluta do fazer (“Mas tudo provém de Deus!”). v. 13 – Paulo coloca a batata quente nas mãos dos coríntios: “Julgai entre vós mesmos”. Eles mesmos deviam considerar entre o certo e o errado; no caso: “É apropriado a mulher orar a Deus com a cabeça descoberta?” (KJV). v. 14, 15 - Em seguida o apóstolo coloca as questões para serem refletidas e julgadas. O chamado à reflexão cai novamente nas questões da liberdade e da conveniência. 40


Esse texto, escrito dentro de uma cultura oriental não é de fácil assimilação na cultura ocidental. Hoje aceitamos como normal o homem de cabelos compridos e as mulheres com cabelos curtos. v. 16 – “Se alguém deseja fazer desse assunto uma polêmica...”. A argumentação de Paulo a respeito do modo de se conduzir na igreja era definitiva: “...nós não temos tal costume, nem as igrejas de Deus”. v.17 – Aqui, diferente do que se vê no verso 2, Paulo não elogia os crentes de Corinto, porque as reuniões deles “mais fazem mal do que bem”. Ou: “Vos ajuntais não para melhor, e sim para pior”. As reuniões dos crentes eram reprovadas pelas suas ações; talvez aquelas reuniões só serviam para evidenciar as diferenças entre ricos e pobres. Quem ia às reuniões saía pior do que entrava. v. 18 – “Estou informado haver divisões entre vós quando vos reunis na igreja”. A igreja tinha deixado de ser o lugar de encontro de adoração, para encontro de exaltação das diferenças, que Paulo chama de divisões. v.19 – “Importa que haja partido entre vós”. Parece que o apóstolo se conformava com isso, mas na verdade, ele estava ressaltando o efeito benéfico que podia se tirar dessas dissensões: “Para que os aprovados sejam conhecidos em vosso meio”. Talvez seja pelo de nas discussões darmos mostrar de quem somos de fato. Ou até mesmo uma lembrança do que Jesus ensinou a respeito do trigo e do joio. v. 20 – O que eles faziam na igreja não era o que parecia ser: “Não é a ceia do Senhor que comeis”. Aquela confusão toda podia ter qualquer nome, menos ceia do Senhor. Talvez uma reunião onde o assunto girasse em torno apenas da política romana, dos desacertos do Imperador e do Senado; dos últimos modelos das bigas usadas pelo exército; ou os penteados das madames, etc Tinha de tudo naquele encontro com cara de igreja. v. 21 – “Sua própria ceia”. Os que tinham possibilidade levavam do bom e do melhor, mas essa atitude os separava da ceia do Senhor, fazendo com que eles se acabassem de comer ‘sua própria ceia’. Cito nota de Stanley Horton: “O rico começava a comer com seus amigos ricos, sem esperar pelos retardatários, aqueles (sobretudo os escravos) que não podiam sair cedo o suficiente do trabalho para reunirem-se com os outros”. Assim, o rico se empanturrava de comida e vinho com sua própria ceia particular, enquanto os outros não tinham o bastante para satisfazer sua fome”. v. 22 – A reprimenda apostólica. Aqueles crentes que tinham comportamento reprovável leva Paulo a questioná-los: “Ou menosprezais a igreja de Deus, e envergonhais os que nada têm?”. A conduta deles quebrava a unidade da igreja, criava falta de comunhão. A igreja caia na boca do boca do povo como se ela fosse uma coisa qualquer. Os próprios crentes não davam o devido valor à igreja de Deus. 41


v. 23 - Paulo repassa aos crentes coríntios o que ele mesmo havia aprendido com o Senhor (v.23). Mesmo tendo aprendido com o Senhor, como o apóstolo diz, na verdade os fatos que ele passará a enumerar eram sobejamente conhecidos. Já havia, pelo menos, 20 anos passados da morte e ressurreição do Senhor. O ponto de referência para se falar da Ceia foi a noite da traição do Senhor. Na última Ceia estavam juntos o traidor e o traído: “Mas eis que a mão do que me trai está comigo à mesa” (Lucas 22:21) – disse Jesus. A Ceia e traição (entrega do Senhor) aconteceram na Quinta-feira. Tudo deveria terminar em comunhão, congraçamento. Era Páscoa, os judeus lembravam o livramento de Deus quando ainda no Egito. Mas, Jesus e Judas sabiam: aquela noite seria noite de trairagem. v. 24, 25 - A história segue a sua cronologia: primeiro o pão, depois, o cálice (MT 26.26,27). Mas a participação não é feita de qualquer jeito, de qualquer maneira. Não se pode tomar dos elementos sem antes dar graças (1 Co 11.24,25 – Lc 22.17,19). Há mais que motivos para ser dar graças. É possível que alguém já não entenda a Ceia por que já não entende o que é ser cristão; esse na verdade, não passa apenas de um comensal. Jesus pede aos seus amigos algo que gostamos em relação aos nossos amigos; em outras palavras seria: Não se esqueçam de mim. Para não cair no esquecimento o pedido do Senhor da Ceia, Lucas e Paulo deixam a expressão registrada. v. 26 - A Ceia do Senhor trazia pontos de reflexão. O discípulo deve pensar no que está fazendo ao participar. A reflexão não cai em coisas menores tais como, a origem do trigo que fez o pão ou há quanto tempo está armazenado o vinho. A reflexão deve levar o participante até os pés da cruz, pois nela estava o pão e dela descia o vinho: o corpo e o sangue de Jesus. Qualquer pensamento fora disso mostrará que o discípulo já não consegue ter na memória a razão do sacrifício do seu Mestre. “Até que Ele venha”. Nós que não temos o dom de evangelista devemos ficar mais que felizes em podermos participar da Ceia; a Ceia é anunciação. Quando participamos evangelizamos, somos mensageiros (kataggellete) do que Cristo fez por nós. Se alguns entre nós já têm esquecido o que Cristo fez, não nos custa lembrar: Ele morreu para remissão dos nossos pecados. A sua morte foi sacrificial (isto é, teve um real significado) e vicária (isto é, fez em nosso lugar). v. 27 – “Réu do corpo e do sangue do Senhor”. Jesus nos ensinou os pormenores da Ceia; Paulo nos lembra a história da Ceia. Ele nos fez entender cada elemento representativo do seu corpo. Nos pormenores, entendemos que aqueles que participam do corpo na ceia, participam porque já foram alcançados pelo pão que veio do céu; nas lembranças, a obrigação de sabermos por que lançamos mão dos elementos. Há implicações graves em torno da participação da participação indigna: “Será culpado de pecar contra o corpo e o sangue do Senhor” (v.27). v. 28 – “Examine-se pois o homem”. Refletir sobre tudo para não se tornar cúmplice da morte do Senhor. “Assim coma”. Sabendo da razão da ceia do Senhor, e deixando de

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lado as razões particulares de sua própria ceia, o crente participa da comunhão com os irmãos. v. 29 – A participação sem discernimento traz sobre a cabeça de cada participante a sua própria sentença: “Come e bebe para sua própria condenação”. v. 30 – “Fracos...doentes...e mortos (dormem)”. O modo como a igreja estava praticando a ceia na igreja, resultava em vários prejuízos. Alguns falam da possibilidade da má conduta espiritual trazer males físicos. Talvez valha a pena criar a palavra hamartiassomatia, ou seja, doenças causadas pelo pecado. v. 31 – Poucos são os que se condenariam por cometer erros. v. 32 – Quando somos corrigidos e aceitamos a correção, não somos condenados com os que permanecem incorrigíveis. v. 33 - A igreja reunida se rende ao momento de celebração; ela se reúne para adorar e nisso é elogiada. A comunhão acontece quando nos dignamos a esperar uns pelos outros. v. 34 – “Se alguém tem fome, como em casa”. Fazendo assim não seremos pedra de tropeço para o nosso irmão e nem seremos motivo de falarem mal da igreja do Senhor.

A CEIA DO SENHOR E AS SUAS LEMBRANÇAS 1 CORÍNTIOS 11.23-28 I - A CEIA LEMBRA O CRISTO ENCARNADO 1. Quando Jesus diz: “Isto é o meu corpo” (Mt 26.26), está lembrando aos seus discípulos que Deus encarnou; deixou sua glória para habitar entre nós. 2. Paulo escreve aos Filipenses na inspiração do Espírito Santo: “Cristo Jesus (...) a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana” (Fp 2.5-7). 3. Jesus é o cumprimento da promessa falada pelos profetas Miquéias (Mq 5.2) e Isaías (Is 7.14). II - A CEIA LEMBRA O CRISTO CRUCIFICADO 1. O próprio Jesus previa (profetizava) a sua morte: quando da sua unção em Betânia (Mt 26.12; Lc 18.31-34). 2. Na Ceia, Jesus fala da sua morte: “Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós” (1Co 11.23,24; Mt 26.26). 3. Na carta aos Filipenses, Paulo fala da postura do servo sofredor: “A Si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz” (Fp 2.8). 43


4. Na cruz, Jesus derramaria o seu sangue para a nossa remissão (Mt 26.28); Ele apresenta aos seus discípulos o cálice que os faria lembrar o sangue derramado por todos (Lc 22.20). 5. Pedro mais tarde, chama todos os crentes à reflexão do valor da expiação no sangue de Cristo (1 Pd 1.18,19).

III - A CEIA LEMBRA O CRISTO RESSUSCITADO (“Até que Ele venha”) 1. “Até que Ele venha”, assim escreveu Paulo; a sua vinda é possível devido à sua ressurreição. 2. A ressurreição prevista pelo próprio Jesus (Lc 18.33, 34); também pregada por Pedro (1 Pd 1.21); reforçada por Paulo como tema da nossa anunciação (1 Co 11.26). 3. O Cristo ressuscitado é o tema da nossa pregação ‘até que Ele venha’. “O evangelho é apresentado por meio do culto da comunhão” (MacArthur). 4. A Ceia é também a confirmação do nosso compromisso com o Cristo ressuscitado: “de aceitarmos o Seu senhorio, de permanecermos leais a Ele, de resistirmos ao pecado e de nos identificarmos com a Sua missão” (BEP).

IV - A CEIA LEMBRA O CRISTO QUE VOLTA TRIUNFANTE (“Até que Ele venha”) 1. Ao tomarmos da Ceia do Senhor, estamos vivendo a expectativa da ceia que haverá no reino. A ceia no Reino será para os que participam dela aqui. 2. A Ceia no Reino do Pai é a promessa feita aos discípulos e estendida aos discípulos de hoje e de amanhã (Mt 26.29). 3. À medida que vamos participando da ceia vamos rememorando a promessa e aguardando com ansiedade esse novo tempo na vida igreja. 4. Na ceia de hoje, neste memorial, pode até acontecer de um ou outro irmão que não queira participar; não participa porque não refletiu, não examinou a si mesmo. Acredito, porém, que cada irmão que está aqui hoje não gostaria de ser deixado fora da grande ceia no Reino do Pai (Mt 8.11,12; 22.1-14).

CONCLUSÃO A Ceia do Senhor é um momento todo especial na igreja. Não vamos dizer que ficaremos mais santos após a participação, pois a ceia já é a participação dos santos. A Ceia do Senhor é o momento de apagarmos dos nossos corações as mágoas de uns com os outros; é o momento exato para lembrarmos Jesus, que orou pelos pecadores que o matavam, e os perdoou. 44


A Ceia do Senhor é o momento de lembrarmos que, quaisquer que sejam as nossas diferenças, elas não são maiores que as ofensas que fizemos ao Senhor, mas mesmo assim, ele também nos perdoou. Graças a Deus por tão grandioso perdão.

NA CEIA, NEM FERMENTO E NEM FERMENTAÇÃO 1 CORÍNTIOS 11. 23-34 A noite da Ceia do Senhor sempre abrirá um espaço para a reflexão.

I – A PRIMEIRA REFLEXÃO É QUE A CEIA, CONQUANTO UM MOMENTO ALEGRE, TRAZ À NOSSA MEMÓRIA A TRISTEZA DA MORTE DO SENHOR 1. Jesus enviou Pedro e João para que preparassem a Páscoa. Esses dois discípulos deveriam providenciar as condições necessárias para que Jesus tivesse esse último encontro com todos os discípulos antes de Sua morte. 2. Nesse encontro deveriam estar todos, sem exceção, inclusive Judas que haveria de traí-lo. A mesa posta não seria discriminatória, mas totalmente inclusiva. A mesa colocada com elementos principais para a Ceia do Senhor deveria ter dois elementos principais: pão e vinho. Eram elementos constantes da Páscoa. 3. Jesus marca um encontro com seus amigos mais chegados; e nesse encontro ele pede que não seja esquecido; e todas as vezes que os amigos de Jesus se reunissem à mesa para as Ceia, deveriam trazer em suas memórias o pedido de Jesus: “Fazei isto em memória de mim” (Lc 22.19). 4. Em outras palavras seria: Não se esqueçam de mim. Para não cair no esquecimento o pedido do Senhor da Ceia, Lucas e Paulo deixam a expressão registrada. 5. Depois da Páscoa/Ceia Jesus foi para o Getsêmani, depois foi preso e julgado, e por fim, crucificado. 6. Mas o que Ele queria mesmo é o que foi dito aos seus discípulos: “Não se esqueçam de mim”.

