Da Escola do Meio Ambiente ao Sabiá Laranjeira

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O Núcleo de Desenvolvimento Humano auxilia a Diretoria Executiva no planejamento e execução das atividades educativas da Unimed. Seu foco é organizar e monitorar as ações de integração entre a Unimed de Botucatu e seus vários públicos: colaboradores, cooperados, prestadores de serviço, clientes e comunidade em geral. Em Botucatu as primeiras atividades do Núcleo de Desenvolvimento Humano voltam-se para a responsabilidade social e o desenvolvimento sustentável e por isso foi desenvolvida a parceria com a Escola do Meio Ambiente – EMA - da Secretaria Municipal de Educação. A Unimed de Botucatu já é certificada com o Selo de Responsabilidade Social desenvolvido pelo Sistema Unimed e também apoia a Fundação Abrinq. Além disso possui 5 programas sociais de grande alcance local, desenvolvidos pela AMUB – Associação da Mulher Unimed de Botucatu. São eles: SOMMAR para o público interno da cooperativa; INTER@ÇÃO, para inclusão digital; VIDA ILUMINADA para deficientes visuais; AMMA, para coleta de leite materno e ACREDITAR, apoio a projetos comunitários desenvolvidos para integração social através do esporte ou da cultura. A AMUB ainda realiza várias ações para atender as necessidades da sociedade botucatuense. No âmbito do Meio Ambiente busca a experiência da EMA para implementar ações que farão a diferença na qualidade de vida de toda a comunidade. Afinal, Saúde e Qualidade de Vida são valores cultivados pela Unimed de Botucatu. 2


Nossa metodologia A sensibilização ambiental ...

Desenvolvida pela Escola do Meio Ambiente, a partir de sua própria realidade, essa metodologia tem como inspiração a simplicidade da natureza, a qual se encontra dissolvida nos pilares da escola (caminhos ecopedagógicos, vivências socioambientais e pesquisas). Konrad Lorenze, prêmio Nobel de Medicina de 1973, sabia que é na sensibilização dos sentidos que o pensamento começa. Ele advertiu que as esperanças da humanidade repousam em uma educação que deve ter a natureza como mestra. A Escola do Meio Ambiente tem buscado, através da utilização de uma metodologia específica, sensibilizar para a percepção da natureza que a constitui, com suas particularidades, biodiversidade, simplicidade e tudo o que ela pode nos ensinar. Embora respaldados pela ciência, através das pesquisas realizadas na área da escola, nosso objetivo não é o de transmitir conteúdos na área de Ciências Biológicas ou de qualquer outra disciplina específica, mas o de apresentar a nossa interdependência com a natureza. Para isso nos fundamentamos na ética de que não somos os únicos seres vivos do planeta, no resgate de valores, na transdiciplinaridade e na afetividade com a natureza e no entendimento da mesma. Pretendemos conquistar, através de singelas vivências, um vínculo amoroso entre nossos visitantes e a Escola do Meio Ambiente. Deve ser lembrado que ninguém será capaz de amar o que não conhece e ninguém será capaz de preservar uma natureza com a qual não convive. Assim, na EMA, tudo tem sido preparado com muito carinho e responsabilidade para que esse vínculo possa ser estabelecido. E o que queremos com o nosso trabalho? Que todos que por aqui passarem compreendam o valor de se educar para a vida, pela paz e pela solidariedade planetária. Afinal, o objetivo principal do método empregado pela Escola do Meio Ambiente é o de mostrar que infinito é o valor da VIDA! Eliana Gabriel e Equipe da Escola do Meio Ambiente

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Extinção é para sempre! Proteger é o caminho para evitá-la!

Filipe Myiophobus fasciatus

Este ano, na animação Rio, um casal de ararinhas azuis se aventurou para salvar a espécie; no filme Blu, Jade (ararinhas azuis) e outras aves são capturadas por contrabandistas. Infelizmente, essa é também uma realidade bem triste que ocorre fora da tela. O tráfico de animais silvestres é crime e acontece assim: um caçador retira um animal da natureza e o esconde nas piores condições, até transportá-lo para longe. Muitas vezes, os animais morrem por maus tratos durante o percurso. Isso acontece porque na outra ponta da história estão pessoas que pagam muito caro para colecionar animais raros. Com isso, algumas espécies saem totalmente de seu habitat, ficam longe de suas famílias e entram em extinção. Triste, não é? Nós da Escola do Meio Ambiente, somos privilegiados pelo número de aves aqui avistadas e gostaríamos de compartilhar este privilégio com a população de Botucatu. Este guia de aves da Escola do Meio Ambiente tem o objetivo de mostrar que somos responsáveis pela vida desses animais, afinal pássaro legal é pássaro livre e protegido na natureza! Paz e Bem! Eliana Gabriel

Ninho de João-de-barro (Furnarius rufus)

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Sobre um grande educador... Ministrar uma aula não é uma tarefa tão difícil. Há a necessidade de conhecer um assunto e expô-lo a seus alunos. Educar é diferente; é algo muito mais complexo. Trata-se de uma transformação, em mudar o comportamento, o modo de pensar de outras pessoas. Jorge Jim foi um educador! Com seu jeito simples, sua postura ética e seu profundo carisma e conhecimento mudou o meu, e de muitos outros, o modo de entender o meio ambiente; o nosso lugar dentro dele. Em conversas com amigos, soube que Jorge Jim já foi criticado por não ter uma grande quantidade de publicações. Com certeza, ele não estava preocupado em publicar baterias de trabalhos e os títulos e reconhecimento que isto talvez lhe trouxessem. Seu objetivo era lapidar seus alunos. Fazer com que eles vissem o mundo de forma diferente; para que as futuras gerações também pudessem apreciá-lo. Isto é um educador. Este foi Jorge Jim. José Luis Chiaradia Gabriel

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Aves*

Beija-flor-do-papo-branco Leucochloris albicollis

por Karina Vieira Pinto, bióloga, sob orientação de José Luís Chiaradia Gabriel, biólogo, professor e pesquisado da FIRA/Avaré-SP e docente dos Colégios Santa Marcelina e La Salle de Botucatu-SP.

