Revista OUSH! Brasil - Capa Alagoas subsede 2014 - Ano III Edição 10 Jul/2013

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anoIII número10 jul2013 R$10,90

Uma revista com a cara do Nordeste

O gigante acordou

E não foi só pelos R$ 0,20, esse foi apenas o estopim, o país vai às ruas protestar por mais educação, saúde, segurança. É a voz do povo.

Canal do Sertão

Já é realidade, o combate à seca ganha uma forte arma para acabar com o martírio de um povo que sofre com a falta de água.

Junior Cigano dos Santos

O campeão está de volta, essa é a principal mensagem desse guerreiro que revela não ter tido nada fácil na vida.

Papa Francisco

Longe das regalias por opção, o Papa do Povo prega que um líder pode sobreviver em igualdade sem luxo e ostentação de valores.

Alagoas pode ser subsede da Copa do Mundo de 2014... Circulação Nacional / Exemplar de Assinante

(Estamos prontos?)

Are we ready?

Aumentam as procuras pelo destino e em consequência disso, as exigências. Maceió está preparada para receber eventos de grande porte? Veja o que dizem alguns especialistas da área e confiram um teste que nossa reportagem realizou.

E mais: marketing, futebol, personna, flashes, política, patrimônio cultural, música, homenagem, passatempo, tecnologia... Uma revista com a cara do Nordeste


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EDITORIAL

@MarcioMrotzeck

cintos É hora de decolar, dar novos passos, a OUSH! Brasil atinge um momento de mutação, transição, naturalmente amadurecimento e crescimento, porém tudo isso se dá pela manutenção de um trabalho focado, persistente e muito, mas muito, paciente e diferenciado. Para fazer uma analogia a esse novo momento vou lhes contar a história do "Bambu Chinês". Depois de plantar a semente desta planta incrível, não verás nada ao longo dos próximos cinco anos, exceto um lento desabrochar de um diminuto broto, a partir do bulbo. Durante os cinco anos, o crescimento é subterrâneo, invisível a olho nu, mas... uma forte, fibrosa estrutura de raiz que se estende vertical e horizontalmente pela terra está sendo construída. Então, no final do quinto ano, o bambu chinês cresce até uma altura de 25 metros. Stephen Covey escreveu: "Muitas coisas na vida pessoal e profissional são iguais ao bambu chinês. Você trabalha, investe tempo, esforço, fazendo tudo que pode para nutrir seu crescimento, e às vezes não vê nada por semanas, meses ou anos. Mas, se tiveres paciência para continuar trabalhando, persistindo e nutrindo, o seu quinto ano chegará, e com o crescimento e mudanças que você nunca poderia imaginar..." O bambu chinês nos ensina que não devemos facilmente desistir de nossos projetos e sonhos. Especialmente no trabalho de nosso interior, que é um projeto fabuloso que envolve mudanças de comportamento, pensamento, cultura e sensibilidade, devemos sempre lembrar do bambu chinês e não desistir facilmente diante de dificuldades. "É preciso ter muita fibra para chegar às alturas e, ao mesmo tempo, muita flexibilidade para se curvar ao chão." E é com essa retórica que apresentamos essa mudança na OUSH! Brasil, agora com um espírito renovado, tendo por trás de sua estrutura o apoio de uma empresa de vanguarda que lhe garante a prosperidade, está pronta para novos e mais ousados desafios. Isso após apenas pouco mais de 2 anos de mercado, fazendo uma analogia ao bambu chinês. É chegada a grande hora! Começamos pela apresentação, agora também colorida e pelo foco da matéria de capa que visa alavancar as discussões em prol do desenvolvimento e crescimento do Estado de Alagoas. A criação do "Ideias & Negócios", tende a ser um grande marco na sociedade alagoana, pois vai levantar as questões que mais interessam para o desenvolvimento coletivo do Estado e abrir a conversação aproximando todas as partes, de modo que busquemos todos juntos e de forma ordenada uma melhor solução, um melhor caminho. Ainda nessa edição você poderá conferir uma variedade imensa de assuntos, tais como o atual cenário nacional, as manifestações e mudanças históricas, Hermeto Pascoal, Nelson da Rabeca, Coliseu Extreme Fight, Seleção Brasileira, Sessão Flashes, Holofotes, Dani Balbino é destaque internacional representando Alagoas, Passatempo, Saúde, Cinema, Hand Talk, Qualidade de Vida, Papa Francisco, as medidas polêmicas de Feliciano, tem ainda uma super entrevista com o atleta Junior Cigano dos Santos, dicas de viagem, turismo e muito mais. Tudo criteriosamente selecionado e produzido pensando no seu entretenimento e enriquecimento cultural. Foto da Capa Marcio Mrotzeck Aeroporto Internacional de Maceió | Zumbi dos Palmares | MCZ | Alagoas

Está realmente incrível! Tenham todos uma boa leitura... \o/

Marcio Mrotzeck de Araujo Publisher

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Foto Dan Ray

SUMÁRIO

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Fotos Divulgação / SXC.hu

Foto Marcio Mrotzeck

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"A primeira regra da sobrevivência é clara, nada é mais perigoso do que o sucesso de ontem. Nossos sonhos podem se transformar em realidade se os desejarmos a ponto de correr atrás deles". Luiz Felipe Scolari

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UTILIDADE PÚBLICA CIRCULANDO CURTIR EM CASA SESSÃO FLASHES Fotos Divulgação

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BELEZA NATURAL PELO NORDESTE HOLOFOTES CINEMA ENTREVISTA ESPECIAL PERSONNA MARKETING

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BRASIL ATUAL CENÁRIO POLÍTICO PATRIMÔNIO CULTURAL DESENVOLVIMENTO FUTEBOL ARTE HISTÓRIAS DE ALAGOAS

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Foto Marcio Mrotzeck

mais... 78

Foto Divulgação

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DESTAQUE NACIONAL MATÉRIA DE CAPA SERIADO

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OUSH Music ..................................................... Musicalidade .................................................... Homenagem .................................................... Vida Saudável .................................................. Reabilitação ...................................................... Orgulho Alagoano ............................................. Mixed Martial Arts ............................................ Heróis da História ............................................. Delícias Regionais ............................................ Você Sabia? ..................................................... Religiosidade .................................................... Tecnologia ........................................................ Mundo Digital ................................................... Polêmica .......................................................... Passatempo .....................................................

PUBLISHER/Diretor Executivo Marcio Mrotzeck de Araujo | Diretor Administrativo & Financeiro Mário Lôbo

| Jornalista Responsável Renato Silvestre MTB 60968 | Fotografia OUSH! Brasil / Image Bank / SXC.hu | Colaboradores Antonio Maria do Vale / Amanda Vasconcelos / Thiago Parmalat / Gian Gadotti / Thiago Alcântara / Antonio Fon / Elzlane Santos / Wagner Santana / Ericson Henrique / Fernanda Tognon / Kelsen Vasconcelos | Revisão Antonio Mª do Vale / Amanda Vasconcelos | Asses. Jurídica Dra. Ana Cláudia Rocha Lôbo | Projeto Gráfico & Diagramação Marcio Mrotzeck de Araujo | Publicidade [publicidade@oushbrasil.com.br] | Distribuição Assinantes, Condômínios Residenciais, Centros Empresariais / Médicos / Comerciais | Periodicidade Mensal | Impressão Gráfica Flamar Nota da redação A revista OUSH! Brasil não se responsabiliza por opiniões em artigos assinados, todos os dados apresentados nas matérias são de responsabilidade de seus autores, os quais não mantém nenhum vínculo empregatício com a mesma e todos os anúncios foram veiculados mediante prévia autorização das empresas. Os preços de produtos e/ou serviços divulgados nessa edição foram fornecidos por seus fabricantes ou distribuidores e podem sofrer alterações sem prévio aviso. Fica vedada a utilização, sem prévia autorização de textos e/ou fotos em qualquer outro veículo de comunicação. A revista OUSH! Brasil é uma publicação da MW Comunicação e Design Ltda., sob CNPJ 05.630.153/0001-36, para maiores informações, entre em contato pelos Tel 82 3432.2100 / 9620.4222 / 9646.6777, envie suas críticas, sugestões e/ou elogios. E-mail [redacao@oushbrasil.com.br] www.OUSHBrasil.com.br www.OUSHBrasil.com.br

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“Toda cidade tem uma linda revista. A OUSH!

Porque anunciar na OUSH! Brasil... Imagem é tudo, esse é o grande segredo e diferencial quando se quer apresentar, vender ou comunicar a sua imagem ou a de sua empresa a um público específico. Somos um Canal de Mídia comprometido com a qualidade, tanto no conteúdo quanto na sua apresentação. Uma revista diferenciada seria uma tradução melhor, confira os resultados de quem já anuncia conosco e venha você também para OUSH! Brasil, a revista que todo mundo vê e lê.

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Ligue 82 3432.2100 | 82 9620.4222 | publicidade@OUSHBrasil.com.br

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Maceió, a cidade mais linda do Brasil | Foto cedida gentilmente por Juliano Pessoa

Brasil é a revista que tem a mais linda cidade.”

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utilidade

Foto Divulgação

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UTILIDADE PÚBLICA

Escreveu não leu...

É mais comum do que se imagina contratos terem cláusulas abusivas inseridas, não raro redigidas de forma a confundir o consumidor. A pressa, já inimiga da perfeição, neste caso só agrava a situação, já que a maioria das pessoas prefere arriscar acreditando no que é dito do que se prevenir lendo o contrato linha por linha. E mais, muitas se omitem no caso de dúvidas, o que não deve ocorrer já que geralmente o contrato é escrito de forma unilateral, sendo apresentado pronto ao consumidor. Não entendeu alguma cláusula? Interrogue sempre que algo não ficar claro e evite fechar negócios onde o contrato não será entregue de imediato.

B.O. Coletivo ganha unidade em Maceió O B.O. Coletivo surgiu em Porto Alegre, mas a ideia é ser levada para quaisquer outros municípios. Os objetivos principais são chamar a atenção das autoridades para locais da cidade que não oferecem segurança à população e também alertar as próprias pessoas sobre os riscos de circular nestes locais. Como funciona: Foi criado um cartaz FUI ASSALTADO AQUI que começou a ser fixado em locais onde as pessoas eram assaltadas. Quem foi vítima nestes mesmos lugares pode assinar seu nome no cartaz. E quem quiser marcar (ou seja, taguear) outros locais onde foi assaltado ou furtado, basta fazer o download do cartaz, imprimir e colar. Acesse a FanPage: www.facebook.com/B.O.Maceio

Espaço do Leitor:

Dois pontos lideram a lista de reclamações junto ao PROCON: a carência com fidelização abusiva e a respectiva multa para quem decide encerrar um acordo ainda dentro deste período, principalmente nos contratos de telefonia. Nestes casos, as operadoras argumentam que a cláusula de fidelidade oferta a redução do valor dos aparelhos, o que na verdade se configura como venda casada, o que é proibido pelo Código de defesa do consumidor. A multa seria uma forma das empresas cobrarem o valor dos aparelhos. O consumidor também deve ficar atento para multas em contrato de locação de imóveis. É comum a cobrança de valores que chegam a até três vezes o valor do aluguel, no caso de devolução antes do prazo final. Cuidado especial também para as TVs pagas, geralmente são oferecidas mensalidades nos primeiros meses abaixo do valor real, certifique-se bem quanto à duração deste período e os valores futuros. Para evitar problemas maiores é bom seguir umas dicas antes de assinar qualquer contrato. Mesmo que tome seu tempo, leia-o por inteiro. Nos casos mais complicados, busque uma assessoria legal. Observe se ambas as partes estão identificadas de forma correta no contrato. Inutilize espaços em branco que existam no contrato ou peça uma revisão da formatação. Mantenha a segunda via arquivada até a conclusão do acordo. Ao solicitar o cancelamento, sempre anote o protocolo do pedido. Por fim, solicite uma cópia da rescisão, ela será sua garantia de que o contrato foi de fato encerrado. Na pior das hipóteses, havendo cláusulas consideradas fraudulentas ou abusivas, procure um advogado, neste caso partes do contrato podem ser invalidadas por um juiz, que fará valer seus direitos como consumidor.

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Esse é um espaço de utilidade pública, sempre com dicas que podem lhe auxiliar no dia a dia, o espaço serve também para que você possa se manifestar, aqui você tem a liberdade para apontar aquilo que há de positivo ou negativo perto de sua casa ou trabalho. Registre, argumente e mande seu email para redacao@oushbrasil.com.br. Sua sugestão e/ou reclamação pode ser publicada em nossa próxima edição. Participe, escreva pra gente...

É tudo lindo, mas pode ficar melhor... “Me incomoda o fato de ter que estacionar todos os dias diante de uma promessa e ter que treinar numa realidade bem diferente. A orla de Maceió é eleita uma das mais lindas do mundo e, nem com o título conquistado, as autoridades competentes voltam seus olhares para nossas belezas naturais. Faltam incentivo cultural, educação ambiental e amor, amor pelo que é tão nosso! A sociedade está saturada de tanto descaso. Antes que os banhistas sejam impedidos de desfrutar de nossas águas tépidas e transparentes, meu maior desejo é que nossos governantes mergulhem de cabeça na ideia de preservar o que temos de tão valioso. Além do turismo, a prática esportiva também sofrerá grandes penalidades por causa da falta de interesse político, não tarda e Maceió não poderá mais sediar as competições de triathlon”. Carla Cordeiro é Profª de Zootecnia do IFAL e Triatleta.

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Passeio das 9 Ilhas

Quer viajar no tempo? Reviver um passado de glórias esportivas? Então visite o Museu dos Esportes que fica no estádio Rei Pelé. Fundado e administrado por Lauthenay Perdigão, o museu possui um acervo surpreendente. São jornais de época, fotos, revistas, faixas de campeões, camisas, troféus, bolas e muitos vídeos.

Assim como para as piscinas naturais, o mesmo acontece com o passeio das nove ilhas. Muitos ainda não o realizaram. Saindo de diversos pontos do bairro do Pontal, o tour leva cerca de 3 horas e pode ser realizado tanto pela manhã como a tarde, quando torna-se ainda mais atrativo por terminar com um lindo pôr do sol. A maioria dos pacotes são fechados com almoço incluso e os barcos, catamarãs ou escunas, oferecem frutas e água no trajeto.

Além de muitas histórias que podem ser ouvidas num bate-papo com o anfitrião, que foi cronista esportivo durante 45 anos, já escreveu quatro livros e é um apaixonado por esporte. Funcionando de segunda a sexta, das 9 às 16h, o espaço transpira a saudade e a emoção de grandes conquistas e derrotas, você vai se impressionar.

“Mergulhar, no azul piscina, no mar de Pajuçara...” Quem nunca ouviu ou cantou esta canção? Ela embala as jangadas que partem rumo às famosas piscinas naturais da capital alagoana. Imperdível para os visitantes, muitos maceioenses nunca fizeram o passeio. É como diz o ditado, “casa de ferreiro, espeto de pau”. Se este é seu caso, não perca a oportunidade de mergulhar nas águas cristalinas e de ver Maceió de um ângulo diferente. Na baixa temporada os preços caem e é possível negociar com os jangadeiros que ficam ao lado da Feirinha de artesanato da Pajuçara. O ideal é agendar antes do final de semana, já que os horários variam de acordo com a tábua das marés.

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No acesso ao bairro, basta diminuir a velocidade e não faltarão ofertas para o passeio. Pra tornar o passeio mais interessante, tente fechar um grupo e alugar o barco por inteiro. Evite apenas o período chuvoso, quando as águas da lagoa costumam ficar turvas.

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Piscinas Naturais da Pajuçara

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Museu do esporte

pra sair

CIRCULANDO

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Turistas de todo o mundo visitam nossa cidade, aqui chegam em busca das belas praias, do clima quente, das cidades históricas e da culinária pitoresca. É engraçado como temos tudo isso no quintal de casa e muitas vezes sequer notamos, observamos ou aproveitamos. OUSH lista nesta edição quatro coisas que todo maceioense deveria fazer ao menos uma vez na vida. Reúna a turma e familiares e confira um pouco do que nossa região tem a oferecer.

Água de Coco e Tapioca

Maceió já ganhou incontáveis prêmios pela beleza de sua orla. Quantas vezes você já não passou por ela e morreu de inveja dos que passeiam, conversam ou namoram, enquanto você apenas passa de carro ou ônibus? Um pouquinho de iniciativa e tudo estará ao seu alcance. Na volta do trabalho, dê uma paradinha para uma água de coco geladinha. No fim de semana, ponha o tênis e convide alguém para uma caminhada. Depois vocês podem se deliciar com uma tapioca e sua centena de sabores à escolha. São coisas simples, mas muito prazerosas. Mas nada de parar o carro ao lado das barracas, deixe-o distante, assim já queima alguma das calorias que adquirir. Uma revista com a cara do Nordeste


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Mรกrio e Felipe | Foto Marcio Mrotzeck


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pra ficar

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CURTIR EM CASA

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São incontáveis os finais de semana em que costumamos ficar em casa, sem qualquer programação. Mesmo no aconchego do lar é possível se divertir fazendo coisas habituais com a família. Providencie a pipoca e o refrigerante, afaste os móveis e prepare-se para muitas e boas gargalhadas, porque OUSH selecionou algumas sugestões para você:

DVD do Tremendão

Kinecte-se

Esqueça o modo como aprendeu a jogar videogame. Controles e um bom sofá agora são coisas do passado e o sedentarismo deu lugar a muita atividade. Com os sensores de movimento os consoles saíram do quarto e hoje estão na sala de estar.

Já são mais de 500 composições, a maioria delas em conjunto com o cantor Roberto Carlos, com quem formou a maior parceria da história da música brasileira. E para comemorar seus 50 anos de estrada, Erasmo Carlos gravou, em julho de 2011, um concerto no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Nele, O Tremendão, como ficou conhecido, canta grandes sucessos e recebe convidados especiais como Marisa Monte e o próprio Rei Roberto Carlos.

E nossa dica é optar pelos jogos de aventura, música ou esportes, já que, além de divertir, também queimam calorias e ajudam a emagrecer. Se todos participarem, você pode montar um concurso de dança ou uma olímpiada em casa. Faça inclusive alongamento antes de começar a jogar.

Baseado em fatos reais e com Cuba Gooding Jr. no papel principal, Meu nome é rádio conta a história de um treinador de futebol que abre mão, por um período, de coisas importantes como família e o sucesso de seu próprio time. Um erro cometido no passado leva o treinador de futebol americano, interpretado por Ed Harris, a ajudar um garoto com deficiência mental. A amizade dos dois transforma o tímido jovem em um exemplo para toda uma cidade. A mensagem do filme mostra principalmente que em muitas ocasiões nós queremos ensinar, quando na verdade precisaríamos estar aprendendo. Ah! Porque o nome do garoto é Rádio? Essa nós não vamos contar, só assistindo o filme.

Foto Divulgação

Meu nome é Rádio

Foto Divulgação

O show até passou por Maceió, mas caso você tenha perdido, poderá conferir neste DVD imperdível as inúmeras facetas deste grande artista que, com fama de lobo mau e uma carreira brilhante, ainda se emociona ao cantar suas belas e inesquecíveis canções.

Pictionary Man

Pra exercitar a criatividade e a imaginação, nada como um bom jogo de mímica. Pictionary Man recria a brincadeira combinando o formato clássico com charadas. Encontrado nas principais lojas de brinquedos ou departamento, o jogo eletrônico revela dicas ao pé de um boneco em branco que pode ser rabiscado com uma caneta que acompanha o game, que também tem formas geométricas que podem ser utilizadas para ajudar na adivinhação. São mais de duas mil dicas que exigirão muito dos competidores, tudo cronometrado. Que tal reunir todos na sala para uma clássica e divertida disputa entre homens e mulheres? Uma revista com a cara do Nordeste


Apoio:

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Fotografia

Elzlane Santos

sociedade

FLASHES

22 Foto Flávio Cansação

Foto Flávio Cansação

Foto Marcio Mrotzeck

Foto Flávio Cansação

Foto Flávio Cansação

Forró Arezzo’13

A tradicionalíssima, mais badalada e esperada festa junina particular de Maceió chegou a sua 12ª edição. O Forró Fashion Arezzo reuniu no último dia 08 de junho, na Musique, os forrozeiros mais antenados da cidade. O trio de produtores Ana Loureiro, André Normande e Mamá Omena, surpreenderam mais uma vez o público de 2.500 pessoas que compareceu. Abriu a festa o top Galope do Canniba, nos intervalos DJ Peixe, super show de tributo a Luiz Gonzaga com Falamansa e fechando a noite Banda Affarra.

Foto Flávio Cansação

Seleção de Imagens

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Fotografia

Wagner Santana

Foto Carlos Ramirez

Foto Marcio Mrotzeck

Foto Carlos Ramirez

Foto Carlos Ramirez

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Santa Feijuca A esperada Santa Feijuca de Brasília, desembarcou em Alagoas no último dia 14 de junho. A cidade mais linda do Brasil foi a primeira cidade a receber o evento fora da Capital Federal. A super produção foi realizada em conjunto entre R2 de Capital Federal e TJ de Maurício Vasconcelos. Um evento memorável na praia da Barra Nova, com uma deliciosa feijoada do Palato e muita gente bonita. A animação da festa ficou por conta das bandas Zambah, D`funk In Samba, DJ Johnnie Pinton, Quarteto do Samba e DJ Pitão. #TamoJunto! Seleção de Imagens @MarcioMrotzeck

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BELEZA NATURAL

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Maré

Ela sobe, ela desce, as vezes mais, as vezes menos. Entenda um pouco de como esse fenômeno acontece e aproveite para se programar e conferir de perto as maravilhosas paisagens que se revelam ao mesmo tempo em que o Mar se assemelha com o Sertão.

Na verdade a Lua atrai todos os corpos em sua direção, mas como as águas dos oceanos fluem mais livremente, a mudança é mais visível. Quando a Lua e a Terra estão alinhadas, a Lua exerce atração, no ponto mais próximo, sobre a água do mar. Também a força gravitacional do Sol interfere nas marés, apesar de menos intensamente. Nas luas nova e cheia as marés ficam mais agitadas pois é neste período que os astros Terra, Lua e Sol estão alinhados, ou seja, a força gravitacional devido à Lua e ao Sol somam-se formando a "maré alta". No entanto, nas luas minguante e crescente a posição do Sol e Lua formam um ângulo de noventa graus, prevalecendo assim a força devido a Lua, embora a atração do Sol (maré solar) minimize a maré lunar com pouca intensidade e forma-se a "maré baixa".

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Uma curiosidade sobre o tema é que, por exemplo, poderíamos citar que a lua não se encontra na órbita da linha do equador, ela move-se semanalmente ao extremo 28° 30´ (28 graus e 30 minutos) acima e abaixo da linha do equador, causando as marés em praticamente todos os pontos do nosso planeta. Outra curiosidade é que se a Lua atrai todos os corpos em direçao a ela, por que não sentimos ou somos atraídos também em direçao a ela? Não somos atraídos para o centro da Terra? O raciocínio é lógico, a Lua atrai todos os corpos sim, só que a gravidade da Terra é mais forte do que a gravidade da Lua, então por isso que a gravidade da Terra prevalece sobre os corpos. Caso não existisse a Lua, a gravidade da Terra seria ainda mais forte, e nós seríamos mais "pesados". Por Marcio Mrotzeck Foto OUSH! Brasil

Confira no site da OUSH, um link direto para o calendário da Marinha com as datas e horários da Tábua de Marés, aí basta calçar um tênis velho e se divertir, pois é só atravessar a rua. \o/ Uma revista com a cara do Nordeste


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PELO NORDESTE

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Destino Salvador

Por Marcio Mrotzeck/Setur BA Fotos OUSH! Brasil

Se o destino é SSA, parada obrigatória é um passeio pelo Elevador Lacerda e lá de cima apreciar a rota natural de navegação do mundo no século XVI, região que abrange 17 municípios e 56 ilhas repletas de praias paradisíacas.

Baía de Todos-os-Santos Emoldurando a orla de Salvador, a Baía de Todos-os-Santos e os seus recôncavos formam um perfeito cenário para atividades culturais, eco turísticas e náuticas. Delimitada em suas extremidades pelo Farol da Barra e pela Ponta do Garcez, esta zona turística abriga 16 municípios e 56 ilhas, além da maior baía tropical do Atlântico, com mais de mil metros quadrados de espelho d’água. Descoberta em 1º de novembro de 1501, pelo navegador italiano Américo Vespúcio, durante uma missão de reconhecimento da costa, a baía foi nomeada em homenagem ao calendário cristão, que já celebrava o Dia de Todos-os-Santos. Com várias marinas e mar de águas tranquilas, recebe regatas internacionais e sedia diversos eventos náuticos. A principal ilha da região é Itaparica, a maior do Brasil e única a possuir estância hidromineral. Sua paisagem é cenário de várias narrativas literárias do escritor João Ubaldo Ribeiro, autor de O Sorriso do Lagarto, romance ambientado na ilha. As belezas da fauna e flora marinha e a possibilidade de conhecer navios naufragados, desde o período colonial, são algumas das razões que fazem da Baía de Todos-osSantos também o destino ideal para a prática do mergulho. Completamente diferente da cidade fundada por Tomé de Sousa em março de 1549, Salvador é hoje uma das principais metrópoles

do Brasil, com aproximadamente três milhões de habitantes e uma frota de 700 mil veículos, além de prédios modernos, novas avenidas e dezenas de shopping centers. Paradoxalmente, no entanto, a capital baiana ainda conserva a mesma topografia que a transformou num dos mais belos cartões-postais do mundo, com suas ladeiras de grandes subidas e descidas, além da sua singular integração com a Baía de Todos-os-Santos, seus 51 quilômetros de praias urbanas e prédios históricos de arquitetura peculiar, espalhados pelo Centro Antigo. Passear por Salvador é um deleite para os olhos de quem a visita, seja pela primeira vez ou pela enésima passagem. Os atrativos são diversos e vão desde a beleza de suas praias, espalhadas por toda a extensão da orla, até a beleza e singularidade da sua cultura e população, cujo sorriso e hospitalidade são suas principais características. Além disso, Salvador possui três ilhas paradisíacas: Ilha de Maré, dos Frades e de Bom Jesus dos Passos que oferecem cenários de rara beleza. O Centro Antigo, que abriga o maior conjunto arquitetônico barroco da América Latina, o Pelourinho, possui dezenas de prédios e monumentos que impressionam pela beleza e pela riqueza cultural que representam. É o caso da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, situada em plena Ladeira do Pelourinho; a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco, que tem como principal característica paredes e detalhes interiores folheados a ouro, dentre

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outros. A região também conta com atrativos interessantes, como o conjunto de restaurantes de culinária diversificada, que serve comida baiana, sertaneja e pratos da cozinha internacional, assim como os estabelecimentos que comercializam artesanato e camisetas, e as casas especializadas em penteados afros, espalhadas pelo local. Ainda no Centro Histórico da capital é possível curtir os ensaios de blocos afros, como o Olodum, que encantam baianos e turistas com o som inconfundível do batuque dos tambores coloridos.

A miscigenação da cultura marca também os costumes e a religiosidade do povo. Na capital baiana, as religiões de matriz africana, o catolicismo e as crenças indígenas convivem de forma pacífica e até mesmo ecumênica. Além do tradicional roteiro cultural, Salvador possui ainda um roteiro étnico-afro, a exemplo do bairro da Liberdade, onde vivem mais de 500 mil pessoas, sendo mais de 80% afrodescendentes. O local, que é um dos berços culturais da cidade, possui na Rua do Curuzu a sede do bloco afro Ilê Aiyê. A cidade possui ainda dezenas de terreiros de candomblé que são abertos à visitação pública.

Senhor do Bonfim: Fé e devoção dos baianos. O padroeiro da fé da Bahia, Senhor do Bonfim é celebrado no segundo domingo de janeiro, depois do Dia de Reis, comemorado no dia 6 de janeiro. Sua origem remete ao catolicismo, mas na Bahia seu culto simboliza todo o sincretismo presente na religiosidade dos baianos, já que é identificado com Oxalá, orixá do candomblé, associado com a criação do mundo e da humanidade. A imagem foi trazida para o Brasil em 1745 para honrar uma promessa feita a Deus pelo capitão mor da marinha portuguesa, Theodózio Rodrigues de Faria, depois que escapou com vida de uma fortíssima tempestade em alto mar. Ele prometeu que, se conseguisse chegar a Salvador sem maiores contratempos, construiria uma igreja em um local alto e de grande visibilidade para que todos que chegassem pela Baía de Todos-os-Santos pudessem avistá-la. Seria uma igreja consagrada ao culto do Cristo crucificado, culto este já existente na cidade de Setúbal, em Portugal. Segundo ele, a imagem que fora encontrada na cidade portuguesa precisava ter um “Bomfim”. Primeiro, a imagem foi

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Fotos Marcio Mrotzeck

Sob o ponto de vista cultural, Salvador é a mais miscigenada das cidades brasileiras, com características próprias e marcantes que não são encontradas em nenhum lugar do mundo. Elementos culturais herdados dos índios nativos, dos escravos africanos e colonizadores portugueses encontram-se espalhados pelos quatro cantos da terceira maior capital do país, seja através das manifestações culturais ou da peculiar culinária, que consegue reunir numa mesma mesa o bacalhau lusitano, a farinha indígena e os pratos à base de dendê trazidos da África.

alojada na Igreja da Penha, até a finalização da construção da Igreja do Senhor do Bonfim, em 1754. A celebração ao Senhor do Bonfim abrange uma semana inteira de festas e rituais religiosos. A Lavagem da Igreja, realizada na quintafeira antes do dia do padroeiro, desperta maior interesse e frequência do público do que a própria data do santo, seja pela participação de políticos, presença de turistas ou pelas manifestações de festas que acontecem no trajeto de oito quilômetros do cortejo que sai da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, na área do Comércio, e segue até a Colina Sagrada, no bairro do Bonfim. A história da lavagem remete a 1773, quando membros da Irmandade dos Devotos Religiosos ordenavam aos seus escravos que lavassem a igreja para a celebração da festa. Muitos dos escravos, adeptos do candomblé, aproveitavam a ocasião para homenagear Oxalá, orixá-mor da religião, relacionando-o a partir daí com o Senhor do Bonfim. Ao tomar conhecimento do fato, a Arquidiocese da Igreja Católica em Salvador, proibiu a lavagem no interior do santuário, e a manifestação foi então transferida para as escadarias do local, sempre ao som de cantos afros. Em 1923, os poetas Arthur Salles e João Antônio Wanderley compuseram o famoso Hino ao Senhor do Bonfim, em comemoração à Independência da Bahia. Uma das gravações mais executadas da música foi gravada, em 1972, por Caetano Veloso.


o ex-prefeito de Arapiraca e empresário José Alexandre dos Santos, recebeu o diploma José Ermírio de Moraes, a mais alta comenda oferecida pelo Senado Federal a empresários industriais que se destacam por sua contribuição ao desenvolvimento social e econômico do país.

#OUSH!

Collor ressaltou a história de vida de José Alexandre dos Santos, do Grupo Coringa, de Arapiraca. “José Alexandre dos Santos começou sua história trabalhando na roça, no interior de Alagoas. O rumo de sua vida passou a mudar a partir da criação de uma fábrica de beneficiamento de fumo de corda”, relatou.

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Zé Alexandre recebeu a comenda das mãos do presidente do Senado, alagoano Renan Calheiros e a proposta foi de autoria do senador Fernando Collor.

Maceioense em Harvard A Universidade de Harvard admitiu seis brasileiros em seus cursos de graduação, dentre eles, a maceioense Larissa Maranhão, que já havia feito os cursos de economia e globalização ainda durante o ensino médio no local, e é conhecida nacionalmente pela criação do blog RED, no qual ensina jovens a escrever boas redações para o vestibular, após ter conseguido a proeza de tirar nota máxima no ENEM.

Suassuna na Bienal em Maceió

O autor de “O Auto da Compadecida”, o poeta, romancista, dramaturgo, e professor Ariano Suassuna, virá para a 6ª edição da Bienal Internacional do Livro de Alagoas, que será realizada de 25 de outubro a 3 de novembro deste ano, no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso.

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Como nos Estados Unidos não existe vestibular, o processo de seleção chamado “application” reúne provas, cartas de recomendação, entrevista, redações e avaliação das atividades extracurriculares dos candidatos; então, para garantir uma cadeira em Harvard, é preciso ser muito mais do que bom aluno.