II – A SEGUNDA REFLEXÃO DEVE SER SOBRE O PÃO, QUE ERA REPRESENTATIVO DO CORPO DE JESUS. 1. Paulo quando escreveu para os coríntios fê-los perceber que a reunião deles era tudo, menos a ceia do Senhor (1 Co 11.20). Talvez uma reunião de ricos empresários, que por causa da liberdade cristã, aturavam entre eles os pobres da igreja. 45


2. Paulo ensina que a Ceia do Senhor devia trazer aqueles crentes à reflexão. E uma reflexão extremamente válida seria em relação ao pão da ceia e o modo de sua constituição. Vejam que o pão devia ser sem fermento, assim como os judeus haviam aprendido em relação à Páscoa. 3. Paulo não faz nenhuma referência se o pão deveria ser sem ou com fermento. É bem verdade que hoje não exigimos que o pão seja sem fermento. Mas poderíamos aplicar a necessidade da ausência do fermento que tira de nosso meio a comunhão e a vontade de participar. 4. Se não temos o costume de celebrar a Ceia com pão sem fermento, somos convidados então à participação com os nossos corações limpos do fermento da maldade e da corrupção das mentes e das ações. 5. Paulo escrevendo a esses mesmos crentes coríntios, em parágrafos anteriores de sua carta, cobrava deles mudança de atitude em relação a erros que eles vinham cometendo. Paulo lhes diz que havia impureza na igreja, e isso pegava muito mal e comprometia o testemunho da igreja perante a comunidade. 6. Então podemos dizer que, embora participemos da Ceia com pão com fermento, devemos aprender que não é bom que o fermento da descomunhão exista entre nós (Ler 1 Co 5.7,8). III – A TERCEIRA REFLEXÃO DEVE SER SOBRE O VINHO, QUE ERA REPRESENTATIVO DO SANGUE DE JESUS, O SANGUE DA NOVA ALIANÇA. 1. O problema sério para os crentes de corinto é que eles não conseguiam mais refletir depois do início da festa, do ágape. Paulo disse: “Há também quem se embriague” (1 Co 11.21). Paulo, aos coríntios, não faz uma crítica direta ao uso do vinho fermentado. Embora Paulo não tenha falado diretamente contra o vinho fermentado, não é uso corrente entre os crentes brasileiros o seu uso na ceia do Senhor. 2. Podemos fazer uma relação entre o puro vinho (fruto da vide) e o vinho fermentado, sendo que este último sofre alterações em sua constituição (o vinho possui uma centena de compostos que só lhe são conferidos após a fermentação - http://www.tintosetantos.com). 3. Paulo quando escreveu aos crentes em Éfeso lhes disse da importância de fazer uma coisa e deixar de fazer outra. Ele escreveu: “Não vos embriagueis com vinho, onde há contendas, mas enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18). Quando alguém se deixa embriagar perde a noção, o equilíbrio e impede as ações do Espírito. 4. Vale dizer aqui o que foi dito a respeito do fermento da descomunhão. Há uma implicação grave em torno da participação. Paulo fala a respeito de se tomar dos elementos indignamente (anaxios). Indignidade sentiu o filho pródigo ao refletir a respeito de si mesmo: “Já não sou digno – oukéti eimì áxios” (Lc 15.19).

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5. A implicação de se participar indignamente, sem discernir o corpo: “Será culpado de pecar contra o corpo e o sangue do Senhor (v.27); come e bebe para sua própria condenação (v.29)”. 6. A igreja reunida se rende a um momento de celebração. A comunhão não se dá tão-somente por se estar junto, mas por esperar uns pelos outros (v.33). 7. Quando falamos igreja, estamos nos referindo àqueles que são do corpo, que são de Cristo, que têm o mesmo DNA espiritual. A Ceia, em sua essência passa a ser proclamadora, chamando a todos para inclusão no corpo de Cristo. CONCLUSÃO

1. Lembremo-nos todos que a participação no pão é a participação no corpo, uma vez que o pão é representativo do corpo de Jesus, e o corpo de Jesus é a própria igreja. 2. Lembremo-nos todos que a participação no cálice é a participação na nova aliança, uma vez que o cálice é representativo do sangue remidor de Jesus. 3. Que a igreja possa entender, e discernir cada ato da ceia do Senhor. 4. Que possamos participar com entendimento.

NOVAMENTE – REFLETIR E PARTICIPAR 1 CORÍNTIOS 11. 23-34

A noite da Ceia do Senhor sempre abrirá um espaço para a reflexão.

I – A REFLEXÃO COMO UMA HISTÓRIA A SER CONTADA (V.23-25) 1. Paulo repassa aos crentes coríntios o que ele mesmo havia aprendido com o Senhor (v.23). Mesmo tendo aprendido com o Senhor, como o apóstolo diz, na verdade os fatos que ele passará a enumerar eram sobejamente conhecidos. Já havia, pelo menos, 20 anos passados da morte e ressurreição do Senhor. 2. O ponto de referência para se falar da Ceia foi a noite da traição do Senhor. Na última Ceia estavam juntos o traidor e o traído: “Mas eis que a mão do que me trai está comigo à mesa” (Lucas 22:21) – disse Jesus. 3. A Ceia e traição (entrega do Senhor) aconteceram na Quinta-feira. Tudo deveria terminar em comunhão, congraçamento. Era Páscoa, os judeus lembravam o

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livramento de Deus quando ainda no Egito. Mas, Jesus e Judas sabiam: aquela noite seria noite de trairagem. 4. A história segue a sua cronologia: primeiro o pão, depois, o cálice (MT 26.26,27). Mas a participação não é feita de qualquer jeito, de qualquer maneira. Não se pode tomar dos elementos sem antes dar graças (1 Co 11.24,25 – Lc 22.17,19). Há mais que motivos para ser dar graças. É possível que alguém já não entenda a Ceia por que já não entende o que é ser cristão; esse na verdade, não passa apenas de um comensal. 5. Jesus pede aos seus amigos algo que gostamos em relação aos nossos amigos; em outras palavras seria: Não se esqueçam de mim. Para não cair no esquecimento o pedido do Senhor da Ceia, Lucas e Paulo deixam a expressão registrada. II – A REFLEXÃO SOBRE A RAZÃO DE TOMAR DOS ELEMENTOS (V.26)

1. A Ceia do Senhor trazia pontos de reflexão. O discípulo deve pensar no que está fazendo ao participar. A reflexão não cai em coisas menores tais como, a origem do trigo que fez o pão ou há quanto tempo está armazenado o vinho. No nosso caso, se o pão é Pullman ou Panco, se o vinho (suco de uva) Salton ou Uvete. 2. A reflexão deve levar o participante até os pés da cruz, pois nela estava o pão e dela descia o vinho: o corpo e o sangue de Jesus. Qualquer pensamento fora disso mostrará que o discípulo já não consegue ter na memória a razão do sacrifício do seu Mestre. 3. Nós que não temos o dom de evangelista devemos ficar mais que felizes em podermos participar da Ceia; a Ceia é anunciação. Quando participamos evangelizamos, somos mensageiros (kataggellete) do que Cristo fez por nós. 4. Se alguns entre nós já têm esquecido o que Cristo fez, não nos custa lembrar: Ele morreu para remissão dos nossos pecados. A sua morte foi sacrificial (isto é, teve um real significado) e vicária (isto é, fez em nosso lugar). 5. Quem já havia esquecido, lembrado está; estando bem, pode participar.

III – A REFLEXÃO COMO FATOR DE IMPEDIMENTO PARA QUEM NÃO SABE O QUE FAZ 1. Jesus nos ensinou os pormenores da Ceia; Paulo nos lembra a história da Ceia. Ele nos fez entender cada elemento representativo do seu corpo. Nos pormenores, entendemos que aqueles que participam do corpo na ceia, participam porque já foram alcançados pelo pão que veio do céu; nas lembranças, a obrigação de sabermos por que lançamos mão dos elementos.

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2. Jesus toma o pão e o cálice, o seu próprio corpo e sangue que são dados em favor dos discípulos (1 Co 11.24). Os discípulos foram aqueles, somos nós, e serão outros amanhã. 3. Há uma implicação grave em torno da participação. Paulo fala a respeito de se tomar dos elementos indignamente (anaxios). Indignidade sentiu o filho pródigo ao refletir a respeito de si mesmo: “Já não sou digno – oukéti eimì áxios” (Lc 15.19. 4. A implicação de se participar indignamente, sem discernir o corpo: “Será culpado de pecar contra o corpo e o sangue do Senhor (v.27); come e bebe para sua própria condenação (v.29)”. 5. A igreja reunida se rende a um momento de celebração. A comunhão não se dá tão-somente por se estar junto, mas por esperar uns pelos outros (v.33). 6. Quando falamos igreja, estamos nos referindo àqueles que são do corpo, que são de Cristo, que têm o mesmo DNA espiritual. Nesse aspecto a Ceia é excludente. Mas a Ceia, por ser proclamadora, chama todos a uma inclusão no corpo de Cristo. CONCLUSÃO Que a igreja possa entender, e discernir cada ato da ceia do Senhor. Que possamos participar com entendimento.

A IGREJA DEVE ESTAR AJUSTADA COM OS SEUS EDIFICADORES TEXTO: 1 Cor. 12: 4-6

INTRODUÇÃO Embora saibamos que a ideia de edificação de uma igreja Sua, foi do próprio Jesus, entendemos que a Trindade não deixou de transitar e atuar nela desde a sua organização. Jesus nunca fez alguma à parte do Pai e à parte do Espírito; se o edificador agiu assim, não é demais inferimos que a igreja edificada deva andar nesta mesma dependência. Paulo quando escreve aos crentes de Corinto deixa muito claro a respeito das pessoas que operam na igreja; dessas pessoas somos apenas cooperadores.

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I – NA DIVERSIDADE DE DONS OPERA O ESPÍRITO SANTO (v.4)

1. Escrever para gente tão espiritual e rica na diversidade de dons talvez não tenha sido uma tarefa fácil para o apóstolo. Mas, escrevendo, Paulo quis organizar a situação; dar aos crentes uma visão correta a respeito dos dons e de sua finalidade. 2. Qual era o tipo de igreja e de crentes que Paulo se propôs escrever? Em 1.5, Paulo diz que em tudo fostes enriquecidos nele. A igreja em rica em Cristo Jesus, nas manifestações e nas bênçãos que originam Nele. Eram também ricos em toda a palavra e em todo o conhecimento. 3. Não era uma igreja à parte das coisas de Cristo, sem sintonia com Aquele que organizou e sustentava, e subsidiava a igreja de condições para o trabalho. 4. Os crentes em Corinto eram abundantes em dons espirituais. Paulo mesmo diz: “De modo que não vos falte nenhum dom” (1.7). 5. A diversidade tem origem de um só Espírito; o Espírito é a fonte única dessa diversidade. A diversidade opera na igreja a unidade. Logo, não há conflito no seu exercício de nenhum dom. 6. Os dons são diversos e são do Espírito. Entendemos que não há uma pessoa que não possua pelo menos um dom espiritual. O Espírito capacita a igreja na pessoa de cada membro. Não há membro inútil no corpo de Cristo (Robinson), pois todos têm funções a executar. 7. Na vida da igreja podemos perceber que Cristo tem o Seu jeito próprio de tratar os que pensam estar ligados à videira, mas que de fato, não estão (Jo 15.6). Fazer parte da videira, da igreja, é mais que uma sensação de bem estar; é uma vida de compromisso e dinamismo em sua atividade. Não é ativismo; é dinamismo no Espírito. II – NA DIVERSIDADE DOS SERVIÇOS O SENHOR É O MESMO (v.5) 1. A diversidade nos serviços implica que os dons serão colocados em atividade; os serviços serão realizados na medida da vontade do Senhor. 2. Há serviço para todos, mas nenhum faz no corpo o que lhe dá na cabeça; há um direcionamento, há um prestar de contas (Parábola dos talentos); há um Senhor (Kyrios). 3. As demandas da igreja devem estar sob o encaminhamento do Senhor, Ele é o chefe, Ele é o manager (gerente), Ele é o nosso coach (técnico). O nosso Gerente sabe a melhor forma de fazermos bem cada serviço. 4. Paulo disse que há diversas diakonias; diversas áreas aguardando trabalhadores. Os alistados no serviço devem servir (ponto). Depois de servir, chegaremos à conclusão que fizemos apenas o que nos foi mandado.

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5. Os dons conferidos pelo Espírito têm destino certos: serviço. Os dons não se prestam à nossa posição de destaque entre os demais, pois aquele que deseja ser o maior seja o servo de todos. 6. A receita do sucesso de Jesus difere da receita que lemos todos os dias; a receita de Jesus é ser líder-servo (Mc 10 42-45). Na igreja, quem lidera na base do exercício do seu dom é o servo de todos. 7. A igreja é um empreendimento divino que nunca cessa de oferecer vagas de serviço. Muitas são as oportunidades; muitas são as especialidades. Que há muita coisa a ser feita é pura realidade. Há sempre lugar para novos servos. 8. Cada servo deve trabalhar consciente que há um Senhor; que somos só cooperadores, aliás, privilegiados cooperadores. III – AS MUITAS REALIZAÇÕES SÃO OPERADAS POR DEUS (v.6) 1. Como podemos entender o que Paulo diz aqui? Simples: um planta, outro rega, mas o crescimento (as realizações) quem opera é Deus (1 Co 3.7). 2. Há uma diversidade nas operações, nos trabalhos e nas realizações, mas o o foco dessa operacionalidade, dessa execução não é aquele que ‘detém’ o dom (v.4). 3. O foco da operacionalidade, da efetivação do trabalho não é quem se apresenta para servir (v.5). Paulo nos ensina que Deus é quem efetua a operacionalização. 4. Devo entender que diversidade nas realizações, nos trabalhos, nas operações, nos resultados. Mas devo entender também, que a ação realizadora da igreja é coisa de Deus. As realizações são possíveis porque “É o poder de Deus em ação” (Morris). 5. Sendo Deus que opera tudo e em todos, não há porque alguém se vangloriar; é necessário acima de tudo, aprendermos a rechaçar qualquer ideia de endeusamento e de autossuficiência. 6. Conclui-se que cada membro entra na igreja sem qualquer possibilidade realizadora; nós entramos zerados de poder. Mas as coisas precisam ser realizadas, há muito por fazer. 7. Entramos na igreja, não só como pessoas salvas do inferno, mas pessoas que devem estar prontas para servir. Servir a Deus, servir ao próximo. 8. Cada membro deve manter a sua vida ajustada com os edificadores da igreja. Com o Espírito, quando da recepção dos dons; com o Senhor, sabendo que Ele é quem comanda as nossas ações de serviço; e, com Deus sabendo que a força realizadora vem Dele mesmo.

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A MINHA FUNÇÃO NA IGREJA QUE AJUDAREI A ESTABELECER AQUI TEXTO: 1 Cor. 12: 1,4-11 I – QUERO ENTENDER A DINÂMICA DA DIVERSIDADE

1. Devo entender que há diversidade de capacitações, e que todas elas provêm do mesmo Espírito. Logo, não há conflito no seu exercício. O nosso Deus não é Deus de confusão (v.4). 2. Devo entender que há diversidade nos serviços. Que há serviço para todos. Que há muita coisa a ser feita. Há sempre lugar para novos servos. Que nenhuma pessoa deva ficar com os braços cruzados, mas o Senhor (Kyrios) é o mesmo (v. 5). 3. Devo entender que diversidade nas realizações, nos trabalhos, nas operações, nos resultados. São muitas coisas para fazer. Mas, com tanta diversidade, os membros não ficam batendo cabeça, pois “o mesmo Deus é quem opera tudo em todos” (v.6). 4. Há uma justa operação de cada membro, na ação do Espírito, para que tudo que seja realizado tenha um fim proveitoso (bem comum, NIV )(v.7). O Espírito se expressa através dos crentes, para que estes contribuam para o crescimento do corpo de Cristo, a Igreja. 5. A doutrina do Espírito Santo no que se refere à distribuição dos dons, nunca foi para dividir, mas para a edificação dos crentes no corpo de Cristo. A divisão, causamos por ignorância (v.1). II – QUERO ENTENDER COMO SER ÚTIL NO CORPO

1. COMO DEVO SERVIR? Buscando, sempre, Glorificar a Deus e edificar as 2.

3. 4.