Flor-de-São-João Pyrostegia venusta

As aves e os mamíferos são os vertebrados mais recentes a habitarem a Terra. Estima-se que 10.000 espécies de aves estejam distribuídas pelo mundo, desde o Ártico até a Antártida. Mesmo pequenas e isoladas ilhas são visitadas por aves e podem ter sua avifauna endêmica. Elas são descendentes dos répteis. São animais vertebrados, bípedes, endotérmicos e se reproduzem por ovos com muito vitelo. São caracterizadas principalmente pela presença de penas, bico córneo, patas dianteiras transformadas em asas e ossos com parede fina (pneumáticos), o que lhes dá leveza ao voo. Certas aves possuem a glândula uropigiana, que produz uma secreção oleosa para lubrificar as penas. A ave recolhe esse óleo com o bico e o passa em todas as penas. As aquáticas tornam-se impermeáveis e dessa maneira não afundam. Essa característica também colabora durante o voo. Se a ave estiver voando sob a chuva, as gotas escorrerão pelas penas e isso permitirá que ela não fique pesada e encharcada. O canto é um mecanismo que as distingue entre si. A vocalização é um comportamento aprendido e, em muitas espécies, é executada somente pelos machos durante a estação reprodutiva. Os filhotes são cuidados e alimentados por um ou ambos pais, após a eclosão dos ovos. Os adultos, de algumas espécies, carregam o alimento para o ninhedo nos seus bicos; outras engolem o alimento e mais tarde regurgitam-no para alimentar os filhotes. As aves apresentam especializações morfológicas, fisiológicas e comportamentais relacionadas à alimentação. As espécies insetívoras têm os bicos curtos e pontiagudos, adaptados ao tamanho dos insetos. Muitas aves carnívoras usam seus bicos pesados e pontiagudos para matar suas presas, já a maioria dos gaviões, corujas e águias matam as presas com as garras e empregam o bico para dilacerá-los em pequenos pedaços, para que possam ser engolidos. As piscívoras têm bico com a ponta em forma de gancho afiado, que é usado para capturar peixes. *CBRO - Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos. Listas das Aves do Brasil. 10ª ed. 2011 * FRISCH, J. D. & FRISCH, C. D. Aves Brasileiras e plantas que atraem. 3ª ed. São Paulo: Dalgas Ecoltec. 2005. 480p. * GWYNNE, J. A; RIDGELY, R, S; TUDOR, G. & ARGEL, M. Aves do Brasil: Pantanal & Cerrado. São Paulo: Horizonte. 2010. 322p

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Dedicatória “Meus irmãos pássaros, o Criador os ama grandemente e os abençoa abundantemente. Então, sempre busquem louvar a Deus”. São Francisco de Assis

Aquele que ama o que faz é capaz de transformar o mundo... Após 25 anos da formatura do curso de Ciências Biológicas pela UNESP-Botucatu, ainda me lembro, como se fosse hoje, das aulas de zoologia dos vertebrados do Prof. Jorge Jim. Como era prazeroso ouvir este professor falar da passagem evolutiva dos vertebrados do meio aquático para o meio terrestre, das suas vivências como cientista com os anfíbios, da sua história de vida de agrônomo com “coração” de biólogo. Quando assumi a Escola do Meio Ambiente em 2005, tive o grande prazer de revê-lo e de contar com sua preciosa e voluntária ajuda no trabalho de coordenação das pesquisas sobre a fauna encontrada na Escola do Meio Ambiente.Para tanto, percorreu a área da escola à noite devido às pesquisas com animais de hábitos noturnos. Apesar de todas as suas inúmeras tarefas, sempre encontrou um tempo para aparecer também durante o dia, na escola, e me ensinar sobre tudo e sobre a vida... Era ético e honesto. Apesar de sua intelectualidade, era humilde. Talvez essa fosse uma das características que mais o enobrecesse. Prof. Jim, esse guia foi projetado desde o início de 2011, para ser uma homenagem ao senhor, num evento singelo como tudo na EMA. Infelizmente, o senhor se foi, fiquei sem os seus valiosos conselhos de amigo, de mestre e de referência de alguém que foi capaz de transformar várias pessoas com o seu jeito sábio de amar o que fazia. Com certeza, dos Céus, o senhor deve estar olhando por todos nós e encantando os anjos não apenas com as diferentes vocalizações de sapos, rãs e pererecas mas também com todo o seu conhecimento sobre aves, homens e, principalmente, sobre o valor da vida. Obrigada por tudo! Eliana Gabriel 7


Sabiá-Laranjeira: Ave Nacional do Brasil

No dia 03 de outubro de 2002, ante-véspera do Dia da Ave, foi publicado no Diário Oficial da União o Decreto do Presidente da República Fernando Henrique Cardoso, estabelecendo “o sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris) como símbolo representativo da fauna ornitológica brasileira e considerada popularmente a Ave Nacional do Brasil.” De acordo com o pesquisador Dalgas Frisch não é só a beleza ou trinado mais harmonioso que conta para a escolha da Ave Nacional de um país. É preciso que a espécie faça parte da cultura popular, tenha presença na literatura, na poesia, na música e viva perto dos seres humanos. E Dalgas prossegue na defesa do canto do sabiá-laranjeira, companheiro dos brasileiros no campo e nas cidades: “O sabiá tem qualidades ímpares. Não existem dois sabiás que cantem da mesma maneira. Além disso, o som dele é mais auditivo ao homem e agrada o seu ouvido. Na primavera, é o primeiro canto que se ouve, antes mesmo de clarear o dia”. O pesquisador destaca ainda que o sabiá é a ave mais inspiradora do Brasil, sendo cantado em verso e prosa por diversos autores nacionais.

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Índice de espécies

Família Accipitridae Ictinia plumbea (Sovi) ................................................................................11 Rupornis magnirostris (Gavião-Carijó) ...................................................11 Família Alcedinidae Chloroceryle amazona (Martim-pescador-verde) ...............................12 Megaceryle torquata (Martim-pescador-grande) ..............................12 Família Anatidae Amazonetta brasiliensis (Marreca-pé-vermelho) .................................13 Família Ardeidae Ardea alba (Garça-branca-grande) ......................................................13 Egretta thula (Garça-branca-pequena) .................................................14 Syrigma sibilatrix (Maria-faceira)...........................................................14 Família Caprimulgidae Hydropsalis parvula (Bacurau-chintã) .....................................................15 Família Cariamidae Cariama cristata (Seriema) ......................................................................15 Família Charadriidae Vanellus chilensis (Quero-quero) ..............................................................16 Família Columbidae Columbina squammata (Fogo-apagou) ..................................................16 Patagioenas picazuro (Asa-branca) ........................................................17 Família Cuculidae Crotophaga ani (Anu-preto) .....................................................................17 Guira guira (Anu-branco) ........................................................................18 Piaya cayana (Alma-de-gato) .................................................................18 Família Dendrocolaptidae Lepidocolaptes angustirostris (Arapaçu-do-cerrado) ..........................19 Família Emberizidae Sporophila caerulescens (Coleirinho) ......................................................19 Volatinia jacarina (Tiziu) ............................................................................20 Zonotrichia capensis (Tico-tico) .................................................................20 Família Falconidae Caracara plancus (Carcará) .....................................................................21 Falco peregrinus (Falcão Peregrino) .......................................................21 Herpetotheres cachinnans (Acauã) ..........................................................22 Milvago chimachima (Carrapateiro) .......................................................22 Família Fringillidae Euphonia chlorotica (Vivi) ..........................................................................23 Ramphocelus carbo (Pipira-de-prata) ....................................................23 Família Furnariidae Lochmias nematura (João- porca) ..........................................................24 Synallaxis spixi (João-teneném) ..............................................................24 Família Galbulidae Galbula ruficauda (Bico-de-agulha) .......................................................25 Família Hirundinidae Pygochelidon cyanoleuca (Andorinha-pequena-de-casa) ..................25