Brasileiro no comando da OMC O diplomata brasileiro Roberto Azevêdo foi escolhido o próximo diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), o órgão máximo do comércio internacional. Ele entra na direção à partir de setembro.

Entre os convidados estão Laura Müller, Boaventura, Carlos Montagno e Jessier Quirino. A garantia é da EDUFAL, Editora da Universidade Federal de Alagoas, responsável pela realização do evento.Nesta edição, em meio à comemoração de 30 anos da própria editora, o tema da Bienal será “Descobrir nas palavras a magia dos sentidos”.

Hibiscus sob nova direção

Palco do projeto Fins de Tarde, retoma suas atividades normais no litoral norte de Maceió. No bairro de Ipioca, foi reinaugurado o restaurante Hibiscus, com nova administração do grupo Mar & Cia, restaurante e receptivo que há mais de 10 anos é sinônimo de sucesso na cidade de Paripueira. O empreendimento abriu as portas com o conceito de day use (passar o dia) para alagoanos e turistas. O novo espaço administrado agora pelo empresário Vanderlei Turatti, vai funcionar todos os dias oferecendo conforto tradicional do bar e restaurante de praia e com novos serviços como piscinas, playground, duchas, redários, camas de relax e palhoças além de DJ, passeio em catamarã para as piscinas naturais de Ipioca e massagista.

Hotel Ponta Verde no Francês

Foram nove candidatos apresentados para suceder o francês Pascal Lamy, atual diretor-geral. A disputa final ficou entre o brasileiro e o mexicano Hermínio Blanco, Roberto contou com o poio dos países emergentes em desenvolvimento, já o mexicano, era visto como candidato dos países ricos.

A Praia do Francês é um dos lugares mais visitados de Alagoas e do Nordeste brasileiro. Suas águas quentes e de azul turquesa intenso, que ofuscam a visão de tão brilhantes, são um convite ao deleite. É nesse cenário que surge o mais novo empreendimento do Grupo Ponta Verde - o Hotel Ponta Verde Praia do Francês. Com uma vista de tirar o fôlego, o hotel traduz a alma de Marechal Deodoro - cidade histórica, de rica cultura e povo alegre, que canta e vibra as belezas de sua terra.

É a segunda vez que o Brasil tenta emplacar no comando do órgão. Em 2005, quando Pascal Lamy foi eleito, o Brasil lançou Luiz Felipe de Seixas Corrêa para o posto. Desde sua fundação, em 1995, nunca um brasileiro ocupou a presidência da OMC, responsável por conduzir as rodadas que visam à liberalização do comércio mundial.Um dos grandes desafios do novo chefe da OMC será reativar as negociações para liberalizar o comércio mundial.

O hotel, inaugurado em janeiro, foi todo desenhado e projetado para se integrar à paisagem original da praia. Estruturado em um único bloco no sentido horizontal, possui articulação central que concentra todos seus serviços, proporcionando aos seus hóspedes uma visão de 360º do paradisíaco cenário da vila e da Praia do Francês. E conta com: Room service 24 horas, restaurante climatizado no térreo, bar e restaurante com vista panorâmica na área da piscina, Wi-Fi gratuito e muito mais!

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A jovem representante pretende estudar economia e não esconde sua preferência por Harvard, mas também foi aprovada por Columbia, Brown, Georgetown e UPenn.

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HOLOFOTES

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Grupo Coringa homenageado

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Seguindo os passos... No final de maio, dia 26, aconteceu a seletiva para o campeonato Norte/Nordeste de boxe no Centro de Treinamentos ADOIS Fight. Entre as onze lutas, a mais esperada era de Lucas Melo, filho do pugilista alagoano e detentor do cinturão do mundo hispano do conselho mundial de boxe, Cléverton Rocky Júnior, mais conhecido como Rocky Jr.

Lançamento para Dia do Homem

Vade-Mecuum é republicado

Símbolo da perfumaria que celebra a masculinidade, Malbec enaltece o poder do homem. Para consolidar essa força e trazer mais uma opção marcante para o portfólio, O Boticário lança Malbec Absoluto, edição limitada em comemoração ao Dia do Homem - celebrada no Brasil em 15 de julho. A novidade chegou às 3.550 lojas da marca em 24 de junho.

A Secretaria de Estado do Turismo (Setur) lançou a republicação do livro Vade-Mecuum do Turista em Alagoas. O documento, que faz referência à conjuntura econômica alagoana de 1937, foi lançado no Palácio República dos Palmares. A publicação retrata o contexto do turismo e da cultura, além dos fatores geográficos, arquitetônicos e literários do período. No texto, revelado pelo Instituto Histórico de Alagoas e de autoria de Moreno Brandão, fica claro que desde os anos 30 o turismo apresentava potencial para tornarse a mola propulsora da economia alagoana.

A essência da fragrância é originária de uma pesquisa que começou em uma viagem de especialistas de O Boticário às vinícolas de Mendoza, na Argentina. Na ocasião, foi descoberto que vinhos icônicos têm como base, em sua produção, uma fórmula concentrada exclusiva. Este aroma foi captado pelo sistema de headspace - técnica que utiliza equipamentos altamente sofisticados para reproduzir em laboratório a essência de um elemento sem precisar extraí-lo da natureza.

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O documento está divido em quatro partes: Alagoas, Lugares Pitorescos; Epítome da história regional; e Lugares históricos. A republicação foi realizada pela Setur e contou com o apoio da Secretaria de Estado do Planejamento e Desenvolvimento Econômico (Seplande) e da Imprensa Oficial Graciliano Ramos.

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Lucas, 17 anos, fez sua estreia dando um show de técnica e concentração. Qualidades que ele, consequentemente, adquiriu acompanhando seu pai nos treinos. Não se sabe ainda se Lucas continuará seguindo o mesmo caminho do pai, mas foi comprovado que talento é o que não falta.

Luciana Nerva na Ilha de Caras

Tudo que ajuda a promover nossa região deve ser incentivado. Luciana Nerva é chef de cozinha e vem se destacando no mercado alagoano, ela participou do “Concurso Cozinha Criativa Caras Silver Collection” da Revista Caras e ganhou o 1º lugar com seu prato intitulado “Sushi do Sertão”. Ela embarcará para Ilha de Caras, em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, para preparar sua receita vencedora do concurso, com supervisão do chef Adriano Olmeda, na temporada 2014 da Ilha de Caras. A ilha fica em Angra dos Reis, ela é bem pequena como várias que existem lá. Só entram pessoas autorizadas e de lancha, barco ou helicóptero. A ilha é famosa pelas celebridades que a freqüentam.

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Marcio Canuto dá Show no Programa do Jô

Luiz Márcio Accioly Canuto, mais conhecido como Márcio Canuto é repórter, jornalista e acima de tudo alagoano. Começou sua carreira no Diário de Alagoas em 1963 com 17 anos, desde aí não parou. Hoje mora em São Paulo e está à frente do SPTV da TV Globo. Conhecido por fazer reportagens engraçadas, ele foi entrevistado pelo Jô na sexta-feira, dia 10 de junho. A resposta para primeira pergunta não podia ser diferente: “-Você nasceu onde?” “- Eu nasci em Maceió, pedaço do paraíso, terra das praias mais bonitas do mundo. Quem não é alagoano tem vontade de ser, ou participou ou foi lá e gostou”. Foram mais de 20 minutos com bate-papo alto astral, bem no estilo Canuto. Batalhando pela profissão aqui no estado, aos 67 anos, virou “fiscal do povo” em São Paulo, a maior cidade do país. No programa ele vai até os bairros mais distantes e carentes para tentar ajudar a resolver os problemas diários do povo. A entrevista passou pela história do repórter, a vida aqui no estado, esportes praticados, amigos hoje conhecidos e mais. Vale a pena ver, está disponível no site da Globo no Programa do Jô, para conferir acesse: http://globotv.globo.com/rede-globo/programa-do-jo/v/jo-soares-entrevista-o-reporter-marcio-canuto/2636182/


CINEMA

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lado? Por Antonio Maria do Vale Fotos Divulgação

Geralmente quem gosta de uma destas franquias, também gosta da outra, mas sempre em diferentes graus. Nerds do mundo todo costumam gastar tanta energia ao travar infindáveis batalhas falando que um Cruzador Imperial daria um pau na Enterprise ou que a Federação não teria chance contra o Império, que fazem inveja a Itaipu.

Nos cinemas desde 14 de junho, Star Trek Além da escuridão é o 12º filme da série que, no Brasil, ficou mais conhecida como Jornada nas estrelas. Com exceção dos fãs, ela é comumente confundida com outra série de grande sucesso, Star Wars, que, com seis filmes lançados, é de longe a preferida dos brasileiros. Mas basta se aprofundar um pouco para descobrir que as diferenças são muitas e que as semelhanças quase que se limitam as naves espaciais e as viagens intergalácticas. Pra começar, Star Trek é uma fábula futurista, vivida em nossa galáxia por personagens cuja origem é a Terra, enquanto Star Wars conta uma história remota vivida numa galáxia muito distante e com personagens mais lúdicos. A pequena diferença dos nomes nos ajuda a distinguir as duas produções. A guerra de Star Wars está centralizada na história de Luke e Anakin Skywalker, numa trama com complôs políticos, traições e golpes, que ameaçam o poder da força. No caso de Star Trek, a Jornada se remete a ideia de uma nave, a Enterprise, explorar a galáxia, com problemas sendo resolvidos de forma mais pacífica, com poucas batalhas estelares travadas. Os personagens centrais também são bem distintos. Em Star Wars os famosos Jedis formam uma casta especial e, com seus superpoderes e espadas luminosas de sabre, podem mudar o destino com ações individuais. Há ainda a forte presença de seres alienígenas e robôs, o que pouco ocorre em Jornada nas estrelas, onde a tripulação se utiliza do fator inteligência e diplomacia para armar estratégias que solucionam os conflitos, na maioria das vezes, de forma coletiva e comandada pelos capitães Kirk e Spock. Quem gosta de muita ação, efeitos especiais, batalhas épicas e duelos entre vilões e mocinhos, com certeza irá optar pela trama de Star Wars, que segue a linha do bem contra o mal, neste caso o lado obscuro da força. Para os que preferem uma experiência enigmática, Jornada nas estrelas apresenta um roteiro mais científico e intelectual, onde descobertas relacionadas ao espaço são o foco principal. Star Wars costuma deixar o espectador hipnotizado pelas imagens espetaculares, enquanto Star Trek nos convida a participar do enredo na busca do que está por vir. O sucesso das duas sagas também segue rumos diferentes. Jornada nas estrelas conquistou fãs a partir da série de TV que

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estreou em 1966. Já Star Wars é uma franquia que ganhou fama no cinema, o que divide e dificulta ainda mais qualquer tipo de análise voltada a comparações ou discussões a cerca de qual produção é a melhor. A maioria dos críticos aponta uma superioridade de Guerra nas estrelas, enfatizando o quanto a qualidade da série de TV ofusca o brilho de Star Trek nas telonas. Os números comprovam essas diferenças que a TV e o cinema trazem as duas produções. Enquanto Star Wars foi indicado ao Oscar 25 vezes, ganhando 10 estatuetas, Star Trek só possui 10 indicações e uma única premiação. Na disputa pelo Grammy, só Guerra nas Estrelas possui indicações, levando o prêmio por três vezes. No Facebook, mas uma mostra da vantagem de Star Wars. Até o fechamento desta edição, eram mais de 10,3 milhões de fãs, contra 2,2 milhões de Jornada nas Estrelas. Mas nada que tire o entusiasmo dos fãs dos Trekers porque, quando o assunto é televisão, o número de Emmy Awards mostra a força da série, que já foi indicada ao prêmio 155 vezes, sendo vencedora em 33 ocasiões. E uma coincidência está nos rumos atuais de ambas as sagas. É que o diretor J.J. Adams, que dirigiu o filme de Star Trek em cartaz, será também responsável pela sétima produção de Star Wars, que será filmada pelos estúdios Disney, em 2015. Em entrevista a revista Total Film, ele mesmo se declarou fã de Guerra nas Estrelas e falou sobre o desafio de produzir filmes para as duas versões. “São mundos completamente diferentes. Eu não conseguia imaginar fazer os dois. Mas quando disse isso, estava focado apenas em ‘Star Trek’, em pleno processo de edição. A vantagem no caso de Star Wars é que o George Lucas ainda está conosco e eu posso pedir a opinião dele. Com ‘Star Trek’ é mais difícil porque eu não era fã da série. Mas acabei entendendo o mundo de Star Trek e aprecio muito o que os fãs sentem pela série”, disse. Agora é esperar para conferir se Adams conseguirá manter as disparidades e identidade de cada produção. Os fãs das duas franquias se adoram e vivem numa eterna disputa que não teria a mesma graça caso as semelhanças existissem. Para os que preferem a razão de Star Trek: vida longa e próspera! E para os amantes da emoção de Star Wars: que a força esteja com vocês!

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Voltei para ser campeão...

Santos

entrevista

ENTREVISTA ESPECIAL

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Por Marcio Mrotzeck Foto Divulgação/UFC

O clima promete esquentar no octógono do UFC 166, previsto para o dia 19 de outubro, em Houston, nos Estados Unidos. Na melhor de três, o brasileiro Junior Cigano tenta recuperar o cinturão dos pesos pesados contra Cain Velásquez.

Cinco rounds e preciosos 25 minutos que valem para uma vida inteira. A batalha contra Cain Velasquez, em dezembro do ano passado, fez de Júnior Cigano um novo lutador após aquela noite de revés, onde foi destronado na categoria dos pesos pesados, conhecendo a 1ª derrota no UFC. Disposto a esquecer a derrota sofrida, se apegou à máxima de que “há derrota que vale mais que vitória”, o ex-campeão iniciou sua busca obstinada para retomar aquela que é a maior cobiça de todo lutador do Ultimate: o cinturão. Cigano entrou no octógono focado e ao som da tradicional trilha do filme Rocky Balboa. Cauteloso e preciso, Dos Santos usou um belo chute rodado para violentamente nocautear o australiano Mark Hunt, aos 4 minutos e 18 segundos do 3º round. A vitória por nocaute o credenciou a uma nova disputa de cinturão, que promete ser um combate de fazer tremer literalmente todas as estruturas do UFC, pois trata-se de um ponto final a essa verdadeira trilogia iniciada entre Cigano e Velasquez, quem vai levar a melhor de três? Passando por Salvador na academia Champion/Nordeste de Jiu-Jitsu & MMA no bairro Boca do Rio, onde Cigano foi descoberto pelo mestre Yuri Carlton, quando ainda trabalhava de garçom em um restaurante da cidade, fomos recebidos pelo mestre e seu pupilo onde em um bate-papo descontraído Dos Santos, se revelou um saudosista de seu tempo de infância e

juventude nos revelando um pouco mais de sua história e o desejo de retomar o Cinturão dos Pesados do UFC. OUSH! - Cigano, esse espaço da OUSH! Brasil é seu, se quiser começar esse bate papo contando sobre suas origens, fique a vontade, temos certeza de que o povo brasileiro quer lhe conhecer melhor... Junior Cigano - Então, sou de Santa Catarina, de uma cidade chamada Caçador, é uma cidade pequena, não tem nem 100 mil habitantes mas é conhecida como a capital nacional de indústria madeireira. Tem muito corte, fábrica de papel e essas coisas. A minha família é toda de lá. Sempre fomos muito humildes, meu pai trabalhava com mecânica industrial em uma dessas fábricas como a maioria da cidade. Minha mãe só cuidava de casa nessa época, era uma vida muito simples, mas era uma vida boa. Tenho muitas boas recordações de brincadeiras que fazia e tudo mais e acho que é isso o que importa. Depois daí fomos embora com a minha mãe que se separou de meu pai pra outro estado, Rio Grande do Sul, ficamos morando um ano, dois anos lá depois eles se acertaram e voltamos. Só que daí ela já trabalhava, já tinha guardado um dinheiro, comprado uma casa. Aí minha mãe continuou a trabalhar de faxineira e eles não se entenderam bem, brigavam muito e acabaram se separando de vez. Minha mãe ficou cuidando de três crianças, nessa época eu tinha uns 11 ou 12 anos. Nós Uma revista com a cara do Nordeste


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Então a dona Maria de Lourdes dos Santos ficou cuidando de mim e dos mais novos, o casal mais novo que são Juliana e Marcelo. A vida da minha mãe ficou muito difícil. Várias vezes cheguei a casa, ela estava chorando. Sempre trabalhei durante o dia e estudava a noite, desde novo. Minha mãe, ficava muito triste assim porque ela ganhava o salário de faxineira, era muito pouco, principalmente no sul do país, era muito pouco, numa cidade pequena e às vezes ficava chorando porque não tinha nem dinheiro para pagar a compra que tinha pego fiado no mês passado sem poder comprar para o próximo mês.

entrevista

ENTREVISTA ESPECIAL

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somos em 5 irmãos, mas os dois mais velhos são só por parte de pai e já tinham saído de casa.

Presenciei vários momentos desses que estão na minha cabeça até hoje e cravaram realmente. Sempre ajudei do jeito que pude, meu salário, conforme trabalhava dava todo ele pra ela, pra poder ajudar em casa. Nunca deixei de estudar, mas quando saí de uma empresa e arrumei um emprego em outra como carregador. Não dava mais, porque tinha que ficar carregando os caminhões até tarde, então não dava mais pra estudar, aí escolhi trabalhar ao invés de estudar e fiz até o segundo ano do segundo grau.

“pô, porque vou beber essa cerveja?

comecei a trabalhar no próprio restaurante que meu amigo era garçom, comecei a lavar pratos lá, trabalhava 11/12 horas por dia, ganhava 250 reais por mês e não tinha nem folga na semana nem nada. Então era realmente muito pesado, mas era o que tinha no momento e aceitei. Sempre na minha vida fui muito positivo, tive muita fé em Deus, em Nossa Senhora. As coisas foram acontecendo aos poucos pra mim. Depois de um tempo sai desse restaurante que trabalhava, fui trabalhar em outro, conheci a Vilsana Picolli, que foi minha esposa por quase 10 anos, agora a gente já não é mais casado, somos separados, mas ainda é uma pessoa muito importante na minha vida e que foi ali que eu tive minha base, que tive a oportunidade de poder me dedicar um pouco mais às outras coisas. Tivemos uma loja de brinquedo, no início, depois de um tempo a gente se desfez da loja, porque era loja de rua e então não tinha como competir com as de shopping, estava meio gordinho e resolvi treinar, procurei uma academia pra treinar. Fui numa academia que tinha aqui em Salvador e lá estava o professor Yuri Carlton dando aula de jiu-jitsu, eu gostava, então fui assistir à aula e gostei do jeito que era e tudo mais, pedi para participar das aulas e a partir dali comecei também a acompanhar o Minotauro, o Wanderlei Silva que estava em ascensão no Pride, comecei a acompanhar as lutas deles e comecei a me dedicar aos treinamentos e assim... Vilsana que na época era minha esposa me deu uma força enorme, falou que se eu acreditasse realmente que era aquilo que queria, que fosse em frente, e fui em frente e as coisas foram acontecendo aos poucos, um ano e meio depois de começar a treinar eu fiz a minha primeira luta de MMA, e venci a minha luta.

Pra ficar tonto, não

OUSH! - Linda história, foi aí então que tudo começou, conte mais detalhes, como foi essa nova etapa?

tem muito sentido

Junior Cigano - Foi aqui em Salvador mesmo, e foi um evento chamado Demo Fight, venci a luta Graças à Deus, por nocaute. Naquela época valia tiro de meta no chão, eu o derrubei, dei um tiro de meta, ele apagou. Foi nessa mesma categoria que luto hoje, era um cara que tinha sete lutas, e naquele momento que venci a luta, foi a hora que descobri que era aquilo que realmente queria pra minha vida, que era aquilo que queria me dedicar. Até ai ainda tomava uma cervejinha, um negócio assim, de vez em quando com os amigos, mas depois desse dia fui pra um posto com os amigos né, abriram uma cerveja e me deram, nisso olhei pra cerveja e disse “pô, porque vou beber essa cerveja? Pra ficar tonto, não tem muito sentido beber isso aqui mais, agora sou um atleta.”. E então comecei a levar muito a sério, parei de beber, parei de estar perdendo noites, comecei a me cuidar mais, a ficar mais preocupado com a minha saúde, com meu bem estar. A partir dali as coisas foram acontecendo, logo depois dessa luta conheci o professor Luiz Carlos Dórea, o próprio Yuri Carlton, agradeço ele muito que é meu mestre, quem me descobriu, tudo mais e foi ele quem me levou na academia do Dórea, procurando uma melhoria nos meus treinos. O Dórea realmente pôde dar essa melhora, pôde trazer essa melhoria pra mim, nos meus treinos, me ensinando o boxe, me ensinando a lutar um pouco mais profissionalmente.

beber isso aqui mais, agora sou um atleta”

Antes de completar 18 anos já tinha saído de casa, assim como adolescente rebelde, me desentendia muito com minha mãe. Dificuldades que tinha. Achei melhor sair e sai de casa. Mas fiquei lá na cidade perto e depois de um tempo, já queria sair dali, a cidade ficou pequena pra mim e queria sair de lá, a minha intenção era ir pra São Paulo, mas tinha um amigo vindo aqui pra Salvador e já tinha uns colegas nossos aqui, então resolvi vir com ele pra Bahia. Cheguei aqui não tinha dinheiro nenhum, tinha 80 reais na carteira. E com 80 reais em salvador você não fazia nada né?! Pra mim, era realmente muito pouco dinheiro, então comecei a trabalhar logo. Cheguei à sexta feira, no sábado

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A partir dali comecei a evoluir, tive grandes vitórias aqui no Brasil. E depois de 7 lutas mais ou menos, fui convidado a participar do UFC, contra na época, Fabrício Verdum. Costumava assistir o Fabrício lutando no Pride na época e sempre o admirei muito, era fã também, então fiquei realmente preocupado, mas fiquei muito feliz ao mesmo tempo, por estar podendo fazer parte do UFC que era o que eu queria e o que acreditava que podia ser. Graças à Deus fui lá e venci essa luta, também foi um nocaute com um upper e depois dali tive outras lutas e lutei com grandes nomes, como Crocop, Gilbert Yvel, Shane Carwin, vários grandes atletas e isso foi me dando uma bagagem boa, uma experiência boa.

Aqui no Brasil, as coisas ainda estão muito devagar, questão de bolsa e tudo mais.

E no ano de 2011 em Novembro, me tornei o campeão do mundo e foi o ápice ali da minha carreira, foi um dos acontecimentos que mais me lembro na minha vida. Acho que me trouxe muitas coisas boas e muitas cobranças, um lado meio negativo também. Mas com certeza o lado positivo supera o negativo e a gente deixa as coisas negativas sempre de lado, realmente Deus é muito bom comigo, tive grandes oportunidades na minha vida e ainda estou tendo. Infelizmente perdi o cinturão pro meu oponente, de quem ganhei o cinturão, que foi o Cain Velasquez, que é um grande atleta que admiro muito e respeito muito, mas agora estou treinando duro pra me refazer desse momento negativo que tive lutando e voltarei a lutar pelo cinturão e se Deus quiser, me tornar o maior campeão do mundo novamente.

Hoje está passando em TV aberta aqui no Brasil, na Globo, e isso é uma grande vitória, uma grande conquista. Acho que, de todo mundo que trabalha, tenta fazer o seu melhor lá dentro do octógono e mostrar para os fãs uma boa luta e cada vez adquirir respeito, tenho certeza de que um dia, em breve, a gente vai ser tão forte quanto o futebol.

OUSH! - Pegando o gancho na questão da reconquista do cinturão, esse seu retorno já se mostrou com a bela vitória sobre Mark Hunt, pra essa volta, mudou muita coisa em termos de estratégia, em termos de preparo? Como esta sendo isso? Junior Cigano - Ah, muda sim. Sempre muda bastante. A todo momento a gente está evoluindo aqui, acho que a vida é um aprendizado e sempre a gente tem muito a aprender e com certeza nessa luta que tive contra o Velasquez, aprendi muita coisa com certeza, mas acho que a principal de todas foi que a gente tem que usar todas as armas, todas as armas que tiver, que for capaz de usar, pra poder ir a busca da vitória e não ficar tabelado só onde você se sente melhor, onde você confia mais. Você tem que estar preparado para lutar seja onde for e usar todas as armas que você tem para poder chegar a vitória, acho que esse foi o meu maior aprendizado. OUSH! - Hoje no Brasil podemos detectar vários eventos de MMA, como você enxerga a valorização dos atleta no País? Os que não estão ainda no UFC. Junior Cigano - Não há valorização de atletas de MMA hoje no País. Não há valorização de nenhum atleta eu acredito. Só o do Futebol. Ou você joga futebol, ou você parece que não faz parte da linha de esportes do Brasil, sei lá. Os resultados mostram, o brasileiro é um povo muito lutador e os resultados falam por si só, graças à Deus, muitos que com certeza são merecedores têm grandes resultados mundo afora e vão provando o quão bons sãos e o quanto merecem o respeito das pessoas.

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Porque um atleta tem que se dedicar 100% a ser atleta, principalmente do MMA que é o esporte que mais exige de nós, você tem muitas modalidades pra dividir no treino da semana. A semana fica cheia e você treina muito realmente, então, você precisa de um suporte para poder se dedicar só aos treinos. E realmente, o pessoal lutando aqui no Brasil ainda não vejo isso acontecendo, as bolsas são muito baixas, o respeito com os atletas é muito pequeno ainda também. Ainda está evoluindo, acho que o esporte já conquistou e quebrou muitas barreiras.

OUSH! - Hoje você representa um grande patrocinador, uma grande equipe que é o Corinthians, como você se sente vestindo essa camisa e associando sua imagem a um time de futebol? Junior Cigano - Então, o futebol já tem uma tradição muito grande no nosso país, muitas pessoas acompanham e muitas pessoas tem os seus clubes favoritos. É, realmente quando você se alia a um clube, como foi o meu caso com o Corinthians, foi muito importante, muito bom pra gente. Acho que quem é fã realmente de MMA, vai continuar fã. Tipo, sempre vai ser seu fã e você acaba ganhando mais fãs até por causa do clube mesmo, principalmente o Corintiano que é realmente fanático pelo clube e tudo que defende o clube deles, eles torcem muito. Pra mim é uma honra vestir essa camisa e poder contar com a torcida de todos os Corintianos, mas não só deles, mas como do Brasil todo. Respeito todos, acho que o esporte é respeito, qualquer esporte, seja futebol, MMA, seja o que for é respeito, dedicação, trabalho duro e principalmente disciplina. Foi isso que eu aprendi no esporte, é isso que importa pra mim. OUSH! - Fechando nosso bate-papo, para o atleta que esta iniciando hoje no MMA, buscando esse auge que você conquistou. O que você deixa de mensagem para ele? Junior Cigano - A luta é um esporte bom porque você não precisa de muita coisa para estar preparado entendeu? É só achar um bom professor, pessoas boas ao seu redor, porque você não vai a lugar nenhum sozinho. Então você tem que ter pessoas que você confie, que saiba que realmente tem um coração bom e que irão te ajudar. Então o primeiro passo é esse. Ter pessoas boas ao seu redor, que vão querer te ensinar e depois muita dedicação e a disciplina, e saber realmente se é isso o que quer. Você tem que decidir. Tomar uma decisão na vida. Não é fácil, não é fácil ser atleta e quando você toma essa decisão de que quer ser realmente um atleta, você passa a dedicar 100% do seu tempo, toda a sua vida naquilo e tenho certeza que os resultados chegarão. Oss


PERSONNA

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Som natural...

Por Antonio Maria do Vale Foto Divulgação

Conhecido como o mago da música brasileira, Hermeto Pascoal ganhou fama por emitir sons e compor canções transformando qualquer objeto em instrumento. No último dia 22 de junho, o músico alagoano completou 77 anos, não para de criar e continua surpreendendo a todos a cada nova composição. Tudo começou como brincadeira de criança, na observação dos sons emitidos por pássaros, bois, peixes e sapos. A vida era dura, como de costume é no interior do Nordeste, mas a tristeza nunca tomou o lugar da alegria de quem encontrou na música a fórmula para ser feliz. Desde pequeno ele já se destacava ao tocar oito baixos ao lado do pai e do irmão José Neto. Aprendeu a revelia dos pais, desvendando a sonoridade do instrumento escondido, mas que, tão logo fora descoberto pela mãe, causou lágrimas pelo rosto do anfitrião da casa, coisa que nem a seca e a fome costuma causar no sertanejo. Ouviu do pai, ainda emocionado, “eu vou pegar a melhor vaca que eu tiver e vou vender pra comprar uma sanfona boa pra vocês”, referindo-se a ele e o irmão que, dali em diante, tomaram o lugar do Sr. Pascoal nos bailes. Assim começa a história do mestre, ímpar, poli-instrumentista, Hermeto Pascoal. Alagoano do pequeno povoado de Olho D´água, viveu toda sua infância em Lagoa da Canoa onde, curioso, aprendeu a fazer música com tudo que se possa imaginar. A natureza sempre o fascinou e passava horas tocando flauta, de cano de mamona de jerimum, para os passarinhos. Também adorava os restos de metal retorcido que sobravam das obras do avô, que era ferreiro. E nada mudou, ainda hoje busca novos sons em qualquer objeto que tem a mão. Dentre as experiências, já produziu canções utilizando-se de brinquedos, chaleira e até água. Mas o começo não foi fácil. Quem apostaria em alguém com estas características musicais mirabolantes? Hermeto não se limitava a tocar o simples, junto com o irmão, chamava a atenção das pessoas já desde pequeno, por volta dos 8 anos, mas não se tratava de elogios. Nos bailes, alguns procuravam seu pai e diziam “Pascoal, aquele galego menor é doido, ninguém tá conseguindo dançar, ele tá tocando muito tronxo”, disse o próprio Hermeto numa entrevista em que também revelou que não conseguia tocar sempre a mesma coisa, o que o levava a inovar na hora, já que, caso tentasse ensaiar antes, não teria a aprovação do pai e do irmão.

dali para o mundo. Ovacionado no Festival de Montreux de 1979, na Suíça, já se apresentou em vários países, gravou com grandes nomes da música, fez parceria com as mais diversas orquestras e possui uma coleção de prêmios que constatam sua genialidade. Sua criatividade parece inesgotável, a ponto de ter produzido o Calendário do Som quando, entre os dias 23 de junho de 1996 e 22 de junho de 1997, compôs uma canção por dia para homenagear todos os aniversariantes do mundo, inclusive compondo uma extra para os nascidos em ano bissexto. Decifrar Hermeto Pascoal é tão ou mais difícil quanto conseguir fazer música de seu jeito. Avesso as questões de passado, presente e futuro, o compositor prefere o termo agora. Para ele, somos fruto de uma evolução contínua, “nada fica para trás, porque gira, se encontra, não é preciso fazer esforço pra ver o que passou, logo isso estará a sua frente”, disse em entrevista a Editora Saraiva. Quanto ao segredo do sucesso, Hermeto descreve sua receita de forma simples, dizendo que quando decide criar algo sempre coloca a intuição a frente do saber. A verdade é que a teoria só começou a fazer parte da vida do compositor alagoano, que se diz um drogado em música, a partir de seus 40 anos. Até então, se baseou no imenso conhecimento adquirido através da observação e ensaios experimentais com os mais diversos sons. Mais um representante da rica cultura alagoana, aqui caracterizada em musicalidade, Hermeto Pascoal é indecifrável em razão de sua permanente mutação. Ele próprio menciona, até hoje, o inesperado como peça fundamental no seu processo de criação. Mais conhecido no mundo que entre os alagoanos, defende que para fazer música basta o mais perfeito dos instrumentos, a voz.