5. 6.

pessoas. SERVIR COM PERFIL DE SERVO: O servo reconhece a sua insuficiência; O servo age com humildade; O servo sabe ser responsável na execução da tarefa recebida. Moisés e o perfil de servo. Quem sou eu? Assim perguntou Moisés a Deus (Ex. 3.11). Moisés tinha estado no Egito; conhecia todos os caminhos, as entradas e as saídas. Mesmo assim, diante do tamanho da tarefa, pergunta: “Quem sou eu para ir a Faraó e tirar do Egito os filhos de Israel?. Diante da consciência de sua pequenez, percebemos o contraste e a distância do EU SOU. Moisés não estaria sozinho, pois o Senhor mesmo prometera: “Eu serei contigo” (v.12).

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7. Nós nunca seremos suficientemente aptos para a realização de qualquer obra para Deus. Sempre ficará atrás de nós a marca do pouco que podemos fazer (Lc. 17.10). 8. Saber-se pequeno, insuficiente, incapaz de por si mesmo fazer alguma coisa, o servo útil qualifica-se para a missão.

1Co 12:8 Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; 1Co 12:9 a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; 1Co 12:10 a outro a operação de milagres; a outro a profecia; a outro o dom de discernir espíritos; a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação de línguas.

1. “A um...palavra da sabedoria”(v.8). A palavra da sabedoria está ligada à área do aconselhamento cristão, e permite ao discípulo ouvir atentamente outro discípulo e ajudá-lo, orientando-o de acordo com a Palavra de Deus, ou ainda respondendo sabiamente à inquirições do mundo (Lc. 21.12-15) 2. “A outro...palavra do conhecimento”(v.8). Este dom habilita o discípulo a pesquisar e sistematizar os ensinos da Palavra de Deus. A diferença entre o dom de sabedoria e o de ciência (ou conhecimento) é que o primeiro diz respeito à capacidade para orientar com bons conselhos (e isso é algo que não se aprende nem nas melhores universidades do mundo) e o segundo diz respeito à capacidade para entender aquilo que a Palavra de Deus está dizendo. 3. “A outro...a fé” (v.9). Esta fé não é a fé que nos traz a salvação. É a profunda convicção da ação do poder de Deus que alguns discípulos possuem como dádiva divina, mesmo que as circunstâncias estejam completamente desfavoráveis (Hc. 3.17-19). Os discípulos possuidores desse dom são capazes de agradecer a Deus por algo que ainda não aconteceu, como se já tivesse acontecido (Mc. 11.22-24). 4. “E a outro...dons de curar”(v.9). O termo empregado aqui possui a idéia de cura de modo milagroso. Há outro termo no idioma grego para “cura” mediante tratamento, de onde originou-se a palavra “terapia” em nossa língua. Por falar de “dons de curar”, parece que cada cura deve ser considerada um dom específico. Esse dom é concedido por Deus diante de situações dificílimas impossíveis de soluções humanas. Devemos tomar cuidado, pois em nossos dias existem muitos “falsos profetas” se aproveitando do sofrimento das pessoas, prometendo curas milagrosas que realmente não acontecem. 53


5. “A outro, operações de milagres” (v.10). Em nosso dias, ainda que os milagres não sejam propalados, Deus, pelo seu poder, ainda recebe glória por intervir de maneira soberana no curso dos acontecimentos humanos, para cumprir os seus desígnios, usando meios que desafiam qualquer explicação puramente racional. Ele pode usar qualquer discípulo para executar seu plano. 6. “A outro, discernimento de espíritos” (v.10) Trata-se de uma capacitação especial, dada pelo Espírito Santo, para distinguir entre o verdadeiro, e o falso, entre a verdade e a mentira. Deus concede esse dom para que outros discípulos sejam protegidos contra as astutas ciladas de Satanás (I Jo. 4.1-6). 7. “A um, variedade de línguas (ἑτέρῳ δὲ γένη γλωσσῶν=outros gêneros, tipos, de línguas)”(v.10). Gêneros, pode significar línguas de outros países e dialetos. (Atos 2.8 ἐγεννήθημεν= que temos nascido). É o dom que aparece como o menor de todos. Além de aparecer como um dos últimos da lista, Paulo gastou bastante tempo para estabelecer a inferioridade desse dom em relação ao dom de profecia. Esse é o único dom que beneficia somente àquele que o possui (I Cor. 14.4,17). 8. “E a outro, a interpretação de línguas” (v.10). O Espírito Santo também capacita alguns discípulos para discernir o significado de uma declaração feita em outra língua e comunicá-la à igreja, para edificação de todos (I Cor. 14.5). 1Co 12:11 Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, distribuindo particularmente a cada um como quer.

1. Diante da exposição das capacitações dadas à igreja, concluo através da Bíblia, que a soberania na distribuição é do próprio Espírito. 2. Assim sendo, quero me colocar à disposição do Espírito Santo para usar-me conforme lhe apraz.

IGREJA – UNIÃO DE MEMBROS EM COOPERAÇÃO E NÃO GRUPO DE PESSOAS EM COMPETIÇÃO 1 CORÍNTIOS 12.12-26

1. Para que a igreja sobreviva (e vai sobreviver), precisamos detectar em que pontos ela erra: falo da igreja local. 2. A igreja sobreviverá, embora muitos façam de tudo para a sua morte. 54


3. A igreja sobreviverá, a despeito de quem eu seja ou faça. É certo, que haverá alguns prejuízos se houver uma tendência a serviço do erro. 4. A igreja será muito melhor do que é, quando eu compreender que sou importante porque sou apenas cooperador. 5. Mas a cooperação é em unidade (“Da multidão dos que creram era um o coração e a alma” At 4.32). Dá para imaginar uma pessoa de duas almas? Tiago imaginou, e chamou o tal de dipsiche (Tg 1.8). 6. A igreja, da multidão de um só coração e alma, teve baixas em sua membresia. Ananias e Safira ‘eram uma só alma’ quando na multidão; no entanto na intimidade do lar, quando se dizia respeito aos seus próprios interesses, deixaram de ser. Ele em ‘acordo’ com sua mulher (At 5.2), decidiram quebrar a unidade na multidão (igreja). 7. A quebra da unidade trouxe ao casal um prejuízo imediato, no caso, pagaram com as suas próprias vidas (v.5, 10). 8. Ananias e Safira quebraram o princípio de cooperação que havia na igreja. Todos cooperavam para que não houvesse necessitados na multidão, na igreja. 9. E quando fazemos da igreja uma arena? Quando pensamos e agimos como competidores. O princípio passa a ser: o importante é competir. O importante é rivalizar. 10. Entendendo que a igreja deve buscar crescer em cooperação e não em competição, Paulo escreveu o presente texto aos coríntios. Ele disse que Deus coordenou o corpo para que não houvesse divisão, mas sim, cooperação (v.24, 25). 11. A igreja que entende o ensino paulino, faz festa em casamentos e chora em velórios; a sua dor é minha e a minha festa é sua, e vice-versa (v.26). 12. Acreditem se quiser! A maioria da igreja vive no céu; um pequeno número é capaz de transformar a vida na igreja em um verdadeiro inferno. Mas, graças a Deus, os que vivem a igreja-céu não são contaminados. 13. Sendo possível que se pense a igreja dois grupos: dos que vivem o céu na terra e dos que fazem do céu o próprio inferno na terra, a pergunta é: pertenço a qual grupo? 14. Essa preocupação não é nova, pois Paulo escreve duas cartas aos coríntios, no primeiro século. 15. Paulo escreve também aos efésios, para que eles soubessem viver em comunidade (Ef 5.15-21). 16. Paulo não tencionava a busca da comunhão com base nos que as pessoas eram, mas com base no que elas criam (“por temor a Cristo” v.21). Quem tem dificuldades com o irmão, deve viver em sujeição, ‘por reverência a Cristo’. 17. É interessante notar que o imperativo (NVI), ou gerúndio (ARA) indica mutualidade; assim, todos são sujeitos a todos. 18. Certo comentarista chega a dizer: “A atitude hostil para com estas atividades, ou uma atividade de indiferença ou da assim chamada neutralidade, mostra que no indivíduo a quem isto seria aplicado o Espírito não habita”.

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19. Não é o nosso caso. Quero acreditar que todos entre nós têm o Espírito Santo. Por termos o Espírito não podemos viver fora das aspirações do Espírito, que são o uso correto dos dons espirituais e o Seu fruto em nós. 20. Não é sonho; é real. A igreja deve viver no mundo como se dele não fosse. A UNIDADE ORGÂNICA DA IGREJA 1 CORÍNTIOS 12.12-31

1Co 12:12 Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros do corpo, embora muitos, formam um só corpo, assim também é Cristo.

21. A igreja é um corpo composto de muitos membros. 22. Um só Cristo, um só corpo: Cristo e a igreja. 1Co 12:13 Pois em um só Espírito fomos todos nós batizados em um só corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos quer livres; e a todos nós foi dado beber de um só Espírito.

1. Um só Espírito batiza a todos em um só corpo. 2. Não há diferenciação de raças e posição social 1Co 12:14 Porque também o corpo não é um membro, mas muitos.

1. O corpo não é constituído só de olho (e alguns membros), como se vê no comercial da Ultrafarma. 2. O corpo é formado pela diversidade de membros. 1Co 12:15 Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; nem por isso deixará de ser do corpo. 1Co 12:16 E se a orelha disser: Porque não sou olho, não sou do corpo; nem por isso deixará de ser do corpo.

1. O membro não tem o direito de dizer-se não membro do corpo. 56


2. Mesmo que o membro aspire ser outra coisa no corpo, ele será o que é, e continuará sendo do corpo. 1Co 12:17 Se o corpo todo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfato?

1. Mais uma vez o apóstolo ressalta a necessidade de diversidade. 2. Significa que todos os dons têm a sua devida importância. 1Co 12:18 Mas agora Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis.

1. Assim como o Espírito realiza todas as coisas como lhe apraz (v.11), 2. Da mesma forma Deus dispôs os membros como lhe aprouve. Deus determinou o corpo como ele é. 1Co 12:19 E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo?

Este verso reflete o que foi dito no v. 14, ou seja, a necessidade da diversidade, da variedade de membros no corpo.

1Co 12:20 Agora, porém, há muitos membros, mas um só corpo.

Reflete-se aqui o que foi ensinado no v. 12; existe variedade de membros, mas tudo opera em um só corpo.

1Co 12:21 E o olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça aos pés: Não tenho necessidade de vós.

1. Embora os membros possam agir em autonomia, não podem agir sem dependência. O que há de fato é interdependência entre os membros. 2. No corpo todos os membros trabalham entre si visando o benefício do próprio corpo.

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1Co 12:22 Antes, os membros do corpo que parecem ser mais fracos são necessários;

1. Quando Deus colocou cada membro no corpo, Ele sabia que cada um tem a sua função. 2. Alguns dizem que o apêndice não passa de um apêndice, isto é, um órgão desnecessário. Estudiosos dizem que ele tem função, mas em caso de infecção severa pode ser retirado. 1Co 12:23 e os membros do corpo que reputamos serem menos honrados, a esses revestimos com muito mais honra; e os que em nós não são decorosos têm muito mais decoro,

1. “Honrados e decorosos”. Alguns autores veem aqui possível referência aos membros de reprodução e excreção. 2. O pr. Hernandes Dias Lopes em seu comentário escreveu: “A igreja de Deus não tem espaço para disputa de prestígio. A igreja não é uma feira de vaidades”. 1Co 12:24 ao passo que os decorosos não têm necessidade disso. Mas Deus assim formou o corpo, dando muito mais honra ao que tinha falta dela, 1Co 12:25 para que não haja divisão no corpo, mas que os membros tenham igual cuidado uns dos outros.

1. Para Paulo, a igreja deve buscar crescer em cooperação e não em competição; ele disse que Deus coordenou o corpo para que não houvesse divisão, mas sim, cooperação (v.24, 25). 2. Os membros devem evidenciar a mutualidade: “cuidado uns dos outros”. 1Co 12:26 De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele.

A igreja que entende o ensino paulino, faz festa em casamentos e chora em velórios; a sua dor é minha e a minha festa é sua, e vice-versa.

1Co 12:27 Ora, vós sois corpo de Cristo, e individualmente seus membros. 58


1. Paulo reforça o que nós somos como igreja: corpo de Cristo. 2. Paulo demonstra que há um cuidado particular sobre cada membro. 1Co 12:28 E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro mestres, depois operadores de milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas.

1. 2. 3. 4.

É Deus quem estabelece a dinâmica do corpo. “Apóstolos”. Aqueles que foram chamados para serem enviados. “Profetas”. Traziam mensagens temporárias, de estímulo ou de juízo. “Mestres”. Ensinadores das doutrinas dos apóstolos.

1Co 12:29 Porventura são todos apóstolos? são todos profetas? são todos mestres? são todos operadores de milagres? 1Co 12:30 Todos têm dons de curar? falam todos em línguas? interpretam todos?

1. A resposta é não. 2. Deus distribui as funções como quer e para o devido fim. 1Co 12:31 Mas procurai com zelo os maiores dons.

1. Não sei até que ponto nós podemos procurar os melhores dons; 2. Mas é certo que quanto mais nos dispusermos ao Senhor, melhor e mais produtivamente Ele nos usará em favor do Seu Reino.

13.1 - Ademais, eu vos mostrarei um caminho sobremodo excelente.

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O AMOR É O DOM SUPREMO A EXCELÊNCIA DO AMOR

1 Coríntios 13.1-8 Caso os coríntios não tivessem entendido o que Paulo vinha falando, ele esclareceria de uma vez por todas: “E eu passo a mostrar-vos um caminho sobremodo excelente”. Ao que parece, embora a igreja estivesse repleta de dons espirituais, eles viviam em função deles, mas o amor estava ausente.

v.1 - Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, seria como o metal que soa ou como o sino que retine. Sem amor, qualquer coisa que eu fale, por mais verdadeira que seja, não surtirá efeito sobre os ouvintes. v. 2 - E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, se não tiver amor, nada serei.