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Família Mimidae Mimus saturninus (Sabiá-do-campo) ........................................................26 Família Parulidae Basileuterus culicivorus (Pula-pula) ...........................................................26 Família Phalacrocoracidae Phalacrocorax brasilianus (Biguá) ............................................................27 Família Picidae Dryocopus lineatus (Pica-pau-de-banda-branca) .................................27 Piculus aurulentus (Pica-pau-dourado) ....................................................28 Picumnus cirratus (Pica-pau-anão-barrado) ...........................................28 Veniliornis spilogaster (Picapauzinho-verde-carijó) ..............................29 Família Psittacidae Aratinga leucophthalma (Periquitão-maracanã) ..................................29 Família Rallidae Aramides cajanea (Saracura três-potes) ................................................30 Aramides saracura (Saracura-do-mato) .................................................30 Família Ramphastidae Ramphastos toco (Tucano-toco) .................................................................31 Família Rynchocyclidae Todirostrum cinereum (Relógio) ..................................................................31 Tolmomyias sulphurescens (Bico-chato-de-orelha-preta) .....................32 Família Thamnophilidae Thamnophilus doliatus (Choca-barrada) .................................................32 Família Thraupidae Dacnis cayana (Saí-azul) .............................................................................33 Tangara cayana (Saíra-amarela) .............................................................33 Tersina viridis (Saí-andorinha) ...................................................................34 Thlypopsis sordida (Canário-sapé) ..........................................................34 Família Threskiornithidae Mesembrinibis cayennensis (Coró-coró) ...................................................35 Família Trochilidae Amazilia lactea (Beija-flor-do-peito-azul) ..............................................35 Eupetomena macroura (Tesourão) ............................................................36 Leucochloris albicollis (Beija-flor-do-papo-branco) ..............................36 Phaethornis pretrei (Beija-flor-de-rabo-branco) ...................................37 Família Troglodytidae Troglodytes musculus (Corruíra) ................................................................37 Família Turdidae Turdus amaurochalinus (Sabiá-poca) .......................................................38 Turdus leucomelas (Sabiá-branco) ...........................................................38 Turdus rufiventris (Sabiá- laranjeira) .......................................................39 Família Tyrannidae Camptostoma obsoletum (Risadinha) .......................................................39 Fluvicola nengeta (Lavadeira-mascarada) .............................................40 Pitangus sulphuratus (Bem-te-vi) ...............................................................40 Tyrannus melancholicus (Siriri) ...................................................................41 Família Vireonidae Cyclarhis gujanensis (Pitiguari) ..................................................................41

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Família Accipitridae Sovi Ictinia plumbea Ave cinza de até 35 cm com asas estreitas e compridas. Olhos vermelhos e asas escuras com reminges alaranjadas. Alimenta-se principalmente de insetos, formigas e cupins, capturados em sua revoada, e pequenos vertebrados. Ocorre desde o México até a Argentina, estando presente em todas as regiões brasileiras. Trata-se de uma espécie territorial, sendo agressiva contra outras aves que passam perto do ninho.

Gavião-carijó Rupornis magnirostris Esta ave de rapina mede cerca de 35 cm. Com cabeça escura, olhos amarelos, peito e região inferior apresentando finas e alternadas faixas marrons e brancas, caracterizando o nome “carijó”. As penas das asas apresentam a mesma coloração da cabeça. Se alimenta desde pequenos insetos até cobras, lagartos, outras aves e pequenos mamíferos. Presente em todo o Brasil, México e Argentina. 11


Família Alcedinidae Martim-pescador-verde Chloroceryle amazona Mede cerca de 30 cm, com cabeça e asas verdes iridescentes e uma faixa branca que contorna o pescoço. O macho possui uma mancha ferrugínea no peito, o que o diferencia da fêmea, na qual o peito apresenta uma mancha verde. Para pescar dá rasantes na água ou mergulha, capturando os peixes com seu pontudo e forte bico escuro. Ocorre do México à Argentina e em todo o Brasil. Uma característica comum desta família de aves é cavar o ninho com os pés e reaproveitar tocas já utilizadas por peixes para desova.

Martim-pescador-grande Megaceryle torquata Ave de até 42 cm, apresenta o dorso e cabeça azulada, com faixa branca contornando o pescoço. As fêmeas possuem faixa azulada separando o pescoço do peito, faixa esta, incompleta no macho. Se alimenta de peixes mergulhando certeiramente. Para matar ou deixar o peixe atordoado ele o bate várias vezes em seu poleiro, se alimentando do mesmo em seguida. Ocorre no México e em toda a América do Sul. Os ninhos são construídos em barrancos próximos à água. 12


Família Anatidae Marreca-pé-vermelho Amazonetta brasiliensis Com aproximadamente 40 cm, macho e fêmea por apresentarem pernas e pés vermelhos receberam o referido nome popular. O bico do macho é vermelho, já o da fêmea é azulado e seu corpo apresenta coloração parda. Durante o voo, os detalhes verdes e azuis das asas ficam visíveis e chamam ainda mais a atenção quando a luz do sol incide sobre elas. Se alimenta de larvas de insetos, vermes, folhas e sementes. Ocorre das Guianas e Venezuela até a Argentina e todo Brasil. Faz seu ninho no solo e próximo ao corpo d’água, o qual fica bem camuflado pela vegetação.

Família Ardeidae Garça-branca-grande Ardea alba Com até 96 cm, sua plumagem é toda branca, possui olhos amarelos e um detalhe verde entre o bico e os olhos. Vive próximo ao corpo d’água, capturando peixes, também se alimenta de insetos e anfíbios. Ocorre na América do Norte e migra até a Colômbia. Está presente em todo o Brasil. Costuma ficar paralisada, à espreita de sua presa, quando a observa com um rápido movimento e a captura. 13


Garça-branca-pequena Egretta thula Possui cerca de 60 cm, bico e pernas pretos, já os pés destacam-se por apresentar coloração amarela. Alimenta-se de peixes e invertebrados aquáticos, se deslocando ativamente para capturá-los. Ocorre em quase toda América do Sul e em todo Brasil. Em sua época de reprodução surgem penas diferenciadas, chamadas de egretes, que dão uma aparência despenteada na região da cabeça, dorso e peito.

