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CENÁRIO CULTURAL João Pessoa, 18 de fev. a 24 de mar. de 2011
Por Emerson Cunha
A alemã Erika Koch vai de um extremo geográfico a outro na exposição aberta na Usina Cultural Energisa, no último dia 20. Erika traz seu trabalho de Munique para João Pessoa, mas suas fotografias têm origem, na verdade, no norte da Austrália, em uma pequena cidade chamada Milmilngkan. É lá onde vive John Mawurndjul, seu objeto de registro. Na obra da fotógrafa, também são registradas as pinturas e escrituras ritualísticas desse aborígene, profundo conhecedor do cerimonial do seu clã, daí o caráter de autenticidade da sua arte. John começou a carreira de artista no período de sua iniciação como mestre da cerimônia Mardayin. Segundo ele, suas pinturas têm dupla interpretação: a externa, acessível
a qualquer um, e a interna, apenas para iniciados no cerimonial. O conjunto das fotos tem também leituras ambíguas. Por um lado, carrega um desejo de conhecer o outro, enquanto ser de uma cultura distinta. Guarda, portanto, um desejo antropológico, o de apreender uma cultura através da figura metonímica do homem. Por outro, carrega a vontade de conhecer e registrar um outro especificamente. São fotos que retratam as peculiaridades do dia-a-dia de um homem; por isso, ultrapassam a fronteira etnográfica de diferenças, e quase universalizam(-se). ERIKA KOCH: ENSAIO FOTOGRÁFICO SOBRE O ARTISTA AUSTRALIANO ABORÍGENE, JOHN MAWURNDJUL Usina Energisa. Ter. a Dom., das 14h às 20h. Até 20 de mar. Grátis.
Fotos: Divulgação
DO ANTROPOLÓGICO AO UNIVERSAL