Sem amor, Toda essa ação exercida na igreja, embora possa dar fama e destaque a alguém, ficará provado que tal pessoa nada é.

v.3 - E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará. Sem amor, Toda caridade, beneficência e desapego aos bens materiais, Toda atitude de extrema piedade religiosa O resultado será igual a zero ao praticante 60


Como é o amor? v.4 - O amor é paciente, - (paciência – a capacidade de enfrentar problemas sem perder a cabeça ou partir para o ataque...) é benigno; - (benignidade – a capacidade de servir ao próximo de maneira prática e de modo a me tornar sensível, proveniente de uma profunda segurança interior)

O amor não arde em ciúmes, (ZELOS – ardor, zelo extremado, indignação, zelo punitivo, rivalidade invejosa, inveja amargurada, inveja sabotadora, inveja predadora) não se vangloria (ufana), - (Não é como um balão de vaidades - puffed up, inflado) não se ensoberbece. (Culto à personalidade, self-glorification, exemplo: o fariseu autojustificado).

v.5 – (O amor) não se conduz inconvenientemente ( prima pela decência, e bons modos), não busca os seus interesses, (Não é egoísta) não se irrita,(não se deixa levar pela ira, não se enerva com facilidade, não é irratadiço e nem cheio de não-me-toques) não guarda ressentimento do mal; - (não guarda rancor buscando momento favorável para retribuir o mal sofrido) – logizetai to kakon – lógica do mal

v. 6 – (O amor) não se alegra com a injustiça, Quem ama não se alegra quando o outro cai em desgraça por uma injustiça sofrida; não se alegra quando outros sofrem males. mas congratula-se com a verdade; Quem ama se alegra quando a verdade é restabelecida e por ela luta todo o tempo.

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v. 7 – (O amor) tudo sofre, - (Jesus é o nosso maior exemplo desse tipo de amor) Abre mão de seus interesses pelo outro mesmo que resulte em sofrimento; não é a prática de masoquismo. tudo crê, - acredita que é possível haver mudança . Tem o interessante sentido de encobrir o mal esperando que o outro mude (guarda-se de ser maledicente). Não sai publicando as faltas alheias; acredita na restauração do outro. tudo espera, - é cheio de esperança e nunca desanima. tudo suporta.- é a prova de fogo, nada pode detê-lo ou apagá-lo.

v. 8 - O amor jamais acaba; A fonte do amor é inesgotável, inapagável, e indestrutível. Deus é a fonte do amor...Deus é amor. Diferente dos demais dons: ...Mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará.

O AMOR É O DOM SUPREMO A EXCELÊNCIA DO AMOR 1 Coríntios 13.9-13

v. 9 - porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos; 1. Tudo demonstrado parcialmente, ou seja, já conhecemos algumas coisas, mas outras coisas ainda estão por vir. A profecia é o relato do que ainda vai acontecer. 2. Temos as Escrituras (AT) já reveladas; tínhamos, no período apostólico, as Escrituras (NT) sendo reveladas. v.10 - mas, quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado. 62


1. Quando tivermos recebido todo o conhecimento, quando soubermos todas as coisas, o que é parcial deixa de existir dando lugar ao que é completo (teleios). 2. Por completo, perfeito, Leon Morris escreveu: “Contém a ideia do fim (...) quando se chegar à consumação, tudo que é parcial será aniquilado”.

v.11 - Quando eu era menino, pensava como menino; mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. 1. Para frisar o que Paulo quis dizer nos versos nove e dez, ele usa como ilustração o que é o homem menino e homem adulto. 2. Para cada fase da vida um comportamento. Não aceitamos que um homem adulto tenha atitudes infantis (adultolescente). Por outro lado, achamos meio fora de época um adolescente, ou criança, querendo comportar-se como adulto. 3. Paulo, quando cresceu, aniquilou (katargeo), deixou, abandonou as coisas de menino.

v.12 - Porque agora vemos como por espelho, em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei plenamente, como também sou plenamente conhecido. 1. Naquela época os espelhos não tinham a mesma qualidade que têm os nossos, assim, ver em espelho significa que não se via claramente, definidamente, obscuramente (ARA). “...de maneira confusa” (Católica). 2. Nada é completo, nem mesmo a nossa visão e compreensão das coisas. Podemos dizer que nem o conhecimento que temos de nós mesmos é completo, é perfeito. v. 13 - Agora, pois, permanecem a fé, a esperança, o amor, estes três; mas o maior destes é o amor. 1. Por mais que se valorizem os dons, o que permanece, o que dá brilho às outras ações é a fé, a esperança e o amor. 2. O amor é maior que todas as coisas; o amor rega todas as coisas.

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DOIS, MAS CHEGAREMOS A TRÊS. 1 Coríntios 13.11 Os três estágios na vida daquele que se entrega a Jesus Cristo.

I – O ESTÁGIO DA INFANTILIDADE 1. Na infantilidade, as coisas começam a ser descortinadas; o que não sabemos nos é dado a conhecer. 2. Cada criança tem a sua forma própria de deixar-se conduzir. Algumas são de fácil tratamento, outras não; algumas aceitam facilmente quando são incompreendidas, outras não. 3. Paulo olhando para si mesmo, disse que houve um tempo em que era menino, e nesse tempo falava como menino, pensava como menino. Ou seja ele corria atrás das coisas próprias de menino. O que fala um menino, o que pensa um menino? 4. Quando se é menino (infantil), podemos não tínhamos muita consciência do perigo, mas apenas da dor. Não havendo dor, tudo está muito bem. 5. O primeiro estágio na vida do crente novo é o da infantilidade. Tudo para o novo crente é novidade, pois ele sabe de poucas coisas. A própria Bíblia é uma novidade, embora não seja um brinquedo (Muito embora já existam versões da Bíblia para brincar). 6. Mas o natural é que cesse o tempo da infantilidade. A igreja não passará a vida toda ensinando ao crente as quatro leis espirituais e nem as quatro lições no evangelho de João. Haverá um tempo que o crente deixa as primeiras lições, o be-a-bá da alfabetização evangélica.

II – O ESTÁGIO DA ADULTEZ 1. Na adultez, podemos começar a entender, que o antes menino está adquirindo a sua maturidade. As fases de transição, de menino a homem, são facilmente perceptíveis. 2. Na vida cristã, percebe claramente quem já está se tornando maduro, e quem ainda continua no estágio da infantilidade. 3. Paulo percebendo que havia atingido sua maioridade, com a conseqüente maturidade, diz: “Desisti das coisas de menino”. 4. Nós compreendemos perfeitamente as ações de um menino; nós as relevamos; entendemos que é próprio da idade; acreditamos que o tempo colocará tudo em seus devidos lugares. Mas é incompreensível o adulto que quer continuar infantil. 5. Quando éramos meninos, queríamos chegar à adultez, para comprarmos à prazo, pagar as nossas próprias contas, e talvez até sair de casa. Quando ficamos 64


adultos, vemos o quão é difícil ter que pagar contas, e só saímos de casa quando casamos. Mas a transição foi necessária. 6. Paulo foi um crente como outro qualquer; ele também foi neófito. Ele precisou dos préstimos de Ananias (Atos 9.10-19). Precisou como qualquer outro crente, ser batizado (v.18). 7. Ainda um menino na fé, Paulo já pregava o evangelho, mas precisou da intercessão de Barnabé junto aos apóstolos em Jerusalém. 8. Mas o Paulo que escreve aos crentes de Corinto já era homem feito. Ele ilustra, a vida que espera de todos os crentes, dizendo, que há o tempo de deixar as criancices: o tempo da maturidade. III – O ESTÁGIO DA PERFEITA VARONILIDADE 1. Nós saímos da idade infantil, passamos pela maturidade (adultez espiritual), mas o que esperamos de fato é a perfeita varonilidade. 2. O desejo do homem adulto, o já velho, o irmão Paulo, é que todos cheguemos...à perfeita varonilidade. 3. A perfeita varonilidade está subordinada à pessoa de Cristo. O que o crente deve buscar como maturidade é tudo aquilo que ele vê em Cristo. 4. O nosso aperfeiçoamento tem como modelo Cristo. Há um hino que diz: “Tenho um desejo especial, quero ser como Cristo”. O poeta está dizendo que Cristo é o seu modelo de filho; Cristo é o seu modelo de servo. 5. Eleger Cristo como meu modelo de maturidade, equivale a dizer que eu serei capaz de lavar os pés do meu irmão; que será possível eu dizer: “Perdoa-lhe”; que eu farei o que Ele mandou: andarei a segunda milha; significa também dizer que o serviço que eu presto é para Deus, e não para mim mesmo. 6. Alguns dirão naquele dia: “Senhor, em teu nome profetizamos, expulsamos demônios e fizemos milagres”. A resposta: “E daí, nem vos conheço”. Muitos fazem obras, mas para si mesmos; para serem vistos pelos homens; para serem aclamados, para serem ovacionados, para serem beijados, para serem presenteados, pára por aqui... 7. O crente maduro age como João Batista, que disse: “Convém que ele cresça e que eu diminua” (João 3.30). 8. O crente que passou a fase da primeira infância, pois já ser homem maduro, não será como meninos espirituais, agitados de um lado para outro, e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro (Ef 4.14). CONCLUSÃO O homem natural passa da sua infância para a idade adulta e cessa.

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O homem espiritual passa pelas duas fases e continua até chegar à perfeita varonilidade, à estatura de Cristo. Quando éramos pequenos, não víamos a hora de sermos do tamanho do nosso irmão mais velho. O desejo permanece: quero ser como Cristo. Amém.

Como estamos no mês da juventude, quero ler uma mensagem que estava na minha página no Orkut (Apenas uma brincadeira!)

“Querido Pr. Eli, há alguns dias atrás, quando fui arrumar os aposentos de minha senhora, percebi que ela estava muito triste. Com muito cuidado perguntei-lhe o que estava acontecendo. Ela em lágrimas contou-me sua preocupação: ‘É que o meu marido está com uma doença muito grave e logo todos vão ficar sabendo: ele está com lepra’. Sabe pastor, eu fiquei muito preocupada, então resolvi ajudar, e disse a ela: “Oxalá que o meu senhor estivesse diante do profeta que está em Samária; ele o restauraria da sua lepra” (2 Rs 5.3). Pastor, confesso que fiquei meio receosa, mas eu não podia deixar de falar do nosso Deus que tem nos abençoado tanto, o senhor não concorda? Não sei se o senhor ficou sabendo, mas o esposo de minha senhora esteve aí em Israel, e orientado pelo nosso irmão, o profeta Eliseu, foi totalmente curado. Oh, glória! Pastor, diga ao pessoal que eu estou com muitas saudades. Caso o senhor encontrar o irmão profeta Eliseu, diga-lhe que ele foi “da hora” em abençoar o marido da minha senhora, o chefe Naamã. Vou parando por aqui. O Orkut é mesmo uma bênção! Beijinhos deliciosos para todos. De euzinha, para o Pr. Eli, direto da Síria”.

O DOM DE PROFECIA É SUPERIOR AO DE LÍNGUAS 1 Coríntios 14.1-5 v.1 Segui o amor; e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar. 1. Se maior quer tudo é o amor, o conselho de Paulo é: “Segui o amor”. O amor cria o equilíbrio que deve existir nos relacionamentos. 2. Zelo na busca dos dons. Ou, “desejem os espirituais”, ou, “zelem pelos dons espirituais”. 3. Gostei da KJV em português que traz: “Exercei com zelo”. 66


4. As nossas versões ARA e ARC que trazem ‘procurai com zelo’, talvez nos leve a pensar que essa procura pode ser também uma escolha entre um e outro dom. 5. Em nota MacArthur escreveu: “Desejá-los, neste contexto, refere-se a usá-los coletiva e fielmente no serviço divino – não um anseio pessoal de ter um dom admirado que a pessoa não possuía”. 6. “Principalmente”. Nessa discussão, profetizar é superior aos demais dons, sendo apenas menor que o amor (Cap. 13.8). 7. Lembremos que a profecia fala tanto aos crentes com aos descrentes. Para o crente, serve de edificação; para o descrente serve como juízo ou salvação. v.2 Porque o que fala em língua não fala aos homens, mas a Deus; pois ninguém o entende; porque em espírito fala mistérios. 1. Trata-se de uma língua desconhecida aos presentes na reunião. 2. Nota KJV: “Se refere tanto a um idioma humano desconhecido por determinado povo ou cultura, como a língua extática dos seres celestiais”. 3. Língua extática (extático vem êxtase): “A língua estranha extática significa uma língua sem sentido, ou seja, algo que acontece sem que o indivíduo tenha o controle do que esta acontecendo consigo,ocorrendo uma espécie de transe”. (http://respostasbiblicascombr.blogspot.com.br) 4. Em Espírito ou em espírito. A NTLH preferiu traduzir: “Pelo Espírito Santo ele diz verdades secretas”. Correto: se o dom é do Espírito, a manifestação também é do Espírito. Podemos entender como ocorrência do Espírito para o espírito. v.3 Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação. 1. A profecia fala indistintamente, ela atinge a todos os ouvintes. 2. Repetindo: A profecia fala tanto aos crentes com aos descrentes. Para o crente, serve de edificação; para o descrente serve como juízo ou salvação.

v.4 O que fala em língua edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja. v.5 Ora, quero que todos vós faleis em línguas, mas muito mais que profetizeis, pois quem profetiza é maior do que aquele que fala em línguas, a não ser que também interprete para que a igreja receba edificação. 1. A diferença principal entre os dois dons está no resultado: edificação. 2. Enquanto falar em línguas beneficia a quem fala, profetizar edifica a igreja. 3. Falar publicamente em línguas sem que haja interpretação não é coletivamente edificante.