Maria-faceira Syrigma sibilatrix Chegando até 58cm, apresenta o bico alaranjado com a ponta preta, cabeça azulada, pescoço, peito e região inferior amarelados e dorso acinzentado. Encontrada em ambientes abertos e, também, em ambientes alagados, sempre em busca de insetos. Ocorre na Argentina, Paraguai, Bolívia e no Brasil. Durante o voo emite uma alta vocalização “ííí” e forma casais isolados para reprodução. 14


Família Caprimulgidae Bacurau-chintã Hydropsalis parvula Com aproximadamente 20 cm, possui cabeça e dorso acinzentados com manchas pretas. Seu bico é pequeno, porém com grande abertura bucal, com o qual caça insetos. Ave migratória ocorre da Venezuela à Bolívia, Argentina e em todo o Brasil. Noturno, fica pousado e camuflado em estradas de terra.

Família Cariamidae Seriema Cariama cristata Ave de grande porte, 89 a 94 cm, com pernas longas e avermelhadas. Possui crista na base do bico. Dorso pardo acinzentado e ventre branco com finas faixas escuras. Alimenta-se de insetos e pequenos vertebrados. Ocorre na Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Brasil. Tem hábito predominante terrícola, ao correr pode chegar a atingir de 40 a 70km/h, mas também dá voos curtos. 15


Família Charadriidae Quero-quero Vanellus chilensis Mede cerca de 37 cm, bico rosado com a ponta preta. Possui fino penacho, olhos avermelhados e anel ocular vermelho, região ventral e crisso brancos, dorso amarronzado e peito preto. É insetívoro. Ocorre da América Central até a Terra do Fogo e em todo o Brasil. Comum em áreas abertas faz seu ninho em uma concavidade no solo e se torna agressivo se ameaçado.

Columbidae Fogo-apagou Columbina squammata Apresenta cerca de 19,5 cm, plumagem de aparência escamada e as penas de voo ferrugíneas, sendo visíveis somente durante o voo. Sua alimentação envolve pequenos frutos e sementes, como os da grandiúva (Trema micrantha). Ocorre da Venezuela ao Paraguai, Argentina e Brasil. Quando levanta voo emite um som parecido com o de um chocalho, por isso também é conhecida como rolinha-cascavel. Sua vocalização é bem característica e parece dizer “fogo-apagou”. 16


Asa-branca Patagioenas picazuro Esta grande pomba mede cerca de 36 cm, cabeça, pescoço e peito arroxeados, nuca escamada e esbranquiçada, asas amarronzadas com faixa branca na borda. Alimenta-se de sementes e frutos, como os do pau-de-viola (Citharexylum myrianthum). Ocorre do Nordeste ao Rio Grande do Sul, Bolívia e Argentina. Os nordestinos acreditam que quando essa pomba se aproxima, as chuvas vêm com ela e quando ela parte a água também se vai. Esta ave inspirou Luiz Gonzaga que a homenageou dando seu nome a uma de suas mais belas canções.

Família Cuculidae

Anu-preto Crotophaga ani Mede em média 35 cm. Sua plumagem é preta e fosca. Possui cauda longa e arredondada. Bico preto, alongado lateralmente e possui uma corcunda ao longo da parte superior do bico. Se movimenta em conjunto para caçar aranhas, insetos e pequenos vertebrados encurralando a presa. Presente na Argentina e em todo o Brasil. As fêmeas dividem um mesmo ninho, todas depositam alí seus ovos, chocam e cuidam dos filhotes. 17


Anu-branco Guira guira Mede cerca de 35 cm, a cor branca é predominante nessa ave. Possui cauda alongada com penas pretas de base branca. Jovem, o anubranco apresenta o bico acinzentado, se tornando amarelo com a extremidade alaranjada quando adulto. Sempre em bando, essas aves carnívoras vão à procura de gafanhotos, aranhas e pequenos vertebrados. Ocorre na Bolívia, Argentina, Uruguai e Brasil. Seu canto é forte, estridente e decrescente “cri-ier, cri-ier, cri-ier, criir, criir”.

Família Coccydae Alma-de-gato Piaya cayana Mede cerca de 45 cm, contando com sua cauda longa e graduada com manchas brancas nas pontas das penas. Possui anel ocular e olhos vermelhos. Suas asas são castanho-ferrugíneas, com garganta marrom-avermelhada e peito acinzentado. Ave carnívora, presente no México, Argentina e todo o Brasil. Mesmo com sua longa cauda salta com grande facilidade e sem ser percebida de um galho para o outro. Vive em casais ou solitária.

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Família Dendrocolaptidae Arapaçu-do-cerrado Lepidocolaptes angustirostris Com 20 cm, possui coloração preta com pequenos detalhes acanelados na parte superior da cabeça, do bico até a nuca. O bico curvo é longo e claro. Apresenta grossa sobrancelha branca, com a garganta, também esbranquiçada, asas e cauda marrom-avermelhadas. Utiliza o bico para vasculhar fissuras de troncos em busca de insetos. Presente no Uruguai, Argentina, Paraguai, Bolívia e Brasil. Se locomove sobre o tronco com o corpo na vertical, se apoiando na cauda, como os pica-paus.

Família Emberizidae Coleirinho Sporophila caerulescens Pássaro de 11 cm, o macho se diferencia da fêmea, apresentando cabeça preta e o bico delineado por um “bigode” branco seguido por uma “coleira”da mesma cor. Dorso pretoamarronzado, parte do peito e região ventral branca. A fêmea é parda. Usa seu forte bico para quebrar sementes. Ocorre no Uruguai, Bolívia, Peru e Brasil. Costuma migrar quando o inverno da parte sul do Brasil é muito rigoroso. 19


Tiziu Volatinia jacarina

Pássaro de10 cm, preto-azulado com a parte inferior da asa branca. A fêmea é parda. Granívoro, ocorre do México à América do Sul. O macho exibe a parte branca da asa na época de reprodução, quando o mesmo salta, bate as asas e canta para defender seu território. Tico-tico Zonotrichia capensis Ave mansa de 15 cm, cabeça cinza, com três faixas pretas de cada lado, o macho possui crista. Detalhe ferrugíneo na nuca que se estende às laterais do pescoço, acompanhada por uma mancha preta. Peito acinzentado, dorso marrom com rachuras pretas e asas amarronzadas. No solo busca insetos e sementes para sua alimentação. É encontrado desde o México e, América Central até a América do Sul. É visualizado em todas as regiões do Brasil, exceto na Amazônia. Na época reprodutiva os machos disputam pela fêmea com lutas corporais. 20


Família Falconidae Carcará Caracara plancus Mede até 58 cm, sobre a cabeça apresenta coroa e crista negras, bico curvo azulado, pescoço e nuca claros com estrias pretas. Se alimenta desde carniça, frutos, insetos, animais moribundos, ovos até filhotes de outras aves. Presente em todo o Brasil. Frequenta áreas abertas.