De doido a gênio, Hermeto Pascoal hoje é conhecido como bruxo, talvez por fazer música com magia e extrair, de forma impensável, perfeitas melodias com instrumentos totalmente fora do habitual. Aliás, para ele tudo é instrumento. Ou quem colocaria em estúdio dois porquinhos para gravar? Uma inovação que fez parte da gravação de duas canções, a primeira em arranjos de um disco de Airto Moreira e a segunda em seu álbum Slaves Mass, ambas produzidas nos Estados Unidos. Mas isso já no início da década de 70, quando Hermeto já era mais conhecido, mas ainda não parava de surpreender. Antes, Lagoa da Canoa ficou pequena para suas ideias, levando o músico para Recife em 1950. Lá, conheceu Sivuca, um grande amigo que sempre apostou no talento de Hermeto, o que na época ainda era motivo de discussão. Foi mandado embora da Rádio Jornal do Comércio com um conselho do diretor: “você não dá para a música”. Mas Pascoal não desistia e, tempos depois, ganhou tanto destaque na Rádio Difusora de Caruaru que acabou retornando para a mesma Rádio Jornal do Comércio de Recife, contratado pela mesma pessoa que o havia demitido. E a escada não parou. Assim Hermeto costuma chamar sua evolução musical. Segundo ele, tudo o que produz é uma continuação do que fez anteriormente, degrau após degrau, do rádio para a TV e

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Sucesso

Por Fernanda Tognon Fotos Divulgação

Movimento incentivado pela construtora Humberto Lôbo, com criação da agência Lira Pub, resgata história de tradicional bairro com participação ativa da comunidade local. Mais que uma campanha publicitária, “A Gruta Ama Você” se transformou em um movimento de valorização e resgate do tradicional bairro de Maceió, a Gruta de Lourdes. Incentivada pela Construtora Humberto Lôbo, com a criação da agência LIRA PUB, a campanha tomou conta das redes sociais e também das ruas da cidade, com o engajamento e participação de moradores e comunidade local. O ‘case’ de sucesso já é comentado entre publicitários e ‘leigos’, pois mexe com a autoestima das pessoas, através de histórias de vida contadas por elas mesmas. Em apenas 20 dias de campanha, a Fan Page “A Gruta Ama Você” no Facebook já atingia mais de 7 mil curtidas, com alcance de quase 300 mil pessoas. E o número de adeptos ao movimento não para de crescer, a cada dia novas pessoas participam e enviam fotos, depoimentos, vídeos. Este é um exemplo de que com pequenas ações e força de vontade é possível fazer mudanças no modo de vida dos moradores de um bairro. As pessoas podem participar através do site www.agrutaamavoce.com, pela Fan Page no Facebook www. facebook.com/AGrutaAmaVoce ou pelo Instagram @agrutaamavoce. Além da autoestima dos moradores, a campanha elevou o fluxo de negócios no comércio local. Os pontos comerciais estão fazendo promoções especiais para moradores, incentivados pela campanha. Uma das empresárias que já viu resultados do movimento é Mayra Bezerra, proprietária da padaria Horto Pão. Segundo Mayra, o fluxo de clientes aumentou depois da divulgação da campanha. “Estamos recebendo mais clientes, muitos que nunca tinham vindo antes. As pessoas chegam pedindo adesivos e sacolas e acabam comprando”, explica. Panfletos também estão sendo distribuídos em casas e comércio do bairro para incentivar as pessoas às práticas cordiais com a vizinhança, com pequenos gestos que fazem a diferença na boa convivência, ou seja, ações de cidadania que valorizem a vida da comunidade. Além das redes sociais, a construtora investiu em propaganda na TV e rádio, com depoimento de moradores. Ações promocionais também foram realizadas, com distribuição de adesivos, lixeirinhas para carros e panfletos explicativos pela valorização da tradicional Gruta. A construtora Humberto Lôbo e a agência LIRA PUB são as idealizadoras do movimento, mas ele já foi adotado pela comunidade do bairro. A ideia é dar continuidade à campanha com a coletânea de histórias, fotos, imagens, depoimentos e vídeos para compor um museu virtual da Gruta de Lourdes, também sob coordenação da construtora.“A campanha de valorização do bairro é um

pontapé inicial, que serve de exemplo para outras empresas e outros bairros ou até cidade mas das pessoas que fazem parte dele. É essa sensação de autoestima fortalecida que buscamos e a resposta está sendo bastante positiva”, destaca o empresário José Humberto Lôbo. Luciana Lima, cabeleireira, moradora do bairro e uma das personagens da campanha, não esconde a satisfação de participar do movimento “A Gruta Ama Você”. “Estamos chamando a atenção de todos para o nosso bairro, que tem muitas coisas boas, muitas histórias, e precisa ser cuidado com carinho. Achei essa ideia fantástica e agradeço aos idealizadores da campanha”, afirma a moradora.

Consciência Ambiental A responsabilidade ambiental também está contemplada na campanha. Lixeiras foram distribuídas em vários pontos do bairro e uma ação ‘porta a porta’ está sendo realizada para a conscientização das pessoas em relação ao lixo. Sacolas plásticas estão sendo distribuídas nos mercadinhos, padarias, lanchonetes, lojas; assim como pequenas lixeiras de carro nos semáforos, para os carros que passam pelo bairro. É com esse espírito de cooperativismo que o movimento pretende valorizar a Gruta e disseminar ações de valorização sócio-ambiental no bairro, que podem se espalhar por toda a cidade.

Campanha criativa A campanha incentivada pela Humberto Lôbo, conta com a idealização e criatividade da agência Lira Pub, que se engajou totalmente no espírito de resgate da autoestima do bairro e da valorização das pessoas que vivem e amam a Gruta. “Mergulhamos nas histórias de vida dos moradores do bairro e apostamos nessa ideia inovadora, que com certeza será um case de sucesso”, destaca Almir Lira, diretor da agência. Para José Humberto Lôbo, diretor da construtora Humberto Lôbo, o sucesso da parceria com a agência está na relação de confiança e no formato de trabalho com foco nos resultados de vendas. “É uma satisfação poder contar com a criatividade de campanhas inovadoras aliada ao lado comercial. A Lira participa de todo o processo de desenvolvimento de produtos com a diretoria e equipe de engenharia da construtora e pensa conosco em soluções viáveis para cada projeto. Esse é o segredo de sucesso”, afirma José Humberto.

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Exemplo de solidez e credibilidade no mercado da construção civil, a construtora Humberto Lôbo completa 47 anos de muitas histórias para contar, sonhos realizados e sucessos em sua trajetória. Fundada em 11 de maio de 1966 pelo empresário Humberto Lessa Lôbo, a construtora acumula em seu histórico mais de 200 obras públicas, 2.000 unidades habitacionais executadas, 300 mil m² de área construída e mais de 100 mil m² em construção. Toda essa história de sucesso foi tema do ‘Painel Alagoas’, no maior encontro de líderes do Norte-Nordeste, o Pajuçara Management, no início de junho. Atualmente administrada pelos irmãos e empresários, José Humberto e Mário Lôbo, a construtora tomou novo impulso a partir de 2010, com um projeto ambicioso de crescimento estrategicamente planejado. Os resultados dos investimentos da Humberto Lôbo são visíveis. São mais de 100 mil m² de área em construção, com 2.700 unidades habitacionais e comerciais lançadas nos últimos dois anos. Os mais recentes lançamentos, como por exemplo, VC Green Life, VC Beira Mar, VC Gruta e o Empresarial Humberto Lôbo, estão entre os empreendimentos de maior sucesso em vendas no mercado imobiliário alagoano. Todos os resultados alcançados são fruto de muitos investimentos em tecnologia, planejamento, estudo e comunicação, segundo o empresário José Humberto Lôbo. “Durante toda a nossa trajetória, construímos uma história sólida, de confiança com nossos clientes, pois lidamos com sonhos, com o futuro das pessoas e isso é muito sério. Pensamos estrategicamente, acompanhamos as tendências do mercado que muda a todo o tempo, focamos em pesquisas e estudo com uma equipe multidisciplinar. Todo esse investimento em inovação, aliado a uma boa comunicação, é a base da empresa”, explica o empresário. Mas não é só a tecnologia e planejamento que fazem parte desse sucesso. A construtora Humberto Lôbo também é pioneira em campanhas de comunicação e engajamento social, como é o caso do movimento de valorização do bairro Gruta de Lourdes, “A Gruta Ama Você”, que já tem a participação de milhares de pessoas não só do bairro, mas de toda a cidade de Maceió. A campanha promove o resgate da história do tradicional bairro da parte alta da capital alagoana, com o engajamento de toda a comunidade local, que participa com depoimentos, fotos, vídeos enviados através das redes sociais, como o Facebook e Instagram. Além da campanha de valorização da Gruta de Lourdes, que beneficia toda a região e os empresários locais, a construtora adotou a praça do bairro, onde fará a revitalização e construção do museu contando todas as histórias coletadas. A ousadia faz parte da história da Humberto Lôbo. Voltando um pouco no tempo, em 1975 a construtora lançava seu primeiro empreendimento residencial à beira mar da Praia da Avenida, o Edifício Tatiana, com investimentos em mídia televisiva, construção de apartamento decorado para vendas e um evento grandioso de entrega do empreendimento. Estratégias até então pouco utilizadas no mercado local, levaram a empresa que antes era referência em obras públicas, à referência também em construção de obras residenciais e empresariais. A inovação continua gerando resultados. Atualmente, outros exemplos de sucesso são o empresarial Humberto Lôbo, em construção na Via Expressa, e os prédios da ‘linha VC’. O projeto inicial do empresarial, segundo a diretoria da construtora, era um residencial popular, mas após muitas pesquisas, discussões, o produto transformou-se no mais sofisticado e moderno centro empresarial da cidade, inclusive sendo o primeiro dotado de um heliponto, que concede ao empreendimento modernidade, junto aos investimentos em equipamentos de segurança projetados para o prédio. “Buscamos atender a uma demanda reprimida da parte alta da cidade, detentora de um potencial consumidor considerável e que há muito tempo ansiava por um empreendimento desse porte. Enquanto éramos taxados de arrojados ou mesmo de loucos pelo próprio mercado, experimentávamos um inigualável sucesso de vendas. 80% das unidades foram comercializadas em 30 dias, a grande maioria delas adquiridas por moradores da própria região”, destaca José Humberto Lôbo. Os prédios da ‘linha VC’ atendem as expectativas dos consumidores em estar rodeados de serviços e facilidades, ou seja, a ideia é colocar o morador no centro de tudo que ele precisa. O caso da VC Beira Mar é curioso, pois a construtora levou um empreendimento moderno em uma área atualmente cercada de prédios públicos ou comércio, perto do centro da cidade, mas com a vantagem de ser beira-mar. O empreendimento fez um grande sucesso com o público que trabalha no centro e foi quase todo vendido. Outra região que vem recebendo investimentos da construtora Humberto Lôbo é o Barro Duro, próximo à Avenida Márcio Canuto. O VC Green www.OUSHBrasil.com.br

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É muita história...

Life, residencial com quatro torres de apartamentos de 80 a 100 m², tem a concepção de um empreendimento cuja temática principal é a sustentabilidade, com vários diferenciais: reserva natural de vegetação, utilização de produtos recicláveis, conversão de energia solar em energia elétrica, buscando zerar a conta de energia do condomínio. Aliado a esses itens, a maior área de lazer da cidade (10.000m²), localização na mais nova avenida da cidade, com acesso fácil à praia, shopping e áreas comerciais. Mais lançamentos estão programados para os próximos anos. Todos os projetos são estudados e analisados para garantir o bem estar dos futuros moradores. Esses são alguns exemplos de como a construtora Humberto Lôbo investe em produtos inovadores, que fazem da empresa um ícone no mercado há 47 anos, construindo os sonhos das pessoas.

Lançamento da Humberto Lôbo no Feirão da Caixa Ademi é sucesso de vendas absoluto A construtora Humberto Lôbo contabiliza mais um sucesso em sua trajetória. O balanço dos cinco dias do 9° Feirão da Caixa e 5° Festival ADEMI da Casa Própria, que movimentaram a cidade entre os dias 5 a 9 de junho, foi mais do que positivo. Com localização privilegiada próxima à avenida Márcio Canuto, o residencial Alba Garden, lançado durante o evento, teve 142 unidades vendidas.O empreendimento teve uma grande procura e foi 44% vendido durante o feirão, por seus diferenciais de localização e lazer. De acordo com o diretor da construtora, José Humberto Lôbo, a empresa apostou no sucesso desse empreendimento, pois é uma excelente opção para casais e famílias jovens, com estrutura completa de lazer e a poucos minutos de shoppings, escolas, praias, áreas comerciais. “Oferecemos ao mercado o que tem de melhor e esses primeiros dias de lançamento são o reflexo desse investimento”, explica. Com opções de apartamentos de 51 m² e 64 m², de dois ou três quartos, divididos em duas torres de 22 pavimentos cada, o Residencial Alba Garden conta com mais de 36 mil m² de área de construção, 4 mil m² de área de lazer, 320 unidades habitacionais, salões de festa, piscina, playground, fitness, salão de jogos, pista de cooper, ampla área verde, lajes para instalação de splits e até duas vagas de garagem. Além de toda a estrutura de lazer, a Humberto Lôbo aposta mais uma vez na localização para a construção de um empreendimento completo para a família. Localizado na rua Alba Mendes, perto do outro empreendimento da construtora, o VC Green Life, e ao lado de uma das vias de acesso mais importantes de Maceió, a Márcio Canuto, o Alba Garden ainda tem facilidades no pagamento, com financiamento pela CAIXA em até 420 meses e preços acessíveis. “Hoje a comodidade, lazer e facilidade a serviços são itens fundamentais a uma boa moradia. O Alba Garden com certeza será um sucesso, assim como o VC Green Life, ou seja, uma moradia que alia bem estar ao fácil acesso a todas as regiões da cidade, da parte alta ao litoral, próximo a shoppings, comércio, praias”, destaca José Humberto Lobo, diretor da construtora. Todo o conceito do empreendimento se traduz no sentimento de realização de uma nova história de vida. E para lançar o residencial, a Humberto Lôbo inovou mais uma vez com uma campanha de divulgação do empreendimento e fez uma parceria com a banda alagoana Além de Nós, apoiando a produção da nova música“Tempo de mudar” e clipe do grupo, que foi escolhida para ser tema do novo prédio. Segundo Almir Lira, da agência Lira Pub, responsável pelas campanhas da construtora Humberto Lôbo, a música traduz o conceito do empreendimento, de um novo tempo. “A Humberto Lôbo oferece novas e excelentes opções ao mercado e também valoriza a cultura local, por isso a parceria com a banda Além de Nós traduz essa visão da empresa em construir sonhos e empreendimentos para o futuro das pessoas”, explica Almir.


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40 O Gigante Por Amanda Vasconcelos Fotos Divulgação/Reprodução Colaborou Antonio Maria do Vale

Milhares, acordando milhões, um clichê que traduz o que estamos vivendo. Foco, força e fé. Os gritos não cabem em tão pouca quantia, não é por centavos e sim por direitos. São dias que já entraram para a história. É apenas uma gota que faz transbordar e essa gota chegou. Podia ser por R$ 0,20, hoje não tem preço. São mais de 500 cidades espalhadas pelo planeta com manifestações, os protestos que começaram em São Paulo e que hoje são apoiados pelo mundo inteiro tem um ponto de partida. Desencadeado pelo aumento de tarifa dos ônibus, a luta nunca foi apenas pelos centavos, a luta é contra a PEC 37, contra o estatuto do nascituro, corrupção, violência, abuso de autoridade, é pelo direito de ir e vir, pela educação, saúde pública, segurança e muito, mas muito mais.

As manifestações começaram discretas, atingindo uma proporção só vista anteriormente para a maioria dos jovens na história. Diretas já, Caras Pintadas, Greve Geral de 1917... Dia 17 de Junho foi um marco para a nova geração, “O Gigante Acordou”! No Rio de Janeiro foram mais de 100 mil pessoas pras ruas, em São Paulo 65 mil, em Maceió saíram às ruas cerca de 3 mil pessoas, em Brasília os manifestantes invadiram o Congresso Nacional... Registros afirmaram que também houve protestos em: Vitória, Salvador, Belém,

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Curitiba, Recife, Belo Horizonte, Juiz de Fora, Poços de Caldas, Viçosa/MG, Foz do Iguaçu, Londrina, Ponta Grossa, Belém, Fortaleza e mais, no total e apenas no País, 250 mil pessoas se reuniram. Fora do Brasil, houve manifestações de apoio em: Vancouver, Espanha, Alemanha, Coimbra e Áustria. Na quinta-feira dia 20 de Junho a contagem foi bem maior, foram mais de um milhão de pessoas às ruas em todo o Brasil, com garra e por um só sentimento. Exatamente, sentimento. A motivação para a participação de um mesmo protesto não é apenas um ideal. As visões de mundo de mais de um milhão de pessoas não são iguais, mas é algo parecido com uma emoção, um, já dito, sentimento. A empolgação para participar de um evento em que se tenta mudar, depois da população passar muito tempo “adormecida”, não precisa de um líder, foco sim, mas é uma mudança independente, apartidária. Na concentração o povo pinta cartazes, conversa sobre mudanças, respira o novo ar. Entre as faixas, cartolinas e papelões, dá pra ver os olhos brilhando com a esperança de um país melhor. São mensagens como: “Não é por R$ 0,20 centavos, é por direitos!”, “Nós somos o futuro da nação”, “Verás que um filho teu não foge a luta!”, “Uma cidade muda, não muda!”, “Em um país desenvolvido todos vão de coletivo”, “Queremos hospitais e escolas no padrão FIFA!”, “Se seu filho adoecer, leve-o ao estádio” e “Desculpem-nos o transtorno, estamos mudando o Brasil!”, que vemos o desejo de um povo que chama pra rua, acolhe e acredita na mudança do país. Não é muito tempo depois da concentração que as ruas são tomadas, motivados por gritos, músicas, paródias e o conhecido Hino Nacional. Não existe idade, é a hora de deixar o sofá e transferir para fora de casa o que era limitado às redes sociais, é a luta por um país aplaudido muitas vezes erroneamente no exterior. Está na hora de mudar o Brasil! O fôlego e a dor não vinham à tona, como diz Camila Guimarães que participou do ato em Maceió: “Os calos já latejavam nos pés enquanto passávamos novamente pela ladeira, desta vez subindo. As pernas já não eram as mesmas, mas os pulos continuavam cada vez mais altos. Afinal, “quem não pula quer aumento!”. Mas, ao olhar pros lados, víamos que quem não pula não quer melhoria na saúde, educação, segurança… E falando em saúde, sempre que soava o barulho de uma sirene a palavra “abre” ecoava entre os manifestantes e a ambulância passava pelo corredor humano. Quando estávamos em um cruzamento nos deparamos com ele na nossa frente: o ônibus. Dentro dele um passageiro filmava tudo pelo celular, sorria. Não parecia incomodado por estar parado em frente a um protesto. “Esquerda!!” era o comando para todos nós dobrarmos para este lado. Fiquei bem na curva diante do ato, daquele ângulo via uma fila enorme de carros, motos e ônibus. Em frente a eles, as milhares de pessoas afirmando “sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor!” e para a minha surpresa os motoristas começavam a buzinar, sorriam e colocavam os braços para fora dos veículos. Suspiravam aos gritos de “finalmente os jovens foram pra rua!”. E nós, jovens, pulávamos ainda mais. Passávamos por entre os carros e chamávamos: “vem pra rua!”.” www.OUSHBrasil.com.br

Você ainda acha que é pelos R$ 0,20? Talvez você já tenha precisado do SUS, ou melhor, de algum hospital público. Não? Então, será que já precisou de educação pública? Também não? E de infraestrutura em aeroportos e rodoviárias? Já andou de transporte público? Aliás, seu salário te deixa viver até o fim do mês? Pois é, a insatisfação certamente não é só sua. O nosso país passa por um colapso de infraestrutura na educação, saúde, transportes públicos, economia... O Brasil é um país rico, e não é só de belezas naturais e povo hospitaleiro não. Temos um país que possui um mercado livre e exportador, fomos considerados a sétima maior economia do mundo em 2011, segundo o FMI, o Banco Mundial e o World Factbook da CIA. No continente americano somos a segunda maior economia, perdendo apenas pra os Estados Unidos. Nos chamam de potência emergente. Um brasileiro é o presidente da Organização Mundial de Comércio e mais... São coisas que a metade da população não sabe. Não sabemos também o que é marcar uma consulta e ser atendidos no outro dia. Não sabemos o que é ter uma educação pública digna. Não sabemos o que é andar em um ônibus “vazio” e em boas condições. Não sabemos como nossos representantes fazem publicidade sobre a diminuição da desigualdade se não conseguimos ver isso na prática. Não sabemos como é sair na rua sem medo da violência. A questão é que ninguém aguenta mais. O Brasil não é um país pobre, pelo contrário, é um país altamente tributado, com taxas elevadas, sendo assim, não há razão para ter essa infraestrutura ruim quando há tanta riqueza. A estimativa de dinheiro gasto pela corrupção no Brasil por ano é de R$ 70 bilhões, exatamente, bilhões. A Copa do Mundo está custando aos cofres públicos mais de R$ 28 bilhões. Com um histórico de obras superfaturadas desde a Vila do Pan-Americano em 2008, a Copa entra no ranking mundial como uma das mais caras, são 12 estádios modernos, em contrapartida, com o dinheiro investido neles, podiam resolver demandas mais urgentes, como, por exemplo, a educação e saúde pública. Não há duvidas quanto à geração de empregos e quanto às visitas de estrangeiros ao país. Mas estamos preparados? Estimativas dizem que será mais de 600 mil pessoas visitando o Brasil, o que pode causar um caos aéreo por causa do enorme fluxo turístico e não preparação dos profissionais da área. As melhorias em alguns dos aeroportos que já receberam verba federal ainda nem estão prontas, e a copa já é ano que vem. E o que falar da segurança? Se não há nem para o próprio povo brasileiro, haverá para quem vem de fora? São perguntas que tem que esperar para serem respondidas. É com tanto superfaturamento e emprego de dinheiro em lugares “errados” que a inflação sobe e há aumento da desigualdade, é uma relação inversamente proporcional do custo de serviços e bens de consumo que apenas adiciona e a qualidade e quantidade que pode ser comprada a cada mês que desce. O que nos faz pensar: Será a política do pão e circo? Para quem não sabe, a expressão “politica do pão e circo” vem mais ou menos dos anos 100 depois de Cristo. Era o modo pelo qual os líderes romanos lidavam com a população. Uma maneira de manter a ordem e assim conquistar o apoio do povo. O Império Romano nós conhecemos dos livros de história, era um estado


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rico e em expansão, essa expansão trouxe imigrantes em busca de uma qualidade de vida melhor. Essas pessoas, com poucas condições financeiras, viviam com conforto mínimo, poucos espaços e quase nenhum saneamento básico, exploradas em empregos braçais e recebendo muito pouco. Aí você se pergunta, porque a população não se revoltou em grande escala e mudou isso? Os imperadores optaram por uma solução inteligente para eles, distribuíam cereais e faziam promoções de vários eventos para distrair o povo dos problemas mais sérios. Como a população só se preocupava com o alimento e o divertimento, a expressão crítica e a falta de informação do povo da época os levavam a ganhar essa expressão, que tem origem em uma sátira de um poeta romano chamado Juvenal. Hoje, os protestos aproximam o exterior da realidade do Brasil, onde antes era tido como um país que prega o bem-estar e o desenvolvimento pouco visto pelo povo. Protestos por melhorias e não o vandalismo e depredação que vem sendo realizados por uma minoria que quer se aproveitar da situação. Não é só do lado da população que parte a violência, a policia faz o seu trabalho, muitas vezes exagerado. Balas de borracha, gás lacrimogêneo, bombas de efeito moral. A multidão grita: “Hey, soldado, você está do lado errado.”. E ele realmente está... Ouvimos um policial dando depoimento e uma parte ficou marcada: “É difícil combater uma causa que também é minha.”. O que causa espanto é como uma parte da mídia apoiava o exagero da policia, até essa própria parte ser atingida diretamente, tendo seus carros queimados, seus jornalistas, repórteres e cinegrafistas agredidos por estarem fazendo apenas o próprio trabalho. A maioria da população condena os atos violentos, são lamentáveis, e o problema pode ser o desvio de atenção para essa parte, mas, não é essa a questão. Se um 1% das 250 mil pessoas que foram às ruas são vândalos, creio que é um preço pequeno a se pagar perto do resto que tem boas intenções e apenas não aguentam mais lutar sozinhos todos os dias. Veículos internacionais de imprensa dão apoio ao Brasil. Sociólogos, economistas, jornalistas e outros profissionais analisam a chamada “Revolução dos 20 centavos!”. O apoio vindo de fora parece devolver, ou melhor, oferecer gás para o povo, é a imparcialidade que não se vê na maioria da imprensa nacional, a não mudança de foco, a hora em que se percebe que os problemas que a população passa todos os dias são maiores do que imaginados anteriormente. São anos em que vemos pessoas criticando o que achavam errado no país, na política e em todas as áreas, mas sem atitude de fazer algo mais, sentindo na população o que o próprio brasileiro sempre diz: “tudo tem um jeitinho”. Os jovens saíram da internet e a usam para o bem, a fim de propagar a velocidade da informação. Reuniões estão sendo marcadas, marchas sendo combinadas e ideias sendo amadurecidas. As reações variam entre as pessoas. Há quem ache lindo, afinal, o povo acordou. Há quem vá à frente e motive os outros. Há quem se revolte. Há quem critique. Há quem fique confuso, quem não concorde ou quem fique indiferente. Afinal, talvez nunca tenha acontecido uma manifestação de grande escala buscando as mesmas razões. Partindo de uma visão geral, observamos que o que se quer é mais do Brasil. São reconhecidos os avanços dos últimos anos, mas o povo acredita que pode ser bem melhor. O que existia no país, a inércia, era aplaudida pelos políticos, claro, a população

vivia anestesiada deixando os representantes governarem sem pensar nas consequências que não os afetassem. Porque agora? O país está pior que há alguns anos? Claro que não. Mas, assim como existe mais democracia e menos desigualdade, pode-se ver que o povo merece e precisa de mais. A busca é por serviços públicos que funcionem, escolas de qualidade, hospitais dignos sem precisar que se espere por meses para uma simples consulta e que os próprios tenham tratamento para seres humanos, e acima de tudo, o que nós buscamos é uma polícia que não atue como na ditadura e política sem corrupção e superfaturamento. Não é impossível, é a luta por um Brasil melhor, nada mais. De modo geral e analisando o momento que o país avançou, os brasileiros mudaram, mas os nossos políticos não mudaram. Depois do início da onda de protestos em todo mundo, Dilma Rousseff diz que o Brasil “acordou mais forte”. Com elogios aos manifestantes, a polícia e ao seu próprio governo, ela declara: “A grandeza das manifestações de ontem comprovam a energia da nossa democracia. A força da voz da rua e o civismo da nossa população. É bom ver tantos jovens e adultos, o neto, o pai, o avô juntos com a bandeira do Brasil cantando o Hino Nacional, dizendo com orgulho eu sou brasileiro e defendendo um país melhor. O Brasil tem orgulho deles". E ressalta: "A mensagem direta das ruas é por mais cidadania, por mais escolas, melhores hospitais, direito de participação. Essa mensagem das ruas mostra a exigência de melhorias no transporte a preço justo, e o direito de influir nas decisões de todos os governos. Essa mensagem das ruas é de repúdio à corrupção e ao uso indevido de dinheiro público e comprova o valor intrínseco da democracia, da participação dos cidadãos por seus direitos.". A mensagem está sendo recebida pelo que dá pra ser visto, o que provavelmente não se tem é consciência da conjuntura, onde se espera rapidez e mudanças. O governo da nossa atual presidente vem sendo ameaçado pela população, o descontentamento é evidente, até o impeachment já foi cogitado pelo povo. Segundo informações da sua assessoria, há um esquema de segurança preparado para o caso dos manifestantes “passarem dos limites”. O que ainda não se entende é porque os políticos estão batendo apenas na tecla do transporte público quando a melhoria que está sendo pedida é geral. Por falar em transporte público, várias cidades revogaram o aumento e até abaixaram os preços. Em São Paulo volta a valer o preço antigo, em depoimento o governador Geraldo Alckmin diz: “As empresas não suportam, não têm como arcar com essa diferença. Então o tesouro paulista, o orçamento do estado, nós vamos arcar com esses custos.”. No Rio de Janeiro o governo e a prefeitura revogaram o aumento de tarifa e deixaram os transportes cerca de R$ 0,20, mais baratos. Em Maceió, o governador Teotônio Vilela Filho e o prefeito Rui palmeira, anunciam que não terá aumento nas passagens e por isso o Estado vai desonerar o Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) para as empresas de ônibus. Teotônio ainda ressalta: “Temos que manter a ordem, o respeito e a compreensão para que haja uma interlocução e as demandas sejam atendidas dentro das possibilidades do Estado.”. A ideia é levar à Brasília, planos de mobilidade urbana. Como divulgado pela prefeitura de Maceió, Rui anuncia que vai apresentar junto com o Ministério Público uma licitação especializada dos

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no Brasil

Movimento Negro

Diretas Já

Campanha por direitos civis e igualdade para os negros nos Estados Unidos. A Marcha a Washington levou mais de 250 mil pessoas às ruas. Martin Luther King liderou a campanha que estabeleceu o fim da discriminação racial americana e o direito ao voto para os negros. King ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1964.

Movimento que reivindicava a volta de eleições diretas para presidente após mais de 30 anos de regime militar. Maior manifestação popular da história do Brasil, levou cerca de 1,5 milhão de pessoas ao Vale do Anhangabaú em 16 de abril de 1984. Como resultado, uma nova Constituição, em 1988, e eleições em 1989.

Praça da Paz Celestial

Impeachment

Em junho de 1989, mais de 100 mil pessoas se uniram em marchas pacíficas pelas ruas de Pequim. Além de liberdade e reformas democráticas, os manifestantes também protestavam contra a inflação resultante da abertura econômica e a corrupção. Cerca de 80 manifestantes foram mortos nos conflitos.

Denúncias de corrupção que atingiam o presidente Fernando Collor foram publicadas na imprensa em 1992. Passeatas ocorreram em vários estados para exigir o impeachment de Collor. Em São Paulo, cerca de 750 mil pessoas foram às ruas, em 18 de setembro daquele ano, exigindo a saída do presidente.

Marcha do sal

Suicídio de Getúlio

Em 1930, Gandhi liderou uma campanha contra a colonização britânica na Índia. Pediu que todos parassem de trabalhar para os ingleses, demonstrando o poder do povo. Mais de 70 mil pessoas foram presas. O líder chegou ao litoral e como protesto pela taxação e monopólio do sal, banhou-se com o produto.

Em meio a uma crise política, o presidente Getúlio Vargas se suicidou em agosto de 1954. Sua “carta-testamento”, com críticas aos opositores, agravou o clima de comoção e revolta. Manifestações populares ocorreram em várias cidades e estima-se que 3 milhões de brasileiros saíram às ruas do país.

Muro de Berlim

Marcha da vitória

Em 1989, uma onda de democratização atingiu o regime comunista da Alemanha Oriental. Entre as medidas a serem adotadas estaria a abertura da fronteira ocidental. Em 9 de novembro de 1989, uma reação popular surpreendente levou à completa destruição do muro de Berlim em algumas horas.

Em 19 de março de 1964, reuniram-se em São Paulo quase 500 mil pessoas na “Marcha da Família”, num protesto contra o presidente João Goulart. Poucos dias depois ele foi deposto e, em 2 de abril, cerca de 1 milhão de pessoas participaram, no Rio, da “Marcha da Vitória” para saudar a queda de Goulart.

Apartheid

Revolta da vacina

Regime de segregação racial que favoreceu a minoria branca da África do Sul entre 1948 e 1994. Nelson Mandela foi o principal líder de uma revolução que tomou conta das ruas. Após vários conflitos com prisões e mortes, conquistaram, através de um plebiscito, o direito de igualdade civil a partir de 1992.

