Caminhos do Ensino Infantil da EMA 2009 _ 1ª ed

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Dedicatória: À todas as crianças do Ensino Infantil Com carinho, dos autores.

Os responsáveis pelas crianças autorizaram a apresentação das fotos que ilustraram esta publicação. Os autores agradecem. 2


O Núcleo de Desenvolvimento Humano auxilia a Diretoria Executiva no planejamento e execução das atividades educativas da Unimed. Seu foco é organizar e monitorar as ações de integração entre a Unimed de Botucatu e seus vários públicos: colaboradores, cooperados, prestadores de serviço, clientes e comunidade em geral. Em Botucatu as primeiras atividades do Núcleo de Desenvolvimento Humano voltam-se para a responsabilidade social e o desenvolvimento sustentável e, por isso, foi desenvolvida a parceria com a Escola do Meio Ambiente - EMA - da Secretaria Municipal de Educação. A Unimed de Botucatu já é certificada com o Selo de Responsabilidade Social desenvolvido pelo Sistema Unimed e também apoia a Fundação Abrinq. Também possui 5 programas sociais de grande alcance local, desenvolvidos pela AMUB – Associação da Mulher Unimed de Botucatu. São eles: SOMMAR para o público interno da cooperativa; INTER@ÇÃO, para inclusão digital; VIDA ILUMINADA para deficientes visuais; AMMA, para coleta de leite materno e ACREDITAR, apoio a projetos comunitários desenvolvidos para integração social através do esporte ou da cultura. A AMUB ainda realiza várias ações para atender às necessidades da sociedade botucatuense. No âmbito do Meio Ambiente busca a experiência da EMA para implementar ações que farão a diferença na qualidade de vida de toda a comunidade. Afinal, Saúde e Qualidade de Vida são valores cultivados pela Unimed de Botucatu.

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Novos caminhos... Formando pessoas melhores... Por um planeta vivo! Eu, e você também, vemos o que queremos ver. Colhemos a semente que plantamos. Podemos optar por colher o fruto do amor pelo que fazemos. O amor traz o colorido, o amor se revela como uma atitude harmoniosa de respeito à vida, o amor amplia as nossas competências e entusiasma a nossa vida. O amor pelo que se faz, pela criança e pela natureza é a base de um futuro sustentável. Um futuro que somente poderá ser construído por crianças que de alguma maneira se ligaram à natureza. Afinal, nós somente protegemos ou agimos sobre aquilo que conhecemos, porque o sentimos em nós, porque o experimentamos. Este é o principal objetivo da Escola do Meio Ambiente: a transmissão de vivências e de experiências com a natureza que possam ser aplicadas em nossa vida cotidiana. A formação ecológica na infância é muito importante, pois é neste período que o ser humano está mais receptivo à vivências com a natureza. E, a participação do educador é fundamental para promover essa relação afetiva de amor e de respeito ao meio ambiente. É exatamente esse amor, que não tem limites nem reta de chegada, que tentaremos imprimir nas páginas que estão nessa publicação, mostrando novos caminhos para a formação de pessoas melhores, onde o respeito e a solidariedade são valores de extrema importância. Por um Planeta vivo!

Paz e Bem Eliana Gabriel

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Tecendo sonhos...