Falcão Peregrino Falco peregrinus Esta ave de rapina mede até 47 cm, garganta branca e região posterior branco-sujo com finas listras pretas. Asas, cabeça e “bigode” pretos e lateral da cabeça branca. É conhecido como a ave mais rápida do mundo, caçando aves e morcegos durante o voo. Ave migratória presente no Estado de São Paulo durante a primavera-verão.

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Acauã Herpetotheres cachinnans Esta ave pode atingir até 50 cm. Seu bico é preto com pele amarela envolvendo as narinas. Plumagem predominantemente branca e, ao redor dos olhos, possui uma grande máscara preta. As asas são marrom-escuras e a cauda é estriada. Preda répteis, principalmente cobras inofensivas, e morcegos. Está presente desde o México à Argentina e em todo o Brasil. Pousa nas árvores mais altas, geralmente em galhos expostos. Vocalizam ao anoitecer e ao amanhecer e por vezes durante a noite. Sua vocalização trissilábica “a-cau-ã” é responsável por seu nome popular.

Carrapateiro Milvago chimachima Este gavião mede cerca de 40 cm. Possui uma pele nua alaranjada sobre as narinas que se estende até os olhos. Sua sobrancelha é negra e a plumagem do corpo é branca. As asas são negras e sua cauda é listrada com a ponta preta. Pousa sobre o gado para se alimentar de carrapatos e bernes. Também caça pequenos vertebrados. O nome popular refere-se ao seu hábito alimentar. Ocorre da América Central ao norte do Uruguai e Argentina, assim como o carcará (Caracara plancus) está presente em todo o Brasil. 22


Família Fringillidae Vivi Euphonia chlorotica Com 10 cm, o macho possui cores fortes e atrativas, sua testa é amarela, bem como o peito e região ventral. Cabeça e asas pretoazuladas. A garganta preta o diferencia de outras espécies muito parecidas, como o gaturamo-verdadeiro (Euphonia violacea). A fêmea possui plumagem cinza-esverdeado, peito claro e amarelado nas laterais. Se alimenta de pequenos frutos. Ocorre em todo o Brasil. Prefere a copa das altas árvores, raramente descendo ao solo da mata. Imita o canto de outras aves, mas seu canto característico é um forte e nítido “vi-vi”, como é chamado.

Pipira-de-prata Ramphocelus carbo Nesta ave, que mede cerca de 18 cm, os machos adultos apresentam uma mancha branca reluzente na base da mandíbula, já os jovens vão adquirindo esta coloração com o passar do tempo. Sua plumagem é bem escura com o peito mais avermelhado. Se alimenta de insetos e frutos, como os da Marianeira (Acnistus arborescens). Ocorre das Guianas e Venezuela à Bolívia, Paraguai e Brasil. 23


Família Furnicariidae João - porca Lochmias nematura Possui cerca de 15 cm, bico fino, longo e com uma pequena curvatura. Dorso marrom e sobrancelha branca, peito e região ventral marrons com manchas brancas. Este pássaro preda insetos próximo ao curso d’água. Encontrado no Brasi, Paraguai, Uruguai, Argentina e, na Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela e Panamá. Foi observado no canal das águas do Ribeirão Lavapés, presente na Escola do Meio Ambiente. João-teneném Synallaxis spixi

Mede cerca de 16 cm, dorso cinza-oliváceo, testa e a parte superior da cabeça ferrugíneas. Ombro, região ventral e o peito acinzentados, já a garganta é escura. Se alimenta de insetos no estrato baixo da floresta, e, por vezes no solo. Ocorre da Bahia ao Rio Grande do Sul, Uruguai, Argentina e Paraguai. Seu canto é bem característico e de fácil reconhecimento, emite um som que lembra seu nome popular, porém é de difícil visualização, pois fica escondido em meio à vegetação. 24


Família Galbulidae Bico-de-agulha Galbula ruficauda Apresenta 22 cm, se parece com um grande beija-flor, devido ao seu longo bico. Cabeça, dorso, asas, parte do peito e cauda verde metálicas e barriga ferrugínea. As fêmeas e os jovens apresentam uma coloração parda na região da garganta, enquanto nos machos a mesma é branca. Vivem em casais nas bordas de mata, capturam insetos em pleno voo. Eles batem os insetos no galho ou cipó no qual estão pousados alimentando-se deles em seguida. Seu canto é uma série de notas ascendentes de “pi”. Sua distribuição geográfica vai do México à Bolívia, nordeste da Argentina e Brasil.

Família Hirundinidae Andorinha-pequena-de-casa Pygochelidon cyanoleuca Com cerca de 12 cm, cabeça e o dorso têm coloração azul metálica, crisso preto, assim como as asas São insetívoras, se alimentando de cupins alados, formigas, abelhas e vespas entre outros. Esta ave migratória está presente em grande número no Sul do Brasil somente nos meses mais quentes. Ocorre da Costa Rica às Guianas, Bolívia, Argentina e Brasil. Vive em bando, sendo muito comum em áreas urbanas. Na Escola do Meio Ambiente pode ser observada pela manhã dando rasantes na Represa do Ribeirão Lavapés. 25


Família Mimidae Sabiá-do-campo Mimus saturninus Apresentam cerca de 26 cm, cabeça e dorso cinza-amarronzado, sobrancelha branca e faixa auricular preta. Seu peito é esbranquiçado, cauda longa e preta com as pontas brancas e bico preto. Se alimenta de insetos, tem o hábito de abrir e fechar levemente as asas na tentativa de assustar sua presa, fazendo com que ela se movimente. Se isso acontece, ele a vê e a preda. Se alimenta também de pequenos frutos e de porções de outros já caídos no solo, como o mamão (Carica papaya). Presente no Brasil, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Argentina. Comum no fragmento de cerrado da EMA, ao pousar eleva a cauda e, devido a essa característica, também é conhecido como “arrebitarabo”.