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TUDO EM UM ÚNICO BLOCO (1 CO 14.6-19) Neste bloco de versículos lemos Paulo falando da importância de se falar de modo que as pessoas compreendam. 1. (v.6) Falar na igreja em línguas não haverá aproveitamento coletivo. 2. (v.7) Até nos instrumentos devem ser tocados de modo harmonioso, puro e compreensível. 3. (v.8) Se a voz de comando que partir da trombeta estiver ‘mascado’ (estranho), engasgado, os soldados não partirão para a guerra. 4. (v.9) Falar sem que se entenda é o mesmo que jogar conversa fora. Paulo: “falando ao ar”. 5. (v.10) Todos os idiomas no mundo têm sentido, para aquele povo, tribo e nação. 6. (v.11) A língua estrangeira é estranha para mim, mas compreensível para os da mesma nação. 7. (v.12) Quem deseja ter dons espirituais “procurai amadurecer naqueles que produzem edificação para todo o corpo de Cristo” (KJV). 8. (v.13) Quem sabe que tem o dom de línguas, ore para que possa interpretá-la, pois só assim será útil na dinâmica da igreja. 9. (v.14) Se eu fizer uma oração em inglês, grego, ou ler uma oração em coreano, pode ser que o meu espírito se alimente, “mas o meu intelecto vai ficar improdutivo” (KJV). 10. (v.15) Para cada ação espiritual, uma ação racional. Cultuar emocionalmente, sem deixar que tudo invada o nosso nível racional, intelectual, não redundará em frutos e mudanças na comunidade. 11. (v.16) Se não entendermos o que o adorador do lado fala, como diremos o amém? Também podemos dizer amém quando devíamos dizer ‘misericórdia’. 12. (v.17) Depois do culto baseado só na individualidade, esquecendo-se que se está em comunidade, podemos sair dizendo-se edificado, enquanto o outro sai menor que entrou. 13. (v.18) Paulo estava dizendo que era um poliglota, e era grato a Deus por isso. 14. (v.19) O Exibicionismo não cai bem ao cristão. É melhor falar de modo que todos compreendam que discursar em outra língua que apenas o orador tenha dom

OS DONS EM FACE DOS VISITANTES NA IGREJA 1 CORÍNTIOS 14.20-25 1Co 14:20 Irmãos, não sejais meninos no entendimento; na malícia, contudo, sede criancinhas, mas adultos no entendimento. 1. Paulo insiste que faltava maturidade nos crentes; coisa que ele já havia trazido à baila no cap. 3. Parece que os crentes, mesmo sendo dotados de muitos dons, se 68


deixavam levar pelo modo infantil de compreender as coisas: “É característico da criança preferir o divertido ao útil, o brilhante ao sólido” (Leon Morris). 2. Em que os coríntios deveriam ser como as crianças? Na malícia. 3. Paulo não queria que os crentes fossem ignorantes quanto aos dons espirituais; mas também queria que eles fossem inteligentes quanto ao uso dos dons espirituais.

1Co 14:21 Está escrito na lei: Por homens de outras línguas e por lábios de estrangeiros falarei a este povo; e nem assim me ouvirão, diz o Senhor. Referência a Isaías 28.11,12. Fica claro no texto citado o quanto é infrutífero ouvir uma mensagem sem a devida compreensão. 1Co 14:22 De modo que as línguas são um sinal, não para os crentes, mas para os incrédulos; a profecia, porém, não é sinal para os incrédulos, mas para os crentes. 1. A língua é um sinal, pois os que ouvem em a mensagem em sua própria língua ficam estupefatos pelo milagre. Na mistura de nações em Jerusalém, os ouvintes protestaram: “E como os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua?” (At 2.7,8). 2. A profecia pode trazer uma palavra de conforto, consolação e ânimo para os crentes. O crente entende a profecia, as Escrituras, porque tem a bênção da iluminação do Espírito Santo que habita nele. 1Co 14:23 Se, pois, toda a igreja se reunir num mesmo lugar, e todos falarem em línguas, e entrarem indoutos ou incrédulos, não dirão porventura que estais loucos? 1. Esses indoutos e incrédulos, certamente não são estrangeiros; caso fossem, poderiam entender o que se falava no culto (se é que eram línguas pátrias). 2. A falação em línguas seria apenas um exibicionismo e ‘caos carismático’ (MacArthur).

1Co 14:24 Mas, se todos profetizarem, e algum incrédulo ou indouto entrar, por todos é convencido, por todos é julgado; 1. Contrastando com o verso anterior, vemos aqui a importância da profecia, da Palavra de Deus pregada e exposta ao incrédulo. 2. A pregação pregada e explicada é a única forma de se alcançar o incrédulo. “A fé vem pela pregação, e a pregação pela palavra de Cristo” (Rm 10.17)

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1Co 14:25 os segredos do seu coração se tornam manifestos; e assim, prostrando-se sobre o seu rosto, adorará a Deus, declarando que Deus está verdadeiramente entre vós. 1. A Palavra de Deus tem o poder de discernir os pensamentos e expor as inclinações do coração. 2. Aquele que a ouvir e deixar que ela penetre em seu coração, adorará a Deus e verá que o poder de Deus manifesta-se entre os crentes. A NECESSIDADE DE ORDEM NO CULTO 1ª CORÍNTIOS 14.26-33 1Co 14:26 Que fazer, pois, irmãos? Quando vos congregais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação. 1. A diversidade de ações no culto não deveria gerar nenhuma confusão, mesmo que cada crente quisesse ter ampla participação. 2. A participação só teria resultado se fosse para a edificação de todos os presentes.

1Co 14:27 Se alguém falar em língua, faça-se isso por dois, ou quando muito três, e cada um por sua vez, e haja um que interprete. 1. Paulo não quis impedir o exercício do dom de línguas na igreja. 2. Paulo pôs ordem no culto; a ordem se deu por limitação daqueles que tinham a capacidade de falar em línguas, sendo no máximo três. 3. Mas para que eles falassem, e isso sucessivamente, era necessário que tivesse alguém para interpretar. 1Co 14:28 Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja, e fale consigo mesmo, e com Deus. 1. Paulo foi taxativo, direto e definitivo: “Sem intérprete, fique calado”. 2. A reflexão silenciosa seria proveitosa para o irmão.

1Co 14:29 E falem os profetas, dois ou três, e os outros julguem. 1. Assim como o falar em línguas, a profecia deveria ser limitada a três pessoas. 2. Como julgar? A mensagem deve glorificar a Deus, deve estar de acordo com as Escrituras e deve edificar os ouvintes. 70


1Co 14:30 Mas se a outro, que estiver sentado, for revelada alguma coisa, cale-se o primeiro. 1. Aquele (s) que estava(m) escalado(s) para pregar deveria (m) dar lugar ao que tivesse revelação. 2. Quem pregava devia dar lugar ao que recebeu algo de Deus para falar à igreja.

1Co 14:31 Porque todos podereis profetizar, cada um por sua vez; para que todos aprendam e todos sejam consolados; 1. Todos teriam a oportunidade de profetizar segundo uma ordem estabelecida na congregação. 2. A pregação deveria ter ensino e consolação.

1Co 14:32 pois os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas; 1. O espírito do homem é sujeito ao próprio homem. 2. O controle do espírito permitia que se seguisse uma ordem, com cada um aguardando a sua vez. 1Co 14:33 porque Deus não é Deus de confusão, mas sim de paz. 1. Deus não distribuiu dons à igreja para que houvesse confusão, descontrole e indisciplina por parte dos crentes. 2. Deus a tudo controla e distribui a todos a paz.

(Como em todas as igrejas dos santos,)

A NECESSIDADE DE ORDEM NO CULTO 1 CORÍNTIOS 14.33b A 40

1Co 14:33 porque Deus não é Deus de confusão, mas sim de paz. Como em todas as igrejas dos santos,

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1. A parte final do versículo parece defender uma prática que era comum, universal entre as igrejas da época. 2. Por ser universal, a igreja não seria tomada por paixão e discórdia entre os irmãos, porque o Deus a quem a igreja servia “não é Deus de confusão”. 1Co 14:34 as mulheres estejam caladas nas igrejas; porque lhes não é permitido falar; mas estejam submissas como também ordena a lei. 1. O princípio universal entre as igrejas era que a mulher deveria permanecer calada durante o culto. 2. Talvez Paulo estive tratando de ocasionalidades, uma vez que a própria Priscila, juntamente com seu marido Áquila, foram companheiros de trabalho em Corinto (Atos 18). Em Atos 18.26, Priscila aparece juntamente com seu esposo instruindo Apolo. 3. Portanto, a ideia seria de que as mulheres no culto público, principalmente em Corinto, dadas a peculiaridades do local, estariam impedidas de falarem no culto. 4. Em 11.5 Paulo trata do assunto da mulher profetizar, assim sendo, é possível que a proibição esteja no fato de abster-se de inquirições públicas; no culto público elas deveriam calar-se sem levantar questões. 5. Paulo cita a lei, que subentendemos ser a Lei de Moisés. Mas, por Paulo não especificar qual é a lei, há uma variedade de possibilidades: a lei civil, a Lei de Moisés, a lei (princípios) do evangelho. Ver 1 Tm 2.11,12; Cl 3.18. 6. O pr. Hernandes Dias Lopes faz o seguinte comentário: “As mulheres oravam e profetizavam na igreja (11.5), mas no caso aqui as mulheres estavam importando suas práticas das religiões de mistério e conversando durante o culto ou interrompendo, em estado de êxtase, aqueles que pregavam”. 1Co 14:35 E, se querem aprender alguma coisa, perguntem em casa a seus próprios maridos; porque é indecoroso para a mulher o falar na igreja. 1. As mulheres deveriam aguentar até chegar em casa para perguntar aos maridos ou questionar alguma coisa, e sempre submissas aos maridos. 2. “Indecoroso”, ou seja, vergonhoso. Não caia bem as mulheres ficarem questionando a liderança e também seus maridos em culto público. 3. John MacArthur escreveu: “Aparentemente, certas mulheres não estavam se conformando com isso, e faziam perguntas de maneira desordeira durante cultos caóticos”. 4. Calvino escreveu o seguinte sobre o tema: “As coisas que o apóstolo está tratando aqui são neutras, nem boas nem ruins; e que só são proibidas porque elas se põem contra o decoro e a edificação”.

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1Co 14:36 Porventura foi de vós que partiu a palavra de Deus? Ou veio ela somente para vós? 1. Paulo agora começa a falar aos crentes profetas da igreja local, que antes que eles soubessem algo, a palavra de Deus já estava espalhada. 2. A palavra de Deus já tinha alcançado muitas outras regiões, e o fato deles conhecerem a palavra não lhes era privilégio único. 3. Paulo parece querer aniquilar o orgulho que havia nos crentes em Corinto. Leon Morris escreveu: “Eles não têm por que pensar que só eles sabem o que é cristão”.

1Co 14:37 Se alguém se considera profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor. 1. Agora Paulo vai ser direto, vai ao âmago da questão: orgulho. 2. Alguns, pelo que parece, estavam tão cheios de si, por se dizerem profetas, ou em alto nível de espiritualidade, que não reconheciam outros líderes e homens de Deus. 3. Paulo defende o seu ministério garantindo que o que ele escreve para a igreja são mandamentos do Senhor.

1Co 14:38 Mas, se alguém ignora isto, ele é ignorado. 1. Assim, a igreja não tinha razão em não dar ouvidos ao apóstolo; se assim fizesse, estaria indo contra o próprio Senhor. 2. Quem rejeitasse o mandamento (ou a autoridade apostólica de Paulo), deveria ser rejeitado; quem ignorasse o mandamento (ou a autoridade apostólica de Paulo), deveria ser ignorado.

1Co 14:39 Portanto, irmãos, procurai com zelo o profetizar, e não proibais o falar em línguas. 1. Pela ordem, profetizar é muito mais importante, razão pela qual Paulo estimula os crentes à pratica da profecia, e esta bíblica. 2. O falar em línguas na igreja não deveria ser proibido, porque havendo quem a interpretasse, tinha o seu lugar no culto.

1Co 14:40 Mas faça-se tudo decentemente e com ordem. 1. Por último, Paulo relembra os crentes que o culto deve ser prestado decentemente e com ordem. 73


2. Calvino: “Daqui devemos extrair que o propósito da igreja é o espírito de serviço”. A RESSURREIÇÃO DE CRISTO, PENHOR DA NOSSA RESSURREIÇÃO (I) 1 Co 15.1-11 v.1 Ora, eu vos lembro, irmãos, o evangelho que já vos anunciei; o qual também recebestes, e no qual perseverais, 1. Eles não precisavam ser reevangelizados, mas apenas lembrados das coisas que aprenderam de Paulo no início da vida cristã. 2. O evangelho anunciado compreendia a vida, a morte e a ressurreição de Cristo. O problema é que os coríntios se deixarem levar por ensinos errados, principalmente em relação à ressurreição do corpo. 3. O evangelho foi recebido e nele aqueles crentes perseveravam, precisavam apenas de ser relembrados temas importantes que eles deixaram contaminar.

v.2 pelo qual também sois salvos, se é que o conservais tal como vo-lo anunciei; se não é que crestes em vão. 1. O evangelho anunciado e recebido lhes garantiu a salvação pela crença no Cristo que é o cerne do evangelho. 2. O evangelho que eles deviam crer era o evangelho tal qual anunciado por Paulo. 3. Exige-se que o crente coloque em prática o que aprendeu; a salvação é progressiva no que se refere à vida de retidão e dedicação ao Reino de Deus. 4. A crença vã acontece quando a fé não está colocada sobre as bases do evangelho puro, mas sim sobre filosofias, tradições e outras invenções humanas.

v.3 Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras; 1. Paulo passou informações conforme recebidas, no AT (Sl 16.8-11; 22; Is 53), por outros apóstolos e pelo próprio Cristo. 2. A informação recebida por Paulo e repassada foi que ‘Cristo morreu por nossos pecados’. Certamente Paulo aplicava Isaías 53 ao próprio Jesus. 3. Segundo as Escrituras é uma referência ao Antigo Testamento, com os seus símbolos, referências, aplicações e figuras (Servo sofredor, sacrifícios, etc).

v.4 que foi sepultado; que foi ressuscitado ao terceiro dia, segundo as Escrituras;

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1. Como todo morto, Jesus foi sepultado. 2. Diferente de todos os mortos, Ele ressuscitou ao terceiro dia. 3. Segundo as Escrituras, incluindo os textos do AT mais os tipos e figuras. Para os textos temos: Sl 16.10; Isaías 53; Dn 9.26,27 (Referências de Matthew Henry).

v.5 que apareceu a Cefas, e depois aos doze; 1. A Cefas, Pedro, dada a importância dele no colégio apostólico (Ver Lucas 24.34). 2. “Aos doze”. Alguns levantam um problema porque no tempo das aparições de Jesus havia apenas onze discípulos, incluindo Pedro. Alguns tentam explicar o numeral doze com a confusão dos copistas de Paulo, com deka= dez, com dodeka= doze. Sendo primeiro Pedro e depois os dez.

v.6 depois apareceu a mais de quinhentos irmãos duma vez, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já dormiram; 1. “Quinhentos irmãos”. Por não existir um texto tão direto quanto à quantidade de pessoas que viram a Jesus, alguns sugerem que em Mt 28.16ss há a possibilidade de estarem presentes muitos outros discípulos. 2. A expressão ‘alguns duvidaram’ no verso 17, reforça, para alguns estudiosos, que os que duvidavam não faziam parte do colégio apostólico. 3. A carta foi escrita em 55 d.C, passados vinte e dois anos da morte e ressurreição de Jesus.

v.7 depois apareceu a Tiago, então a todos os apóstolos; 1. “Tiago”. Não se sabe se foi ao Tiago apóstolo, ou a Tiago o meio-irmão de Jesus. Este fica com a maior probabilidade, sendo que alguns colocam a sua conversão como ocorrida depois da morte de Jesus, tendo o Senhor aparecido a ele. Ele é o autor da carta de Tiago. 2. Possível referência ao momento da Sua ascensão em Atos 1.6-10.

v.8 e por derradeiro de todos apareceu também a mim, como a um abortivo. 1. Paulo foi o último dos apóstolos a testemunhar a ressurreição (At 9). 2. A melhor tradução é: “nascido fora do tempo, prematuro”. Paulo, diferente dos demais apóstolos, não vivenciou todo o processo dos demais; ele não foi um discípulo que se tornou apóstolo.

