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anoIV número11 out2013
Uma revista com a cara do Nordeste
Exclusiva Seleção Alagoana Conheça as 12 praias alagoanas que formarão um time de destaque internacional durante a Copa do Mundo da FIFA.
Saúde da Mulher
O câncer de mama quando é descoberto precocemente tem grandes de chances de cura. Confira 12 sintomas do câncer de mama que você não deve ignorar.
Santa Casa de Misericórdia Ao completar uma década de gestão, entrevistamos com exclusividade o provedor Dr. Humberto Gomes de Melo.
BOPE/AL
Circulação Nacional / Exemplar de Assinante
Saiba mais sobre a história do primeiro alagoano “caveira” e como funciona o esquadrão de Elite da Polícia Militar de Alagoas.
Falta o quê?
Conhecida como a capital com as mais belas praias do país, Maceió peca por não investir na região que já foi a mais próspera da cidade, desperdiçando a oportunidade de tornar-se um destino ainda mais atrativo
E mais: médicos cubanos, livros de cabeceira, Yohanssson Nascimento, adeus a Dominguinhos, gastronomia, Ideias e Negócios... Uma revista com a cara do Nordeste
A GRUTA É FEITA DE MUITAS HISTÓRIAS, INCLUSIVE A SUA PARTICIPE E AJUDE A RESGATAR A HISTÓRIA DE UM DOS BAIRROS MAIS AMADOS DE MACEIÓ
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UMA CAMPANHA QUE VALORIZA A HISTÓRIA E AS PESSOAS DO LUGAR ONDE MORAMOS A Gruta de Lourdes nasceu na década de 60 e desde então passou a despertar interesse em muita gente que passava por ali. Hoje, a Gruta é um bairro completo, que consegue unir a tranquilidade de um lugar tradicionalmente familiar à comodidade que os moradores possuem por terem tudo o que precisam bem pertinho de casa.
A campanha A Gruta Ama Você foi uma iniciativa da Construtora Humberto Lôbo, um convite para os moradores do bairro e para todos que viveram grandes histórias nesse bairro tão especial.
A campanha fez parte do projeto de responsabilidade social da construtora, que busca valorizar e cuidar das regiões onde seus produtos são lançados, beneficiando não só os seus clientes, mas todos os moradores da área.
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EDITORIAL
@MarcioMrotzeck
obrigado! Tudo pode mudar, basta acreditar naquilo em que se sonha, no seu potencial e caminhar em busca dos objetivos. O Girassol sempre se volta para o lado onde o Sol está, pois necessita dessa energia, com esse pensamento, vamos olhar para o que é próspero e nos dá energia positiva. Assim é muito mais fácil ser feliz. Falar em felicidade para mim é sinônimo de agradecimento! Ninguém chega a lugar algum sozinho, sempre precisamos e precisaremos uns dos outros. Até aquela crítica lhe faz bem, pois é para que você melhore a cada dia. Vivemos e aprendemos todos os dias. Em primeiro lugar, obrigado Deus, por permitir que o sonho saísse do papel. Obrigado Alagoas que bem recebeu esse filho, obrigado a todos que acreditaram e continuam acreditando e investindo nesse projeto. A OUSH! nasceu com esse intuito, é a realização de um sonho, concretização e materialização de objetivos. Entramos no ano IV e a 11ª edição vem ainda mais recheada, com maior no número de páginas e um conteúdo indiscutivelmente de bom gosto e exclusivo. Desde a 1ª edição, com a entrevista e matéria de capa com o mestre Eliezer Setton, ela mantém seu propósito, segue valorizando o que é da nossa terra, com um projeto gráfico diferenciado, diagramação limpa e de fácil leitura, prezando sempre pelo equilíbrio entre a publicidade e conteúdo. O projeto Ideias & Negócios ganha força com a 2ª edição, agora o foco da discussão é o desenvolvimento imobiliário do Litoral Sul de Maceió, no tocante a Praia da Avenida, que na década de 70 era a grande promessa de crescimento da cidade, tendo ali instalados os seus primeiros hotéis e hoje vivendo outra realidade. Existe solução para essa região? Isso é o que você vai acompanhar nessa super matéria, que mereceu ser capa. Falando em construção, somos a Revista Oficial do Prêmio Master ADEMI - 2013. Que orgulho, OUSH! Exclusiva também é a entrevista com o gestor da Santa Casa de Maceió, Dr. Humberto, que acaba de conquistar um prêmio nacional, como uma das 5 Melhores Instituições de Saúde do Brasil. Na área da Saúde, falaremos também sobre a polêmica gerada com a contratação de médicos cubanos e abraçamos a luta contra o câncer de Mama, fazendo parte do Outubro Rosa. Está chegando mais uma temporada de festas de final de ano, e junto a consagração de Maceió Capital do Réveillon, destaque para as exclusivas festas: Absoluto, Celebration, Tamo Junto e Seleto. Em dicas de turismo, uma bela Seleção de Praias para você conferir de perto e eleger a sua preferida; sobre carreira, faça o teste e veja como você se porta profissionalmente; entrevistamos ainda o primeiro Caveira do BOPE em todo o Nordeste, o Coronel da Reserva Remunerada, Francisco de Assis, que conta como foi a sua passagem pela principal e mais completa Academia da Tropa de Elite da Polícia Militar do Brasil. O conteúdo só cresce e você poderá conferir uma justa homenagem ao mestre Dominguinhos, que nos deixou recentemente; um guia gastronômico para você acertar na hora de definir o vinho e o prato; tem também Livros de Cabeceira, Direito Animal, resultado da Campanha #MeuPaiNaOUSH, lançamento da Campanha Nocauteando as Drogas, Comportamento, momento de Conscientização com a Campanha "Esta vaga não é sua nem por um minuto!", Moda & Estilo, Curiosidades pelo mundo, uma breve aula de Xadrez para você aproveitar bem os momentos de ficar em casa com a família, muito cinema com Clint Eastwood, uma aula sobre 5S e uma reportagem sobre consumismo. Ufa! Tudo isso e muito mais, preparado e selecionado especialmente para o seu enriquecimento cultural e entretenimento. Foto da Capa Marcio Mrotzeck Sunset na Praia da Avenida | MCZ | Alagoas
Cada vez mais surpreendente, esta é a revista que todo mundo vê. E lê. \o/
Marcio Mrotzeck de Araujo Publisher
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SUMÁRIO
12
Fotos Divulgação / SXC.hu
33
26
72
112
100
46
36
18
96
"A resiliência é a capacidade de se recuperar de situações de crise e aprender com elas. É ter a mente flexível e o pensamento otimista, com metas claras e a certeza de que tudo passa". Priscila Tenenbaum
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CURTAS LEITURA INTERATIVIDADE MUNDO ANIMAL SINAL DE ALERTA Fotos Divulgação
32
HISTÓRIA DAS ALAGOAS HOLOFOTES PERSONAGEM TECNOLOGIA EDUCAÇÃO INFANTIL MEU PAI NA OUSH! ENTREVISTA ESPECIAL SAÚDE DA MULHER
60
BRASIL ATUAL PRA FICAR EM CASA CAMPANHA SOCIAL OPINIÃO PROFISSÃO FOTÓGRAFO CINEMA CONSCIENTIZAÇÃO
88
ATENÇÃO REDOBRADA
38
COMPORTAMENTO
mais...
CONSUMISMO CARREIRA
64
Fotos Divulgação
MATÉRIA DE CAPA
16 18 20 22 24 26 30 32 33 34 36 38 42 46 50 52 54 56 58 60 62 64 66 68 72
Moda & Estilo ...................................................... 86 Gastronomia ...................................................... 88 Luxo Barato ........................................................ 90 OUSH! Music ..................................................... 92 Esportes ............................................................ 94 Segurança ......................................................... 96 Turismo ............................................................ 100 Curiosidades .................................................... 104 Lar doce Lar ...................................................... 106 Desenvolvimento ............................................. 108 Séries de TV ...................................................... 110 Homenagem Especial ...................................... 112
PUBLISHER/Diretor Executivo Marcio Mrotzeck de Araujo | Diretor Administrativo & Financeiro Mário Lôbo
Jornalista Responsável Renato Silvestre MTB 60968 | Fotografia OUSH! Brasil / Lula Castello Branco / Image Bank / SXC.hu | Colaboradores Antonio Maria do Vale / Amanda Vasconcelos / Amanda Melo / Ana Paula Nunes / Ana Carolina Tenório / Fernanda Tognon / Juliano Pêssoa Revisão Antonio Maria do Vale / Amanda Vasconcelos | Asses. Jurídica Dra. Ana Cláudia Rocha Lôbo | Projeto Gráfico & Diagramação Marcio Mrotzeck de Araujo | Publicidade [publicidade@oushbrasil.com.br] | Distribuição Assinantes, Condômínios Residenciais, Centros Empresariais e Médicos | Periodicidade bimestral | Impressão Gráfica Moura Ramos Nota da redação A revista OUSH! Brasil não se responsabiliza por opiniões em artigos assinados, todos os dados apresentados nas matérias são de responsabilidade de seus autores, os quais não mantém nenhum vínculo empregatício com a mesma e todos os anúncios foram veiculados mediante prévia autorização das empresas. Os preços de produtos e/ou serviços divulgados nessa edição foram fornecidos por seus fabricantes ou distribuidores e podem sofrer alterações sem prévio aviso. Fica vedada a utilização, sem prévia autorização de textos e/ou fotos em qualquer outro veículo de comunicação. A revista OUSH! Brasil é uma publicação da MW Comunicação e Design Ltda., sob CNPJ 05.630.153/0001-36, para maiores informações, entre em contato [redacao@oushbrasil.com.br] www.OUSHBrasil.com.br
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leitor
Maceió como nunca se viu
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Ainda estamos distantes do verão, mas a alta temporada da capital alagoana promete uma grande surpresa. Desta vez não teremos apenas mais do mesmo, com a cidade sendo invadida por milhares de turistas em busca de nossas praias. Elas até permanecerão como o centro das atenções, mas agora não serão mais vistas da mesma forma dos outros verões. Todos irão se surpreender com uma Maceió que ainda desconhecem. Antes, um pouco de suspense...
Por que elas só estão aqui?
curtas
VI Bienal Internacional do livro
“Costumo percorrer a cidade inteira de bicicleta e num final de semana uma placa me chamou a atenção. Desse dia em diante passei a observar se a encontraria em outros locais da cidade. Coincidência ou não, não esbarrei com mais nenhuma delas e passei a questionar sua real função: segurança no trânsito ou interesse turístico discriminatório?” André dos Santos é coordenador de logística e ciclista
Faça o que eu digo, não o que eu faço “Normalmente é assim: a população cobrando das autoridades. Mas e quando a sociedade não faz a sua parte? No Trapiche, tão logo a prefeitura efetue a limpeza, moradores, muitos da classe média, insistem em jogar lixo em local inapropriado. Depois buscam culpados por doenças e mosquitos, como se eles mesmos não fossem os responsáveis” José Maria Evaristo é supervisor de manutenção industrial
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CURTAS
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A programação completa do maior evento literário do Estado foi lançada oficialmente. A 6ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas acontecerá de 25 de outubro a 3 de novembro, no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, em Jaraguá, e homenageia o entrelaçamento entre Brasil e Portugal. A expectativa é de que cerca de 200 mil pessoas circulem pelos corredores do evento, promovido pela Editora da Universidade Federal de Alagoas – Edufal. A agenda cultural diversificada promete agradar público de todos os gostos e idades, assim como despertar na população alagoana o interesse pela leitura. Serão 4.727 m² de área de exposição, 147 estandes, cinco salas para oficinas literárias e de criação, auditório para 500 lugares, salas para palestras e debates, lançamentos de livros e praça de autógrafos. A superprodução conta com convidados de peso. Entre os alagoanos, alguns dos nomes confirmados são Arriete Vilela, Susana Souto, Nilton Resende, Simone Cavalcante, Vera Romariz, Luitgarde Barros, Gilda Vilela, José Marques de Melo, Jorge Calheiros e Tainan Costa. A programação do evento inclui ainda apresentações do Ballet Emilia Clark e da Orquestra da Câmara da Ufal, bem como os espetáculos teatrais “O Patinho Feio e Lêdo Ivo” e “O Rei do Baião”. Também fazem parte da programação o Fórum Internacional Literário; a Feira das Profissões; o 5º Encontro Nacional de História; Seminário de Educação Física; Seminário de Geografia; o 5º Congresso Norte e Nordeste de Educação a Distância; Papel no Varal; Seminário de Serviço Social; Seminário Graciliano Ramos; Encontro da Rede de Educação Infantil da Ufal; e o 2º Ígbá – Seminário Afro-internacional. Não faltam motivos para prestigiar o evento que se tornou referência nacional e já conquistou os alagoanos. Imperdível! Uma revista com a cara do Nordeste
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LEITURA
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Cabeceira Por Amanda Vasconcelos Fotos Divulgação
Com mais de 6 mil anos de história para ser contada, os livros percorrem o tempo, várias escritas e diversos materiais. Saiba um pouco da teoria e conheça o porque dos livros de cabeceira. mas a maioria das opiniões reforçam a tese de que “livro de cabeceira” é o nome dado aquele livro que fica sempre junto a cama, aquele bom livro que você nunca cansou de ler e sempre acha que é a primeira vez... O livro que você fica até a hora de dormir. Em alguns casos sempre existe mais de um livro... Então, quando isso acontece, a vontade de devolvê-lo a prateleira é praticamente nula, permanecendo assim perto da cama.
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A expressão “Livro de Cabeceira” pode dizer várias coisas, para uns é um livro que pode ser consultado a todo momento, para outros um livro que sempre tem algo novo a cada leitura. Alguns dizem que é um livro que você nunca cansa de reler, já outros que é apenas um livro que fica perto da cama. Já ouvi dizer que é o livro que você está lendo naquele momento, ou aquele que você nunca deixa de folhear uma vez ou outra,
“Me apaixonei do mesmo jeito que alguem cai no sono: Gradativamente e de repente, de uma hora para outra.” SINOPSE: Hazel é uma paciente terminal. Ainda que, por um milagre da medicina, seu tumor tenha encolhido bastante — o que lhe dá a promessa de viver mais alguns anos —. Mas em todo bom enredo há uma reviravolta, e a de Hazel se chama Augustus Waters, um garoto bonito que certo dia aparece no Grupo de Apoio a Crianças com Câncer. Juntos, os dois vão preencher o pequeno infinito das páginas em branco de suas vidas. Inspirador, corajoso, irreverente e brutal, A culpa é das estrelas é a obra mais ambiciosa e emocionante de John Green.
Quais os seus livros PARA cabeceira? Fala pra gente, é só mandar o nome do livro, um trecho e porque você o leu para redacao@ oushbasil.com.br.
PORQUE LER? “Imagine entrar no livro e se sentir apaixonado e ao mesmo tempo revoltado... Imaginou? É isso que John, o autor, passa durante a rápida leitura, que de tão envolvente te faz chorar e sorrir ao mesmo tempo. É um livro viciante que você só vai ter vontade de parar quando conseguir terminar de ler.” -Amanda Paulino, Estudante de Direiro.
“Apaixonada por dois irmãos! Eu amaldiçoava o meu próprio destino, as três facas cravadas nele. Quem eu deveria escolher? Shento, com sua crueza da gente das montanhas e sua sede desesperada? Ou Tan, com o coração amoroso que tranquilizava minha mente, sem deixar espaço para a mágoa e a solidão, fazendo com que eu não precisasse de mais nada? Um morreria por mim. O outro não viveria sem mim.” SINOPSE: O livro narra a saga de dois irmãos com caminhos distintos, mas cujas vidas se encontram quando acontecimentos marcam a história da China no século XX. Numa trama repleta de conspiração, mistério e paixão, Tan e Shento se tornam inimigos ferozes tanto no campo político quanto no pessoal, pois, por um capricho do destino, se apaixonam pela mesma mulher. PORQUE LER? “O livro nos deixa com sentimentos antagônicos... De repente você está apaixonada pelos personagens, de repente você os odeia! É uma leitura muito envolvente, e nos faz refletir a respeito de valores, como a honra, por exemplo.” - Giovana Duarte, Estudante de Biologia.
“... Afinal, o fato de o mar estar calmo na superfície não significa que algo não esteja acontecendo nas profundezas.” SINOPSE: Às vésperas de seu aniversário de quinze anos, Sofia começa a receber bilhetes e cartões postais bastante estranhos. Os bilhetes são anônimos e perguntam a Sofia quem é ela e de onde vem o mundo em que vivemos. O mistério dos bilhetes e dos postais é o ponto de partida deste fascinante romance, que conquistou milhões em todos os países em que foi lançado. PORQUE LER? “Comecei a ler “O Mundo de Sofia” por quase obrigação, para um trabalho da faculdade. Só precisava ler um capítulo e resumilo. Não aguentei, li todo e pós isso minha vida deu um giro. Já sentia a mudança dentro de mim e Sofia me esclareceu para quem eu era: Agnóstico. Sim, me tornei agnóstico - em palavras - depois que consumi o livro. E como um bom filósofo que me tornei (também depois de ler o livro) aprendi que nem sempre aparecerão respostas, mas sim novas perguntas.” -Allan Agra, Publicitário.
“NÃO ENTRE EM PÂNICO!” - (Em letras garrafais e amigáveis.) SINOPSE: Arthur Dent tem sua casa e seu planeta destruídos em um mesmo dia, e parte pela galáxia com seu amigo Ford, que acaba de revelar que na verdade nasceu em um pequeno planeta perto de Betelgeuse. Considerado um dos maiores clássicos da literatura de ficção científica, este livro vem encantando gerações de leitores ao redor do mundo com seu humor afiado. A dupla escapa da destruição da Terra pegando carona numa nave alienígena, graças aos conhecimentos de Prefect, um E.T. que vivia disfarçado de ator desempregado enquanto fazia pesquisa de campo para a nova edição do Guia do Mochileiro das Galáxias, o melhor guia de viagens interplanetário. PORQUE LER? “É um livro bem conhecido no mundo geek. Conheci quando era adolescente e resolvi ler. Tem um humor ácido inglês e criticas sociais. Já devo ter lido no mínimo umas cinco vezes cada um (são 5 livros).” -Filipe Coimbra, Profissional de Tecnologia.
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INTERATIVIDADE
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#MinhaFotoNaOUSH Por Marcio Mrotzeck/Ana Paula Nunes
Agradecemos a todos os amantes da fotografia que compartilharam suas belas imagens com a @OUSHBrasil através do Instagram utilizando a hashtag #MinhaFotoNaOUSH. Essa á a primeira seleção dentre as centenas de imagens que recebemos diariamente, continuem compartilhando os seus melhores momentos que em breve a sua foto pode estar ocupando também esse espaço. OUSH! \o/
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22 Proteção aos MUNDO ANIMAL
Animais
Por Amanda Vasconcelos / Ana Paula Nunes
“Por que o homem deve esperar que sua oração por misericórdia seja ouvida pelo que está acima dele, quando ele não mostra nenhuma misericórdia para com o que está debaixo dele?” - Pierre Troubetzkoy Os Direitos Humanos nós já conhecemos, mas existem pequenos seres que nos fazem companhia, que necessitam da nossa ajuda e tem seu direito violado constantemente, os animais. Cachorros, gatos, pássaros... São seres vivos que não podem ajudar a si mesmos se viverem em uma área habitada pelos seres humanos. A vida selvagem é muito diferente da vida doméstica e é ai, que você, ser pensante, entra. Quem não gosta de ter um bichinho de estimação em casa? Esses companheiros trazem alegria e muito amor pra seus donos e chegam a ter um comportamento quase humano às vezes. Chegar em casa e ver a alegria do seu bichinho é uma das coisas mais confortantes que você pode receber por cuidar de uma vida. Mas, nem tudo é alegria, alguns donos tratam seus amigos com brinquedos e acabam tentando se livrar deles de qualquer maneira. Os casos são infinitos, os protetores de animais, ONGs e afins já não suportam a capacidade, mas o amor a causa é tanto que os cuidados ultrapassam as dificuldades. Vemos constantemente animas nas ruas e nos perguntamos se algum dia eles já tiveram a oportunidade de ter um lar. Na maioria das vezes, sim. O descarte dos animais se da de maneira absurda, há casos em que são atropelados, jogados nos rios e até de altura absurdas, como aconteceu nos últimos meses quando um cão foi jogado pelo seu “dono” de um viaduto. E são nesses casos que pessoas como a Leidijane entram, ela recolhe esses animais, leva a uma clinica e cuida até o próprio conseguir ser adotado. A OUSH! Brasil traz para vocês uma entrevista com esclarecimentos e histórias. Não compre um animal, ADOTE e se não puder adotar, ajude. Confira! OUSH! - Leidijane, qual o seu trabalho como protetora dos animais aqui em Maceió?
OUSH! - Como e quando essa paixão começou? Você lembra qual foi o primeiro socorro que você fez? Leidijane Melo - Minha paixão pela causa animal começou desde minha infância, sempre fui fascinada pelos peludinhos, mas infelizmente não tinha a oportunidade de ajudá-los como faço hoje, por ser menor de idade e dependente da minha mãe, porém, prometi que um dia faria o que sempre sonhei, e assim foi. Meu primeiro resgate foi em 2006, com umas colegas que se comoveram com a situação, mas que hoje em dia não fazem parte da causa. Foi de um gatinho que havia sido envenenado e estava morrendo. Prestei o socorro a tempo e graças a Deus ele conseguiu se recuperar. Alguns de meus pets foram resgatados da rua, ou foram adotados, inclusive tenho uma gata que a resgatei do meio da pista em Garanhuns-PE, prestes a ser
Foto Divulgação/Arquivo Pessoal
Leidijane Melo - Meu trabalho é totalmente voluntário, na verdade eu nem costumo chamar o que faço de trabalho, pois todas as ações que executo são por prazer mesmo, pela paixão que tenho pela causa. Tais tarefas consistem basicamente no resgate de animais de rua, sejam gatos ou cães e estejam eles em quaisquer circunstância (abandonado, atropelado, ferido, maltratado, etc.) A princípio faço o resgate, os levo para clínicas veterinárias, tiro fotos do animal e faço a divulgação nas redes sociais explicando como cheguei até ele, a razão pela qual o mesmo foi resgatado e os procedimentos iniciais que serão feitos.
Em seguida, vou atrás de recursos financeiros para me ajudar a arcar com as despesas que o animalzinho vai precisar. Normalmente as pessoas fazem doações em dinheiro, depositando em uma conta, ou se preferirem, doam algum objeto para ser rifado ou ir à leilão. Com a renda arrecadada em um dessas opções, todo dinheiro é revertido para o pagamento das clínicas e compra de medicamentos. Além de resgatar, faço o “trabalho” à parte de ceder o espaço da minha residência, para que os animais possam se recuperar, caso não necessitem de internamento. Além de serem atendidos na situação que estão, também são castrados e só depois que estão totalmente recuperados, são colocados para adoção. Infelizmente alguns não têm tanta sorte e demoram muito para conseguirem um lar, daí voltam para a rua, porém, as fêmeas já ficam livres de entrar no cio e procriarem sem um teto para se proteger e proteger seus filhotes. Existem diversos protetores aqui em Maceió, cada um com a sua tarefa, dentro de suas condições. São eles, os que fazem o resgate, os que ficam atentos nas redes sociais para agilizar a divulgação, os que ajudam financeiramente e os que dão o lar temporário até que o animal seja adotado. Tem a Monique Taciane, Iara Souto, Maiara Oliveira, Naíne Teles, Tina Costa, Tatiane Lima, Lidiane Lima, Bel Sarmento, Luci Moura, Adriano Timbó, Andreiana Lyra, Dolores Ferreira, Juliana Almeida, Vanessa Gonzaga, Mayara Barros, Jessica Mayra, Mylene Leite, Monique Torres, Margarete Araújo, Viviane Moreira, Sandra Menezes, Rege Meire, Alessandro Ramos, Andréa Sarmento, Ceres Louise, Eva Lima, Flavia Melo, entre outros. Peço desculpas aos que não foram citados, são tantos que fica difícil de lembrar o nome de todos.
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atropelada, com 3 meses de vida e hoje em dia está com quase 3 anos de idade, linda e super saudável. Os resgates independentes começaram quando vi a protetora Monique Taciane desenvolver o trabalho que sempre sonhei, daí entrei em contato com ela e a partir daí começamos a fazer parcerias. Costumo dizer que a Monique é um anjo sem asas, rs. Tenho um carinho e admiração muito grande por ela.
numa clínica sem ajuda financeira e muitas das vezes tiramos do nosso bolso para quitar todas as dívidas, com o propósito de ver o animal recuperado e feliz, e uma coisa eu posso assegurar, isso, não tem dinheiro que pague. A retribuição do bichinho é algo inexplicável, que só quem realmente ama a causa entende.
OUSH! - Em média, quantos socorros você já fez e para quantos animais você já conseguiu um lar?
Leidijane Melo - Existem várias formas de ajudar sem precisar adotar, como falei anteriormente, trabalhamos exclusivamente com doações, sejam elas em dinheiro ou em objeto para rifarmos ou fazermos leilão, mas também uma maneira de ajudar é compartilhando os casos que postamos, pois acredito que cada compartilhamento é uma chance a mais do animal conseguir um lar. Quem quiser ajudar a causa, conhecer melhor nosso trabalho ou adotar, os telefones para contato são: (82) 8805-9153 / (82) 9620-5676 (Leidijane) ou (82) 8815-9099 (Monique).
Leidijane Melo - Sinceramente não faço a menor ideia de quantos socorros já fiz e de quantos consegui adoção responsável. Já cheguei até a pensar na possibilidade de anotar, mas chega uma hora que sai do controle. Além dos animais que resgato sozinha, ainda têm os outros que pedem ajuda para resgatar ou ajudar na divulgação. Todos os dias têm animais para serem resgatados, castrados e adotados , eu queria poder ajudar a todos, mas infelizmente isso não é possível, mas vou fazendo o que posso. OUSH! - Que situações são mais comuns de se encontrar animais aqui em Maceió? Alguma parte da cidade em especial? Leidijane Melo - As situações mais comuns que encontro são casos de atropelamento, doença do carrapato, anemia e desnutrição. É triste, mas é verdade. Já peguei casos de animais em estado deplorável, de partir mesmo o coração, porém, com a ajuda e dedicação dos protetores, veterinários e a força de vontade do próprio animal, muitos conseguem dar a volta por cima e reverter totalmente a história deles. Não existe um local específico que apresente maior número de casos, infelizmente isso ocorre em todo estado, de ponta a ponta. OUSH! - De acordo com a sua experiência, a que se devem os abandonos aos animais? Leidijane Melo - Na minha opinião, os casos de abandono acontecem devido a falta de sensibilidade de algumas pessoas. As maiores desculpas que escuto são: Eu não sabia que ele (a) cresceria tanto, vou me mudar para um apartamento e lá não posso criar nenhum bicho, minha família está incomodada com a presença dele (a), minha casa é pequena, etc. Sinceramente, acho tudo isso um absurdo. Como uma pessoa se responsabiliza para cuidar de um ser e por motivos desnecessários resolvem se desfazer do animal como se ele fosse um objeto? Não concordo com esse tipo de atitude. É melhor que essas pessoas que pretendem abandoná-los, procurem um de nós e explique a situação, nos envie a foto dele (a) para que possamos divulgar nas redes sociais o caso e pedir adoção responsável. OUSH! - Quais são as maiores dificuldades que as protetoras de animais enfrentam aqui? Leidijane Melo - As dificuldades são imensas, como por exemplo, conseguir transporte para fazer os resgates, pois a maioria dos taxistas não aceitam levar bichos, a agressividade de alguns animais, devido a tantos maus tratos que sofreram, alguns têm receio da aproximação de humanos, porém, a que prevalece mais forte é a falta de apoio (recursos), porque não dá para colocar um animal
Agora lavagem com água!
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OUSH! - Se a pessoa não pode adotar, como pode ajudar?
Agradecimentos Meu sincero agradecimento vai primeiramente para o meu Deus que me proporciona saúde e disposição para fazer os resgates, para meu marido, Junior Melo, que é meu companheiro e amigo, faz os resgates comigo e me ajuda a cuidar dos animais resgatados na nossa casa, aos protetores independentes que estão sempre ajudando, em especial a Monique Taciane, Iara Souto, Naíne Teles, Luci Moura, Andreiana Lyra e Maiara Oliveira que “enlouquecem” comigo nos momentos de desespero na hora dos resgates e principalmente depois, quando a conta nas clínicas ultrapassam o que todas nós ganharíamos juntas em cinco anos, rsrs, ao Dr. Paulo Peixoto da clínica Animais.com que também é um anjo na vida dos animais de rua, que os atende sempre com todo carinho e dedicação do mundo e nos ajuda de todas as formas possíveis. Nem me recordo de quantas vezes precisei ir à clínica depois das 23:00hrs e lá estava ele a minha espera, com toda paciência do mundo, falando para eu ter calma que o animalzinho iria ficar bem. Não poderia deixar de agradecer a todos que estão nessa luta com a gente, doando, adotando, tratando, cuidando ou simplesmente compartilhando essa ideia.
Declaração Universal dos Direitos dos Animais - UNESCO 01 - Todos os animais têm o mesmo direito à vida. 02 - Todos os animais têm direito ao respeito e à proteção do homem. 03 - Nenhum animal deve ser maltratado. 04 - Todos os animais selvagens têm o direito de viver livres no seu habitat. 05 - O animal que o homem escolher para companheiro não deve ser nunca ser abandonado. 06 - Nenhum animal deve ser usado em experiências que lhe causem dor. 07 - Todo ato que põe em risco a vida de um animal é um crime contra a vida. 08 - A poluição e a destruição do meio ambiente são considerados crimescontra os animais. 09 - Os diretos dos animais devem ser defendidos por lei. 10 - O homem deve ser educado desde a infância para observar, respeitar e compreender os animais.
Confira os Serviços Especiais: - Higienização de ar condicionado. - Higienizaçao de banco em tecido e couro. - Higienização de teto. - Limpeza de motor a seco. - Polimento cristalizado. - Tira-risco. - Martelinho de ouro. - Película fumê
SINAL DE ALERTA
24 Antes de cair no mar
Por Viviane Suzuki Capitã do Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas
Em Alagoas elas costumam ser quentes e transparentes. Mas, é preciso manter a atenção já que, aparentemente calmas, muitas praias de nosso litoral escondem um grande risco: as correntes de retorno. Pergunte a qualquer boleiro das praias do Sobral ou Pontal da Barra o que são buracos a beira mar que mais se parecem com piscinas naturais convidativas ao mergulho. A resposta será única: bacias. No caso dos surfistas, eles a conhecem bem e costumam utilizá-las para passar pela arrebentação das ondas e chegar de forma mais rápida ao outside. Mas, tanto para os que batem bola quanto para os que fazem manobras sobre pranchas, não há preocupação. Eles conhecem muito bem o perigo de ter que enfrentar o que pouca gente conhece ou consegue visualizar: as correntes de retorno.
Fotos Divulgação
As correntes de retorno, ou rip currents, são formadas pelo refluxo do volume de água que retorna para o mar em virtude da força gravitacional e podem alcançar velocidade superior a 3m/s. Para se ter uma ideia, esta velocidade é bem superior ao recorde olímpico de Cesar Cielo, que nadou a aproximadamente 2,3m/s. Por isso a dificuldade em sair de uma delas é imensa, causando cansaço nos que desconhecem a forma correta de sair das correntes sem ter que brigar contra a força da natureza.
Praia do Francês
Apesar dos avisos, banhistas ignoram o perigo e caem no mar
As correntes ocorrem em todos os tipos de praia, variando de acordo com a topografia do fundo, a proximidade da arrebentação com a costa, a altura e período das ondas, a intensidade de correntes laterais e a existência de pedras ou coral próximos à linha de arrebentação. Algumas correntes de retorno dissipam bem perto da praia, enquanto outras podem continuar por centenas de metros. Nem sempre é possível identificar uma corrente de retorno. Em praias mais profundas, principalmente nas frequentadas por
surfistas, elas não são aparentes e costumam ser chamadas de valas, onde o risco é ainda maior já que nestes casos a corrente se estende para áreas mais distantes da costa. Em Alagoas, este tipo é bem comum na praia do Francês, na área em que a barreira de recifes acaba e a prática de surfe começa. Nas praias do Sobral, Avenida e Pontal da Barra, o tipo exposto é corriqueiro e mais fácil de ser identificado. Basta notar que as ondas não quebram sobre o canal submerso formado por esse fenômeno, estas áreas tem falso aspecto de calmaria, uma maior profundidade, água mais escura e geralmente são localizadas entre dois bancos de areia. O risco, apesar de não ser oculto, é ainda maior nestes casos porque convidam os banhistas para o que se assemelha a uma piscina natural, o que representa na verdade a boca que leva até o canal mais profundo. Em praias de grande movimentação, as correntes de retorno representam um risco real, sendo responsáveis pela grande maioria dos afogamentos. Da próxima vez que for à praia, busque visualizar o mar antes do primeiro mergulho. Se for com crianças, entre primeiro na água e, no caso da existência de um posto do Corpo de Bombeiros, peça informações sobre áreas de risco. Mas se nada disso funcionar e, por algum motivo, você caia em uma corrente de retorno, saiba que a primeira dica para sair a salvo é manter a calma. Jamais nade em direção a costa e contra a corrente, tente atrair a atenção levantando os braços, nade paralelamente a praia e conserve sua energia boiando, utilizando a força das ondas para retornar a praia com vida.
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HISTÓRIA DAS ALAGOAS
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Bom no gatilho
Corisco (primeiro da esquerda) tinha a melhor pontaria do bando de Lampião.
ou mocinho?