Para combater epidemias no Rio de Janeiro, o sanitarista Osvaldo Cruz conseguiu que a vacinação contra a varíola virasse obrigatória. Em novembro de 1904, a população se revoltou contra a medida e milhares de pessoas protestaram nas ruas. Não há estimativas precisas do número de manifestantes.

manifestações

no Mundo


Aproveitando a onda de protestos, as coisas em Brasília começaram a mudar. Embora, na semana em que o país levantou, tenha sido aprovada a “Cura Gay” pela Comissão de Direitos Humanos, onde o texto da proposta sugere que psicólogos passem a tratar a homossexualidade como doença, que deve passar ainda por duas comissões na câmara e se aprovado seguirá para o plenário. E, outro projeto, conhecido como PEC 33, chamado pela mídia de “Golpe de Estado Branco”, também tenha sido aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, com a pretensão de submissão ao Congresso das decisões da Justiça declaradas inconstitucionais. Dando aos deputados e senadores o poder de decidirem se é válido ou não o que eles mesmos aprovaram. Essa decisão cabe à justiça, mais especificadamente ao STF. Caso continue, o poder legislativo será maior que o poder judiciário. O que se caracteriza como início da mudança é a não aprovação da PEC 37, que retiraria do Ministério Público a atribuição de realizar investigações criminais. Não se sabe se a votação foi de fato uma comprovação de um novo posicionamento dos políticos, ou apropriação oportunista do desejo do povo e não partidário. Dias depois do seu discurso já citado anteriormente, a própria presidente foi à rede nacional e deu seu pronunciamento oficial sobre as mudanças que devem ocorrer nos próximos meses: “Vou convidar os governadores e os prefeitos das principais cidades do país para um grande pacto em torno da melhoria dos serviços públicos. O foco será: primeiro, a elaboração do Plano Nacional de Mobilidade Urbana, que privilegie o transporte coletivo; segundo, a destinação de 100% dos recursos do petróleo para a educação; terceiro, trazer de imediato milhares de médicos do exterior para ampliar o atendimento do SUS". Sua mensagem não foi bem recebida pela população, nas redes sociais essa declaração foi vista como um modo de acalmar os protestos sem realmente ter uma solução válida para o que está sendo defendido. Nas palavras do sociólogo espanhol Manuel Castells: "Porque, fundamentalmente, os cidadãos do mundo não se sentem

representados pelas instituições democráticas. Não é a velha história da democracia real, não. Eles são contra esta precisa prática democrática em que a classe política se apropria da representação, não presta contas em nenhum momento e justifica qualquer coisa em função dos interesses que servem ao Estado e à classe política, ou seja, os interesses econômicos, tecnológicos e culturais. Eles não respeitam os cidadãos. É esta a manifestação. É isso que os cidadãos sentem e pensam: que eles não são respeitados.". Com uma democracia nova, que tem apenas 30 anos de idade, se começa a entender o significado da palavra que diz: “Governo do povo!”. Todas as decisões devem ser tomadas a favor da população onde há a responsabilidade cívica, que pode ser exercida pelo próprio povo ou por um governo que o escute. O ministro Joaquim Barbosa fala: “O Brasil precisava a muito tempo de uma manifestação como essa. A Constituição diz que o “poder emana do povo” e não o contrário. Estou feliz com tal repercussão nacional. Que continue sempre assim!”. Já dizia Ulysses Guimarães: “A única coisa que mete medo em político é o povo nas ruas.”. As manifestações são pelas pessoas que se indignam com o mensalão, são por aquelas que têm que criar os filhos com um salário mínimo, por as que trabalham de domingo a domingo, que tem hora para sair e não tem hora para chegar, que pegam transporte público, que andam de carro, que pagam impostos exorbitantes, que precisam de hospitais públicos e não de estádios. São pelas que gostam de futebol, mas que acham que se precisa investir mais em outros setores do que na copa, são pelas que não podem ir às ruas, mas que têm direitos. São pelas pessoas que torcem para que o “gigante que acordou” não durma novamente. Essa luta é por mim, por você, pelo presente e futuro. Da pra ver que o povo pode muito quando unido, é mais ou menos como disseram em São Paulo: “São milhares, acordando milhões.”, um clichê que traduz o que estamos vivendo. Foco, força e fé. Os gritos não cabem em tão pouca quantia, não é por centavos e sim por direitos. São dias que já entraram para a história e continuam entrando com as ações dos políticos e da população, a atualização é diária, as reações imprevisíveis e a luta é por um Brasil melhor. É apenas uma gota que faz transbordar e essa gota chegou.

Disse o Ministro... “Somos o único caso de democracia no mundo em que condenados por corrupção legislam contra os juízes que os condenaram. Somos o único caso de democracia no mundo em que as decisões do Supremo Tribunal podem ser mudadas por condenados. Somos o único caso de democracia no mundo em que deputados após condenados assumem cargos e afrontam o Judiciário. Somos o único caso de democracia no mundo em que é possível que condenados façam seus habeas corpus, ou legislem para mudar a lei e serem libertos”. (Declaração do Ministro do STF, Joaquim Barbosa, sobre o projeto de submeter à aprovação do Congresso as decisões do STF)

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BRASIL ATUAL

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ônibus, que está sendo planejada com seriedade e cuidado. Dentre as cidades que revogaram o aumento ou diminuíram as tarifas, também estão: Natal, Porto Alegre, Manaus, Goiânia, Cuiabá, João Pessoa, Curitiba, Recife e Vitória.

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CENÁRIO POLÍTICO

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Brasil? Por Marcio Mrotzeck Fotos Divulgação

Colaborou Antonio Maria do Vale

Mudanças no cenário nacional já começam a ser vistas, a proposta e disposição do governo é de atender ao clamor do povo brasileiro, a população, porém, ainda espera para ver se, de fato, viveremos um novo tempo. No dia 24 de junho a Presidenta Dilma voltou para falar em Rede Nacional propondo cinco pactos entre eles um plebiscito para constituinte da reforma politica. Em reunião com os 27 governadores e 26 prefeitos, também chamou atenção para responsabilidade fiscal, saúde, educação, transportes. A reação popular não foi muito diferente da primeira, após ouvir os discursos o Brasil pede menos pronunciamentos e mais ações. Para quem perdeu ou quer prestar atenção nos detalhes, é possível ver seu comunicado

completo a seguir. Foi sobre essa reunião que o prefeito de Maceió, Rui Palmeira, comentou em seu facebook. Ele frisa que a comunicação entre União, Estado e Município é importante e que vai vir de modo especial acompanhando os investimentos anunciados pela presidente e ainda diz que: “a sociedade tem direito a serviços públicos de qualidade! Na Prefeitura, estamos trabalhando com este objetivo”.

Discurso da Presidenta da República, Dilma Rousseff, durante reunião com governadores e prefeitos de capitais

Nós todos sabemos onde estão os problemas. Nós todos sabemos que podemos construir soluções. Mas também sabemos das incontáveis dificuldades para resolvê-los. Eu mesma tenho enfrentado, desde que assumi a Presidência, inúmeras barreiras, mas a energia que vem das ruas é maior do que qualquer obstáculo. Junto com a população podemos resolver grandes problemas. Não há por que ficarmos inertes, acomodados ou divididos. Por isso, companheiros, companheiras governadoras, companheiros governadores, prefeitas e prefeitos, eu trago propostas concretas e disposição política para construirmos pelo menos cinco pactos em favor do Brasil. O primeiro pacto é pela responsabilidade fiscal, para garantir a estabilidade da economia e o controle da inflação. Esse é um pacto perene de todos nós. Essa é uma dimensão especialmente importante no momento atual, quando a prolongada crise econômica mundial ainda castiga, com volatilidade, todas as nações. O segundo pacto é em torno da construção de uma ampla e profunda reforma política, que amplie a participação popular e amplie os horizontes da cidadania. Esse tema, todos nós sabemos, já entrou e saiu da pauta do país por várias vezes, e é necessário que nós, ao percebermos que, nas últimas décadas, ele entrou e saiu várias vezes, tenhamos a iniciativa de romper o impacto. Quero, nesse momento, propor o debate sobre a convocação de um plebiscito popular que autorize o funcionamento de um processo constituinte específico para fazer a reforma política que o país tanto necessita. O Brasil está maduro para avançar e já deixou claro que não quer ficar parado onde está. Devemos também dar prioridade ao combate à corrupção, de forma ainda mais contundente do que já vem sendo feito em todas as esferas. Nesse sentido, uma iniciativa fundamental é uma nova legislação que classifique a corrupção dolosa como equivalente a crime hediondo, com penas severas, muito mais severas. Além disso, todas as esferas administrativas, de todos os poderes da República, devem se esforçar para agilizar a implantação plena da Lei de Acesso à Informação, que dá ao governante mais instrumentos de combate à corrupção e contribui para a participação da cidadania. O terceiro passo é na questão da Saúde. Quero propor aos senhores e às senhoras acelerar os investimentos já contratados em hospitais, UPAs e unidades básicas de saúde. Por exemplo, ampliar também a adesão dos hospitais filantrópicos ao programa que troca dívidas por mais atendimento e incentivar a ida de médicos para as cidades que mais precisam e as regiões que mais precisam.

Boa tarde a todos. Vamos dar início a essa reunião de governadores e prefeitos... Eu queria, primeiro, desejar bom dia a todos vocês, cumprimentar os queridos governadores e as queridas governadoras, as caras prefeitas e caros prefeitos. Em primeiro lugar, eu quero agradecer a presença de vocês e o atendimento imediato a meu convite para debatermos o momento delicado em que vive o país. Mais do que um debate, estamos aqui para procurar e evidenciar, e apontar soluções. Buscamos respostas, todas elas republicanas e participativas aos problemas que inquietam e mobilizam o povo brasileiro. Nos últimos anos, o Brasil vem passando por um inequívoco e ininterrupto processo, talvez o maior processo de mudança da nossa história. Nós combinamos estabilidade econômica e amplas liberdades democráticas com o crescimento econômico e geração massiva de empregos. Temos, possivelmente, a mais baixa taxa de desemprego do mundo. Inovadoras políticas públicas permitiram a inclusão de 40 milhões de pessoas a um intenso processo de redução das desigualdades. O país deixou de ser governado apenas para 1/3 da população e passou a ser governado para toda a população. Nessas condições, o Brasil criou um amplo mercado de consumo de massa e avançou na construção da cidadania. O povo está agora nas ruas, dizendo que deseja que as mudanças continuem, que elas se ampliem, que elas ocorram ainda mais rápido. Ele está nos dizendo que quer mais cidadania, quer uma cidadania plena. As ruas estão nos dizendo que o país quer serviços públicos de qualidade, quer mecanismos mais eficientes de combate à corrupção que assegurem o bom uso do dinheiro público, quer uma representação política permeável à sociedade onde, como já disse antes, o cidadão e não o poder econômico esteja em primeiro lugar. É muito bom que o povo esteja dizendo tudo isso em alto e bom som. Cabe a cada um de nós - presidenta, ministros, governadores, governadoras, prefeitas, prefeitos -, cabe a cada um de nós cumprir essa nova e decisiva dimensão da vontade popular.

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5 Pactos

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ECONOMIA Unir forças para manter a estabilidade da economia. Garantir o controle da inflação e preservar a responsabilidade fiscal.

“Essa é uma dimensão importante no momento atual quando a crise castiga com volatilidade todas as nações.”

SAÚDE Trazer médicos do exterior para ocupar vagas no SUS recusadas por médicos brasileiros. Abrir 11,4 mil vagas de graduação em cursos de medicina, com mais 12,3 mil vagas para residência.

“Gostaria de dizer à classe médica que não se trata de medida hostil ou desrespeitosa, tendo em vista que temos dificuldades de encontrar médicos para trabalhar nas áreas mais remotas.”

REFORMA POLÍTICA Convocar um plebiscisto sobre uma constituinte para promover uma reforma política, transformando a corrupção em crime hediondo.

“Queremos dar prioridade ao combate à corrupção de forma mais contundente. Nesse sentido, precisamos de uma nova legislação que classifique a corrupção dolosa como crime hediondo.”

EDUCAÇÃO Aprovar o projeto de lei que destine 100% dos recursos de royalties do petróleo da camada pré-sal para ações de melhoria na educação.

“Esse é um esforço que devemos fazer para que haja uma mudança significativa no curto, médio e longo prazo no nosso país.”

TRANSPORTE PÚBLICO Ampliar a desoneração do PIS-Cofins sobre o óleo diesel e da energia elétrica consumida por metrôs e trens, além de investir R$ 50 bilhões em obras.

“O nosso pacto precisa assegurar também uma participação da sociedade e maior transparência no cálculo das tarifas.”

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Quando não houver a disponibilidade de médicos brasileiros, contrataremos profissionais estrangeiros para trabalhar com exclusividade no Sistema Único de Saúde. Neste último aspecto, sei que vamos enfrentar um bom debate democrático. De início, gostaria de dizer à classe médica brasileira que não se trata, nem de longe, de uma medida hostil ou desrespeitosa aos nossos profissionais. Trata-se de uma ação emergencial, localizada, tendo em vista a grande dificuldade que estamos enfrentando para encontrar médicos, em número suficiente ou com disposição para trabalhar nas áreas mais remotas do país ou nas zonas mais pobres das nossas grandes cidades. Sempre ofereceremos primeiro aos médicos brasileiros as vagas a serem preenchidas. Só depois chamaremos médicos estrangeiros. Mas é preciso ficar claro que a saúde do cidadão deve prevalecer sobre quaisquer outros interesses. O Brasil continua sendo um dos países do mundo que menos emprega médicos estrangeiros. Por exemplo, 37% dos médicos que trabalham na Inglaterra se graduaram no exterior. Nos Estados Unidos, são 25%. Na Austrália, 22%. Aqui no Brasil, temos apenas 1,79% de médicos estrangeiros. Enquanto isso, temos hoje regiões em nosso país em que a população não tem atendimento médico. Isso não pode continuar. Sabemos mais que ninguém que não vamos melhorar a saúde pública apenas com a contratação de médicos, brasileiros e estrangeiros. Por isso, vamos tomar, juntamente com os senhores, uma série de medidas para melhorar as condições físicas da rede de atendimento e todo o ambiente de trabalho dos atuais e futuros profissionais. Ao mesmo tempo, estamos tocando o maior programa da história de ampliação das vagas em cursos de Medicina e formação de especialistas. Isso vai significar, entre outras coisas, a criação de 11 mil e 447 novas vagas de graduação e 12 mil e 376 novas vagas de residência para estudantes brasileiros até 2017. O quarto pacto se propõe a dar um salto de qualidade no transporte público nas grandes cidades, mudar a matriz desse transporte. Fazer mais metrôs, VLTs e corredores de ônibus. Avançar mais rápido em direção ao transporte público de qualidade e acessível. O governo federal já desonerou impostos, o que permitiu a redução das tarifas de ônibus em 7,23%, e 13,75% na tarifa do metrô e dos trens. Além disso, mantivemos congeladas as tarifas de metrô e trens operados pelo governo federal desde 2003. Desoneramos também o IPI para a compra de ônibus. Estamos dispostos, agora, a ampliar a desoneração do PIS/Cofins sobre o óleo diesel dos ônibus e a energia elétrica consumida por metrôs e trens. Esse processo pode ser fortalecido pelos estados e os municípios com a desoneração de seus impostos. Tenho certeza que as senhoras e os senhores estarão sensíveis a isso. Além disso, decidi destinar mais R$ 50 bilhões para novos investimentos em obras de mobilidade urbana. Essa decisão é reflexo do pleito por melhoria do transporte coletivo no nosso país, onde as grandes cidades crescem e onde, no passado, houve a incorreta opção por não investir em metrôs. Só muito recentemente, nas últimas décadas, é que o metrô passou a ser um dos meios de transporte reconhecidos como sendo objeto da necessidade de investimento. Tenho certeza que nos últimos anos o Brasil tem tido um grande investimento na área de transporte coletivo urbano e temos muito orgulho de, junto com os governadores e os prefeitos, participarmos desse grande esforço. O nosso pacto precisa, pois, assegurar também uma grande participação da sociedade na discussão política do transporte, uma maior transparência e controle social no cálculo das tarifas de ônibus. Para isso, estou criando o Conselho Nacional de Transporte Público, com participação da sociedade civil e dos usuários. A criação de Conselho semelhante nos municípios e regiões metropolitanas onde ainda não existem será extremamente importante. Concluo com o Pacto da Educação Pública. Nenhuma nação se desenvolve sem alfabetização na idade certa e sem creches para a população que mais precisa, sem educação em tempo integral, sem ensino técnico profissionalizante, sem universidade de excelência, sem pesquisa, ciência e inovação. São condições essenciais para alcançar essas metas a formação, a valorização e bons salários para os educadores, e isso exige recursos. Avançamos muito nas últimas décadas, para reverter o atraso secular da nossa educação, mas agora precisamos – vou repetir – de mais recursos. Por isso mesmo o meu governo tem lutado, junto ao Congresso Nacional, para que 100% dos royalties do petróleo e os recursos, 50% dos recursos do pré-sal, a serem recebidos pelas prefeituras, pelo governo federal, pelos municípios, e a parte da União, eu repito, sejam investidos na educação. Confio que os senhores congressistas aprovarão esse projeto que tramita no Legislativo com urgência constitucional. Minhas amigas e meus amigos, Eu coordenei e, nos últimos tempos, dei uma grande ênfase a essa questão da educação. Acredito que todos nós sabemos que isso transforma, esse esforço na educação, transforma um país em nação desenvolvida. Não houve nenhum país do mundo que não tivesse esse esforço concentrado na educação e que tivesse chegado à condição de país desenvolvido. Por isso também gostaria de dizer aqui que, ao longo desse processo, essa tem sido uma questão que eu recebi muita simpatia de governadores e de prefeitos. Acredito que esse é um esforço que nós devemos fazer para que haja uma mudança significativa no curto, no médio e no longo prazos no nosso país. Senhores governadoras, governadores, prefeitos e prefeitas, Eu condenei e alertei, em rede nacional, na semana passada, que meu governo não vai transigir na manutenção da lei e da ordem, coibindo a ação de vândalos arruaceiros que tentam perturbar o caráter pacífico das manifestações. Eu repito essa disposição perante os senhores e as senhoras e reafirmo meu compromisso de ajudá-los no que for necessário para garantirmos paz e tranquilidade às nossas cidades. Mas quero repetir principalmente que meu governo está ouvindo a voz democrática, as vozes democráticas que saem e emergem das ruas e que pedem mudanças. É preciso saber escutar a voz das ruas. Só ela é capaz de nos impulsionar a andar ainda mais rápido. É preciso que todos, todos mesmo, sem exceção, entendam esses sinais com humildade e acerto. Isso vale não apenas para nós, líderes de governos, mas igualmente para os brasileiros e brasileiras que estão em suas casas e também para aqueles que foram às ruas. Se aproveitarmos bem o impulso dessa nova energia política, poderemos fazer mais rápido muita coisa. Cabe a nós saber retirar desse momento mais força para fazermos mais pelo Brasil e muito mais pelos brasileiros. Antes de agradecê-los, a vocês a atenção e o fato de terem comparecido aqui, de forma tão deliberadamente empenhada na resolução dos problemas do nosso país, eu gostaria de pedir que dois ministros do meu governo fizessem rápidos esclarecimentos, sobre a questão da saúde, sobre a questão do transporte urbano coletivo. Desse pacto pela saúde e desse pacto pela questão da mobilidade urbana e pelo transporte coletivo de massa. E sugeriria, logo em seguida, que nós começássemos a nossa reunião e o nosso debate dando a palavra, por um tempo determinado, aos senhores governadores e prefeitos. Nós somos no mínimo 54 para falar, 27 governadores e 27 prefeitos. Aliás, 26 prefeitos, porque Brasília não tem prefeito. Então são 53. E aí nós vamos ter que pensar em um tempo para que todos falem ou que pelo menos que tenha uma representação por região e pelos partidos que compõem aqui o grupo.


Nelson da Rabeca Por Antonio Maria do Vale Fotos Divulgação

Para quem já ouviu uma rabeca ser tocada já identificou um som que mais parece um choro. É, um choro mesmo... Mas como nós, meros mortais, a rabeca chora, também, quando está feliz. Historicamente Alagoas é um Estado privilegiado em seu contexto de formação cultural. Sempre com cadeira cativa nos principais acontecimentos que marcaram os mais de 500 anos de nosso país, a sociedade alagoana sofreu, nessa longa e rica jornada, influência das mais diversas vertentes, principalmente da tríplice aliança entre o negro, o índio e o lusitano, que contribuíram na construção de nossa religiosidade, nossa culinária, nossos festejos e nosso patrimônio cultural.

O tempo passa e os conceitos se transformam. Velhos costumes ficam no passado, adaptam-se para o presente e já possuem a certeza de que serão adequados para o futuro. A memória é peça fundamental para a garantia de uma identidade cultural, ela é a responsável pela geração de valores que permanecem independentes a ação do tempo, que sobrevive às ruínas das igrejas, casarios e monumentos de cidades históricas como Penedo as margens do Velho Chico, de Porto Calvo do heróico, ou vilão, Calabar, e de Marechal Deodoro da musicalidade de Nelson da Rabeca, neste caso, principal personagem dessa nossa história que tenta conceituar o que temos como cultura.

Mas, afinal, o que é cultura? Fundamental para a compreensão de diversos valores morais e éticos da sociedade, a cultura nos ajuda a entender como estes costumes se internalizam em nós e como eles conduzem nossas emoções e avaliações. Na verdade, a cultura não é aquilo que vem de fora pra dentro, mas como captamos de dentro para fora, tendo como conceito geral as atividades, modo de agir, costumes e tradições de um povo. É o principal meio pelo qual o Homem transforma o meio e constrói sua realidade.

Mestre autodidata luthier e músico, Nelson dos Santos nos ajuda a entender que a cultura é relativa, partindo da hipótese que o Homem, ao contrário dos animais, não vive de acordo com seus instintos, regido por leis biológicas, invariáveis para toda a espécie, mas sim a partir da sua capacidade de pensar a realidade que o circunda e de construir significados para a sua própria natureza, que vão além daqueles percebidos pelo que é enviado através do externo.

A cultura está em constante processo evolutivo. Desenvolve-se na medida em que uma comunidade ou região se transforma, mudando os costumes, adaptando a língua, os modismos, incluindo e excluindo valores que vão da religião a política. Os Homens mudam, a sociedade muda, a cultura muda, vindo de dentro das mentes e não das obras. Mas e a cultura alagoana? Ela possui características endêmicas? Ou é fruto de incorporação externa?

Aos 84 anos, o artista convive entre a fama e o anonimato, confirmando a máxima que cultura e arte não estão mais limitadas aos limites geográficos. Hoje, os indivíduos formam comunidades por afinidade que independem de localização próxima. Nelson da Rabeca, por exemplo, é aclamado pelos quatro cantos do mundo ao mesmo tempo em que é desconhecido pela maioria dos alagoanos. O avanço nos meios de comunicação, hoje mais que representado pela ininterrupta utilização das redes sociais, quebrou a obrigatoriedade de a cultura ser criada através do convívio com pessoas, disponibilizando um multiculturalismo a qualquer indivíduo. A cultura já não é mais fruto apenas do social, o virtual ganha posto bem real nesse contexto. Natural de Joaquim Gomes, como muitos dos alagoanos, Nelson passou boa parte de sua vida trabalhando na monocultura da cana-de-açúcar, até que sua simpatia e simplicidade esbarraram, justamente por conta desta nova janela aberta pelas novas tecnologias, com o refinado som que ecoava de um violino. Surgira então Nelson da Rabeca. Que, avesso a qualquer expectativa, cria uma musicalidade de timbre singular.

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PATRIMÔNIO CULTURAL

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O instrumento, criado na Idade Média e talhado pelo alagoano a partir de seus 54 anos, é representante legítimo de como a cultura é algo relativo à visão de quem observa e sua respectiva formação sobre o assunto. Ele encanta turistas por sua história de vida, artesãos por sua habilidade com a madeira e, principalmente, músicos, que atestam a qualidade sonora das rabecas do Sr. Nelson. O musicólogo Wagner Campos, sobre ele, afirmou: "Dominando todos os processos de sua arte musical, do corte da madeira, passando por todas as etapas específicas da construção de cada um de seus instrumentos, até a criação e interpretação de suas próprias composições, Seu Nelson trabalha apoiado em um sabedoria secular, representando o ponto de chegada de conhecimentos muito antigos trazidos na bagagem dos colonizadores, diminuindo distâncias entre passado e presente, tradição e atualidade". Quer maior exemplo da ação do multiculturalismo por qual passamos hoje?

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A reinvenção da rabeca pelo Sr. Nelson, também comprova que a cultura não necessariamente é incorporada, mas em boa parte decorrente de iniciativa. Apesar das dificuldades, a história deste músico alagoano atesta a lógica de que cultura não está à venda. É fácil encontrar o ilustre morador de Marechal Deodoro em sua casa com grandes janelas, que semi-abertas deixam escapar sua melodia pelas estreitas ruas da cidade, e ouvir dele próprio que “trabalhava na fazenda durante toda a semana e no fim de semana tocava pros turistas na Praia do Francês, onde ganhava dois tantos a mais que durante a semana. Foi lá que comecei a ser divulgado, hoje tenho discos gravados e já toquei no Brasil todo: Fortaleza, Salvador, São Paulo, Porto Alegre, em todo canto. Conheci Hermeto Pascoal, Antônio Nóbrega, Gilberto Gil e muita gente do mundo todo vêm me visitar aqui em casa. Hoje sou feliz com minha rabeca. Eu ouvia dizer que cavalo velho não aprende passada, mas aprende. Eu aprendi. Estou com mais de 80 anos e não paro de criar, continuo fazendo música”.

é pioneiro nesta lista e já não existe mais. Deu lugar a uma nova tentativa que não atraia tanto os demolidores culturais, desta vez uma nota musical. A cultura tradicional nos traz um conhecimento de mundo. Esse conhecimento não é lógico e racional, mas intuitivo. Diferente do sentimento de um mundo desordenado justamente pela ausência de identidade cultural. O conceito de cultura está intimamente relacionado a expressões de autenticidade, integridade e liberdade. Ela reúne heranças do passado que necessitam permanecer no presente e servir de base para o futuro. Deformar a cultura, assim como o monumento de Nelson da Rabeca, meramente de concreto para uns e de valor inestimável para outros, é uma maneira de decompor os hábitos instalados nos povos ao longo da história da humanidade. É preciso cultivar as raízes de nossas manifestações ou, do contrário, elas não passarão de histórias contadas nos livros ou em acervo digital, muito em breve.

Nelson faz parte do que se chama de cultura contemporânea, também chamada de pós-moderna, caracterizada pela flexibilização das fronteiras entre erudito e popular, tradição e novidade, cultura regional e global, dominante e dominada, fragmentada entre múltiplas afiliações, preferências, papéis sociais, etnias e gêneros. Mas e o alagoano e sua cultura nisso tudo? Pois bem, Esse modo cultural contemporâneo é alimentado pelo entretenimento, pela publicidade, mas também pelo modismo, que oferece, com rapidez, aquilo que se poderia desejar, sem demandar qualquer esforço. A cultura do entretenimento, ao apresentar o mundo como espetáculo constante, a ser consumido e descartado a cada novo momento, propicia a falta de reflexão, a repetição de padrões às vezes inadequados às necessidades sociais do grupo ou pessoais, a confusão entre realidade e ficção. O mundo não é mais tão real. Ou seria, o mundo é cada vez mais virtual.

Nelson da Rabeca sempre relata a dor de ter que chegar até sua cidade observando o monumento erguido em sua homenagem danificado por vândalos sem qualquer apreço a cultura, ou mais, a um conterrâneo brioso. Mais parece um retrato da atual situação de nossa cultura, estamos literalmente demolindo-a, descaracterizando-a, amputando-a lentamente. Muito em breve, esperando estarmos errados, os folguedos e o som da rabeca de Nelson também poderão se tornar virtuais. O monumento, inclusive,

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Como uma faca de dois gumes, esta nova versão cultural promove a maximização do global em função da dizimação do local. A tendência é que as crenças, costumes e todas as demais manifestações culturais tornem-se universais, e que o regional só sobreviva através de interesses comerciais, principalmente pelo desinteresse das novas gerações em preservar o que não é atual. A modernidade causa uma impressão falsa de ridicularização do que é mais tradicional. Há uma tendência perigosa de troca entre entretenimento e cultura.


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DESENVOLVIMENTO

50 Um rio de esperança

Canal do Sertão

Por Antonio Maria do Vale Fotos Divulgação

O desenvolvimento da região é imprescindível e um dos principais objetivos do combate à seca, dando qualidade de vida a um povo que carrega há séculos o martírio e a sina de ter que conviver com a falta de água e oportunidades. Foram mais de 20 anos de espera, mas a tão sonhada água do Canal do Sertão começa a chegar ao semi-árido alagoano. A obra, iniciada em 1992 e paralisada por mais de dez anos por falta de estudos técnicos de viabilidade, teve seus primeiros 65 km inaugurados no último dia 12 de março pela Presidente Dilma Rousseff. Com um total de 250 km de extensão, indo do lago do Moxotó, em Delmiro Gouveia, até Arapiraca; o canal é um dos maiores projetos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) no Nordeste e irá beneficiar, após sua conclusão, mais de um milhão de pessoas, atendendo a mais de 40 municípios em Alagoas. A inauguração do primeiro trecho disponibilizou água para beber, para atividades agropecuárias, de piscicultura e para a irrigação. A ideia é tornar toda a região mais produtiva, criando novas atividades econômicas com a chegada da água a torneira das casas e para os projetos que a Codevasf irá implantar junto aos pequenos produtores de cana, capim, palma forrageira e sorgo. Serão mais de seis mil hectares irrigados e mais de 15 mil empregos, segundo estimativas do Governo Federal. O início das operações do canal coincide com um dos maiores períodos de estiagem em Alagoas, o maior já registrado nos últimos 40 anos. E, sendo assim, traz a tona, desta vez pondo à prova a eficiência de um grandioso projeto, uma nova discussão sobre soluções para o problema da seca. As margens de tudo isso está o sertanejo que, agora ainda mais, continua esperançoso por dias melhores, em que não veja seu trabalho de arado desperdiçado ou sua novilha morrendo. A falta de água já não será mais um obstáculo, mas sua administração cumprirá papel tão fundamental quanto tudo aquilo que já foi feito para

que o sonho da água no Sertão se tornasse realidade. A oportunidade esperada por todos bate a porta. Com perspectivas de um inverno curto e com níveis pluviométricos abaixo da média, a tendência é que a seca do próximo ano seja ainda maior. O que temos de diferente para a próxima estiagem é que, pela primeira vez, poderemos enfrentá-la sem escassez de água. É fato que esta primeira fase do Canal represente pouco diante de toda a região que ainda continuará dependendo das chuvas para garantia de açudes cheios e, conseqüentemente, água para enfrentar a seca. Mas é preciso que esta fase também represente a mudança que tanto esperávamos para o Sertão, e não mais uma promessa de campanha não cumprida ou ideia de solução frustrada. É nos dada à chance de convívio com a seca com o auxílio permanente de água. Estamos preparados para enfrentá-la, desta vez sem a eterna desculpa que servia de álibi para a estagnação da região? O escritor e poeta paraibano, Ariano Suassuna, certa vez disse, com a propriedade de criador de cabras, que “tentar combater a seca no Nordeste seria o mesmo que tentar impedir que caísse neve sobre a Sibéria”. Pois bem, com a construção do Canal do Sertão, seguimos seu raciocínio e chegamos à fase da formação de um plano estratégico de convivência com o semi-árido. Houve até quem já culpou seres de outros planetas pela existência da seca. O Barão de Capanema, impressionado pela progressão pontual entre as grandes secas, rastreou em fatos extraterrestres a origem do fenômeno, relacionando os intervalos com manchas da fotosfera solar. Mas outras ideias do naturalista, que chefiou uma Comissão Científica de Exploração criada em

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1856 pela Regência Trina, se aplicam até hoje. Em seu relatório sobre avaliação das obras de combate à seca no Nordeste, publicado em 1860, o Barão recomendava a construção de 30 açudes, a perfuração de poços artesianos profundos, a melhoria no transporte da região e, acreditem, a construção de um canal que ligasse o rio São Francisco ao Jaguaribe, em Pernambuco. Seria ele um visionário ou as soluções estavam aí pra quem quisesse ver, e fazer, há muito tempo?

O desenvolvimento da região é imprescindível e um dos principais objetivos do combate à seca, dando qualidade de vida a um povo que carrega há séculos o martírio e a sina de ter que conviver com a falta de água e oportunidades. Mas é preciso deixar claro que o preço não foi totalmente pago com a conclusão da obra, ele é contínuo e só com a colaboração de todos poderá ser quitado sem maiores problemas à população. Ninguém tem dúvida, por exemplo, de que a água do Canal do Sertão vem do rio São Francisco. Mas quantos sabem que a água, gratuita neste momento, poderá ser paga em breve? Isso já ocorre inclusive, mas, por enquanto, a taxa pela utilização dos 2.670 litros de água por segundo retiradas do Velho Chico para o Canal, está sendo paga a Agência Nacional de Águas (ANA) pelo Governo do Estado. E os custos não param por aí, há também investimentos em energia, operação e manutenção do Canal. No futuro, a obra não pode se tornar um artigo de luxo para quem possa pagar pela água.