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v.9 Pois eu sou o menor dos apóstolos, que nem sou digno de ser chamado apóstolo, porque persegui a igreja de Deus. 1. “Menor dos apóstolos”. Mesmo tendo se coloca em posição de inferioridade em relação aos demais apóstolos, o que Paulo faz é enaltecer a graça que a todos alcança. 2. Paulo se acha indigno por ter sido um perseguidor da igreja de Deus.

v.10 Mas pela graça de Deus sou o que sou; e a sua graça para comigo não foi vã, antes trabalhei muito mais do que todos eles; todavia não eu, mas a graça de Deus que está comigo. 1. Paulo não queria ser maior ou mais que ninguém: “Pela graça de Deus sou o que sou”. 2. “A graça para comigo não foi vã”, ou seja, Paulo fez brilhar o ofício apostólico com muito trabalho e esforço. 3. Paulo ressalta que o sucesso do seu trabalho e esforço vinha da graça de Deus que o acompanhava.

v.11 Então, ou seja eu ou sejam eles, assim pregamos e assim crestes. 1. Não importa quem foi o arauto do evangelho: fosse Paulo ou outros pregadores. 2. A validade estava na pregação do evangelho puro e da aceitação dele como era (é).

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO, PENHOR DA NOSSA RESSURREIÇÃO (II) 1 Co 15.12-19

v.12 Ora, se se prega que Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, como dizem alguns entre vós que não há ressurreição de mortos? 1. “Se tem sido proclamado”. Naqueles vinte e dois anos passados da morte de Cristo, era proclamada a notícia da sua ressurreição. A ressurreição era uma verdade considerada por todos os cristãos, inclusive pelos que estavam em Corinto. 2. Mas havia o problema de existir entre os cristãos, na própria igreja, aqueles que diziam que não há ressurreição de mortos. Acredita-se que além da influência da

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filosofia grega que dizia que todas as coisas físicas são más, razão pela qual negavam a ressurreição; 3. e a influência dos saduceus (seita legalista entre os judeus), que ‘não criam na ressurreição de mortos (Mt 22.23) e nem na existência de anjos (at 23.8) (MaArthur).

v.13 Mas se não há ressurreição de mortos, também Cristo não foi ressuscitado. 1. Paulo traz os descrentes na ressurreição a fazerem uma reflexão usando um recurso chamado reductio ad absurdum (redução ao absurdo). Por dedução, se uma coisa é negada, as outras que a têm como base também devem ser negadas. 2. Ao usar esse método de raciocínio, Paulo mostra que sem a doutrina da ressurreição a fé cristã desmorona (Beacon). 3. Não é possível pregar que Cristo ressuscitou se não existe ressurreição e alguém estaria pregando uma mentira. v.14 E, se Cristo não foi ressuscitado, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé. 1. Paulo continua argumentando sobre os reflexos negativos caso Jesus não tivesse ressuscitado: 1. É vã a nossa pregação. Não só vã a pregação como o testemunho daqueles que Paulo citou anteriormente, incluindo os que ainda viviam, dos “dos mais de quinhentos irmãos...dos quais a maioria sobrevive até agora” (ou seja, até os dias de Paulo). 2. É vã a vossa fé. A fé que encaminha o homem à conversão, santificação e glorificação não teria mais nenhum sentido. Sem a ressurreição de Cristo tudo perde o sentido: a pregação e a fé.

v.15 E assim somos também considerados como falsas testemunhas de Deus que ele ressuscitou a Cristo, ao qual, porém, não ressuscitou, se, na verdade, os mortos não são ressuscitados. 1. O argumento da pregação era o fato de Deus ter ressuscitado a Jesus dentre os mortos (At 4.10; 13.30). 2. A ARA traz uma versão que mostra a preocupação de Paulo: “Temos asseverado contra Deus que ele ressuscitou a Cristo” (v.15). Caso os apóstolos fossem considerados falsas testemunhas contra Deus, eles deveriam sofrer os prejuízos de mentirem contra Ele..

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v.16 Porque, se os mortos não são ressuscitados, também Cristo não foi ressuscitado. 1. Paulo repete o que dissera antes (v.13). Se Cristo não ressuscitou os cristãos adoramos um Cristo morto. 2. Um Cristo morto estaria em pé de igualdade com qualquer outro líder que continua morto. 3. Mas este não é o caso em relação a Cristo que foi ressuscitado ao terceiro dia (v.4).

v.17 E, se Cristo não foi ressuscitado, é vã a vossa fé, e ainda estais nos vossos pecados. 1. Paulo repete para reforçar os seus argumentos. Toda a fé que os coríntios depositaram no Cristo vivo não teria razão de ser caso e fosse um Cristo morto: é vã a vossa fé. 2. Paulo fala do prejuízo caso a fé dos coríntios não tivesse razão de ser: ainda estais em vossos pecados. 3. O próprio Paulo cairia em descrédito porque pregou o que havia recebido: Cristo morreu pelos nossos pecados (v.3).

v.18 Logo, também os que dormiram em Cristo estão perdidos. 1. Os crentes que já haviam morrido crendo que ressuscitariam foram enganados e permanecerão como estavam. 2. A Bíblia Judaica traz o texto assim: “Também se esse for o caso, quem morreu em união com o Messias está perdido”. 3. A esperança do cristão já morto e daqueles que hão de morrer, ficaria frustrada caso não houvesse ressurreição. 4. “Perdidos”. Cito o pensamento de Calvino: “Embora as almas dos mortos estejam agora vivas e felizes no bendito repouso, todavia a plenificação de sua felicidade e consolação depende unicamente da ressurreição; pois há boas razões para que estejam aguardando aquele dia quando serão convocados a tomarem posse do reino de Deus. Daí, no que tange à esperança dos mortos, tudo se desvanecerá, a menos que aquele dia chegue logo, ou chegue mais tarde”.

v.19 Se é só para esta vida que esperamos em Cristo, somos de todos os homens os mais dignos de lástima.

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1. Seria um desperdício da própria vida ser submetido a sacrifícios, naufrágios, perseguições e martírios por uma fé que terminasse com o túmulo. 2. MacArthur escreve a respeito da esperança que termina no túmulo: “Se não há vida futura, seria melhor ‘comer, beber e alegrar-se’ (Pv 8.15) antes de morrer”. 3. Pode ser que para alguns a vida limite-se apenas a esta vida: mais carros, mais propriedades, mais, mais...

CRISTO, AS PRIMÍCIAS DOS QUE DORMEM 1 CORÍNTIOS 15.20-28

1Co 15:20 Mas na realidade Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem. 1. Vimos Paulo nos versos anteriores dissertando, instruindo, defendendo a ressurreição e explicando os prejuízos de não haver ressurreição. 2. Agora Paulo é assertivo: “Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos”. Não mais uma defesa, mas uma verdade a ser pregada por Paulo. 3. “Primícias”. No AT, as primícias eram as primeiras coisas a serem entregues a Deus; no caso de Cristo, o primeiro a inaugurar a ressurreição como sendo algo para todos. 4. “o Primogênito dos mortos” (Ap 1.5). MacArthur: “De todos os que foram ou serão ressuscitados dos mortos, ele é o proeminente”.

1Co 15:21 Porque, assim como por um homem veio a morte, também por um homem veio a ressurreição dos mortos. 1Co 15:22 Pois como em Adão todos morrem, do mesmo modo em Cristo todos serão vivificados. 1. Em Adão temos a provocação da morte, a sua inauguração. 2. Em Cristo temos a ressurreição e a extinção da morte. 3. Paulo vai dizer adiante: “Tragada foi a morte pela vitória” (15.54).

1Co 15:23 Cada um, porém, na sua ordem: Cristo as primícias, depois os que são de Cristo, na sua vinda. 79


1. “Cristo as primícias”. Cristo como o inaugurador da ressurreição para uma vida que não se cogita a morte; a morte é não será mais uma realidade; a morte não mais existirá. 2. “Os que são de Cristo”. Os crentes que morreram crendo na ressurreição não serão precedidos pelos vivos (1 Ts 4.15-17).

1Co 15:24 Então virá o fim quando ele entregar o reino a Deus o Pai, quando houver destruído todo domínio, e toda autoridade e todo poder. 1. Acontecidas as ressurreições “Então virá o fim”. Embora em nossas bíblias apareça a palavra “fim” e nas de língua inglesa “end”, no grego aparece a palavra ‘telos’, que tem a ideia de completude. Trata-se do “clímax a que todas as coisas estão destinadas a ser levadas” (Leon Morris). 2. “Entregar o reino a Deus”. Stanley Horton e John MacArthur em seu comentário explicitam que o reino é entregue após o milênio, porque se trata do reinado de Cristo neste período de mil anos. 3. “Quando houver destruído...”. Cristo termina a tarefa que lhe foi incumbida por Deus, restabelecendo todas as coisas e dedicando-as a Deus o Pai. 4. Fica muito claro pra nós que na Dispensação da Graça/Igreja nós não temos uma visão clara a respeito do Reino Messiânico. 1Co 15:25 Pois é necessário que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo de seus pés. 1. Fica difícil entendermos esse reinado de Cristo sem a figura do milênio. 2. “Durante o reinado milenar, os adversários de Cristo estarão sujeitos a ele” (MacArthur) (Ap 19.15). 1Co 15:26 Ora, o último inimigo a ser destruído é a morte. 1. Para os crentes que morreram em Cristo a morte já é vencida; mas o fim da morte não se dará antes que todas as coisas sejam consumadas. 2. Podemos ver que no final do milênio as nações ainda serão seduzidas por Satanás e a presença da morte será real (Ap 20.9). 3. “Com o juízo final e a remoção de todos os ímpios, e, com o próprio Satanás no lago de fogo, não haverá mais pecado e morte”. Stanley Horton explicando Ap. 20.14,15.

1Co 15:27 Pois se lê: Todas as coisas sujeitou debaixo de seus pés. Mas, quando diz: Todas as coisas lhe estão sujeitas, claro está que se excetua aquele que lhe sujeitou todas as coisas.

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1. Todas as coisas ficaram/estão sujeitas a Cristo. 2. “Exceto”. Uma referência a Deus que sujeitou todas as coisas (Ver Fp 2.9-11). 1Co 15:28 E, quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então também o próprio Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos. 1. No final de tudo, quando não mais se falar em pecado, morte ou qualquer outra situação desfavorável, o Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou. 2. MacArthur explica que Jesus se submeterá à sua posição na Trindade, sujeito a Deus. A RESSURREIÇÃO EM RELAÇÃO À VIDA PRÁTICA 1 CORÍNTIOS 15.29-34

1Co 15:29 De outra maneira, que farão os que se batizam pelos mortos? Se absolutamente os mortos não ressuscitam, por que então se batizam por eles? 1. Nesta difícil argumentação de Paulo não se cogita qualquer situação que favoreça os que morreram sem Cristo; apenas leva os que possivelmente tivessem essa prática a uma reflexão. 2. O que Paulo quer deixar claro é que eles estariam colocando um erro sobre outro, fazendo-os perceber o quanto era absurdo fazer algo que eles mesmos duvidavam de resultados práticos. 3. Possível alusão a práticas hereges naquele período da igreja; batismo de um cristão vivo em favor do cristão morto que não teve tempo de ser batizado. 1Co 15:30 E por que nos expomos também nós a perigos a toda hora? 1. Se não há ressurreição, para que nos expormos a tantos perigos? 2. Se não há ressurreição também não haveria nenhuma recompensa e nenhum galardão.

1Co 15:31 Eu vos declaro, irmãos, pela glória que de vós tenho em Cristo Jesus nosso Senhor, que morro todos os dias. 1. Paulo esteve exposto a vários perigos durante o seu ministério. 2. A glória desse ministério em Cristo daria em nada se no final não houvesse a ressurreição. 81


1Co 15:32 Se, como homem, combati em Éfeso com as feras, que me aproveita isso? Se os mortos não são ressuscitados, comamos e bebamos, porque amanhã morreremos. 1. Paulo ressalta que todas as lutas pelas quais passava resultariam em nada. 2. Se não existe nada após essa vida, façamos como fazem muitas pessoas...comamos...bebamos...morramos.

1Co 15:33 Não vos enganeis. As más companhias corrompem os bons costumes. 1. Os crentes de Corinto estavam se deixando levar pelas “más conversações” (ARA) (Gr. Homilia). 2. As más companhias com as suas más conversações é que induzem as pessoas ao erro; e isto estava acontecendo entre os crentes em Corinto.

1Co 15:34 Acordai para a justiça e não pequeis mais; porque alguns ainda não têm conhecimento de Deus; digo-o para vergonha vossa. 1. “Tornai-vos à sobriedade” (ARA). Não pequem, não cometam o pecado da incredulidade. 2. Alguns dentro da igreja e fora dela não tinham conhecimento de Deus. 3. A falta de conhecimento de Deus e dos ensinos do Reino devia ser motivo de vergonha entre os crentes mais instruídos.