Por Antonio Maria do Vale Fotos Divulgação/Reprodução
Braço direito de Virgulino Ferreira, Corisco foi um dos mais valentes e destemido cangaceiro do bando de Lampião. Último dos jagunços a cair em combate, protagonizou aquele que é considerado o último episódio do cangaço. Lampião ganhou fama e fez história ao se tornar o líder de uma prática que assombrou o Sertão nordestino nas primeiras décadas do século passado: o cangaço. Ao lado de Maria Bonita e seu bando, percorreu toda a região aterrozirando políticos e fazendeiros, dividindo a opinião pública entre os que o odiavam e os que o defendiam. Tudo em razão das principais causas que motivava Virgulino e seus fiéis cangaceiros a cometerem crimes e saquear cidades. o Rei do Cangaço, como era chamado, já foi interpretado até como um "bandido social", expressão criada pelo historiador inglês Eric Hobsbawm para definir os fora da lei que surgiram em sociedades rurais em fase de transição para o capitalismo. Lampião estaria, neste caso, num seleto grupo que também teria Robin Hood e Jesse James, todos eles nobres saqueadores, defensores dos oprimidos e vingadores de um sistema sociopolítico desigual. Outras questões também contribuíram para que a saga perdurasse por cerca de 20 anos. A aliança com poderosos locais e seus interesses conservadores, o apoio do sertanejo na luta contra o latifúndio, a intimidade com o ambiente hostil da caatinga e a forte ligação de Lampião com a religião, fortificada pela amizade e respeito ao Padre Cícero, deram ao bando um cerco de proteção que dificultava o êxito das volantes que viviam a sua sombra. Mas tudo isso não teria sido o bastante caso não contasse com uma boa estratégia de guerrilha e, principalmente, cangaceiros bem treinados e competentes. Velocidade, Ameaça, Serra Branca, Nevoeiro, Bananeira, Zabelê, Gitirana, Meia-noite, Alagoano, Gavião, Zé Baiano, Bala Seca,
Colchete, Ás de Ouro, Faísca, Ventania, Asa Branca, Delicado, Relâmpago, Chumbinho, Pinto Cego, Bem-te-vi, Pinga Fogo, Fortaleza, Mourão, Moderno, Arvoredo, Volta Seca, Pancada, Gato, Jararaca, Sabonete, Mergulhão, Quinta-feira, Caixa de fósforo, Elétrico, Cajarana e Gorgulho, foram alguns dos homens de Lampião. Mas nenhum deles tinha tamanha confiança com Virgulino Ferreira quanto Corisco. Cristiano Gomes da Silva Cleto, o famoso Diabo Louro, foi uma das figuras mais legendárias da história do cangaço. Rebelde desde a infância, nasceu em 10 de agosto de 1907 na cidade de Água Branca, no Sertão alagoano, e sempre esteve envolvido em confusão. Enquanto servia ao Exército Brasileiro, se destacou pelo porte físico e pela habilidade com que manuseava as armas. Com uma precisão invejável, ganhou a admiração dos superiores também por sua disciplina e dedicação, sempre a frente dos demais recrutas. Mas ainda como militar, em 1924, já aprendeu a fugir da polícia. Participou, junto com o tenente Maynard, de uma revolta militar contra o Governo que não obteve sucesso e partir dali, condenado, não teve outra opção senão viver pelo resto da sua vida às escondidas. Primeiro refugiou-se, retornando a casa da Família, em Delmiro Gouveia, mas, diante de sua iminente prisão partiu em direção a Paraíba, onde passou a trabalhar na roça e com gado. Mas o destino era impiedoso com Corisco e a paz teve fim durante um forró, afinal, como bom nordestino, o cangaceiro costumava frequentar bailes nos finais de semana. Ao convidar uma moça pra dançar, recebe um não como resposta e, ao insistir, é agredido por um parente da jovem. Em
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pleno Sertão paraibano apanhar na cara era algo imperdoável na época e Corisco decidiu se vingar. Foi a casa do patrão e voltou ao baile pra descarregar toda a munição de um rifle sobre o agressor. Resolve se entregar a polícia e pega 15 anos de prisão. Por sorte, fica na mesma cela de um protegido do prefeito que recebe não só tratamento especial, mas também comida e algumas ferramentas que facilitem uma fuga. Segue a sina de ser um permanente foragido, desta vez partindo em direção a Serra Talhada. Lá começa a trabalhar para a família Pereira, mas logo é reconhecido e tem como última opção entrar no bando de Lampião. A negociação acontece por intermédio de seu patrão, um dos inúmeros aliados de Virgulino, que sempre o ajudara nas investidas contra as famílias Nogueira e Carvalho, uma rivalidade que ficou muito conhecida no Pajeú. Começa a história de Corisco no cangaço. Além do medo imensurável, os cangaceiros detinham um certo fascínio sobre os sertanejos. Muitos jovens da época sonhavam em entrar para o cangaço, o que representava uma ascensão social para quem vivia em meio a fome e a seca do Sertão nordestino. Ao ingressar nas tropas comandadas por homens como Lampião, ganhava-se um passe livre para acesso ao dinheiro rápido e fácil, embora sujo de sangue e conquistado num cotidiano repleto de riscos e contantes aventuras. Todos ali sabiam que, sem hora nem data marcada, um final trágico os aguardavam. E a estreia em batalha do recém-chegado não demorou. Logo no dia seguinte, aos comandos do cangaceiro Jararaca, participou do ataque a Fazenda Tapera da família Gilo. Assim que foi integrado ao grupo, recebeu um recado de seu líder, avisando-o que cangaceiro não tinha nome, mas sim apelido que impusesse medo. O que foi resolvido de forma bem rápida já que, em virtude de seu desempenho com o rifle, demonstrando uma pontaria até então desconhecida dos jagunços, ganhou o codinome de Corisco. Com o passar do tempo, Corisco se destacava ainda mais dentre os cangaceiros de Lampião. Alto, com olhos claros e cabelos a altura dos ombros, possuia um perfil diferente da maioria dos outros homens do bando, o que lhe rendeu um outro apelido: Diabo Louro. Não foi o mais cruel de todos, mas, quando motivado por vingança, se tornava o mais sanguinário do grupo, sempre impiedoso com aqueles que o traíssem. Nestes casos, costumava transformar assassinatos em verdadeiras sessões de tortura. Utilizava com frequência seu punhal na base da clavícula das vítimas, cortando a carne, seccionando artérias, perfurando o pulmão e produzindo um esguicho de sangue ao retirar a "peixeira" que costumava alcançar o coração. Havia também as ocasiões em que a morte não era a melhor decisão, principalmente quando deixar marcas ou mandar um recado era o próposito. Nestes casos, fazia questão de deixar cicatrizes visíveis, para que servissem de exemplo aos que pretendiam desafiar o bando. Desfigurar o rosto de mulheres com ferro de marcar o gado e desenhar uma cruz a faca na testa dos homens eram as formas mais utilizadas, não só por Corisco, para impor respeito e medo no Semiárido nordestino. Era comum o envio de cartas exigindo quantias em dinheiro para que não invadissem cidades. Para os que lhes ofereciam abrigo, comida e cobertura, destinavam uma espécie de salvo-conduto, garantindo proteção em caso de intrigas. Outra prática dos cangaceiros era o sequestro, quando faziam reféns em troca de dinheiro que financiasse novas investidas à outras cidades. Mas um deles haveria de ficar na história, quando, por ironia do destino, Corisco encontra seu grande amor ao vingar-se de um amigo preso e espancado pela polícia. Tudo não passou de um mau entendido, mas quando a estória chegou aos ouvidos de Corisco, sua fúria foi imediata e mais rápida que a verdade. Seguiu para a casa de quem supostamente teria dedurado seu amigo, sequestrando Sérgia Ribeiro da Silva, a filha do coiteiro. A força colocou-a na garupa de um cavalo, ordenando a um de seus cangaceiros que a levasse para casa de alguns de seus parentes, onde manteve a jovem, a época com apenas 13 anos, em cárcere privado. Era o início do romance entre o capitão Corisco, como gostava de ser chamado, e Dadá. No começo com muito ódio, mas que com o passar do tempo se transformou em imenso amor. Dadá não foi a primeira mulher a entrar para o bando de Lampião. Maria Bonita foi a pioneira, mas ficou a cargo da companheira de Corisco a inserção de tarefas tipicamente femininas ao dia a dia dos cangaceiros. A aversão por mulheres no grupo vinha da ideia compartilhada entre os jagunços de que a presença feminina os tornariam mais vulneráveis. Elas atrasariam e deixariam as fugas mais lentas e ainda criariam
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conflitos internos motivados por traição e ciúmes. Havia inclusive a crença de que possuíam corpos fechados e que esta mudança tiraria do grupo esta proteção baseada em supertição e fé. "Homem de batalha não pode andar com mulher. Se ele tem uma relação, perde a oração e seu corpo fica como uma melancia, qualquer bala atravessa", disse o cangaceiro Balão em depoimento para o historiador Frederico Pernambucano de Mello. Estima-se que o grupo já chegou a ter cerca de 40 mulheres integradas, dando início a uma fase de ataques menos violentos. As ações passaram a ser mais seletivas e focadas na obtenção de dinheiro, muitas vezes sem uma gota de sangue derramada. A prática de estupros foi extinta e a vida, até então permanentemente nômade, passou a ter acampamentos cada vez mais longos. E engana-se quem acha que os afazeres domésticos faziam parte da rotina das cangaceiras, a grande maioria não costumava cozinhar ou lavar roupa, isto era tarefa para os homens e, com exceção de Sila, também não participavam dos ataques às cidades. Eram constantemente presenteadas por seus parceiros e limitavam-se a ter como hobby o bordado e a costura. Quando ficavam grávidas, poucas continuavam seguindo o grupo, geralmente passavam o período da gestação na casa de coiteiros, que se tornavam padrinhos e responsáveis pelas crianças desde o nascimento, já que elas não eram levadas para o cangaço. Foi assim com um dos filhos de Corisco e Dadá, o economista alagoano Silvio Hermano Bulhões, que mora em Maceió e é uma verdadeira enciclopédia do cangaço. Hoje, com 77 anos, o também professor de matemática prepara um livro onde contará a história de sua vida e de seus pais, dizendo-se um grande admirador do cangaceiro, mesmo diante das atrocidades por ele cometidas. Silvio não chegou a conhecer Corisco e só passou a conviver com Dadá quando já tinha 18 anos. Deste convívio, guarda muitas lembranças e, principalmente, histórias do cangaço contadas pela mãe. Sobre seu nascimento, conta que foi doado aos nove dias de vida ao Padre de Santana do Ipanema, no Sertão alagoano, José Hermano Bulhões, de quem herdou o sobrenome. Na carta enderaçada ao sacerdote, que Corisco sequer
Para traição não havia perdão
Embora educado, Corisco foi o mais vingativo dos cangaceiros.
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conhecia, lia-se "padre, receba nosso filhinho. A madrinha dele é Nossa Senhora e o padrinho é o senhor mesmo". A fé sempre esteve presente na vida dos cangaceiros e, mesmo vivendo em meio a violência, princípios religiosos eram mantidos no grupo, sendo comum o respeito às igrejas nos ataques e o hábito de rezar nos finais de tarde, muito embora muitos padres tenham se tornado inimigos do cangaço. O medo e o desconhecimento, por vezes, criara esse distanciamento entre jagunços e sacerdotes. No caso do cônego Bulhões, este não só os recebia como também insistia nos conselhos para que deixassem a vida bandoleira. Sobre ele, escreveu o escritor e poeta alagoano Luiz Nogueira Barros: "Era árido como o sertão em tempos de seca. Mas tal o mandacaru, resistente planta dos sertões, tinha água e sabia doá-la para os necessitados e perdidos naquelas plagas longínquas, nas horas cruciantes. Sua casa era um porto seguro para os desamparados da sorte. E o seu olhar, por vezes severo, escondia a complacência própria dos homens de grande santidade. Se compreendido, mostrava, de súbito, o lado bom do seu coração. Seu passo seguinte era o de recuperar o herege". Padre Bulhões foi responsável também pelo casamento de Corisco e Dadá, não o celebrou, mas intimou o cangaceiro a unir-se em matrimônio, mandando-lhe avisar de que era pecado estar com uma mulher sem o sacramento da igreja. Dado o recado, o casal não esperou muito tempo e ordenou que um coiteiro fosse ao encontro do pároco da cidade mais próxima de onde estavam acampados, Gararu em Sergipe. Para não assustar o padre, o convite feito foi para uma falsa extremaunção de uma irmã enferma do coiteiro que estava numa fazenda próxima. O vigário desconfiou da distância e então foi informado pelo condutor sobre a verdade dos fatos. Tentou desistir, mas voltou atrás ao saber que havia cangaceiros escondidos ao longo do trajeto. Chegado ao destino, Padre Bruno é recepcionado educadamente por Corisco e Dadá, que percebe o quanto o padre está nervoso e tenta acalmá-lo. Era 2 de fevereiro de 1940 e, consumada a união perante a vontade de Deus, o vigário mostrou-se de alma nova e confessou que, em virtude da fama de Corisco, preferia ver o cão a sua frente que encontrar-se com o Diabo Louro do cangaço. Em relatos no livro Lampião em Alagoas, dos escritores Clerisvaldo Chagas e Marcello Fausto, disse Dadá sobre o episódio: "chegara um homem tremendo e saira um homem de verdade".
conversa. Maria Bonita e Lampião, por acaso, se aproximaram deles e, sabendo do caso, Maria sugeriu que a pessoa a ser eliminada deveria ser Cristina e não Gitirana. Corisco não concordou afirmando que "ela havia dado o que era dela", ressaltando que ninguém tinha nada com aquilo. Impaciente com as discussões, deu um basta à discussão dizendo que cuidaria de Gitirana e que Português determinasse o destino de Cristina, que acabou permanecendo com o bando por pouco tempo. Na época, adultério feminino era algo difícil de ser tolerado no Nordeste, não só por cangaceiros, e Cristina acabou sendo assassinada a mando do parceiro que não conseguiu perdoar a traição. As previsões do cangaceiro Balão se concretizavam e a rotina de ataques constantes foi sendo modificada. A crueldade também diminuiu, existindo relatos de que Dadá costumava interceder pela vida de pessoas capturadas pelos homens de Corisco, sendo sempre atendida. A idade dos cangaceiros e o ambiente inóspito da caatinga também contribuíram na redução do ímpeto daqueles homens. Duas décadas no Sertão nordestino, em permanente retirada, anteciparam o desgaste físico e psicológico que, caso tivessem uma vida normal, só chegariam anos mais tarde. Enfraquecidos, passaram a ser alvo fácil das volantes e sempre saiam com baixas a cada duelo travado com os macacos que, com o apoio do governo, se multiplicavam em tropas cada vez maiores. Um acordo firmado entre os governos estaduais deu as polícias passe livre para atuarem, no combate ao cangaço, além fronteiras, tirando de Lampião e Corisco a carta na manga que sempre utilizavam nos momentos de cerco das volantes. Era comum percorrerem e atacarem regiões próximas as divisas entre os estados, assim, após aterrorizarem as cidades, batiam em retirada impondo um limite de perseguição aos policiais. E a vida continuou assim, com menos investidas e paradas mais longas, o que exigia um apoio maior dos coiteiros que possuíam pela castigante região. Em 1936, seguia Corisco e seu bando rumo a Grota dos Angicos e o capitão decide parar na Fazenda Emendadas,
Dadá ao lado de Corisco
O ódio deu lugar ao imenso amor.
Voltando a vida no cangaço, vale ressaltar que a esta altura Dadá já sabia ler e escrever, algo raro na época não só dentro do cangaço, como também para a maioria dos sertanejos. Corisco, desde o rapto, sempre dedicou algum tempo disponível para ensinar o pouco que sabia a Dadá. A presenteou com diversos livros e as tradicionais cartilhas e, no início conturbado da relação, Dadá costumava rasgar alguns exemplares, ouvindo sempre do Príncipe do cangaço que não adiantava a rebeldia, pois tinha dinheiro para comprar quantos outros quisesse. Muitos foram os motivos para o início da decadência do cangaço lampiônico, mas, com certeza, a aceitação de mulheres junto aos algozes do Sertão representou papel fundamental para o insucesso das tropas em suas investidas. A presença delas exigiu a criação de novas regras, definindo direitos e deveres antes com olhar unicamente masculino. Mesmo sem participar dos ataques, tinham que saber atirar para se defenderem. Geralmente portavam revólveres de calibre 28 e 32, além de pequenos punhais a cintura. Nenhuma mulher entrava no bando solteira e quando ficavam viúvas, caso não conseguissem um novo parceiro, eram executadas para não se tornarem um fardo ou presas fáceis para os macacos, nome dado aos policiais pelos cangaceiros. Casos de traição também eram punidos com a morte e um episódio ficou conhecido na história do cangaço, quando uma mulher do bando de Lampião se envolveu com um jagunço do grupo de Corisco. Após o turco Benjamim Abraão filmar os cangaceiros e tornar pública a vida dos bandoleiros, o governo de Getúlio Vargas endurece o cerco e obriga Lampião a mudar sua estratégia de dispersão. Nesta época, tornou-se comum o Capitão Virgulino dividir o grupo e escolher líderes de sua confiança para comandá-los. Corisco tinha uma tropa de respeito e sempre que podia se reencontrava com o compadre. Num destes acampamentos em conjunto, Diabo Louro tratou do desfecho do relacionamento amoroso entre Português e Cristina, ambos do bando de Lampião, que havia traído o parceiro com um integrante do bando de Corisco, o cangaceiro Gitirana. Português contratara Catingueira para limpar sua honra maculada e quando este chegou ao acampamento chamou Gitirana para uma
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em Alagoas, de propriedade de um Sr. conhecido como Bié. Não só Corisco, como também Lampião, costumavam ficar na casa do coiteiro Joca sempre que passavam pela região. Lá, pediam para que o, até então, fiel cúmplice fosse até Piranhas, às margens do Velho Chico, e comprasse produtos para reabastecer a tropa de jagunços. Não se sabia ainda, mas desta relação sairia a traição que acabaria com a vida de Lampião. Na ocasião, Jota apresentou a Corisco um vizinho seu, Domingos Ventura, dizendo-lhe que, na sua ausência, o Diabo Louro poderia se acomodar na casa do novo coiteiro. A partir daquele dia, Corisco não só seguiu a orientação, como também passou a preferir instalar-se na casa de Ventura. Com a preferência do capitão, Joca sentiu-se enciumado e, numa passagem de Corisco pela região, já em 1938, decide armar uma mentira para incriminar Ventura dizendo que este anda se encontrando, às escondidas, com macacos em Piranhas. Dadá sugere um encontro e Corisco envia cangaceiros horas antes do combinado para checar o que os esperava. Para surpresa de todos, a casa de Ventura estava cercada por policiais. Tratava-se da volante do Tenente Bezerra que, sabendo do encontro das tropas de Lampião em Angicos, já se preparava para o ataque aos cangaceiros. O coiteiro não havia dedurado o Rei do Cangaço, tudo não passou de uma triste coincidência, na verdade Virgulino foi traído por Pedro de Cândida, um outro coiteiro de confiança que, torturado pela polícia, denunciou o paradeiro do bando.Bezerra ali estava com seus homens porque era casado com uma neta de Ventura e resolveu visitá-lo. Mas qual seria o cangaceiro que teria este raciocínio ao ver tantos macacos reunidos? Corisco bate em retirada e dias depois fica sabendo da morte de Lampião, que aconteceu em 28 de julho daquele ano. O bando foi pego totalmente desprevenido quando os policiais do Tenente João Bezerra e do Sargento Aniceto Rodrigues da Silva abriram fogo com metralhadoras portáteis. Os cangaceiros não puderam empreender qualquer tentativa de defesa. A maioria fugiu, mas onze deles morreram, inclusive Lampião e Maria Bonita, e tiveram suas cabeças decepadas e exibidas como prova em diversas cidades nordestinas. Segue-se a morte de Virgulino uma série de vinganças cometidas pelos cangaceiros que sobreviveram ou que não estavam em Angicos naquela data. A mais famosa delas foi protagonizada por Corisco que, oito dias depois do assassinato do amigo, vai até a casa de Ventura, na Fazenda Patos em Piranhas, e realiza a mais conhecida chacina da história do cangaço. Assassina e degola a cabeça do coiteiro, de sua esposa e de mais quatro filhos, três homens e uma mulher, poupando ainda a vida de três outras crianças a pedido de Dadá, que teria o enfrentado naquele momento de ódio extremo. Ressaltou ainda que ficariam apenas para contar a história, pois em breve retornaria para matá-los.Corisco dizia estar vingando não só a morte de Lampião, mas também a sua, ainda em vida, já que acreditava que Ventura teria sido o delator do encontro dos cangaceiros em Angicos e, caso não tivesse fugido, poderia ter sua cabeça entre as que percorriam o Nordeste naquele momento. Fez questão ainda de enviar as cabeças, dizendo para um de seus jagunços "vá entregar isso ao tenente Bezerra. Diga a ele que faça uma fritada. Na falta dele, entregue ao Prefeito João Correia Brito”. Dali em diante Corisco não teve paz. Primeiro por sua fúria e desejo de vingança permanente e segundo por estar sendo perseguido pela volante do incansável do tenente Zé Rufino. Naquela época, o governo já havia anistiado os cangaceiros por seus crimes e havia oferecido penas brandas para os que se entregassem. Mas Corisco dizia que jamais se entregaria a corja de macacos e refugiou-se no povoado Barra do Mendes, no município de Brotas de Macaúbas, na Bahia. Para não ser reconhecido, Corisco cortou os imensos cabelos e, com medo de ser capturado, vivia em vigília todo o tempo, tanto que não entrava mais na casa de ninguém, preferindo a sombra de alguma árvore próxima ou os alpendres comuns a casa de qualquer sertanejo. Vestia sempre um paletó escuro para esconder as cicatrizes, que nem mesmo os gibões evitaram, e não podia mais atirar em função de ferimentos à bala nos braços. Dadá era quem utilizaria a espingarda caso fosse necessário. Diziam-se, por onde andavam, romeiros. E tinham como objetivo deixar a vida do cangaço para trás, Corisco, Dadá, a afilhada Zefinha, o, também cangaceiro, Rio Branco, e sua esposa, Florência. No dia 05 de maio de 1940, chega ao fim a saga do Diabo Louro. Cercado por Zé Rufino, o cangaceiro não se entregou e recebeu uma rajada de metralhadora. Dadá também foi atingida na perna e teve que amputar seu pé direito. O corpo de corisco foi sepultado em Miguel
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Calmon, na Bahia, mas, com a justificativa de que seria estudado, foi exumado para retirada de um dos braços e da cabeça, que depois ficou exposta no museu Nina Rodrigues, em Salvador, junto as de Lampião e Maria Bonita. Volta à cena, já adulto, o filho Silvio Bulhões, que liderou uma campanha, no fim da década de 70, para enterrar as cabeças de seu pai, Corisco, Lampião, Maria Bonita e outros cangaceiros. O embróglio se dava na disputa com o médico e pesquisador Estácio de Lima, Diretor do Museu Etnológico da Bahia, que queria manter as cabeças no local para pesquisas e exposição da história. O enterro coletivo das cabeças aconteceu e o crânio de Cristino Gomes da Silva Cleto foi sepultado em um túmulo da família. Tempos depois, Dadá levou para o cemitério Quinta dos Lázaros, em Salvador, os ossos do marido que estavam em Miguel Calmon. Os ossos e a cabeça foram, em definitivo, novamente reunidos e enterrados juntos. As histórias que envolvem a vida de Lampião e Corisco continuam vivas no Nordeste. Hoje, as discussões sobre os motivos que os levaram ao banditismo e a dúvida eterna entre descrevê-los como vilões, ou não, já fazem parte da cultura nordestina. Não perca a oportunidade de visitar Piranhas, Água Branca ou Delmiro Gouveia. Enriqueça o seu conhecimento sobre o cangaço ao encontrar personagens e testemunhas oculares das passagens dos cangaceiros por aquela região. Não faltarão, principalmente, grandes estórias.Vivencie de perto esta experiência.
Fato consumado
Certidão de óbito de Corisco traz informações peculiares sobre a vida do cangaceiro alagoano.
O pioneiro e mais conhecido ballet de Alagoas está completando 40 anos, e para comemorar, diretoras e alunos prometem um espetáculo de música e dança para hipnotizar, que acontecerá nos dias 07 e 08 de dezembro, no Teatro Gustavo Leite.
Sushiman Vitor Mousinho
Vem aí também o Careca Light
Vitor Mousinho Sushiman atua como buffet para festas, jantares personalizados e eventos em geral. Em busca de um atendimento diferenciado desde o primeiro contato com o cliente, até o produto final no local desejado. A bancada é personalizada com temática oriental e possuí todos os objetos decorativos para a mesa, como os utensílios onde são servidas as peças: barcos, pratos, bandejas, entre outros.Toda a produção é feita no dia do evento, assegurando o frescor dos sushis, temakis. É um toque diferenciado e glamuroso na sua festa com o melhor sushi da cidade!
Polaris 1ª Loja em Alagoas
A Polaris, líder mundial no segmento de veículos off road, inaugura mais uma concessionária no Brasil, localizada na cidade de Maceió, Alagoas. A G2 Racing, dirigida pelos pilotos Gustavo Malta (Guga Malta) e Gustavo Xavier (Tatá), foi selecionada para representar a marca na região. “A experiência de mais de 20 anos do Guga e do Tatá no segmento off road, somado às características da região, torna a oportunidade única. Temos total convicção de que a parceria será muito bem sucedida”, afirma Rodrigo Lourenço, diretor geral da Polaris na América do Sul. “A Polaris possui uma linha de veículos de excelente qualidade tecnológica. Além disso, sua preocupação com a capacitação do concessionário, passando pelas estruturas de pós-venda e assistência técnica foram pontos que chamaram atenção. A disponibilidade de peças de reposição em todo o território nacional é um diferencial. Tenho certeza de que será um ótimo negócio trabalhar com uma marca tradicional e líder mundial no segmento, como a Polaris”, afirma Guga.
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Buscando atender um maior número de clientes e um estilo diferente de público do qual estava acostumado, o Sanduba do Careca resolveu inovar as ideias e expandir os horizontes. Agora, além dos deliciosos lanches e sanduíches que a galera costumava saborear, nosso querido Careca irá lançar nova linha light! Serão sanduíches com receitas especialmente feitas por nutricionistas conceituadas no estado, além da novidade que vai deixar a turma saudável e marombeira animada: Nas noites e nas madrugadas, também terão sucos energizantes, suplementos pós treino e até Whey Protein! Opções saborosas e tentadoras para quem adora levar uma vida saudável. A previsão de lançamento é para o mês de novembro, ainda esse ano. E tem mais! A rede Careca vai ganhar uma linha de Esfihas, localizada no bairro Santo Eduardo, com previsão de inauguração para outubro. Sucesso!
Graciliano no Especial Globo
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Curso para os amantes da Japanese Food, com a duração de 08 horas; os alunos aprendem desde a história do sushi até a parte prática, “essa última a que eles mais gostam”, contou Vitor Mousinho. A prática do pré-preparo é posterior à aula teórica que ensina a nomenclatura dos sushis, para que serve os utensílios, insumos, como escolher um bom peixe e locais para compra dos produtos.
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Nomeado “Em tempo de esmeralda”, fazendo alusão ao nosso jubileu de esmeralda, contará com a presença de quatro renomados bailarinos paulistas. Antecedendo o espetáculo principal, o grupo irá apresentar a remontagem da “Suite de D. Quixote” sob a direção de Guilherme Oliveira, e afirmam que a coreografia está mais difícil e o número de bailarinos está maior. A escola hoje, esta localizada na Av. Francisco Amorim Leão, no bairro do Farol, e em questão da comemoração de seus 40 anos, não está cobrando matrícula durante esse semestre.
Especial de fim de ano da TV Globo vai ter a cara de Alagoas! A emissora vai homenagear Graciliano Ramos, escritor consagrado, Alagoano de Viçosa, e realizou testes de elenco no último dia 2 (sexta-feira) na Secretaria Municipal de Cultura e Turismo da cidade natal do artista. Estão á procura de jovens entre 12 e 22 anos para participar do programa. “Alexandre e Outros Heróis”, uma das grandes obras de Graciliano, vai ganhar vida na telinha, e por conta disso, procuram um jovem para interpretar Alexandre, protagonista da obra. Para a secretária de Estado do Turismo, Danielle Novis, a homenagem da TV Globo a Graciliano Ramos é um prêmio a um dos maiores escritores brasileiros, que imortalizou Alagoas através de seus romances publicados em vários idiomas.
Maceió Ordinário 125mil likes
O que era uma singela brincadeira, virou sucesso! Uma mera página do facebook agradou os alagoanos e caiu nas graças do povo. Depois de causar muitas risadas por dar uma pitada de humor nos acontecimentos cotidianos da nossa cidade e chamar muita atenção com criatividade, “Maceió Ordinário” cresceu e se tornou blog! Hoje, tanto a página quando o blog já alcançaram milhares de pessoas, são mais de 125 mil curtidas, compartilhamentos e likes nos posts diários. Tem comando e criação de Diogo Moreira, estudante de publicidade, e lá você irá encontrar imagens de situações engraçadas, embaraçosas e constantes de Maceió, além de piadas criativas e infames. “Você só irá entender caso seja morador de uma das cidades mais belas do Brasil”, explica Diogo.
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HOLOFOTES
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40 anos de Ballet - Pioneirismo
Uma revista com a cara do Nordeste
BMW Group em Maceió
Imagem Divulgação
Foto Divulgação
Visando o crescimento do consumo de automóveis premium no Nordeste e em Alagoas, o Grupo Itavema, maior rede de concessionárias da América Latina, inaugurou no ínicio de setembro, a Norden Motors, concessionária com o conceito Group Dealer, que representa as marcas BMW, BMW Motorrad e MINI. Segundo o presidente do grupo, Mário Sérgio Franco, o mercado alagoano já supera as expectativas de vendas. A cerimônia de inauguração da Norden Motors contou com a presença do governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho, da secretária municipal do Trabalho de Maceió, Solange Jurema, do Presidente do Grupo Itavema, Mário Sérgio, e do Presidente e CEO do BMW Group Brasil, Arturo Piñeiro, além de outras autoridades, imprensa e convidados.
Miss Alagoas 2013
TJ - Tamo Junto em Milagres
Em sua 57ª edição, o evento elegeu a melhor candidata para representar seu estado e contou com a presença de 25 belas candidatas. A noite final da competição foi televisionada pela “Band Alagoas” para toda região. Com a presença da Miss Brasil 2012, Gabriela Markus, que comandou a noite ao lado do modelo Carlos Mauri, a modelo e Miss Alagoas 2012, Marina Rijo, passou a coroa para sua sucessora, a candidata Nicole Verçosa, representante de Barra de São Miguel.
Pelo terceiro ano consecutivo, o empresário Mauricio Vasconcelos organiza o projeto Tamo Junto, uma série de baladas em praias da região. “Começou como uma festa entre amigos. Hoje, recebemos 1500 pessoas e cerca de 85% são paulistanos”, declara Vasconcelos. Para o organizador, a grande diferença de São Miguel dos Milagres para outros destinos famosos é a beleza do litoral e a possibilidade de fugir da baladação. “Nossas praias têm uma barreira de coral lindíssima e muitas delas são bem vazias, o que é perfeito para quem quer descansar”. Foto Divulgação
Entre as festas que compõem o Tamo Junto estão a Vale Night, da produtora Fishfire, a Coisa Fina, que será um mix de funk, samba e house music, e a Sunglasses, da produtora Multicase. Maiores informações: www.tjtamojunto.com.br
Houve discussões em torno do concurso e surgiram polêmicas de que poderia haver fraudes no resultado. A mais cotada pelos fóruns especialistas e pelos críticos, então Patrícia Almeida da cidade de Matriz de Camaragibe havia tido mais pontuações contra a então vencedora Nicole Verçosa. Porém, nada até agora foi admitido e esclarecido, e a organização do evento não se pronunciou. A coroa continua pertencendo a barrense Nicole que representou AL no Miss Brasil..
A Secretaria de Estado do Turismo apresenta uma ótima opção de passeio para os alagoanos e turistas. Trata-se do passeio ás margens do rio São Francisco. Os visitantes, além de se deslumbrarem com os encantos do velho Chico, conhecerão boa parte do sertão alagoano e a Rota do Cangaço, todo trajeto percorrido por Lampião, Maria Bonita e seus cangaceiros. “Para fazer este passeio, uma das opções é sair de catamarã, com a MF-Tur, do centro histórico de Piranhas. Percorrem-se as águas do São Francisco até o povoado de Entre Montes, chegando ao Cangaço Eco Parque, na fazenda Angicos. Uma espécie de vagão de bondinho, puxado por um trator, vai até o início da trilha. Daí em diante, caminha-se cerca de 720 metros por uma vegetação preservada até à Grota do Angico, local que abriga um memorial da morte de Lampião e outras figuras históricas do Cangaço. Todo o percurso é acompanhado por guias locais.” Além do ecoturismo, os visitantes podem desfrutar ainda de outras opções de lazer como passeios a cavalo, arvorismo e loja de artesanato. Vale a pena conhecer!
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Mais uma vez, o esporte alagoano tem motivos para se orgulhar. “Produto da Terra”, o judoca Gabriel Mendes (SESI-AL, BRASKEM-AL, Flamengo-RJ e Farmácia Analítica-RJ) ganha o mundo. O atleta Alagoano, do Flamengo/RJ, da Seleção Brasileira Sub-21, primeiro do Ranking Brasileiro/2013 da categoria -73,0 kg (Leve), encontra-se no Japão, isso mesmo, JAPÃO, o berço do Judô Mundial. Gabriel viajou ao Japão na última sexta-feira junto com toda a Delegação Brasileira, para a realização de uma série de treinamentos e competições locais, visando a preparação da Equipe Brasileira para o Campeonato Mundial da Categoria, que ocorrerá entre os dias 24 e 27 de Outubro, na cidade de Ljubljana, capital da Eslovênia. Os atletas estão alojados na Universidade de Tsukuba, o maior campus universitário do país em tamanho e área.”
Aline estréia "Entre A Gente"
A jornalista Aline Angeli, ex-apresentadora do extinto programa Cotidiano, da TV Alagoas, ganha um programa a partir deste sábado (28) no TNH1TV, canal fechado do Pajuçara Sistema de Comunicação. A atração receberá diversas personalidade alagoanas para tratar de assuntos relacionados a sua carreira. “O Entre A Gente é um programa semanal que vai promover conversas mais aprofundadas com personalidades alagoanas durante meia hora. A ideia é mostrar que existem histórias de pessoas admiráveis em Alagoas. Queremos que os entrevistados saiam um pouco do glamour para contar sobre as dificuldades que eles passaram até chegar ao sucesso”, contou Aline Angeli. O programa “Entre a Gente” vai ao ar a partir das 12h45 no canal 26 da NET e no portal TNH1.
Foto TNH1
Passeio no Rio São Francisco
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De Alagoas para o Mundo
PERSONAGEM
32 Alagoano de
Ouro Por Antonio Maria do Vale Foto Divulgação
Sucesso nas pitas do atletismo paralímpico, Yohansson Nascimento voltou do Mundial de Lyon, na França, com mais três medalhas pra coleção. Ele emociou o mundo durante os jogos paralímpicos de Londres, em 2012, ao pedir em casamento sua noiva logo após vencer a final dos 200m T46. Diante das câmeras, Yohansson segurou um cartaz onde estava escrito “Thalita, quer casar comigo?”. Como era de se esperar, após um contato telefônico, o pedido foi prontamente aceito e os dois subiram ao altar e disseram sim no último dia 27 de abril. E o casamento parece que fez muito bem ao atleta alagoano que irá completar 26 anos em setembro. Após o sucesso em Londres, ele continua voando e no Mundial de Lyon, assim como nas paralimpíadas, bateu mais uma vez o recorde mundial da categoria T46, vencendo a final dos 200m com o tempo de 21s91. E Yohansson não tem medido esforços para alcançar seus objetivos, tanto que acabou passando mal ao chegar à zona mista para atender à imprensa. Mas os resultados compensam tod a a dedicação. Além do ouro, Yohansson ainda trouxe pra casa mais duas medalhas, prata no revezamento 4X100m na classe T42-46 e bronze nos 100m categoria T-46, prova em que ainda é o recordista mundial. E Yohansson também tem ensinado aos companheiros de pista a arte de amar. Que o diga seu companheiro de treino e amigo inseparável, o também atleta paralímpico, Alan Fonteles, aquele mesmo que se envolveu numa polêmica com Oscar Pistorius após vencer a final dos 200m T-44 em Londres. As duas estrelas do atletismo paralímpico moram juntas em São Caetano/SP, onde, até então, tinham em comum apenas a grande amizade. Até que Yohansson resolveu apresentar-lhe a prima de sua esposa, Lorrany Moura, para Fonteles, que se apaixonou de cara. Seguindo os passos de Yohansson, o amigo também pediu a noiva em casamento após uma prova, logo após a conquista do ouro nos 200m T-43 (bi amputado) do Mundial de Lyon. Yohansson e Fonteles se conheceram em 2008, durante os Jogos Paralímpicos de Pequim, na China. Na época, os dois ainda começavam a aparecer no cenário internacional. E como não podem disputar nas pistas pra valer, os atletas adoram duelar no video game, onde o alagoano é mestre no pôquer. Mas a parceria, ao menos de dividir o mesmo lar, tem data certa para acabar. Como a casa é pequena para dois casais, Yohansson deverá se mudar após o casamento de Fonteles em novembro. “Ele que casou primeiro, então ele que tem de sair. Não o expulsei”, brincou o fiel amigo do alagoano que, por incrível que pareça, não recebe qualquer apoio de Alagoas, sendo patrocinado pelo Governo do Estado de São Paulo. Uma revista com a cara do Nordeste
Por Amanda Vasconcelos Fotos Divulgação
A reprodução de funções do ser humano pela tecnologia, usadas a seu favor e com perfeição, é realidade. São as próteses inteligentes e trazem uma qualidade de vida ainda maior para quem necessita usa-las.
Imagem Meramente Ilustrativa
Eu,
TECNOLOGIA
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Motivo de fascinação, a ficção cientifica a muito sonhada e até realizada nos filmes não passava disso... Um sonho. Porém, hoje, a tecnologia empregada em alguns dispositivos chega até a superar o já dito sonho. A reprodução de funções do ser humano pela tecnologia, usadas a seu favor e com perfeição, é realidade. Projetos como mãos sensíveis, joelho eletrônico, prótese de fibra e carbono, ouvido biônico, pé flexível e até olhos de ciborgue, entram no hall de próteses inteligentes e trazem uma qualidade de vida ainda maior para quem necessita usá-las.
No cérebro é implantada a nanotecnologia. Chamada de “Nanochips Neurais”, ela pode ajudar a controlar os sintomas do Mal de Parkinson e da Epilepsia.
Já pensou em voar como o Homem de Ferro? Ou talvez emitir o mesmo raio que o Ciclope do X-Men? Infelizmente a parte sobre-humana das próteses ainda não está disponível, mas já existem nas eletrônicas e mais tecnológicas o conforto e segurança necessários para pessoas de todo mundo, que sofrem com algum tipo de deficiência física. Antes, a limitação era apenas reproduzir o membro perdido, hoje, há uma revolução do corpo humano e mostram o futuro dos tratamentos de saúde. São para-atletas em olímpiadas, pessoas que voltam a andar com ajuda de aparelhos, crianças que voltam a ouvir por conta de implantes... O conjunto de tecnologia e saúde é uma das áreas mais inovadoras do século. São pesquisa que duram anos e procedimentos complexos que resultam em algo simples e anteriormente inimaginável. A pergunta é, será que por causa desse avanço “descartável”, o corpo humano pode ser tratado como máquina? Essa é a indagação de praticamente todas as pessoas que de certa formam trabalham ou conhecem essa área. Segundo o professor de cibernética da Universidade de Reading, na Inglaterra, Kevin Warwick, “A tecnologia sempre serviu para melhorar os humanos, mas agora ela não é só para aqueles com deficiências, mas para todos que queiram modificar ou melhorar seus corpos”. Lembrando que é uma tecnologia substitutiva, substitui o que está faltando. São descobertas voltadas para a recapacitação de alguma deficiência, mas que felizmente ou não, está mudando por vontade humana. Foi o neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis que começou a revolucionar a medicina em conjunto com a tecnologia. Em 2008, ele viu que os chips neurais poderiam ser aplicados em tratamentos para controlar os tremores de pacientes com mal de Parkinson e epilepsia. Já em 2011 publicou um estudo que revolucionou a ciência. Sabe-se que é viável devolver o sentido do tato por meio de uma conexão entre cérebro e máquina na teoria, mas, Nicolelis e seu grupo de mais seis pesquisadores descreve na prática o experimento feito e torna essa pesquisa algo de grande importância. Todos os pesquisadores fazem parte de um grupo chamado “Walk Again”, que pretende usar a tecnologia para demonstrar, na Copa de 2014, que uma pessoa pode voltar a andar, mexer seus braços e controlar todo o seu corpo bionicamente. Saindo dos filmes e vindo para a realidade, talvez a qualidade de vida vista na ficção não fique só por lá. É o que dizem: “A união faz a força”, e nada melhor que o conjunto tecnologia e medicina para provar isso. www.OUSHBrasil.com.br
Nos membros superiores, existem vários tipos de próteses, desde as que suprem as necessidades esteticas, quanto as funcionais, que já são tão ou mais precisas que uma mão de verdade.
Na parte visual, existe o ciborgue. Neil Harbisson criou um aparelho que indentifica as cores. Diagnosticado com acromatopsia (sintoma do daltonismo no qual o indivíduo somente enxerga tons de cinza), ele criou um meio de enxega-las com uma camera e um chip ligado ao seu osso do crânio.
Para os pés, existem próteses onde se pode usar salto alto, correr, pular... Algumas delas possuem um motor elétrico que impulsiona o pé, reduzindo assim o esforço e acomodando o tornozelo. A maioria tem fácil adaptação e podem ser aplicadas aos mais variados tipos de deficiência.
Projeto em andamento o “Walk Again” promete fazer paraplégicos andarem na Copa de 2014. Conceito desenvolvido há 15 anos, ele permitirá a movimentação dos membros apenas com o pensamento.
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As novidades são tecnológicas, mas não necessariamente na parte funcional, as primeiras próteses confirmadas são datadas mais ou menos há 300 anos a.C., quando os romanos criaram uma prótese de bronze para substituir membros amputados. Até então se pensava que este era o primeiro tipo de artefato substitutivo divulgado, mas, houve mais descobertas desde então, a mais recente delas tem data entre 950 e 710 anos a.C., é um dedão de múmia feito com couro e madeira, encontrado próximo a cidade de Luxor, no Egito.