Estamos diante de um momento ímpar na relação entre o sertão e o sertanejo. Se bem aproveitado, o Canal do Sertão representará um divisor de águas entre a peleja e a fartura do homem do sertão, algo insignificante para muitos, pois felicidade nesse caso pode não passar de comida a mesa e um banho, mesmo de cuia, após um dia de roçado e aboio ao gado. Um novo retrato pode ser pintado, diferente daquele que Euclides da Cunha descreveu em sua obra “Os Sertões”, quando disse que “...a travessia das veredas sertanejas é mais exaustiva que a de uma estepe nua. Nesta, ao menos o viajante tem o desafogo de um horizonte largo. Ao passo que a caatinga o afoga, agride-o, repulsa-o com as folhas urticantes, com o espinho, desdobrase lhe na frente léguas e léguas, imutável no aspecto desolado: árvores sem folhas, de galhos retorcidos e secos, revoltos, lembrando um bracejar imenso, de tortura, da flora agonizante...”.

O próprio Barão de Capanema, já dava alguns ingredientes dessa receita no século XIX. Disse ele que “é indispensável animar a iniciativa do povo; no princípio é conveniente que ele seja auxiliado, que mostremos o resultado que ele deve atingir; aquilo que ele vê, o convence”. Trata-se de um processo onde o poder público, a iniciativa privada e lideranças regionais, podem, por osmose, inserir as boas práticas de uso do canal no cotidiano de quem o utilizará. Criar a chamada Cidadania das águas, excluindo a ideia comum de manipulação.

Aliás, esse novo retrato já fora pintado por Euclides da Cunha na mesma obra, um cenário possível apenas pela mágica das chuvas, onde o sertão fica verde, onde o autor citou que “Se ao assalto subitâneo se sucedem as chuvas regulares, transmudamse os sertões, revivescendo. Passam, porém, não raro, num giro célere, de ciclone. A drenagem rápida do terreno e a evaporação, que se estabelece logo mais viva, tornam-nos, outra vez, desolados e áridos. Reabrindo o ciclo inflexível das secas...”. De fato, o ciclo impreterivelmente continuará, mas as mazelas da seca não precisam fazer parte do dia-a-dia do sertanejo. Vimos a seca por todos estes anos, agora podemos enxergá-la.

Algumas palavras não podem faltar à cartilha de utilização desta obra tão aguardada. E uma delas merece um capítulo especial e deverá servir de alerta permanente para toda e qualquer ação: desperdício. E não nos referimos ao desperdício de água, principalmente no caso de quem pouco a tem. Nosso enfoque é na funcionalidade do Canal, a obra em si não pode se tornar um desperdício. Chega de carcaças pela estrada, da espera pelos carros-pipa, da dependência de programas sociais, das mãos calejadas pelo trabalho na roça em que se planta sem colher, da panela enrugada cansada dos poucos grãos de feijão em meio a muita água. Não precisamos perpetuar a célebre frase de Euclides da Cunha que diz que “o sertanejo é, antes de tudo, um forte”, e que ainda acrescentou que “o nosso sertanejo faz exceção à regra. A seca não o apavora, é um complemento à sua vida tormentosa, emoldurando-a em cenários tremendos. Enfrenta-a, estóico. Apesar das dolorosas tradições de terríveis episódios, alimenta a todo o transe esperanças de uma resistência impossível”. Que tal por um fim as esperanças? A seca é inevitável, o sofrimento não.

Imagem Divulgação

E a continuidade da obra passa não só por sua conclusão até Arapiraca, mas também pela criação de um modelo de gestão do Canal que não o transforme num problema ainda maior para a região em bem pouco tempo. A busca por alternativas também devem ser uma constante, auxiliando o projeto, que não deve ser visto como uma solução por completo, mas como um dos agentes de uma cadeia de ações para o convívio com os períodos de estiagem. Com a oferta de água prevista, os investimentos econômicos tendem a crescer, principalmente por parte dos pequenos produtores, que enxergam um futuro promissor e que deverão se endividar para obtenção de recursos que serão utilizados na aquisição de equipamentos e animais.

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FUTEBOL ARTE

52 Dentro das 4 Linhas

Fontes: Ministério Esporte | Portal Copa2014.gov.br

Por Marcio Mrotzeck Fotos Danilo Borges/Portal da Copa

Em exibição de gala, equipe brasileira faz jogo memorável no Maracanã conquista o tetracampeonato na Copa das Confederações e, com dois gols de Fred e um de Neymar, consegue dar olé na campeã mundial Poucos brasileiros poderiam imaginar tamanha alegria na final da Copa das Confederações da FIFA 2013. Do outro lado estava a Espanha, campeã do mundo, considerada a melhor seleção do planeta e há 26 jogos invicta em jogos oficiais. Mas os 73.531 torcedores que foram ao maior templo do futebol mundial – o Maracanã – viram a Seleção Brasileira mostrar talento e determinação para alcançar um sonoro 3 x 0, com ótimas atuações de Fred, Neymar e de toda a defesa.

Seleção Brasileira, o técnico Luiz Felipe Scolari admitiu que o placar elástico surpreendeu. “Não estava previsto. Mas é um caminho que nós percorremos. Mas agora a gente pode trilhar o caminho com mais confiança, que é o que a gente quer”, afirmou. O treinador espanhol, Vicente Del Bosque, reconheceu a superioridade brasileira no jogo. “A equipe brasileira foi melhor. Temos de dar os parabéns. Não há nenhuma mancha a colocar”, disse.

Com o resultado, o Brasil chega ao quarto título do torneio, o terceiro de forma consecutiva (2009, 2005 e 1997). Na final da edição de 1997, o Brasil goleou a Austrália por 6 x 0, na Arábia Saudita. Em 2005, na Alemanha, mais uma goleada: 4 x 1 sobre a Argentina. A conquista de 2009, na África do Sul, foi com uma virada emocionante sobre os Estados Unidos: 3 x 2.

O título brasileiro foi conquistado de forma incontestável, com cinco vitórias em cinco jogos. Na primeira partida, na abertura do torneio, 3 x 0 sobre o Japão, no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília. Em seguida, o Brasil foi a Fortaleza e derrotou o México por 2 x 0. Na partida que decidiu o primeiro lugar do grupo, 4 x 2 em cima da Itália, em Salvador. Na semifinal, vitória dura no clássico sul-americano contra o Uruguai: 2 x 1 no Mineirão, em Belo Horizonte.

Muito satisfeito com o primeiro título desde sua volta à

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Vale lembrar que... Nas últimas três conquistas de Copa das Confederações, no ano seguinte, nas Copas do Mundo de 1998, 2006 e 2010, nossa querida Seleção Canarinho não obteve o mesmo êxito. Vamos torcer para quebrar mais essa mística e mostrar para todo mundo que de fato “O Campeão Voltou”, sendo campeão dentro de casa e desta vez sem “Maracanaço”. OUSH!

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HISTÓRIAS DE ALAGOAS

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Caetés Por Antonio Maria do Vale

Sozinho, Sardinha não obteve sucesso frente a gama de europeus que se encantavam pelos costumes dos nativos e decidiu renunciar. Embarcando dias depois, protagonizou um dos mais inusitados episódios da história do Brasil. Quem descobriu o Brasil? Quem gritou “independência ou morte” às margens do Ipiranga? Quem proclamou a República? Apesar de, sem pestanejar, termos as respostas na ponta da língua, a história do nosso país é recheada de versões que tentam alterar tudo o que temos como oficial. A falta de registros palpáveis abre espaço para o imaginário brasileiro, mesmo através de historiadores, compor os fatos com novos olhares e uma trama diferente da, até então, dita como verdadeira e descrita em qualquer cartilha escolar. Em Alagoas não faltam personagens e episódios controversos. Um dos mais emblemáticos trata do naufrágio da nau Nossa Senhora da Ajuda nas proximidades da foz do rio Coruripe. Era 16 de junho de 1556 e os relatos, na realidade respaldos históricos encontrados em cartas de jesuítas, narram o que ficou conhecido como o maior ritual antropofágico promovido por indígenas em território brasileiro. A comitiva tinha tripulantes e objetivos nobres, trazia a bordo o primeiro bispo do Brasil, D. Pero Fernandes Sardinha, e seguia rumo ao encontro do Rei de Portugal, do outro lado do Atlântico. A grande maioria até conseguiu chegar a terra firme após o naufrágio, mas apenas dois índios,que eram mantidos como escravos, e um único português que falava a língua nativa foram poupados. O bispo e mais cerca de noventa tripulantes, entre eles um provedor-mor, dois cônegos e muitos fidalgos com suas famílias, muitos deles voltando a Portugal depois de 04 anos de trabalho na colônia a mando da Coroa, foram aprisionados nus e, posteriormente, devorados um a um. Nem crianças e mulheres foram poupadas segundo a narrativa. Responsabilizados pelo ataque, os Caetés eram índios da nação Tupi que habitavam, até o século XVI, a região litorânea entre a Ilha de Itamaracá e o Rio São Francisco. Chegaram a ter uma população de mais de 75 mil índios e tornaram-se inimigos dos portugueses por terem se aliado aos franceses. Depois do episódio com o bispo, foram implacavelmente perseguidos pelo governador português Mem de Sá, que combateu ferozmente a antropofagia, escravizando ou assassinando os indígenas. Produzida a versão oficial, surgem então os relatos com conteúdo mais pitoresco ou duvidoso. Para entender melhor o que alguns historiadores propõem como fato real, voltemos a 1952, ano em que D. Pero Fernandes Sardinha fora ordenado 1º bispo do Brasil. Dali em diante, o bispo, que viera ao Brasil com o propósito de converter indígenas à doutrina católica e que era conhecido por sua intolerância e autoritarismo, impôs uma série de regras para o convívio entre portugueses, escravos e indígenas.

Disposto a modificar alguns costumes locais já enraizados em tão pouco tempo de colonização, proibiu que portugueses fumassem como os índios e condenou a relação entre raças diferentes, o que iniciou uma indisposição com o governador Duarte da Costa, já que ameaçara excomungar seu filho por travessuras com índias. Sozinho, Sardinha não obteve sucesso frente a gama de europeus que se encantavam pelos costumes dos nativos e decidiu renunciar em 02 de junho de 1556, embarcando dias depois, de Salvador, na nau Nossa Senhora da Ajuda rumo a Lisboa. O principal objetivo da empreitada marítima era queixar-se do filho de Duarte da Costa junto ao monarca português, seguindo orientações da Rainha Catarina de Áustria. Não imaginara o bispo e a tripulação que o final da viagem seria trágico e bem mais curto que o esperado, ao chocarem-se nos baixios de D. Rodrigo numa noite de maré alta que surpreendeu o piloto da nau. Alguns historiadores apontam que o massacre não teria acontecido no dia seguinte, nem tampouco no local do naufrágio. O bispo e demais sobreviventes teriam permanecido dias na região, inclusive erguendo uma pequena igreja em agradecimento pelo salvamento, seguindo depois a pé e a cavalo em direção ao norte quando, nas proximidades do rio São Miguel, teriam sido então atacados pelos Caetés, que já os espreitavam desde o naufrágio. O bispo Sardinha teria sido inclusive o último a ser aprisionado e depois morto já que teria se atirado ao mar, tentando fugir a nado. As controvérsias também cercam como de fato teria acontecido a morte do bispo, existindo até a hipótese de homens da guarda do governador-geral, Duarte da Costa, terem o assassinado, evitando que as denúncias contra si chegassem até Portugal. Duarte também teria utilizado o fato para resolver outro problema, os Caetés conheciam como ninguém a região e eram bem inóspitos, o que atrapalhava o desbravamento das terras pelo governador. A morte de Sardinha representou o motivo estratégico para que a coroa portuguesa ordenasse o genocídio dos indígenas. Há ainda os que concordam com a versão canibalista, mas que retiram o episódio de terras alagoanas e a responsabilidade dos índios Caetés. O naufrágio teria acontecido, na realidade, na costa de Sergipe próxima à foz do rio São Francisco, na enseada do Vaza-barris, região habitada na época pelos Tupinambás, e não Caetés, tribos inimigas que viviam, principalmente, em margens opostas do Velho Chico. Divisões a parte ao redor do fato do naufrágio e do ritual antropofágico, o que se segue não tem desarmonia histórica, todos concordam que o banquete, com ou sem Sardinha, servira de prerrogativa para que Portugal inicia-se uma série de batalhas, apoiadas inclusive pela igreja, para dizimar os silvícolas, extintos após cinco anos de campanha, uma inquisição em terras nordestinas. O historiador alagoano Luiz Sávio de Almeida, expondo seu ponto de vista no documentário A História da Infâmia Brasileira, cita que: “o fundamento disso tudo está no fato de que o bispo comido equivalia à razão colonial e que o episódio se configurava como uma afronta ao sistema, quando o primeiro prelado do Brasil, com sua competente cruz peitoral, é devorado por pessoas que na época eram comparadas a verdadeiras feras”. E o resultado disso tudo? Ainda segundo Sávio, “a possibilidade do estabelecimento da ideia de uma guerra justa que dizimou toda a população indígena que afrontava as investidas da nova Lusitânia para o sul”. Contra fatos não há argumentos, já na ausência deles, haja estórias.

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DESTAQUE NACIONAL

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Onde Alagoas cresce mais rápido

Por Antonio Maria do Vale Foto OUSH! Brasil

Localizada a pouco mais de 120 km de Maceió, a cidade de Arapiraca, referenciada como "Capital do Agreste" é nossa representante no seleto grupo de munícipios que crescem mais que o Brasil. O Nordeste tem acumulado nos últimos anos um crescimento acima da média nacional. Segundo o Índice de Atividade Econômica Regional do Banco Central, em 2012, a região cresceu 3,33%, superando a marca nacional de 1,64%. Algumas ações do governo como o PAC e o Bolsa Família, os investimentos relacionados à Copa da FIFA de 2014, além dos incentivos privados em novos polos industriais e terminais portuários, são vistos como os principais agentes para o crescimento da região na última década. Mas o que mais chama a atenção nos dados é que as cidades do interior ganham cada vez mais destaque neste cenário. Mesmo longe das capitais de seus estados, elas estão se tornando mais independentes do ponto de vista econômico e social. Com 214 mil habitantes, Arapiraca aparece, desde 2009, em toda e qualquer pesquisa que aponta as cidades que mais prosperam no país. Conhecida como a Capital do Fumo, teve a decadência da cultura do tabaco como um divisor de águas e o que se apresentava como um grave problema deu lugar a uma nova visão de futuro. A cidade se reinventou e as lavouras do chamado “ouro verde”, dissolvido pelas leis de restrição ao consumo, deram lugar ao comércio e a indústria.

Alagoas tem muito que aprender com Arapiraca. Diferente da capital do Agreste, muitos munícipios hoje agonizam pela dependência e decadência da monocultura da cana de açúcar, ainda a principal atividade econômica do estado. A continuidade do modelo de gestão secular, quando partimos dos engenhos, faz com que o álcool e o açúcar alagoano se tornem cada vez menos atrativos, perdendo espaço em escala geométrica para os concorrentes do Sudeste e Centro-Oeste do país. É preciso se adaptar, aceitar mudanças, se reciclar. E Arapiraca tem feito a lição de casa ao pé da letra. Com um Produto Interno Bruto (PIB) de quase dois bilhões de reais, Arapiraca levou para o interior do estado os benefícios da urbanização, até então só encontrados em Maceió. A migração rumo a capital para conseguir um emprego, estudar ou abrir um negócio, diminuiu na última década e hoje os empreendedores já fazem o caminho inverso, indo investir na segunda maior cidade de Alagoas. O comércio é o melhor exemplo da readaptação, a cidade foi apontada, no ano passado, como a sétima com maior poder de consumo entre os 100 municípios brasileiros que integram regiões metropolitanas. A pesquisa, realizada pela empresa de consultoria norte-americana MCKinsey, levantou

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dados em cidades com mais de 100 mil habitantes e indicou, numa projeção, que os números devem se manter até 2020.

Em relação ao futuro e a continuidade deste momento atual, o que se deve debater e por em prática é a diferença entre crescer e se desenvolver. Para que Arapiraca continue sendo destaque, é preciso investir em infraestrutura e serviços, os pilares para que o crescimento não se transforme em caos. A urbanização traz consigo não só a pujança econômica, mas uma série de problemas sociais que, caso não sejam tratados dentro das políticas de gestão público-privadas, darão a cidade altos índices também negativos. Nas pesquisas que apontam as cidades brasileiras que mais crescem, nota-se uma considerável disparidade entre as que se localizam no Centro-Sul do país quando comparadas as que ficam no Norte e Nordeste no quesito que diz respeito à associação desse crescimento com o desenvolvimento local. Este passa, por exemplo, pela qualificação de mão de obra, por um ensino fundamental e médio de qualidade, pelo tratamento de lixo e esgoto, pela segurança nas ruas, por uma logística eficiente, oferta de hospedagem e saúde pública que funcione. Para se ter uma ideia dessa diferença, segundo dados do IBGE (2010), enquanto Americana, Araraquara e Ribeirão Preto, cidades paulistas sempre citadas nas pesquisas, possuem mais de 98% da população atendida por saneamento básico, Arapiraca, Marabá e Santarém no Pará e Jaboatão dos Guararapes em Pernambuco, não ultrapassam os 50%.

Uma comprovação de que Arapiraca segue por um caminho promissor são os números apresentados pelo Índice de Desenvolvimento Municipal do Sistema Firjan. Nele entendemos esta desigualdade e o porquê da cidade, mesmo assim, merecer tanto destaque. O IFDM é um estudo anual que acompanha o desenvolvimento dos municípios brasileiros em três áreas: Educação, saúde e Emprego & renda. Os dados são todos baseados em estatísticas oficiais disponibilizadas pelos Ministérios do Trabalho, Saúde e Educação. Embora esteja em posições distantes do topo do ranking, o município sempre aparece entre os que mais se desenvolvem nos últimos anos. Enquanto ocupa atualmente o 2.223º lugar no ranking dos municípios, de um total de 5.496, Arapiraca está entre as cidades que crescem acima de 0,6 pontos, numa escala que vai de 0 a 1. Diferente do que ocorria em 2000, quando ocupava a 3.340º colocação neste mesmo ranking e apresentava um crescimento de apenas 0,4 pontos. O principal motivo para a ascensão na pesquisa se deve ao crescimento das oportunidades de emprego. Arapiraca está entre os 50 municípios do Nordeste que mais ofertam vagas, uma das razões para ter sido apontada como a 7ª cidade do Brasil com maior poder de consumo. Mas ainda há muito que fazer, já que os números relacionados à saúde, educação e, principalmente, gestão fiscal, ainda não acompanham os índices apresentados pelo mercado de trabalho. Em breve, eles serão os responsáveis pela velocidade do crescimento atual da cidade, definindo sua manutenção ou redução. Não há dúvida de que Arapiraca é hoje uma ilha de prosperidade no Agreste. Segundo dados do Instituo de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA, o crescimento anual médio de seu PIB é 15% superior ao da capital. O importante a frisar é que a riqueza de uma cidade não se mede apenas com trabalho e receitas, mas sim, também, com a qualidade de vida de seus moradores. Não confundamos crescimento econômico com desenvolvimento sócio-econômico. E Arapiraca tem mostrado saber muito bem qual a diferença.

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Para alcançar o patamar das representantes do interior de São Paulo, Arapiraca teria que injetar cerca de R$ 250 milhões de reais em saneamento, valor bem distante dos 17 milhões aplicados nos últimos dez anos. O importante a frisar é que estes números também são resultado do modo com que o Brasil se urbanizou e modernizou ao longo do século passado, quando nordestinos migraram para o Sudeste e impulsionaram, na época, àquela região, o que se inicia hoje em algumas cidades nordestinas. Mesmo parecendo pouco, Arapiraca dobrou o alcance de redes de esgoto e água nesta mesma década, estações de tratamento foram implantadas e, com a continuidade dos projetos, os 98%

poderão ser atingidos num intervalo de tempo menor que o necessário as cidades paulistanas alcançarem a invejável marca.

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Embora o caminho para manter esse crescimento seja longo, há sinais de que uma nova Arapiraca começa a surgir, mais moderna e diversificada do ponto de vista econômico. Por décadas, o setor fumageiro representou de forma monopólica a economia da região, hoje ele representa menos de 3%. A implantação de indústrias, o crescimento da construção civil e a ampliação do comércio geraram novos empregos e trouxeram mais benefícios e melhores salários para a população. O efeito em cadeia manteve a receita dentro do próprio município, um dos fatores para o crescimento acentuado nos últimos anos. Hoje, os habitantes da cidade não recorrem mais a capital para se divertir em casas noturnas badaladas, assistir a eventos esportivos, frequentar bares e restaurantes requintados ou realizar compras em lojas de grife ou departamento, ações cotidianas nos grandes centros urbanos, grupo a que Arapiraca agora pertence.


CAPA

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Estamos Por Antonio Maria do Vale Fotos OUSH! Brasil / Divulgação

As belezas naturais são incontáveis, para cada lado que se olha um cartão postal, mas Alagoas precisa mostrar mais do que isso... “Eu acho que Maceió é uma cidade encantadora com um potencial turístico maravilhoso que deve ter investimento para gerar emprego, saúde e educação na capital. Mas para isso falta muito. Precisamos estruturar os hotéis na capacitação das pessoas. O serviço em Maceió não é tão bom e carece de um preparo. Os indivíduos precisam investir em turismo sem esquecer-se dos serviços. Pessoas que moram no Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre ou que viajam pelo mundo inteiro, vem para Maceió passar uns dias com a possibilidade de não voltarem nunca mais por causa do serviço. E ainda recomendarem pra que não venham... Maceió é linda, as praias são lindas, a cidade é linda, o povo é maravilhoso, mas os serviços são muito fracos. É preciso capacitação, contratando pessoas com experiência ou bem treinadas para que o turista visite Maceió e volte.” A pouco mais de um ano para o início da Copa do Mundo, Maceió pode ser uma das subsedes do Mundial e será um dos principais destinos no Nordeste durante o evento. A hospitalidade do alagoano, a culinária exótica e as belezas naturais são os principais atrativos e a razão pela qual a maioria dos turistas nos visita. Mas tudo isso não é o bastante e nossa preocupação é resumida nas palavras do maior ícone de nossa musicalidade. Com a propriedade de quem já percorreu o mundo, Djavan expõe o quanto precisamos melhorar para que não façamos feio em nossa apresentação para o mundo. Mas onde estamos pecando? Em sua matéria de capa, OUSH foi às ruas na tentativa de identificar estes erros e as possíveis soluções para os problemas encontrados. Uma revista com a cara do Nordeste


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Desembarque na pista no Aeroporto Zumbi dos Palmares - Macei贸/AL


No Nordeste, apenas quatro CTS foram aprovados até agora, o que aumenta a probabilidade de serem escolhidos por uma das 32 seleções que participarão do Mundial. Maceió está entre os aprovados e possui grandes chances de ser uma das subsedes, principalmente porque está a menos de 1.000 km das quatro sedes da Copa na região - Salvador, Recife, Natal e Fortaleza, ofertando um local estratégico para quem irá disputar jogos em uma dessas capitais. 21 partidas serão disputadas nestas cidades ao longo da Copa, com destaque para o cabeça de chave do Grupo G, que fará todos os confrontos da primeira fase no Nordeste. Com o objetivo de consolidar a capital alagoana como Centro de Treinamento de uma das seleções, o Governo do Estado criou em 2011 o Comitê da Copa do Mundo em Alagoas Comcopa, que busca viabilizar para Maceió as condições mínimas exigidas pela FIFA para as subsedes. Com reuniões a cada 15 dias, o Comitê é presidido pelo secretário-chefe do Gabinete Civil, Álvaro Antônio Machado, sendo formado pela Prefeitura Municipal de Maceió, pela Federação Alagoana de Futebol, pelos secretários de Estado da Educação e do Esporte, do Planejamento e Desenvolvimento Econômico, do Turismo, da Infraestrutura, da Defesa Social, da Saúde e da Comunicação, além do secretário de Estado Adjunto de Esportes. Os trabalhos iniciais se concentraram na definição da estrutura do Centro de Treinamento a ser oferecido. E engana-se quem acredita que só as belezas naturais, o povo hospitaleiro e a culinária pitoresca de nossa capital contam ponto nesta escolha.

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CAPA

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No último dia 31 de maio a FIFA encerrou a última janela de inscrições para Centros de Treinamento de Seleções para a copa do mundo de 2014. Até agora, 70 centros foram aprovados em 22 locais de 12 estados diferentes. O CTS é a base de uma seleção durante a Copa e, dentre as principais exigências, deve ser composto de um campo para treinamento e um hotel oficial. A escolha de quais centros serão utilizados não é de responsabilidade da FIFA ou do Comitê Organizador Local, eles apenas aprovam os locais. Em novembro, a versão final do catálogo com todos os CTS aprovados será publicada e as seleções poderão então escolher onde ficarão durante a preparação e disputa do mundial.

Álvaro Antônio Machado Presidente do Comcopa

Clima, hábitos e costumes semelhantes ao das seleções, forte relação com a natureza e características locais multiculturais são importantes, mas, no que diz respeito às seleções, as principais exigências são de ordem técnica e diretamente relacionadas à prática do futebol. Elas devem favorecer, principalmente, aspectos como preparação técnica, física, médica, nutricional e acomodações para a delegação. Estádio Rei Pelé e Hotel Radisson formam o Centro de Treinamento ofertado por Maceió. A escolha se baseou em todos os requisitos estruturais, de qualidade e logística, exigidos pela Federação Internacional de Futebol Associado - FIFA, que solicita que os CTS devem ter hotéis a menos de uma hora do aeroporto e 20 minutos dos campos de treinamento, espaço para caminhada no entorno do hotel com limitação de assédio aos atletas, academias de ginástica com equipamentos adequados, centros de fisioterapia completos, estrutura de comunicação com padrões internacionais e segurança permanente. A aprovação de Maceió não significa que todos os critérios foram atendidos, mas que até o início da chegada das seleções todos eles estarão prontos. O Estádio Rei Pelé, por exemplo,

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será alterado para cumprir as exigências. O gramado será modificado e terá suas dimensões reduzidas para o padrão FIFA, os vestiários serão ampliados e devem ser construídos um segundo campo auxiliar, um centro de fisioterapia, uma piscina de recuperação e uma academia de musculação. As obras devem ser aceleradas a partir de julho deste ano e possuem um orçamento avaliado em 15 milhões de reais. O projeto conta ainda com a construção do Memorial Rainha Marta, um espaço cultural dentro do estádio que custará cerca de 700 mil reais aos cofres públicos e contará com um acervo histórico de fotos e vídeos da jogadora alagoana eleita a melhor do mundo por cinco anos consecutivos - de 2006 a 2010. Não há sombra de dúvida que poderemos oferecer a seleção que por aqui decidir desembarcar uma estrutura fiel ao que deseja a FIFA. Mas os trabalhos do Comcopa Alagoas não se limitam àqueles que entrarão em campo. O fato de nos tornarmos subsede da Copa de 2014 nos implica uma preparação infinitamente maior que a de atender 23 jogadores e sua comissão técnica. A possibilidade de termos uma grande seleção em Maceió não só trará inúmeros visitantes a nossa capital como também representa a oportunidade de nos mostrarmos para o mundo. A Copa de 2014 não é um evento apenas sobre futebol e para torcedores apaixonados, ela possui um poder de ascensão socioeconômica imensurável quando bem aproveitada por seus países sede. Restando pouco mais de um ano para o início da Copa do Mundo no Brasil, nada muito grandioso pode ser planejado dentro das ações previstas a serem executadas. No âmbito das melhorias estruturais para Maceió, nada de obras de saneamento básico, novas vias de trânsito ou construção de novos hotéis ou pousadas. As atenções devem estar voltadas as questões de manutenção da cidade e dos serviços oferecidos. Especialmente para o setor turístico, o mais atingido durante o evento e, consequentemente, pelo legado que ele deixará sobre nosso munícipio. Se este será positivo? Tudo dependerá do como nos apresentaremos neste breve, mas grandioso, intervalo de tempo.

Para a Organização Mundial do Turismo - OMT, cerca de 50 setores da economia são diretamente impactados pela atividade turística. Os recursos obtidos com os gastos dos turistas são repassados para outros setores à medida que relações comerciais se estabelecem. Segundo o turismólogo carioca, Ivan Pinho, estes gastos, a corrente e o fluxo de divisas em direção a área de destino, não apenas se caracteriza como uma importante fonte de entradas para as empresas e pessoas vinculadas diretamente à atividade turística. Ela também beneficia os demais setores da economia pelo efeito multiplicador que proporciona, aumentando a renda da população local, levando à arrecadação de impostos e captação de recursos para investimento em infraestrutura e equipamentos. Um dos motivos para gestores públicos entenderem o turismo como uma das atividades estratégicas de desenvolvimento. E esta tem sido uma das temáticas de trabalho do Comcopa. Para estabelecer estes mecanismos, o Comitê pode e tem formado grupos de caráter temporário para o desenvolvimento de atividades específicas, podendo convidar representantes de órgãos e entidades públicas e privadas. Um ponto crucial para que tudo não fique na escala da retórica é justamente a participação da classe empresarial e da sociedade na execução das ações. Muito do que precisa ser mudado não está baseado na composição de novas leis ou projetos. A solução também passa longe do que se ergue com concreto, ela encontra-se, na verdade, na mudança de hábitos e costumes e na qualificação

Fotos Marcio Mrotzeck

E por que focar no turismo? Diferente das capitais sedes, onde os investimentos em obras de mobilidade urbana,

novos estádios e ampliação de aeroportos, representam a maior preocupação quanto ao retorno pós-copa, em Maceió as discussões devem estar centralizadas na atividade que mais resultados positivos poderá nos render no futuro. Cidade com vocação para o turismo, nossa capital pode caracterizar o período da Copa como um divisor de águas para o mais promissor setor econômico de Alagoas. Não se trata de uma troca, mas da possibilidade de maximização da geração de novos negócios, emprego e renda que, com a correta destinação dos recursos gerados, poderão tornar nosso estado também mais próspero do ponto de vista socioeconômico.

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não só da mão de obra, mas inclusive de empresários e gestores públicos. A expectativa do Ministério do Turismo é que o setor cresça no país cerca de 5% em 2013, com um aumento ainda mais significativo em 2014, podendo chegar a 12% em relação aos números deste ano, tornando o Brasil a terceira maior economia do turismo até 2020. Em Alagoas, segundo dados da Secretaria de Estado do Turismo, os números também registram o crescimento dos indicadores turísticos. No acumulado de janeiro a abril deste ano, a taxa de passageiros que desembarcaram no aeroporto Zumbi dos Palmares subiu 18,14% em relação ao mesmo período de 2012. O mesmo acontece com a taxa de ocupação hoteleira que, mesmo com aumento da oferta de leitos, atingiu 67,7% em abril, crescendo 1,65% em comparação com os números do mês em 2012.