Contar uma história é um ato de amor. Quando ouvimos uma história somos conduzidos pelo fio da narrativa a lugares distantes, mágicos... E nos preenchemos com o encantamento, nos alimentamos com as imagens apresentadas. Nos vitalizamos embalados. Quer ouvir uma história? Esta história tem como cenário os caminhos sinuosos que recortam a floresta estacional semidecídua, com suas árvores características, entre elas, paineiras, jequitibás, ipês amarelos, guaraiúvas, copaíbas,... um pequeno curso d´água que corre ainda tímido em meio à floresta... Nossos personagens: fadas, jardineiras, espantalho, índios, professores, estagiários e crianças, muitas crianças... loiras, morenas, ruivas, negras. Assim, inicia-se esta história... Fadas que pedem ajuda às crianças do maternal para encontrarem uma varinha mágica em meio à floresta. Abraços gostosos na Sra. Guaraiúva... Jardineiras que buscam junto com as crianças avisos deixados pelo Sr. Espantalho a um pássaro que procura uma floresta para viver livremente. Sorrisos abertos ao encontrar o Sr. Espantalho no final do caminho... Uma dúvida no ar... Seria o Espantalho um homem ou um boneco ? Professores e crianças com rostos pintados de indígenas, brincando com a corda presa a uma árvore da floresta ou construindo potinhos de argila nas margens do ainda tímido Ribeirão Lavapés. Canções indígenas alegremente cantadas... 5


Trilha Encantada

“ O mundo é cheio de coisas. É coisa que não acaba mais, ou será que acaba ? “ Berenice Gehlen Adams

Trabalho Desenvolvido pela Atendente de Creche Lourdes de Fátima Franco

Público alvo atendido pela vivência: Maternal II-A

Escola: C.E.I. Jardim Flamboyant Diretora: Flávia Eliete Marcondes Coordenadora: Simone Carolina Pompiane Carreira

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Experiência compartilhada é ação multiplicada! C.E.I. Jardim Flamboyant Atendente de Creche Lourdes de Fátima Franco - Maternal II-A - Tarde

Eu, Lourdes, atendente de creche, período integral, responsável pela turma do maternal II- A no período da tarde, acompanhei a aula/passeio à EMA no período matutino com a professora responsável. Ao chegarmos, as crianças foram conduzidas para uma sala, onde foram recebidas pela fada Aimirim, foi uma grande surpresa! Ela contou a história de uma linda fada que vivia em uma floresta e que a protegia dos caçadores, depois foram conhecer a Trilha Encantada onde puderam ver o que a natureza produz. No decorrer da trilha, as crianças ajudaram a fada Aimirim a encontrar a varinha mágica que havia perdido. Aprenderam a plantar e cuidar das sementinhas, respeito e cuidados que devemos ter com o Meio Ambiente protegendo sempre a fauna e a flora. No período da tarde, fizemos a roda da conversa e as crianças relataram o que mais gostaram no passeio. Cada criança relatou com entusiasmo o que viu e ouviu. Como era dia de trabalhar o Eixo de Artes Visuais, a aluna Noemi pegou, no baú, fantasias para brincar. Ela se vestiu de fada e pediu para que as outras crianças se sentassem para ouvirem a história que iria contar. Todas as crianças também se fantasiaram. A aluna se sentou no baú e as crianças no chão. Ela contou a história do “Lobo Mau”. Não interferi, fiquei observando o jeito dela. Ela conseguiu atrair a atenção das crianças e fazer com que todas participassem de sua conversa. Falaram sobre a Trilha Encantada e sobre os animais que moram lá. Durante a conversa, os alunos pediram para todo mundo cuidar bem da floresta, para que os bichinhos não fiquem sem casa. Noemi falou também sobre a varinha perdida da fada e onde estava escondida. Ela disse que foi muito difícil de encontrá-la. Ela imitou direitinho a fada Aimirim, reproduzindo tudo o que havia visto e ouvido.