Chamadas de “pés de leopardo”, as próteses de fibra de carbono permitem que atletas deficientes compitam de maneira simultânea e em igualdade de possibilidades com atletas não deficientes em nível mundial e olimpico.
EDUCAÇÃO INFANTIL
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Criança precisa de Por Antonio Maria do Vale Foto Divulgação
Na era dos jogos digitais, o Dia das Crianças é uma ótima oportunidade para resgatar a velha infância. Em qualquer lugar é sempre a mesma coisa: é só encontrar uma criança e batata! Muito provavelmente ela estará com os dedinhos em ação se divertindo com um dos milhares de joguinhos eletrônicos para celular que, na maioria das vezes, os próprios pais baixaram, ensinaram e, consequentemente, transformaram num hábito diário dos filhos. Até aí tudo bem, eles até despertam o raciocínio da garotada, mas o cuidado que se deve ter é quando os minutos dedicados a estes jogos se transformam em horas e passam a ocupar o lugar de outras atividades essenciais para o desenvolvimento infantil.
Pergunte a qualquer criança o que ela gostaria de ganhar no próximo dia 12 e não se espante se ao invés dos tradicionais carrinhos, bonecas e jogos de tabuleiro, você ouvir em alto e bom som “um Iphone ou Ipad”. Até os video games perderam espaço já que não são mais os únicos a oferecer o encanto antes despertado apenas diante da tv. É nesse momento que os pais devem agir com pulso firme e não perder a oportunidade de presentear um filho com um brinquedo. Não se trata de nostalgia, os brinquedos são considerados aliados fundamentais no processo de aprendizagem. Por possuírem uma dinâmica muito mais ampla, quando comparados aos jogos eletrônicos, proporcionam à criança o ato de experimentar situações, interagir com emoções, analisar informações, adquirir autonomia de ação e atuar em conjunto. A questão do brincar é tão importante, que um dos princípios da Declaração Universal dos Direitos da Criança é o de que “toda criança têm direito à alimentação, habitação, recreação e assistência médica”. Brinquedos geralmente implicam o deslocamento e, dessa forma, também o desenvolvimento físico da criança, auxiliando nos aspectos de cordenação motora, equilíbrio, fortalecimento muscular, além de estimular o apetite. Segundo o psicólogo bielorusso, Lev Vygotsky, é na brincadeira que a criança consegue vencer seus limites e passa a vivenciar experiências que vão além de sua idade e realidade, fazendo com que ela desenvolva sua consciência. Dessa forma, é na brincadeira que se pode propor à criança desafios e questões que a façam refletir, propor soluções e resolver problemas. Brincando, elas podem desenvolver sua imaginação, além de criar e respeitar regras de organização e convivência, que serão, no futuro, utilizadas para a compreensão da realidade.
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A ausência dos brinquedos no cotidiano das crianças também tem causado o encolhimento da infância e as características da adolescência surgem cada vez mais cedo. Trabalhar para que o processo de transição seja mais duradouro, fará da criança um adulto mais consciente e preparado para os desafios e responsabilidades que terá que enfrentar. A também psicóloga, Ana Patrícia Falcão, acrescenta que, “ao contrário do que muitos pensam o brinquedo não é uma simples recreação ou passatempo, mas a forma mais completa que a criança tem de se comunicar consigo mesma e com o mundo”. Neste dia 12 você pode até não resistir e comprar aquele presente que seu filho pediu com tanto carinho e que aguarda com imensa ansiedade. Antes disso, experimente apresentar a ele um dia de atividades inéditas, mas que de tão tradicionais talvez nunca tenham realizado juntos. Que tal montar uma pipa e depois ter a satisfação de vê-la voar? Ir à praia e construir aquele imenso castelo de areia? Tentar pedalar pela primeira vez sem as rodinhas de apoio? Ter paciência para um jogo de tabuleiro que há muito seu filho insiste e você nunca tem tempo? Não faltam opções para muitas surpresas. Plante no coração de uma criança o grandioso prazer de viver a verdadeira infância. Uma revista com a cara do Nordeste
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HOMENAGEM
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MeuPaiNaOUSH!
Promoção Por Ana Paula Nunes Foto Reprodução Instagram
Valeu a postagem com a hashtag #MeuPaiNaOUSH!, todos os participantes que marcaram suas fotos dentro do período da promoção estão nessa sessão, fiquem ligados nas nossas próximas ações! Parabéns aos ganhadores da promoção #MeuPaiNaOUSH que aconteceu lá no nosso instagram, @oushbrasil! Foram milhares de curtir, disputando a cada dia o posto de primeiro lugar e a imagem vencedora foi a de @marnesgomes, que conquistou 643 curtidas, seguida das fotos de @gabrielacanuto e @paul1nha.
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Agradecemos a participação de todos e lembramos que todos estão nesta edição da Revista OUSH! Brasil todas as fotos participantes do período da promoção. Agradecemos ainda nossos patrocinadores, que proporcionou aos ganhadores belíssimos presentes:
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ENTREVISTA ESPECIAL
38 Uma década de Por Marcio Mrotzeck
Em seu terceiro mandato à frente da Santa Casa de Misericórdia de Maceió, o provedor Humberto Gomes de Melo recebeu OUSH! Brasil para um bate-papo. Na conversa, contou um pouco de sua história, fez um balanço de sua administração durante esses dez anos e falou de suas expectativas e planos para o futuro. Fundada em 7 de Setembro de 1851 pelo Cônego João Barbosa Cordeiro, então pároco da capital alagoana, a Santa Casa de Misericórdia de Maceió nasceu de um ímpeto de caridade: socorrer os pobres. Chamada inicialmente de Hospital de Caridade São Vicente de Paulo, foi construída com recursos das paróquias da capital, sendo administrada por uma irmandade formada por fieis e irmãs vicentinas, que na época eram também as responsáveis pelo atendimento dos pacientes. O tempo passou e o pequeno hospital criado ainda no século XIX deu lugar a um centro hospitalar de referência, com excelência administrativa que recicla constantemente seus profissionais, moderniza sua infraestrutura física e tecnólogica, investe nas áreas de suprimentos e logística, além de ter levado o setor financeiro das dívidas à autosustentabilidade, tornando a Santa Casa de Misericórdia de Maceió num dos principais Hospitais filantrópicos do país. Prestes a completar 162 anos de existência, as melhorias não param na Santa Casa e os prêmios e certificações ratificam o eficiente trabalho realizado pela instituição. Recentemente foi reconhecida, pelos ministérios da saúde e educação, como Hospital de Ensino, mais um sonho da atual gestão que se realiza após anos de espera, além de ter sido destaque na Isto É Dinheiro como um dos cinco melhores hospitais do país. Para entender o sucesso da Santa Casa de Misericórdia de Maceió, num país em que a saúde se apresenta como um de seus maiores problemas sociais, OUSH conversou com o presidente da Federação Nacional dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde - FENAESS - e atual provedor do hospital, Humberto Gomes de Melo, que, a dez anos a frente da casa, comemora o atual momento da instituição sabendo que, numa área em permanente evolução, ainda há muito o que se fazer.
Casa e o provedor que lá estava, já há 12 anos, profº Lourival Nunes da Costa, resolveu renunciar sete meses depois da sua última eleição. Tive que completar este mandato por três anos e 5 meses e logo em seguida concorri a mais dois mandatos, somando então 10 anos, até hoje. OUSH - Espera continuar por mais 10 anos? Humberto Gomes de Melo - No próximo ano termina meu atual mandato à frente da provedoria e, enquanto me quiserem, digo que estou à disposição. Enquanto Deus me der forças suficiente e possa ser útil à sociedade, estarei junto com essa equipe, dando continuidade ao trabalho que vem sendo realizado em favor da sociedade alagoana. OUSH - E como foi o início da administração? Humberto Gomes de Melo - Quando fui chamado, resolvemos fazer um diagnóstico da instituição. Consultamos duas empresas e a Tecnosp, empresa da Bahia com quem fechamos a parceria, trouxe, dentre os consultores que vieram pra cá, um que eu já conhecia bem. Ele terminou ficando, fazendo um trabalho conosco e passou a ser um dos principais assessores. Devo muito da implantação da Santa Casa exatamente a este rapaz, Cicero Andrade, que tem a empresa dele até hoje. Não deixo de fazer essa referência porque ele ficou como principal assessor e recebia todas as pancadas que vieram com a mudança de provedor. Isso ficava com ele e muitos desgastes aconteceram, mas, graças a esse período de quase três anos nós observamos que os colaboradores tinham um amor muito grande a instituição, e tinham alguns desejos, um deles mais forte, que era ter um plano de saúde, e um outro em que sonhavam com um plano de cargos e salários.
OUSH - Como começou a história de Humberto Gomes de Melo na Santa Casa de Misericórdia de Maceió?
OUSH - As melhorias começaram então a partir dali?
Humberto Gomes de Melo - Antes de tudo, quero dizer que a Santa Casa de Misericórdia de Maceió foi criada sob o manto da igreja católica, mas, nós respeitamos todas as religiões, todos devem ser bem tratados na Santa Casa. São palavras que sempre uso nas enfermarias, quando faço, junto com minha esposa Rosinete, uma visita mensal aos pacientes do SUS, pedindo um momento de oração com todos eles, católicos ou não. Mas, voltando ao meu começo na instituição, já pertencia a mesa administrativa da Santa
Humberto Gomes de Melo - Nós nesses 10 anos conseguimos, logo no segundo ano, implantar o plano de saúde. Hoje isso é siginificante porque nós determinamos depois de algum tempo que todo colaborador que entrar na Santa Casa deve ter um plano de saúde. Para tanto, a Santa Casa entra com 80% do valor, o que corresponde a um 14º salario junto com outros benefícios. Ano passado terminamos o plano de cargos e carreiras, então atendemos essas duas solicitações. Uma revista com a cara do Nordeste
Dr. Humberto Gomes de Melo
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“A Santa Casa de Misericórdia de Maceió foi criada sob o manto da igreja católica, mas, nós respeitamos todas as religiões. Todos devem ser bem tratados na Santa Casa”
ENTREVISTA ESPECIAL
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OUSH - E além dos benefícios e motivação para os colaboradores, o que foi feito estruturalmente na instituição? Humberto Gomes de Melo - Fizemos o primeiro planejamento estratégico em 2004, e a partir dali fizemos uma reestruturação da Santa Casa. Nessa reestruturação tínhamos dois diretores, e permanecemos com dois diretores que são nomeados pelo provedor. Mas, criamos uma estrutura de gerências que não existia. São esses 10 gerentes que, junto com os diretores e colaboradores, tocam a instituição com responsabilidades e cobranças. E é isso que tem feito a diferença na Santa Casa, fazendo com que ela procure crescer com qualidade.
“Somos a única Santa Casa do país, entre cerca de 380 santas casas, que está tendo a coragem de partir para uma acreditação internacional” OUSH - E quais os resultados obtidos até agora? Eles chegam até os pacientes? Humberto Gomes de Melo - Sim. As mudanças são sempre voltadas a qualidade, e qualidade no caso da saúde é a segurança do paciente. Essa busca pelo selo de qualidade que a instituição conseguiu em 2009, por exemplo, nós trabalhamos pra manter e continuamos sendo o único hospital que conseguiu esse selo da Organização Nacional de Acreditação, que nos certificou nos níveis 1 e 2 pelo Instituto Qualisa de Gestão e Organização Nacional de Acreditação - ONA. E partimos já este ano para participarmos de uma acreditação internacional. Somos a única Santa Casa do país, entre cerca de 380 santas casas, que está tendo a coragem de partir para uma acreditação internacional. Isso é motivo de muito orgulho para nós e acho que é uma verdadeira valorização para nosso estado. É esse o trabalho que temos feito. Conquistamos também o selo Hospital Amigo da Criança, concedido pelo Unicef e pelo Ministério da Saúde ao Hospital Nossa Senhora da Guia, que atende aos dez passos da amamentação. Somos também reconhecidos pela Anvisa como Hospital Sentinela e ganhamos, em 2008, o Prêmio Sustentabilidade Financeira da revista Isto É Dinheiro. A lista é grande e as premiações são a comprovação de que o trabalho tem sido feito com eficiência. OUSH - E o que muda com o reconhecimento da Santa Casa como Hospital de ensino? Humberto Gomes de Melo - Esta portaria reconhece que estamos aptos para servir de campo para a prática de
atividades curriculares na área da saúde e creditados para receber recursos financeiros específicos. Temos dois anos de certificação e muito trabalho a ser realizado para que possamos renová-la. Este reconhecimento interministerial vem confirmar o papel que a Santa Casa de Maceió desempenha como hospital de ensino por meio de sua Residência Médica, resgatando nossa tradição histórica, responsável pela formação de várias gerações de profissionais ao longo de todos estes anos de existência. OUSH - A ampliação do atendimento também foi resultado das melhorias? Humberto Gomes de Melo - Para o crescimento da Santa Casa verificamos que era impossível continuarmos só aqui. Em 2009 compramos um hospital, que era o antigo Hospital Monte Cristo, e transformamos para ser exclusivamente do SUS, que é o hospital Nossa Senhora da guia. Transformamos em materno e infantil, é um hospital que atende as parturientes do SUS, que no passado tínhamos a maternidade Sampaio Marcos, que atendia os indigentes também. Depois de algum tempo, com as reformas que foram feitas, a Santa Casa tentou voltar para atender pacientes já do SUS e não tinha condições e, com a necessidade de leitos e de sustentabilidade da instituição, teivemos que procurar operadores de plano de saúde para ter os recursos suficientes para ela poder se manter. OUSH - Foi difícil ter que optar por uma decisão que foge dos princípios do hospital? Sempre voltado à caridade e filantropia? Humberto Gomes de Melo - Deixamos de atender a maternidade e éramos cobrados pela sociedade. Por isso, nós nos voltamos para atender as parturientes e com poucos meses o hospital passou a ser e continua sendo a maternidade que mais atende parturientes em AL. Não fazemos o alto risco, apenas médio risco, mas vem parturientes de todo o estado pra cá. E também levamos para esse hospital Nossa Senhora da Guia as crianças, as cirurgias pediátricas são feitas lá. Nesse mesmo ano nós levamos o ambulatório do SUS, que era atendido aqui dentro na Santa Casa, para uma nova unidade. Alugamos um prédio ali na praia do Sobral e criamos a Unidade Docente Assistencial Professor Rodrigo Ramalho, onde montamos não só a parte ambulatorial como também a parte de diagnóstico para atendimento de pacientes do SUS. OUSH - A ampliação é em função da necessidade de leitos? E a questão de profissionais tão debatida ultimamente? Parcerias com instituições de ensino podem ajudar na resolução destes problemas? Humberto Gomes de Melo - Continua havendo uma carência de leitos em Maceió. Numa parceria que fizemos com a Fejal para uma futura instalação para Faculdade de Medicina no Estado de Alagoas, solicitamos deles, para essa parceria, que nos fosse cedido em comodato a antiga clínica Santa Juliana, hospital de 60 e poucos leitos que, a princípio, atendia só pacientes particulares e convênios. Nos foi cedido e estamos o transformando numa unidade Santa Casa Farol, onde deveremos ter um foco especial para obstetrícia e pediatria voltada para os convênios, com isso vamos aumentar aqui os leitos da matriz para atendimento de outras especialidades. A unidade será um hospital que atenderá só convênios. Isso deverá estar em funcionamento no dia 27 de setembro com os primeiros 34 leitos, mas construiremos mais 70 leitos que estarão prontos no final de 2014, totalizando104 leitos. Essa é a principal expansão já programada para acontecer. Uma revista com a cara do Nordeste
OUSH - Diante da ampliação, o que tem sido feito na matriz da Santa Casa?
OUSH - Falta orçamento para a saúde ou a má gestão aplica o que é disponibilizado de forma equivocada?
Humberto Gomes de Melo - Aqui dentro da matriz também estamos programando expansões, não só com esta saída da maternidade e da pediatria, mas deveremos fazer ampliações em cima da unidade onde funciona a nefrologia. Construiremos, com uma estrutura mais leve, duas unidades que representarão mais 26 leitos e o Carlos André, nosso gerente de engenharia e infraestrutura, está programando isso para dentro de seis meses podermos colocar em funcionamento. Hoje são 301 leitos na matriz mais 80 leitos lá na unidade Nossa Senhora da Guia, então temos 381 leitos. Estamos criando também uma unidade para atendimento dos pacientes de câncer em fase terminal. É uma unidade de cuidados paliativos, com 33 leitos, para pacientes do SUS que estão fora de possibilidade terapêutica, mas que necessitam de cuidados dentro de um hospital. Esta unidade se chamará Cônego João Barbosa Cordeiro, restaurando e pagando uma dívida com o fundador da Santa Casa que não tinha nada que o nominasse aqui dentro. Além dos leitos para pacientes de convênios, teremos mais esses 33 leitos possivelmente até o final do ano, dos quais, 11 deles funcionando já a partir deste mês. Ao final de 2014 deveremos estar com praticamente 500 leitos disponíveis.
Humberto Gomes de Melo - O Brasil colocou a saúde na sua constituição como um direito de todos e um dever do estado. Outros países investem muito em saúde e nós muito pouco, somos um dos poucos países em que o setor privado investe mais em saúde do que o poder público. Um dado a ser discutido são os recursos hoje arrecadados pelas operadoras de planos de saúde. Ano passado a receita das operadoras de planos de saúde foi de R$ 94 bilhões. Essas operadoras têm usuários que representam ¼ da populaçao, são 48 milhoes de pessoas com plano de saúde para uma uma população de 194 milhões de brasileiros. Os outros ¾ da populaçao dependem exclusivamente do SUS. Aliás, todos nós dependemos do SUS, num acidente ou vacinação, na vigilância sanitária, em transplantes, na compra de medicamentos caríssimos por ordem judicial, tudo vem do SUS.
OUSH - É um número considerável ou distante do ideal? Humberto Gomes de Melo - O estado de Alagoas tem hoje cerca de 6 mil leitos disponíveis, isso somando-se o SUS e todos os convênios. Sendo assim, os leitos da Santa Casa de Misericórdia de Maceió representarão aproximadamente 10% de todos os leitos do estado. A Santa Casa hoje é o hospital que mais atende pacientes de SUS e, ao mesmo tempo, o hospital que mais atende a conveniados. Se você for verificar, dos 6 mil leitos do estado, a grande maioria não funciona por algum motivo técnico. Hoje estamos com uma carência no estado em torno de 1500 leitos para atendimento da população. OUSH - O que vemos aqui é diferente do restante do país? O que o Sr. tem visto em outros estados? Humberto Gomes de Melo - Nós somos um dos estados que menos tem leitos considerando o tamanho da população, esta proporção não chega a 2 leitos por mil habitantes, enquanto a média brasileira é de 2,5 leitos. E nós temos a peregrinação de ambulâncias pro hospital geral do estado e, aquilo que vimos no HGE, eu chamo de leitos “chão”, que são as macas das pessoas no chão. E isso acontece em todo país, em São Paulo, no Rio de Janeiro, em todo o Brasil. Então é a falta de decisão politica dos governos para que a saúde seja prioridade, onde eu tenho colocado que o grito das ruas não tem chegado aos ouvidos dos governantes. Todas as pesquisas mostram que o maior problema da população é a saúde, e o distanciamento dessa prioridade é tão grande que o último dado da Folha de São Paulo mostrava que passou de 38 para 46% os brasileiros que entendem a saúde como a principal necessidade da população, ficando em 2º lugar a educação com 16%. Repito, o distanciamento é grande. OUSH - A Santa Casa acaba sobrecarregada com este quadro? O setor privado sofre em função da omissão do poder público? Humberto Gomes de Melo - Nós estamos fazendo a nossa parte. A Santa Casa está fazendo a sua parte. Atendemos tanto os que mais precisam e não têm condições, como aqueles menos favorecidos, mas que precisam também ser assistidos num hospital de qualidade, o que a Santa Casa se propõe e tem procurado ser. www.OUSHBrasil.com.br
“Outros países investem muito em saúde e nós muito pouco, somos um dos poucos países em que o setor privado investe mais em saúde do que o poder público”
OUSH - É possível fazer uma comparação destes números? Humberto Gomes de Melo - Vou te dar um exemplo. Ano passado o Ministério da Saúde gastou R$ 39,8 bilhões, em números redondos são R$ 40 bilhoes para a assistência hospitalar e ambulatorial. Só pra fazer uma comparação, para ¼ da população o setor privado gastou R$ 80 bilhões, enquanto que para os ¾ restantes da população, o sistema público gastou apenas R$ 40 bilhões. A diferença é grande. OUSH - Como o Sr. acha que o setor privado pode contribuir, além da questão do atendimento sem distinção? Humberto Gomes de Melo - A situação da saúde é gritante, tanto em gestão como em recursos financeiros para o seu financiamento, que hoje são insuficientes. O setor privado tem muito a contribuir e vem dando provas suficientes para tal. Propomos um amplo debate, sobre a saúde em Alagoas, que poderia iniciar-se, por exemplo, pela OUSH. Com os gestores públicos – secretários estadual e municipal de saúde – representação do Conselho Regional de Medicina, Academia Alagoana de Medicina, Sindicato dos médicos, Conselho Estadual de Saúde, Associação dos Municípios de Alagoas e Ministério Público.
Sempre atentas! Por Marcio Mrotzeck Fonte inca.gov.br
Todas as mulheres após os 20 anos (com caso de câncer na família) e 40 anos (sem caso de câncer da família) devem realizar o auto exame da mama uma vez por mês, para prevenir e diagnosticar precocemente o câncer de mama. Segundo tipo mais frequente no mundo, o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano. Se diagnosticado e tratado oportunamente, o prognóstico é relativamente bom.
O câncer de mama quando é descoberto precocemente tem grandes de chances de cura. Confira 12 sintomas do câncer de mama que você não deve ignorar:
No Brasil, as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estádios avançados. Na população mundial, a sobrevida média após cinco anos é de 61%.
1. Mama mais dura que o normal; 2. Presença de um sulco na mama, como se fosse um afundamento de uma parte da mama; 3. Pequenas feridas na pele; 4. Vermelhidão ou ardor na mama; 5. Saída de um líquido desconhecido pelo mamilo; 6. Espécie de "buraquinhos" na pele da mama; 7. Alguma protuberância na mama; 8. Veia facilmente observada e crescente; 9. Afundamento do mamilo; 10. Assimetria entre as duas mamas, como, por exemplo, uma maior que a outra; 11. Pele da mama mais grossa que o normal, com aspecto de casca de laranja; 12. Nódulo ou pequeno caroço interno, palpável e dolorido.
Relativamente raro antes dos 35 anos, acima desta faixa etária sua incidência cresce rápida e progressivamente. Estatísticas indicam aumento de sua incidência tanto nos países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nas décadas de 60 e 70 registrou-se um aumento de 10 vezes nas taxas de incidência ajustadas por idade nos Registros de Câncer de Base Populacional de diversos continentes.
Estimativa de novos casos: 52.680 (2012) Número de mortes: 12.852, sendo 147 homens e 12.705 mulheres (2010)
Atenção: As informações nesta matéria pretendem apoiar e não
Se a mulher notar qualquer uma das alterações acima em sua mama, deve marcar uma consulta com um mastologista o mais rápido possível.
substituir a consulta médica. Procure sempre uma avaliação pessoal com um médico da sua confiança.
Ter um ou outro destes sintomas não significa necessariamente que a mulher possua um câncer na mama, mas, se houver qualquer alteração na mama, ela deve ir ao médico para investigar o que está acontecendo. Por vezes, pode ser apenas um nódulo benigno ou uma inflamação do tecido mamário. No entanto, é importante que ela seja consultada para que receba o tratamento adequado. O câncer de mama é uma doença degenerativa que, quando não é tratada, pode levar a morte, pois existe a possibilidade de espalhar-se por outras áreas do corpo. Quando o câncer é tratado precocemente, ou seja, no início da lesão, tem grandes chances de cura.
Tratamento para câncer de mama Imagem Divulgação/Reprodução INCA
SAÚDE DA MULHER
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O tratamento para o câncer de mama é feito com o uso de medicamentos e, por vezes, radioterapia e/ou cirurgia para a retirada de uma parte ou de toda a mama. Caso seja necessário retirar a mama, a mulher poderá colocar uma prótese de silicone no local, para que se sinta melhor com a sua própria imagem.
O que mais a mulher pode fazer para se cuidar? Não abusar de bebidas alcoólicas, não fumar, alimentar-se bem e praticar atividade que movimente seu corpo podem ajudar na prevenção de várias doenças, inclusive do câncer. Além disso, a amamentação e o controle do peso corporal podem prevenir o câncer de mama. Se a mulher for se submeter à reposição hormonal, é importante que converse com seu médico sobre riscos dessa prática. Uma revista com a cara do Nordeste
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Certo ou errado? Por Antonio Maria do Vale Fotos Divulgação
Médicos estrangeiros desembarcam no Brasil e desencadeiam uma série de protestos contra o “Programa Mais Médicos”. Mas afinal, quem está com a razão nesta discussão ainda sem consenso? A presença do médico no cotidiano dos brasileiros só se consolidou a partir do século XIX. Antes disso, a tarefa de diagnosticar e medicar era realizada por físicos, químicos, botânicos, alguns filhos de brasileiros abonados que retornavam após cursar medicina na Europa e por pessoas que, sem qualquer qualificação, utilizavam-se de técnicas curandeiras através do conhecimento popular, uma prática existente até os dias de hoje.
interessados em atuar nas regiões onde faltam profissionais. Apenas no caso do não preenchimento de todas as vagas, o que está ocorrendo quase que em sua totalidade, é que o Brasil passa a aceitar a candidaturas de estrangeiros. O principal motivo da pressa é a intenção de resolver um problema que é emergencial para o país. Existem municípios que, acreditem, esperam por médicos a mais de seis anos.
Só com a chegada de D. João VI, em 1808, é que foram criadas as primeiras escolas de medicina que mais tarde se tornaram faculdades. Desde este período que o Brasil tenta alcançar, na prática, o número ideal de médicos por habitantes, o que, segundo dados do Conselho Federal de Medicina, não ultrapassa 2 profissionais para cada mil brasileiros. Número abaixo, por exemplo, de países como a Argentina, onde o número de médicos para cada mil habitantes é de 3,2.
As ações do Programa não se limitam apenas a contratação de médicos, o Ministério da Saúde investirá ainda R$ 15 bilhões até 2014 em infraestrutura dos hospitais e unidades de saúde, além de alterar o método atual da formação acadêmica. A partir de 1º janeiro de 2015, os alunos que ingressarem na graduação deverão atuar por um período de dois anos em unidades básicas e na urgência e emergência do SUS. O chamado “2º ciclo de Medicina” vai permitir ao estudante trabalhar em contato direto com a população. O modelo brasileiro será inspirado ao que já acontece em países como Inglaterra e Suécia, onde os alunos precisam passar por um período de treinamento em serviço, com um registro provisório, para depois exercer a profissão com o registro definitivo.
Em Alagoas, o cenário é ainda mais agravante já que este número é de apenas 1,24 médicos para cada mil alagoanos, um dos piores índices registrados no país. Pior que as estatísticas apresentadas é o fato de que existe a concentração de médicos em regiões metropolitanas, o que sugere que os números nos rincões do país sejam alarmantes. Para se ter uma ideia da disparidade, enquanto no Distrito Federal são 3,98 médicos para cada mil habitantes, no Maranhão são apenas 0,66, número abaixo do recomendado pela Organização Mundial de Saúde – OMS, que indica ao menos um médico para cada mil. Como medida paliativa e imediata, a presidenta Dilma Rousseff pôs em prática o "Programa Mais Médicos" e decidiu importar profissionais de países como Cuba, Espanha e Portugal que atuarão em cidades do interior do país onde nenhum médico brasileiro se disponibilizou a trabalhar. A proposta do Ministério da Saúde ganhou o apoio dos prefeitos das pequenas cidades, que enfrentam enorme dificuldade para atrair os profissionais locais. A última edição do Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica – PROVAB, por exemplo, atendeu a menos de 30% dos pedidos feitos pelas prefeituras. Se por um lado Ministério da Saúde e prefeituras enxergam o Programa Mais Médicos como uma solução prática, embora não definitiva, para o problema destes pequenos munícipios, o Conselho Federal de Medicina já sinalizou sua desaprovação ao solicitar do Ministério Público que tome as devidas providências caso a importação dos médicos não exija destes profissionais a prova de revalidação do diploma já que, no ano passado, 90% dos candidatos foram reprovados no exame. Os médicos e seus respectivos sindicatos também não concordam com a decisão e, diante do impasse, abre-se o debate diante de dois questionamentos básicos: primeiro, precisamos de médicos estrangeiros se a cada ano são mais de 13 mil novos médicos formados no Brasil? E, segundo, se o argumento do Ministério da Saúde é válido, por que estes médicos se negam a trabalhar no interior do país e nas periferias dos grandes centros? Antes de qualquer posição, é preciso deixar claro, o que não é de conhecimento de todos, que o Programa Mais Médicos tem suas vagas oferecidas prioritariamente a médicos brasileiros
As entidades médicas não concordaram com as medidas e saíram às ruas. Entre os argumentos, o principal deles refere-se à necessidade de manter o REVALIDA, prova de validação dos diplomas dos estrangeiros, criado em 2011. O Governo, por sua vez, trata o assunto com a justificativa de que o Programa Mais Médicos é um projeto de aperfeiçoamento na atenção básica, com foco no intercâmbio de experiências entre médicos estrangeiros e profissionais de saúde brasileiros. Nele, os médicos estrangeiros terão sua atuação delimitada pelo Ministério da Saúde e contarão com supervisão acadêmica, tutoria e realização de curso de especialização. O REVALIDA se aplica para o trabalho médico de estrangeiro por período indeterminado, o que não é o caso. O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, acrescenta ainda que só serão selecionados médicos graduados em instituições reconhecidas por seus países e cuja formação é equivalente às diretrizes curriculares mundialmente reconhecidas e adotadas no Brasil. Após chegar ao Brasil, eles passarão ainda pelo primeiro módulo do curso de especialização da atenção básica, de acolhimento e avaliação, com duração de três semanas e que terá foco na organização e funcionamento do Sistema Único de Saúde e língua portuguesa. Durante todo o período de estadia no país, o médico estrangeiro terá seu trabalho supervisionado por uma universidade pública e secretarias estaduais e municipais de saúde. E a troca de farpas entre os dois lados só começa por aí e a artilharia se utiliza dos mais diversos argumentos tanto para o ataque quanto para a defesa. Não há unanimidade ou consenso em nenhum ponto de discussão, se você é o acusado, sempre surge uma justificativa. Se o Governo diz que os médicos estrangeiros aqui estão porque os brasileiros não se dispõem a ocupar tais lugares, logo os médicos se justificam afirmando que não há como trabalhar num lugar onde a estrutura é praticamente inexistente. Segue-se a discussão
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com o Governo apresentando um hospital ou posto de saúde novinho à espera de médicos, como a Unidade Básica de Saúde do Jardim Rincão, em São Paulo, que, com cinco consultórios, sala de inalação e vacinação e estrtura para atender aos 12 mil moradores do bairro, ainda não funciona por falta de médicos que ganhariam R$ 13 mil.
E o debate se estende sem que um denominador comum seja encontrado. Para esta decisão, por exemplo, teremos a comoção popular por um médico perder seu posto de trabalho, e, de um outro ponto de vista, a defesa da gestão pública que afirmará que o enxugamento de sua folha para um padrão sustentável possibilitará maiores investimentos não só na área da saúde, como também para a educação e o esporte. Poderíamos ainda desfilar várias páginas pelo efeito em cadeia que se segue, com o desvio dessa verba por um gestor corrupto e daí em diante. O que dizer dos prefeitos que mantêm médicos fantasmas e que superfaturam a compra de medicamentos e equipamentos, neste último caso, até sucateados? E dos médicos que batem o ponto e vão embora sem prestar um único atendimento? O que falar dos 21 profissionais de saúde, dentre eles clínicos gerais, gastroentorologista e pediatra; que servem a Assembleia Legislativa de Maceió, que pouco aparecem por lá e que poderiam estar desempenhando suas atividades em municípios alagoanos com carência desses profissionais? Deixemos de lado os exemplos a não serem seguidos e voltemos ao cerne da questão já que não podemos ter como base para ações o nosso histórico político, ético e moral questionáveis. Se assim o fosse não teríamos o por que de acreditarmos que os problemas ainda podem ser resolvidos. Seria uma causa perdida, o que apostamos no contrário. Enquanto a disputa entre jalecos e gravatas permanece, aqueles que tentam resolver a situação e os que dela necessitam aguardam por uma solução, no primeiro caso, tentando salvar vidas e, no segundo, tentando sobreviver. Os estrangeiros se sentem hostilizados, embora a classe médica afirme que os protestos nos aeroportos tenham sido de apoio e que a interpretação xenofóbica criada pela maioria das pessoas não passe de um mal entendido. O fato é que infelizmente existem pessoas no Brasil que não estão acostumadas a ver médicos com tal fenótipo. Estas costumam associar posição à raça, associando negros a outras atividades que para eles não são tão dignas. Opinião semelhante a que a jornalista potiguar, Michelline Borges, publicou numa rede social ao afirmar que "as médicas cubanas tem cara de empregada doméstica", questionando inclusive se seriam realmente profissionais de saúde, comentário infeliz não só contra os cubanos como também em relação a uma das mais nobres profissões do país. Médicos, assim como advogados, sempre representaram a cereja do bolo da sociedade brasileira e tinham como integrantes, até tempos atrás, apenas indíviduos do topo da hierarquia social do país. O fato da inclusão de profissionais com origem nas classes menos favorecidas incomoda sim muita gente, inclusive os que veem em si próprio alguém www.OUSHBrasil.com.br
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E o jogo da batata quente continua com os médicos dizendo que o salário atrativo pode se transformar numa tremenda dor de cabeça em função da probabilidade de não o receberem. Existem inúmeras denúncias, comprovadas, de que o repasse não é realizado pelas prefeituras e que a falta de concursos públicos e um plano de cargos e carreira afasta o interesse dos médicos brasileiros em atuar nestas cidades. Outra consequência que não tem agradado os médicos é que muitos líderes municipais demitiram alguns servidores com a justificativa da adequação das contas do município, que na maioria dos casos possui grande parte dos recursos destinados à folha salarial de seus servidores. Com a ação, os prefeitos substituem alguns médicos não concursados por profissionais do Programa Mais Médicos, diminuindo as despesas já que o pagamento passaria para a alçada federal.
sem preconceitos. Qual seria o comentário da jornalista potiguar caso desembarcassem no Brasil médicos suecos, altos, loiros e de olhos azuis, mesmo que desconhecidamente incompetentes? É por essa e outras razões que a imagem de jovens médicos, uma pífia parcela diante da grande maioria que exerce a profissão com responsabilidade, com roupas de grife e portando seus smartphones, vaiando o nobre médico cubano, Juan Delgado, ultrapassa a fronteira da discussão da saúde em nosso país. A começar pelo que escrevemos como hierarquia social, que possui uma nomenclatura ultrapassada que iguala a condição financeira a social. Um erro que pode ser corrigido com um aprendizado que pode vir do povo de Cuba, prestem atenção, do povo, não do país. Exemplo disso é a declaração de Juan, de 49 anos, que ao ser vaiado e recebido em alto e bom som como "escravo", rebateu as ofensas dizendo que está no país para ser “escravo da saúde e dos pacientes doentes, pelo tempo que for necessário”. A atitude dos que protestam nos aeroportos já foi inclusive associada a "ordem de bicadas", um experimento realizado pelo naturalista norueguês Thorlief Schjelderup-Ebbe. Logo após a Primeira Guerra, Thorlief decidiu passar uns tempos na fazenda dos pais e, ao cuidar do galinheiro, notou que ali havia hierarquia: algumas galinhas comiam primeiro os grãos; saciadas, abriam espaço àquelas no segundo nível da hierarquia; por fim, quem estava na base ficava com as sobras. O norueguês decidiu então realizar um teste, trazendo uma nova galinha para o galinheiro para checar onde ela se colocaria nessa pirâmide social. Resultado: todas as galinhas começaram a brigar entre si na hora da comida já que com a chegada da nova galinha todas as outras ficaram inseguras e passaram a atacar as demais para confirmar a manutenção de seu status. O medo era o de que se a nova moradora conquistasse boa posição na hierarquia, empurraria alguma galinha para baixo. E quem seria? Nenhuma delas estava a salvo. Sem qualquer intenção de ofensa, a mera presença de estrangeiros causa desconforto não só para a classe médica, aflorando o que o brasileiro teme e teima em não assumir, que, mesmo de forma indesejável, é preconceituoso e individualista. É importante
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Solução distante
a resgatar o que chamou de raciocínio clínico, uma atitude mais holística, completa, em relação ao paciente, sem interesses comerciais e exclusivamente voltada a saúde pública. Sem a histeria que tem caracterizado a reação de alguns médicos à chegada dos cubanos, Marcelo afirma que “aqui a gente vê cada vez mais a mercantilização da medicina. Eu diria que os médicos brasileiros são bons médicos, mas existe dentro da formação médica uma grande inclinação para você fazer uso de muita tecnologia, exames laboratoriais, exames de imagem e também uso de medicamentos", ressaltando que, por uma formação diferente da brasileira, os cubanos devem se sobressair em pouco tempo no atendimento em locais com infraestrutura precária. Finalizando o assunto de maneira simplista, o certo é que a população não visualiza a problemática em sua totalidade, priorizando o raciocínio rápido voltado ao que lhe atinge. Hoje são milhões os brasileiros que ao buscar atendimento médico se deparam como uma situação caótica onde para realizar uma simples consulta chegam a esperar meses. Para estas pessoas a questão teórica e retórica entre médicos e governo pouco importa, elas estão exclusivamente interessadas na prática que pouco funciona, tanto que a grande maioria destina aplausos aos médicos estrangeiros, restando aos revoltados médicos brasileiros e ao poder público as vaias. A causa em si não tem sido discutida, a saúde brasileira continua sobrevivendo aos trancos e barrancos e o principal interessado em tudo, a população que necessita de atendimento médico, continua fora da pauta e dos textos nas cartolinas. A conclusão para o debate parece caminhar para o fato de que do ponto de vista individual estão todos certos, enquanto que do alheio todos errados.