Fotos Antonio Maria

Ao mesmo tempo em que os números devem ser comemorados, existe a preocupação quanto à eficiência do setor no período da Copa. É preciso um planejamento estratégico para o período. A cidade terá a época uma quantidade de visitantes acima da média da alta temporada, ressaltando que muitos a trabalho. Mesmo em menor número, estes visitantes costumam gastar mais por priorizar serviços de qualidade e fazem parte de um grupo seleto cada vez mais disputado, o do turismo de negócios e eventos, não muito difundido em Alagoas, mas que poderá ser despertado através de boa estrutura apresentada durante a Copa de 2014. E qualidade será a palavra-chave para um bom legado. Segundo um estudo do Ministério do Turismo, o comportamento dos turistas vem mudando e a Copa será prova disso. Eles agora buscam as peculiaridades dos lugares que visitam com a continuidade do que entendem como essencial, implicando aos roteiros turísticos e seus serviços uma adaptação as suas necessidades, preferências e desejos. Nada como um mergulho no mar de Pajuçara, Ponta Verde ou Jatiúca, mas, além disso, outros pontos importantes farão com que os visitantes retornem e façam bons elogios - a melhor de todas as propagandas - ao retornarem para casa. Em Alagoas, pesquisas apontam as principais falhas estruturais

e as reclamações mais recorrentes dos turistas. Chama atenção a importância dada à limpeza das cidades que, liderando a lista de queixas dos visitantes, geralmente estão voltadas ao lixo exposto nas ruas ou a poluição das praias por rede de esgotos a céu aberto. Um dado inaceitável para quem tem o turismo como uma das principais atividades econômicas e apresenta como problema a degradação de seu maior produto, o que ratifica a necessidade de uma conscientização da população e uma priorização de projetos voltados a balneabilidade de nosso litoral. Além dos aspectos visuais, também é comum reclamações relacionadas aos serviços. O tempo de espera nos bares e restaurantes após o pedido e o péssimo atendimento estão entre os mais citados. Mas é preciso entender o porquê de algumas situações ocorrerem. Muitas vezes elas são resultado de má administração, falta de planejamento e até mesmo hábitos locais. O tempo de espera pode muitas vezes ser consequência do dimensionamento errado da equipe necessária, o mau atendimento da falta de treinamento da mão de obra e o lixo nas ruas não da falta de garis, mas de uma rotina de descarte criada pela população que dificulta uma coleta satisfatória. E diante de tantos problemas, será que estamos realmente preparados para receber os visitantes durante a Copa de 2014 e nos tornarmos definitivamente um destino turístico internacional? Especialistas apontam as principais necessidades para que o turista seja bem atendido e tudo começa já na sua chegada a cidade, no aeroporto ou rodoviária. Neste momento, eles geralmente buscam informações básicas, referentes ao seu deslocamento, na maioria das vezes um auxílio para pegar um táxi. O problema é quando este visitante é estrangeiro. Segundo dados da EMBRATUR, em eventos de escala mundial, quando a presença de turistas de outros países é maior, a dificuldade com a língua é o segundo problema mais citado pelos visitantes, ficando atrás apenas dos preços. Visitamos o Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares e o Terminal Rodoviário João Paulo II para checar como os turistas são recepcionados em nossa capital. Durante o período da copa, novos vôos e linhas de ônibus, que interligam Maceió as

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sedes do Mundial no Nordeste, deverão ser criados e o fluxo de turistas deverá crescer consideravelmente. Espera-se que nesses locais exista uma Central de Informações Turísticas - CIT - e que ao menos uma pessoa fluente em outro idioma esteja presente para atendimento. Nos dois locais encontramos as Centrais funcionando, ambas mantidas pela Secretaria Municipal de Turismo e com estagiários recepcionando os visitantes, um no Terminal Rodoviário e três no aeroporto, todos estudantes de turismo e hotelaria nos níveis superior ou técnico. Mesmo o ensino de língua estrangeira estando na grade curricular dos cursos que fazem, nenhum deles fala fluentemente outro idioma, dois tentam acelerar este aprendizado com cursos de inglês em escola particular, mas por iniciativa própria, sem qualquer apoio por parte do governo, contando apenas com a ajuda dos pais. Perguntamos como costumam agir quando estrangeiros pedem informações, mostraram-se muito desenvoltos e confirmaram como o jeitinho brasileiro ainda supera as dificuldades a eles expostas nessas horas. No caso da CIT do Terminal Rodoviário, o auxílio dos panfletos facilita a comunicação. Estão disponíveis encartes produzidos pela Secretaria Municipal de Turismo em espanhol, inglês e italiano, com informações turísticas, telefones úteis e um mapa com os principais pontos a visitar. No aeroporto, os estagiários contam com a ajuda dos funcionários da Infraero, que também mantém uma Central de Informações e para onde os visitantes são direcionados quando as dúvidas não são todas tiradas pelos estagiários. Nos chama atenção o fato dos estágios não mesclarem o aprendizado dos estudantes com o conhecimento de alguém mais experiente. O ideal seria que estes fossem auxiliados por um funcionário da Secretaria de Turismo qualificado, inclusive fluente em outra língua. No formato atual, com ciclo de estágios semestrais, teremos uma recepção permanentemente ineficiente aos visitantes, já que, à medida que os estudantes adquirem maior experiência, sempre serão substituídos por outros jovens iniciando todo o processo. Outro ponto de discussão está no horário de funcionamento das Centrais. As duas começam a funcionar a partir das 8h indo no máximo até às 20h, um horário que, principalmente no caso do aeroporto, não oferece um atendimento a todos que desembarcam na cidade. Para estes visitantes, resta contar com a ajuda dos sempre a postos taxistas. No aeroporto são 50 deles divididos em duas cooperativas, conversamos com alguns e tentamos entender como se dá o contato com os turistas.

Com placas a mão, onde ler-se em letras maiúsculas “TÁXI”, muitos deles, enquanto esperam e ofertam corridas, também nos apontam outro problema do aeroporto, os taxistas alternativos. Sem qualquer identificação e com veículos www.OUSHBrasil.com.br

Foto Marcio Mrotzeck

No caso dos visitantes nacionais, tudo transcorre da melhor maneira possível. Já quando os visitantes são estrangeiros, a mesma dificuldade apontada pelos estagiários das CIT reaparece. Não encontramos nenhum taxista que falasse outra língua e eles próprios nos descreveram alguns dos motivos. A falta de incentivo das empresas de turismo e cooperativas até foi citada, mas a maioria aponta a ausência de taxistas bilíngues por conta das novas oportunidades que para eles surgem tão logo dominem outro idioma, seja em novas áreas ou na migração dessa mão de obra para destinos turísticos com maior potencial econômico.


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comuns, eles oferecem, com o atrativo de preços menores, o serviço de traslado com uma abordagem nada profissional. O alerta é para a falta de segurança que esta atividade pode proporcionar aos visitantes, já que, sem qualquer relação dessas pessoas com empresas ou órgãos de fiscalização, limita-se o contato em caso de qualquer problema que ocorra com quem se arrisque a utilizar o serviço. A resolução dos problemas citados já na chegada dos turistas e dos demais que ainda abordaremos passa pelo engajamento de setores público e privado em debate conjunto com a sociedade. É preciso que atores, muitas vezes contraditórios por opinião ou interesse, busquem um mesmo objetivo, encontrando um ponto de convergência. Ações de fiscalização podem ser colocadas em prática, deixando nosso aeroporto e rodoviária mais seguros, e oportunidades de qualificação devem ser apresentadas. E o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego é uma dessas alternativas. Criado em parceria entre os Ministérios da Educação e do Turismo, o PRONATEC Copa oferece cursos gratuitos para 44 atividades ligadas ao receptivo turístico, além de cursos de inglês, espanhol e libras. As aulas, com duração de até quatro meses, podem ser realizadas inclusive dentro das empresas, basta que empresários não percam esta oportunidade de qualificar seus empreendimentos para receber melhor os turistas brasileiros e estrangeiros que visitarão Alagoas durante a Copa. Maceió e Maragogi são as cidades alagoanas contempladas pelo Programa e uma divulgação mais ampla ainda pode trazer resultados expressivos até o início do Mundial da FIFA no ano que vem.

Foto Marcio Mrotzeck

E os problemas que ainda podem ser resolvidos a tempo não estão exclusivamente ligados à melhoria do atendimento e as questões de fiscalização. Pequenos ajustes na estrutura da cidade também podem ser realizados e um deles está relacionado a outro ponto de reclamação dos turistas, a sinalização. Eventos como a Copa do mundo atraem muitos viajantes com espírito aventureiro e mochileiros. Andarilhos por natureza, eles não tem o hábito de frequentar hotéis de luxo ou adquirir pacotes turísticos com agências de viagem e costumam percorrer a cidade utilizando-se das placas e do serviço de transporte coletivo, daí a importância de uma boa sinalização na cidade. Apenas no aeroporto e no principal shopping de Maceió as placas possuem informações em inglês. Percorremos também as principais vias de Maceió e pudemos perceber que elas estão bem sinalizadas, mas apenas em português, o que dificulta o deslocamento de turistas estrangeiros que buscam conhecer a cidade por conta própria. Um problema que pode ser resolvido já na produção das placas, onde a tradução pode ser inserida ao texto sem qualquer custo adicional. Nos pontos de ônibus, nenhuma informação relacionada a rotas turísticas ou mapas indicando que linha de ônibus o visitante deva utilizar. Estas indicações são fundamentais para que o turista se comunique e consiga chegar ao destino desejado, principalmente os pontos turísticos, já que a maioria já tem definido que locais deseja conhecer, geralmente nada que fuja do habitual, mas que pode se tornar um árduo processo quando a língua se torna um entrave. No caso de Maceió, um destes passeios quase que obrigatório é o de jangada até as piscinas naturais da Praia de Pajuçara.

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Edvaldo Pedro, de 43 anos, é um dos 137 jangadeiros cadastrados e nos contou como esse primeiro contato costuma ser feito. Na profissão desde os 16 anos, Queixinho, como é mais conhecido, afirma que o segredo é partir para o improviso com muita hospitalidade, “receber o turista de braços abertos é o principal, seja com mimica ou apontando pra fotos, o importante é se entender”, disse. Cobrando R$ 25 por pessoa para um passeio de duas horas, fez questão de nos mostrar sua jangada e como segue as determinações da Capitania dos Portos de Alagoas, com coletes salva-vidas a bordo, seguro obrigatório e devida habilitação para navegar no bolso. Muito comunicativo, Queixinho mencionou algumas falhas, apontadas pelos próprios turistas, que podem ser corrigidas para melhoria do passeio. Sua primeira queixa foi direcionada a alguns guias de turismo que excluem as Piscinas Naturais da Pajuçara dos roteiros, priorizando o traslado até Maragogi por conta das comissões que recebem. Ele nos contou que são incontáveis as vezes que visitantes reclamam desta situação, sentindo-se enganados ao descobrirem que a poucos metros de onde estão hospedados poderiam ter realizado um passeio tão atraente e por um preço bem mais atrativo. “Me cobraram R$ 500 para ir a Maragogi, visitar as piscinas, mergulhar, tirar fotos e almoçar. Um absurdo!”, disse o jangadeiro, citando as palavras de um turista chileno com quem realizou um passeio.

precisar, além de um chuveiro pra tomar banho quando voltar do passeio, só isso”, ressaltando ainda que é muito questionado pelos visitantes em relação ao esgoto a céu aberto nas praias. Essa foi à deixa para que nos despedíssemos de Queixinho e partíssemos para uma caminhada pela orla. De fato encontramos muitas línguas negras ao longo da orla. No trecho entre as jangadas da Pajuçara e as barracas de tapioca da Jatiúca, contamos ao menos quatro delas, uma contradição à imagem das águas sempre transparentes e entre o azul e verde do nosso mar. Em relação a chuveiros, vimos dois ao longo do trajeto que, ao preço de R$ 2, deveriam funcionar por ao menos alguns segundos, mas encontravam-se desativados. Banheiros públicos? Só apelando e contando com a compreensão dos proprietários dos bares e restaurantes da orla. É preciso um cuidado especial a todos os pontos expostos pelo jangadeiro Queixinho, ele vivencia o turismo em Maceió e fala com propriedade onde podemos melhorar. O turista bem atendido é sinônimo de novos visitantes e não há melhor propaganda que a feita boca a boca, principalmente em tempos de internet e redes sociais.

Fotos Antonio Maria

Queixinho também apontou melhorias para a infraestrutura. Informou-nos que já perdeu as contas de quantos passeios deixou de realizar por falta de um terminal turístico que poderia existir no local. “Não precisa muita coisa, o turista quer um local pra trocar de roupa, um banheiro pra poder tomar sua cervejinha e não ter que ir dar um mergulho sempre que

Fotos Antonio Maria

Por lá, nada de estrutura montada para recepcionar os turistas. Quem for ao local até encontrará uma placa indicando um ponto de apoio para embarque, mas o quiosque montado nunca funcionou e os turistas são recebidos de maneira improvisada, à sombra de coqueiros e amendoeiras. Não há qualquer padronização e fica difícil diferenciar quem de fato é jangadeiro. Sem identificação qualquer um pode se apresentar e oferecer o passeio.

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Hoje os turistas não se baseiam apenas nas informações repassadas por agências de turismo quando escolhem um destino, eles mesmos são responsáveis pela divulgação dos lugares pelo que vivenciaram quando os visitaram. São comuns sites especializados em viagens possuírem um espaço destinado à palavra dos turistas. No caso de Maceió, pesquisamos o que nossos visitantes têm achado de nossa capital e a grande maioria ainda rasga elogios às belezas naturais, ao povo hospitaleiro, a rica gastronomia e a cultura endêmica e pitoresca. Mas existem também as críticas negativas, ou melhor, construtivas, que apontam, assim como Queixinho, melhorias básicas que não esbarram em questões econômicas, mas do querer fazer. Uma pesquisa realizada em março de 2013 pela eCGlobal Solutions revelou que 55% dos brasileiros e 48% dos latinoamericanos se baseiam em informações de amigos e familiares na hora de escolher um destino. Ainda segundo o estudo, intitulado “Brasil, um mundo em um país”, ao retornarem da viagem, 77% dos brasileiros conversam sobre a cidade que conheceram com amigos e familiares, com 74% dos latino-americanos fazendo o mesmo. O paulista Fernando Siqueira, de 52 anos, é engenheiro civil e costuma narrar parte de suas viagens em um site, destacando principalmente o que encontrou de bom e ruim nos lugares que visita. Ele esteve em Maceió, junto com a esposa e dois filhos, em janeiro deste ano e descreveu o que mais lhe chamou atenção em nossa capital. Para Fernando, não sairá da lembrança o passeio às piscinas naturais, mas no texto também se queixou de um almoço, quando esperou por mais de uma hora após um pedido em um dos restaurantes próximos a feirinha de artesanato da Pajuçara.

A OUSH! checou o atendimento em alguns bares e restaurantes da orla de Maceió. Notamos que a qualidade do serviço geralmente está associada diretamente a quantidade de clientes. Mais um sinal de alerta aceso, afinal, o que esperar do período da Copa? O problema da comunicação persiste no caso dos estrangeiros e sequer é amenizado com cardápios que auxiliem os turistas na hora da escolha. Num deles, esperamos 52 minutos até que o pedido chegasse à mesa e na hora de pagar, surpresa! Um suco a mais registrado na conta. São erros pequenos, minimizados com pedidos de desculpas, mas que mostram o quão distante estamos de uma recepção aos visitantes com níveis de excelência. A divulgação e, principalmente, reputação de cidades turísticas e seus serviços agora também passa pelo crivo dos visitantes. Cuidar da cidade e tratar bem o turista é premissa fundamental para que ele retorne e alavanque o setor turístico da cidade. Ao sentir-se satisfeito, o turista permanece por mais tempo, volta outras vezes e incentiva amigos e familiares a terem a mesma experiência. Nossa hospitalidade é um esforço válido e mais um motivo para que nos visitem, mas ela não supera a necessidade de melhorias e não deve ser a responsável por apagar os pequenos problemas aqui citados. Aparentemente próximos de uma solução, eles, no caso de exposição, possuem um poder de disseminação muito rápido e ofuscam facilmente o que temos de bom para mostrar. A discussão é ampla e vai além das questões aqui levantadas. O trânsito e o respeito entre motoristas e pedestres, a segurança na cidade, a limpeza das ruas e pontos turísticos, a eficiência do transporte coletivo, a qualidade de hospitais e postos de saúde, também são pontos primordiais para uma boa apresentação de Maceió ao mundo. Não é interessante que Alagoas fique conhecida como um destino caro, com praias sujas, sem segurança e com péssimo atendimento.

Foto Divulgação

Os investimentos são necessários e de fato elevados, mas não podem se tornar, por isso, justificativa para falta de melhorias ou, quando aplicadas, motivo para prática de preços abusivos. Este não é o saldo desejado e, para que o resultado seja diferente, todos devem se comprometer, entendendo que o progresso turístico não se resume a ampliação de leitos em hotéis e massificação de campanhas publicitárias. A ideia é que o legado deixado pelo período da copa transforme o turismo em Alagoas. O principal objetivo é que a atividade elimine muitos dos erros atuais e, com isso, garanta o retorno e crescimento do número de turistas, tornando-se um agente de desenvolvimento socioeconômico. Sempre existiu em Maceió a euforia econômica do setor turístico e suas atividades paralelas, no entanto, é um desafio atender esse crescimento de maneira planejada e sustentável. Temos um imenso dever de casa até junho do ano que vem e, consequentemente, a oportunidade de dar ao turismo um papel dinamizador para a economia local. Se hoje ainda não estamos preparados, não devemos medir esforços para que a resposta seja diferente ao recepcionar os visitantes durante o Mundial da FIFA.

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SERIADO

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of Thrones

Por Antonio Maria do Vale Fotos Divulgação

Criada por David Benioff e Dan Weiss, e inspirada nos livros da série “As crônicas de gelo e fogo”, do escritor George R. R. Martin, Game of Thrones é um fenômeno mundial que não para de bater recordes.O primeiro episódio da terceira temporada, que chegou ao fim no último dia 08 de junho, foi visto por mais de 4,4 milhões de espectadores, o dobro de sua estreia em 2011 e 13% acima dos números da temporada passada, batendo rivais como a Season Finale de “The Walking Dead”, outra série de grande sucesso no momento. Ainda falando em números e recordes, a saga já foi indicada a mais de 70 premiações, incluindo prêmios Emmy e Globo de Ouro, conquistando 34 delas. Foi também a mais pirateada de 2012 pelo TorrentFreak, com mais de 4,2 milhões de downloads por episódio, deixando para trás outros fenômenos da tv como Dexter, Heroes e The Big Bang Theory. Resultados de quem gasta, por episódio, cerca de 6 milhões de dólares. Mas porque a série faz tanto sucesso e conquista mais fãs a cada dia? Trata-se de um formato já muito utilizado no cinema para o público infanto-juvenil, a magia que encantou os mais jovens com Harry Potter e O senhor dos Anéis, agora hipnotiza os adultos com Game of Thrones, que optou por um caminho mais obscuro, com personagens ambíguos em sua ética quando o objetivo é chegar ao poder, neste caso, trono. Nesta série, até os bons morrem e a existência de dragões, bruxas e seres sobrenaturais, não tornam a produção ingênua. Muito pelo contrário, some-se a tudo isso sexo, corrupção, incesto, homossexualismo e prostituição, quase sempre associados as tramas políticas em busca do poder. A história central, passada na Idade Média, gira na batalha travada entre os sete reinos de Westeros, uma região com invernos e verões que podem durar décadas e onde famílias nobres travam disputas dinásticas pelo Trono de Ferro. Tudo em cenários de tirar o fôlego, com filmagens na Islândia, Croácia, Malta, norte da Irlanda e Marrocos. O figurino e artefatos da série também são de impressionar, tanto, que se transformaram numa mostra itinerante que percorre as principais capitais do mundo, tendo São Paulo a recebido no fim de abril. Som e efeitos especiais concluem a perfeição vista em Game of Thrones. Só este ano, ganharam o Emmy, o Oscar da TV,

nas categorias de melhor direção de arte, figurino, edição de som, maquiagem, efeitos especiais e mixagem de som. Outro segredo do seriado está no enredo da trama. Todos os episódios terminam com o que é chamado de cliffhangers, que dá ao roteiro ocasiões em que um personagem sempre está exposto a um dilema, uma situação limite, um confronto ou prestes a fazer uma descoberta, tudo para que o espectador seja envolvido. Em Game of Thrones isto acontece sempre de forma coletiva, vários personagens se encontram numa dessas situações ao final dos 56 minutos de cada episódio. Outro grande atrativo é a quantidade de personagens da produção, não há um protagonista principal, todos possuem participação de destaque, não existem apenas um mocinho e um bandido, e vilões, como Tyrion Lannister, encabeçam a lista dos preferidos entre os fãs da trama. Não se trata de uma luta do bem contra o mal, por vezes, os papéis até se invertem em Game of Thrones. O elenco não tem estrelas de Hollywood, mas foi escolhido a dedo. As mulheres saem do estereótipo da fragilidade e personagens femininos, mesmo quando interpretados por crianças, como a pequena Arya Stark, apresentam valentia e liderança invejáveis. É impressionante a mudança de rumo que personagens e situações tomam ao longo dos episódios. O ator Kit Harington, que vive Jon Snow, disse que “em Game of Thrones nada nunca se resolve”, resumindo o quanto o inesperado acontece na série que deve chegar ao topo da lista da HBO, superando os seriados “True Blood” e “A família Soprano”, que ainda permanecem a sua frente. O que vem chamando a atenção dos críticos, é que a série, mesmo não sendo uma cópia fiel dos livros de George R.R. Martin, consegue começar e terminar cada temporada exatamente como nos livros, diferente de outras sagas. A fidelidade é seguida a risca. A complexidade de tantos personagens, reinos e disputas, faz de Game of Thrones uma das melhores produções da atualidade. Não faltam motivos para ficar diante da TV e assistir aos episódios da série que já teve a 4ª temporada confirmada pela HBO. Veja um único sequer e, com certeza, encontrará o seu.

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Vem Zambah com a gente

Alagoas agora tem um novo som, chegou a Zambah Samba, que teve sua estreia na Santa Feijuca, realizada no último dia 14 de junho na Barra de São Miguel. Liderada por Fabio, a banda é composta por Thiago - batera, Marcio Ferreira - Cavaco, Yuri Costa - teclado, Fabio Zani - voz guitarra - violão, Elton Garcia - percussão geral, Anderson (vampeta) - percussão geral - Alex Caetano - baixo e Cainan - produtor. Zambah é uma banda de plurisamba que preza pela essência e espírito familiar. Mais uma grande aposta assinada pela Suprema Produções, de Andre Normande e que conta com Toninho Jucá (Banda Cannibal) nesta sociedade com Fabio Zani. Mais um pipoco do trovão! OUSH!

Foto Carlos Ramirez

Dany Cavalcante versão 2013

Foto Divulgação

A Sabáki está se preparando para trazer novamente uma novidade, na Orla de Ponta Verde, aos domingos a partir das 14h entre as barracas Lopana e Kanoa, serão retomados os ensaios abertos onde é possível curtir e participar do #EnsaioBlocoSabaki para o Carnaval de 2014. O bloco oficial #SabakiEvolution deverá sair em fevereiro no embalo agitado do Pinto da Madrugada. É possível ainda obter informações sobre a Oficina Sabáki, que se conceitua basicamente no trabalho com os instrumentos da escola de samba (surdo, caixa, repique, tamborim, agogô, chocalho e cuíca) em uma atmosfera musical mais ampla. Acompanhe a BandaSabaki nas redes sociais, Instagram, Facebook e Twitter e fique por dentro de toda essa programação.

Foto Marcio Mrotzeck

OUSHMUSIC

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Ensaios abertos da Sabáki

A cantora alagoana Dany Cavalcante começou o ano de 2013 repleta de novidades. Após longa turnê pelos estados de Pernambuco, Goiás, Amazonas e Distrito Federal, divulgando o seu trabalho, ela está de volta à sua terra natal, Maceió. Dany passou por grandes cidades, fez apresentações, conheceu vários artistas e, agora, com uma boa bagagem musical, está de volta. Ainda para essa nova temporada, preparou um repertório especial para aqueles que gostam de curtir o ritmo do axé. “A partir de Julho, estará trazendo muita coisa boa. E tem certeza de que, quem já gostava de escutar suas músicas, vai amar as novidades que preparou. É só aguardar”, assegura a cantora.

Fernanda Guimarães...

“Sobre o mar estão guardados os teus segredos. E num olhar só eu posso dizer. Teu tom”, esse é o tom do show da carismática Fernanda Guimarães. De voz inconfundível a bela vem cantando e encantando as noites de Maceió, confira de perto, fique ligado na agenda de Julho... OUSH! 03 qua | Lopana | 17H | POP/ROCK 05 sex | Conversa Botequim | 21h30 | PROJETO SAMBAROCK 06 sáb | Terraço | 20h 06 sáb | Maikai | 23h00 17 qua | REX BAR | 21h | JAZZ - RICARDO LOPES TRIO 19 sex | Conversa Botequim | 21h30 | PROJETO SAMBAROCK 20 sáb | Maikai | 23h | POP/ROCK 21 dom | Lopana | 17H | POP/ROCK 24 qua | Lopana | 20H30 | POP/ROCK 26 sex | Conversa Botequim | 21h30 | PROJETO SAMBAROCK 27 sáb | Maikai | 23h | POP/ROCK

Wado lança novo CD

Amoda agora vem conquistando mais fãs com o sucesso “Dia de Balada”, o clipe foi gravado com uma super produção na praia do Gunga, confira no YouTube.

Foto Divulgação

A Banda Amoda acaba de completar um ano e segue conquistando cada vez mais seguidores, o ritmo “Arrocha Universitário” adotado como proposta musical tem aceitação notória e as expectativas vão sendo superadas.

Formada em junho passado por Elmo Normande (vocalista) e Marcelo Ferro (baterista), logo despertou o interesse do empresário Max David, a parceira foi promissora e trouxe mais sucesso, assim chegou às rádios o primeiro Hit “Pego e não me apego”. Quatro meses depois do lançamento do primeiro sucesso, Amoda vem com o Hit “Rola ou enrola”, escolhida pelo programa TUDO É POSSÍVEL da rede Record como o Hit do Verão 2013, daí em diante o fluxo de shows só aumentou.

Foto Carla Cansanção

Foto Divulgação

#OUSH! Amoda ao vivo "Dia de Balada"

A parceria entre Wado e Marcelo Camelo vem há algum tempo, no seu último cd, “Samba 808”, Wado contou com participações mais que especiais como Zeca Baleiro, Curumin, Fábio Goes, Fernando Anitelli, Chico César e André Abujamra. E entre eles estavam Marcelo Camelo e Mallu Magalhães dividindo a música “Com a Ponta dos Dedos”, eleita melhor música do ano no VMB 2012. Lançado no mês de junho e com produção de Marcelo Camelo, o disco se chama “Vazio Tropical”, é seu sétimo cd e conta com novidades. Uma delas são algumas faixas sem vocais, instrumentais gravadas com Camelo e participações especiais dos cariocas Cícero e Momo. O disco foi lançado na internet e teve seu primeiro show realizado o dia 20 de junho no Teatro Sérgio Porto no Rio de Janeiro.

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#OUSH!

Bob Sinclar na Musique

Christophe Le Friant, ou mais conhecido como Bob Sinclar, é um dos Djs com maior popularidade na Europa e no mundo. Sinclar começou como DJ em 1986, quando tinha 18 anos de idade e na época, sua especialidade musical era o funk e hip hop. Seu primeiro “club hit” foi “GymTonic” em co-parceria com Thomas Bangalter do grupo Daft Punk.

Em 2006, foi lançado um dos seus singles mais conhecidos, chamado de “Rock This Party”, que está dentro dos mais tocados junto com “Love Generation” e “World, Holdon”.

Foto Divulgação

Foto Divulgação

A novidade é que ele estará pela primeira vez em Maceió dia 29 de dezembro, na Musique, animando o pré-reveillon de um dos eventos mais conhecidos do estado, o Réveillon Absoluto.

Thiago e a sua Santtafé

O docê tom de Sun Rock

Como ele gosta de frisar, "essa banda tem balanço", "é som de preto"! De fato é isso mesmo, com foco nos ritmos baianos todo trabalho de produção e gravação das músicas autorais que incluem composições de Thiago Vasconcelos, líder e vocalista da Santtafé, foram realizados em Salvador.

Samba Rock + Mashup = SunRock! O que já toma conta do eixo RJ-SP, está fazendo a cabeça dos alagoanos. SunRock é um sonho antigo do guitarrista Renato Vieira, fã de Thiago Correa, o precursor dessa mistura deliciosa, junto com feras da música de nosso estado e da vocalista possuidora de uma voz sensualíssima,Tanne Dely.

A nova banda é composta por 7 músicos, além de Thiago. A produtora responsável é a Open Music, do empresário Max David (vocalista da Banda Xatrez) que segue investindo pesado na formatação de seus novos produtos.

Foto Flávio Cansação

Juntos eles estão arrasando pelas noites de Maceió, com sucessos de Jorge Ben, Seu Jorge, Gilberto Gil, James Brown, Roberto Carlos...UFA! Preparem-se!!! Podem ter certeza, vocês ainda vão ouvir falar muito desse som: SunRock!!! Informações: 82 9698 1708/9993 8806.

A estreia será no próximo dia 04 de julho, no Maikai, palco que Thiago e Max conhecem bem, e sempre com casa lotada. Será lançado também o primeiro clipe, que é o da canção "Tudo floreceu", música de trabalho e também o site oficial. O nome da banda "Santaffé" fala por sí, e pode representar individualmente para cada pessoa de diversas formas, é Fé na vida, Fé no amor, Fé na música. Boa sorte! OUSH!

Samba Alagoas 2013

A 1ª edição foi realizada em setembro de 2012, com uma mega estrutura e organização. O Samba Alagoas promete em 2013 ser um dos maiores eventos de samba do país.

Tomando partido inicial, em novembro de 2012 o Maceió Voluntário realizou o show beneficente Concerto para Luiz Gonzaga - 100 anos por uma Cultura de Paz. Em dezembro passado foi encaminhado à Unesco, em Paris, uma proposta cultural do dito concerto e em fevereiro o Maceió Voluntário recebeu um convite para que fosse representante do Brasil em comemoração ao Dia Internacional da Língua Portuguesa. Com apoio do Ministério da Cultura para a representação, os voluntários: Altemar Dutra Junior, Wilma Araújo, Igbonan Rocha, os violinistas Fagner Magrinelli e Emilee Hall, o violonista Marcus Vinicius e, em Paris, contando com a participação do trio de forró do sanfoneiro Douglas Marcolino e Celinha e a presença dos representantes do Maceió Voluntário Maristela Pozitano e André Carnaúba. A única atração musical que representou o Brasil veio de Maceió, é a nossa música sendo valorizada fora do país!

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Divirta-se com Thiaguinho, Sorriso Maroto, Belo, Revelação, Péricles, Sambô, Turma do Pagode, Molejo e mais. A pré-venda de ingressos teve início na terçafeira, dia 27 de junho, exclusivamente no site: www.sambaalagoas.com.br/ingressos/

Junior Almeida em parceria com Ney Matogrosso O cantor e compositor Junior Almeida revelou o resultado da segunda parceria musical com Ney Matogrosso na segunda-feira dia 3 de junho, após nove meses de total mistério. O videoclipe “Memória da Flor” foi gravado no interior de Alagoas e mantido a sete chaves pela produção do músico. A direção é de René Guerra. A cumplicidade entre os dois começou quando o alagoano entregou um CD com composições suas para Ney, que visitava Maceió a trabalho. Uma delas, ”A Cor do Desejo”, entrou para o disco Beijo Bandido (2009), recebendo elogios unânimes e classificada pelos resenhistas como uma das três melhores interpretações do material. Foi então que surgiu a oportunidade de uma colaboração, desta vez para o disco já em préprodução de Junior Almeida - que leva título homônimo à canção. Ao ouvir “Memória da Flor”, o camaleão da MPB aceitou o convite.

Foto Felipe Camelo

Som de “Gonzagão” em Paris

Foto Divulgação

Foto Divulgação

Guilherme Brandão do Maikai em parceria com Augusto e Felipe do Caldeirão - Recife, se reúnem para a produção do evento que acontece nos dias 21 e 22 de setembro, é nessa data que a Cidade do Samba vai receber uma super estrutura para a realização da 2ª edição do Samba Alagoas. As atrações já estão confirmadas e agora só falta você.


MUSICALIDADE

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5 a Seco

Por Janaina Ribeiro Fotos Amanda Vasconcelos

Tocando “Em paz”, uma composição romântica de Pedro Altério, em parceria com Rafael e Rita Altério, é tema de abertura da novela Flor do Caribe. A ousada e criativa 5 a Seco a cantou em show e encantou o público em Maceió. “A seco” que nada, eles têm é muito molho! “Tempero” esse que se traduz em harmonia através das notas e batidas do violão, da guitarra, do baixo e da bateria, na versatilidade no palco, na interação entre os artistas, na forma individual e, ao mesmo tempo coletiva, de transmitir ao público o que acreditam ser sua verdade musical. Assim é a banda 5 a Seco, um grupo formado por cinco jovens paulistas que, desde o merecido sucesso dos primeiros CD e DVD lançados ano passado, comemoram a boa fase da carreira, agradecem o reconhecimento dos fãs e já falam nos planos futuros de um próximo disco. Recentemente eles se apresentaram em Maceió e contaram que se impressionaram com o calor humano dos alagoanos. O quinteto, todos são letristas e instrumentistas, é formado por Vinícius Calderoni, Tó Brandileone, Léo Bianchini, Pedro Altério e Pedro Viáfora. Amigos há três anos, desde quando surgiu a ideia de montar o coletivo paulistano, eles garantem que, na hora de compor, todos já se influenciam mutuamente e asseguram que, apesar da banda ter surgido de forma despretensiosa, quando apenas quatro shows seriam realizados em São Paulo, a sintonia e o entrosamento entre eles e a proposta de fazer boa música deu tão certo, que a platéia pediu bis e os aplausos ecoaram em outros lugares espalhados pelo Brasil.