Família Parulidae Pula-pula Basileuterus culicivorus Com apenas 13 cm, apresenta coroa preta, com uma pequena faixa laranja no centro da cabeça e sobrancelhas brancas. Suas asas e cauda são cinza-esverdeadas e exibe penas amarelo-vivo partindo da garganta em direção a toda região posterior. Esta ave insetívora está presente no México, na América Central e na maior parte da América do Sul (Bolívia, Paraguai, Argentina, Uruguai e Brasil). Tem o hábito de pular rapidamente de galho em galho e, por causa de seu comportamento agitado, é conhecido como pula-pula. 26


Família Phalacrocoracidae Biguá Phalacrocorax brasilianus Possui 15 cm. O adulto é preto, com asas e cauda amarronzadas, já o jovem é marrom e apresenta o peito mais claro. Seu bico é amarelado, fino e com um gancho na ponta. Ótimo nadador, mergulha em busca de peixes e os captura com facilidade. Ocorre do México à América do Sul. Vive em grupos e depois de mergulhar tem o costume de nadar na superfície e bater as asas para secá-las. Também, se secam sob o sol com as asas abertas.

Família Picidae

Pica-pau-de-banda-branca Dryocopus lineatus Possui cerca de 35 cm e é de fácil visualização. Macho com crista vermelha e um bigode, também avermelhado, o que o diferencia da fêmea. Uma grande faixa branca se inicia próximo ao bico, descendo pelo pescoço até as costas pretas. A região inferior ao bico apresenta coloração branca com estrias pretas. A garganta, as asas e a cauda são pretas, já o peito, a barriga e a região ventral são brancas com listras pretas. Utiliza seu forte bico para buscar insetos e larvas no tronco das árvores, como as embaúbas (Cecropia pachystachya) , se alimentando das formigas. Ocorre do México à Bolívia, Paraguai, Argentina e em todo Brasil. 27


Pica-pau-dourado Piculus aurulentus Apresenta cerca de 20 cm, asas e cabeça douradas, com duas faixas amarelas, uma partindo de cima e outra de baixo do olho e garganta na mesma cor. Possui topete vermelhovivo e peito listrado de branco e dourado. Se alimenta de larvas e insetos que encontra no tronco de árvores. Vive em regiões serranas do Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, até o Rio Grande do Sul, Argentina e Paraguai.

Pica-pau-anão-barrado Picumnus cirratus Com apenas 10 cm, o macho chama a atenção pelo vermelho da testa, o que o diferencia da fêmea. O alto da cabeça e a nuca são pretos com pintas brancas. Asas amarronzadas, peito com faixas longitudinais brancas e pretas e bico enegrecido. Bica árvores de pequena espessura à procura de larvas e insetos. Busca também formigas para se alimentar no caule da samambaiadas-taperas (Pteridium aquilinum). Ocorre das Guianas à Bolívia, Paraguai, norte da Argentina e Brasil. 28


Picapauzinho-verde-carijó Veniliornis spilogaster Mede cerca de 17 cm, com a coroa, testa e nuca avermelhados, assim o macho se diferencia da fêmea. Apresenta duas faixas brancas do lado da cabeça, uma partindo da parte de cima do olho e a outra de baixo. As asas são marrons-esverdeadas com faixas amareladas e peito pardo com pintas brancas. Ocorre do Rio de Janeiro e Minas Gerais ao Rio Grande do Sul, Paraguai, Uruguai e norte da Argentina. Já foi observado fazendo um buraco em uma árvore morta próximo à sede da EMA para sua nidificação.

Família Psittacidae Periquitão-maracanã Aratinga leucophthalma Possui cerca de 32 cm, com plumagem verde e bico inteiramente branco, a pele ao redor dos olhos é branca. De baixo da asa possui uma região de penas vermelhas e mais internamente uma área amarela. Essas cores são visíveis somente durante o voo. São atraídos pelos frutos do ingá (Inga uruguensis). Ocorre das Guianas à Argentina e em quase todo Brasil. Procuram buracos de árvores para nidificar e vivem em bandos de até vinte aves. 29


Família Rallidae Saracura três-potes Aramides cajanea Com 39 cm, possui cabeça, pescoço e parte do peito cinza, o restante do peito é alaranjado, com a região ventral e rabadilha pretas. Seu bico é alongado, com base amarelada e ponta olivácea. Onívoras, se alimentam de brotos, capim, larvas e cobras d’água. Presente em todo Brasil, Argentina e Bolívia. Arisca, esta ave se esconde em meio à vegetação; se percebe alguma movimentação corre rapidamente. Em coro seu canto parece dizer “quebrei-três-potes” por isso é conhecida como saracura três-potes. Saracura-do-mato Aramides saracura Possui 34 cm, olhos vermelhos e bico alongado amarelo-oliváceo. Cabeça, garganta e peito cinza-azulado, com o dorso marrom-ferrugíneo e região ventral marrom escuro. Patas longas e vermelhas. Se alimenta de insetos, brotos e pequenos vertebrados. Ocorre no Paraguai, Argentina e no Brasil.

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Família Ramphastidae Tucano-toco Ramphastos toco É o maior dos tucanos, medindo cerca de 56 cm, seu grande bico é amareloalaranjado e apresenta as bordas serrilhadas, com um detalhe preto na ponta da maxila. Sua garganta, pescoço e peito são brancos , já a região inferior e as asas são pretas. Possui rabadilha branca e crisso vermelho. Ave onívora. Com seu grande bico colhe e se alimenta dos frutos de palmeiras, também invade o ninho de outras aves se alimentando de seus ovos e filhotes. Ocorre no Argentina, Paraguai, Bolívia e Brasil. É o único tucano que não vive exclusivamente em florestas.

Família Rynchocyclidae Relógio Todirostrum cinereum Mede apenas 8 cm, possuindo um “capuz’’ preto que termina na reta de sua maxila. Pescoço, peito e região ventral amarelo-vivo, cauda preta com detalhes brancos e asas pretas com faixas amarelas. São ativos durante todo o dia se alimentando de invertebrados e insetos. Ocorre em áreas com ação antrópica do México à Bolívia e em todo Brasil. É inquieto e quando pousa levanta e abana a cauda. Não é visto em bandos mistos, mas sim em casais. Sua vocalização é semelhante ao som de um relógio “tâc, tâc, tâc...) , daí o nome popular. Constrói ninhos com folhas secas, pendurados nas pontas de galhos finos, onde ficam bem camuflados. 31


Bico-chato-de-orelha-preta Tolmomyias sulphurescens Esse pássaro possui cerca de14 cm, bico achatado e preto, seu peito é amarelo, dorso esverdeado, asas pretas com faixas amarelas, cabeça e nuca acinzentados, mancha branca entre o olho e o bico e mancha preta nas auriculares. Deixa seu poleiro e em pleno voo captura insetos no ar. Ocorre do México à Bolívia, Argentina e em todo Brasil. Sua vocalização é forte, constituída de um assovio característico que pode se repetir em sequência.