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Após observar as atitudes e a participação dos alunos, percebi o quanto foi importante essa aula extraclasse, para o desenvolvimento, criatividade, integração e socialização dos alunos. Ficou claro que essa lembrança ficará guardada em suas mentes, com certeza todos vivênciaram a importância de se conservar para não faltar! Comentário: A aprendizagem da linguagem oral e escrita é um dos elementos importantes para as crianças ampliarem suas possibilidades de inserção e de participação nas diversas práticas sociais. Por isso, o trabalho com a linguagem constitui um dos eixos básicos na educação infantil, dada sua importância para a formação do sujeito, para a interação com as outras pessoas, na orientação das ações das crianças, na construção de muitos conhecimentos e no desenvolvimento do pensamento (RCNEI – vol.3-pg. 117). Com esse pensamento, eu desenvolvo diariamente na sala do Maternal II, rodas de leitura e de contação de histórias com os alunos. Num desses momentos maravilhosos, registrei essa atuação da aluna Noemi, que se caracterizou de fada para contar história aos seus coleguinhas, que também estavam fantasiados. Registro aqui a História contada pela aluna Noemi à sua turma do maternal II-A (tarde): “ Era uma vez um lobo mau, que quase comeu a vovó, porque a vovó correu muito e o lobo pegou a roupa da vovó, e correu para a floresta, aí a vovó encontrou uma vaca e um leão. Aí, o lobo pegou eu. Ah! Você não é a vovó, você é a princesa. E daí o lobo correu de novo, ele se vestiu de palhaço. E, a princesa com os animais, começaram a dançar e a cantar, o palhaço começou a dançar, a rodar, a pular, ai o caçador chegou e matou o lobo mau. É só na historinha que o lobo é mau. Porque, lá naquele lugar que nós fomos aquele dia (E.M.A), o lobo que mora lá é bonzinho. É sim, foi a fada da EMA que falou... “ Bibliografia Consultada: RCNEI (Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil) 8


Palavras traduzidas em imagens...

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*Alunos do Maternal II-A do C.E.I Jardim Flamboyant (PerĂ­odo da Tarde)

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Comentário da EMA Preservando a natureza e a infância...

O trabalho desenvolvido pela atendente de creche Lourdes de Fátima Franco, do CEI Jardim Flamboyant, teve a sensibilidade de respeitar a criança no seu aprender por meio dessa ferramenta, o brincar, que é direito da infância. A continuidade do trabalho em sala de aula, possibilitou constatar o vínculo criado entre as crianças e a floresta da Escola do Meio Ambiente, após a visita à Trilha Encantada. Verificouse também que, embora o trabalho desenvolvido pela atendente tenha objetivado a preservação do meio ambiente, ele não extinguiu as delícias do faz-de-conta da infância.

Homenagem às crianças do maternal Música: Bichos do Brasil Artistas: Rita Rameh e Luiz Waack Paca, tatu, anta, urubu, Tamanduá, capivara e preá Bicho-preguiça, lobo-guará Suçuarana, saguí e gambá Com nome esquisito, que bicho será ? Onde é que ele mora ? Como vai caçar ? É grande ou pequeno ? Dá medo ou não dá ? Será que ele voa ou sabe nadar ? Mico leão, mutum, ararinha Quati, cotia, cigana, choquinha Jaguatirica, bugio, jaburu, Tucano, macuco, pirarucu Com nome esquisito que bicho será ? Onde é que ele mora ? Como vai caçar ? É grande ou pequeno ? Dá medo ou não dá ? Será que ele voa ou sabe nadar ? 10


Trilha do Espantalho

“Mas por onde começar? O que está no início, o jardim ou o jardineiro? É o segundo. Havendo um jardineiro, cedo ou tarde, um jardim aparecerá. Mas um jardim sem um jardineiro, cedo ou tarde, desaparecerá. O que é um jardineiro? Uma pessoa cujo pensamento está cheio de jardins. O que faz o jardim são os pensamentos do jardineiro.” Rubem Alves

Trabalho Desenvolvido pela Professora Rosa Aparecida de Jesus Fazzio Paulino

Público alvo atendido pela vivência: Etapa I-D Tarde

Escola: C.E.I. Prof. João Queiroz Marques (C.E.I Vila Assunção) Diretora: Claudia M. Gabriel Coordenadora: Leni Aparecida Medeiros Benedicto


Experiência compartilhada é ação multiplicada! C.E.I. Prof. João Queiroz Marques Profª. Rosa Aparecida de Jesus Fazzio Paulino, Etapa I - D - Tarde