A musicalidade da banda No repertório atual, 18 canções autorais, influências que vão desde o samba de raiz ao indie rock, do hip-hop à música folclórica, passando pelo jazz contemporâneo. E tudo isso é levado aos palcos, ambiente onde os músicos se revezam em vários instrumentos e dão provas que, apesar de nem todos eles possuírem formação acadêmica para tocar tanta coisa ao mesmo tempo, a ousadia jovial

e a vontade de fazer um som autêntico, com batidas modernas, aliadas à qualidade do som e das composições produzidas, fazem da 5 a Seco uma banda capaz de fidelizar milhares de admiradores. Considerado o mais inquieto durante as apresentações, Tó Brandileone parece entrar em êxtase quando participa de um show: “Sou mesmo o mais agitado, afoito. Mas não faço isso por teatrinho. Na verdade, aprendi que um instrumentista precisa ter expressão corporal. Ela conta muito para o resultado do nosso trabalho. Se a gente toca com fluidez, não tem como travar. Minha inquietação no palco tem o objetivo de conseguir produzir um som bacana”, disse ele. “A sequência de shows nos permitiu ganhar mais mobilidade e, a cada nova apresentação, pudemos interagir melhor. Acho que o mais legal da 5 a Seco é que não nos preocupamos em ser exímios instrumentistas. A grande graça sonora é que tocamos buscando novas levadas, novas propostas para o que estamos produzindo. Às vezes não há tanta lógica nos movimentos e, academicamente, eles até podem nem existir, mas talvez seja exatamente isso que nos impulsiona a criar sempre”, contou Vinícius Calderoni. “Juntamos cinco músicos, cada um com o seu estilo próprio de fazer música e nos perguntamos: vamos fazer o melhor que podemos? E essa tem sido a nossa filosofia”, revelou Pedro Altério. “Nossa estética passou a ser a busca por sensações boas que, tanto causem empolgação entre nós, quanto provoque o mesmo sentimento no público. A música tem que soar expressiva em conjunto e, acredito que estamos conseguindo transmitir esse cenário”, contou Léo Bianchini.

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As referências musicais para os meninos da 5 a Seco são bastante variadas e ricas, culturalmente. Pedro Viáfora, que tem no sangue o dom de compor - o pai dele, Celso Viáfora, é uma referência como letrista -, despertou para a música quando ouviu, pela 1ª vez, a canção ‘Construção’, de Chico Buarque de Holanda. “Chico foi o primeiro dos compositores que me causou forte emoção. Todavia, eu nasci num ambiente bastante musical, haja vista que meus pais respiram música o tempo inteiro. Então, não demorou muito para que eu entendesse que minha realização profissional viria através desse tipo de arte e me sinto muito feliz por ter a sensibilidade de me emocionar e ter sentimentos despertados através das canções. Atualmente, os amigos da 5 a Seco são os artistas que mais me inspiram e eles me incentivam a produzir, o que é algo muito importante”, revelou ele. “O que tento fazer, através da música, é incorporar uma linguagem aquilo que eu gosto, que sinto. Mas, é preciso que admitamos que, para fazer letra e melodia, não existem regras. O essencial é que coloquemos verdade absoluta no que estamos compondo. Tenho certeza que o público percebe isso”, garantiu Viáfora. Já Tó Brandileone, na infância, ouvia João Gilberto, Tom Jobim e Beatles. Também vindo de uma família de músicos, o violonista, que cresceu escutando o melhor da Bossa Nova, ‘passeou’ pelo heavy metal e pelo rock in roll na adolescência. Depois, quando decidiu gravar seu 1º disco, foi buscar nas influências recebidas pelos pais, uma parte da musicalidade que queria dá ao seu CD. “Confesso que nunca fiz muita diferenciação entre os mais variados estilos de música que existem. Para mim, música é música, desde que ela seja feita com dedicação e doação. Se formos parar para pensar, uma canção é apenas uma sequência de notas. O que vai diferenciá-la das demais é o tamanho do sentimento que você coloca nela”, defendeu ele. E no 1º CD e 1º DVD da banda, participações consideradas especialíssimas para o grupo e, claro, artistas com vertentes tão diferentes: Lenine, Ivan Lins, Chico César e Maria Gadu. Esta última, inclusive, canta com eles, no palco, a canção ‘Em paz’, uma composição romântica de Pedro Altério, em parceria com Rafael Altério e Rita Altério. Ela é o tema de abertura da novela Flor do Caribe, exibida pela Rede Globo. “Ficamos muito felizes quando recebemos a notícia de que ‘Em paz’ estaria na trilha sonora da novela. Foi uma grata surpresa para nós”, afirmou o autor da música. Chico César interpreta ‘No dia que você chegou’, canção de Léo Bianchini e Celso Viáfora, pai de Pedro. “O Chico vivia no mesmo ambiente musical que a gente e, foi assim, frequentando os mesmos lugares, que nós nos conhecemos. Daí, rolou a conversa para fazermos um som juntos e, de repente, já tínhamos mandado, por e-mail, a música para ele gravar. Na sequência, resolvemos convidá-

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lo para participar da gravação do DVD e ele prontamente aceitou. Tê-lo no palco foi impressionante. É diferente a sensação de ver um grande artista cantando sua canção”, comemorou.

5 a Seco em Maceió Para matar a curiosidade daqueles que se perguntam o porquê desse nome para a banda, Vinícius Calderoni explica: “Não foi um nome pensando, ele simplesmente surgiu em minha mente. O número cinco, logicamente, representa a quantidade de músicos que forma o grupo. A expressão ‘a seco’, tem a ver com a auto-suficiência que precisávamos para criar esse coletivo. Decidimos que não iríamos ter instrumentistas acompanhantes e que tínhamos que nos desdobrar para criar uma sonoridade interessante. E, claro, no fundo, no fundo, também fizemos um trocadilho com o nome de uma lavanderia bem famosa que existe no País inteiro. Como ela nunca se incomodou, a gente pegou carona na fama da marca”, brincou o musicista. E se você acha que a 5 a Seco ainda não conquistou Maceió, está completamente enganado. Em fevereiro último a banda fez uma única apresentação na capital alagoana e conseguiu lotar o teatro Deodoro. Foi o primeiro show do grupo numa cidade da região Nordeste. “Ficamos impressionados, quase em estado de choque. Até então, só tínhamos feito o Sudeste, Sul e Brasília. Por isso, não tínhamos noção de como o nosso trabalho estava sendo acompanhado em Alagoas. E, para nossa feliz surpresa, centenas de pessoas estavam cantando junto conosco naquele teatro. Foi emocionante”, garantiu Pedro Viáfora. “Nossas canções não fazem parte dos grandes hits de sucesso que tocam no Brasil e, por este motivo, era natural que tivéssemos a preocupação de quantas pessoas iriam à nossa apresentação. Contudo, depois que vimos o local lotado, passado o choque, a gente se entregou ao público. Que energia boa, que calor humano incrível. Aliás, a cidade nos impressionou bastante. Não dá vontade de voltar mais para São Paulo”, também brincou Pedro Altério. “O entusiasmo foi incrivelmente motivador. Ele foi a gasolina para o nosso show”, assegurou Tó. “A recepção do público nos moveu muito. As pessoas estavam lá, sorridentes, compartilhando e vibrando com cada momento. Nossa relação com Maceió começou ali e desejamos que ela não acabe nunca mais”, disse Léo. “Essa foi a primeira vez que viemos a Alagoas e queremos voltar mais vezes. A 5 a Seco ainda não tem data para acabar, então, vamos continuar trabalhando e produzindo novas canções para que, em 2014, possamos lançar outro disco e, consequentemente, fazer outros shows em Maceió. Esse lugar nos encantou”, declarou Vinícius Calderoni.

Foto Divulgação

As influências


HOMENAGEM

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Ivete XX Por Amanda Vasconcelos Foto Divulgação

Ela é cantora, produtora de eventos, atriz, apresentadora, empresária e compositora brasileira. Alcançou o sucesso ainda como vocalista da Banda Eva, vendendo mais de 3,78 milhões de discos, e chegando a fazer cerca de trinta shows por mês. Essa é a nossa rainha e musa brasileira, Ivete Sangalo que completa, em 2013, seus vinte anos de carreira! Aceleraêêê... Foi em maio de 1972, no interior da Bahia, mas precisamente em Juazeiro, que nascia uma das cantoras mais conhecidas da atualidade. Ivete Maria Dias de Sangalo ou Ivete Sangalo vem de uma família de músicos, nos saraus em família ela era sempre a encarregada da percussão, mas, foi na adolescência ao lado do irmão que ela começou a dar seus primeiros passos. Com uma vida nem sempre fácil, Ivete perdeu seu pai cedo e teve um irmão atropelado, mas nunca parou de buscar seus sonhos. Antes de ser conhecida pela música ela se aventurou como modelo, vendedora de shopping e até de quentinhas, as quentinhas eram de Dona Maria, sua mãe. Tomando gosto pela música, a rainha do Axé começou com shows em barzinhos e em bandas de pequeno porte. Em sua trajetória ela conheceu Jonga Cunha, o fundador do Bloco Eva. Foi aí, em 1993, que sua carreira começou a andar, Ivete ficou à frente da Banda Eva e lançou seis álbuns. Tempo depois, começa a sua carreira solo onde ficou conhecida não só nacionalmente como internacionalmente. Hoje ela carrega prêmios como Grammy Latino, Open Web Awards e Multishow. Em 2008, conquista também a marca de 604 mil cópias vendidas com seu DVD “Ao vivo no Maracanã”. Já em 2010, a musa abraçou algo ainda maior e gravou seu 4º DVD no Madison Square Garden, em Nova Iorque.

Imagem Divulgação

Ivete não esconde o carinho pelos seus fãs, sejam eles de qualquer parte do mundo. Artista completa, a rainha canta, toca violão, guitarra, piano e percussão. É atriz, apresentadora, empresária e modelo. Sabe-se que ela tem uma alma gigante e uma personalidade fantástica. Em 2009 nasce seu filho, Marcelo. Fruto do seu relacionamento com o atual marido, o nutricionista Daniel Cady. Musicista e empresária, ela é dona da produtora Caco de Telha, tem seu próprio camarote no carnaval, seu próprio bloco, o Cerveja e Cia e claro, seu próprio trio elétrico. Sócia do tradicional Bloco Coruja, a musa já estrelou anúncios publicitários de diversas marcas, como Chevrolet, Nova Schin, Arisco, Azaleia, Danone, Avon, Garnier, Grendha,

Philips, Banco Itaú, Traxx, Riachuelo, Bombril e TAM. Na frente sempre de grandes eventos, foi atração principal do Réveillon Absoluto 2013. Da música para as telinhas, uma das surpresas dos últimos anos foi a atuação de Ivete. Em Gabriela, seriado da TV Globo, ela interpretou Maria Machadão, gostou tanto que já tem planos para próximos papéis, um deles é no filme “Super Crô”, que já começou a ser filmado, sobre o personagem de Marcelo Serrado na novela “Fina estampa”, mas existe um outro papel que teve que ser adiado devido às comemorações dos seus 20 anos de carreira. Falando nos seus 20 anos de carreira, é em 2013 que ela conquista essa marca, sendo 15 só de carreira solo. As comemorações começaram em janeiro, no Festival de Verão de Salvador, onde, para celebrar sua 15ª participação, realizou um baile em cima do palco. O baile teve direito até a valsa, que contou com as participações de Gilberto Gil, Carlinhos Brown, Ricardo Chaves e Durval Lelys. Apesar de a maior festa ser apenas no fim do ano, as comemorações já tiveram início, no começo do mês de junho a artista recebeu uma homenagem, tendo os figurinos mais marcantes de sua trajetória expostos na 3° edição do Boutique Chic Pop-Up Store, um conhecido evento de moda que acontece em Salvador. Mas o ponto alto da comemoração está marcado para dezembro, é a data chave, fecha o ano com a gravação de um DVD ao Vivo na Arena Fonte Nova, em Salvador. A cidade foi escolhida porque o primeiro DVD de sua carreira solo foi gravado lá, exatamente na antiga Arena Fonte Nova. Na apresentação, a promessa é relembrar momentos marcantes da sua carreira e trazer novidades. A cantora já adiantou a imprensa que vários convidados especiais serão chamados para dividir o palco com ela, mas os nomes estão sendo guardados a sete chaves. No mais, e conhecendo bem Ivete, as surpresas não param por aí. Provavelmente ela venha novamente alegrar o Réveillon Absoluto esse ano, vamos ficar na torcida. Uma revista com a cara do Nordeste


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VIDA SAUDÁVEL

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e sempre Por Antonio Maria do Vale Foto Emerson Limma

Não é novidade para ninguém que a prática regular de exercícios físicos melhora a qualidade de vida. Mas os excessos devem ser evitados e a regularidade é o principal objetivo. Quem costuma frequentar a orla de Maceió, com certeza, já deve ter notado a quantidade de pessoas que costumam utilizar o espaço para práticas esportivas. A grande maioria opta por caminhada ou corrida, muitos deles com espírito esportista, o que tem crescido na capital alagoana pelo grande número de provas que acontecem ao longo do ano na cidade.

Quem se dispões a calçar um par de tênis e enfrentar alguns quilômetros, ganha em qualidade de vida. Estudos científicos comprovam que bastam 40 ou 50 minutos de exercícios físicos, três vezes por semana, para se tornar uma pessoa mais feliz e saudável, saindo do sedentarismo. Confira os principais benefícios que a corrida traz para sua saúde.

Menos ansiedade

Sono perfeito

Boa memória

Zero gordura

Quando corremos o cérebro libera endorfina, dando a sensação de bem-estar, diminuindo o stress e a ansiedade. Ela também alivia dores musculares e melhora a imunidade, aumentando a tolerância do corpo ao esforço, fazendo você ir mais longe e mais rápido.

Correr melhora as funções cerebrais, a memória e a capacidade cognitiva. Também estimula o surgimento de células da massa cinzenta, diminuindo o risco de doenças degenerativas, como o mal de Alzheimer.

Pulmões ativados

O bem-estar e o relaxamento muscular causados pela endorfina estão diretamente associados ao sono. O exercício facilita o adormecimento, diminui o ronco e os períodos de apneia, favorecendo o descanso.

Além de queimar calorias e emagrecer, correr estimula a captação de glicose pelos músculos. Quando não é gasta, ela vira gordura na cintura, estocada pelo corpo para possíveis necessidades futuras.

Músculos definidos

A corrida coloca em funcionamento os pulmões por completo. Põe para fora o ar residual preso, melhora a oxigenação dos tecidos do corpo e fortalece a musculatura do diafragma e da caixa torácica.

Na corrida você perde gordura e ganha força e resistência muscular. Pernas, ombros, braços e peitoral se desenvolvem com atividade contínua. Tendões e ligamentos se fortalecem, mas há riscos de lesões para quem quer melhorar o tempo a qualquer custo.

Sem barriga

Ossos residentes

Ao correr, o centro de gravidade de seu corpo se desloca um palmo a frente nas subidas e descidas. O que recruta a região abdominal, eliminando os pneus indesejáveis e revelando a barriga trincada.

Coração ritmado

A corrida moderada deixa o sangue mais fluido graças a melhor oxigenação, diminuindo as chances de estreitamento de vasos por gordura ou entupimento por coágulos, reduzindo as chances de infarto ou derrame. Combate também a hipertensão, previne a diabete em função do melhor aproveitamento da insulina e aumenta o nível de colesterol bom (HDL).

Correr faz bem ao esqueleto já que a sobrecarga dificulta a reabsorção óssea, causadora da osteoporose, a perda de densidade que predispõe a fraturas. 15 minutos de corrida três vezes por semana reduzem as chances da doença em 40%.

Sem varizes

A corrida estimula válvulas que bombeiam o sangue e ativam a circulação e o retorno sanguíneo. Com isso, o risco de dilatação de veias, que causam dor, sensação de peso nas pernas e inchaço, diminui com a atividade física.

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Ligamento Cruzado Por Marcio Mrotzeck Fotos OUSH! Brasil

O treinamento funcional tem como objetivo fortalecer a musculatura, melhorar a capacidade funcional e adaptativa do aluno através do treinamento dinâmico e cinestésico, diminuir a possibilidade de reincidência de lesão e melhorar a função. A estabilidade da articulação do joelho é o resultado do trabalho de diferentes ligamentos presentes na articulação. O ligamento cruzado anterior (LCA) está localizado no centro desta articulação e é considerado um dos ligamentos mais importantes na função de estabilização, pois evita que a perna (tíbia) se desloque tanto para frente quanto gire lateralmente. O LCA é um dos ligamentos do joelho mais comumente lesados nas práticas esportivas, em média 85% dos casos. Sua lesão normalmente ocorre quando o movimento é interrompido de forma brusca com o pé fixo no chão. Com o golpe, o joelho estica esse ligamento além do limite provocando sua ruptura. O procedimento cirúrgico após a lesão do ligamento cruzado anterior do joelho tem o objetivo de corrigir a instabilidade articular e restaurar a estabilidade anatômica evitando assim a presença de outras lesões. O processo de reabilitação é muito importante e acontece de maneira progressiva, durando em média 6 meses, onde os primeiros meses (3 a 4) são acompanhados por um fisioterapeuta. A partir do 4º mês o educador físico entra em ação, podendo introduzir o treinamento funcional. Este treinamento é conduzido por meio de exercícios que são integrados para que sejam alcançados padrões de movimentos mais eficientes. Agilidade, velocidade, potência (pliometria), exercícios de reeducação neuromuscular e proprioceptiva são características deste tipo de treinamento. Como resultados, obtemos a melhoria da simetria muscular, equilíbrio estático e dinâminco, aumento da estabilidade da região

core, aumento de força muscular e sem dúvida a reintegração deste indivíduo as suas atividades normais e esportivas. A freqüência ideal para este tipo de reabilitação são de 2 a 3 vezes por semana, a sessão dura em média 60 minutos. São utilizados pesos livres, máquinas , também elásticos, pranchas de equilíbrio e propriocepção, entre outros materiais.

Um pouco sobre Laura Cavazzani Nascida em Lagoa Santa-MG, 23 anos, Bacharel em Educação Física, concluindo uma especialização em exercício físico aplicado a reabilitação cardíaca e grupos especiais (gestantes, hipertensos, idosos, diabéticos) na Gama Filho em Recife. Laura é praticante de Body Board e atleta de jiu-jitsu (faixa roxa), e foi ligada a estes esportes que ela sentiu a necessidade de um treinamento mais especifico. Hoje é umas das personais pioneiras quando o assunto é treinamento funcional em Maceió. Esta é a área que mais gosta e se dedica, é um treinamento que pode ser voltado desde a reabilitação de lesões e Pós-cirurgias até a estética. São 4 anos de experiência na área, trabalhando exclusivamente na academia k2 fitness. Para agregar valor a profissão, Laura também faz aplicações do método Kinesio Tape (aquelas fitinhas coloridas no corpo) e ministra aulas de SUP (Stand Up Paddle) desde 2008. Possui também muitos cursos importantes com relação ao treinamento funcional, realizados em todo Brasil. Apesar deste treinamento ser uma vertente muito nova nas academias, principalmente em Maceió, vem atraindo muitos clientes e adeptos.

Imagens Divulgação

REABILITAÇÃO

78 Treinamento funcional

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ORGULHO ALAGOANO

80 Hasta la vista,

Por Amanda Vasconcelos Fotos Divulgação

A atleta alagoana Danielle Balbino conquistou o título mundial de fisiculturismo em Ohio, nos Estados Unidos, e de quebra colocou o Brasil em destaque na sua categoria. Dani Balbino levou o nome de Alagoas além das fronteiras do estado e até do país. A conterrânea e personal trainer da Academia K2 Fitness venceu, no mês de março, o torneio Arnold Classic Amateur. O torneio é uma das mais importantes competições de fisiculturismo do mundo e este ano, aconteceu em Ohio, nos Estados Unidos. De amadora a profissional, Dani começou a correr em busca das suas metas com pouco apoio, como todo iniciante. Praticante do fisiculturismo há apenas 3 anos, ela já foi campeã alagoana em 2010, vice norte/nordeste em Salvador e terceiro lugar no Campeonato Brasileiro, em 2012 no Rio de Janeiro.

São 45kg e 1 metro e 53 centímetros, uma das menores participantes. Em seu facebook e após a vitória ela diz: “A felicidade é tanta que não cabe dentro de mim tanta emoção”. Bailarina Clássica dos 5 até os 16 anos e atleta de karatê dos 7 aos 20 anos, Dani se encontra em preparação para competir na liga profissional e disputar a vaga para o Olympia em Setembro. Não foi apenas Alagoas que entrou no ranking mundial, é a primeira vez que o Brasil tem uma atleta nesta categoria. Dani traz para o país o ânimo para se investir em esportes e em atletas nacionais.

Foto Divulgação

Já no torneio Arnold Classic Amateur, Danielle Alves Balbino da Silva foi campeã na categoria “Womens Physique”, na “Ladies Physique, A class - Upto 1,63m” e ainda conquistou o Overall, que é o melhor de todas as categorias, recebendo assim o seu “Pro Card”, que a torna atleta profissional, das mãos do ex-governador e ator Arnold Schwarzenegger, que deu nome ao torneio há 25 anos e é patrocinador e referência no esporte.

Chegando a ser criticada por algumas concorrentes, a aposta dela e do seu técnico Roberto Meirelles foram na simetria e feminilidade. Para se destacar em uma competição de Body Building, o competidor tem que apresentar volume, a já mencionada simetria, proporção e definição muscular.

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Inova sendo 1º evento de MMA nacional a produzir o Countdown Por Assessoria de Imprensa Fotos Divulgação

Após o sucesso das 5 primeiras edições, o Coliseu Extreme Fight mantendo a filosofia de buscar sempre a excelência na produção de grandes eventos, continua inovando e investindo em suas produções. Buscando sempre a excelência na produção e realização de cada evento a fim de proporcionar um verdadeiro espetáculo ao público amante do MMA, o Coliseu Extreme Fight chegou a sua sexta edição surpreendendo mais uma vez, apresentou em rede nacional uma grande novidade. Investiu na produção do famoso countdown, um quadro/documentário que é produzido pelos grandes e renomados eventos pelo mundo antecedendo suas transmissões ao vivo. A atração foi ao ar no dia 05 de abril, uma sexta-feira a partir das 20h 30 para todo o Brasil e mais 64 países pelo Canal Combate, abrindo a transmissão ao vivo do Coliseu EF VI que aconteceu na cidade de Arapiraca, interior do estado de Alagoas. O programa teve duração de 30 minutos, onde foi dividido em três blocos, sendo o primeiro uma apresentação do Coliseu e nos dois seguintes, a apresentação dos atletas da luta principal que foi a disputa de cinturão na categoria Mosca (57kg). A produção desse material contou com o que há de mais avançado em recursos de edição e finalização, desde a captação de todo o material que foi executada em Full HD e editada em motion graphics. “Não medimos esforços para um espetáculo completo ao nosso público, esse é o conceito do Coliseu desde a sua primeira edição. Isso além de promover uma boa imagem do show, vendendo nosso estado de Alagoas e o qualificando como um dos grandes produtores de eventos do Brasil”, completa Marcio Mrotzeck, diretor de Marketing do evento. Assinaram a direção desse material Felipe Valões com a produção da empresa alagoana OVNI Áudio Vídeo comandada por Gilberto Junior, que utilizou como apoio as locações do Centro de Treinamentos ADOIS Fight e da Academia K2 Fitness, ambas localizadas em Maceió. Essa super produção pode ser conferida no YouTube, o endereço é www.youtube.com/ColiseuEF. Os preparativos para a edição VII do Coliseu EF já estão bem adiantados, data, local e lutas do Card Principal estão sendo definidos. A grande atração fica pela luta principal da noite que será Fotos Divulgação

MARTIAL MIXED ARTS

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entre os pupilos de Belfort e Spider, respectivamente Gilbert Durinho VS Paulo Bananada na disputa do Cinturão dos Leves (até 70kg) do Coliseu Extreme Fight. Este promete ser mais um verdadeiro show de artes marciais mistas. Antecedendo o evento profissional, em julho acontece em Maceió a 2ª etapa do Torneio de MMA Amador que é promovido pela FAMMA - Federação Alagoana de MMA com apoio e parceira do Centro de Treinamentos ADOIS Fight e do Coliseu Extreme Fight. Oss

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Foto Guga Malta

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HERÓIS DA HISTÓRIA

86 Batalha do Riachuelo Por Marcio Mrotzeck | mar.mil.br

A Batalha Naval do Riachuelo é considerada, pelos historiadores, como uma batalha decisiva da Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai (1864-1870) - o maior conflito militar na América do Sul, somente superado em vítimas no Novo Mundo pela Guerra Civil Americana (1861-1865). A importância da vitória nessa batalha está ligada ao fato que, até aquela data, o Paraguai tinha a iniciativa na guerra e ela inverteu a situação, garantiu o bloqueio e o uso pelo Brasil dos rios, que eram as principais artérias do teatro de operações de guerra.

Cenário político do pais na ocasião Logo após sua independência, o Paraguai procurou se manter afastado dos conflitos frequentes que ocorriam na Região do Prata. Quando Francisco Solano Lopez assumiu o poder em 1862, após a morte de seu pai, Carlos Antônio Lopez, passou a exercer uma política externa mais atuante do que a do seu pai, tentando fazer sua presença sobressair na região. O Brasil, agindo de acordo com a sua política externa, foi o primeiro país a reconhecer a independência do Paraguai. Isso devia-se ao fato do império não ser favorável à almejada anexação do território paraguaio, pela Confederação Argentina.

Entre o Brasil e o Paraguai, havia questões de limites, mas era improvável que tais divergências levassem a um conflito armado. A intervenção brasileira no Uruguai, em 1864, no entanto, contrariou os planos políticos e as alianças de Solano Lopez. Ele considerou que a invasão do Uruguai, por tropas brasileiras, era um ato de guerra do Brasil contra os interesses do Paraguai e iniciou as hostilidades. Como lhe fora negada a permissão para que seu exército atravessasse o território argentino para atacar o Rio Grande do Sul, Lopez invadiu a Província de Corrientes, envolvendo a Argentina no conflito. O Paraguai estava se mobilizando para uma possível guerra desde o início de 1864. Lopez se julgava mais forte e acreditava que teria o apoio do Partido Blanco uruguaio e dos partidários argentinos de Justo José de Urquiza, que exercia o poder na província argentina de Entre Rios. Tal não ocorreu. Sua derrota em Riachuelo acabou com a possibilidade de uma vitória rápida. Seus possíveis aliados não aderiram. Ele, também, superestimou o poder econômico e militar do Paraguai e subestimou o potencial e a disposição do Brasil para a luta.

A Esquadra Brasileira

Foto Marcio Mrotzeck

No início da Guerra da Tríplice Aliança, a Esquadra brasileira dispunha de 45 navios armados. Destes, 33 eram navios de propulsão mista, a vela e a vapor, e 12 dependiam exclusivamente do vento. O Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (Arsenal da Corte) passara por uma modernização em meados do século XIX. Diversos dos navios do início da guerra foram projetados e construídos no País. Os navios brasileiros eram adequados para operar no mar e não nas condições de águas restritas e pouco profundas que o teatro de operações nos rios Paraná e Paraguai exigia; a possibilidade de encalhar era um perigo sempre presente. Além disso, esses navios, possuíam casco de madeira, o que os tornava muito vulneráveis à artilharia de terra, posicionada nas margens.

A Esquadra Paraguaia A Esquadra paraguaia possuía 32 navios, incluindo os que eles apresaram do Brasil e da Argentina, dos quais 24 eram navios de propulsão mista a vapor e vela e oito eram navios exclusivamente a vela. Todos os navios de propulsão mista, exceto um deles, eram de

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madeira, com rodas de pás. Embora todos eles fossem adequados para navegar nos rios, somente o Taquari era um verdadeiro navio de guerra. Os paraguaios desenvolveram, então, a chata com canhão como arma de guerra. Era um barco de fundo chato, sem propulsão, com canhão de seis polegadas de calibre, que era rebocado até o local de utilização, onde ficava fundeado. Transportava apenas a guarnição do canhão, e sua borda ficava próxima da água, deixando à vista um reduzidíssimo alvo. Via-se somente a boca do canhão, acima da superfície da água.

Antecedentes a Batalha Coube ao Almirante Joaquim Marques Lisboa, Visconde de Tamandaré, depois Marquês de Tamandaré, o comando das Forças Navais do Brasil em Operações de Guerra contra o Governo do Paraguai. A Marinha do Brasil representava praticamente a totalidade do Poder Naval presente no teatro de operações. O Comando-Geral dos Exércitos Aliados era exercido pelo Presidente da República da Argentina, General Bartolomeu Mitre. As Forças Navais do Brasil não estavam subordinadas a ele, de acordo com o Tratado da Tríplice Aliança. A estratégia naval adotada pelos aliados foi o bloqueio. Os rios Paraná e Paraguai eram as artérias de comunicação com o Paraguai. As Forças Navais do Brasil foram organizadas em três Divisões - uma permaneceu no Rio da Prata e as outras duas subiram o Rio Paraná para efetivar o bloqueio.

Acima o Capitão de Fragata Levi Alves da Silva, atual comandante da Marinha do Brasil no Estado de Alagoas, com sua esposa e filha, na cerimônia em comemoração aos 148 anos da Batalha Naval do Richuelo realizada na Capitânia dos Portos de Alagoas e abaixo as bandeiras que sinalizaram e simbolizam esse marcante fato de nossa história.

Com o avanço das tropas paraguaias ao longo da margem esquerda do Paraná, Tamandaré resolveu designar seu Chefe do Estado-Maior o Chefe-de-Divisão (posto que correspondia a Comodoro, em outras Marinhas) Francisco Manoel Barroso da Silva, para comandar a força naval que estava rio acima. Barroso partiu de Montevidéu em 28 de abril de 1865, na Fragata Amazonas, e se juntou à força naval em Bela Vista. A primeira missão de Barroso foi um ataque à Cidade de Corrientes, que estava ocupada pelos paraguaios. O desembarque ocorreu, com bom êxito, em 25 de maio. Não era possível manter a posse dessa cidade na retaguarda das tropas invasoras e foi preciso, logo depois, evacuá-la. Ficou evidente que a presença da força naval brasileira deixaria o flanco dos invasores sempre muito vulnerável. Era necessário destruí-la, e isso motivou Solano López a planejar a ação que levaria à Batalha Naval do Riachuelo.

A Batalha A Força Naval Brasileira comandada por Barroso, estava fundeada no Rio Paraná próximo à Cidade de Corrientes, na noite de 10 para 11 de junho de 1865. O plano paraguaio era surpreender os navios brasileiros na alvorada do dia 11 de junho, abordá-los e, após a vitória, rebocá-los para Humaitá. Para aumentar o poder de fogo, a força naval paraguaia, comandada pelo Capitão-de-Fragata Pedro Ignácio Mezza, rebocava seis chatas com canhões. A Ponta de Santa Catalina, próxima à foz do Riachuelo, foi artilhada pelos paraguaios. Havia, também, tropas de infantaria posicionadas para atirar sobre os navios brasileiros que escapassem.

Sinais de Barroso

No dia 11 de junho, aproximadamente às 9 horas, a força naval brasileira avistou os navios paraguaios descendo o rio e se preparou para o combate. Mezza se atrasara e desistiu de iniciar a batalha com abordagem. Às 9 horas e 25 minutos, dispararam-se os primeiros tiros de artilharia. A força paraguaia passou pela brasileira, ainda imobilizada, e foi se abrigar junto à foz do Riachuelo, onde ficou aguardando.

O que é Sinal? O Código Internacional de Sinais é o resultado da necessidade de se uniformizar todos os sinais empregados na comunicação visual e via rádio e passou a vigorar a partir de 1º de abril de 1969. É composto por 26 bandeiras alfabéticas, 10 numéricas, 3 substitutas e um galhardete de código ou reconhecimento. Todas as bandeiras alfabéticas, excetuando-se a letra “R”, significam uma mensagem distinta. Admite-se a combinação de umas bandeiras com as outras sendo lidas do topo para a base. Ademais, as bandeiras estão concebidas de modo a ser reconhecidas mesmo estando parcialmente cobertas.