Família Thamnophilidae Choca-barrada Thamnophilus doliatus Mede cerca de 17 cm, o macho é barrado de preto e branco. Na asa o preto predomina sobre o branco, apresenta topete preto, bico preto e olhos amarelos. A fêmea é parda e possui faixas pretas na região lateral da cabeça, peito mais claro em relação ao dorso e cauda marrom, também apresentando topete, porém com coloração amarronzada. Se alimentam de aranhas, escorpiões e outros artrópodes, também, de lagartas e lagartixas. Ocorre do México à Bolívia, norte da Argentina e Brasil. Vocalizam durante o ano inteiro e se encontram em bordas de mata. 32


Família Thraupidae Saí-azul Dacnis cayana

Possui aproximadamente 13 cm, plumagem do macho é azulturquesa, com a garganta e dorso pretos. Apresenta “máscara” e asas pretas. A fêmea possui a cabeça azul-turquesa e o restante do corpo verde-esmeralda. Usa seu bico afinalado para conseguir o néctar das flores, como o da escova-de-macaco-africana (Combretum grandiflorum). Também se alimenta de insetos e pequenos frutos, já foi observado se alimentando dos frutos do tembetaru (Zanthoxylon riedelianum). Ocorre em Honduras, Panamá e na América do Sul, com exceção dos países Chile e Uruguai. Macho e fêmea sempre estão juntos ou unidos a pequenos grupos. Saíra-amarela Tangara cayana Mede cerca de 15 cm, o macho apresenta as asas e a cauda verde-azulados, possui uma ampla área negra que parte da cabeça até a região ventral, coroa e o dorso amarelos. A fêmea possui plumagem mais clara, coroa amarelada, asas e dorso esverdeados, peito e região ventral amarelo claro. Alimenta-se de insetos e, também gosta dos frutos da calicarpa (Callicarpa reevesii), dentre outros. Ocorre no Brasil, Suriname, Guiana Francesa, Guiana, Venezuela, Colômbia, Peru e Bolívia. Vivem em casais e em diferentes estratos da vegetação, preferindo áreas abertas. 33


Saí-andorinha Tersina viridis Mede cerca de 15 cm, o macho tem coloração azul-turquesa, barriga e a região ventral brancos, bico e face pretos. Já a fêmea é verde-esmeralda, com a região do peito e barriga amareloesverdeados. Se alimenta de insetos, os capturando em pleno voo e durante a frutificação da magnólia-amarela (Michelia champaca). Do verão ao outono, o bando se aproxima para se alimentar. Ave migratória, se desloca em busca de alimento. Ocorre em todo Continente Americano.

Canário-sapé Thlypopsis sordida Mede aproximadamente 13 cm. O macho tem a coroa e nuca alaranjadas, face e garganta amarelas e bico cinza. Seu corpo é pardo, sendo as asas mais escuras que o peito. As cores da fêmea são mais claras. Se alimentam de pequenos frutos e insetos. Ocorre na América do Sul, englobando a Venezuela, o Peru, o Equador, a Bolívia, a Colômbia, o Paraguai, a Argentina e todo o Brasil. Vive solitária e em época de reprodução, em casais. 34


Família Threskiornithidae Coró-coró Mesembrinibis cayennensis Esta ave possui cerca de 58 cm, penas marrom-escuras, com um detalhe verde reluzente atrás da cabeça, o qual fica evidente sob a luz do sol. Com seu bico longo e curvo procura insetos e vermes em áreas alagadas. Presente no Paraguai, Argentina e Brasil. Vive solitária, em casais ou pequenos grupos. Vocalização forte e melodiosa “coró-coró”.

Família Trochilidae Beija-flor-do-peito-azul Amazilia lactea Muito comum na área da Escola do Meio Ambiente, é um pequeno-beija-flor de apenas 9 cm, papo roxo-azulado, faixa branca no peito e cabeça esverdeada. Pode ser observado se alimentando do néctar da Malvaviscus arboreus, sendo também atraído pelas flores da flor-de-maio (Fuchsia sp.). Ocorre na Venezuela, Bolívia e no Brasil está presente na Bahia, Amazonas e de Minas Gerais à Santa Catarina. Frequentemente encontrado em regiões montanhosas. 35


Tesourão Eupetomena macroura Mede aproximadamente 18 cm, cabeça, pescoço e peito roxo-azulados. Barriga e dorso verde metálicos. Com seu bico negro vai em busca do néctar das flores, como as da Calliandra sp. Costuma ser agressivo com outros beija flores que se aproximam das flores de que estão se alimentando. Presente das Guianas à Bolívia, Paraguai e todo o Brasil. É um dos troquilídeos mais agressivos. Ganhou esse nome devido à grande cauda azulada em forma de tesoura.

Beija-flor-do-papo-branco Leucochloris albicollis Este beija-flor mede cerca de 10cm, tem a mandíbula vermelha, cabeça e peito verde-metálico. Barriga e papo são brancos. É atraído pelo vermelho das flores da eritrina-candelabro (Erythrina speciosa), e também, pelas flores do jacarandá (Jacaranda mimosaefolia). Ocorre em grande número em regiões montanhosas no Paraguai, Argentina e Brasil. 36


Beija-flor-de-rabo-branco Phaethornis pretrei Medindo cerca de 14 cm, apresenta a parte superior da cabeça, nuca e dorso marrom-esverdeado. Rabadilha acanelada e longa, cauda com as pontas brancas e base da mandíbula vermelha. Possui uma máscara preta e na parte superior e inferior à máscara há uma faixa branca. São atraídos pelas flores da espatódea (Spathodea nilotica). Ocorre na Bolívia, Paraguai e norte da Argentina e no Brasil, do Maranhão à Santa Catarina, Goiás e Mato Grosso. Esse beija-flor constrói seu ninho com teias de aranha e folhas, ficando suspenso. Por vezes procura teias de aranha dentro de casas, por isso também é conhecido como limpa-casa.