Objetivos trabalhados: Cores, formas e tamanhos da natureza. Alterações de temperaturas dentro e fora da mata. Utilização da água na higiene do homem. Proporção (maior, menor). Contato com a terra através da visita e do plantio de mudas no Viveiro Pedagógico. Constatação da importância da água para garantir a sobrevivência dos seres vivos. Visualização de animais como insetos e pequenas aranhas. Antes da visita à EMA Alguns dias antes do nosso passeio, comecei a falar com a turminha sobre como seria esta visita. Cada vez que conversávamos, eles ficavam com mais vontade e ansiosos para o grande dia. Todos os dias me perguntavam se era “dia do passeio”, então eu explicava que ainda não era nossa vez, e, aproveitava para contar mais alguma coisa e deixá-los mais curiosos. Falamos sobre o nome da escola (EMA), expliquei a eles que existe um animal com esse nome e também o que essas iniciais significam, falamos como é dentro da mata, que precisamos fazer silêncio para não afugentar os “pequenos moradores” da trilha, ou seja, aranhas, formigas, gafanhotos, borboletas que possam estar passeando no local. Pedi que observassem tudo com bastante atenção, dizendo a eles que seria um passeio mágico, pois a natureza é um presente que temos que cuidar e apreciar, aproveitando sempre para ensinar e reforçar a ideia do “cuidar” do nosso ambiente.

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O dia da visita No dia do passeio, todos estavam felizes e um pouco agitados com a tarde diferente que iriam passar, afinal, era a primeira aula passeio do ano, e já sabiam que seria em meio à natureza, então, foram cantando, pelo caminho alegres como passarinhos. Chegando à Escola do Meio Ambiente (EMA), fomos recepcionados pelas estagiárias que conversaram com as crianças, explicando sobre o canteiro pedagógico, onde aprenderam como preparar a terra e a plantar mudinhas de manjericão e alecrim em jardineiras feitas com garrafas pet. Explicaram às crianças que devemos reciclar, reaproveitar materiais para poupar a natureza, dessa maneira estaremos ajudando a cuidar da mesma e também, que essas plantinhas são utilizadas no preparo da nossa alimentação. Enquanto eles plantavam, a professora da EMA falava sobre a importância da minhoca para a terra e para as plantas. Depois disso, foi a hora da história sobre a “Fazenda Esperança e o Espantalho”, as crianças apreciaram muito. Logo em seguida, fomos até a entrada da “Trilha do Espantalho”. Quando entramos na trilha, as crianças ficaram em silêncio e observando, como havíamos combinado em classe, estavam felizes, porém muito atentos aos detalhes das árvores. Pegaram diferentes tipos de folhas para comparar, passaram as mãozinhas nos musgos, viram troncos de vários tamanhos, espessuras e formas. Viram alguns insetinhos, perceberam a temperatura mais amena e o lugar mais escuro... Enfim, sentiram tudo à volta deles. Quando pensaram que o passeio estava acabando, surgiu na saída da trilha o Sr. Espantalho, brincando com todos! Os alunos ficaram muito impressionados! Aproveitamos para fazer algumas fotos e depois fomos tomar lanche. O Sr. Espantalho continuou nos fazendo companhia e brincando com as crianças. Terminado o lanche pegamos alguns folhetos e jornais da escola, e então nos despedimos das pessoas que foram muito agradáveis e atenciosas conosco. Na volta, as crianças trouxeram as jardineiras de pet para a nossa escola, para continuarmos cuidando das mesmas. Entramos no ônibus muito cansados, porém satisfeitos com a tarde tão gostosa que passamos juntos na EMA.

