Eu, Personagem: André da Costa Pinto

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12 Cinema

CENÁRIO CULTURAL

João Pessoa, 18 de fev. a 24 de mar. de 2011

rAIO

EU, PERSONAGEM:

Divulgação

CRÍTICA

ANDRÉ DA COSTA PINTO

Arquivo Pessoal

CISNE NEGRO por Angélica Marinho*

Abriremos esta temporada com O Lago dos Cisnes, batido, eu sei. Mas não agora, faremos de forma crua, visceral e real.”, assim começa o diretor do balé, Thomas, nas sequências iniciais de Cisne Negro (EUA, 2010). Responsável direto por empurrar a protagonista ao limite do suportável, ele resume com uma frase o que está por vir: Aronofsky escarna a obsessão pela perfeição e a rivalidade decorrente dela. Nina, bailarina oprimida e vítima de seu perfeccionismo, luta o tempo todo contra si mesma para chegar ao ápice de sua carreira e ser a Rainha dos Cisnes, passando por tamanha mudança de personalidade que se perde no meio de seu crescimento pessoal e é engolida pela paranoia. O filme tem o tom mais sombrio que qualquer outra obra de Aronofsky e demonstra um crescente domínio da técnica na hora de usá-la para provocar os sentimentos mais angustiantes em seus espectadores. Do figurino ao cenário, tudo é belo e apoteótico; como a junção do áudio com o visual. Nada sobra, tudo é perfeitamente colocado, e vemos Natalie Portman crescer como sua personagem, se mostrando uma parte imprescindível para a criação desta bela obra de arte. *Angélica Marinho Publicitária, apaixonada por audiovisual, criou o Festival do Minuto IESP e atualmente estuda estética do cinema nórdico. Frequentadora de festivais de cinema, fã de quadrinhos e indie rock, é nerd assumida. Adora cineclubes e uns tempos pra cá anda viciada em zumbis e mixtapes. [ohmysweetangie@gmail.com]

P

rimeiro, personagens. Depois, vídeo. Então, documentário. André da Costa Pinto encontra pessoas, estórias e curiosidades - “um senhor que fabrica peças encomendadas por um bicho medonho, um amigo de infância que mais tarde tornar-se uma transex, minha avó e sua amiga que me ensinaram o que era música” – e transforma em filme. Natural de Barra de São Miguel, Alagoas, André recebe influências que vão desde a avó, “com suas histórias buarqueanas-pinxinguescas-cartolenses” até Glauber Rocha, passando pelo diretor paraibano de fotografia João Carlos Beltrão. Todos são, no fim das contas, personagens dos seus filmes, ou, quem sabe, ele seja também um deles.

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SERVIÇO

Direção Direção À Minha Amiga: um Relato Sobre Nós (2010) Amanda e Monick (2008) A Encomenda do Bicho Medonho (2006) Contato andrecostabsm@gmail.com


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