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Enquanto a discussão se mantém acalorada, na prática as melhorias não acontecem
destacar que a ação do Ministério da Saúde implica a relação intercultural que não é compreendida ou inserida no contexto da discussão. É plausível o manifesto daqueles que criticam o quanto irão receber os médicos cubanos, mas antes disso é preciso esclarecer a realidade do país de Fidel Castro. Diferente do Brasil, Cuba é um país muito pobre, sem grandes recursos naturais e rico apenas em recursos humanos. Apoiado pela extinta União Soviética durante a Guerra Fria, o país se tornou uma potência no esporte e, embora não conte mais com a ajuda soviética, há mais de 50 anos que se prepara para prestar serviço de saúde de qualidade, de maneira solidária e internacional. De acordo com o ministro Padilha, o pagamento integral do salário dos profissionais que vieram de Cuba faz parte das regras que eles mantêm nas missões humanitárias que prestam em 58 países. "São regras do Ministério da Saúde de Cuba. Eles mantêm os salários [dos médicos] e seu emprego no Ministério da Saúde de Cuba, diferentemente dos outros estrangeiros que vieram para cá e estão desempregados", explicou o ministro. "Além disso, há um pagamento adicional de 20% por esses médicos estarem em missão fora do país. Eles têm vínculo permanente lá. Quando saírem daqui, eles voltam a ter emprego garantido e proteção social em Cuba. Mantém seu salário oficial e mais um bônus por participar de missões externas", explicou. Talvez a grande diferença entre cubanos e brasileiros seja a de que enquanto a medicina no Brasil detém a perpétua patente relacionada a status, em Cuba, está se direciona a solidariedade. O médico catarinense Marcelo Coltro, que esteve recentemente em Cuba, sintetiza as diferenças ao acreditar que os 4 mil médicos daquele país podem ajudar os profissionais brasileiros
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Xeque-mate! Por Antonio Maria do Vale Fotos Divulgação
Com fama de complicado, o Xadrez é um dos mais clássicos jogos de tabuleiro do mundo. Mas se a dificuldade para aprender é sua principal desculpa para não jogar, OUSH traz um guia prático que tira todas as suas dúvidas. Quando crianças o temos como jogo de adulto. Só os prodígios se aventuram no tabuleiro que, aos invés de ter apenas peças circulares de duas cores, tem sobre si um rei, uma rainha, dois bispos, dois cavalos, duas torres e oito peões. Para piorar a situação, nada de movimentos básicos e iguais entre as peças, aqui elas se movem de formas diversas, algumas podendo inclusive, ir e voltar quantas vezes forem necessárias. Mas engana-se que tudo elaborado para deixar o jogo complexo. Neste caso, tudo é fruto de história e cheio de significado, movimentos e funções possuem um propósito que dão um ar de guerra para quem entra na disputa sabendo um pouco mais sobre Xadrez.
O jogo é antigo e possui várias versões sobre sua origem. A primeira, aceita pela grande maioria, se passa na Índia e conta a história do poderoso rajá da cidade de Taligana que teve seu filho morto em batalha. Em depressão, o rajá não conseguia superar a perda do herdeiro e não conseguia mais liderar o reino de forma consciente. Preocupado com a situação, um brâmane chamado Lahur Sessa, resolveu visitar o rei para apresentar-lhe um jogo de tabuleiro contendo 64 quadrados, brancos e pretos, além de diversas peças que representavam fielmente as tropas do seu exército, a infantaria, a cavalaria, os carros de combate, os condutores de elefantes, o principal vizir e o próprio rajá.
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O Peão
O rei não deveria ter qualquer noção de progressão geométrica e achou o pedido até engraçado. Entretanto, o pedido, aparentemente ingênuo do brâmane, representaria toda a safra do reino durante dois mil anos. Impressionado com a inteligência de seu súdito, o rei o convida para ser seu principal vizir, uma espécie de consultor para assuntos gerais. Uma segunda versão para a origem do xadrez é que Ares, o Deus da guerra, teria criado o jogo para aprimorar suas táticas, que eram bem limitadas já que o Deus ficou conhecido por ser unicamente agressivo e nada preciso. Ares teria tido um filho, a quem teria passado os fundamentos do jogo, chegando assim ao conhecimento dos mortais. Mas as regras do xadrez que conhecemos hoje começaram a ser definidas em 1475, com uma pequena divergência se o fato ocorreu na Espanha ou Itália. Foi nesta época que os peões ganharam a mobilidade que conhecemos hoje em dia, movimentando-se duas casas no seu primeiro movimento e tomando outros peões en passant. Neste período também foram definidos os novos movimentos dos bispos e da rainha, que a partir dali tornou-se a peça mais importante do jogo, sendo a única que se movimentar para qualquer lado, avançando ou recuando quantas casas quiser. O formato se mantém até hoje e o xadrez se transformou no jogo mais intelectual do mundo, assemelhando-se à guerra, onde um exército luta contra outro dispondo do mesmo número de soldados e vantagens no início da partida. O tabuleiro é o campo de batalha e as peças são de aparência e movimentos diferentes, sendo elas rei, dama (ou rainha), torre, bispo, cavalo e peão, cada peça representando em seus movimentos uma figura histórica. O principal objetivo do jogo é a captura, interpretada por alguns como morte, do rei. O fim do jogo se dá tão logo isto aconteça e remete a ideia de que um exército sem comando não vence. Sendo assim, todo as ações devem ser voltadas a dois pontos centrais: a proteção de seu rei e a captura do oponente. O termo xeque-mate surge inclusive desse objetivo, originado do persa “shah mat”, que significa rei morto. Agora basta pôr as peças no tabuleito e colocar em prática as dicas que seguem sobre o movimento de cada peça. Durante o jogo algumas situações podem ocorrer e, na medida que seu interesse pelo xadrez cresça, acabará aprendendo jogadas e estratégias clássicas. E, para que você não comece fazendo feio, saiba, por exemplo, que caso seu adversário ou você realizem uma jogada que possa capturar o rei, deverão dizer “xeque” em voz alta, alertando o oponente e dando-lhe a chance de defesa. Sempre que houver a oportunidade de capturar o rei, esta jogada deve ser realizada, não podendo ser adiada para a próxima rodada. O xeque pode ser defendido através de uma das opções: capturando a peça que dá o xeque, fugindo com o rei para uma casa que evite o xeque-mate ou interpondo uma peça própria entre o rei e a peça que dá o xeque. Se nenhuma das alternativas for possível, o rei estará em posição de xeque-mate. A expressão popular “pôr em xeque”, que e é usada para o ato de ameaçar, pôr em perigo, indicando uma situação que pode pôr em dúvida a veracidade de algo, vem inclusive do xadrez. Só mais um detalhe. Perdeu a Dama ou uma peça importante? Não se desespere, caso o peão consiga chegar até a outra extremidade do tabuleiro, a última casa do adversário, você poderá resgatar uma das peças já capturadas por seu adversário, pense nisso durante o jogo.
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O Cavalo Representa os cavaleiros do rei, que eram os mais bem treinados soldados da guarda real. O cavalo anda somente em "L" de quatro casas, movimentando-se duas casas em linha reta e depois virando-se para a direita ou esquerda completando a 4ª casa e finalizando o lance por completo. O cavalo é a única peça do jogo de xadrez que pode saltar sobre as outras.
O Bispo Caracterizam a religião do reino. Segundo alguns historiadores, esta peça era representada no início por elefantes, já que na Índia são sagrados e venerados religiosamente. No jogo, existem dois bispos, podendo cada um andar quantas casas dispuser na diagonal de mesma cor em um único movimento reto. Podem se mover tanto para frente quanto para trás.
A Torre Era utilizada por soldados armados para observar com segurança a aproximação de tropas inimigas. Eram móveis e pesadas, tendo que ser movimentadas em linha reta, evitando que tombasse. Por isso, no jogo de xadrez a torre se move apenas em linha reta, na horizontal ou vertical, em quantas casas tiver livres a sua frente, podendo, também, ir para frente ou para trás.
A Dama Também conhecida pelos amadores como Rainha, é a peça mais poderosa de todo o jogo de xadrez. Possui o maior raio de ação, podendo mover-se na horizontal, vertical ou diagonal, por quantas casas quiser, indo e voltando em qualquer direção que desejar. Resumidamente, a dama tem os mesmos movimentos da torre e do bispo juntos em uma só peça.
O Rei Como o grande objetivo do jogo é capturar esta peça (caso isto aconteça o jogo termina de imediato), não seria interessante movimentála com frequência, por isso, eles são muito limitados. Mas como rei é rei, a peça tem o livrearbítrio de se mover para todos os lados, indo e voltando, mas, com uma pequena limitação: o rei só pode avançar uma casa por vez.
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O sacerdote disse ao rajá que o jogo serviria para acalmá-lo e alegrar seu espírito, curando-o da depressão, o que de fato ocorreu em pouco tempo. O rajá ficou surpreso com o que um simples jogo havia feito por sua auto-estima e, como recompensa, ofertou ao brâmane o direito de um pedido, qualquer que fosse ele. No início o sacerdote recusou, mas, diante da insistência do rei, decidiu pedir uma única coisa: um grão de trigo para a primeira casa do tabuleiro, dois para a segunda, quatro para a terceira, oito para a quarta e assim sucessivamente até a última casa.
O peão nada mais é que um soldado do rei que tem por objetivo promovê-lo e defendê-lo. Movimenta-se de uma em uma casa sempre para frente, sendo que se estiver em sua casa inicial poderá andar duas casas de uma só vez. O peão é a única peça que captura de forma diferente da qual se movimenta, andando para frente, mas capturando na diagonal no raio de uma casa.
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é de todos nós
Por Ana Carolina Tenório Fotos Divulgação/Reprodução
Campanha “Nocauteando as Drogas” é lançada em coletiva de imprensa, Coliseu Extreme Fight e OAB/AL se unem na recuperação de jovens através do esporte. A campanha “Nocauteando as Drogas - Essa luta é de todos nós!” foi apresentada nessa sexta-feira em coletiva de imprensa, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB, com a presença do idealizador da campanha e organizador do Coliseu Extreme Fight, Mário Lôbo, o presidente e o vice presidente da OAB/AL, Thiago Bomfim e Ednaldo Maiorano, respectivamente, o Secretário Municipal de Esporte, Pedro Vilela, o Presidente da Federação Alagoana de MMA - FAMMA, José Cabral e o
Presidente da Confederação Brasileira de Desporto Universitário - CBDU, Luciano Cabral. A ação que visa recuperar os jovens das drogas através do esporte, foi lançada através da empresa Coliseu Eventos Esportivos e tem como parceiros a OAB-AL, a Prefeitura de Maceió, a construtora Humberto Lôbo e recentemente recebeu duas novas adesões, a do Governo do Estado e a da CBDU. Segundo Thiago Bomfim, é dever da OAB apoiar esse tipo de iniciativa, já que o esporte miniminiza as diferenças sociais. “O objetivo do projeto não é fazer apologia a esse ou aquele esporte, e sim de fazer apologia ao combate às drogas, ao combate à dependência química, e isso sendo feito através do esporte em todas as modalidades, permite que se abram novos horizontes para o dependente, como uma profissão ou uma carreira vitoriosa”. A ideia do projeto surgiu a partir do sucesso das campanhas ‘Nocauteando a Miséria’, realizada pelo Coliseu desde a sua segunda edição, e que arrecadou mais de 12 toneladas de alimentos, doadas a instituições alagoanas através da APALA, e da campanha “DOE SANGUE, DOE VIDA”, onde mais de 300 pessoas doaram sangue para o HEMOAL. De acordo com o idealizador, esse trabalho da campanha é um trabalho contínuo. “Não é uma luta somente de retirada do indivíduo do mundo das drogas, mas também de prevenção, para evitar o contato dos jovens com as drogas”. Para Mário Lôbo, esporte está ligado diretamente a saúde, sendo, desta forma, um excelente instrumento de inclusão social. O projeto nesses últimos meses do ano irá se estruturar em Maceió, buscar novos convênios, fazer um mapeamento pelas comunidades para ser iniciado em janeiro. Daí então poderá se expandir pelo interior do Estado. Uma revista com a cara do Nordeste
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Democracia por
OSMOSE?
Por Amanda Vasconcelos Fotos Divulgação
A nova era digital traz duvidas e certezas, com uma geração moldada e movida à internet as discussões passam a ser muitas vezes superficiais e sem precedentes. Há mais ou menos dois meses o Brasil entrou em uma nova fase, intitulada como “O Gigante Acordou”, as manifestações que buscavam um País melhor duraram semanas e talvez, apenas talvez, abriu os olhos dos políticos que nos representam. Durante toda a mobilização dois projetos chamaram a atenção da população, um, a PEC 37 e o outro o Ato Médico. Sem entrar na discussão da validade, produtividade e se realmente algum deles ia fazer diferença no cenário atual da sociedade, vamos às anotações. Em discussão superficial a PEC 37 tiraria o poder do Ministério Público de investigar... Ou pelo menos, era isso que estava sendo discutido nas redes sociais. A investigação preliminar e o embate entre a Polícia Judiciária e Ministério Público, vem de longe, mas, a problemática ficou diretamente ligada à corrupção. Em pouco tempo e sem se saber de onde ela partiu a explicação do projeto se tornou uma corda no pescoço da Presidenta e dos parlamentares. Derrubada quase por unanimidade no Congresso a intitulada “A PEC da impunidade”, provavelmente e na maioria das situações não foi discutida corretamente. É correto que qualquer cidadão
em qualquer nível de instrução tenha opinião formada pelas discussões superficiais expostas nas redes sociais? A discussão da emenda foi reduzida a um debate leviano, onde, a chance de “fazer diferente” foi perdida pelo medo da repercussão politica dos que votaram nela. A maior parte do Brasil comemorou, mas um debate técnico virou conversa de bar e motivo de indignação popular. Mas, técnica por técnica, “o apelo popular não influencia na prescrição médica e nos métodos que os profissionais de odontologia devem seguir, pois se trata de discussão técnica”, segundo um dos textos que estava rodando no facebook. Ao contrário do Direito. Sem entrar no mérito dos projetos, isso esta acontecendo também com o Ato Médico, fora os profissionais da saúde, 50% dos que lutam contra ou a favor não sabem realmente pelo que estão lutando. A visibilidade fica por conta das redes sociais, a discussão, quem tem que procurar é você. Porque o apelo popular não discute a medicina como discute o direito? É simples, Direito não é apenas o curso, o tecnicismo, leis e afins.
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OPINIÃO
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Em opinião exposta pelo Advogado Leonardo Bittencourt, o Direito é alimentado pela sociedade: “Não concordo com a colocação do direito acima da sociedade que o cria, e que o alimenta. É colocar a criatura sobre o criador - sem trocadilhos com Frankenstein com o qual caberia uma comparação bastante oportuna com o atual show de horrores que se transformou nosso Congresso -; é querer, a todo preço, cultivar o alimento, mesmo que esse esforço condene à morte o alimentado. E, neste caso, ao final, de que servirá o alimento? Retire a sociedade: não sobrará direito algum. Retire o direito, verás que a sociedade sobrevive. Darwiniana, mas sobrevive. E será questão de tempo ela construir um novo Direito.“. É a democracia em vias nem sempre corretamente informativas. É a busca do povo por algo que pode ser ilusão ou não. Trabalhar com a hipótese de que a luta esta sendo defendida corretamente é ótimo, mas e se não estiver? É preciso parar e refletir, buscar a fundo e defender com garra o que se acredita.
Permitindo-me ficar em cima do muro quanto à questão de ser contra ou a favor dos projetos já citados, a questão é apenas o modo superficial com que está sendo discutido o futuro do país, que é seu, meu e como diz a propaganda do governo “um país de todos”. A atenção fica por conta do uso da internet para disseminar campanhas pelas redes sociais, sem a investigação devida e individual de cada um em meio a tantas informações geradas a cada segundo. Será que futuramente haverá discussões técnicas ou não, mas, mais aprofundadas, e que atinjam a massa? Com as coisas começando a andar e com a base de que velocidade da informação online é quase a mesma da velocidade da luz, o que resta é torcer para que a atenção e percepção mais apurada prevaleçam e que o povo, inclusive eu e você saibamos como usa-la de boa fé e para interesse coletivo.
Para ficar mais claro, vamos dar um exemplo: Você se lembra da PEC 37? (Aquela que a gente falou no começo da matéria...) Antes das manifestações ninguém era contra ou a favor da tal emenda. Um pouco depois do “Brasil Acordar”, o povo começou a se movimentar igual ao “meio hipertônico”, um por um, passando a ideia do mais concentrado para o menos concentrado e ainda por cima, como o transporte passivo, ideias erradas sem mediação e sem intervenção. A votação da PEC foi de urgência para suavizar as manifestações, para satisfazer o desejo do povo que não sabia a fundo o que estava fazendo ou que realmente não conhecia as ideias da proposta. O futuro do país estava sendo discutido como conversa em mesa de bar, sem um amplo debate. Já a minoria, que não sabia qual linha seguir, foi sugada pela maioria e começou a defender com a vida, como se botasse a mão no fogo sem se preocupar com a gravidade queimaduras.
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E o que tem haver a “Democracia por Osmose”? Vamos explicar. Entre o significado geral a Democracia é o regime em que vivemos, onde as decisões politicas estão com o povo, já a osmose é um pouco mais complicada de se explicar. Biologicamente falando, Osmose, é a passagem de solutos de um meio mais concentrado para o menos concentrado... Entendeu? Voltando paras as aulas do ensino médio e com um pouco mais de pesquisa e paradas para perceber o que a democracia tem haver com biologia, vemos que a já dita osmose é um tipo de transporte que não apresenta gastos de energia por parte da célula, é chamado então de “transporte passivo e não mediado” porque não interveem nas proteínas transportadoras. E como já não está fácil, vem para complicar um pouco mais a existência de um meio hipertônico, onde, quando uma célula for mergulhada nele, a água, por meio da osmose, irá do meio menos concentrado para o mais concentrado, nesse caso de dentro para fora da já dita célula.
PROFISSÃO FOTÓGRAFO
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Olhar diferenciado
Por Marcio Mrotzeck Fotos Juliano Pêssoa/Arquivo Pessoal
Nas redes sociais encontramos suas imagens circulando por diversas páginas que divulgam Alagoas e também no perfil de pessoas que acompanham e compartilham seu trabalho como fotógrafo. Alagoano, nascido em Maceió, 34 anos, formado em Marketing e concluinte do curso de Direito. É Propagandista Farmacêutico há 12 anos aqui em Alagoas, realizando suas atividades pela multinacional americana Pfizer. Além disso, exerce a função de vice-presidente do Sindicato dos Propagandistas, Propagandistas-Vendedores e Vendedores de Produtos Farmacêuticos do Estado de Alagoas - SINPROVEFAL, onde defende os interesses da categoria e exercita seus conhecimentos jurídicos adquiridos na faculdade de Direito. Em 2012, rendeu-se à paixão pela fotografia, fazendo dela também uma profissão. Desde então, vem aprimorando seus conhecimentos na área com diversos cursos, dentre eles: Curso Básico de Fotografia, realizado na G-Tech Cursos, em Maceió, Curso de Fotografia de Arquitetura e Interiores realizado no Instituto Internacional de Fotografia, em São Paulo, e, incluiu na sua formação como fotógrafo, um curso internacional realizado na cidade de Lisboa, em Portugal, na escola Studio 8A. O fotógrafo Juliano Pessoa já participou como palestrante da IV Jornada Fotográfica de Alagoas, falando sobre seu trabalho com a Fotografia nas áreas de Arquitetura e Interiores e Paisagem, como também já participou de programas de TV tratando de seu trabalho com a fotografia e teve fotos suas publicadas em revistas locais. No ramo da fotografia, Juliano Pessoa se especializou em Fotografia de Arquitetura e Interiores e Paisagem. A fotografia de paisagem é sua maior paixão, e é o que ele mais divulga nas redes sociais, utilizando sua fotografia como fator de modificação social. Ou seja, através de suas imagens, ele divulga as belezas do Estado de Alagoas, resgatando na população, o orgulho de ser alagoano. No início de 2013, Juliano Pessoa inovou no mercado alagoano trazendo a possibilidade de profissionais de arquitetura,
designer, decoradores e admiradores de seu trabalho, adquirirem suas imagens em telas de alta qualidade, impressas num papel especial, no tamanho 60cm por 90cm, e utilizadas para decorar ambientes do mais diversos. Vejamos então, as características do material utilizado para confecção das telas: Papel: 100% algodão, importado da França, com durabilidade de mais de cem anos, segundo informações do fabricante; Impressão: Impressão estilo Fine Art, realizada na Atelier de Impressão em Recife e/ou São Paulo; Imagens: Qualquer imagem do fotógrafo pode se transformar numa tela; Tiragens: Limitado ao número de 10 tiragens por tamanho – exclusividade para o cliente; Certificação: Na aquisição da tela, o cliente recebe um certificado de cumprimento de todo o processo de impressão recomendado pelo fabricante do papel, como também todos os dados da obra, desde o nome do autor, nome do cliente, número de tiragens - que é verificado e acompanhado através do site do fabricante -, e o código de acesso para consulta da obra; Como adquirir uma tela do Juliano Pessoa: Através das redes sociais, pelo telefone (82) 9304.4444, e, em breve, através do site do fotógrafo que estará no ar daqui uns dias - julianopessoa.com Uma revista com a cara do Nordeste
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CINEMA
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As mil facetas de Por Antonio Maria do Vale Fotos Divulgação/Reprodução
Ele acabou de completar 83 anos e, com 58 de carreira, é um dos mais aplaudidos artistas que Hollywood já teve. Bastante eclético, Clint Eastwood ficou conhecido pelos filmes de faroeste e por seus personagens sempre sérios e durões, tudo muito diferente de seu próximo desafio profissional, dirigir um musical. Não há quem discorde que Clint Eastwood é um dos maiores artistas que o cinema já conheceu. Embora não tenha todo o glamour de um Clark Gable, de "E o vento levou", ou a unanimidade de um Humphrey Bogart, de "Casa Blanca", é um dos integrantes do seleto grupo de estrelas máximas de Hollywood, tendo sido premiado não só por suas interpretações, mas também por dirigir e produzir filmes que alcançam o mesmo padrão de excelência com que costuma atuar. Natural de São Francisco, nos Estados Unidos, Eastwood, o Clinton Jr. na infância, vivia uma vida de nômade com os pais que vivam mudando de cidade. Passou boa parte de sua juventude em Oregon e se mudou para Seattle quando tinha 21 anos, em 1951, onde ingressou no exército, atuando como salva vidas e instrutor de natação. Ainda nas forças armadas americanas conheceu um amigo que lhe indicou para o primeiro trabalho envolvendo a sétima arte. Não sabia a Universal Pictures que, a época, acabara de contratar aquele que se tornaria um brilhante astro das telinhas. Voltando à Califórnia, iniciou sua histórica trajetória. Estreiou como ator em 1955, em um papel não creditado em "Revenge of the Creature", onde interpretou um técnico de laboratório. Neste mesmo ano trabalhou ainda em mais três filmagens, "Lady Godiva", "Tarantula" e "Never Say Goodbye" e "Francis in the navy", filmes chamados da linha B e todos sem contar com seu nome nos créditos. Pensou em abandonar a carreira, mas em 1959 conseguiu um papel de coadjuvante na série televisiva "Rawhide", onde ficou por seis anos, começou a aparecer para a crítica e acabou roubando o posto do protagonista. Mas o convite que mudaria o rumo de sua carreira aconteceu em 1964, quando o cineasta italiano Sergio Leone o convocou para interpretar um homem sem nome em "Por Um Punhado de Dólares", filme que deu início não só à Trilogia dos Dólares, mas também a todo um gênero italiano de fazer faroeste, o que ficou conhecido como western spaghetti. Na sequência, Eastwood e Leone realizaram "Por uns Dólares a Mais", em 1965, e "Três Homens em Conflito", em 1966. Os dois longas só chegaram aos cinemas americanos em 1968, mas foi o suficiente para elevar as expectativas relacionadas ao ator. No final da década de 60, Clint já era visto como ícone dos filmes de "bang-bang" e segue atuando no gênero nas produções "A Marca da Forca" e "Os Aventureiros do Ouro". Mas logo passa a atuar também em filmes policiais e urbanos, fazendo grande sucesso na década de 70 interpretando o detetive Harry Callahan, também conhecido com Dirty Harry, em "Perseguidor Implacável". E a partir dali não parou mais de diversificar seu currículo, passando também a produzir e dirigir filmagens. Um traço marcante da vida de Clint é que, mesmo marcado pelo jeito durão em que aparece em seus filmes, nunca conquistou a antipatia das pessoas. Pelo contrário, com o tempo provou que
também possuía uma sensibilidade artística única. Um dos maiores exemplos disso talvez tenha sido "Bird", um drama estrelado por Forest Whitaker que conta a história do músico Charles Parker. No longa, o cineasta apresenta um lado pessoal, demonstrando toda a sua paixão pela música, especialmente o jazz. Em casa o ator guarda uma coleção de vinis de fazer inveja a qualquer museu e na década de 80, como se não bastasse o trabalho como ator, diretor e produtor, Eastwood investe em composições próprias e, mesmo com poucas canções, as fez com maestria. Hoje elas são tocadas pelo filho Kyle que, influenciado ou não pelo pai, se tornou músico de jazz. Outra paixão de Clint é a cidade de Carmel, na Califórnia, tanto que, em 1986, foi eleito prefeito do município. Nesta época passou a ser mais ativo dentro do partido Republicano dos Estados Unidos e, mesmo não tendo seguido a carreira política após o mandato, continua até hoje participando dos debates políticos. Em agosto de 2012 surpreendeu a todos quando, durante uma convenção do partido, conversou com um Obama fantasmagórico. No diálogo imaginário, onde se dirigiu a uma cadeira vazia, fez duras críticas ao presidente norte-americano, contando piadas e fazendo discurso em prol do candidato republicano da época, Mitt Romney. A brincadeira não agradou muita gente, mas Clint demonstrou que fora das telinhas é ele próprio e não um personagem, por isso não limitou-se a fazer e dizer o que agradaria quem o admira por suas atuações no cinema, fazendo uso da democracia existente no país. Voltando ao cinema, Clint dirigiu, em 1992, o filme que é considerado por muitos como o último grande faroeste, "Os Imperdoáveis". A produção conquistou quatro estatuetas do Oscar, incluindo as categorias de melhor diretor e melhor filme. De lá pra cá, despediuse de vez do gênero que o consagrou e passou a dedicar-se a filmes com grande associação a questões históricas ou de lição de vida. Seguiram-se vários trabalhos ao longo da década de 90, com destaque para o drama romântico "As Pontes de Madison", ao lado de Meryl Streep. Mas parecia que Eastwood passava por uma fase de adaptação e filmes como Poder Absoluto, Crime Verdadeiro e, principalmente, Cowboys do Espaço. estrelado por Kevin Spacey, John Cusack e Jude Law, não vingaram. A má fase, que neste caso nunca chegou a ser ruim de fato, passou e os bons filmes começaram a surgir. Em 2003, o drama "Sobre meninos e lobos", que produziu e dirigiu, ganhou o Oscar nas categorias de Melhor Ator, para Sean Penn, e Melhor Ator Coadjuvante, para Tim Robbins. No ano seguinte, conquistou a plateia no espetacular "Menina de ouro", com Morgan Freeman e Hilary Swank, que produziu, atuou e dirigiu, ganhando mais um Oscar como Melhor Diretor. E dali em diante parece que Clint pegou jeito e vem, desde então, produzindo e dirigindo grandes filmes, sempre diversificando nos gêneros. Vieram o emocionante "Gran Torino" e a inovação com os audaciosos "A conquista da Honra" e "Cartas de Iwo Jima", filmes que Eastwwod dirigiu, com toque Uma revista com a cara do Nordeste
Clint Eastwood de midas de Steven Spielberg, e que contam a mesma história de perspectivas diferentes. Tudo começou quando Eastwood produzia "Flags" (A conquista da honra) e necessitou fazer uma solicitação referente à produção às autoridades japonesas. Na ocasião, recebeu um pedido, entrelinhas, de que abordasse no filme o soldado japonês com respeito. Clint foi além disso e decidiu produzir "Letters From Iwo Jima" (Cartas para Iwo Jima), mostrando o ponto de vista dos combatentes japoneses que, na maioria dos filmes americanos, são vistos apenas como inimigos impiedosos. Eastwood conseguiu, de forma inédita em Hollywood, apresentar um tema, a Batalha de Iwo Jima, travada entre aliados e japoneses, mostrando os dois lados da guerra. Flags, do ponto de vista aliado, e Letters, do ponto de vista japonês. Travada no inverno de 1945, a batalha de Iwo Jima marcou uma virada na guerra no Pacífico. Em apenas um mês morreram milhares de soldados japoneses e americanos. O embate histórico rendeu uma das imagens mais vistas até hoje da Segunda Guerra Mundial: a foto onde soldados norte-americanos erguem uma bandeira dos EUA nas encostas do Monte Suribachi, o ponto mais alto da ilha de Iwo Jima, no Japão.
Em 2011, mais um longa baseado em fatos reais. Produziu e dirigiu "J. Edgard", que conta a história de um dos homens mais enigmáticos do século XX: John Edgar Hoover, interpretado no filme por Leonardo DiCaprio. Um dos principais responsáveis pela criação do FBI, onde esteve por 48 anos, Edgard foi temido e admirado por várias décadas, mas sua vida pessoal mantinha segredos que poderiam acabar com sua reputação e sua carreira. Com um extraordinário trabalho de maquiagem e reconstrução de época, o filme surpreende o espectador pela devassa que promove na vida de alguém que era sinônimo de poder. E Clint parece ter se tornado um predestinado a diversificar seu currículo com novas experiências. Depois da série western do início da carreira e da mudança para produções mais humanistas nos últimos anos, prepara-se para, a partir de agosto, dirigir seu primeiro musical, Jersey Boys. O longa contará a história do grupo vocal formado por Frankie Valli, Bob Gaudio, Tommy Devito e Nick Massi, autores de hits dos anos 1960 como "Big Girls Don’t Cry", e será uma adaptação do musical em cartaz na Broadway desde 2005 que já faturou mais de 1 bilhão de dólares nas bilheterias. E Eastwood começou o projeto deixando claro que não vai utilizar estrelas hollywoodianas na trama, preferindo convidar atores que fizeram parte da produção teatral. E Mesmo sendo uma incógnita o resultado final deste novo trabalho do cineasta, são poucos os que não apostam no sucesso de Clint. Basta esperar mais do mesmo. www.OUSHBrasil.com.br
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E as questões históricas passaram a ser uma especialidade do cineasta. Outro grande sucesso seu é "Invictus", que, com Morgan Freeman como Nelson Mandela e Matt Damon no papel do capitão da seleção de rúgby sul-africana, conta como Mandela, eleito presidente, usou o esporte para unir a África do Sul, na prática ainda racista e separada entre negros e brancos, mesmo após o fim do Apartheid. Ao lado do capitão da seleção, François Pienaar, o líder sul-africano não só une o país inteiro como leva o time, até então desacreditado, ao título da Copa do Mundo de rúgbi de 1995.
Por Amanda Melo Fotos Divulgação
Criada por curitibanos, campanha sai em defesa dos cadeirantes e gera uma onda de mudanças pelo país. Em Alagoas, a fase de conscientização já acabou e estacionar na vaga de deficientes agora gera multa. grandes supermercados e shoppings da capital. A ideia era de, inicialmente, aplicar advertências por escrito ás pessoas que fizessem uso de vagas especiais sem possuir a necessidade, com o objetivo educativo de conscientizar o respeito pelos portadores de deficiência física e idosos. O projeto esteve presente nos três principais supermercados e shoppings de Maceió em apenas duas semanas, além da ADEFAL. Stands foram montados nesses locais para realizar o cadastro e aquisição do cartão de estacionamento especial. Após 21 dias do inicio da campanha, cerca de 1.154 “Multas Morais” foram aplicadas. Em seguida, a fiscalização ficou mais rígida e os agentes de trânsito podiam multar financeiramente e até guinchar os carros estacionados inadequadamente.
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CONSCIENTIZAÇÃO
60 Vaga para o respeito
O desrespeito e falta de atenção com idosos e deficientes físicos ainda gera muita polêmica para as grandes autoridades e muito preconceito para quem sente na pele a dificuldade e abandono das causas que defendem seus direitos. Diariamente, milhares de cadeirantes e idosos se deparam diante de situações embaraçosas e complicadas em todos os lugares que frequentam. Cansados de ver o descaso, a agência TheGetz, de Curitiba, no Paraná, tomou a iniciativa e criou a campanha “ESTA VAGA NÃO É SUA NEM POR UM MINUTO!”, que surgiu a partir de um incidente envolvendo a empresária Mirella Prosdócimo e uma motorista por causa do uso indevido das vagas exclusivas e o desrespeito com os cadeirantes.
Apoio
A campanha tem como objetivo lutar pelo respeito aos direitos de vagas especiais para senhores e senhoras de idade e pessoas com dificuldade de locomoção e divulga quatro mensagens em especial: “Não bloqueie as guias rebaixadas”, “Dê preferência a embarque e desembarque do ônibus”, “Dê preferência na travessia elevada de pedestre” e “Não pare em vagas preferenciais”. A ideia é "sensibilizar os curitibanos sobre valores que melhoram a qualidade de vida das pessoas com deficiência”, explica Marry Ducci, presidente da FAS (Fundação de Ação Social). Tomando conhecimento da campanha feita em Curitiba, a Superintendência Municipal de transporte e trânsito do estado de Alagoas - SMTT, deu vida á campanha “Multa Moral”, criada junto ao PROCON, ao Ministério Público Estadual - MPE, e a Associação dos deficientes físicos - ADEFAL, com o mesmo propósito da campanha de Curitiba. Lançada no último dia 7 de Junho, no Maceió Shopping, ela faz parte do projeto “Essa vaga é muito especial”, também da SMTT. O evento contou com a presença de representantes da prefeitura, shoppings e supermercados, além do promotor de justiça Flávio Gomes da Costa e de Alexandre Castro, do PROCON. A fase inicial durou um mês e teve cronograma montado para atender
Na primeira semana que sucedeu o desfecho do projeto, a SMTT registrou cerca de 400 multas financeiras e 10 veículos guinchados. Eles alertam que a punição do estabelecimento em que ocorra a infração, autuado pelo PROCON, pode chegar a 200 cestas básicas por dia, aproximadamente 40 mil reais em dinheiro. Para evitar ser autuado, o cadeirante ou idoso deve deixar á mostra no para-brisa de seu veículo o credenciamento para vagas especiais, e para realizar o cadastro e obter o credenciamento, basta ir ao setor de cadastro e recadastro da SMTT que fica localizado no bairro do Tabuleiro dos Martins e que funciona de segunda a sexta, das 8h às 14h. É necessário ter em mãos a cópia da identidade, CPF, comprovante de residência e o atestado médico com a Classificação Internacional de Doenças - CID, comprovando a necessidade da vaga. De acordo com o supervisor de fiscalização de trânsito Alison Lima, as pessoas continuam desrespeitando a sinalização de vagas destinadas a idosos e deficiente físicos. “Já flagramos, inclusive, um só veículo ocupando duas vagas especiais. E ao ver a multa, o motorista ainda se sentiu indignado com a situação”, relatou. Em depoimento, Lucas Costta, que é cadeirante, nos falou das situações que enfrenta diariamente e as dificuldades que sofre ao se deparar com a vaga que seria destinada a ele ocupada. Enfatizou a importância desse tipo de projeto e manda um recado para as pessoas que continuam desrespeitando o direito de ocupar as vagas corretamente: “As vagas direcionadas às pessoas com necessidades especiais são alocadas em lugares estratégicos perto das entradas do estabelecimento, justamente pra facilitar a locomoção. Quando estas vagas estão ocupadas a maior dificuldade é parar em lugares distante ou não adequado para o deslocamento do indivíduo que necessita daquela "facilidade". Para nossa felicidade, a fiscalização para esse tipo se desrespeito vem aumentando muito, inclusive com campanhas televisionadas direcionadas a conscientização da população. Passo por esse tipo de situação todos os dias e, como cadeirante, já vi e vivi muitas situações de preconceito e desrespeito. E o que nos resta é continuar nossa luta diária, a procura de fazer valer os nossos direitos. Evito qualquer confronto direcionado, procuro lutar pelos meus direitos e o direito dos portadores com embasamentos jurídicos e legais, mas gosto de fazer as pessoas notarem que eu observei, que eu me senti desrespeitado e que vou fazer de tudo pra combater judicialmente qualquer forma de não cumprimento do que me é de direito. A mensagem que eu queria deixar era mais um pedido de reflexão das pessoas, que elas olhem pra dentro de casa, e imaginem se um dia um parente seu, uma mãe, um filho, estivesse na situação reversa, se sua atitude, se sua reação, seria a mesma. E é disso que precisamos, nos colocarmos sempre no lugar do outro pra sabermos se estamos sendo sensatos e coerentes em nossas ações.” Uma revista com a cara do Nordeste
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62 Esqueceram de mim Por Ana Paula Nunes Fotos Divulgação
Engana-se quem acredita que jamais esquecerá um filho no carro. Exemplos de pais que caíram em armadilhas e passaram por esta situação não faltam. Então, o que fazer para não se tornar a próxima vítima? As manchetes dos post its ao lado são reais, lembram casos brasileiros e não representam nem metade da quantidade de mortes por este motivo. Entenda: em 15 minutos sob o sol quente o carro superaquece e o corpo de uma criança sofre hipertermia muito mais rápido do que o de um adulto. Quando o corpo da criança atinge 40 graus celsius os órgãos internos são desligados e, ao chegar a 42, ela morre. Esses são dados apresentados pela NBC News em julho deste ano. Os casos têm sido noticiados cada vez mais frequentes. Negligência, irresponsabilidade, falta de preparo, pais desnaturados, mas o fato é que com você jamais vai acontecer. Será? No Brasil, não há estatísticas oficiais do número de casos de pais que esquecem seus filhos em carros, escolas, creches, supermercados ou em casa. Isso ocorre porque quando a consequência é fatal o tratamento dado pela justiça é de homicídio culposo, quando não há intenção de matar. A noção que temos da quantidade de ocorrências é através de noticiários e isso porque não aparecem as situações em que os pais lembram e voltam para buscar seus filhos, além dos casos de esquecimentos em escolas ou em casa, por exemplo. Para termos um patamar, o Departament Of Geosciences, na San Francisco State University, já contabilizou 15 mortes por este motivo em 2013 nos Estados Unidos, sendo sete só no verão de maio. A ONG Kids and Cars registra mais de 550 mortes de crianças esquecidas em carros desde 1998. Estudos realizados por americanos apontam que essas ocorrências aumentaram muito desde 1990 em seu país, quando a lei passou a obrigar que menores de 10 anos fossem transportados no banco de trás do carro. Vamos levar em consideração também há quanto tempo essa lei e o uso obrigatório de cadeirinhas esta realmente sendo fiscalizada e multada no Brasil, isso somado a ascensão da mulher, agora com sua rotina tripla de trabalho, com uma vida cada vez mais corrida, como mãe, esposa e agora no trabalho. É comprovado que a divisão crônica da atenção leva a bloqueios involuntários de informações e falhas na memória semelhantes às causadas pelo envelhecimento. Pais e mães possuem hoje a mesma rotina acelerada, agitações, prazos, responsabilidade, stress no trabalho e cansaço mental eminente, ratificando que esquecer que tem que buscar um filho na creche, por exemplo, especialmente quando a função normalmente não é sua, pode acontecer sim com você. Aceitando ou não, é melhor prevenir do que ter um lembrete trágico do que a distração e o stress podem fazer na sua vida. E aqui vão algumas dicas: - Coloque sua bolsa, pasta, carteira, sacola de ginástica, telefone celular ou outro objeto necessário no banco de trás, com a criança; - Coloque os objetos do bebê no banco da frente, como a mochila da
creche e a bolsa com os itens do bebê; - Você pode definir uma rotina de programar o alarme do celular para lembrar de deixar ou pegar a criança; - Muitas pessoas estão usando a ideia de amarrar uma fralda no volante sempre que entrar com o bebê no carro; - Evite o uso de filme escuro nas janelas. Isso facilita que passantes localizem uma criança esquecida; - Deixe o som desligado quando a criança estiver no carro; - Coloque um cd infantil sempre que estiver com seu bebê; - Peça para o berçário ligar sempre quando notar a ausência da criança. Há também algumas tecnologias disponíveis e projetos que podem auxiliá-lo: - O gadget ChildMinder Smart Clip System é um acessório em formato de clipe que pode ser preso à cadeirinha da criança dentro do carro. Ele se conecta por meio de tecnologia sem fio a um controle remoto que deve ser preso ao chaveiro. Ao se afastar do carro com o clipe ainda ligado à cadeirinha, um alarme é disparado, lembrando o motorista de retirar a criança dali; - Baby Reminder é um aplicativo de celular gratuito disponível para iOS e Android. Pais podem colocar no aplicativo dados sobre a rotina ao dirigir com as crianças no carro; - Outro aplicativo gratuito para Android é o Don't Forget Your Baby. Ele se conecta a algum dispositivo Bluetooth que o carro possua (como o rádio, por exemplo) e emite um alerta quando a conexão é perdida com o smartphone; - A First Years possuem assentos especiais que se conectam ao smartphone dos pais e emitem alertas quando eles se afastam do veículo. O dispositivo também informa se os pais se esqueceram de atar o cinto de segurança à cadeirinha; - “Baby Alarm” é um projeto de um professor de matemática, Elder Ramires, de um dispositivo a ser instalado nas cadeirinhas com 2 sensores: um sensor de peso, que avisa no painel do carro que tem alguém na cadeirinha; e um sensor magnético, que verifica se a porta traseira foi aberta para retirada da criança. Se a porta abre e a criança está sentada, o motorista ouve um alarme sonoro e vê uma luz piscar no painel do carro. Seguindo as dicas ou adquirindo um dos aparelhos citados, as chances de esquecer uma criança diminuem bastante e você não correrá o risco de ter que conviver com um episódio trágico. De um deste sim, você jamais irá esquecer.