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Atividades desenvolvidas a partir do passeio: No dia seguinte ao passeio, sentamos para apreciar as fotos, conversar sobre o que vimos, relembramos a história contada pelas jardineiras (professoras da EMA); Falamos sobre o espantalho e, em seguida, contei-lhes uma história... “O Espantalho e seus amigos”; Fizemos a interpretação oral da história e ilustramos o passeio na trilha; Cada um fez o seu espantalho para brincar no jardim da escola, depois levaram para colocar na plantinha da mamãe; Todos os dias a turminha molhava as jardineiras cantando a música “Alecrim Dourado”, observando o crescimento das mesmas. Quando as plantas já estavam grandes, resolvemos presentear a ajudante da escola. Desde o passeio, todas as vezes que recebemos o Jornal da EMA, escolhemos um texto, poesia ou alguma matéria para apreciação em roda e as crianças sempre me perguntam quando poderemos voltar lá. Fizemos também a escolha de um poema na revista “Amigos da Natureza” para representar nosso passeio à trilha. Observação pessoal: Quando as crianças têm esse contato direto com a natureza, tudo fica mais interessante e o aprendizado se torna mais prazeroso, pois elas se envolvem com o tema. Bibliografia Consultada: Jornal da EMA. Revista Amigos da Natureza.

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Palavras traduzidas em imagens...

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* Desenhos realizados pelos alunos do C.E.I Prof. JoĂŁo Queiroz Marques da Etapa I-D (PerĂ­odo da Tarde)

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Comentário da EMA Cuidar é a palavra chave...

Nesse ecologismo que vivemos, muitas vezes ouvimos: “Menino fique longe das plantas e dos bichinhos, você está machucando eles!” Agindo assim, como estabelecer o vínculo de amor entre esse menino e a natureza ? O trabalho descrito pela profª. Rosa do C.E.I Prof. João Queiroz Marques possibilitou a continuidade da interação estabelecida entre a criança e as plantas da jardineira, mesmo após a visita à EMA, valorizando-se o “cuidar do meio onde vivemos”. É fato que, somente se cuida daquilo que se gosta!

Homenagem às crianças da Etapa I Música: Onça-pintada Artistas: Rita Rameh e Luiz Waack Recolhe as unhas para andar macio. Vai contra o vento pra ninguém suspeitar Espera a noite cair para poder agir, bicho esperto como ela não há Porque a onça é forte, é veloz Astuta, atroz Até sabe nadar Corre pra burro É forte, é ligeira Pontaria certeira até pra pescar. E mete medo em todo o cerrado Engana qualquer coitado. É mestre em encurralar Onça-pintada, quando mostra os dentes, faz até a serpente se arrepiar Mas a onça, que dá de bacana, é muito banana quando a chuva vem Onça-pintada fica muito assustada. Quando há trovoada e começa a chover Onça-pintada fica tão pertubada. Fica até desbotada quando um raio ela vê

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Trilha Indígena

“ O mundo é cheio de coisas, de coisas diferentes, e dentro de cada coisa existe um segredo, existe um encanto, que a gente vai descobrindo brincando, cantando e estudando...” Berenice Gehlen Adams

Trabalho Desenvolvido pela Professora Lucilene Maria Ebúrneo Lourençon Público alvo atendido pela vivência: Etapa II C Tarde

Escola: C.E.I. Nair Fernandes Leite Vaz (C.E.I Cohab I) Diretora: Adriana Cristina Benedicto Reis Coordenadora: Simone Carolina Pompiane Carreira