OS RESSUSCITADOS TERÃO CORPO 1 CORÍNTIOS 15.35-49

1Co 15:35 Mas alguém dirá: Como ressuscitam os mortos? e com que qualidade de corpo vêm? 1. Aqueles que entre os coríntios passassem a crer na ressurreição, ou mesmo quisessem aumentar o nível da discussão, ou talvez, serem mais desdenhosos com Paulo, queriam saber como ressuscitam os mortos. 2. É possível que esse pensamento também paire nas mentes dos crentes hodiernos apenas como uma simples curiosidade. 3. Preocupação quanto a forma e aparência.

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1Co 15:36 Insensato! o que tu semeias não é vivificado, se primeiro não morrer. 1. “Insensato”, “Tolo”, “Ignorante”. Assim Paulo começa a resposta a uma pergunta que ele mesmo sugere por conhecer o grupo, ou uma pergunta que de fato tenha ocorrido no meio. 2. “Não nasce, se primeiro não morrer”. Ele parte do processo natural das coisas, propriamente da natureza conhecida, principalmente do que se fazia na agricultura, por profissão ou observação.

1Co 15:37 E, quando semeias, não semeias o corpo que há de nascer, mas o simples grão, como o de trigo, ou o de outra qualquer semente. 1. O grão ou a semente não revela para nós o tipo de planta que dali surgirá. 2. Sabemos que o resultado será sempre surpreendente ao agricultor. 1Co 15:38 Mas Deus lhe dá um corpo como lhe aprouve, e a cada uma das sementes um corpo próprio. 1. Se havia alguma dúvida quanto ao agente da ressurreição, Paulo aqui, vai lhes explicar que o corpo é dado por Deus de acordo com seu plano e propósito. 2. O resultado não será diferente da natureza do que se plantou. 3. No mundo da agricultura os produtores diferem o resultado do produto apenas quanto à qualidade.

1Co 15:39 Nem toda carne é uma mesma carne; mas uma é a carne dos homens, outra a carne dos animais, outra a das aves e outra a dos peixes. 1Co 15:40 Também há corpos celestes e corpos terrestres, mas uma é a glória dos celestes e outra a dos terrestres. 1Co 15:41 Uma é a glória do sol, outra a glória da lua e outra a glória das estrelas; porque uma estrela difere em glória de outra estrela.

1. (v.39). No mundo criado diferencia-se apenas o tipo de carne na qual existem os seres criados. 2. (v.40). Embora possamos pensar nos astros e nos aspectos naturais do que conhecemos na terra (rochas, florestas, etc), alguns comentaristas já relacionam ao tipo de corpo que temos na terra com o tipo de corpo que teremos no céu. 3. (v.41). Parece que este verso é explicativo ao anterior.

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1Co 15:42 Assim também é a ressurreição, é ressuscitado em incorrupção. 1Co 15:43 Semeia-se em ignomínia, é ressuscitado em glória. Semeia-se em fraqueza, é ressuscitado em poder. 1. Na ARA parte do verso 43 é agrupado ao verso 42. 2. O que Paulo explica anteriormente (vv.39-41) serve como exemplo da realidade da ressurreição e sua implicação futura. 3. A diferenciação se dará no que se refere à ressurreição, por que se planta em corrupção e renasce em glória. 4. (v.43). O nosso corpo apropriado para este mundo, que vai caminhando lentamente para a corrupção (fraqueza, mortalidade), é ressuscitado em poder (virtude, força, disposição para o eterno).

1Co 15:44 Semeia-se corpo animal, é ressuscitado corpo espiritual. Se há corpo animal, há também corpo espiritual. 1. O corpo animal, natural (psichikon), foi semeado para viver adaptado a este mundo. 2. Diferente do corpo natural, o corpo espiritual (pneumatikos), renasce, ressurge, ressuscita para viver outra possibilidade: a eternidade.

1Co 15:45 Assim também está escrito: O primeiro homem, Adão, tornou-se alma vivente; o último Adão, espírito vivificante. 1. O que somos nasceu primeiro em Adão: alma vivente; 2. O que seremos veio com Jesus: teremos nossos espíritos vivificados.

1Co 15:46 Mas não é primeiro o espiritual, senão o animal; depois o espiritual. 1Co 15:47 O primeiro homem, sendo da terra, é terreno; o segundo homem é do céu. 1. Primeiro veio Adão como homem natural (preparado para a vida aqui); 2. Depois, veio Jesus, o homem do céu, espiritual (nos preparou para a vida de lá, do céu).

1Co 15:48 Qual o terreno, tais também os terrenos; e, qual o celestial, tais também os celestiais. 1Co 15:49 E, assim como trouxemos a imagem do terreno, traremos também a imagem do celestial.

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1. (v.48) Não podemos ser diferentes do que foi Adão, pois adquirimos a partir dele o que somos: naturais, e como tal, herdamos também a natureza do pecado; 2. (v.49) Assim, como trazemos a imagem natural com Adão, traremos também a imagem celestial em Jesus; em Jesus readquirimos o que perdemos em Adão.

1 CORÍNTIOS 15.50-58

1Co 15:50 Mas digo isto, irmãos, que carne e sangue não podem herdar o reino de Deus; nem a corrupção herda a incorrupção. 1. Há de fato uma separação entre o físico e o espiritual. O homem foi criado por Deus para viver em uma dimensão física, sendo soprado nele algo que vinha de uma dimensão espiritual: o fôlego de vida. 2. A vida do homem natural é terrena e temporária: a duração da nossa vida é... (Salmo 90). 3. A vida do homem espiritual é eterna e atemporal (não se medirá mais em relação ao chronos). 4. Assim, o homem, enquanto natural, não pode herdar um reino que é espiritual. 1Co 15:51 Eis aqui vos digo um mistério: Nem todos dormiremos mas todos seremos transformados, 1. Paulo esclarece o que antes era mistério, mas agora, perfeitamente revelado. 2. Nem todos os homens morrerão; muitos estarão vivos na vinda de Jesus; os vivos serão transformados juntamente com os ressuscitados. 3. Paulo cita com pormenores esse ensino em 1 Tessalonicenses 4.15-17 e também em 15.49

1Co 15:52 num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos serão ressuscitados incorruptíveis, e nós seremos transformados. 1Co 15:53 Porque é necessário que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista da imortalidade. 1. Num tempo absurdamente diminuto, ‘num abrir e fechar de olhos’, o tempo da oportunidade cessará. 2. Com a trombeta que ressoa e tudo acontece instantaneamente. O toque da trombeta vai “proclamar o fim da era da igreja, quando todos os cristãos serão retirados da terra no arrebatamento” (MacArthur). 3. Não conheceremos mais o que é corrupção; não conheceremos mais o que é a cessação da vida; seremos todos revestidos da imortalidade.

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1Co 15:54 Mas, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrito: Tragada foi a morte na vitória. 1. Depois da transformação ocorrida nos salvos, a certeza que todos teremos é que a morte não será nem uma lembrança na história. 2. A vida eterna põe fim ao terrível espectro da morte anunciando ainda no Gênesis. 1Co 15:55 Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? 1. Os vencedores pisam sobre o peito dos vencidos, cruzam os braços e perguntam: Onde, a tua vitória? 2. Onde está o teu aguilhão? O seu ferrão que fere e mata? O ferrão foi extraído e o inseto mortal foi aniquilado.

1Co 15:56 O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. 1. O aguilhão que inocula o pecado foi extirpado e a morte vencida. 2. Por fim, Paulo, criado sob a lei, diz que a força do pecado é a lei, porque é a lei que discrimina o que é pecado ou não. 3. Paulo enxerga o futuro, e nesse futuro não há mais lei, nem morte, nem pecado, nem aguilhão; no futuro enxergado por Paulo há vida e pessoas transformadas. 1Co 15:57 Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo. 1. A vitória é coisa certa porque vem de Deus. Mesmo que tudo parece indicar o contrário, Deus garante que a vitória aconteça. 2. A vitória da igreja é uma vitória que nos afasta de qualquer apavoramento. O aguilhão da morte foi quebrado; não há para a igreja qualquer ansiedade marcada pelo seu temor. 3. A sensação de vitória e a vitória real acontecem hoje e acontecem amanhã. O amanhã sinaliza que somos vitoriosos sempre. O amanhã eterniza a vitória. A vida cristã é caracteristicamente vida de vitória. 4. A igreja não desanima nunca porque o Deus das vitórias é o Deus da igreja. A igreja só perderá se tornar-se igreja apóstata. Mas apostatar-se é impossível para a igreja. A igreja é o corpo de Cristo. 1Co 15:58 Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor.

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1. De Paulo uma exortação, um desejo, uma oração, uma esperança: “Meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis”. A ideia de firmeza está no sentido de não deixar-se perturbar facilmente; também, de correr atrás de propósitos de modo estável. Em outras palavras, a igreja por saber o que quer, não será demovida da busca da realização do que já vê pela fé. 2. A igreja caminha inabalável porque está sobre Aquele que é a Rocha, que é o perfeito alicerce. 3. Paulo quer ver os crentes sempre abundantes na obra do Senhor. Abundantes no conhecimento da doutrina do Senhor. Abundantes nas obrigações conferidas pelo Senhor à igreja. 4. As coisas acontecem quando as fazemos acontecer. Deus é quem dá o crescimento; mas é necessário que haja quem plante e haja quem regue. As coisas só acontecem na igreja se os crentes fizerem com que elas aconteçam (Claro, estou falando da parte humana). Isso não é uma cobrança é uma constatação paulina: “Sede sempre abundantes”. 5. Paulo também diz que os crentes devem fazer as coisas sabendo que, no Senhor, o trabalho não é vão. Trabalho que não é no Senhor não passa de correria improdutiva. 6. A correria improdutiva Paulo chama de trabalho vazio. Quem não corre certo se cansa mais rápido e não chega aonde quer chegar. 7. A preocupação é a de que tudo o que fizermos na igreja deve ser para o Senhor dela. Evangelização, adoração, projetos, templos e tudo mais devem ter como motivação o serviço prestação ao Senhor que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.

O DEUS DAS VITÓRIAS É O DEUS DA IGREJA 1 CORÍNTIOS 15.57,58

I – PAULO ANIMA OS CRENTES AO DIZER QUE A VITÓRIA É REAL (V.57) 5. A vitória é coisa certa porque vem de Deus. Mesmo que tudo parece indicar o contrário, Deus garante que a vitória aconteça. Em condições naturais seria impossível acreditarmos que Davi venceria Golias; Davi mesmo se coloca pequeno para vencê-lo, mas a sua indicação de vitória estava no Deus que vence as lutas. 6. A vitória da igreja é uma vitória que nos afasta de qualquer apavoramento. O aguilhão da morte foi quebrado; não para a igreja qualquer ansiedade marcada pelo seu temor. 7. A sensação de vitória e a vitória real acontecem hoje e acontecem amanhã. O amanhã sinaliza que somos vitoriosos sempre. O amanhã eterniza a vitória. A vida cristã é caracteristicamente vida de vitória. 87


8. Muitas vezes nos achamos derrotados porque estamos vendo as coisas no contexto do aqui e agora, baseados em fatos visíveis de crescer e decrescer, de adoecer e sarar ou mesmo morrer. 9. Quando pensamos como Deus pensa, as nossas mentes trabalham o futuro como sendo hoje. A vitória é da igreja, é do cristão. 10. A igreja não desanima nunca porque o Deus das vitórias é o Deus da igreja. A igreja só perderá se tornar-se igreja apóstata. Mas apostatar-se é impossível para a igreja. A igreja é o corpo de Cristo. 11. Paulo reafirma aos crentes de Corinto, do Jd. S. Pedro e do Jd. Helena, que a vitória é da igreja em Cristo, e por intermédio Dele.

II – PAULO APELA À ESTABILIDADE DOS CRENTES 8. De Paulo uma exortação, um desejo, uma oração, uma esperança: “Meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis”. A ideia de firmeza está no sentido de não deixar-se perturbar facilmente; também, de correr atrás de propósitos de modo estável. Em outras palavras, a igreja por saber o que quer, não será demovida da busca da realização do que já vê pela fé. 9. A igreja precisa ser firme e inabalável. Disse Paulo em outro lugar: “Mas eu sei em quem tenho crido”. Mesmo que o mundo não saiba em quem crer, a igreja sabe. A igreja sabe e caminha nesse conhecimento. 10. Mas o conhecimento não é sem custo, sem busca, sem determinação. É preciso que se cresça no pleno conhecimento do Filho de Deus, para que não sejamos agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro (Ef. 4.13,14). 11. A igreja deve ter na mente e no coração, que aconteça o que acontecer, Deus sempre vai querer o seu bem. É que nós temos outros meios de aferições do que seja bem. Bem para nós é ter um pastor top, um templo high tec, e, se duvidar, muitos querem ficar por aqui mesmo. 12. A igreja tem algo que o mundo não tem: “a fé, que é a vitória que vence o mundo” (1 Jo 5.4). O mundo tem algo que a igreja não quer: o Maligno; “pois o mundo jaz no Maligno” (1 Jo 5.19). 13. A igreja caminha inabalável porque está sobre Aquele que é a Rocha, que é o perfeito alicerce.

III – PAULO OS ENCORAJA PORQUE O TRABALHO NÃO É VAZIO DE RESULTADOS 1. Paulo quer ver os crentes sempre abundantes na obra do Senhor. Abundantes no conhecimento da doutrina do Senhor. Abundantes nas obrigações conferidas pelo Senhor à igreja.

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2. As coisas acontecem quando as fazemos acontecer. Deus é quem dá o crescimento; mas é necessário que haja quem plante e haja quem regue. As coisas só acontecem na igreja se os crentes fizerem com que elas aconteçam (Claro, estou falando da parte humana). Isso não é uma cobrança é uma constatação paulina: “Sede sempre abundantes”. 3. Paulo também diz que os crentes devem fazer as coisas sabendo que, no Senhor, o trabalho não é vão. Trabalho que não é no Senhor não passa de correria improdutiva. 4. A correria improdutiva Paulo chama de trabalho vazio. Quem não corre certo se cansa mais rápido e não chega aonde quer chegar. 5. A preocupação é a de que tudo o que fizermos na igreja deve ser para o Senhor dela. Evangelização, adoração, projetos, templos e tudo mais devem ter como motivação o serviço prestação ao Senhor que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. 6. Ao crescermos em maturidade nessa consciência saberemos de modo cristalino que o Deus das vitórias é o Deus da igreja.

