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COMPETITIVIDADE

COMPETITIVIDADE

Vivian Haag, diretora de Marketing da Tetra Pak Brasil

Estudo realizado anualmente pela Tetra Pak em parceria com a Ipsos, a edição deste ano: “Tetra Pak Index: Covid-19 e o dilema entre segurança do alimento e meio ambiente”, mostra que a pandemia de Covid-19, que atingiu diferentes países a partir do início de 2020, trouxe reflexos importantes para o consumo de alimentos e bebidas, acelerando ainda algumas tendências que já estavam em curso antes da pandemia. EMBANEWS conversou com Vivian Haag, diretora de Marketing da Tetra Pak Brasil, que comentou os principais resultados. A Tetra Pak mantém uma parceria com seus clientes que envolve a prestação de serviços e o compartilhamento de conhecimento. O Tetra Pak Index é uma dessas ferramentas, pro-

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A segurança do alimento e o meio ambiente

duzida anualmente e coordenada pelo time global da Tetra Pak. A pesquisa abrange dados de consumidores de nove países, entre eles o Brasil, um dos mercados prioritários e segundo mais importante para a companhia, depois da China.

Quais são as principais tendências que você destaca nesta edição de Tetra Pak Index? Vivian Haag: Este ano, como não poderia deixar de ser, o principal assunto que dominou o cenário foi a Covid-19, elevando a preocupação com a segurança do alimento, sem deixar de lado a sustentabilidade ambiental, que se destacou em 2019. Percebemos que muitas tendências que já se desenhavam em anos anteriores foram aceleradas com a pandemia. A afirmação ‘ser saudável é se manter seguro’ tem um alto índice de concordância: 62% dos brasileiros destacam isso como muito relevante. Quando nos aprofundamos, três aspectos se destacam como relevantes para o alimento ser considerado saudável: ingredientes naturais (51% das citações), alta presença de nutrientes (36%) e ausência de conservantes (36%). Como a questão da sustentabilidade aparece na pesquisa? Vivian Haag: No Brasil a sustentabilidade aparece de forma ainda mais relevante do que no resto do mundo, principalmente em relação à embalagem sustentável, que aparece em 58%, enquanto o índice global é de 52%. Os brasileiros se preocupam não só com a própria segurança, mas com a do planeta também. Eles destacam ainda diferentes aspectos da sustentabilidade, como a produção de alimento de forma sustentável (46%), o acesso aos alimentos para todos (44%), a redução do desperdício de comida (40%), fator acelerado neste cenário de covid-19.

Como a pesquisa orienta o cliente? Vivian Haag: Nós mostramos a relevância do tema para o cliente e muitas vezes isso acaba virando um projeto a quatro mãos. Um exemplo é o projeto Bagaço, da empresa de bebidas do bem, que tem por objetivo assegurar que 100% das embalagens longa vida utilizadas pela empresa sejam recicladas e reutilizadas, evitando o descarte de 1000 toneladas

(dados globais)

Fonte: Tetra Pak Index 2020

de embalagens por ano. No lançamento, a do bem fez uma parceria com a Muzzicycles, pioneira na produção de bicicletas a partir de materiais reciclados – para transformar cerca de 8.000 embalagens em 20 novas bikes, que foram doadas a várias ONGs. Na parceria, a Tetra Pak ajuda a transformar as ideias em realidade. Encontramos os recicladores, fornecemos tecnologia, ajudamos a desenvolver tecnologia para que isso aconteça. A Tetra Pak também atua em soluções para o processamento do alimento. Então, conseguimos trabalhar a solução ponta a ponta para o cliente. Na questão da saudabilidade, por exemplo, no desenvolvimento de produtos com ingredientes naturais, alto teor de nutrientes, etc., nós contamos com o Centro de Inovação ao Cliente (CIC), onde é possível não só identificar as oportunidades para novos produtos, mas transformar essa ideia num produto real, discutindo fórmulas, e testando-as em nossa planta piloto. Essas tendências são muito valiosas para que sinalizemos as oportunidades aos clientes, e então cumpramos nosso papel de transformar essas oportunidades em realidade.

Que outros pontos você destacaria na pesquisa? Vivian Haag: Percebemos o interesse que os brasileiros têm em saber como o alimento e as bebidas são produzidos; 56% reforçam isso. Fica claro que a transparência, principalmente neste momento, também está sendo valorizada. Nesse sentido, temos desenvolvido algumas ferramentas que chamamos embalagem conectada. A embalagem funciona como um meio de comunicação, levando ao consumidor informação e transparência. Por exemplo, através de um código único, que o consumidor lê com o celular, ele consegue ter informações sobre a rastreabilidade desse produto, como a origem da matéria prima, como foi produzida, etc. A embalagem conectada está muito alinhada com essa demanda do consumidor por transparência. A tecnologia de blockchain é vista como um próximo passo nos esforços de rastreabilidade. O blockchain envolve todos os parceiros da cadeia nesse processo, cada um alimentando com suas informações o sistema, de uma forma que todos possam enxergar. Nos Estados Unidos, um grande varejista utilizando a tecnologia conseguiu reduzir de sete dias para 2,2 segundos o tempo necessário para rastrear a origem de um produto. Contra o desperdício e a favor da segurança dos alimentos, as datas de validade inteligentes que sinalizam se um produto está ou não seguro para consumo surge globalmente na pesquisa como inovação relevante relacionada ao prazo de armazenamento.

O relatório está disponível em www.tetrapak.com/pt-br/insights/tetra-pak-index/brasil-2020

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