A SENTENÇA Normalmente o juiz não pune o pai que esquece o filho no carro e causa sua morte. Este pai pode usar algumas justificativas para excluir a punibilidade, haja vista que o resultado produzido por si só já pune por demais o agente ativo (quem pratica a conduta) do delito. Nesse caso é mais comum usar o art. 107 do código penal que permite o Perdão judicial. O juiz precisa analisar a situação do agente, o sofrimento dele com o resultado e principalmente a reação dele ante a tudo.
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sado para o Pai sai atra a seus filhos trabalho e lev Ele esquece . ola esc para o menor na filh o r de deixa ao local de do an creche. Cheg rc pe eber que o trabalho, sem ava no carro, est da ain to garo abalhar em tr ra pa entra ginástica. de ia uma academ
06 São Paulo/SP - 20
sete meses Um bebê de sido ter ós ap morreu rro ca um de ro esquecido dent lo Horizonte. Be de km 0 a 12 deixado pelo O menino foi de seis horas a pai por cerc ento de um no estacionam for te sob , do ca er rm supe calor.
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Divinópolis/MG - 20
ano e 3 meses Um bebê de 1 queimaduras m co u morre após ter sido l so lo pe causadas i dentro do pa lo esquecido pe ou a rotina ud carro. O pai m r o carro ha fec ao e, do dia o, não alh ab tr no ao chegar ra de ce ue esq e percebeu qu io. ár rç be deixar o filho no
Tucuruvi/SP - 2006
anos esqueceu Mulher de 44 a de 6 meses filh a ar lev que ia trabalhar foi e ao médico ça ficou ian cr A . normalmente trancadas no s ra ho co cin sistiu. veículo e não re
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São Paulo/SP - 20
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a filha de Professora lev escola e a ra pa o vizinh do carro. A ro nt de esquece os, morreu an 3 criança, de Lucas do em a iad fix as 0 km de 36 (a e rd Ve Rio Cuiabá).
/MT - 2013
Lucas do Rio Verde
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Santa Rosa/RS - 20
ropolitana de Na região met biólogo, de um , ulo São Pa o filho, de u ce ue esq 38 anos, por cinco s, ese 1 ano e 4 m de um carro ro nt de s ra ho condomínio na garagem do iança não cr A a. av onde mor u. re resistiu e mor
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Guarulhos/SP - 20
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Paranoá/DF - 2008
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ia/GO - 2012
Aparecida de Goiân
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S - 2011
Novo Hamburgo/R
a de 10 meses Pai esquece filh para negociar i sa e o rr no ca veículo. Só de a nd uma ve do a mãe an qu ro percebeu o er rque a po o nd ligou pergunta creche. Um na a av est o nã filha s o vidro 5 hora amigo quebrou enina, m a ou at sg depois e re o resistindo. que acabou nã
Rio de Janeiro/RJ
- 2012
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João Pessoa/PB -
2013
COMPORTAMENTO
64 Quem fala o que quer... Por Ana Paula Nunes Fotos Divulgação/Reprodução
Desabafar é da natureza humana e é difícil conhecer alguém que nunca explodiu sequer uma vez na vida. Mas, saiba que se irritar com facilidade, falar em voz alta e dizer tudo o que pensa não é sinônimo de personalidade forte.
Quais são as suas qualidades? Se uma das suas respostas foi “Tenho personalidade forte”, “Muita personalidade”, “Sou sincero” ou “Falo o que penso”, é bom parar um pouco e refletir. Talvez essas características não sejam apenas qualidades positivas e, se na sua resposta surgiu algo como “eu sou assim e pronto, não vou mudar”, então mais cuidado ainda. A sinceridade é certamente uma virtude, mas será que muitas vezes você não acaba sendo o chato da turma? Agora, não se preocupe. Se a carapuça lhe servir, mantenha a calma, seu caso pode ter solução, afinal, ninguém é mesmo “Gabriela” que, nasceu assim, cresceu assim, que é mesmo assim e que vai ser sempre assim. O mais provável, no entanto, é que você não seja o chato. Felizmente, essa espécie é minoritária. Muito embora, com toda a certeza, você conheça uma ou duas figuras que falem alto, impondo sua opinião, muitas vezes ofendendo os outros sem perceber e, em alguns casos, até argumentando sem coerência. Essas são as pessoas que dizemos ter “personalidade forte”. O incrível é que pessoas assim podem até ter certo sucesso social, exercendo e se destacando em funções de liderança. Enquanto pessoas que são mais observadoras, que expõem suas opiniões de forma mais calma e educada, atraem menos atenção no jogo das relações interpessoais e são ditas como de pouca personalidade; às vezes, é bom ter um chato, que não deixa passar as coisas e sempre reclama delas. Seria bom se todos tivessem “mais personalidade”?
pessoas. Não é correto usar a expressão personalidade forte para adjetivar positivamente alguém, pois todos têm personalidade forte, com suas peculiaridades. Vamos nos referir a pessoas que são expansivas, que falam de forma impositiva e autoritária, que alegam não se importar com o que os outros falam sobre ela, como pessoas com personalidade exaltada e não mais “personalidade forte”. Algumas pessoas são mesmo como um caminhão desgovernado: é “sai da frente que ele vai falar” e "salve-se quem puder". Claro que a liberdade de expressão é um direito de todos, mas é preciso ter em mente que há um limite entre opinar e impor uma posição, e também a consciência de que tudo que você disser terá consequências. Existem protocolos de ética para viver em sociedade que também devem ser respeitados, certas coisas não devem ser ditas, ou devem, mas com educação. A
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Antes de qualquer coisa, que fique claro que todos têm personalidade, nem muita nem pouca. Personalidade diz respeito a um conjunto de características e comportamentos regulares de cada pessoa, é a individualidade de cada um. Não é possível analisar personalidade por atos isolados de comportamento, mas pelo seu conjunto e ações contínuas. São essas características individuais que vão ajudar, ou não, o relacionamento com outras
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Ditadores: pedagoga Zélia Franklin lembra que “quem insiste em fazer valer a própria vontade, está impedindo ao outro o direito de exercer sua liberdade de escolha". Segundo ela, "pessoas podem ser convencidas pela lógica, através de argumentos sólidos, ou pela prática de que isso ou aquilo é melhor para si. Quem reconhece esse fato, sabe utilizar os mecanismos adequados, esteja do lado que estiver na discussão”. Gandhi, por exemplo, pregava a liderança e convencia por exemplos a serem seguidos, foi um mentor amado e respeitado que alcançou seus objetivos pacificamente. Já Sadan Hussein era um ditador, que impunha seu poder por coação e terrorismo e assassinava quem era contra suas opiniões. As formas de agir ilustram que a diferença é grande entre as diversas maneiras pelas quais as pessoas são convencidas a seguir alguém. Pode ser por admiração ou por medo. E, na maioria das vezes, não é com imposição que se ganha o que se almeja.
que vai me dizer. O primeiro filtro é o da Verdade. Você está completamente seguro de que o que vai me dizer é verdade? - Bem, não... Acabo de saber neste mesmo instante... - Então, você quer me contar sem saber se é verdade? Vamos ao segundo filtro, que é o da Bondade. Quer me contar algo de bom sobre meu aluno? - Não, pelo contrário... - Então, interrompeu Sócrates, quer me contar algo de ruim sobre ele que não sabe se é verdade? Bem, você pode ainda passar no teste, pois ainda resta o terceiro filtro, o da Utilidade. O que quer me contar vai ser útil para mim? - Acho que não muito... - Portanto. Concluiu Sócrates - Se o que você quer me contar pode não ser verdade, pode não ser bom e pode não ser útil, para que contá-lo?”.
O certo é que o jogo das relações interpessoais é mesmo complexo e, às vezes, dá francamente nos nervos. Todos passam por situações em que a própria opinião fica “entalada na garganta”, mas onde o bom senso teve que prevalecer. Como explica a professora de língua portuguesa, Andréa Borges, ao dizer que “a opinião quando não foi solicitada ou quando queremos convencer os outros a ter a mesma, é falta de educação sim. Expor sua opinião e falar o que pensa, custe o que custar, passa longe de uma personalidade admirável”. Vale se perguntar sempre: O que eu tenho a dizer é realmente necessário? Como falar isso sem ser rude? No mais, se ainda estiver difícil, use filtros. Sim, quem nunca ouviu a expressão “usar um filtro” antes de falar? Em relação ao método, contam a seguinte história sobre o filósofo grego Sócrates:
Voltemos ao chato. Você pode ter a personalidade exaltada, “forte”, mas isso não o impede de ter autocontrole, analisar a hora de falar e, principalmente, como falar sem precisar alterar os ânimos de quem esta ouvindo. Entender o quanto antes que esse tipo de comportamento não tem bons resultados vai ajudar muito.
Teste dos 3 filtros de Sócrates Na Grécia antiga, Sócrates (469 - 399 AC) era um mestre reconhecido por sua sabedoria. Certo dia, o grande filósofo encontrou um conhecido, que lhe disse: - Sócrates, sabe o que acabo de ouvir sobre um de seus alunos? - Um momento, respondeu Sócrates. Antes de me dizer, gostaria que você passasse por um pequeno teste. Chama-se "Teste dos três filtros". - Três filtros? Como assim? - Sim. Continuou Sócrates - Antes de me contar o que quer que seja sobre meu aluno, é bom pensar um pouco e filtrar o
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Saddam Hussein, Joseph Stalin e Adolf Hitler convenciam pela opressão
Em um primeiro momento você até consegue liderar pelo medo, mas é passageiro e logo as pessoas começam a se afastar, pois seu comportamento causa desconforto. Você vai falar e todos que estão ouvindo ficarão quietos, mas entenda que esse silêncio não é admiração. Pessoas tem esse tipo de comportamento por insegurança, afastam amigos, distanciam colegas de trabalho e são muito difíceis de conviver. Ou seja, quem quer que a adjetivação “personalidade forte” seja realmente uma qualidade positiva e admirável, tem que saber viver em coletividade “sem necessidade de impor-se, nem mostrar-se maior que os demais, porque sua grandeza é interior e tem ciência do seu valor. Isso é exercer com sabedoria o sentimento maior de todos, muito fora de moda nos nossos tempos atuais: a humildade”, como acrescentou Zélia Franklin. E uma última recomendação: às vezes, o chato quer inconscientemente alguém que coloque freios para a sua expansão. Como uma criança birrenta, que no fundo quer mais é saber seus limites. Se você tiver paciência, tente fazer isso da próxima vez que estiver diante de um chato. Mas faça-o por conta e riscos próprios. Quem fala o que quer, pode ter como consequências mais do que ouvir o que não quer.
Pacifistas:
Nelson Mandela, Mahatma Gandhi e Luther King convenceram pela causa
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Da próxima vez que você abrir seu armário pare e pense um pouco: realmente preciso de tudo que tenho nas gavetas e cabides? Se não, saiba como manter apenas o necessário e o quanto esta ação trará benefícios. Imagine a seguinte situação: chegar em casa após comprar roupas e descobrir que não há espaço para guardá-las. Se isso acontece com você, é sinal que está na hora de fazer um 5S em seu guarda-roupas. A tarefa é árdua, afinal, na maioria das vezes mantemos a esperança de algum dia usar aquela peça de roupa que até já havíamos esquecido. Neste momento não faltam argumentos para que uma peça não seja descartada: as que não cabem, transformam-se em agentes motivadores de emagrecimento; as fora de moda, basta paciência porque logo logo voltarão a ser tendência; e por aí vai, porque é de uma marca bacana; porque custou caro ou, ainda; porque foi um presente. Um dica simples para o desapego é associar a limpeza do armário com uma boa causa. Pense, por exemplo, que, enquanto você se recusa a se desfazer de um casaco, alguém passa frio nas ruas; que, enquanto você mantém no cabide aquela camiseta, ela poderia ser doada para o bazar que a igreja realiza periodicamente, onde a arrecadação é destinada ao abrigo de idosos. É possível substituir as justificativas, antes voltadas a permanência, agora priorizando o descarte de tudo aquilo que não usamos. Pra começar, basta seguir um guia prático para identificar todas as roupas que poderão ser doadas. Convide alguém para participar com você, uma opinião extra é bem vinda nestes casos, são apenas três perguntas:
parte de nossas roupas deixam de servir, embora continuem guardadas, muitas vezes, a espera de um milagre. Quem se compromete a realizar exercícios físicos, esquece que elas continuarão não cabendo, já que, ao adquirir músculos, as medidas também aumentarão. O recado aplica-se, principalmente, para as calças, que dificilmente caberão novamente. Como consolo, ao separar tudo que irá descartar, você poderá escolher 20% para retornar ao guarda-roupa. Há também uma segunda opção para aliviar o trauma de se desfazer de roupas que tanto gostamos. No caso das mais caras, elas podem ser deixadas em consignação em brechós. E se você é do tipo que tem muitas amigas, onde o empréstimo de roupas é uma constante, poderá organizar um bazar convidando todas elas. Sempre haverá aquela peça que uma amiga sua adora e que você nem gosta tanto assim. Aproveite a ocasião para incentivá-las a fazer o mesmo que você. Com o lucro das vendas, use o dinheiro arrecadado no shopping, revigorando a dor da perda comprando novas peças para o guarda-roupas. Chegamos novamente ao início do ciclo, mas, desta vez, com a certeza de que, chegando em casa, haverá espaço para as roupas novas.
1. A peça tem seu estilo e você a usa sempre? A primeira coisa a pensar é: essa roupa combina comigo? Quantas vezes já a usei? É comum ganharmos roupas de presente e, para não chatear o amigo ou parente, fingir que gostamos e até usarmos uma ou duas vezes. Se este for o caso de alguma peça de seu guarda-roupas, não tenha remorso em passá-la à frente. Caso não queira correr o risco do presenteador esbarrar com alguém vestindo-a, opte por instituições de caridade, onde as pessoas não costumam sair muito do abrigo. 2. Qual a última vez que você usou a roupa? Existe uma grande diferença entre usar raramente uma roupa e deixar de usar uma roupa. Você pode até ter aquele vestido de festa, no caso das mulheres, ou um terno, tratando-se do mundo masculino, que só usa uma vez ao ano. Eles não são descartáveis neste processo de seleção, mas são bem diferentes daquelas peças que você já usou muito, e que agora não fazem mais parte do seu figurino cotidiano. Se você não a usou nos últimos seis meses, pode ter certeza que não voltará a usá-la.
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CONSUMISMO
66 5S no guarda-roupas
3. A roupa ainda serve em você? É comum ganharmos alguns quilinhos a mais ao passar dos anos. Neste período, grande
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CARREIRA
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Não chefie, lidere! Por Antonio Maria do Vale Fotos Divulgação
Já se foi o tempo em que liderança era um pré-requisito apenas para chefes. Hoje são inúmeras as funções que, para atuar, exigem esta característica. Crescer profissionalmente? Impossível para os que não conseguem coordenar pessoas e, principalmente, alcançar bons resultados com trabalho em grupo. Todos nós sonhamos com uma carreira profissional de sucesso, com o emprego dos sonhos, um ótimo salário e o reconhecimento dos colegas de trabalho. Esta caminhada geralmente começa na escolha de uma profissão e, consequentemente, na passagem por longos e árduos 4 ou 5 anos na faculdade. Com o diploma em mãos, iniciamos outra jornada, a de conseguir uma oportunidade no mercado sem ter nenhuma experiência. Nestas ocasiões é comum termos os estágios como porta de entrada. Dali em diante é por nossa conta, nosso desempenho é que determinará a abertura de novas portas. Segue-se então uma infinita lista de atributos para que tenhamos sucesso na carreira. Alem da formação acadêmica, disciplina, organização, cortesia, domínio de outra língua, elegância, iniciativa, dinamismo, criatividade e eficiência são peças fundamentais para a ascensão profissional. Mas a partir de uma determinada posição no organograma, tudo isso não será o bastante caso você não saiba "liderar". E é nessa hora que muitos chegam ao seu limite por, primeiro, não saber coordenar pessoas e, segundo, por não estarem dispostos a isso e preferirem permanecer em sua zona de conforto.
individual. O chefe impõe respeito e alcance de metas pelo medo, diferente do líder, que conduz a equipe junto a ela e com diretrizes focadas na integridade, humildade, verdade, paixão e partilha dos resultados, sejam eles bons ou ruins. O segredo não está no fazer as coisas, mas no como executá-las. O líder contemporâneo sabe que o sucesso não depende de si próprio, na maioria das vezes, ele provém do que os outros executam não por ele, mas sim, com ele. As exigências, de fato, são muitas, mas basta um raciocínio lógico e rápido para ratificarmos o quanto elas são necessárias para os que pretendem se tornar gestores. Pense nos líderes, ou chefes caso prefira, que já teve ao longo de sua vida. Agora imagine com quantos gostaria de voltar a trabalhar. São muitos? Provavelmente não. Isso nos mostra o quanto é difícil estar à frente de uma equipe e conseguir não só atingir os objetivos traçados pela empresa, como também a aprovação de seus colaboradores. Em estudos publicados
Mas qual a receita para que o crescimento profissional não pare ao atingir este ponto? Especialistas apontam que o primeiro passo é conhecer as diferenças entre liderar e chefiar, um fator crucial para que uma promoção tão aguardada não se transforme numa dor de cabeça futura. E a principal delas é que hoje não se delega apenas, é preciso, primeiramente, inspirar pessoas. Estamos na era do conhecimento e do comportamento, onde não há mais espaço para quem prioriza a autoridade e o sucesso
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no livro "Leadership: Enhancing the lessons of experience", 75% das pessoas apontaram a relação com o chefe como a parte mais estressante do dia a dia no trabalho. Segundo o mesmo estudo, entre 50 e 75% dos líderes acabam sendo demitidos em até três anos, por não demonstrarem competência para gerenciar pessoas. E para os que decidem enfrentar a difícil tarefa de lidar com metas e pessoas, qual a direção certa a ser tomada para que não acabem entre os 75% que perdem o emprego por incompetência na execução de suas atividades? OUSH selecionou uma série de ações que podem ajudar bastante na forma de gerenciar. E para começar, é preciso ter em mente que toda ação gera uma reação e que isso será um diferencial para os resultados que sua equipe alcançará. Se você gera medo nos colaboradores, não queira que eles se tornem seus amigos e executem as tarefas com entusiasmo. Se você se comporta sempre com um pé atrás, não espere que as pessoas confiem em você. Não se comporte como chefe, sempre despejando ordens sobre os colaboradores e medindo o saldo positivo, única e exclusivamente, através dos números, prefira participar, transportar para sua equipe o conceito de dono e mostrar que o resultado é consequência do todo, que ações individuais podem destruir o trabalho coletivo. Como conseguir tudo isso? Não existe um guia prático, mas algumas dicas e hábitos são essenciais. Comece fazendo uma reflexão sobre si próprio, tente lembrar metódos que costuma usar e erros cometidos, eles o ajudarão a identificar onde deve melhorar. Se coloque sempre no lugar do outro antes de tomar uma decisão e não absorva como verdade a primeira informação que recebe, assim você amplia seu conhecimento de causa e diminui bastante as chances de agir por impulso e cometer injustiças no ambiente de trabalho. Além disso, outras atitudes são fundamentais: - Sincronize governança com cultura. A primeira representa a hierarquia, as normas e regras, o gerenciamento e o poder.
A cultura trata do que nós somos, o que fazemos e o que apoiamos; - Tenha em mente que o alcance da governança é fruto de sua cultura, e não o contrário, tentando criá-la através de demonstrações de poder; - Faça sua equipe refletir sobre o que são, o que fazem e o que querem, enfatizando que todos querem o progresso, mas que temem inovar ou arriscar, algo que é preciso para se desenvolver. Deixe claro que confia nas pessoas e que elas podem sentir-se livres para sugerir ou criar algo novo; - Reconheça sempre algo positivo acontecer e recompense, não necessariamente com dinheiro, existem outras mil maneiras de premiar colaboradores, de um almoço a ingressos de cinema; - Ofereça oportunidades de crescimento, mostre a sua equipe que eles podem ser promovidos pelo bom desempenho; - Se você é o líder, então dê exemplo, seus colaboradores vão se espelhar em suas atitudes e hábitos e, quanto mais positivos eles forem, assim também serão os resultados; - Crie tradições motivadoras como festinha mensal ao final do expediente para os aniversariantes do mês, colaborador destaque ou incentivos e gratificações para quem estuda; - Sempre que possível tenha conversas individuais, busque entender quais são os problemas delas e onde a empresa pode melhorar, lembrando-as o quanto são importantes para a empresa; - Mantenha ouvidos atentos, escute as pessoas e demonstre sempre interesse pelo que elas têm a dizer; - Assuma a responsabilidade sempre que um resultado ruim tenha sido causado por uma decisão sua, isso mostrará para a equipe que assumir erros não é algo negativo, mas um aprendizado para medidas preventivas no futuro; - Cuide da comunicação na equipe, evite boatos expondo informações de maneira coletiva, passeie sempre pela empresa para checar como anda o clima entre os colaboradores; - E, mesmo sendo um líder, existirão momentos em que será necessário agir como chefe porque, independente da flexibilidade no trabalho, sempre existirão regras e metas a serem cumpridas. E, caso alguém saia da linha, precisará mostrar à equipe quem ainda está no comando.
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CARREIRA
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O conceito de liderança é definido por especialistas e diversos autores como a capacidade de influenciar um grupo para atingirem uma meta em comum. Tendo esta informação como base, é possível classificar a qualidade de um líder através de dois fatores: a habilidade para formar equipes e, estando elas montadas, a eficiência em alcançar os objetivos traçados. Essa é justamente a maior competência que as empresas buscam para seus gestores, a capacidade de "fazer acontecer".
O Instituto MVC criou uma ferramenta para aliviar a curiosidade de quem terá o trabalho de liderança implicado a seu sucesso profissional. A planilha é simples e posiciona os pontos que devem ser trabalhados para tornar a tarefa de liderar mais fácil. Basta responder as questões abaixo e depois conferir o resultado. Mas é muito importante que as respostas sejam sinceras, considere seus comportamentos reais, não os ideais, não omita ou tente se auto-ajudar marcando na lacuna o como desejaria agir de fato.
AÇÕES
SEMPRE
QUASE SEMPRE
ÀS VEZES
NUNCA
Costumo pensar nos problemas antes que aconteçam Costumo cumprir prazos O que faço não precisa ser revisto As pessoas me procuram em situações difíceis Sempre planejo antes de executar Sempre questiono se há necessidade de fazer algo Equilibro meu saber com fazer Fico feliz ao obter resultados coordenando o trabalho de outras pessoas Meu tempo é maior planejando e delegando que executando tarefas Gosto de fazer coaching (desenvolver pessoas) Conheço o horário em que rendo mais e costumo utilizá-lo Minha felicidade só é completa se os outros também estiverem felizes Sempre estou disposto fisicamente para o trabalho Meu relacionamento não está associado a hierarquia Consigo ficar sozinho quando preciso Digo sim ou não sempre que é preciso Sempre concluo todos os trabalhos que começo Consulto outras pessoas antes de tomar decisões A rotina no trabalho me causa estresse Começo o dia sempre pelas tarefas mais importantes
SOMA
Como somar: 1. Some cada coluna; 2. Multiplique por 4 o total de respostas Sempre;
20 a 34
Seu caso é bastante crítico e será preciso se remodelar por completo caso deseje ser um líder. Comece pelas ações em que marcou a resposta “às vezes” ou “nunca”, elas serão seu principal foco de mudança nesta fase inicial.
35 a 49
Será preciso muito esforço para alcançar um cargo de liderança profissional. Mas quem disse que seria fácil chegar até lá? Se alguns dos hábitos marcados “nunca” acontecem com você, é preciso fazer com que se transformem num hábito o mais urgente possível.
3. Multiplique por 3 o total de respostas Quase sempre; 4. Multiplique por 2 o total de respostas às vezes; 5. Multiplique por 1 o total de respostas nunca; 6. Some os quatro totais para atingir seu índice.
50 a 64
Você está no caminho certo e tem tudo para ter uma carreira de sucesso como líder. Mas é preciso manter o foco e buscar uma melhoria contínua em tudo que faz. Atente-se para todas as ações que marcou diferentes da opção “sempre”.
65 a 80
Mesmo que ainda não esteja atuando como um líder, você já está pronto para gerenciar uma equipe e alcançar bons resultados. Só não esqueça de que para se manter como tal não deve jamais ter “flashes” de chefe e achar que já sabe o suficiente, recicle-se sempre.
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CAPA
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O que deu Por Antonio Maria do Vale Fotos OUSH! Brasil / Lula Castello Branco / Divulgação
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Vista de cima a capital dos alagoanos é a comprovação de que realmente é o paraíso das águas. Pena que em terra firme a cidade desperdice todo o potencial e belezas escondidas de sua região sul. O nome Maceió tem denominação tupi “Maçayó” ou “Maçaio-k” e não poderia simplificar melhor a região, significando “o que tapa o alagadiço”. O povoado que deu origem a cidade surgiu num engenho de açúcar. Antes de sua fundação, em 1609, morava na Pajussara, ainda com dois “s”, Manoel Antônio Duro, que havia recebido uma sesmaria de Diogo Soares, alcaide-mor de Santa Maria Madalena. As terras foram transferidas depois para outros donos e em 1673 o rei de Portugal determinou ao Visconde de Barbacena a construção de um forte no porto de Jaraguá para evitar o comércio ilegal do pau-brasil.
A partir dali, Maceió deu início a um período de crescimento que beneficiou principalmente os bairros do Jaraguá e Centro, fato que perdurou até meados da década de 70, quando a prosperidade tomou uma nova direção, deixando a região sul da capital esquecida e cada vez menos prestigiada. Não faltam personagens que viveram esta fase épica, como também os que vivenciaram a fase de transição declinante, buscando até hoje entender o porquê da mudança de rumo da prosperidade.
Vista áerea das Orlas Litorânea e Lagunar da cidade de Maceió/AL - Foto Marcio Mrotzeck
O povoado tinha uma capelinha, em homenagem a Nossa Senhora dos Prazeres, construída onde hoje está a igreja matriz, na Praça Dom Pedro II. O desenvolvimento do povoado foi impulsionado pelo porto de Jaraguá, sendo desmembrado da Vila das Alagoas em 5 de dezembro de 1815, quando D. João VI assinou o alvará régio.
Com a emancipação política de Alagoas, em 1817, o governador da nova Capitania, Sebastião de Mélo e Póvoas, iniciou o processo de transferência da capital, na época Marechal Deodoro, para Maceió, um processo tumultuado que encontrou resis-tência de homens públicos e da câmara Municipal e que fora consolidada apenas depois do envio de uma expedição militar vinda de Pernambuco e da Bahia para garantir a ordem, instalando no dia 16 de dezembro de 1839 a sede do governo.
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Lula Castello Branco é um destes personagens e, dentre muitas coisas, é desenhista, poeta e, principalmente, repórter fotográfico. Como acontece com a maioria destes profissionais, ama o que faz e, em casa ou no trabalho, a câmera é sua companheira inseparável e está sempre de prontidão para retratar grandes momentos. Ela já não é apenas mais um mero instrumento de trabalho, sendo também muito bem-vinda nas horas de lazer. Lula, como costuma ser chamado, é o que a ex-diretora da revista National Geographic, Bronwen Latimer, chamou de fotógrafo completo, "quando o ato de fotografar pode ser tão técnico quanto você desejar, ou pode ser simplesmente divertido". Mas a fotografia não é a única paixão de Lula. Alagoano nato, ele é apaixonado por sua terra e traduz toda sua devoção em seu blog, onde fotografias de sua autoria nos levam à um passeio por uma Alagoas igualmente bela, mas com imagens fora das rotas turísticas tradicionais. "As imagens de Lula são imagens de fuga de seu ofício de foto jornalista, e, através delas o que se expõe não são imagens do cotidiano enquanto flashes do trivial de coisas comuns. Pelo contrário, o que através delas se revela, são fragmentos, detalhes que somente se mostram aos olhares desfocados dos espaços centrais e atentos para as imagens periféricas das geografias das margens", disse o antropólogo e sociólogo pernambucano, Edson Bezerra, sobre os registros de Lula. E nossa matéria de capa começou ali, numa foto de Lula Castello Branco, não de sua autoria, desta vez como personagem central, ainda criança, a beira do mar da praia da Avenida. A encontramos enquanto pesquisávamos temas a esmo, e o texto que acompanhava a imagem nos trouxe à tona uma discussão
corriqueira que pouco ultrapassa os limites da retórica: a poluição do Salgadinho e, consequentemente, das praias do litoral sul de Maceió. Nele, Lula relembra com nostalgia os tempos em que esperava, com a ansiedade de uma criança de 10 anos, os domingos ensolarados da capital alagoana quando, junto com a família, ia à praia da Avenida para jogar futebol e mergulhar em suas águas ainda próprias para banho. Na época, a única preocupação vinha de sua mãe, que não cansava de alertar o filho quanto aos riscos de se aventurar além das ondas, coisa natural do ímpeto infantil. OUSH! conversou com o fotógrafo que, de tão apaixonado pelas coisas que faz e por Maceió, é visto por muitos como chato e brigão. No passeio pelas ruas do bairro do Jaraguá, de fato, comprovamos esta fama de marrento, mas Lula se mostrou abusado no sentido da provocação, um insurgente pelo o que hoje presencia no bairro em que viveu boa parte de sua vida, segundo ele próprio, bem ao estilo underground. Com gosto especial pelas artes e literatura, nos contou que aos domingos costumava ir aos bares que ficavam na praia da Avenida, onde apreciava a vista como inspiração para seus desenhos e poesias. E não faltaram histórias sobre as coisas boas que vivenciou na época. E não estamos falando de um passado tão distante assim, Lula ainda está em seus 51 anos de vida e sequer vivenciou o prazer de jogar bola nas margens do Salgadinho ou de brincar os gloriosos carnavais das décadas de 40 e 50, quando as ruas estreitas do Jaraguá e a avenida Duque de Caxias eram tomadas por uma multidão de foliões. Em ambos os casos falamos de uma Maceió que ficou no passado e que hoje só pode ser revista em antigos
Praia da Avenida na década de 60. Uma revista com a cara do Nordeste
cartões-postais ou nas histórias contadas por quem vivenciou a época. A região, que se apresentava próspera até o início da década de 80, cresceu sem o esperado desenvolvimento e deu lugar a bairros desvalorizados, distantes de interesses comerciais, do desenvolvimento imobiliário ou turístico e sem perspectivas de melhorias em curto prazo, se expandindo da região das praias até as margens da lagoa Mundaú. Algumas ações para a revitalização da região, impulsionadas por iniciativas do setor imobiliário, até existem, mas, o desenvolvimento, até então ali presente, migrou para o norte e hoje pode ser observado no trecho que vai da Pajuçara a Jatiúca. E fica a pergunta: por quê? Na busca por respostas, conversamos com especialistas do setor imobiliário, economistas, gestores públicos, comerciantes e moradores, para tentar identificar e entender quais os principais motivos que determinaram essa mudança de rumo para a região. Lula inicia os debates acreditando que a ausência de atuação do poder público representa o pior dos entraves, apontando, no campo prático, a revitalização do riacho Salgadinho como o primeiro grande passo a ser dado, retomando, por consequência, o interesse do setor privado pela região. Para o empresário Antonio Carlos Marechal, o problema é resultado da falta de políticas públicas, de saneamento básico e da insegurança causada pela Braskem na região para ele não há como investir numa área que apresenta riscos a condição humana. O consultor de imóveis Rogério Mendonça até concorda com Antonio Carlos, mas acredita numa mudança de cenário, apostando que, com a duplicação da AL-101 Sul e as novas ofensivas da construção civil, a região passará por uma renovação
de ânimo e, consequentemente, de investimentos. "Naquela área os fatores hoje são mais favoráveis a valorização", disse. O presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Alagoas – ADEMI, Guilherme Melro, fez uma análise mais ampla e acredita que a curva da decadência já atingiu seu ponto mais baixo. Para ele, os investimentos no litoral sul do estado, impulsionados após a duplicação da AL-101 até a Barra de São Miguel, dão a região um enorme potencial para a área de serviços, ampliando a visão prioritariamente voltada ao turismo. Ele concordou que a poluição do Salgadinho, o emissário submarino e a Braskem desaceleram estas mudanças, incluindo à lista a decadência do Centro da cidade; mas aposta no início de uma nova fase nos próximos anos, destacando que alguns empreendimentos já estão sendo construídos na região e que o comércio já vive dias melhores. "A região se tornará estratégica para aqueles que buscam eficiência em mobilidade e serviços. Em breve, quem optar por trabalhar, morar ou resolver os problemas do dia-a-dia naquela área, ganhará em qualidade de vida, ressaltou. E as razões seguiram-se pontuais de acordo com o impacto causado individualmente. Os moradores do Trapiche lembraram dos mosquitos que assolam a região, marisqueiros e pescadores citaram a poluição da lagoa e a redução dos peixes e do sururu, pequenos comerciantes reclamaram da falta de segurança para quem deseja abrir um negócio, e todos concordaram que tudo poderia ser diferente. Nos chamou a atenção o fato de ninguém expressar o desejo de sair da região, todos aqueles com quem conversamos preferiram a indignação pela situação atual e escolheram destinar os esforços na busca de soluções e culpados.
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De modo geral, o que vemos hoje é consequência, principalmente, de uma série de falhas na gestão pública e de apostas do setor privado que não vingaram, talvez até uma coisa em função da outra. É preciso entender e diferenciar primeiro razões de consequências a violência, por exemplo, não seria uma causa para o descrédito dado aos bairros da região, mas um dos efeitos das regiões periféricas de qualquer grande centro. Sendo assim, alguns pontos merecem destaque para discussão já que foram apontados, quase que por unanimidade, como os principais responsáveis pelo atual retrato da região: a poluição do riacho Salgadinho, a construção do Dique Estrada e as implantações, respectivamente, da antiga Salgema, hoje Braskem, no Pontal da Barra e do Emissário Submarino no Trapiche, sobretudo, porque desencadearam uma série de problemas que limitam o desenvolvimento da região.
O riacho Salgadinho Encabeçando a lista dos motivos que impedem o desenvolvimento da região, a poluição do riacho Salgadinho é, de longe, a que mais gera impacto visual e, consequentemente, a com maior repercussão e apelo da sociedade na busca de uma solução. Mas será que o riacho é o verdadeiro culpado? Na verdade não, já que neste caso ele é mais uma vítima do crescimento desordenado que, por um raciocínio rápido e uma análise por impulso, transforma-o em bode expiatório da questão, sendo punido e repudiado por algo que não tem responsabilidade direta. Como mudar isso? Primeiro, conhecendo a verdade atrás dos fatos, o que nos remete ao início do processo de poluição do riacho.