ACERCA DA COLETA PARA OS NECESSITADOS DA JUDEIA 1 CORÍNTIOS 16.1-4

1Co 16:1 Ora, quanto à coleta para os santos fazei vós também o mesmo que ordenei às igrejas da Galácia. 1. Os crentes em Jerusalém (v.3) estavam passando por necessidades; no início da igreja houve por parte dos crentes grande esforço para não houvesse necessitados entre os irmãos (At 4.32-35). Por alguma razão, talvez o crescimento acelerado da igreja não tenha permitido que a mesma assistência pudesse ter continuidade. 2. A própria perseguição ao evangelho (tanto pelos judeus, como pelo governo romano) e o confisco de bens, podem ter levado os crentes a uma situação de penúria. 3. O que podemos ver aqui é uma preocupação de Paulo em favor dos crentes necessitados de Jerusalém. O pedido (ordem) de ajuda aos pobres também foi feito às igrejas da Galácia (Gálatas 2.10). 4. Depreendemos desse ensino de Paulo que a ajuda aos pobres é também uma função dos crentes, no caso específico, aos domésticos da fé (Gl 6.10). 1Co 16:2 No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder, conforme tiver prosperado, guardando-o, para que se não façam coletas quando eu chegar. 89


1. O primeiro dia da semana passou a ser o dia de culto e adoração por parte dos crentes gentios. 2. Nesse dia cada crente deveria colocar à disposição do irmão mais carente aquilo que pudesse dispor, de acordo com a sua prosperidade. Quem mais obteve, mais poderia dar. Devemos lembrar que a prosperidade que tivermos, é, antes de tudo, fruto da bondade de Deus para conosco. 3. Paulo ensina que os irmãos devem ser organizados, fazendo tudo com antecedência para que não houvesse atropelos quando da sua chegada.

1Co 16:3 E, quando tiver chegado, mandarei os que por carta aprovardes para levar a vossa dádiva a Jerusalém; 1. Tudo deveria ser feito antecipadamente porque tudo deveria ser enviado imediatamente (podemos dizer que quem tem fome não pode esperar). 2. As cartas talvez fossem mera formalidade, como uma apresentação, ou uma carta de estímulo aos crentes em Jerusalém. 3. Paulo não tencionava cuidar da coleta e nem ser o responsável direto por isso.

1Co 16:4 mas, se valer a pena que eu também vá, irão comigo.

1. Mas se a companhia de Paulo fosse importante para os irmãos emissários, Paulo não se oporia em ir com eles. 2. Paulo tinha plena confiança nas pessoas que a igreja em Corinto encarregasse desse serviço, dessa diaconia. A sua presença seria apenas um estímulo a mais. OS PROJETOS DE PAULO 1Co 16:5 Irei, porém, ter convosco depois de ter passado pela Macedônia, pois tenho de passar pela Macedônia; 1. Paulo já havia expressado o desejo de visitar os irmãos (v.2 “quando eu for”). 2. Agora, de modo mais enfático, programado e agendado, Paulo dá uma noção de tempo e oportunidade: “Irei ter convosco por ocasião da minha passagem pela Macedônia”. 3. A sua ida até a Macedônia fazia parte de um plano maior, ao qual Paulo define como uma necessidade: “Devo percorrer a Macedônia”. “Não se tratava de uma visita passageira, mas de uma estadia que exigia percorrer todo o território”. 4. Paulo precisa percorrer em visita as igrejas fortalecendo a fé dos irmãos.

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1Co 16:6 e talvez demore convosco algum tempo, ou mesmo passe o inverno, para que me encaminheis para onde quer que eu for.

1. Chegando em Corinto, Paulo tinha intenção de ficar mais tempo com os irmãos; talvez ele tivesse muitas coisas a dizer ou saber daqueles irmãos, com quem passara um ano e seis meses (At 18.11). 2. Paulo ficaria mais tempo, ficando inclusive o período de inverno, período em que a viagem era mais difícil. 3. Assim como aconteceu em Atos 13, ele gostaria de ser encaminhado pela igreja em Corinto “para onde quer que eu for”. Nota-se que Paulo precisa do apoio da igreja, fosse financeiro, fosse espiritual.

1Co 16:7 Pois não quero ver-vos desta vez apenas de passagem, antes espero ficar convosco algum tempo, se o Senhor o permitir. 1. Como já comentamos, Paulo queria ter mais tempo com os irmão de Corinto. 2. Mas Paulo deixa claro que esse tempo maior, embora fosse seu desejo, ele devia estar de acordo com a vontade do Senhor. 3. Paulo não tomaria nenhuma iniciativa ou disposição que antes não estive dentro dos propósitos do Senhor, a quem ele chama de kyrios. 4. Kyrios vem de kûros, que significa suprema autoridade. Assim Paulo se coloca como servo, e o servo não domina totalmente a sua agenda.

1Co 16:8 Ficarei, porém, em Éfeso até o Pentecostes; 1. Paulo avisa que não faria nenhuma viagem antes do Pentecostes; ele ficaria algum tempo em Éfeso. 2. Por que ficar em Éfeso? Paulo responde: “porque uma porta grande e eficaz se me abriu” (v.9 a). 3. Embora Paulo tivesse o desejo de percorrer a Macedônia e depois ir até Corinto, ele explica que isso tudo deveria esperar.

1Co 16:9b e há muitos adversários. 1. Paulo encontrava adversários de ambos os lados: judeus e gentios. 91


2. Quanto aos judeus, a crítica é que Paulo recebia nas igrejas gentios incircuncisos. Os judeus traziam muito forte a questão da circuncisão, uma vez que a igreja nasceu a partir dos próprios judeus, todos circuncidados. 3. O problema com os gentios é que Paulo, em suas pregações, batia muito forte contra a idolatria. 4. Sabemos que, como cristãos, o trabalho da defesa da fé, da pregação do Reino futuro, das questões de céu e inferno, nunca foram coisas facilmente recebidas pelos incrédulos (razão de serem incrédulos).

ACERCA DE TIMÓTEO E APOLO E EXORTAÇÕES FINAIS 1Co 16:10 Ora, se Timóteo for, vede que esteja sem temor entre vós; porque trabalha na obra do Senhor, como eu também, 1. Timóteo, querido de Deus; apreciado, honrado por Deus. Muitas são as significações para o nome de Timóteo. Sabemos também que ele era muito estimado por Paulo. 2. Quando Paulo escreveu sua carta a Timóteo, ele o chamou de “verdadeiro filho na fé” (1 Tm 1.2). Ele é citado por Paulo dezessete vezes em dez epístolas do apóstolo. 3. Por todas essas razões Paulo queria que Timóteo fosse bem recebido pelos irmãos de Corinto. A palavra ‘receio’ que aparece em muitas versões de nossas Bíblias é a tradução de ‘afóbos’, sem temor. 4. Timóteo era um jovem engajado na obra do Senhor como Paulo; não havia motivos para que ele fosse rejeitado pelos irmãos.

1Co 16:11 Portanto ninguém o despreze; mas encaminhai-o em paz, para que venha ter comigo, pois o espero com os irmãos. 1. Paulo insiste com os irmãos em Corinto porque eles poderiam transferir para Timóteo as mesmas restrições que tinham em relação a ele. 2. Embora o nome Timóteo significasse honrado por Deus, aqueles irmãos poderiam tratá-lo com menosprezo, tratá-lo ‘como coisa sem importância’ (Gr.). 3. Embora Timóteo pudesse dar uma passadinha por Corinto, a ideia de Paulo é que ele fosse até o apóstolo e aos demais irmãos.

1Co 16:12 Quanto ao irmão Apolo, roguei-lhe muito que fosse com os irmãos ter convosco; mas de modo algum quis ir agora; irá porém, quando se lhe ofereça boa ocasião. 92


1. Apolo era bem conhecido em Corinto, a ponto de existir na igreja um grupo que Paulo dizia ser de Apolo (1 Co 1.12). 2. Paulo insistiu (‘roguei-lhe’) a Apolo que estivesse com os irmãos de Corinto, mas ele resistiu porque entendia não ser o momento propício.

1Co 16:13 Vigiai, estai firmes na fé, portai-vos varonilmente, sede fortes. 1. Paulo em uma sentença faz quatro recomendações aos irmãos em Corinto. 2. 1. ‘Vigiai’. vigilância é algo extremamente necessário para que não caiamos nas ciladas do inimigo; 2. ‘estai firmes na fé’. Estai também tem o sentido de aguentar, manter posição. A carreira cristã é uma batalha de lutas constantes. 3. 3. ‘portai-vos corajosamente’. A palavra aqui é andrizomai e tinha conotação masculina. Rienecker & Rogers escreveram: “A palavra era usada nos papiros na exortação: ‘portanto, não temam, mas sejam corajosos como homem’”; 4. ‘Sede fortes’, ou, ‘fortalecei-vos’. A melhor forma de fazermos isso é atendermos o que Paulo disse aos crentes de Éfeso: “Fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder” (Ef 6.10). Qualquer coisa fora disso é derrota na certa.

1Co 16:14 Todas as vossas obras sejam feitas em amor.

1. “Fazei tudo com amor” (A21). Será que o cristão pode fazer alguma coisa sem que seja feita em amor? 2. Paulo entendia que era possível sim; razão pela qual ele apela ao amor, como fizera em parágrafos anteriores de sua carta. 3. “Ainda que...” façamos muitas coisas pelos nossos e pelos de fora, se a motivação não for amor perdemos nosso tempo, energia e recursos.

ESTÉFANAS, FORTUNATO E ACAICO 1 CORÍNTIOS 16.15-18

1Co 16:15 Agora vos rogo, irmãos - pois sabeis que a família de Estéfanas é as primícias da Acaia, e que se tem dedicado ao ministério dos santos – 1. A casa de Estéfanas como os primeiros a serem alcançados pelo trabalho missionário de Paulo na Acaia.

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2. A casa de Estéfanes se dedicava o ministério em favor daqueles que iam se convertendo e da igreja de um modo geral; era um trabalho de dedicação voluntária. 3. Possivelmente, nesse trabalho, a família também se dispunha a receber, hospedar crentes em trânsito.

1Co 16:16 que também vos sujeiteis aos tais, e a todo aquele que auxilia na obra e trabalha. 1. A dedicação da casa de Estéfanas aparece entre parênteses. 2. “Aos tais”. Assim, Paulo está rogando aos crentes de Corinto que se sujeitassem às orientações e ensinos dessa família. 3. “Sinergountes, cooperadores”. A sujeição devia ser também aos outros que exerciam algum trabalho na igreja.

1Co 16:17 Regozijo-me com a vinda de Estéfanas, de Fortunato e de Acaico; porque estes supriram o que da vossa parte me faltava.

1. Paulo estava feliz com a chegada a Éfeso de seus três amigos (MacArthur). Esses dois últimos irmãos são pouco conhecidos na história da igreja e citados apenas aqui. 2. “Supriram”. A presença deles supriu, em parte, a ausência dos demais irmãos; refere-se muito mais ao apoio espiritual do que material. Tanto que um comentarista escreveu: “Refresh my spirit”. A mesma ideia de restauração de frescor da alma que vemos no Salmo 23.3.

1Co 16:18 Porque recrearam o meu espírito assim como o vosso. Reconhecei, pois, aos tais. 1. Paulo esclarece aqui o que ele falava sobre ‘suprir’. Aqueles irmãos recrearam o espírito do apóstolo, eles trouxeram um relax ao espírito carente de Paulo. 2. Quantas vezes estamos carentes desse ‘refrescar’ da alma, e Deus usa a comunhão da igreja para nos curar. Paulo diz que a recreação do espírito é recíproca. 3. “Gente como essa merece elogios” (NTLH). “Aqueles homens haviam efetuado uma longa e perigosa viagem, procurando servir a eles” (Robertson e Plummer), pois a viagem foi de Corinto a Éfeso, usando como rota um braço do Mar Mediterrâneo.

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SAUDAÇÕES E A BÊNÇÃO 1 CORÍNTIOS 16.19-24

1Co 16:19 As igrejas da Ásia vos saúdam. Saúdam-vos muito no Senhor Áquila e Priscila, com a igreja que está em sua casa. 1. As igrejas da Ásia deram boa acolhida aos enviados pelos de Corinto, e assim Paulo retribui com a saudação dada por eles. 2. Áquila e Priscila eram os bons amigos de Paulo que trabalham no início do evangelho em Corinto (Atos 18.1,2). 3. Certamente o casal nutria afeto e carinho especial pelos de Corinto.

1Co 16:20 Todos os irmãos vos saúdam. Saudai-vos uns aos outros com ósculo santo. 1. Toda a igreja que estava em Éfeso dava especiais saudações aos crentes em Corinto. 2. “Ósculo santo”. Expressão pura do amor cristão entre os homens e entre as mulheres, sem nenhuma conotação fora da comunhão e da espiritualidade.

1Co 16:21 Esta saudação é de meu próprio punho, Paulo. 1. Paulo fez uso de um escriba que escreveu a carta enquanto ele ditava. 2. O final da carta o próprio Paulo se encarregou de escrever. 1Co 16:22 Se alguém não ama ao Senhor, seja anátema! Maranata. 1. Paulo estava escrevendo para crentes, mas se houvesse entre eles quem não amasse ao Senhor deveria ser amaldiçoado. 2. Não se trata de um jogo de palavras entre anátema e Maranata, sendo a primeira grega e a segunda aramaica; mas enquanto alguns serão malditos por não terem ao Senhor, por outro lado a igreja clama Vem Senhor. 1Co 16:23 A graça do Senhor Jesus seja convosco. 1. Temos aqui uma saudação usual em Paulo (2 Co 13.13 e Cl 4.18). 2. A graça aqui significa todos os benefícios, favores, dádivas, etc., vindos da parte do Senhor. 1Co 16:24 O meu amor seja com todos vós em Cristo Jesus.

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1. Paulo se derrama em amor pelos crentes de Corinto. 2. Ele não separa alguns entre todos, mas o seu amor e afeto carinhoso era estendido a todos. 3. Paulo não exclui nem mesmo aqueles que rejeitavam o seu apostolado ou lhe faziam oposição. 4. “Em Cristo Jesus”. É o amor de Jesus que nos habilita a amarmos uns aos outros.

Pr. Eli da Rocha Silva (Uso livre – ler antes de usar).

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