Experiência compartilhada é ação multiplicada! C.E.I. Nair Fernandes Leite Vaz Profª. Lucilene Maria Ebúrneo Lourençon - Etapa II - C - Tarde Introdução Ficamos todos encantados diante dos diferentes costumes e hábitos que nos foram apresentados. Resolvemos nos aprofundar um pouco mais neste estudo e vivenciar o que vimos sobre os aspectos da cultura dos primeiros povos que habitavam nosso país. Objetivos Trabalhar a coordenação motora, a sensibilidade artística e ampliar os conhecimentos sobre a história e a cultura brasileira. MORA NA OCA, TAMBOR ELE TOCA USA COLARES, PULSEIRAS, COCARES, O ROSTO ELE PINTA, URUCUM É SUA TINTA. SAÍ PARA PESCA COM ARCO E FLECHA. FAZ MIRA NO ZUM, FISGA MAIS UM. Desenvolvimento do trabalho Quando foi comunicado sobre a Trilha Indígena, as crianças ficaram felizes e citaram passeios anteriores, porém este seria uma total novidade. Os dezenove alunos participaram do passeio, apenas um, do total de vinte, não veio por ter “medo” de lugares desconhecidos. Realizamos o passeio no dia 18 de março, foi uma tarde de clima perfeito, sem chuva e com bastante sol. Ao chegarmos à EMA, nos foi apresentada a música acima citada pelas monitoras, além de alguns objetos de uso cotidiano indígena como o arco e a flecha e alimentos como a mandioca e o peixe. Pudémos manusear o urucum. As crianças brincaram e aprenderam. Ao iniciarmos a trilha, visualizamos a “oca”. Logo souberam que se tratava da casa do índio. Andando pela mata vimos plantas diferentes, formigas, pássaros, porém o ponto máximo foi quando desenterraram argila e as crianças descobriram 18


que este material não servia apenas para brincar, mas que os índios utilizam a argila para fabricar utensílios domésticos, brinquedos e objetos usados em seus rituais. Também percebemos a diferença da temperatura dentro e fora da mata, vimos o musgo nos troncos. Aprendemos que as folhas caídas das árvores se tornam alimento para as plantas. Na escola No dia seguinte, ao relembrar e registrar nosso passeio através de uma ilustração, as crianças quiseram cantar novamente a música “Mora na Oca”, aproveitei o interesse e sugeri que a fizéssemos através de uma dramatização. Ao término, as crianças puderam mexer na terra e plantar verduras, fazendo de conta que serviriam para sua própria alimentação. Voltamos para a classe cansados e muito felizes com as novas descobertas e conquistas. Na classe: - Produzimos as penas, os cocares, a pesca e as ocas através de desenhos e pinturas; - Os colares e pulseiras foram feitos utilizando canudos de refrigerante, elástico e as penas recortadas e pintadas; - Para imitar o urucum, optamos pela pintura a dedo na cor vermelha; - Os tambores foram emprestados da bandinha da escola; - O arco e a flecha foram feitos durante uma aula de lego. Aproveitamos as peças de encaixar que as crianças trouxeram no início do ano. Ensaiamos a dramatização, escolhendo um lugar que lembrasse a mata. Nos divertimos, cantando, encenando e fotografando como a seguir: Resultados obtidos Acredito que esta agradável melodia acompanhará o imaginário de nossas crianças o tanto quanto elas permitirem, além dos conhecimentos adquiridos através da prática na construção desta dramatização.

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Palavras traduzidas em imagens... *

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* Fotos dos alunos da Etapa II C - PerĂ­odo da Tarde, C.E.I Nair Fernandes Leite Vaz

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Comentário da EMA Existem momentos, lugares e experiências que ficam para sempre... O trabalho da professora relata a interação entre a criança, a música, a cultura indígena e a preservação da natureza. A continuidade da vivência, iniciada na Escola do Meio Ambiente, propiciou às crianças do C.E.I Nair Fernandes Leite Vaz aprender pela experiência com a natureza e valorizar a diversidade cultural brasileira, especialmente a cultura indígena. Deve ser ressaltado que, a referida interação permite formar pessoas mais sensíveis e capazes de respeitar todas as formas de vida do planeta.

Homenagem às crianças da Etapa II Música: Por quê? Artistas: Rita Rameh e Luiz Waack Na Terra tudo tem um porquê Só falta o homem compreender Que o mundo se equilibra por si É só querer olhar por aí Por que a Terra gira ? Por que o bicho cria ? Por que queremos saber porquês ? Por que a ave voa ? Por que a terra é boa ? Por que queremos tudo aprender ?