Lula na década de 70
Praia da Avenida era opção de lazer aos domingos
Com cerca de 30 km² de extensão, a bacia do riacho Reginaldo comprova o quanto a evolução da urbanização pode gerar problemas ambientais e de infraestrutura para uma cidade. A ocupação não planejada do solo compromete diretamente o escoamento superficial natural das águas e, somado ao descarte inadequado dos resíduos sólidos, resulta em problemas não só de sujeira e mobilidade em períodos de chuva. E não se engane achando que este é um problema recente, o início da degradação do riacho está, oficialmente, prestes a ser centenário, já que o escritor alagoano Otávio Brandão, em sua obra Canais e Lagoas, de 1919, descreveu sobre o rio: "O Reginaldo é um rio infante com as graves mazelas dos rios velhos. Nisto, há um culpado: é o homem que, criminalmente, cortou suas matas". Otávio tocou num ponto crucial que desencadeou a iminente ou, para alguns, concretizada morte do riacho: o desmatamento. A substituição da cobertura vegetal que margeia o riacho por áreas habitadas, não só enfraqueceu e assoreou seu curso, como abriu espaço para torná-lo um canal de esgoto pela falta de saneamento básico nestas regiões. É verdade que muitas destas ocupações se deram de forma gradativa, irregular e sem a interferência do poder público. Mas, mesmo quando há sua participação, muitas das vezes esta se dá em função de interesses que não sejam, prioritariamente, a preservação destes mananciais e da ordem pública. E com o pobre riacho Reginaldo não foi diferente. Na década de 40, o então governador Silvestre Péricles alterou o curso natural do riacho a partir das imediações da Praça Bomfim, no bairro do Poço. Os motivos são contraditórios, mas a razão
principal para a mudança teria sido a reclamação dos moradores da região que, naquela época, já se queixavam da pequena presença de lixo no trecho da foz. Originalmente, o Reginaldo desembocava no mar nas proximidades do Ouricuri, já no início do Trapiche, passando antes pela praça Sinimbú, por trás do Museu Theo Brandão, onde ainda hoje é possível observar as muretas da antiga ponte que passava sobre o riacho. A modificação demonstra o quanto é importante gestores públicos tomarem decisões acertadas. Neste caso, os esforços não foram direcionados para o problema em sua origem, a questão do lixo, desperdiçando a primeira das oportunidades para um convívio sustentável entre a cidade e o riacho. Cabe ressaltar que as discussões sobre limpeza urbana na região se iniciaram bem antes da década de 40. José Fernando Maya Pedrosa cita em seu livro "Histórias do velho Jaraguá" que, no início do século passado, os médicos consideravam o litoral uma região doentia, com febres palustres, coqueluches, tuberculose e varíola. Tudo seria consequência dos pântanos que marcavam a paisagem, tanto os naturais como os formados pelo escoamento das águas fluviais e esgotos das casas sem fossa que lançavam dejetos nas sarjetas a céu aberto, situação agravada pelas enxurradas de inverno, inundando ruas, quintais e pátios. O que foi ratificado pelo intelectual alagoano Craveiro Costa, ainda em 1902, ao dizer que "nada é mais prejudicial à existência da população do que o armazenamento de nossas excreções lançadas a esmo no terreno". O êxodo das classes mais abastadas para outras regiões levaria décadas para se concretizar. Naquele momento, ainda foi possível realocar o incômodo causado pelo riacho para algumas centenas de metros adiante. O bairro da Pajuçara ainda era uma área de pescadores. Ponta Verde e Jatiúca? Longe de se tornarem o m² mais caro da cidade. Isto só aconteceria anos mais tarde e não teria como motivo, única e exclusivamente, a poluição da bacia do Reginaldo, mas sim, o processo natural de crescimento dos principais centros urbanos, no caso de Maceió, caracterizado pela expansão de bairros ao longo do litoral. A relação aqui é inversa, já que o déficit habitacional causado por este crescimento acelerou a ocupação das áreas marginais do riacho, quando milhares de famílias desmataram espaços que deveriam ter sido preservados para construção de casas e, consequentemente, deram início a poluição das águas que surgem desde a nascente do Poço Azul, localizada no Jardim Petrópolis. A impermeabilização do solo, que compromete o lençol freático, e a explosão de poços artesianos particulares também foram alguns dos fatores que contribuíram para a degradação atual. Muitos já decretaram a morte do riacho, que hoje ainda existiria de forma perene apenas em função dos esgotos lançados e das águas das chuvas. Outros defendem a existência de nascentes nas reservas nativas do condomínio Aldebaran, no conjunto Antares e até nas proximidades do Distrito Industrial do bairro do Tabuleiro, que seriam as responsáveis pela sobrevivência do riacho. Esta é uma divergência secular, iniciada por Otávio Brandão, o primeiro a decretar a morte da nascente, quando, em 1919, ao percorrer o rio a pé e alcançá-la a descreveu com pesar: "com que dor vi o Poço Azul, tão cheio de minadores e matagais, outrora; e hoje, descampado e estéril, com as barreiras rubras em forma de anfiteatro", já alertando para o perigo da ação do homem no local. Esta ação criou, inclusive, uma barreira para quem hoje pretende ter acesso a algumas áreas do riacho. A ocupação desenfreada das encostas e os inúmeros loteamentos, com suas ruas sem saída que vão até a borda dos vales, dificultam o trabalho de quem necessita chegar até as margens do Reginaldo para monitorá-lo ou executar qualquer trabalho de limpeza. Outro fator agravante é a quantidade de poços artesianos particulares que interferem de maneira negativa no lençol freático, tanto pela captação de água quanto pela contaminação que podem causar.
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Passado e presente
Sucessão de erros transformou o Salgadinho num canal de esgoto
O que temos de concreto é que, independente das dúvidas relacionadas a localização de sua nascente e da crescente degradação por atividades humanas, o riacho continua vivo diante de todas as adversidades. De fato é indiscutível o poder de reabilitação da natureza, mas cabe destacar também que uma possível revitalização do Salgadinho não estaria beneficiando somente a questão ambiental ou turística, sendo importante observar que os problemas vão além, principalmente na questão de saúde pública, já que a poluição das águas transforma o riacho num condutor de doenças de veiculação hídrica. Compondo a principal bacia hidrográfica de Maceió, o curso do riacho Reginaldo abrange 17 bairros da capital, atingindo cerca de 30% da população, comprovando a urgência na busca por uma solução. Para dissolver o problema existente é preciso, primeiro, ampliar a compreensão da população, e até de alguns técnicos, em relação a Bacia do Reginaldo. Grande parte dos maceioenses costuma confundir a bacia com o Vale do Reginaldo, que na realidade representa apenas um trecho do total de 13 km do riacho. Esta interpretação é resultado do choque visual que as habitações irregulares e de baixa renda, somadas ao lixo exposto no canal, causam naquela região. O fato de obras públicas a partir daquele ponto, além da consequente atenção dada pelos meios de comunicação para os problemas daquela localidade, também contribuem para uma visão fragmentada da bacia, o que dificulta o desenvolvimento da ideia de que a degradação desde a nascente é tão preocupante quanto as que presenciamos no trecho final em que o riacho é chamado de Salgadinho. Usada sempre como mote de campanha em todo período eleitoral, a revitalização da área do Vale do Reginaldo é importante porque é a partir dali que o riacho recebe a maior quantidade de desejos em seu leito. Segundo estimativas da Defesa Civil, ao menos 10 mil famílias vivem na região e despejam toda sua rede de esgotos diretamente no canal, o que acontece já desde a Grota do Canaã. É incontável o número de tubos de PVC que ao longo do curso poluem as águas continuamente. Não há saneamento básico ou coleta de lixo regular nestas áreas e os moradores utilizam-se deste argumento sempre que são questionados sobre a forma que descartam seu lixo, não existe uma segunda opção. Nada que justifique a diversidade do que é encontrado no riacho, de sofás a geladeiras, de pneus a carcaças de veículos, tudo que se possa imaginar é atirado em seu curso tendo como destino final a praia da Avenida. O entulho que não consegue ser levado pelas águas acaba se consolidando no fundo do canal, assoreando-o e reduzindo seu poder de vazão, o que facilita seu transbordo em qualquer chuva torrencial. Além de infraestrutura, falta também consciência ambiental. E projetos não faltam para sanar o problema que atinge o riacho há décadas. Ideias, como o Bonde Moderno na década de 80, não saíram do papel e outras, como estações de captação e tratamento no início de 2000, até funcionaram, mas em pouco tempo foram desativadas ou abortadas. Houve até uma obra dita como concluída, em que a prefeita da capital, pra comprovar tal afirmação, mergulhou nas águas do riacho dadas como próprias para banho. Sobre o episódio, nosso Personagem Lula Castello Branco disse ter vivido o dia mais feliz de sua vida, quando, independente dos meios, pôde por mais um dia conviver com o Salgadinho e a praia da Avenida de tempos atrás. Hoje, as discussões estão voltadas a paralisação da urbanização do Vale do Reginaldo, obra do Programa de Aceleração do Crescimento - PAC, que consumirá R$ 120 milhões dos cofres federais. As obras foram aprovadas e iniciadas ainda em 2008, mas divergências entre os governos estadual e municipal criaram um impasse que perdura até hoje. O projeto prevê a divisão de responsabilidades entre as duas esferas, ficando a cargo do Estado a construção de postos policiais e de saúde, escolas e doze conjuntos habitacionais, ao longo do riacho Reginaldo, com 1.512 casas, sendo inclusive responsável pela questão de www.OUSHBrasil.com.br
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desapropriação das famílias. A prefeitura caberia a execução das obras de infraestrutura, saneamento de todo o Vale do Reginaldo com 7.500 ligações de esgoto e a parte do projeto de maior destaque na mídia, o eixo viário que ligaria os bairros do Poço e Farol. A expectativa é que a obra seja retomada ainda neste segundo semestre já que, agora, Governo e prefeitura estão do mesmo lado e representam o mesmo partido. O prefeito de Maceió, Rui Palmeira, anunciou no último dia 11 de setembro que as obras serão reiniciadas em outubro, já que, após uma revisão nos contratos com a Caixa Econômica Federal e o Governo Federal, a atual gestão garantiu os recursos da contrapartida que representam R$ 5,4 milhões do total de R$ 60 milhões que serão investidos na obra. Cabe relembrar que a prefeitura executará apenas a parte do projeto sob sua responsabilidade que incluem a pavimentação, drenagem e a construção de duas passagens de nível, cabendo ainda ao Governo do estado toda a parte habitacional da reurbanização. A receita para a despoluição do Salgadinho apresenta-se simples e parece ser conhecida há muito tempo. Todos concordam que sanear a região é o principal trabalho a ser realizado, isso desde 1902, quando o Dr. Alfredo Rego já recomendava para a região do Jaraguá "um serviço regular de esgotos, a remoção do lixo urbano e água tratada". Não sabia ele que um século depois os problemas se multiplicariam em função da inexistência do sistema por ele citado. Se concretizado, o projeto de urbanização do Vale do Reginaldo, associado a um trabalho de revitalização de encostas e de áreas de nascente, somados a um programa de conscientização da população, representará um grande passo para a resolução dos problemas do riacho Salgadinho, o primeiro deles em direção à valorização da região sul de Maceió.
Teoria e prática
Projeto de R$ 120 milhões quase não saiu do papel
E como saneamento é a palavra de ordem, vale reforçar que grandes obras de nada valem se não forem utilizadas em sua totalidade e com garantia de manutenção preventiva. Para se ter uma ideia da importância do gerenciamento de grandes obras, vejamos o exemplo de Maceió. A capital alagoana ocupa hoje o 85º lugar no ranking do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, estando à frente apenas, dentre as capitais nordestinas, de São Luiz, no Maranhão, e Teresina, no Piauí, atrás inclusive de cidades como Caruaru, em Pernambuco, e Campina Grande, na Paraíba. Segundo os dados do SNIS, somente 34%
da população é atendida com rede de esgoto, sendo necessária a realização de mais de 67 mil ligações para a universalização do serviço no município. Os números são vergonhosos e mostram o quanto a situação é alarmante. Mas poderiam ser bem menores caso a quantidade de ligações de esgoto crescessem e o emissário submarino, apontado como um dos motivos da desvalorização do litoral sul de Maceió, funcionasse em sua totalidade, e não como hoje, com apenas 20% do volume total de sua capacidade. A falta de empenho pode ser explicada através do que o próprio secretário de infraestrutura do Estado, Marco Fireman, comentou, em entrevista para um portal de notícias em junho deste ano, ao dizer que não há interesse dos prefeitos em obras de esgotamento, enfatizando que elas são obras que causam muitos transtornos e que acabam debaixo da terra, onde ninguém vê. Mesmo assim, o secretário ainda declarou que a meta da prefeitura é concluir 2013 com um total de 40% de residências atendidas, índice que deve ser de 60% ao final de 2014. Dessa forma, poderemos ter como solução o que, até agora, é visto como mais um problema.
O Emissário Submarino Concluído em 1989, o emissário submarino de Maceió é uma unidade operacional projetada para receber e lançar no mar, após um tratamento preliminar, os esgotos da cidade. A ideia generalizada de que o procedimento é, por si só, é falta e fruto do desconhecimento da população. Diferente do que se pensa, a coleta e descarte através deste sistema possui muitas vantagens em relação a outras formas de disposição. A elevada capacidade de auto-depuração das águas marinhas promovem a dispersão e diluição das cargas poluentes que permanecem no esgoto lançado após a primeira fase de tratamento realizada em terra. Em função desta ação da água do mar sobre o que é lançado, não há risco para as condições de balneabilidade das praias, mais especialistas alertam para a importância de uma operação sem falhas, com a realização de manutenção preventiva que garanta, por exemplo, a inexistência de vazamentos. Implantado quando Fernando Collor estava à frente do Governo do Estado, o emissário foi projetado para atender uma cidade com 1,5 milhão de habitantes, mas, mal aproveitado, atinge
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hoje cerca de 170 mil pessoas. Sua quase inutilidade é uma das principais razões para o descrédito adquirido junto a população, indo na contramão de seu objetivo, dentre os quais, receber todo o esgoto hoje despejado no Salgadinho. Mas, antes da crítica, o ideal é conhecer como, de fato, o emissário deveria funcionar. Assim, a análise e indignação rasa daria lugar a uma argumentação mais concisa, voltada a raiz do problema que, neste caso, passa longe do impacto causado apenas pela visualização negativa da tubulação na praia do Sobral. Um sistema de disposição oceânica de esgotos é formado, basicamente, por três unidades: uma estação de condicionamento prévio dos efluentes, um emissário e uma tubulação difusora. Tudo começa com um sistema de saneamento eficiente, que coleta os esgotos domésticos ou industriais que são recolhidos ou bombeados até uma estação de tratamento, onde passam por etapas de limpeza que podem variar de acordo com cada estação. Geralmente o processo é iniciado quando grades retêm os maiores resíduos lançados na rede de esgoto, como garrafas, embalagens plásticas e madeira. A próxima etapa é parecida, onde peneiras removem resíduos menores, enviando o restante para uma caixa de areia onde serão retidos os sólidos grosseiros como óleos e graxas, finalizando o tratamento preliminar antes do descarte no mar. Existem ainda emissários que possuem lagoas com algas. Elas auxiliam na remoção da carga orgânica de coliformes ainda na estação, diminuindo o risco de poluição das praias. A penúltima etapa do processo é o transporte do esgoto tratado pelo emissário, trecho caracterizado pela tubulação que visualizamos na praia. Diferente do que muitos imaginam, o esgoto não é lançado ao final desta tubulação aparente sobre o mar, a partir dali, ela segue ancorada no assoalho marinho e só ao seu final, onde possui furos chamados difusores, lança os efluentes nas águas marinhas. Outro ponto importante a destacar é que a instalação de um emissário submarino não é realizada de forma aleatória. As correntes marinhas, associadas a estudos referentes às características da água do mar, compõem o processo físico de maior importância para o funcionamento adequado de um emissário. Para um projeto se tornar eficiente, deve ser levado em consideração não só o comprimento do emissário, a profundidade de descarga e a quantidade de efluente lançado, mas também, a dispersão devido as correntes marinhas e a concentração de coliformes após a reação com as águas oceânicas que atendam aos padrões de balneabilidade. O ideal é que, ao ser descartado, o esgoto tenha sua concentração reduzida em até 100 vezes em apenas alguns segundos, contando ainda com correntes marinhas que transportem o que restar para fora da costa. No caso de Maceió, o emissário recebe o esgoto sanitário apenas de parte da cidade, lançando-o no mar após um pré-tratamento realizado por gradeamento grosseiro e fino, homogeneização e www.OUSHBrasil.com.br
desarenação. O ponto de descarte encontra-se a cerca de 3,6km da costa, numa região com profundidade de 15m. O sistema engloba as bacias de drenagem natural, Sudeste (Pajuçara), do Reginaldo e Sudoeste (região lagunar), com escoamento por gravidade que destina o esgoto às estações elevatórias, de onde são direcionados ao emissário da capital.
Pouco aproveitado
O que deveria ser solução se transformou em mais um problema
Em Maceió, as discussões que cercam o emissário ainda estão distantes da ampliação da quantidade de esgoto que ele hoje recebe. A prioridade pouco ultrapassa as questões voltadas à manutenção do local que, da forma como é realizada atualmente, impossibilitaria o aumento da demanda de dejetos e estaria até comprometendo a estrutura da estação. O próprio Instituto do Meio Ambiente – IMA, já sinalizou sua preocupação ao descrever como um “colapso ambiental” a possibilidade da paralisação das atividades do emissário ou o impacto causado pelo rompimento de uma tubulação. A ferrugem observada pelas pessoas que frequentam a praia do Sobral realmente assusta, mas trata-se apenas de uma ação da maresia, prevista no projeto, que não corrói de forma significativa a tubulação e demais equipamentos da estação. Segundo a Casal, responsável pela administração do emissário, não há motivos para preocupação já que vistorias são realizadas seguindo exigências de normas técnicas. No caso da tubulação, tanto externa quanto submersa, por exemplo, são realizados acompanhamentos periódicos e a cada seis anos uma manutenção preventiva, garantindo a segurança dos equipamentos. Mas a
Será que funciona?
Aspecto de abandono contribui para o descrédito do emissário
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prática parece ser bem diferente do discurso, neste caso, já que o Conselho Estadual de Proteção ao Meio Ambiente - Cepran, tem insistido nas recomendações de reparos urgentes na estação. Em uma de suas vistorias, o órgão detectou, por exemplo, que as grades de retenção de resíduos grossos estavam danificadas, o que poderia causar o entupimento de parte da rede e um consequente lançamento de esgoto, por retorno, diretamente nas praias. Numa hipótese ainda pior, este esgoto poderia inclusive danificar as centrais de bombeamento, paralisando parte do sistema de esgotamento de Maceió.
ampliação de coleta é válido ou deveria ser destinado a projetos que buscassem novas formas de esgotamento sanitário e, em algum tempo, sua desativação? Existiriam outras alternativas para um esgotamento mais eficiente? As dúvidas, assim como as propostas, são muitas, mas nada que resolva o problema em curto prazo. Opções como unidades de tratamento de esgoto compactas em empresas, condomínios e conjuntos habitacionais, podem auxiliar na resolução, mas, diante da capacidade operacional e provável disseminação, pouco representariam quando comparadas a quantidade de dejetos produzidos de modo geral.
Os moradores das ruas que ficam no entorno da Unidade de Tratamento também se queixam da precariedade do Emissário e decidiram não ficar apenas nas reclamações diretas a Companhia de Saneamento de Alagoas – Casal. A 4ª Promotoria de Justiça da Capital recebeu denúncias da Associação Comunitária Sociedade Unida do Prado e reuniu em audiência, no último dia 09 de setembro, representantes da Casal e do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas – IMA/AL, para prestarem esclarecimentos.
O ideal seria a comprovação da viabilidade do emissário frente à sociedade. Um bom começo seria o alcance, ao final de 2013, da meta de 40% de residências atendidas pela rede de saneamento informada pela Secretaria Municipal de Infraestrutura no início do ano, o que, consequentemente, aumentaria o volume de captação e tratamento do emissário submarino. Fato que representaria o início do processo de desmistificação da desconfiança da população, o primeiro passo para o fim do rótulo negativo que a unidade hoje possui, caracterizada como um entrave para o desenvolvimento da região.
Segundo o presidente da Associação, Dorgival Ferreira de Lima, o descarte da parte líquida do esgoto coletado por empresas limpadoras de fossas está sendo feito no emissário submarino de forma inapropriada, despejando a borra, parte sólida dos dejetos, diretamente no solo e na vegetação, o que provoca um forte odor, causando mal estar às pessoas que moram nas proximidades. O advogado da Casal Walmar Paes, explicou que, no ano passado, foi realizado um disciplinamento de área para o descarte do esgoto transportado pelos caminhões de limpeza. Segundo ele, a Casal fez, também em 2012, uma alteração na norma de recebimento de dejetos e tornou o padrão de despejo mais restritivo, além de estabelecer que a borra só poderá ser encaminhada, através de caçamba, para o aterro sanitário. Após a audiência o promotor do Núcleo de Proteção ao Meio Ambiente, Alberto Fonseca, concedeu um prazo de 10 dias para que a Casal resolvesse os problemas, requisitando ao IMA a realização de perícia para constatar possível dano ambiental no local. Definindo para o dia 7 de outubro uma nova audiência, onde serão avaliadas as ações executadas no Emissário.
E parece que grandes obras frustradas são a principal razão para o crescimento desordenado da região sul de Maceió, causando sua gradativa e permanente desvalorização. A princípio idealizados e construídos com o propósito do desenvolvimento, muitos deles têm desencadeado uma escalada inversa, tornando áreas promissoras em periferias com todas as suas características e índices negativos. E não só na faixa litorânea, assim como do Jaraguá ao Pontal, Maceió perdeu a oportunidade de alavancar
O aspecto de abandono também contribui para a descrença da população. Quem passa pelo emissário se surpreende com o estado de preservação da estação. Meses atrás, o muro até recebeu uma pintura nova patrocinada, mas nada que se destaque diante de parte desabada do muro, da vegetação que cresce de forma desordenada e dos animais que frequentam o local constantemente. Com exceção dos vigilantes, nada parece funcionar e a impressão que fica é de que tudo está em ruínas e com operações desativadas. E diante de tantos problemas, e sendo tão pouco utilizado, será que o emissário é realmente uma boa saída para o saneamento básico de Maceió? O esforço para sua existência e possível
Obra frustrada
A urbanização da orla lagunar não trouxe progresso, mas calamidade Uma revista com a cara do Nordeste
ainda mais seu potencial socioeconômico e turístico, também, ao ver a urbanização da orla lagunar transformar a região entre os bairros do Trapiche e Vergel do Lago em um catalisador desenfreado de problemas.
O Dique Estrada Construído a partir de 1987, o Dique Estrada tinha como principal objetivo urbanizar a área ocupada da lagoa Mundaú afetada pelas enchentes. Na época, os moradores da região sofriam com os alagamentos das ruas nos períodos chuvosos e o então governador, Fernando Collor, define resolver o problema dragando a lagoa e aterrando toda a sua margem, ligando o continente a pequenas ilhas que ficavam próximas ao estádio Rei Pelé, tudo muito diferente do que vemos hoje. Posteriormente, construiu casas, praças, quadras e campos de futebol para os moradores, além de colônias de pesca e quiosques ao longo da nova avenida. O sucesso da obra na época foi espetacular. O local se transformou na principal área de lazer da capital e passou a ser frequentado por turistas, ganhando inclusive o apelido de Pajuçaras I e II entre os maceioenses. Com a construção dos conjuntos residenciais Virgem dos Pobres e Joaquim Leão, todas as favelas que margeavam a lagoa foram retiradas e a população cresceu vertiginosamente em função do interesse que a área passou a ter. O ápice desse momento bem-sucedido da região aconteceu no dia 19 de outubro de 1991, quando Maceió recebeu a visita do Papa João Paulo II no recém-inaugurado Papódromo, também construído por Collor, já como presidente, exclusivamente para a visita de Vossa Santidade a Alagoas.
A ideia de transformar a região em bairros de classe média não se materializou e o passado e presente do Dique Estrada podem ser caracterizados fielmente pelo que foi e o que é o Espaço Cultural Papa João Paulo II. Os cerca de R$ 30 milhões, em valores atualizados, utilizados numa obra que deveria destinar seu espaço para eventos culturais e religiosos, hoje pouco representa diante de uma estrutura entregue aos cuidados do tempo. E o resultado não poderia ser diferente sem qualquer manutenção e renunciado pelas autoridades, o local se transformou em depósito de lixo, especialmente de entulhos de construção, e em ponto de drogas e prostituição. Ao seu redor, uma enorme favela, afinal de contas elas estão de volta, cresce e só ajuda a agravar a situação, inserindo a lista de problemas, por exemplo, os altos índices de violência já associados à região. Da arquitetura moderna pouco restou. Grades, vidros e todos os equipamentos elétricos foram roubados, e o pouco que sobrou só representa perigo as pessoas que por ali passam, seja pela iminência de queda de pedaços da estrutura metálica ou pelo risco de assalto, já que delinquentes quebraram parte das paredes e aguardam as possíveis vítimas escondidos na base do palco. E o pior de tudo é que a resolução dos problemas parece estar distante da execução. Não existe projeto de revitalização e prefeitura e governo não assumem a responsabilidade direta sobre o papódromo. Em 2011, o então prefeito de Maceió, Cícero Almeida, confirmou esta ideia ao dizer que a responsabilidade não era de fato do Estado ou município. “Ele é do povo, é assim que está registrado”, disse na ocasião. Mas nada que não possa mudar, já que a atual gestão de Maceió já sinalizou o interesse em restaurar o espaço, embora ainda não tenha projeto ou prazo para a ação. De início, a prefeitura executou ações de limpeza, infraestrutura e iluminação no entorno do Papódromo, além de pequenos reparos como a terraplanagem na área do palco e a recuperação de vias nas proximidades. Muito pouco diante do que pode ser feito numa região com potencial ainda inexplorado. E quem percorrer o trecho que vai do Trapiche a Cambona não irá encontrar nada muito diferente do que acontece com o papódromo. Ao longo da orla lagunar só os campos de futebol de várzea sobreviveram, e o ambiente organizado da década de 80 ganhou um aspecto de caos, onde a insegurança e a lei do tráfico convivem com os moradores das diversas favelas que insistem em ocupar a faixa entre a avenida Dique Estrada e a lagoa. E mesmo diante das constantes ações, governo a governo, de desapropriação e relocação destas famílias para conjuntos residenciais, parece que elas se multiplicam e voltam ainda maiores. Depois de Collor, iniciativas como as do residencial São Pedro, construído no governo de Cícero Almeida, que iniciou um novo projeto de revitalização que partia da levada, também não surtiram o efeito desejado. Espaços culturais encontram-
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Novas tentativas
Projetos de urbanização do Dique Estrada são uma constante
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se danificados ou abandonados e, assim como o papódromo, tornaram-se ponto de tráfico e prostituição, inclusive infantil. Além de resolver a questão da habitação no local, é preciso também separar o joio do trigo para que o ciclo atual entre obras de melhorias e retorno de problemas não permaneça. E os exemplos não vêm apenas da orla lagunar. Temos um em curso que, caso não seja gerenciado, terá o mesmo final do que acontece no Dique Estrada. Construído dentro do plano de reurbanização do Jaraguá, o Conjunto Habitacional Vila dos Pescadores, que fica na praia do Sobral, deveria ter desocupado toda a favela do Jaraguá, mas 66 famílias ainda moram no local e insistem na permanência. Caso o imbróglio não seja resolvido, além da prefeitura municipal ter que devolver os R$ 24 milhões já liberados para a obra pelo Governo Federal, teremos mais uma obra mal resolvida para acrescentar a lista de problemas. Diferente dos pescadores do Jaraguá, que possuem costumes e toda uma cultura que deve ser preservada, muitos moradores do Dique Estrada aproveitam-se da oportunidade lhes dada. Não adianta dar casa a quem não a quer de fato e se utiliza da conveniência de adquirir um bem e logo depois revendê-lo, voltando inclusive a construir barracos à beira da lagoa. Não adianta investir milhões, revitalizar uma área inteira e no final de tudo se deparar com a ausência de um plano de gestão que assegure a manutenção do local e, consequentemente, que o investimento não seja jogado pelo ralo. Não adianta combater a violência quando se cria espaço propício para a atuação de criminosos. Não adianta coleta periódica de lixo se parte dos moradores não possui consciência ambiental e continua jogando lixo onde não deve. Não adianta boa iluminação pública se vândalos depredam lâmpadas para que a escuridão facilite seu trabalho delituoso. Não adianta sanear bairros inteiros se os dejetos continuam sendo lançados na lagoa por barracos irregulares construídos por falta de fiscalização.
Resultado inesperado
Progresso em consequência da Salgema nunca se concretizou
Vimos até aqui que os problemas não têm sido ocasionados unicamente pela falta de ações, elas existem, mas necessitam de administração contínua. E não esqueçamos que as falhas não são exclusividade do poder público e da passividade da sociedade. O setor privado por vezes desencadeia problemas
aos que sequer estão associados diretamente a sua atividade e, no caso de nossa discussão, possui papel de destaque, sendo também apontado como fator determinante para a desvalorização da região. Tão logo iniciávamos nosso questionamento de capa e a resposta era praticamente automática: “Salgadinho e Braskem”. Era assim que as pessoas resumiam os responsáveis pela falta de investimento no sul da capital alagoana.
Da Salgema à Braskem Localizada entre os bairros do Trapiche e do Pontal da Barra, a Braskem tem sido alvo de duras críticas em razão dos acidentes ocorridos nos últimos anos, afetando tanto colaboradores e a comunidade em seu entorno como o meio ambiente. Outro fator para o descrédito atual está na associação direta que as pessoas fazem da região com o turismo, motivo pelo qual há um maior interesse da sociedade pelas questões que envolvem, por exemplo, o riacho Salgadinho e o emissário submarino. Está intrínseco que o desenvolvimento, neste caso, seria caracterizado pela ocupação da área por resorts de luxo, restaurantes e bares na orla, algo natural para quem está acostumado a ter como referência o que se vê na Ponta Verde e Jatiúca. A discussão entre indústria e turismo é antiga e ganha força a partir do momento em que se debatem as vantagens de cada atividade. Embora a Braskem seja a maior empresa privada de Alagoas, com faturamento e geração de impostos de fazer inveja, por exemplo, a qualquer usina de açúcar, estes números não se distribuem em larga escala na questão de geração de renda, sendo muito concentrados, o que distancia a empresa da opinião pública em seu favor. No caso do turismo, mesmo que a arrecadação seja inferior, a quantidade de setores ligados à atividade gera uma maior interação comercial, criando a ideia de que mais pessoas são beneficiadas. Ideia que pode ser real para o caso de cidades com vocação turística como Maceió. Embora não haja estudos comparativos, algo de valor imensurável cai sobre a questão: a ausência dos riscos nas tarefas e a qualidade de vida proporcionada pelo trabalho, ambos opostos às atividades da multinacional. Cabe esclarecer que a interpretação atual da sociedade é fruto de uma escalada de erros que não cabe apenas a Braskem, já que a unidade de cloro soda instalada na praia do Sobral iniciou sua operação, em 1976, ainda como Salgema e sob a administração de outros gestores. Na época, a implantação da empresa representou para Alagoas a redenção para a economia do estado, principalmente pelo faturamento, arrecadação de Uma revista com a cara do Nordeste
Presença inóspita
Desapropriação gera áreas perigosas e desvaloriza região
desapropriar a área de seu entorno criando o Cinturão Verde, que naquela ocasião não se tratava de um criadouro conservacionista e posto avançado da reserva da biosfera como é hoje, isso só ocorreu já sob a gestão da Braskem. Em 1985 o propósito era outro, apenas distanciar os problemas da fábrica daqueles que podiam ser afetados mais diretamente no caso de um erro operacional. A essa altura o argumento de que a empresa geraria milhares de empregos e impulsionaria a vinda de novas indústrias já não tinha credibilidade e a região começou a desvalorizar-se em progressão geométrica. Os que tiveram a oportunidade saíram da região e outros permanecem, por exemplo, pela impossibilidade de um bom negócio imobiliário. Segundo o consultor de imóveis Mauro Lins, uma casa na região pode perder até 50% de seu valor, o que desestimula a venda, mesmo sabendo que a possibilidade de encontrar um comprador será mínima. E com o passar do tempo, a área que possuía um enorme potencial e estava no caminho natural da expansão urbana da cidade, viu seu desenvolvimento estagnar e, pior, ter incorporado a seu convívio as mazelas comuns a regiões menos favorecidas.
ICMS e geração de emprego e renda esperados; o que não se concretizou, dando lugar a uma sequência de impactos econômicos, sociais e ambientais, sobretudo, para os moradores dos bairros do Trapiche e Pontal da Barra. Até hoje muitos defendem que a instalação da empresa foi um erro de planejamento. Outros afirmam que tudo não passou de interesse político, onde as questões socioambientais não foram levadas em consideração, liberando a construção numa área de restinga e com interferência direta na comunidade. O acordo para a instalação aconteceu em 1970, no governo de Afrânio Lages, quando a Salgema Indústrias Químicas perfurou o primeiro posto de sal-gema em Maceió, sendo ratificado no governo de Divaldo Suruagy que, em fevereiro de 1977, viu a empresa entrar em operação. O principal objetivo para aberturas de exceções era garantir que não ficássemos apenas como fornecedores de matéria-prima, perdendo toda a produção para Sergipe. Independente do mérito da decisão, a criação da Salgema tinha um objetivo maior, a diversificação do perfil industrial alagoano, proporcionando ao estado a oportunidade de se transformar em um grande pólo fabril em função da matéria-prima fornecida, fato que, hoje, 37 anos após o início de sua operação, ainda não se concretizou. As razões? Assim como no caso da Salgema, as causas seriam novamente interesses políticos, desta vez priorizando a continuidade do modelo secular dependente da monocultura da cana-de-açúcar. Especulações que se mostram equivocadas, afinal, a chegada de um novo setor industrial ao estado não criaria qualquer tipo de concorrência. Por si só, a empresa vem cumprindo seu papel em relação ao crescimento de produtividade e, consequentemente, da arrecadação. Desde 1979, quando foi realizada a primeira ampliação de suas atividades, os números não param de crescer e, ano a ano, batem recordes em relação aos exercícios anteriores. O problema é que no quesito geração de empregos e renda a ordem não é a mesma. O número de funcionários tem caído e sindicalistas apontam o efetivo inferior à demanda como o principal responsável pela falta de manutenção e os respectivos acidentes ocorridos. A partir da década de 80 os problemas se intensificaram quando a empresa recebeu novos acionistas e tinha como meta sua duplicação, o que necessitaria a retirada de moradores da região. Na época, a sociedade saiu em defesa dos moradores do Pontal da Barra e eram comuns as pichações no bairro que demonstravam o descontentamento da população e a preocupação com os riscos que a empresa representava. A ampliação caiu por terra, mas a eminência de um vazamento ou explosão obrigou a Salgema a www.OUSHBrasil.com.br
Após um período como Trikem, nome herdado da privatização concluída em 1981, a empresa passou a ser controlada pelo Grupo Odebrecht a partir de 2002, quando passou a chamarse Braskem. A nova marca resgatou os ânimos e, diferente de sua antecessora, criou um canal de relacionamento com a comunidade, interessando-se e criando projetos que promovessem o desenvolvimento, essencialmente, do Pontal da Barra. A construção de escolas e espaços de lazer, a realização de eventos culturais e esportivos, a disponibilização de cursos profissionalizantes e a contratação de parte dos moradores através de suas terceirizadas, criaram um contato mais estreito e, somado as atividades relacionadas a treinamentos de segurança, reacenderam as expectativas voltadas à melhoria da região. Mas todo esforço não representa nada diante de um acidente. Neste caso, toda a credibilidade construída desaba em questão de segundos e toda a desconfiança em relação à segurança e viabilidade volta à tona ainda mais forte. E, infelizmente, não faltam motivos para que o questionamento perdure. Incidentes como o vazamento de cloro que afetou mais de 150 pessoas em 2011, acidentes como o que atingiu 05 colaboradores de uma prestadora de serviços no mesmo ano e notificações emitidas pelo Instituto do Meio Ambiente – IMA, por poluição da lagoa Mundaú, apenas direcionam a opinião pública para um viés contrário a empresa. Sabemos que o modelo de Segurança da Braskem é baseado em padrões que buscam a excelência, mas como acreditar nisso se os resultados se mostram diferentes? A imagem negativa também é reforçada pelo que se vê ao passar pela região. Quem segue em direção ao Pontal da Barra, passando pela Praça Pingo D´água no Trapiche, se surpreende com a área que fica entre o muro da fábrica e a lagoa. O que poderia ser destinado à atividade turística, com uma bela vista para a lagoa, hoje não passa de uma região desabitada, como de fato deve ser,
Desconfiança
George Alves não viu melhorias após a chegada da Salgema
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mas propícia a assaltos e utilizada apenas por usuários de drogas. Mais a frente, o antigo Motonáutica Lagoa Clube, abandonado e entregue as traças após sua transferência para as proximidades do Detran. Nem o campo de futebol que alegrava os sábados e domingos dos clubes de rua do Pontal e Trapiche existe mais. Tudo agora é um imenso corredor sem qualquer funcionalidade. Os próprios moradores costumam evitar o local e se queixam da falta de segurança naquela região. E quando questionados sobre como se sentem com a presença da Braskem, não encontramos ninguém que a defendesse. Todos manifestaram insegurança e se mostraram indignados com a falta de oportunidades que a empresa gera. “Eles nos enganam com essa história de que a fábrica é segura e que estão aqui pra nos ajudar. Eu moro no Pontal há mais de 50 anos e desde que a Salgema chegou aqui que só vejo as coisas piorarem. De bom, só os empregos que ela trouxe”, disse o pescador George Alves de Carvalho, de 53 anos. De fato a escolha da localização para a instalação da Salgema foi um grandioso erro, quase que irreparável. Mas é preciso compreender que a solução para o desenvolvimento não se caracteriza, por exemplo, com uma simples transferência da empresa para o Distrito Industrial de Marechal Deodoro, como muitos defendem. Antes disso, e mais importante, se faz necessário a resolução dos problemas que não estão associados aos processos industriais e que aqui foram citados ao longo da discussão dos demais entraves causados, também, pela poluição do Riacho Salgadinho, pela inoperância do emissário submarino e pela desordem urbana do Dique Estrada e bairros próximos.
