Paroles 14

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editorial Paroles 14. Mais de três meses, menos de quatro, e o jornal está crescendo rápido, ganha patrocínio, caderno 2, um jornal no jornal só sobre tecnologia e Palm, objeto da nossa paixão. Este jornal também estréia a contribuição de diversos colaboradores, Priscila Gemballa volta com sua poesia e sentimento, Lívia Ledier deixa os Esfeluntes e parte para uma análise da nossa cultura e Leo defende seu EmoCore. Para Palm, o momento é quente, depois da Apple anunciar que não tinha novidades, a Microsoft lança o Zune, seu iPOD Killer. Novo Treo750 com WM 5.0 e novo celular com PalmOS, mostrando como duas empresas Palm Inc e Palm Source funcionam melhor. Bom divertimento, gostando escreva, não gostando, não escreva! emanuel.campos@gmail.com

índice  EDITORIAL E CONTO “É A GUERRA” POR EMANUEL CAMPOS ................................1  PEQUENO PANORAMA CULTURAL BRASILEIRO, POR LÍVIA LEDIER................2  A DESPEDIDA DE OURO, POR LEO FOLEI....................................................4  SAUDADE, POR PRISCILA GEMBALLA.............................................3  MICROSOFT ZUNE E TREO 750V, APRESENTAÇÃO DA PDA PERSONAL............................................5  COMPARATIVO ENTRE TX E HP 1950, SOFTWARE E HARDWARE........................6  A SEGUNDA PARTE DA SELEÇÃO DE GAMES QUE TRANSFORMARÀO SEU PALM NUM NINTENDO DS.............................. 7  MAC+, GADGET DO MÊS E UMA ANÁLISE DA ARTE DE SUAR PALM........ ................8

Paroles

é a guerra.... *Textos por Emanuel Campos

A grama orvalhada molhava de leve a delicada malha, encharcando o tênis vermelho e pequeno em barro úmido e aguado. Pedaços sutis de grama prendiam-se à fibra de lona do pequeno calçado resistindo até mesmo ä saltitada corrida desvairada gramado a fora. Ali perto, numa moita grande mas com interessante passagem através de seus galhos, escondia-se os tanque secreto dele. Ele e seus amigos estavam para invadir o terreno adversários. Seu pequeno capacete de tecido vermelho, que combinava com o outrora seco tênis, estava levemente esbranquiçado do suor acumulado. A terra da lama espirrava alta ao ser pisada e delicados flocos acumulavam-se nas covinhas de sua risonha fronte. Sentindose heróico, subiu o pequeno morrinho que dava vista para o vale. De lá viu seus inimigos desorganizados e, de peito estufado virou-se para seus homens, ali eles pareciam, com suas espadas de madeira em mãos e igualmente trajados de uniformes azul marinhos e camisetas brancas, com engraçados bonezinhos vermelhos, eles eram imbatíveis. sorriu contente por estar ali entre eles e ser querido por aqueles que os seguiam. Confiante ordenou: "Atacar". A luta foi feroz quando no centro do gramado as massas se encontraram. Antes de feridas e corpos ensangüentados, eram as armas que estilhaçavam-se, umas contra as outras, fazendo chover uma chuva de papéis picados em pequenos pedaços, frutos das fricção ou ainda enormes, dos pedaços de sobravam e, enrolados sobre si mesmos, viravam balas de canhão. Ele via em câmera lenta a bala que atirara descrever um arco perfeito e explodir, sem dor, na cabeça de seu adversário, numa nuvem de papel e areia. Aproveitando da confusão então faria como combinado, seus amigos criariam a confusão de uma guerra entre imortais, o objetivo não era matar, não era viver, era dar cobertura para ele correr por de trás de todo mundo, pé ante pé invadir o trem de tubos de concreto e pegar ali a bandeira guardada, mas ele não contava, não contava com ela, em seu vestidinho de saia de pregas e camisetinha delicada rosa, sapatilha preta, outrora também envernizada, segurando com displicência a bandeira enquanto trançava, tímida, as pernas. Ela sorriu. Ele paralisou-se. Não sabia o que fazer diante de uma garota. Ela simplesmente sorriu de novo, fechou os olhos e o beijou. Então disse: você morreu. E saiu saltitando vitoriosa para junto dos seus amigos, levando a bandeira dela intocada e o coração dele, para sempre arruinado.

Emanuel Campos Com dez anos de idade, de boné vermelho, fazendo suas próprias guerras no jardim.


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