Por que o Sol esquenta ? Por que o homem inventa ? Por que os mares são como são ? Por que a Lua é vazia ? Por que a neve é fria ? Será que sempre temos razão ? O Homem sempre arranja um pra que E diz que é o modo dele viver Enfrenta a natureza demais Pra ver até onde ela é capaz Pra que matar os bichos ? Pra que jogar os lixos ? O que é que temos tanto a perder ? Pra que queimar floresta ? Pra que acabar a festa De vermos sempre algo nascer ? 21


Depoimentos sintetizados em frases... “A EMA auxilia na contextualização do trabalho ambiental desenvolvido pela escola”. Flávia Marcondes - Diretora CEI Jardim Flamboyant “A visita à EMA marcou tanto nas crianças quanto a mim mesma”. Lourdes Franco - Atendente CEI Jardim Flamboyant “O prêmio enriquece o trabalho da escola, da professora, dos alunos, o meu trabalho e multiplica o trabalho desenvolvido pela EMA”. Claudia Gabriel - Diretora CEI Vila Assunção “Nós escolhemos um cantinho no jardim da escola para deixar as jardineiras vindas da EMA. As crianças cuidaram das jardineiras e presentearam a funcionária Angela de nossa escola”. Rosa Paulino - Professora CEI Vila Assunção “ Entre as doze professoras de minha escola, onze se escreveram no prêmio EMA e uma delas foi premiada. O trabalho desenvolvido pela professora também foi multiplicado para os pais”. Adriana Reis - Diretora CEI Cohab I “A música indígena se transformou numa rotina na classe. Todas as crianças quiseram participar da dramatização da música”. Lucilene Lourençon - Professora CEI Cohab I “A Escola do Meio Ambiente está localizada no lugar que eu chamo de ‘cantinho do céu’. É uma grande riqueza dentro da Secretaria Municipal de Educação, a qual tem nos ensinado o quanto podemos melhorar como cidadãos, formando crianças e jovens, como também, envolver a comunidade na preservação do meio ambiente. Agradeço e parabenizo também a Unimed pela parceria neste trabalho.” Prof. Narcizo Minetto Júnior - Secretário Municipal de Educação “Educação Socioambiental, promoção à saúde e prevenção à doenças, EMA/UNIMED Botucatu: Trabalhando juntas por um desenvolvimento sustentável e melhor qualidade de vida”. Dr. Omar Abujamra Junior - Presidente da Unimed Botucatu 22


Para encerrar nossa história ... Será? Há muitos e muitos séculos crianças do mundo inteiro ouvem histórias de príncipes encantados, objetos mágicos, animais e árvores falantes, fadas maravilhosas ... Ao cruzar a fronteira do “Era uma vez...”, entramos num mundo em que, como em nossos sonhos, a realidade se transforma. Por isso, as histórias infantis continuam sendo tão apreciadas, elas nos falam diretamente à imaginação e ao coração. Na EMA, fadas, jardineiras, espantalho, indígenas e caminhos sinuosos em meio à floresta são instrumentos desse mundo encantado da infância, capazes de estabelecer o elo entre a criança e a natureza. Vimos, no decorrer dessas páginas, que contar uma história também pode ser um jeito de se fazer trilhas, através de outros caminhos, quando não é possível fazer o antigo. Por isso, nossa história não pode ter fim. Ela representa a oportunidade de se apresentar outros trabalhos com outros professores à outras crianças, em outras escolas, ou outras cidades, buscando-se a preservação de jequitibás, tatus, copaíbas, preás, guaraiúvas, beija-flores... Para a Escola do Meio Ambiente, tão importante quanto conceder incentivos e prêmios é ter oportunidades como esta de compartilhar com as escolas municipais de Ensino Infantil experiências na área ambiental, com trocas de ideias, de saberes e fazeres. Tecendo sonhos, transformando a realidade... No fio das histórias, como no fio da vida, cada um tece a sua parte... Por um planeta vivo!

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