É possível melhorar? Embora pareça fácil apontar problemas e potenciais culpados, esta tarefa se faz necessária para que a discussão se enriqueça e, diferente do passado, não crie ações que, apresentadas inicialmente como soluções, se configurem ao passar do tempo como novas dificuldades ou desculpas. Quando buscamos uma solução para a decadência da região sul de Maceió, por exemplo, apostamos que esta depende, sim, da permanência da Braskem. Mas, mais que isso, ela depende também da consolidação de Alagoas como o centro da cadeia produtiva do plástico no Brasil. Apostamos ainda que ela não se concretizará sem a participação do emissário submarino, muito embora sua performance esteja diretamente ligada a uma rede de saneamento ampliada e eficiente ainda inexistente e que proporcionaria, dentre vários benefícios, a despoluição do Salgadinho. Um passo importante a ser dado é que projetos não estejam ligados apenas àqueles que os criem. O ideal seria o comprometimento do poder público para que as decisões tomadas não sejam partidárias, permanecendo sob a responsabilidade do estado ou prefeitura independente de sucessão eleitoral. Assim, qualquer medida seria melhor analisada antes de sua aprovação e não presenciaríamos a avalanche de obras a cada quatro anos, nem o direcionamento de erros a gestão anterior em todo início de mandato. Garantindo, desta forma, que erros como os que verificamos
na reportagem não continuem, quando boas propostas já colocadas em prática e projetos concluídos são desperdiçados por falta de gerenciamento, negligenciando todo o esforço e investimento aplicado e, mais grave, retornando a problemática à estaca zero num futuro bem próximo. E a sociedade não é mero espectador nessa história. Ela deve ser atuante não apenas no sentido de fiscalização como também em suas ações. Não deve se limitar a reclamações frente a falhas do poder público e privado, isentando-se de culpa quando, por exemplo, joga lixo nas ruas e não percebe que ele acaba indo parar no leito do Salgadinho e, por fim, na praia da Avenida. Conscientizar-se que fazemos parte tanto das causas quanto das consequências é crucial para que as coisas comecem a mudar. E não se trata de um efeito em cadeia, onde tudo parte da população. O ciclo depende também de ações do governo voltadas à sociedade e das empresas para com seus colaboradores, todos envolvidos no problema e na busca de soluções. A proposta é que em breve não tenhamos os mesmos motes de campanha, sempre direcionados ao que não funciona na cidade. Que tal, ao invés de “Iremos reurbanizar o Dique Estrada”, ouvirmos “Após reurbanizarmos o Dique Estrada, agora iremos despoluir o Salgadinho”? E tudo já pode começar agora, afinal já estão assegurados pelo Governo Federal, R$ 15 milhões para que a prefeitura de Maceió execute o projeto de desassoreamento da lagoa Mundaú, o que contribuirá para a melhoria da renda dos inúmeros pescadores que vivem da lagoa. A ação representa a primeira etapa do projeto de urbanização que contará, por exemplo, com a construção de uma via lagunar de 13 km de extensão entre os bairros do Bom Parto e Rio Novo. Ao longo de nossa discussão vimos muitas oportunidades como esta não serem aproveitadas, mas isto não significa que tudo continuará funcionando desta forma. As causas começam pequenas, os problemas se mostram maiores e a solução passa por obstáculos gigantescos, mas, como disse o físico alemão Albert Einstein: “Os problemas não se resolvem no mesmo nível de compreensão em que se geram”. Persistamos!
Pode ser melhor
Na teoria a Maceió dos sonhos já existe, mas na prática... Uma revista com a cara do Nordeste
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MODA & ESTILO
86 Tribalizando a A moda tribal vai além do guarda-roupa feminino. Saiba um pouco mais sobre a origem, inspiração, quando fez sucesso e o que é permitido na tendência conceitual que faz parte das passarelas. Reforçando a tendência tímida de 2012 e em alta nas passarelas de 2013/2014, a moda Tribal e Étnica ou Tribal Print é atemporal e traz estampas diferentes em seu próprio estilo, na maioria das vezes em duas cores ou com algumas que prometem alegrar o verão. As origens são diversas, o estilo recorda os ancestrais. São estampas de bichos, grafismos, maxi colares, brincos e braceletes, e mais os conhecidos e antigos turbantes. Detalhes rústicos em vários materiais como madeira, camurça, couro e pedras, que são usados para trazer o moderno para as tribos e permitindo que a tendência encurte a regionalidade. Sucesso da década de 70, a moda que inspirou os hippies voltou de vez. Paz, amor e muita cultura! É a riqueza de detalhes que valorizam e dão vida a qualquer look. O tribal na moda proporciona que a relação entre a linguagem dos povos e a vontade de cada um ser o que quiser seja percebida no modo de se vestir, na troca de roupa. É a versatilidade de mesclar estilos.
vibrantes e das figuras de conceito acompanham as tradições, que são impressas de várias maneiras... Tatuagens, cases para smartphones, shorts, lenços, bijous, biquínis, sapatos, unhas e até papel de parede e decoração de casas. Tudo isso em tons terrosos, mix de estampas, texturas e com padrões diferentes. As estampas vão da geometria com losangos até os florais. Esta tendência vai além do guarda-roupa feminino, os homens já podem contar com blusas que tem o conceito inserido em caveiras, por exemplo. É um novo jeito de vestir e fazer moda que utiliza variações de estampas e cores. Uma coisa que veio antes da moda, foram as tatuagens tribais... Quem faz, na maioria das vezes, procura um significado e algo que o representa, indo além da beleza dos desenhos que ficarão marcados no corpo para sempre. Como nada em exagero é bom, as combinações devem ser feitas com equilíbrio, que pode vir de peças básicas de cores sóbrias, roupas lisas e neutras. Mas caso você queira ousar, é só usar com cuidado. Duas opções interessantes são as combinações com listras ou bolinhas. Quando você usa uma moda conceitual, você rompe fronteiras inconscientemente. Boa ideia para quem gosta de olhar o guarda roupa da mãe e da avó e consegue resgatar algumas peças. É o antigo e o novo se juntando para mudar o conceito atual. Vista, ouse, misture e entre de cabeça nessa onda que promete durar muito tempo. “Quem tem estilo, faz moda.” - Kleber Novartes, escritor.
Fotos Divulgação
Com o preceito de que tudo é permitido, na moda não existem fronteiras. É a mistura dos índios, esquimós, nômades, povos latinos, afros e até os orientais e egípcios que dão um pouco da sua cultura para povos diferentes. Os que estão em alta no momento são desenhos inspirados nos índios americanos como a tribo Navajo e os astecas. A tribo Navajo chama atenção pra os ritos voltados para o Sol. Representando a luminosidade e o calor, a cultura que seu lado mais forte vem da energia solar. A inspiração das cores fortes, quentes e
Por Amanda Vasconcelos Fotos Divulgação
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a s o m a f a r e c e h n o c a h Ven n o s s i d a R Feijoada s o d a b á S s o Todos .
a t le p m o c a d Feijoa
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Av. Dr. Antônio Gouveia, 925, Pajuçara - Maceió - Alagoas (82) 3202 4900
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GASTRONOMIA
88 Acertando na escolha
Por Antonio Maria do Vale Fotos Divulgação
Nada mais comum que convidar os amigos para um jantar em sua casa. Mas, após definir o cardápio sempre surge a dúvida: que vinho servir? Pra não errar, OUSH traz um guia com as combinações ideais. Para os especialistas a justificativa é simples: os vinhos degustados durante a refeição são um molho à parte. Por isso a importância da escolha de acordo com o prato que será servido. E até mesmo os apaixonados pela bebida ficam na dúvida na hora de definir qual o mais apropriado para cada ocasião. Na realidade não existe um guia infalível ou a fórmula perfeita para não errar, nem é preciso ser expert no assunto ou um sommelier, bastam algumas dicas simples para adquirir a garrafa certa e a fazer a combinação ideal com a comida. Para começar, nem sempre o melhor vinho é aquele que custa mais caro. Muitas marcas brasileiras possuem vinhos de excelente qualidade e garrafas internacionais estão com preços cada vez mais acessíveis e passam a ser encontradas em muitos supermercados. Uma regra interessante a seguir é a da cor: tinto para carnes vermelhas e branco para as demais. Isto porque os vinhos tintos possuem sabor mais acentuado, pedindo receitas mais condimentadas, e os brancos costumam ser mais suaves, devendo ser direcionados a pratos que não cubram seu sabor. No caso dos brancos muito doces, prefira servi-los ao final das refeições, na hora da sobremesa; se forem secos, poderão atuar como aperitivos.
Champanhe (espumante)
Uva branca mais popular do mundo, produzindo vinhos diversificados. Seu sabor está associado a pêra, laranja e avelã. Principais vinhos Chardonnay Delicato, Chardonnay Haywood, e Chardonnay Club des Sommeliers Carta Vieja.
Principais vinhos Cordon Rouge, Moët ET Chandon e Cava Cristalino.
Aperitivos e entradas Cogumelos, petiscos com molho tártaro, guacamole e queijos cheddar, provolone e emmenthaler. Foto Divulgação
Aperitivos e entradas Pretzel, ostras, quiche, onin rings, caviar e cogumelos. Foto Divulgação
E mesmo que a dúvida permaneça, afinal são muitos detalhes e uma infinidade de opções, saiba que o gosto pessoal está acima de qualquer coisa. A avaliação de um renomado crítico, poderá não significar nada por incompatibilidade de gosto. O melhor vinho do mundo será sempre aquele que você mais gosta.
Chardonnay
Tipo específico de vinho, mas, para facilitar o entendimento, qualquer espumante, seja ele produzido pelo método champenoise ou outros. Tem o sabor associado ao limão, avelã, mça verde e alguns matizes florais.
Pratos principais Salmão, lagosta, comida chinesa e sushi.
Se o encontro for mais divertido, um bom tinto será bem vindo acompanhado de queijos. Mas se o convite foi para um jantar, saiba que comidas gordurosas combinam melhor com vinhos mais ácidos. Se a opção for por pratos leves, com sabor suave, prefira vinhos na mesma intensidade, garantindo uma equidade entre eles. Outro ponto importante é a escolha do molho. Eles são até mais decisivos que o tipo de alimento na hora de escolher o vinho. Na maioria dos casos é fácil: massa pede vinho tinto, mas, se o molho for branco, a regra também serve para o vinho que acompanhará o prato. E pra finalizar, não esqueça de servir o vinho em uma taça, a haste não permitirá que o calor da mão passe para a bebida e seu formato ajuda a sentir melhor o aroma do vinho. E só mais uma, como estamos no Nordeste, coloque o vinho tinto na geladeira vinte minutos antes de servir e, no caso do branco, com uma hora de antecedência, colocando a garrafa sempre num balde com gelo.
Pratos principais Camarão, lagosta, salmão, galinha e macarrão (molho branco).
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Pinot Grigio
Pinot Noir
Vinhos produzidos com esta uva branca possuem toques minerais, de limão, ervas ou maça. O sabor também é associado à rúcula com bastante frequência.
Produz sabores diversificados, embora comuns, sempre relacionados à framboesa, cereja ou groselha. Dependendo da região, poderá ter tonalidades diferentes.
Principais vinhos Pinot Grigio Armani, Pinot Gris Isabel Estate e Gimblett Gravells.
Principais vinhos Reserva da família Alfredo Roca, Yering Station e Reserva Miolo.
Pratos principais Comida chinesa, comida tailandesa, porco, salmão, galinha, pratos com curry e leite de coco.
Aperitivos e entradas Azeitonas, foie gras e queijos cheddar ou de coloração amarela. Foto Divulgação
Foto Divulgação
Aperitivos e entradas Caranguejo frito, ostras, mexilhões e queijos guyére, comte ou emmenthaler.
Merlot
Cabernet Sauvignon
Uva tinta típica da região de Bordeaux, na França. Contém toques de frutas silvestres e também de canela e anis.
Uva tinta ideal para vinhos que necessitam envelhecer. De cor forte, possui sabores associados ao cravo, pimenta-preta e pimentão.
Principais vinhos Château Latour, Club des Sommeliers Carta Vieja e o brasileiro Reserva da Serra.
Principais vinhos Gran Coronas Miguel Torres, Salton Volpi e Cabernet Sauvignon Le Bronche Parri.
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Aperitivos e entradas Nozes e queijos cheddar, mozarella ou gouda. Foto Divulgação
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Aperitivos e entradas Azeitonas e queijo roncal ou gorgonzola. Pratos principais Carne bovina, peru, salmão, costeletas de carneiro, pizza e pratos mexicanos.
Pratos principais Cordeiro, salmão, pato, carne bovina e porco.
Pratos principais Macarrão (molho vermelho), cordeiro, pato, frango e carne bovina.
LUXO BARATO
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Dry Martini Por Antonio Maria do Vale Fotos Divulgação
Agente secreto mais famoso de Hollywood, 007 sempre aparece em seus filmes dirigindo super carros, vestindo ternos impecáveis e conquistando lindas mulheres. Para nós mortais, resta provar seu drink favorito. Imortalizado por James Bond no cinema, o Dry Martini é o mais requisitado drink do planeta. Inventado em 1910, em Nova Iorque, pelo barman Martini de Arma di Taggia, surgiu por exigência do magnata americano John D. Rockefeller, que queria uma bebida ao mesmo tempo simples, mas sofisticada. A partir dali, a combinação perfeita entre gim, vermute e azeitona, tornou-se a bebida mais famosa do mundo. A receita fiel do coquetel é simples, mas repleta de detalhes. Pra começar, diferente do agente no filme “Os diamantes são eternos”, nada de pedir para bater o drink, ele deve ser apenas mexido. Bond, inclusive, altera por diversas vezes os ingredientes que compõem a bebida. Tudo começou já no primeiro filme da série, 007 contra o satânico Dr. No, quando James sugere ao vilão, Vodka no lugar de Gim. Em 007 Cassino Royale, em meio a um jogo de pôquer, o agente também muda o drink ao pedir novamente com Vodka, acrescentando ainda, meia dose de Kina Lillet.
Fotos Marcio Mrotzeck
Algumas dicas são importantes na hora de preparar o drink: A taça deve ser a tradicional para que você a segure pela haste, evitando o aquecimento rápido da bebida; Esqueça o gim nacional, prefira as marcas do Reino Unido; Guarde tudo na geladeira, inclusive a taça e a coqueteleira, assim você precisará mexer menos os drink antes de servir; Use cubos inteiros de gelo, evite pedaços; Procure usar o vermute francês Noilly Prat. Agora basta colocar 60 ml de gin e vermute na coqueteleira e mexer com a ajuda de uma bailarina ou colher de cabo longo. Não esqueça: jamais bata. Por fim, jogue uma azeitona no palito no fundo da taça e, caso queira, finalize com uma raspa de limão siciliano. Prontinho! Já pode se sentir um agente secreto em missão de espionagem.
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Como parte das comemorações dos 65 anos de fundação da Rádio Difusora de Alagoas, o Instituto Zumbi dos Palmares prestou justa homenagem a Edécio Lopes em evento que aconteceu no ultimo dia 20 de setembro, no Teatro Deodoro. O Tributo a Edécio teve documentário em vídeo sobre o profissional e apresentação musical com artistas alagoanos. Alagoano de coração, o radialista foi também poeta, escritor e compositor, e completaria agora em 2013 80 anos de vida.
Jovem, talentoso, carismático e cheio de boas energias. Esse é Iago Tenório, a mais nova descoberta da música alagoana. Com apenas 20 anos, já conquistou uma legião de pessoas com sua voz e seu talento com o violão. Vindo de uma família de músicos, Iago demonstra uma intimidade ímpar com a música desde os 14 anos. No ano de 2012, aceitou o convite para ser vocalista da banda de sertanejo e arrocha “Na pegada”, que já fez shows em vários lugares do estado. Há seis anos ele busca se destacar no meio musical e vem ganhando cada vez mais força e mais admiradores. “Só quem canta sabe como é a emoção de estar ali, fazendo o que você gosta e percebendo que aquilo ta agradando as pessoas. Com certeza, nunca largarei a música! Musica é vida, é arte, coisa que nunca deixarei de lado, vou levar sempre comigo e nunca desistir de um dia ser reconhecido!” .
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Affarra em nova formação
Foto Divulgação
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Um dos maiores nomes do rádio alagoano, Edécio Lopes desde cedo se apaixonou por essa atividade de comunicação, iniciando a carreira no vizinho estado de Pernambuco, de onde era natural. Durante a trajetória de mais de 50 anos de atuação, passou por várias emissoras nos dois estados. Criou e tornou referência o “Manhãs Brasileiras”, um dos programas mais duradouros e importantes do rádio alagoano. Nele, passaram artistas e cantores dos mais variados gêneros da Música Popular Brasileira.
Iago Tenório ganhando espaço
Além de lançar sua nova música de trabalho, “Vai saber”, composta por Hermann Houly, a banda apresenta sua nova formação de integrantes. Além do novo vocalista Juninho Almeida, ex vocal da banda Duharém, também apresenta o novo percussionista Silas Paz e o novo baixista Jah Bass, enquanto Hermann Houly (guitarrista e fundador da banda), Gregor Gama (tecladista e também fundador) e Alysson Paz (baterista) permanecem desde que a banda foi criada, e contam também com o apoio de Leo Negri (técnico de áudio) e Kadu Santos (produtor). O foco musical da banda não sofreu mudanças, porém, procura sempre atualizar o repertorio, e atualmente entra no embalo da onda do arrocha universitário e do sertanejo, sem deixar de lado o axé, que é a principal influência e característica da banda. Sucesso!
Sabáki Carnaval 2014
Foto Marcio Mrotzeck
A Sabáki está se preparando para trazer seus ensaios novamente para Orla de Ponta Verde, aos domingos a partir das 14h entre as barracas Lopana e Kanoa, serão retomados os ensaios abertos onde é possível curtir e participar do #EnsaioBlocoSabaki para o Carnaval de 2014.
Unidade Nova Praia lança CD
A Banda iniciou seu trajeto em meados de maio de 2011, no encontro de músicos que já se conheciam há bastante tempo e que, motivados pela intensa sincronia existente nos gostos e intenções musicais, resolveram se unir no intuito de montar um projeto em que as experiências artísticas, inerentes a cada um, fossem expressadas sob a ótica de um som uniforme, dançante e, ao mesmo tempo reflexivo. Nesta linha, a Unidade Nova Praia coaduna em seu som características rítmicas do Ska, Rocksteady, Dub e Ragga. A isso se somam referências harmônicas da música popular brasileira e letras que descrevem, poética ou literalmente, situações vividas e reflexões sociais e pessoais. Membros: Pedro Soares, Alex Campos, Henrique Cardeal, Diogo Rezende e Caê Mancini. Influências: Família Marley, Skatalites, Alton Ellis, Katchafire, Sublime, Marvin Gaye, Arnaldo Antunes, Jorge Bem, Natiruts, etc.
O bloco oficial #SabakiEvolution deverá sair em fevereiro no embalo agitado do Pinto da Madrugada. É possível ainda obter informações sobre a Oficina Sabáki, que se conceitua basicamente no trabalho com os instrumentos da escola de samba (surdo, caixa, repique, tamborim, agogô, chocalho e cuíca) em uma atmosfera musical mais ampla. Acompanhe a Banda Sabaki no Instagram e Facebook e fique por dentro de toda essa programação.
Compositor á vista!
O jovem alagoano Hugo Novaes começou a compor ainda com 14 anos, e não parou mais. Hoje, com 25 anos e formado em direito, nunca deixou de lado a paixão pelas palavras. Sua primeira música, “O mais cobiçado”, foi gravada pela banda “Soberanos do Forró” no ano de 2007, e desde então suas composições tem sido gravadas por inúmeras bandas consagradas de Maceió, Recife e até Goiânia, como a banda Santroppe, Aloha, Los Borachos Enamorados, Duharém e Arroxados do Forró. Hugo tem suas músicas registradas e catalogadas na ABRAMUS (Associação Brasileira de músicas e artes), na qual é afiliado. Segundo o compositor, já surgiram propostas para se tornar cantor, e é algo que pode acontecer, mas nada que o faça perder o foco das composições. Desejamos sucesso!
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OUSHMUSIC
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Tributo a Edécio Lopes
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ESPORTES
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The Brazilian Storm
Por Antonio Maria do Vale Fotos Divulgação
O país do futebol também tem uma seleção de estrelas no surfe. Vivendo sua melhor fase no esporte, o Brasil apresenta seu melhor time nesta temporada e aposta em grandes conquistas no circuito WCT. O Brasil nunca teve um campeão mundial de surfe. Mas, o americano Kelly Slater, 11 vezes campeão mundial, e os australianos Joel Parkinson, campeão de 2012, e Mick Fanning, atual líder do ranking, que se cuidem. Nunca o Brasil apresentou uma safra tão boa de surfistas como nesta temporada. E agora eles já não são mais meros coadjuvantes e metem medo nos gigantes sempre que disputam uma bateria. Partindo do Free Surfing e chegando até a elite do surf mundial, os brasileiros estão detonando nas manobras e, ao subir em suas pranchas, têm causado muita surpresa nos gringos, principalmente pela grande evolução que apresentam na arte de rasgar as ondas. Está mais evidente do que nunca que a nova geração de surfistas brasileiros está caminhando rumo a quebra de recordes. E o time é bem eclético, indo da galera das marolas, ondas pequenas, até a tropa de elite do Big Surf, que se joga nas grandes ondas com a ajuda do jet-ski na modalidade conhecida como Tow-in. Este grupo de jovens arrojados estourou no Circuito Mundial ainda em 2011, quando ainda eram considerados azarões ao vencer baterias contra as grandes feras. Mas as vitórias deixaram de ser corriqueiras e os representantes brasileiros foram apelidados de “Brazilian Storm” pela mídia especializada. Esperamos que a tempestade dure e que a bonança venha ao final das etapas com o título mundial para um deles.
Adriano de Souza, o Mineirinho, é um dos principais surfistas brasileiros no Circuito Mundial de 2013.
Uma revista com a cara do Nordeste
Raoni Monteiro - 30 anos
Miguel Pupo - 21 anos
Vencedor da segunda etapa do WCT de 2013, o Rip Curl Bells Beach. Suas rasgadas, que levam a prancha ao limite da onda, são de fazer qualquer um ir se surpreender.
Se jogou na onda mais sinistra do circuito de 2012, em Cloudbreak. Sua moral cresceu ao eliminar o atual campeão do World Tour, Joel Parkinson, no Rip Curl Bells Beach 2013.
Sabe dropar muito bem uma onda. Principalmente de Back Side, o que o deixa muito perigoso em ondas de esquerda. É possível notar uma rivalidade sadia entre ele e Medina.
Gabriel Medina - 19 anos
Alejo Muniz - 23 anos
Filipe Toledo - 18 anos
Evoluiu bastante nos tubos, mas o seu forte são os aéreos incríveis, um dos melhores do WCT. É um dos principais surfistas da Brazilian Storm no circuito mundial deste ano.
Assim como Raoni, seu diferencial é a base boa para surfar ondas grandes. É a principal revelação da Brazilian Storm e pode ser surpresa no pódio de alguma etapa.
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Adriano de Souza - 26 anos
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Já nasceu com sangue de campeão. Filho do Bicampeão brasileiro, Ricardo Toledo, o jovem surfista mostra sua habilidade desde criança.
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SEGURANÇA
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Por Marcio Mrotzeck Fotos OUSH! Brasil/Arquivo Pessoal Colaborou Amanda Vasconcelos
Com eles não há tempo ruim, como o próprio mote do Batalhão diz: Missão dada é missão cumprida. Popularizado (e por que não eternizado?!) pelo filme Tropa de Elite, o BOPE, Batalhão de Operações Policiais Especiais, saiu do anonimato e se tornou uma das unidades mais temidas do Brasil. Criado no Rio de Janeiro em 1978, o batalhão surgiu após a tragédia no “Galpão da Quinta” em 1974. Durante uma rebelião da década de 70, o major Darcy Bittencourt, diretor do Instituto Penal Evaristo de Moraes ou popularmente chamado de Galpão da Quinta, foi feito de refém por criminosos que tentavam fuga e morto junto com alguns presos após a intervenção policial. Em trágico desfecho e promovido a coronel após sua morte, Bittencourt inspirou o inicio do batalhão. Foi o então Capitão da PMERJ, Paulo César de Amêndola que propôs ao comandante geral a criação de um grupo de policiais que fossem especificamente treinados para atuar em ações de risco e intervir quando a policia convencional não dava jeito. Foi assim que nasceu o NuCOE, Núcleo da Companhia de Operações Especiais em janeiro de 1978 e continua assim até hoje. No inicio o NuCOE tinha formação voluntaria, eram policiais com integridade moral e especializações especificas nas Forças Armadas, entre as principais estavam o Estágio de Operações Especiais, Curso de Guerra na Selva e o CONGUE, Curso de Contra Guerrilha. A nomenclatura do Batalhão no Rio de Janeiro só mudou para a conhecida hoje em 1991, mas, apenas em 2000 a unidade conseguiu sua própria sede. Apesar do conhecimento dos policiais e do treinamento diferente, foram quase duas décadas depois que o BOPE começou a se modernizar. O episódio é mais recente e muita gente deve lembrar-se do “Sequestro do ônibus 174”, na época veiculado na mídia a cada minuto. Em junho de 2000, um ônibus carioca que faz a linha 174 foi o marco responsável pela mudança, o mal sucedido desfecho terminou com a morte de uma refém e do sequestrador, consequências em várias pessoas e além da indignação, assustou a população, mas, foi a partir dai que o Batalhão se tornou uma unidade especializada em todo tipo de ocorrência de alto risco e referência em treinamento em todo país. No Rio de Janeiro o BOPE tem como uma das suas missões a pacificação. Com a onda de violência urbana vinda a partir dos anos 80, a politica de Segurança Pública está fortalecida com a pacificação das comunidades, com a implantação das conhecidas UPPs.
Em Alagoas
Foto Marcio Mrotzeck
Em Alagoas o BOPE nasceu em 1976 como “Pelotão de Choque”. Com sede na GPMTB, Guarnição Policial Militar do Trapiche da Barra, o pelotão muda de nome em 1983 e passa a se chamar 5ª Companhia de Policiamento de Choque e a pertencer ao 1º BPM, Batalhão de Policia Militar. Foi em 1984 que a 5ª Companhia muda de sede e passa a ser no bairro do Tabuleiro do Martins, sendo conhecia como “Base Pantera”. Em 1992, o nome da unidade passa a ser Batalhão de Polícia de Choque e em 1998 a sede é transferida para o bairro do Pontal da Barra. O nome BOPE só foi adotado em 2001. Criado para situações de alto risco, mas em diferentes locais, o Batalhão de Operações Policiais Especiais representa o aperfeiçoamento da PMAL, que teve a necessidade de formar uma tropa capacitada a executar missões de contra guerrilhas urbanas e rurais e que hoje, tem em seu pelotão mais de 200 policiais. Segundo a Revista do BOPE - Policia Militar de Alagoas, as principais missões do Batalhão, além das emanadas do comando da PMAL, são: “policiamento em praças desportivas, escolta de presos da justiça, policiamento com cães, rondas ostensivas motorizadas em toda Maceió, operação ‘pente fino’ nos estabelecimentos prisionais do Estado, resolução de conflitos urbanos e
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rurais, operações especiais tipo “blitz”, gerenciamento e resolução de situações de crise e de alto risco e o controle de distúrbios civis.”. Ainda segundo a revista, o BOPE prepara oficiais e praças para diversas atividades, tais quais: “Operações Especiais, Operações de Cinotecnia, de Controle e Resolução de Conflitos e Situações de Crise, de Operações policiais e de Defesa Pessoal com Bastão Perseguidor”. No Estado o apoio vem de vários batalhões e equipamentos, entre eles um helicóptero e carros de apoio e na parte de animais, existe o Canil BOPE, onde os cães recebem treinamento diário que exige dedicação, esforço, competência e amor aos animais. O trabalho da policia vem em vários setores como, o Batalhão de Policia Ambiental, Escolar, Rodoviário, centro de Assistência Social, o Programa Educacional de Combate às Drogas e a Violência, a Academia de Policia Militar, Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças, o próprio BOPE e o 1º, 3º e 4º Batalhão de Policia Militar. O atual Comandante Geral da PMAL é o Coronel Dimas Barros Cavalcante, que tem sua formação acadêmica na Polícia Militar de Minas Gerais e o Comandante do BOPE/PMAL é o Tenente Coronel Thulio Roberto Emery, que tem sua formação acadêmica na Polícia Militar de Alagoas. Em Alagoas, atualmente comandando a Secretaria de Estado da Defesa Social está o Coronel Dário Cesar, ex-comandante geral da PMAL.
Faca na Caveira A origem das Operações Especiais vem da II Guerra Mundial, não se sabe ao certo se é real, mas, a história ou estória contada é que
ao entrar em um Quartel General Alemão e achar caveiras e ossos humanos, o comandante da tropa de Comandos, em um gesto não esperado, encravou seu punhal em um dos crânios e gritou a todo pulmão que “a vida, naquele momento, venceu a morte” e a partir dai, a faca na caveira, significa a “vitória sobre a morte”. Adotado desde a criação do NuCOE, o símbolo usado no BOPE é a “faca na caveira”. O crânio, ou melhor, a caveira, existe em vários registros históricos, utilizadas pelos piratas do século XVII com os ossos cruzados, a cultura era diferente, no Batalhão ela não tem os ossos cruzados e simboliza a inteligência e o conhecimento, mas também a morte. A faca na verdade é um punhal de modelo especial, o nome é Fairbairn & Sykes, a F-S. Usada pelos comandos britânicos na II Guerra em combates surpresas e embates corpo-a-corpo, simboliza o caráter de quem faz da “ousadia a sua conduta” e o sigilo das missões. A sua formma básica não foi alterada em séculos, sendo assim, a faca é considerada o mais perfeito instrumento de combate que o homem já desenvolveu. As garruchas são o símbolo da Polícia Militar, conhecido internacionalmente.
Missão dada é missão cumprida O BOPE não é só técnica e equipamentos, para a integridade moral dos policias é preciso valores. São princípios que orientam todas as ações coletivas ao longo dos anos, construindo identidade e transferindo para cada novo policial em seu devido curso, moldando suas atitudes sem a cobrança constante do comando, independente do desafio enfrentado. Como exemplo de signos e valores, os que se destacam são os mandamentos, a Canção do BOPE e a Oração das Forças Especiais. A tradição é que a canção e a oração devem ser entoadas diariamente a cada turno de serviço. A canção foi criada em 1978 pelo já citado fundador do BOPE, o Capitão Amêndola, durante o curso de Operações Especiais. Já a oração universal das Forças Especiais foi escrita em 1961. Se no Rio tudo partiu do Coronel RR Amêndola, em Alagoas o primeiro a “ostentar” a Caveira foi o Coronel RR Francisco de Assis Pereira que começou na Policia Militar do Estado em 1979, mais conhecido como "Caveira Assis", como prefere ser chamado. Parte importante para o BOPE-AL, o Coronel tem trajetória marcada pelas promoções obviamente merecidas. Sua formação e aperfeiçoamento foram obtidos na Academia de Policia Militar de Pernambuco, onde tem várias cursos, entre eles: Tiro Policial, Operações Policiais, Combate a Incêndio, Defesa Química e Nuclear e muitos outros. Em 1988 o Coronel Assis foi Convidado pelo então comandante do BOPE da PMAL para coordenar e instruir o EIPOE - Estagio Intensivo para o Pelotão de Operações Especiais, que ao final, formou 22 policiais militares que foram considerados habilitados para formar o pelotão de Operações Especiais, do qual ele se tornou comandante. A história do Coronel Assis faz parte da história do BOPE, ele iniciou em um dos cursos de Oficiais mais pesados do País e hoje concede uma entrevista exclusiva para a OUSH! Brasil. Confira! OUSH! - Como tudo começou? Coronel Caveira Assis - Foi no ano de 1988. Participei de uma seleção aqui em Alagoas para me credenciar ao Curso de Operações Especiais. Dos oficiais que participaram dessa seleção (que são 08 provas físicas, de atletismo, com farda, gandola e tudo), quem chegou no final fui eu, eramos voluntários e só tinham dois inscritos na época. A vaga que veio foi para oficial para um Curso de Operações Especiais do Rio de Janeiro, que na época era CIOE - Companhia Independente de Operações Especiais, ai depois se transformou em batalhão, e hoje é o BOPE - Batalhão de Operações Policiais Especiais. Lá começou com um núcleo, o Núcleo de Operações Especiais e terminou atualmente em Batalhão, mas quando terminei o curso em 1988, terminei na CIOE. Nessa época, claro, o curso todo foi divulgado, um oficial tinha ido participar, e esse oficial chegou todo deformado de pancada e não conseguiu terminar o curso. Ai quando abria inscrições pra vaga todo mundo pensava: “Essa vaga vai voltar, quem é que vai apanhar num curso desse? Curso de Operação Especial só faz apanhar!”. Mas eu não consegui fazer o curso de Educação Física por causa da minha idade, na época eu tinha 30 anos, e o curso era até 29 anos, ai me tiraram da seleção e eu disse: “Eu vou pra esse curso, porque eu quero apanhar pra não ter vergonha de não ter 29 anos!” e terminei e fiz a seleção.
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OUSH! - O que o senhor pensou na hora? Coronel Caveira Assis - Eu disse pra o pessoal: “Isso dai é exagero, porque tem 28 aqui, mas 28 super preparados. São pessoas preparadas fisicamente, psicologicamente, e taticamente para o curso.”. Porque são fatores essenciais para o curso, mas o fator mais importante é a sorte, porque se a pessoa não tiver sorte, não termina o curso. Então são três fatores: sorte, fator psicológico e físico, que o físico já começa da seleção de cada estado, que são 08 provas fardadas. OUSH! - O peso da farda era um fator que dificultava muito?
Heitor do Rio Grande do Sul. Do nordeste, só sobrou eu. Muitos foram desligados porque se machucaram, mas no geral é um curso muito bom porque você fica preparado pro resto da vida, você nunca esquece o que passou. OUSH! - Como foi a formatura daquela turma? Coronel Caveira Assis - Lá são duas formaturas, uma de campo... A formatura em que você não sabe o dia que se forma. A gente saiu de uma operação de luta livre, você tinha que enfrentar pessoas com cassetete, faca, pessoas de faixa preta, e depois fizemos uma marcha forçada de muitos quilômetros, e quando chegamos num local escuro, sofremos uma emboscada de tiro traçante, então acenderam vários refletores e surgiu uma faixa com a seguinte frase: “Aqui termina o quarto Curso de Operações Especiais categoria B do Rio de Janeiro”. E ficamos surpresos porque não sabíamos o dia que terminaria o curso. E, nessa situação só tínhamos oito policiais, porque o curso pode ser pra oficiais da Marinha, Aeronáutica, Exercito, e também Delegados ou Agentes da Policia Civil de qualquer lugar do Brasil, só não pode participar civis do curso, mas se for Policial Militar ou Civil pode participar e ate hoje é assim. Só que no tempo o curso era dividido em categoria B e C. Categoria "B", era para Oficiais e Sargentos e "C", cabos e soldados, e a policia militar do Rio de Janeiro se forma no mesmo ano, uma turma de Oficiais e Sargentos no primeiro semestre e no segundo semestre outra de Cabos e Soldados. OUSH! - Hoje ainda existem as duas categorias? Coronel Caveira Assis - No decorrer do tempo a policia do Rio viu que muitos soldados saiam da formação. Viram que a maioria que se formava era de fora e dos poucos que formavam, a maioria conseguia emprego na iniciativa privada porque tinha diploma de Caveira do RJ, então, muitos saiam pra virar segurança de autoridade vip ganhando dez vezes mais. Diziam: “Você ganha quanto na corporação? Pago cinco vezes mais pra você deixar.”, ai deixavam. Então a policia acabou com o curso de categoria C, acabou com o curso separado e colocou todos numa só categoria e turno. Então num ano só, formam Oficiais,
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Coronel Caveira Assis - O peso da farda não influencia muito, só depois que molha nas provas de natação que fica pesada, tudo molhado fica pesado. Sei que lá também, além da farda, o pessoal tem que usar uma mochila de 30 kg com equipamento percorrendo tudo, AR, TERRA e MAR. Então o curso, eu não acreditava que era exagero, mas foi assim mesmo. E o professor quase acerta quando disse que só tinham sete caveiras, porque dos 28, só oito terminaram. E dos oito somente um sargento, porque o curso é entre Oficial e Sargento, tudo junto. O 2º Tenente PMERJ Benac do Rio de Janeiro foi quem terminou em primeiro lugar, em segundo lugar foi o 2º Tentente PMMG Oliveira de Minas Gerais, terceiro lugar foi o 1º Tenente PMERJ Álvaro, também do Rio, quarto lugar 2º Tentente PMSC Kern de Santa Catarina, quinto lugar fui eu, na época 1º Tenente PMAL, de Alagoas, sexto lugar foi 3º Sargento PMERJ Fontelles do Rio também, o sétimo foi 1º Tenente PMERJ Eraldo do Rio e oitavo foi 2º Tenente PMRS
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SEGURANÇA
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Conseguiram dois oficiais, perguntei quem era o outro oficial e disseram que só tinha um, que é o Tenente “Bugarim”. Ai eu disse ao Tenente: “eu quero me inscrever também!”, e ficamos eu e Bugarim, mas ele acabou perdendo na parte de água, na parte de natação, e eu cheguei na ultima prova que eram os 10 km, fardados. Então fui pra Companhia Independente de Operações Especiais que ficava no Rio de Janeiro dentro do Batalhão de Choque. Dos 40 que começaram, na semana zero que não conta, só ficaram 28. Essa semana zero é a semana em que a pessoa conhece todo o Rio de Janeiro, agora conhece correndo, e muita gente não conseguia nem levantar o braço mais, todo quebrado de tanto correr. É só a semana zero que não conta. Quando chegou à aula inaugural, muita gente já tinha ido embora. É muito pesado né?! Então muita gente desistiu. Muita gente foi pra esse curso apadrinhado, sem fazer seleção, foi indicado, e mesmo fazendo a seleção em cada estado, lá (no Rio de Janeiro) também tem seleção e tem que passar nos dois. Na aula inaugural só tinham 28, e dos 28, quando chegamos lá, o coordenador disse: “São 28 ainda? Pois aqui eu só tenho sete caveiras pra entregar, só podem terminar sete de vocês!”.