Após suspender, a força naval brasileira desceu o rio, perseguindo os paraguaios, e avistou-os parados nas proximidades da foz do Riachuelo. Desconhecendo que a margem estava artilhada, Barroso deteve sua capitânia, a Fragata Amazonas, para cortar possível fuga dos paraguaios. Com sua manobra inesperada, alguns dos navios retrocederam, e o Jequitinhonha encalhou em frente às baterias de Santa Catalina. O primeiro navio da linha, o Belmonte, passou por Riachuelo separado dos outros, sofrendo o fogo concentrado do inimigo e, após passar, encalhou propositadamente, para não afundar. Corrigindo sua manobra, Barroso, com a Amazonas, assumiu a vanguarda dos outros navios brasileiros e efetuou a passagem, combatendo a artilharia da margem, os navios e a chatas, sob a fuzilaria das tropas paraguaias que atiravam das barrancas. Completou-se assim, aproximadamente às 12 horas, a primeira fase da Batalha. Até então, o resultado era altamente insatisfatório para o Brasil: o Belmonte fora de ação, o Jequitinhonha encalhado para sempre e o Parnaíba, com avaria no leme, sendo abordado e dominado pelo inimigo, apesar da resistência heróica dos brasileiros, como o Guarda-Marinha Greenhalgh e o Marinheiro Marcílio Dias, que lutaram até a morte.

Sinais de Barroso No dia 11 de junho de 1865, nas águas do rio Paraná, próximo à confluência do Riachuelo, travou-se o sangrento combate que recebeu o nome do pequeno afluente. No decorrer da luta, na Capitânia de Barroso, a Fragata Amazonas, foram içados numerosos sinais, transmitindo ordens aos demais comandantes brasileiros.

Então, Barroso decidiu regressar. Desceu o rio, fez a volta com os seis navios restantes e, logo depois, estava novamente em Riachuelo. Tirando vantagem do porte da Amazonas, Barroso usou seu navio para abalroar e inutilizar navios paraguaios e vencer a Batalha. Quatro navios inimigos fugiram perseguidos pelos brasileiros.

Dois deles foram especialmente célebres:

Antes do pôr-do-sol de 11 de junho, a vitória era brasileira. A Esquadra paraguaia fora praticamente aniquilada e não teria mais participação relevante no conflito. Estava, também, garantido o bloqueio que impediria que o Paraguai recebesse armamentos do exterior, inclusive os encouraçados que encomendara na Europa. Foi a primeira grande vitória da Tríplice Aliança na guerra e, por isto, muito comemorada.

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10 - “Sustentar o fogo que a vitória é nossa”

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Com a vitória em Riachuelo, com a retirada dos paraguaios da margem esquerda do Paraná e a rendição dos invasores em Uruguaiana, a opinião dos aliados era de que a guerra terminaria logo. Isso, porém, não ocorreu. O Paraguai era um país mobilizado e Humaitá ainda era uma fortaleza inexpugnável para os navios de madeira que venceram a Batalha Naval do Riachuelo. A guerra foi longa, difícil e causou muitas mortes e sacrifícios. Foi nela, que brasileiros de todas as regiões do País foram mobilizados conheceramse melhor e trabalharam juntos para a defesa da Pátria. Consolidou-se, assim, a nacionalidade.

779 - “O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever” Anualmente, no dia 11 junho, a Marinha do Brasil comemora o grande feito do Almirante Barroso na Batalha Naval do Riachuelo, ocasião em que são içados nos mastros de todos os navios e organizações de terra os históricos sinais utilizados pelo Chefe Naval durante o confronto.


DELÍCIAS REGIONAIS

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Pra comer com os olhos Por Antonio Maria do Vale Foto OUSH! Brasil

Um simples olhar para o acostamento e uma parada se torna inevitável para os amantes de sabores excêntricos. É um verdadeiro convite a degustação dessas iguarias de nossa região, confira de perto... Pouco mais de 20 km separam Maceió da badalada praia do Francês. Com a duplicação do trecho da AL-101 Sul, que liga a capital a Barra de São Miguel, ficaram no passado os incansáveis engarrafamentos dos finais de semana e feriados. Agora, a viagem é realizada em poucos minutos, passando quase que despercebida com a ajuda de uma boa música, conversa e o ar-condicionado do carro para aliviar o clima de verão que, por aqui, perdura independente das estações do ano. Para os mais atentos, nada de vidros fechados e ansiedade no trajeto. O pequeno trecho pode se tornar ainda mais prazeroso e ganhar status bem atrativo. Erguidas de forma rústica e peculiar, as barracas se estendem por todo o trajeto e expõem os mais exóticos representantes de doces, frutos da estação e crustáceos da culinária alagoana. Os produtos oferecidos são todos da região. As frutas possuem todo o frescor de uma colheita recente; os caranguejos, em sua maioria Uçás, geralmente ainda estão enlameados por sua quase que imediata captura dos manguezais; e as cocadas, dos mais variados sabores, guardam a textura do que as doceiras costumam chamar de “no ponto”, quando as guloseimas estão prestes a grudar no tacho ou panela. As delícias da rodovia costumam ser alvo dos que retornam da praia ou do almoço, sendo a sobremesa predileta dos que frequentam os famosos restaurantes e bares da Barra Nova ou Massagueira. Os preços são baixos e mantém a boa aceitação dos produtos, uma atividade que gera renda para os moradores da região, alguns deles comercializando as delícias há mais de 20 anos. São famílias com as mais variadas histórias de vida, ex-cortadores de cana, refugiados da seca e, em sua grande maioria, extensão de famílias da região que não conseguiram êxito para um emprego estável nos centros

urbanos. São histórias fáceis de ouvir, basta puxar conversa, como a que OUSH! Brasil teve com Seu Cícero Manoel. Com 69 anos, ele é um dos pioneiros no comércio a beira da rodovia e, junto com a família, conta com a renda extra desde o fim da década de 80. Pescador, artesão e agricultor familiar, o comerciante de feições acanhadas nos contou que cultiva diversas frutas no terreno que circunda a sua pequena casa na Barra Nova, colhe caju, manga e siriguela, além de lançar sua tarrafa, que ele mesmo confeccionou, na lagoa Manguaba quase todas as manhãs. A renda familiar de Seu Cícero é completada pelos suspiros, outro doce comum na região, que Dona Cecília, sua esposa, costuma fazer. Apenas os filhos não estão ligados às atividades, “Mandei os dois meninos pra Maceió, pra tentar um futuro melhor, estudar, ser alguém na vida. Fazer doce não dá dinheiro, só dá pra sobreviver”, disse a mãe. Com a duplicação da rodovia, a atividade passa por uma fase de transição. O desenvolvimento neste caso trouxe dificuldades e instala em pessoas como Seu Cícero uma reflexão sobre o futuro que se desenha ainda incerto. Com as obras, muitos comerciantes tiveram que se deslocar para novos lugares e, com o aumento da velocidade média no trecho e o fim dos congestionamentos, as vendas caíram muito. A obra não pode ter dentre seus resultados a exclusão de atividades de valor cultural como as dos sabores endêmicos aquele trajeto. Quem não vai querer continuar saboreando aquela fruta fresquinha na ida à praia ou a cocada como sobremesa na volta do almoço? Seu Cícero, Dona Cecília e os incontáveis viajantes que cruzam a rodovia, esperam contar no futuro tanto com o conforto e segurança da duplicação quanto com a permanência de seus sabores singulares nas margens. Na sua próxima passagem pela região dê uma paradinha e se delicie.

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VOCÊ SABIA?

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Nós temos a nossa.

Por Antonio Maria do Vale Fotos Divulgação

Esquecida e maltratada pela ação do tempo e falta de manutenção, a nossa Estátua da Liberdade não faz parte do roteiro turístico e é raro presenciar visitantes no local. Inaugurada em 28 de outubro de 1886, a Estátua da Liberdade de Nova Iorque é um monumento que comemora o centenário da assinatura da Declaração da Independência dos Estados Unidos. Construída pelo escultor alsaciano Frédéric Auguste Bartholdi com a ajuda do engenheiro francês Gustave Eiffel, o mesmo da Torre Eiffel de Paris, a estátua é um presente de Napoleão III aos norte-americanos pela vitória em batalha travada contra ingleses. Bartholdi também construiu réplicas na fase de construção da estátua de 46 metros erguida na baía de Nova Iorque. Os modelos serviram de base para o projeto que levou 11 anos para ser concluído e que foi financiado por doações do povo francês. Talvez por isso, três deles estejam na França, o mais famoso, medindo pouco mais de 11 metros, numa pequena ilha do rio Sena em Paris, voltado para oeste em direção a estátua original americana.

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Mas a honra de ter uma Estátua da Liberdade não cabe apenas a norte-americanos e franceses. Mais duas estátuas também criadas por Bartholdi vieram parar no Brasil, a primeira delas chegando ao Rio de Janeiro em 1899. Encomendada pelo Barão de Rio Branco para comemorar o 10º aniversário da República do Brasil, o monumento pode ser visto pelos cariocas na Praça Miami em Bangu, para onde foi transferida, em 1964, pelo então governador do Estado da Guanabara, Carlos Lacerda. E para surpresa de muitos alagoanos, a segunda réplica em solo brasileiro está em Maceió. Muitos não percebem, mas diante do Museu da Imagem e do Som de Alagoas - MISA, lá está

ela, idêntica a original, mas perante uma realidade bem distinta caracterizada pela favela do bairro de Jaraguá. Visão que já foi bem diferente, já que a ideia era a mesma da norte-americana: receber os visitantes que chegavam ao porto saudando-os com um monumento que remete a liberdade. O responsável pela chegada da estátua em Alagoas, em 1905, teria sido o pintor alagoano Rosalvo Ribeiro que, encarregado de uma reforma na Praça Dois Leões, teria encomendado ao amigo francês Bartholdi não só a réplica, como também os leões que ainda hoje estão nas extremidades da praça. A também quem diga que a estátua tenha sido um presente entre amigos e não um pedido de Rosalvo. Após sua chegada, a imagem não permaneceu no local durante todo o tempo, tendo percorrido vários bairros da cidade. Primeiro foi transferida da Praça Dois Leões para o local atual em 1918. A época, a região era bem diferente, o bairro fervia e havia um cais onde navios e barcos de passageiros fundeavam na enseada de Jaraguá. Com a construção do Porto de Maceió, inaugurado em 1940, a imagem foi retirada e começou sua peregrinação por outros bairros da capital alagoana. Em 1939, foi transferida para a então inaugurada Praça do Centenário, no bairro do Farol. Em 1956, um novo monumento, que homenageava o General Góes Monteiro, foi construído e instalado no lugar da estátua, sendo ela transferida novamente para outra praça entre os bairros do Jaraguá e Pajuçara, onde permaneceu até a década de 90, quando retornou em definitivo para onde se encontra hoje.

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Alguns guias até se arriscam, mas a falta de estrutura e segurança no local são motivos para que uma parada dos ônibus que levam os turistas as praias do litoral sul não se torne uma constante. É mais um pedaço de nossa história que caminha rumo ao esquecimento.

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"Papa do Povo" Por Amanda Vasconcelos Fotos Divulgação

“Eu gostaria de dar a benção, mas antes peço um favor. Antes que o bispo abençoe o povo, eu peço que vocês rezem ao Senhor para que o Senhor me abençoe, a oração do povo pedindo ao Senhor que abençoe seu bispo.” Papa Francisco Depois de um anúncio apenas visto no ano de 1415, o então Papa Bento XVI renuncia e deixa a igreja católica sem líder até a escolha do seu sucessor. Muitos nomes eram especulados para o novo chefe da Igreja e talvez por carregar um peso enorme diante de várias situações foi escolhido não o mais falado, e sim o intitulado “Papa do Povo”. Em uma quarta-feira, especificamente dia 13 de março de 2013 e após uma eleição histórica, o conhecemos. Dentre 115 cardeais, foi anunciado da janela da basílica de São Pedro e recebido com aplausos pelos fiéis que enfrentavam frio e chuva na praça, pelo mais velho, o cardeal francês Jean-Louis Tauran, com o famoso “Habemus Papam!” (expressão mais repetida pelo mundo no dia). Nascido Jorge Mario Bergoglio, e agora com 76 anos, Papa Francisco é o sucessor que surpreendeu a todos. Primeiramente porque até tal decisão, pensava-se que a Europa esquecia todas as pessoas elegíveis para bispo de Roma dos países que não estivessem dentro dos seus limites. Mas, não se trata apenas de quem preside a Igreja Católica e sim, conjuntamente, do chefe de estado do Vaticano. O argentino de Buenos Aires é o primeiro pontífice não europeu em mais de 1200 anos, o único jesuíta da história e primeiro papa nascido no continente americano. Francisco como São Francisco de Assis, santo conhecido pela simplicidade, amor e alegria, é, pelo que pode ser visto, inspiração para o novo papa que nomeou-se com enorme humildade. No meio de adornos em ouro e toda a pompa que marca Bento XVI, chega, do subúrbio de Buenos Aires alguém que frequentava periferias e se ajoelhava diante pacientes com AIDS, convivendo com pessoas pobres e simples. Antes a atenção para o papado era diferente, hoje a convivência e os gestos comportamentais diários de pessoas simples chamam atenção, algo diferente do esperado sob a pessoa que ocupa o maior nível hierárquico da Igreja Católica. Chamado de “radical” pela mídia, nos primeiros dias o novo Papa dispensou sua limusine e foi de ônibus até a Casa de Santa Marta, não é à toa que os cardeais levaram um susto quando ele subiu os degraus e sentou ao lado do Dom Raymundo Damasceno, arcebispo de Aparecida, São Paulo, até hoje nenhum Papa tinha tomado tal atitude. Não foi apenas a limusine... Entre as suas substituições estão a cruz de ouro, usada por

todos os outros Papas, que ele pediu pra ser trocada por uma peça de aço; a estola, que simboliza o poder espiritual e tem ornamentos de ouro, que foi simplesmente recusada, igualmente com a mozeta vermelha, tradicionalmente posta sobre os ombros. Os sapatos vermelhos que representam o sangue de todos que morreram por Cristo, foi outra peça negada, ele continua com seus sapatos simples e pretos. As observações não param por ai, ao recolher suas coisas no hotel, o novo Papa fez questão de pagar a conta das diárias de sua hospedagem ainda como cardeal, mesmo sabendo que o local é administrado pela própria igreja. A pergunta é: Porque alguém que visitava periferias, convivia com pessoas pobres, ajoelhava-se para mostrar igualdade com elas que sofreram e que sofrem com alguma doença, que andava de ônibus, metrô e se alimentava de maneira bem próxima de quem não tem regalias, iria mudar da “água para o vinho” só porque ocupa o maior cargo hierárquico do catolicismo? É certo que até hoje nenhuma pessoa trouxe o mesmo impacto inicial que o Cardeal Bergoglio. Não é apenas pregar a teologia e sim adotar um “governo” para o povo, começando pelo seu nome e questionando a linha de justiça social atualmente pregada. Francisco assume com a função de manter a unidade de uma igreja que, nas palavras de seu próprio antecessor, o agora Papa Emérito Bento XVI, está dividida e imersa em crises. É um sopro de esperança para os que anteriormente se sentiam deslocados com a ostentação da Igreja, mudando só com a sua visão de mundo o ar poderoso passado pela hierarquia. A Igreja abraça, convida ao perdão e ao arrependimento ao invés de condenar. É o Papa reconhecendo a humanidade, sem incriminar e nem discriminar e sim procurando abrigar os filhos de Deus. Em sua primeira viagem internacional depois do pontificado, Papa Francisco visitará o Brasil na Jornada Mundial da Juventude que acontecerá no Rio de Janeiro entre os dias 23 e 28 de julho onde se espera quatro milhões de jovens. Entre os compromissos públicos do Pontífice, estão visitas à comunidade de Varginha e ao Hospital São Francisco de Assis. O Papa também irá ao Santuário de Aparecida e celebrará o Ângelus no Palácio de São Joaquim.

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RELIGIOSIDADE

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TECNOLOGIA

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Ameaças Por Kelsen de Mendonça Vasconcelos

De acordo com o Código Penal, acessar, roubar, manipular e modificar informações alheias é um crime, e como todo crime, passível de punição. A invenção de instrumentos capazes de fazer operações aritméticas se deu a milhares de anos, sendo o ábaco, que fazia operações de adição e subtração, o equipamento mais antigo de que se tem conhecimento.

existentes nas leis podiam ser combatidos, independentemente do meio utilizado para a sua realização, e mostra-se lento em relação ao desenvolvimento de métodos e novas leis para inibir a expansão desses crimes.

Daquela época aos dias atuais, tais instrumentos foram evoluindo até se chegar ao computador, que faz operações aritméticas e lógicas, possibilitando o seu uso para diversas aplicações.

E a discussão só volta à tona quando estas ações voltam-se para “pessoas públicas” como o caso da atriz Carolina Dieckmann, que teve fotos íntimas roubadas de seu computador pessoal, sendo submetida à chantagem e suas fotos divulgadas pela internet. Várias técnicas foram desenvolvidas para identificar os computadores em utilização na internet e, desse modo, identificar o autor do delito, e, para punir os infratores, tanto os adolescentes, quanto os maiores de idade, cada um é punido pelo delito cometido, a exceção da criança que, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, só pode ter imposta medidas de proteção.

A partir da criação pelas forças armadas americanas do computador eletrônico em 1946, e da criação de uma rede mundial de comunicação entre computadores, a internet, em 1969 nos Estados Unidos, a troca de comunicação entre pessoas e empresas com finalidades diversas se firmou, tornando-se indispensável para grande parte da população mundial, sendo possível pesquisar, estudar, namorar e até trabalhar. Atualmente, mais de 1,5 bilhão de pessoas no mundo utilizam a internet, e infelizmente, como ocorre no mundo real, os crimes também adentraram ao mundo virtual, que se tornou um novo e lucrativo território para criminosos de todos os matizes. Estes crimes, que normalmente eram praticados na vida comum, estão sendo paulatinamente praticados com o auxílio do computador. Nos Estados Unidos, são julgados mais de 5.000 crimes virtuais por ano. No Brasil, o problema do crime cibernético começou a chamar a atenção das autoridades públicas no ano de 1999, quando vários sites do governo federal foram invadidos por hackers. Com a expansão da Internet, pessoas mal intencionadas, como também organizações criminosas, podem interceptar dados que circulam pela rede. Em pesquisas na área judiciária verificou-se que os crimes virtuais crescem numa velocidade maior que o crime convencional, e do mesmo modo, a legislação preventiva não vem acompanhado aquele avanço. Das várias condutas nocivas a vida social, destacam-se na internet a apologia e incitação a crimes contra a vida, atividade de grupos neonazistas, homofobia, ameaça, calúnia, difamação, injúria, falsa identidade, clonagem de senhas para acesso bancário, favorecimento da prostituição, tráfico interno e internacional de pessoas, tráfico de entorpecentes, cyberbulling, e a pedofilia virtual. Os governos não vêm se preparando para o enfrentamento do crime de informática, principalmente para os crimes que somente podiam ocorrer naquele meio, pois os crimes já

Um dos grandes problemas atuais é a verificação do lugar onde o crime virtual ocorreu, e para resolver tal questão, os juristas vêm aplicando interpretação com base na Lei de Imprensa, considerando como local do fato aquele onde estiver hospedado o site com conteúdo ofensivo, e, não se obtendo a localização, aplicando o artigo 72 do Código de Processo Penal onde diz: “Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu. § 1º Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á pela prevenção. § 2º Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será competente o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato”. Com a entrada em vigor a pouco de leis que punem os crimes que ocorrem exclusivamente no mundo virtual, a justiça brasileira vem construindo uma legislação para enfrentar o crime virtual, mas os problemas relacionados à informática e à Internet ainda não são tratados com a atenção necessária, resultando no aumento da impunidade. Atualmente há no Congresso Nacional mais de 50 projetos de lei tratando de assuntos relacionados à Internet. Um deles entrou em vigor no último mês de abril, é a lei 12.737/2012, popularmente conhecida como Lei Carolina Dieckmann, defendida após o problema já citado anteriormente. Existem muitas criticas, mas apesar delas é bom ver que os políticos tem se preocupado com o ambiente virtual e com a definição de regras para quem de alguma maneira passa e/ou vive nesse meio.

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Empresa de desenvolvimento de soluções digitais para inclusão social, desenvolveu o Hand Talk, criado por três alagoanos, e foi eleito em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, o melhor aplicativo pelos jurados do WSA-Mobile, maior e mais importante evento da área de tecnologia móvel do mundo.

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julho. Hugo ajudará a traduzir som, textos digitais, jornais, SMS e até imagens para LIBRAS (Linguagem Brasileira de Sinais). Mas, as atualizações não param por ai, a plataforma Hand Talk para sites,será capaz também de traduzir em tempo real o conteúdo de sites, entre outros.

Com o slogam: “A vida tem mais sentido quando a gente se comunica”, o povo alagoano acolhe com orgulho Ronaldo Tenório, Carlos Wanderlan e Thadeu Luz, responsáveis pelo Hand Talk.

Esse foi o prêmio mais falado, mas, a tamanha genialidade vem sendo reconhecida não só fora do Brasil, aqui eles já ganharam o prêmio do Desafio Demo Day Alagoas e o prêmio nacional Inovação do Ano no evento Rio Info 2012 (que contou com mais de 600 projetos inscritos), além disso, foi destaque também nos eventos Coal TI e Latino Ware e atraiu investidores como a Anjos do Brasil, que acompanhou o trio pelos Emirados Árabes. No mês de Maio, a equipe do Hand Talk palestrou no Adobe Camp Brasil - Maceió, com o tema: “A trajetória de um app consagrado o melhor do mundo.” É o que dizem, ideias boas trazem reconhecimento como consequência. Para saber mais sobre o aplicativo e acompanhar as novas do lançamento, acesse o site oficial: www.handtalk.com.br ou então no Facebook: www.facebok.com/apphandtalk.

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Hand Talk é uma plataforma de tradução simultânea que tem como aplicativo, seu cartão de visita, onde existe uma acessibilidade que possibilita surdos e deficientes auditivos a ter acesso ao conhecimento em geral. Segundo o site do próprio aplicativo “A maioria dos surdos não consegue ler nem escrever corretamente o português e dependem exclusivamente da LIBRAS para se comunicar. Essa deficiência implica na dificuldade de integração dessa camada social na educação, trabalho, lazer e em atividades cotidianas. Dentro desse contexto, o Hand Talk surge como uma ferramenta que alia tecnologia ao processo de inclusão social dessas pessoas.”. Batizado de Hugo, o personagem que ajuda a comunicação entre aparelho e utilizador, é uma promessa do projeto que está com data de lançamento marcada para o mês de

Alagoas esteve em destaque no ultimo mês de fevereiro, é que o Hand Talk ganhou o maior prêmio de tecnologia do mundo, o WSAMobile em Abu Dhabi nos Emirados Árabes, evento promovido pela ONU que acontece de dois em dois anos. Considerado o Oscar da tecnologia, o prêmio tem como objetivo, contemplar e promover os projetos com melhores conteúdos e aplicativos on-line em diversas categorias. Foram 435 projetos, 102 países inscritos e mais de 15 mil aplicativos inscritos de todo o mundo, entre tantos temos dois brasileiros, o My Fun City, que é um aplicativo que avalia sua cidade com indicadores relacionados a trânsito, segurança, saúde e etc. e o Hand Talk. A escolha aconteceu através de 50 jurados de todas as partes do mundo e a votação popular no site da WSA foi a primeira de suas etapas. A bandeira de Alagoas subiu junto com o vencedor.

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MUNDO DIGITAL

Hand Talk melhor do mundo

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POLÊMICA

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“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade. “ — Artigo 1º, Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Nos últimos tempos um dos assuntos mais polêmicos vistos constantemente nas redes sociais envolve a Comissão de Direitos Humanos e Minorias. A CDHM é umas das comissões Permanentes da Câmara de Deputados do Brasil e hoje é presidida pelo pastor Marco Feliciano. Aos 40 anos, Feliciano deixou de ser conhecido apenas pelos fiéis que o ouvem pregar e cantar e tornou-se, como está sendo chamado por ai, o “inimigo número um do Brasil”. A polêmica mais recente é a proposta da “Cura Gay”, criada pelo Deputado João Campos e trazida à tona pelo pastor Marco Feliciano, que tem o objetivo de barrar uma norma do Conselho Federal de Psicologia de 1999, que impede os profissionais da área de sugerir aos pacientes que busquem a cura da homossexualidade. Aprovado inicialmente pela própria comissão de Direitos Humanos, o projeto veta a aplicação de alguns artigos determinando que os psicólogos possam dar sugestões contrarias ao que é proposto na norma. O projeto foi criticado por inúmeras pessoas, entre eles, psicólogos e acadêmicos de psicologia, deputados e até pela OAB, que comentou que a “aprovação da ‘cura gay’ pela comissão é "lamentável". Outro absurdo não muito comentado, mas criticado por declarações racistas e homofóbicas, foi a inclusão na pauta de votação de um projeto que penaliza a discriminação contra heterossexuais. Mas os absurdos não param por ai. Talvez um dos seus maiores escândalos tenha se dado como pastor, na Igreja e não na Câmara, quando em um vídeo Marco Feliciano aparece pedindo a senha do cartão de um dos seus fiéis dizendo: “É a última vez que eu falo. Samuel de Souza doou o cartão, mas não doou a senha. Aí não vale. Depois vai pedir o milagre pra Deus e Deus não vai dar e vai falar que Deus é ruim.”. Posteriormente ele alegou que isso era uma brincadeira. Acusado de estelionato por receber cerca de R$ 13 mil reais para realizar um culto no Rio Grande do Sul e não comparecer, desvio de dinheiro público com uma denuncia feita pelo jornal “Correio Braziliense”, racismo e homofobia, o deputado afirmou recentemente que o cantor John Lennon e a banda

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Mamonas Assassinas foram mortos por Deus em uma questão de vingança, já que John afrontou Deus quando disse que “os Beatles eram mais famosos que Jesus Cristo” e os Mamonas que, “cometeram o pior pecado que alguém poderia cometer: colocaram palavrões na boca de crianças”. Um dos comentários mais chocantes veio de uma declaração dada em entrevista para o livro “Religiões e política: uma análise da atuação dos parlamentares evangélicos sobre direitos das mulheres e LGBTs no Brasil”. A publicação do comentário partiu do jornal O Globo e pode ser achado no livro já citado na página 155, em fala de junho de 2012. Segundo Feliciano: “Quando você estimula uma mulher a ter os mesmos direitos do homem, ela querendo trabalhar, a sua parcela como mãe começa a ficar anulada, e, para que ela não seja mãe, só há uma maneira que se conhece: ou ela não se casa, ou mantém um casamento, um relacionamento com uma pessoa do mesmo sexo, e que vão gozar dos prazeres de uma união e não vão ter filhos. Eu vejo de uma maneira sutil atingir a família; quando você estimula as pessoas a liberarem os seus instintos e conviverem com pessoas do mesmo sexo, você destrói a família, cria-se uma sociedade onde só tem homossexuais, você vê que essa sociedade tende a desaparecer porque ela não gera filhos”. Não é à toa que as opiniões contrárias a ele tem força. Como pode o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias ser contra os direitos civis do próprio ser humano? A pergunta é baseada nas questões vistas nos noticiários e redes sociais, nas frases como: “Africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé. Isso é fato.” e “A podridão dos sentimentos homoafetivos levam ao ódio, ao crime e rejeição.”, ambas vistas em sua própria conta no Twitter. Sendo o Brasil um país laico, os governantes e membros das comissões devem se basear nos Direitos Civis do cidadão, buscando assegurar para o povo e para as comunidades ali postas os direitos previstos na Constituição Federal e, no caso, na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Com certeza é difícil agradar mais de 195 milhões de pessoas que residem no país, mas o Direito Civil não é Religião, apesar de que podem se completar. Novamente, tem-se que entender que a questão é civil e não religiosa. Há hoje uma banalização, uma exposição exagerada de assuntos que só dizem respeito à pessoa por si só. A opção sexual, por exemplo, não é uma questão a ser discutida, é escolha própria e não da sociedade. Lutar pelos direitos do próximo é lutar pelos seus próprios direitos. Feliciano não deve ser condenado pela sua religião e sim por ser despreparado para o cargo que ocupa, colocando sua opinião por mais errada que seja acima do próprio ser humano. Já a forma com que ele vem sendo “combatido” parece só o fortalecer, manifestações geradas para chamar atenção da mídia dão mais atenção a ele do que qualquer coisa que o próprio faça por si. A campanha “Não me representa!” é um exemplo, onde a frase faz uma alusão ao pastor, tendo assim várias pessoas declarando que o presidente da Comissão de Direitos Humanos não os representa. Em um evento para divulgar seu novo partido, Marina Silva ex-candidata a presidência, ex-senadora, ex-ministra do Meio Ambiente e evangélica, fala que Feliciano não está preparado para presidir a comissão. Em suas próprias palavras divulgadas na mídia: “- O pastor Feliciano jamais poderia assumir a www.OUSHBrasil.com.br

Comissão de Direitos Humanos. Ele é despreparado e não tem os princípios básicos que essa comissão precisa. Ele não tem condições mesmo.”, e ainda, “Eu não gosto quando a questão fica religiosa, ela é uma discussão de cultura de direitos humanos, coisa que o deputado não tem. Não interessa se ele é evangélico.”. Fora que, segundo ela, o político precisa ter ligação com a sustentabilidade e postura democrática. O fato é que, nunca, o posto de alguma comissão da câmara foi tão discutido, a parte boa é a nova e aguçada percepção dos brasileiros na defesa dos seus direitos hoje e para o futuro. As coisas estão sendo modernizadas. Feliciano tenta manter o que antigamente era normal, tão normal quanto na época da escravidão e na época que as mulheres não podiam votar. Nós conquistamos nossos direitos, do mesmo jeito que os casais homoafetivos hoje estão conseguindo conquistar os próprios, é pensar pelo próximo e defender uma coisa que outras pessoas amam. Certamente o modo em que a defesa está figurada não é a ideal, o pensamento expresso por Marco Feliciano está ajudando a esclarecer alguns temas. Exatamente, o próprio que lança campanhas absurdas já citadas, ajudou na criação de uma nova visão. Os protestos comprovam. É importante frisar que a democracia só vale quando é por um bom comum, sem isso, a interpretação pode ser como “ditadura de minoria”. Os direitos estão sendo alcançados. O Conselho Nacional de Justiça sentiu a necessidade de acabar com a desigualdade entre os estados que autorizam e os que não autorizam o casamento gay. Então, foi publicada no dia 15 de maio de 2013, a Resolução nº 175, de 14 de maio de 2013, que determina que "é vedada às autoridades competentes a recusa de habilitação, celebração de casamento civil ou conversão de união estável em casamento entre pessoas de mesmo sexo". É a democracia vencendo a desigualdade. Quanto ao Pastor, é necessário combate dos seus projetos e não da própria pessoa.

Segundo o regimento interno da Câmara, as atividades da Comissão de Direitos Humanos e Minorias são: • Recebimento, avaliação e investigação de denúncias relativas a ameaça ou violação de direitos humanos; • Fiscalização e acompanhamento de programas governamentais relativos à proteção dos direitos humanos; • Colaboração com entidades não governamentais, nacionais e internacionais, que atuem na defesa dos direitos humanos; • Pesquisas e estudos relativos à situação dos direitos humanos no Brasil e no mundo, inclusive para efeito de divulgação pública e fornecimento de subsídios para as demais Comissões da Casa; • Assuntos referentes às minorias étnicas e sociais, especialmente aos índios e às comunidades indígenas; regime das terras tradicionalmente ocupadas pelos índios; • Preservação e proteção das culturas populares e étnicas do País.


Divirta-se e aprenda o hino de Alagoas. O gabarito você confere em nossa próxima edição.

Hino do Alagoas

(versão compactada)

Letra por Luiz Mesquita Melodia por Benedito Silva

PASSATEMPO

98

Caça-Palavras

Alagoas Estrela Radiosa Que refulge ao sorrir das manhãs, Da República és filha donosa Maga estrela entre estrelas irmãs.

diversão

Alma pulcra de nossos avós Como benção de amor e de paz. Hoje paira a fulgir sobre nós E maiores, mais forte nos faz.

Jogo dos 7 erros

Tu liberdade formosa, Gloriosa hosana entoas: - Salve, ó terra vitoriosa, - Gloria à terra de Alagoas. (BIS) Salve, o terra que entrando no tempo Calma e ovante da indústria te vaz; Dando as tuas irmãs este exemplo De trabalho e progresso na paz. Sus, os hinos de gloria já troam. A teus pés os rosaes vêm florir Os clarins e as fanfarras ressoam, Te levando em triunfo ao porvir. Tu liberdade formosa, Ao trabalho hosana entoas: - Salve, ó terra futurosa, - Gloria à terra de Alagoas. (BIS)

O resultado você confere em nossa próxima edição.

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