Família Troglodytidae Corruíra Troglodytes musculus Possui apenas 10 cm, toda amarronzada, com a cabeça e dorso mais escuros do que o peito, asas e cauda listradas com dois tons de marrom e sobrancelha clara. Se alimentam de artrópodes e suas larvas. Ocorre desde o Canadá até o sul da Argentina, Chile e em todo o Brasil. Pode ser observada percorrendo folhagens e no madeiramento de telhados. Utiliza orifícios para construção de seus ninhos. 37


Família Turdidae Sabiá-poca Turdus amaurochalinus Possui cabeça acinzentada, e a região entre os olhos e bico é marrom escuro, garganta branca com riscos marrons e peito cinza amarronzado. Pode ser observado no solo da mata revirando as folhas secas em busca de insetos, pequenos frutos e minhocas. Quando pousa costuma mexer a cauda de um lado para o outro. Na época de reprodução, para atrair a fêmea, seu bico se torna amarelo, fora do período reprodutivo eles possuem o bico escuro. Sabiá-branco Turdus leucomelas Com 22 cm, cinza-oliváceo, pescoço com listras brancas, asas marrons e bico escuro. Da primavera ao verão é observada se alimentando de amoras (Morus nigra), próximo à sede da Escola do Meio Ambiente. Ocorre das Guianas e Venezuela à Bolívia, Argentina, Paraguai e Brasil. Vocaliza melodiosamente somente na época do acasalamento e durante o restante do ano emite vocalizações de alertas curtos e fortes “tcha, tcha, tcha”. 38


Sabiá-laranjeira Turdus rufiventris Apresenta 25 cm, ventre alaranjado, asas e cabeça cinza esverdeados, com peito na mesma cor, porém mais claro. Seu bico possui a parte anterior acinzentada com a ponta amarelada. A pele ao redor dos olhos é amarelada. É observado nas bordas de mata em busca de insetos e, no pomar da EMA, é atraído pela pitangueira (Eugenia uniflora). Ocorre das Guianas e Venezuela à Bolívia, Argentina, Paraguai e Brasil. É uma ave muito especial por ser Símbolo representativo da fauna ornitológica brasileira. Já inspirou muitos poetas e músicos.

Família Tyrannidae Risadinha Camptostoma obsoletum Com 10 cm, dorso pardo-oliváceo, asas pretas com duas faixas amarronzadas e peito amarelado. Está sempre a eriçar sua crista acinzentada. Este pássaro insetívoro ocorre da Costa Rica à Argentina e Bolívia e em todas as regiões do Brasil. Vive em casais e prefere locais mais expostos, como bordas de mata e jardins. Sua vocalização é uma sequência decrescente de gli-gli-gli que se assemelha ao som de uma risada. 39


Lavadeira-mascarada Fluvicola nengeta Com cerca de 15 cm, possui uma faixa preta nos olhos que parece acompanhar o preto do bico, a maioria de seu corpo possui penas brancas, dorso cinza-amarronzado, asas e patas pretas. Se alimenta de insetos, os quais são capturados andando rapidamente pelo solo. Ocorre no Brasil e sua área de distribuição está se expandindo em direção ao sul. Na Escola do Meio Ambiente, vive próximo à represa do Ribeirão Lavapés , onde foi observada construindo seu ninho sobre um arbusto, localizado na margem da represa em área alagada. Geralmente são mansos, mas depois da postura dos ovos as aves passam a defender o ninho com altos chamados. Bem-te-vi Pitangus sulphuratus Mede cerca de 23 cm, apresenta coroa preta, com detalhe amarelo quase imperceptível no centro, máscara preta, uma grande sobrancelha e garganta brancas. Suas asas são ferrugíneas, o peito e região ventral amarelo-vivo. É generalista, tendo uma grande variedade alimentar, como peixes, girinos, frutos, insetos e pequenos vertebrados, adaptando-se bem a vários ambientes, inclusive os antropizados. Sua distribuição geográfica vai do sul do México à Argentina e por todo o Brasil. Sua vocalização “bem-te-vi” foi responsável por seu nome popular. Às vezes emite um “iii” no mesmo tom. 40


Siriri Tyrannus melancholicus Possui cerca de 20 cm, cabeça cinza com máscara mais escura e bico preto. Suas asas são enegrecidas com a borda das penas amareladas, já em seu peito e barriga predomina o amarelo-vivo. Gosta de lugares abertos e captura insetos, como abelhas e marimbondos. Ocorre desde os Estados Unidos à quase toda a América do Sul e em todo o Brasil. Vive solitário ou em casais, mas migra em grupos de 30 a 40 aves em busca de alimento. No sudeste pode ser observado na primavera e no verão.

Família Vireonidae Pitiguari Cyclarhis gujanensis Mede cerca de 15 cm, bico claro, grande e forte. Apresenta sobrancelhas ferrugíneas, olhos vermelhos, cabeça cinzaazulada, peito amarelo e asas curtas e esverdeadas. Se alimenta de insetos e frutos. Ocorre do México à Bolívia, Argentina e em todo o Brasil. Pássaro de difícil visualização, pois habita o estrato alto e médio da mata, porém, vocaliza durante o dia todo, o que facilita sua identificação. 41


Na EMA,

sob as lentes do fotógrafo

Ricardo Romero

Tiziu Volatinia jacarina

“Minha terra tem palmeiras, Onde canta o sabiá, As aves que aqui gorjeiam, Não gorgeiam como lá”

Foto: Ricardo Romero

Trecho da Canção do Exílio Antônio Gonçalves Dias

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Quero-quero Vanellus chilensis

“Vai-se a primeira pomba despertada... Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas De pombas vão-se dos pombais, apenas Raia sanguínea e fresca madrugada (...)” Raimundo Correa

Maria-faceira Sirigma sibilatrix

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Pica-pau-branco Melanerpes candidus

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Carcarรก Caracara plancus


Biguá Phalacrocorax brasilianus

“ O joão-de-barro pra ser feliz como eu, certo dia resolveu arranjar uma companheira. No vai-e-vem, com o barro da biquinha Ele fez uma casinha, lá no galho da paineira. Toda manhã, o pedreiro da floresta Cantava, fazendo festa, para aquela que tanto amava (...)” Teddy Vieira e César Cury 45


“Minha sábia, minha zabelê Toda meia noite eu sonho com você Se você duvida, eu vou sonhar pra você ver (...)” Gilberto Gil e Torquato Neto

Tiziu Volatinia jacarina

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Saí-andorinha Tersina viridis


Para encerrar... “As aves são como crianças, na sua pureza de vida buscam apenas alimento, o saciar da sede e o voar com liberdade. Como as crianças, elas precisam de benfeitores, de amigos e de protetores. Amigo da vida é aquele que ama a natureza, que cuida das aves, do lugar onde mora, dando-lhes alimento e abrigo. A vida vale pelo que se constrói de proteção à natureza e pelo que se planta pela paz”. Johan Dalgas Frisch, pesquisador brasileiro conhecido como o Senhor dos Pássaros. 47



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