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Primeiro Caveira
Tenente Francisco de ASSIS Pereira, em 1988, durante treinamento no Rio e hoje, Coronel RR (à esquerda), orgulho de ser um Caveira.
Sargentos, Cabos e Soldados. Só que faltando algumas semanas para terminar o curso, quem é Oficial e Sargento vai ter treinamento para instrutor e monitor, e cabo e soldado, instrução de executor. Então divide, mas quando termina o curso, se for formado, os Oficiais e Sargentos ganham Caveira Dourado, representando categoria B, e as praças, cabo e soldado recebem prateada, significa categoria C, mas tudo num turno só. Evitou com isso que os policiais deixassem a corporação porque se formaram menos, a Policia Militar de cada estado pensa em mandar oficiais, quando chega a vaga diz: “Vou mandar oficial ou sargento.”, dificilmente manda cabo ou soldado, que vem duas vagas. E antigamente não, tinha vagas só para cabos e soldados, mas a policia do Rio viu que seria melhor assim.
Coronel Caveira Assis - Atualmente o BOPE no RJ tem o efetivo de policiais, policiais como eu, digo de coronel e soldado, caveiras, brevetados (com curso de operações especiais que tem duração de aproximadamente quatro meses e abrange inverno e verão). Antes separavam uma turma pra pegar do inverno ao verão, e outra do verão ao inverno, agora é todo mundo junto, até pra saber das condições meteorológicas, pra saber sobreviver nessas condições, porque ás vezes em 10 graus a pessoa tem que saber lidar com a situação. E o efetivo do BOPE do RJ atualmente de Caveira é no máximo 30%, porque a maioria que participa do Batalhão de Operações Especiais, não é Caveira. Porque não forma Caveira suficiente pra preencher. Começa 40 e termina 10, começa 30, acaba 8. O pessoal tem o curso de Ações Táticas Especiais no RJ que dura 1 mês, a parte dele não tem agua, é só parte de guerrilha humana, como entrar na favela, como pegar um traficante, que é o que mais precisa. É um curso de um mês bem condensado com tudo, e desse curso termina 70% das pessoas que começam. Ao contrario da Operação Especial que acaba só 10%, porque é um curso mais longo, que pega verão e inverno. Agora quando termina o curso, na boina todos usam a caveira, mas no peito só usa caveira quem tem o curso de duração de 4 meses. OUSH! - Como funciona/funcionou o curso aqui em Alagoas? E quantos “Caveiras” nós temos no Estado?
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OUSH! - O que o BOPE no Rio de Janeiro oferece hoje?
ultima prova fardado, prova que vinha de Massagueira até o Pontal, desmaiou, entrou em estado de coma, então fiz seleção com mais um e mandei. Mas antes de enviar os cinco pro Rio, o que entrou em estado de coma, Alexandre, acordou e disse que estava preparado. Então fiz a seleção com ele e mandei pro curso, e dos 6 que fizeram em 93, 5 concluíram, inclusive o Alexandre. Nesse período eu estava frequentando o curso de Defesa Química, Biológica e Nuclear (DQBN) no exercito do Rio de Janeiro. Em 98 o então 2º Tenente PMAL Moura submeteu-se as provas, nessa época eu não estava no Brasil, estava nas Nações Unidas, participando da Missão de Paz na Guatemala, América Central, e tomei conhecimento que o Moura concluiu o 10º Curso de Operações Especiais do Rio de Janeiro. Quando cheguei em 99 da missão ele já estava formado, então, atualmente caveira do RJ, sou eu e um soldado de 88, cinco soldados de 93, e com o Moura que agora é Major do BOPE/PMAL, somos oito Caveiras ao todo, que concluiram o curso com aproveitamento.
Coronel Caveira Assis - Quando cheguei em 1988 com o curso de Operações Especiais categoria B, chegou também o soldado Alfredo, no segundo semestre do mesmo ano que fez categoria C, ele também é caveira de 88. Quando foi em 93, fiz uma seleção com alguns policiais para enviar para o Rio. Cinco vagas pra cabo e soldado, e dessa relação, 08 provas ao todo, foram submetidos muitos policiais, e deles selecionei cinco, mas desses cinco, teve um que da
O BOPE é realmente a Tropa de Elite da Policia Militar, o seu status foi alcançado e determinado pelo comando operacional aplicado, não existe mais a chefia, ela foi substituída pela liderança, que foi conquistada pela capacidade, conhecimento, honestidade, justiça, razão, moral e ética. Em Alagoas o BOPE atua nas mais difíceis e arriscadas missões no campo da segurança pública. São os PM’s da Elite que ostentam e tem orgulho de ser CAVEIRA.
ORAÇÃO DAS FORÇAS ESPECIAIS
CANÇÃO DO BOPE/PMERJ (Cel. PMERJ Amêndola)
“Oh Poderoso Deus! Que és o autor da liberdade e o campeão dos oprimidos, escutai a nossa prece! Nós, os homens das Forças Especiais, reconhecemos a nossa dependência do Senhor na preservação da liberdade humana; estejais conosco, quando procurarmos defender os indefesos e libertar os escravizados! Possamos sempre lembrar, que nossa nação, cujo lema é: ‘Ordem e Progresso’, Espera que cumpramos com nosso dever, Por nós próprios, com honra e que nunca envergonhemos a nossa fé, nossas famílias ou nossos camaradas, Dai-nos sabedoria da tua mente, a coragem de seu coração, A força de seus braços e a proteção das suas mãos. É pelo Senhor que nós combatemos E a ti pertence os louros por nossa vitória. Pois Teu é o Reino, o Poder e a Glória para sempre, Amém!”.
Lealdade, destemor, integridade Serão os primeiros lemas Desta equipe sempre pronta a combater Toda a criminalidade A qualquer hora, a qualquer preço Idealismo como marca de vitória.
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Com extrema energia, combatemos todos Os nossos inimigos Criminosos declarados em igualdade Derrotamos os omissos Guerra sem trégua heróis anônimos Operações especiais. E o batalhão coeso e unido Não recua ante a adversidade Com ousadia enfrentamos realidade Vitória sobre a morte é a nossa glória prometida. URRÁ!
Seleção
Por Amanda Vasconcelos/Setur-AL Fotos Setur-AL/Divulgação
Encantar-se pelo estado é fácil, o verde contagiante dos coqueirais, as piscinas naturais de águas mornas e cristalinas, a beleza dos corais, as praias desertas, as falésias de cor intensa, as cidades históricas e muito mais. Leia, se apaixone e viva momentos únicos em Alagoas. Se maravilhar por Alagoas é simples, seu charme e cultura se torna um dos destinos mais interessantes do Brasil. Não só pelas praias, mas pelo folclore, gastronomia, cidades históricas, povo acolhedor e muito mais... Quem vem, quer voltar, e na maioria das vezes para ficar. Escolhidas oficialmente como as “Praias da Copa”, trazemos para vocês a seleção de 12 praias alagoanas que estão entre as mais bonitas do país. Maceió, Marechal Deodoro - Francês, Barra de São Miguel, Jequiá da Praia, Coruripe, Maragogi, Japaratinga, Porte de Pedras, São Miguel dos Milagres, Passo de Camaragibe, Barra de Santo Antônio e Paripueira formam o time, cada uma com sua particularidade, águas cristalinas e areia mais que convidativa. Entre Paripueira e Maragogi encontramos a segunda barreira de corais do mundo. Já entre Passo de Camaragibe e Porto de Pedras, pode-se percorrer a Rota Ecológica e se hospedar em belíssimas pousadas que misturam conforto e tranquilidade com lindas paisagens naturais e alta gastronomia. Um pouco antes e fazendo um passeio por Carro Quebrado, na Barra de Santo
Maceió
Antônio, rumo à praia dos Morros, em Passo de Camaragibe, as falésias cor laranja contrastam com o azul do mar e formam o visual inesquecível. Em Maceió, a cidade eleita a Mais Bonita do Brasil, encontramos uma orla belíssima, iluminada e cheia de gente, jangadas para passeios durante o dia, artesanato e bons restaurantes, é aqui que se pode conhecer as piscinas naturais da Pajuçara, passeio lindo para quem quer apreciar um pouco mais da terra. Indo para o Litoral Sul, mais precisamente para Marechal Deodoro, encontramos uma das praias mais frequentadas do estado, a praia do Francês, mas se engana quem pensa que a cidade só tem isso a oferecer. Rica em cultura, Marechal tem um delicioso pólo gastronômico da terra, a Massagueira, e juntamente com os municípios de Penedo e Piranhas possui centro histórico e prédios antigos. Na Barra de São Miguel, embarque em uma escuna com destino à praia do Gunga, considerada por especialistas uma das praias mais bonitas do Brasil. O verde contagiante dos coqueirais, as piscinas naturais de águas mornas e cristalinas, a beleza dos corais, as praias desertas, as falésias de cor intensa, as cidades históricas e muito mais. Alagoas tem tudo o que você precisa para viver momentos inesquecíveis.
Maceió é a capital de Alagoas. Belíssima cidade contornada por uma enseada de 15 praias, numa extensão 40 km de litoral emoldurado por coqueiros, o mar azul intenso com piscinas naturais a 2 km da orla e 22 km de lagoa - a Mundaú -, que banha o Pontal da Barra, habitado por pescadores e rendeiras que produzem o filé, artesanato alagoano. A capital, com seu rico patrimônio histórico, tombado e preservado; rede hoteleira de qualidade; restaurantes nacionais e internacionais; Aeroporto internacional; Porto; Centro de Convenções; teatros; rico folclore e feiras de artesanato integram a infraestrutura turística e satisfazem às expectativas de quem visita Maceió.
Foto Marcio Mrotzeck
TURISMO
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Marechal Deodoro
Litoral Sul +/- 27 km de Maceió
Cidade histórica e detentora de um potencial natural e cultural invejáveis. Fica às margens de um complexo de lagunas formado por ilhas e mangues. A antiga capital de Alagoas possui um expressivo acervo histórico; diversificado artesanato e um dos maiores pólos gastronômicos do Nordeste, localizado no povoado de Massagueira. O município de Marechal Deodoro também é conhecido pelas belas praias, sendo a mais famosa a Praia do Francês, um badalado balneário com infraestrutura e muitas opções de lazer. O mar tem uma cor azul cristalino, protegido por um paredão de recifes, espaço ideal para o mergulho de contemplação, e parte de mar aberto, com ondas fortes, própria para a prática do surf. Uma revista com a cara do Nordeste
Litoral Sul +/- 30 km de Maceió
Barra de São Miguel
Barra de São Miguel conta com infraestrutura turística e é banhada por lagoa, rios e mar. A prática de canoagem pelo rio Niquim; os mergulhos para admirar a vida marinha; os passeios de barco pela lagoa cercada de mangues são alguns atrativos desse município conhecido também, por suas belas praias. A praia Niquim é cortada por um paredão de recifes que forma uma imensa piscina; a praia Barra Mar é o agito dos que buscam emoções no balanço das ondas. Outro grande atrativo local é o passeio de barco até o vizinho município de Roteiro, onde, entre a lagoa e o mar, fica a Praia do Gunga, um recanto paradisíaco formado por uma ponta de areia branca, que avança mar adentro emoldurada por coqueirais.
Jequiá da Praia
Litoral Sul +/- 55 km de Maceió
Jequiá da Praia é um recanto ecológico dotado de um ecossistema rico de flora e fauna; complexo lacustre formado por três lagoas, rios e várias praias exóticas. A praia de Jacarecica do Sul é deslumbrante, contornada por formações rochosas avermelhadas, denominadas falésias, com aproximadamente 30 metros de altura, que refletem o seu colorido nas águas do mar. Outra praia bastante admirada é a Barra de Jequiá, conhecida como Duas Barras, que oferece estrutura turística: pousada, restaurante, barcos para passeios entre as belezas naturais.
Litoral Sul +/- 80 km de Maceió
Coruripe
A beleza de Coruripe se destaca pela singularidade de seus atrativos. O povoado do Pontal de Coruripe é um atraente destino turístico, conhecido pela exuberância de sua praia e pelo artesanato confeccionado à base da palha de ouricuri. No local, há belas pousadas e restaurantes, que atendem satisfatoriamente ao visitante. O artesanato, no povoado, divide espaço com o da palha de taboa, comercializado pela Associação das Artesãs de Feliz Deserto, município onde a natureza revela seu esplendor, a exemplo da praia do Maçunim, que fica a 12 km de Pontal de Coruripe.
Japaratinga
Litoral Norte +/- 115 km de Maceió
É um importante polo turístico que conta boa infraestrutura, em se tratando de restaurantes, hotéis e pousadas de charme que se destacam pelo diferencial da qualidade dos serviços. Destacamse também as belíssimas praias de Japaratinga e Barreira do Boqueirão, com suas águas mornas, cercadas de belezas naturais, que enche os olhos do visitante.
Litoral Norte +/- 100 km de Maceió
Porto de Pedras
Tem uma bela paisagem entre o mar e uma encosta de pedras, além de um farol, no alto do morro, que realça ainda mais o contexto paisagístico. O cenário tropical é apaixonante. As praias de Tatuamunha e Patacho, quase intocadas, são de uma beleza incomparável. É na harmonia da natureza, entre o mar e o rio Tatuamunha, santuário do peixe-boi, que o turista contempla um belo cenário. www.OUSHBrasil.com.br
TURISMO
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Litoral Norte +/- 125 km de Maceió
Maragogi
Maragogi é o segundo destino turístico de Alagoas. Destacase pela qualidade dos meios de hospedagem, gastronomia de frutos do mar e dos bolinhos de goma – também chamados de sequilhos-, artesanato confeccionado com a fibra da bananeira e derivados do coqueiro. O cenário da região é paradisíaco: vila de pescadores, antigos engenhos, fazendas com reservas e trilhas de Mata Atlântica, abundância de coqueirais que emolduram as praias de São Bento e Peroba, com suas águas mornas e cristalinas, que encantam os visitantes. Outro grande atrativo são as fascinantes piscinas naturais - conhecidas como galés, verdadeiros aquários formados pelas barreiras de corais.
São Miguel dos Milagres
Litoral Norte +/- 85 km de Maceió
São Miguel dos Milagres mantém um aspecto de exclusividade, representada pelas pousadas de charme localizadas nas praias do Toque e Porto da Rua. A área é considerada um dos circuitos de hospedagem mais charmosos do Brasil. As encantadoras pousadas de charme se destacam pelo conforto, aconchego, atendimento personalizado e saborosa gastronomia.
Litoral Norte +/- 80 km de Maceió
Passo de Camaragibe
Os visitantes se encantam com as belezas naturais do lugar: rios com por manguezais, topografia realçada por morros e um mar exuberante e rico na biodiversidade dos recifes de corais. As praias de Marceneiro e dos Morros encantam pela tranquilidade do lugar, e o som do vento nas palhas dos coqueiros transmite momentos de magia.
Barra de Santo Antônio
Litoral Norte +/- 40 km de Maceió
As atrações naturais do município são o rio Santo Antônio, que corta a cidade; a Praia de Carro Quebrado realçada por falésias coloridas e a Ilha da Crôa, que mantém um aspecto selvagem e exótico. O município dispõe de boa infraestrutura no tocante a bares e restaurantes, onde os cardápios são encabeçados pelos frutos do mar preparados com o leite de coco.
Litoral Norte +/- 30 km de Maceió
Paripueira
A cidade tem um potencial invejável. Possui complexo turístico, com restaurante, recreação e barcos; aconchegantes pousadas, barzinhos e outros serviços que completam a infraestrutura do lugar. Destaque também para as praias, enfeitadas por vastos coqueirais, a exemplo de Sonho Verde e Costa Brava, onde o mar é calmo devido a formação de recifes de corais. Aliás, é no mar de Paripueira que se encontra a maior concentração de piscinas naturais do Brasil. Uma revista com a cara do Nordeste
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CURIOSIDADES
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La Santa Muerte Por Antonio Maria do Vale Fotos Divulgação
Condenada pela igreja católica romana e cultuada no México como objeto de devoção por mais de oito milhões de fiéis, a “Santa Morte” é uma das imagens mais chocantes relacionadas à religião no mundo.
Uma revista com a cara do Nordeste
Se você for à Cidade do México prepare-se para um grande susto! Ao andar pelas ruas da capital mexicana não se espante ao esbarrar com esta apavorante cena: um esqueleto feminino coberto com um longo manto, segurando uma gadanha e um globo, posto sob um altar repleto de velas e oferendas como rosas vermelhas, cigarros e garrafas de tequila. Também conhecida como La Santíssima Muerte e Doña Sebastiana, a Santa Morte é uma figura religiosa que, de forma similar a outras culturas em outros países, no México é sincretizada como santo. De origem secular, o culto a Santa Morte começou dentro de uma igreja e, no início, tratava-se de uma imagem de São Bernardo de Claraval, um francês considerado santo pelos católicos. A imagem do santo, entretanto, tinha uma aparência fúnebre, pálida e sem olhos e, como as religiões indígenas da região possuíam figuras femininas como deusas da morte, por associação, as pessoas substituiram São Bernanrdo de Claraval.Nascia assim a abissal "La Santa Muerte", resultado do sincretismo das religiões autóctones com o catolicismo popular. Entre os mexicanos, desde a era pré-colombiana, existe uma certa reverência em relação à morte que costuma ser manifestada em celebrações sincréticas, como o Dia dos Mortos. Por lá, diferente daqui, o Dia de Finados é celebrado com muita festa, sendo celebrado com música, fantasias, apresentações teatrais, caveiras bem simpáticas e muita alegria. Estas comemorações começaram antes mesmo da chegada dos espanhóis, acontecendo nos dias 01 e 02 de novembro, unindo as celebrações católicas dos dias de Todos os Santos e Finados. A festividade mexicana é tão pitoresca que foi declarada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura - UNESCO, como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Embora seja vista com repulsa pela maioria das pessoas, no México, a morte é canonizada pela população e adorada por milhares de pessoas em todo o país. Mesmo assim, a ideia é marginalizada pela Igreja Católica, que não reconhece a Menina Branca, como também é conhecida a Santa Morte, como beata. O principal argumento é que, segundo a bíblia, a morte é o último inimigo a ser vencido por Deus, sendo uma antonomásia satânica. Segundo a Igreja Católica, os adoradores da Santa Morte, sabendo ou não, fazem culto ao antagonista de Cristo. Por não serem aceitos pelo catolicismo, os fiéis da Santa Morte costumam erguer altares em casa e em locais públicos. Segundo os devotos, a Santa não rejeita os esquecidos pela igreja ortodoxa e, em função disso, têm enfrentado uma maior dificuldade de aceitação. O fato é que a imagem está presente em sua maioria nas periferias da Cidade do México, uma área que está entre as mais violentas do mundo, o que aproximou traficantes, viciados e prostitutas da devoção. Para os fiéis, esta aproximação é apenas a comprovação do quanto "La Santa Muerte" é justa, acolhendo a todos, seja rico ou pobre, bom ou mal, sendo comum nas rogações clamar por recuperação da saúde, itens roubados ou familiares sequestrados. Mas até agora não há acordo com a Igreja Católica e recentemente o Vaticano ratificou sua condenação ao culto dos mexicanos à Santa Morte. O presidente do Conselho Pontifício de Cultura, cardeal Gianfranco Ravasi, classificou o ato como uma blasfêmia, dizendo que cultuar a Santa Morte era uma “degeneração da religião”. Em um evento religioso na Cidade do México, Ravasi acrescentou ainda que “a religião celebra a vida, mas aqui você tem a morte. Não é religião só porque está vestido como religião, é uma blasfêmia contra a religião”. www.OUSHBrasil.com.br
LAR DOCE LAR
106 Antigo, mas moderno
Ousado ou tradicional
Cozinhas podem ter versões clássicas ou modernas
Por Antonio Maria do Vale Fotos Divulgação
Com formas arredondadas e cores vibrantes, produtos retrô ressurgem, viram febre e invadem a indústria dos eletro-eletrônicos. Repaginados, mantiveram o design do passado, mas agora esbanjando tecnologia. Quando falamos em retrô logo nos vem a cabeça filmes como “Nos tempos da brilhantina”, onde John Travolta ganhou fama no musical de maior bilheteria dos Estados Unidos até hoje. James Dean foi a personificação da rebeldia da juventude e também se tornou um ícone de época, imortalizando o jeans com camiseta branca e jaqueta de couro. Os mais novos puderam viajar no tempo na série “De volta para o futuro”, quando o ator Michael J. Fox retornou a década de 50 e nos familiarizou com a época que até hoje define tendências. E nunca o velho e o novo se misturaram tanto quanto nas experiências do Dr. Brown no filme. Que o diga a indústria de eletro-eletrônicos. Primeiro eles eram velhos ou ultrapassados, não tinham nenhum valor e podiam ser encontrados na casa da vovó sem despertar qualquer interesse. Depois, quando restaurados, tornaram-se peças valiosas disputadas por colecionadores que chegam a pagar milhões para ter um objeto desejado. Agora, reinventados, os aparelhos domésticos com design retrô estão na moda e invadem os lares e, principalmente, a cozinha dos brasileiros. Diferente de peças vintage, que são de fato da época e que geralmente são destinadas a decoração, os novos modelos surpreendem ainda mais quando o assunto é funcionalidade. Engana-se quem acha que são limitados e que não podem ser usados, tecnologia é o que não falta nas novas
versões e além de decorativos eles fazem sim um ótimo trabalho. Eles estão por toda a parte e possuem tanto o estilo tradicional quanto traços de modernidade no design. Na sala, você poderá reviver o prazer do som dos discos de vinil, aquele barulhinho nostálgico da agulha, mas a vitrola não só tocará seus LPs, ela agora também o fará relembrar as fitas K7, toca CD e possui entradas USB para que você possa ouvir sua playlist direto do MP3, MP4 ou celular. No caso das TVs, o retorno a outras épocas se limita apenas ao formato antigo com tubo, já que possuem tela plana, controle remoto e sinal digital. O telefone também pode surpreender, existem modelos que possuem discagem giratória e alguns que contam até com o clássico porta-moedas. Mas é na cozinha que as opções se multiplicam, nela estão as estrelas do retrô. Nem o microondas, que só chegou as prateleiras das lojas em larga escala a partir da década de 80, escapou. É possível montar uma cozinha inteira com aparelhos no estilo. Os refrigeradores, maiores e com detalhes cromados, além de cores vibrantes, possuem em alguns casos autonomia de até 12 horas em caso de falta de energia. Os fogões, que retornam com as abas laterais e os botões tradicionais, apresentam painel digital frontal. E a cafeteira, no estilo clássico utilizado por baristas, faz o melhor expresso de forma prática e com a utilização das atuais cápsulas. Inspirada em estilos variados, principalmente das décadas de 40, 50 e 60, a moda retrô vem com tudo e não se aplica apenas aos eletroeletrônicos, interagindo também com pisos, paredes, iluminação planejada, utensílios e móveis. Se decidir reformar a cozinha, de acordo com a época escolhida outros elementos serão incorporados ao ambiente. Se optar pela década de 50, por exemplo, a cor será determinante para um bom resultado já que o azul, o amarelo, o vermelho e o verde, sempre em tons pastéis, marcaram a época. Outra característica para dar um ar de nostalgia é a utilização de cerâmicas em preto e branco, transformando o piso de sua cozinha num verdadeiro tabuleiro de xadrez, de preferência aplicando-as na diagonal. Pense também nos objetos que completarão a decoração, use latas antigas, porcelana vintage, panelas coloridas e não se esqueça dos pinguins de geladeira. Fique atento aos pés dos móveis e eletros, eles fazem toda a diferença e devem ser inclinados. Pra finalizar, os armários não podem ter recorte reto, extremidades arredondadas são essenciais na principal mobília da cozinha. E para quem busca algo mais contemporâneo e é fã apenas dos eletros, a dica é exagerar nas cores fortes, associando-as ao preto, branco e prata. Crie um clima mais impactante utilizando iluminação branda e com foco direcionado, assim o verde, o amarelo, o laranja e o vermelho, reacenderão. Esta tendência mais arrojada prioriza a visualização das peças e é ideal para quem deseja manter a modernidade no lar. Mesmo utilizando peças que remetem ao passado, ninguém vai se sentir voltando no tempo ao entrar na sua cozinha. O resultado neste caso não será clássico, estando bem mais próximo do divertido e inusitado. E mesmo que você não queira mudar um cômodo e sua decoração por inteiro, afinal, com valores acima da média, qualquer orçamento para uma repaginada pode assustar; uma única peça no estilo retrô dificilmente não terá lugar em sua casa. Mesmo sóbrias, elas serão destaque independente de onde estejam e, com certeza, irão chamar a atenção de todos que lhe visitarem. Deixe, por exemplo, a cozinha mais clean e com o mínimo de objetos expostos, evidencie uma batedeira ou liquidificador retrô e eles farão o maior sucesso, pode apostar! Uma revista com a cara do Nordeste
Microondas Electrics R$ 700,00
Frigobar Brastemp R$ 960,00
Telefone Watson R$ 430,00
FogĂŁo Brastemp R$ 3.680,00
Cafeteira Illy Francis R$ 1.300,00
Liquidificador Osterizer R$ 700,00
Batedeira KitchenAid R$ 2.225,00
Toca-discos Alabama R$ 1.230,00
TV LG 14� R$ 900,00 Geladeira Smeg R$ 10.230,00
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DESENVOLVIMENTO
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Ideias, negócios Encontro de líderes debate entraves para o desenvolvimento de Alagoas e busca soluções através da geração de oportunidades de negócios. Líderes do setor público e privado ligados ao turismo se reuniram para discutir as oportunidades e desafios para Alagoas como subsede da Copa de 2014. O debate, que ocorreu no último dia 18 de julho, fez parte da primeira edição do encontro “Ideias e Negócios”, uma ação idealizada pela revista OUSH Brasil, em parceria com a Construtora Humberto Lôbo, que conta com o apoio do Banco do Brasil e do Hotel Radisson Maceió, onde o evento aconteceu. Um dos principais objetivos do encontro é identificar a possibilidade de negócios a partir da solução de problemas e entraves para o desenvolvimento socioeconômico de Alagoas. E, pela iminente escolha de Maceió para receber uma das 32 seleções que virão para o Mundial da Fifa no ano que vem, o foco escolhido para discussão no primeiro evento foi o turismo e, direcionadamente, as oportunidades e desafios que se apresentarão para Maceió ao subsediar um evento de escala global. De início, a secretária de Estado do Turismo, Danielle Novis, abriu a discussão apresentando o trabalho que vem sendo realizado para que Maceió se confirme como um Centro de Treinamento de uma seleção. Danielle ressaltou, principalmente, a importância do período da Copa para a promoção da região, expondo de que forma nós iremos conseguir otimizar um evento esportivo para divulgar o nosso destino de uma forma internacional. A secretária também fez questão de frisar que os projetos voltados a melhor mobilidade e informação ao turista, além da qualificação de mão de obra, não estão unicamente associados a Copa, sendo executados independente disso. Informação reforçada pelo superintendente de marketing da Secretaria de Estado do Turismo, Marcos Pradines, que destacou que “o que não pode acontecer é o estado ficar a margem do processo e perder esta oportunidade”. O presidente da Associação das Agências de Viagens de Alagoas - ABAV-AL, Afrânio Lages, destacou o quanto é fundamental ofertar leitos de qualidade em quantidade e alertou para que a divulgação do estado não atraia turistas acima do que podemos hospedar. “Nós temos qualidade e número suficiente de hotéis, o que se precisa apenas é não seguir o exemplo de outras cidades que realizam eventos sobre eventos”, disse. Afrânio observou também que as oportunidades vão além do período do Mundial e que hoje elas já existem no estado, principalmente para o turismo de negócios. “Temos que considerar que 78 indústrias já estão inauguradas em Alagoas que, consequentemente, atraem empresários dispostos a comprar e vender”, acrescentou. Cláudia Pessôa, secretária municipal de turismo, ratificou que estamos prontos do ponto de vista de meios de hospedagem, tanto que nosso parque hoteleiro já representa referência nacional no quesito qualidade, embora saibamos que temos
e ações Por Antonio Maria do Vale
muito a melhorar no receptivo e nos serviços dos bares e restaurantes da capital. Um ponto quase que permanente de discussão se voltava a questão de um segundo idioma, a principal dificuldade hoje encontrada pelos turistas que nos visitam. Principalmente nas questões de locomoção e alimentação, “imagine como utilizar estes serviços se nós não temos uma segunda língua e dificuldades até na primeira, é um problema muito sério”, comentou o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Alagoas - ABRASEL-AL, Eutímio Brandão. E a qualificação não deve se limitar apenas aos hotéis, bares e restaurantes da cidade, como alertou a gerente de comunicação e marketing do Sebrae/AL, Fabrícia Carneiro, ao enfatizar que “a capacitação também é fundamental para taxistas, ambulantes, tapioqueiras e barracas de acarajé”, pensando não só na Copa, mas na manutenção do turismo de forma permanente. Fabrícia também falou da importância do período para divulgar a cultura do estado, tanto que o Sebrae, dentro da sua missão de promover o empreendedorismo e a sustentabilidade das empresas alagoanas, tem um projeto Expoart, que selecionará artesanato local para ser exposto nas cidades sede durante o Mundial, uma ação que, segundo Fabrícia, “divulga Alagoas e, a reboque, beneficia o turismo”. Além de problemas com resoluções a curto prazo, o encontro também discutiu os grandes gargalos para que o turismo em Alagoas cresça. Ministrando o debate, o jornalista Rodrigo Cavalcante iniciou a discussão de temas mais complexos nos lembrando que “nós estamos a 256 km de recife, numa estrada duplicada isso não seria nada, nas estradas atuais isso é uma viagem cansativa”, mostrando o quanto a manutenção e qualidade das rodovias pode influenciar nos resultados do turismo de uma região. Sobre o assunto, o presidente do Departamento de Estradas de Rodagem - DER-AL, Marcos Vital, confirmou que a maioria das obras em andamento não ficará pronta antes da Copa. Mas fez questão de salientar que o Governo do Estado, preocupado com a situação, tem investido em ações de melhoria, primordialmente nas rodovias estaduais, a exemplo da AL-101, que liga Maceió aos principais destinos turísticos que serão vendidos durante o evento da FIFA. “São aproximadamente 33 novas obras rodoviárias previstas até o final de 2014, com investimentos de quase R$ 600 milhões por parte do Governo do Estado, através do DER”, informou. A saúde também foi pauta da discussão já que os turistas podem, a qualquer momento, necessitar de atendimento médico e se dirigirem aos nossos hospitais. Para o provedor da Santa Casa de Misericórdia de Maceió, Humberto Gomes de Melo, o fato de termos a oportunidade de receber mais turistas é empolgante, embora os resultados ainda não
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recaiam sobre a saúde como deveriam, demonstrando uma maior preocupação em relação a qualidade dos serviços de saúde no estado. “Nós não estamos preparados nem para a população atual, nós temos carência de leitos”, disse, ressaltando ainda que mesas redondas como o “Ideias e Negócios” geram caminhos para que problemas como os enfrentados pela saúde possam encontrar soluções. No debate, ficou claro também que as oportunidades não dependem, única e exclusivamente, de ações do poder público. O empresariado também é responsável pelo sucesso, ou insucesso, das ações voltadas para esta janela de divulgação que teremos no ano que vem. Principalmente porque estão entre os maiores beneficiados. O diretor da construtora Humberto Lôbo, José Humberto, destacou a possibilidade de ampliação da fronteira de negócios durante o período. “Temos a oportunidade de resgatar este cliente externo”, comentou, lembrando ainda que, para que isso aconteça, as empresas do setor de construção civil devem estruturar o sistema de vendas com o apoio do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis - CRECI-AL, assim como fazem as empresas ligadas exclusivamente ao turismo. Cláudia Pessôa, inclusive, inseriu a discussão o fato de que é fundamental que as empresas contribuam no processo de qualificação dos profissionais. O poder público tem por obrigação, e assim tem feito, disponibilizar e divulgar ações de capacitação, mas não cabe a ele levar o profissional até a sala de aprendizado, esta é a parcela que o empresariado deve abraçar. Pra finalizar, o esporte não poderia ficar ausente na discussão, ainda mais quando será um dos mais atingidos pelo legado que a Copa deixará ao seu final. O vereador de Maceió, Eduardo Canuto, se mostrou entusiasmado com a confirmação de que o esporte é um catalisador de inclusão social, ao mesmo tempo em que pontuou sua maior preocupação: como administrar esse legado se não existe uma Secretaria do Estado de Esportes específica? “É um momento importante para o governo entender isso”, disse. Durante o encontro, cerca de 40 pessoas, entre representantes de entidades, gestores do setor público e empresariado local, apresentaram suas dúvidas, análises e sugestões sobre o turismo em Alagoas, contribuindo para que novas ações pudessem ser criadas a partir da discussão. Levantando, por vezes, questões que, sem a amplitude da diversidade de conhecimento dos convidados, poderiam passar despercebidas por aqueles que diretamente tomarão decisões em suas pastas ou empresas. O secretário do Esporte e Lazer de Maceió, Pedro Vilela, parabenizou a realização do evento conceituando-o como “uma iniciativa simpática de discussão de ideias, trabalhando de forma conjunta e estimulando o diálogo entre os poderes público e privado”. O evento comprovou que quando todos os envolvidos se reúnem, entendendo que fazem parte de todas as etapas do ciclo de melhorias: problema, solução e resultados; consequentemente as chances destes se caracterizarem, ao final, como benefícios, crescem significativamente. E o alcance dos bons resultados depende não só da participação do empresariado como agente de cobrança frente as ações do poder público, mas também da apresentação de propostas por aqueles que entendem de negócios por vivenciá-los. A concentração de esforços tem papel fundamental, governo cumprindo com sua parte e o setor privado com a dele, ambos buscando investimentos e executando ações para que o legado da Copa gere ainda mais oportunidades de desenvolvimento.
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“Nós estamos discutindo assuntos de interesse direto da sociedade, de interesse do estado, não são assuntos de governo” Mário Lôbo
Diretor da Construtora Humberto Lôbo
“Mostrar que através da atividade esportiva se cria oportunidades de emprego e qualificação é um dos legados que um evento esportivo dessa natureza pode deixar” Danielle Novis
Secretária do Estado de Turismo
“O setor público é o espelho do setor privado” Kennedy Calheiros
Presidente da Associação Comercial de Maceió
“A vinda de uma seleção é estratégica do ponto de vista da mídia espontânea. Se nós fossemos mensurar o quanto seria uma repercussão internacional dessas, nós não teríamos nem pouquinho nem muitinho pra pagar” Cláudia Pessôa
Secretária municipal de turismo
“Do que adianta ter praias paradisíacas e na hora de servir um peixe, na praia do Gunga, vir um peixe mal servido com um atendimento questionável” Rodrigo Cavalcante
Jornalista
“Se não agirmos, a seleção vem e nós perdemos uma grande oportunidade” Vilmar Pinto
Presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis
“Maceió tem a capacidade sim de receber grandes eventos. Nós sediamos em dez anos dois JUBs, com mais de 5 mil atletas e um caderno de encargos tão exigentes quanto o da FIFA” Eduardo Canuto
Vereador | Líder do Governo na Câmara Municipal de Maceió
SÉRIES DE TV
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A melhor defesa Por Antonio Maria do Vale Fotos Divulgação
Apesar de seguirem a cartilha americana que acompanha o sucesso das séries médicas, de investigação e jurídicas. Scandal e Suits saem do habitual e conquistam fãs por não se limitarem a racionalidade do Direito. Quem já precisou da ajuda de um deles sabe muito bem que a atuação de um advogado é determinante para uma vitória ou derrota no tribunal. Provas são necessárias, mas, nos embates com espaço para dúvidas, nada como uma performance impecável diante do juiz. Nestes casos, a negociação e arbitragem são elementos fundamentais para que o direito se concretize de acordo com os objetivos do cliente. Segundo o Manual do Advogado de Sucesso, esta atuação deverá estar baseada não em se obter vantagens em detrimento das desvantagens de outrem, mas em se ter ganhos mútuos, para que ambas as partes consigam um equilíbrio no que desejam, bastando, para isso, que elas utilizem as ferramentas certas e adequadas para que os conflitos possam ser resolvidos de maneira negociada. O direito deve se concretizar tal como se objetiva, realizando o bem comum e a justiça. Belo discurso, embora saibamos que para tudo na vida existe um abismo entre teoria e prática, e que, no campo jurídico, é
nesta lacuna que os advogados costumam agir e mostrar todo o seu conhecimento e, principalmente, poder de articulação. Ganhos mútuos? Bem comum? Muitas das vezes a ponte que atravessa o abismo deixa cair no caminho o Manual que preza pela justiça par. Na vida real até que não presenciamos atuações brilhantes com frequência, já na ficção? Que o diga Harvey Specter e Olívia Pope, astros de suas séries americanas de grande sucesso que mostram o dia-a-dia de duas firmas advocatícias. Para eles, o conceito de justiça resumi-se a uma única só palavra: ganhar. As duas séries proporcionam ao telespectador conhecer o cotidiano e os bastidores da vida de quem se dedica a advogar e, como manda a regra na ficção, não economizam em grandes disputas não só judiciais. E nossa proposta não é decidir qual das séries é a melhor, mas quem você escolheria para lhe defender. Se seu problema está ligado a questões passionais e não quer se ver envolvido em um escândalo, nada melhor que
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contar com a equipe de Olívia Pope. Ela tem propriedade no assunto já que "Scandal" é inspirado na vida de Judy Smith, ex-assessora de imprensa de George W. Bush, que atua como coprodutora da série. Interpretada pela atriz Kerry Washington, segunda atriz negra a protagonizar nos últimos 40 anos uma trama em horário nobre nos Estados Unidos, Olívia deixa a Casa Branca e abre sua própria firma na esperança de recomeçar uma nova vida distante do afair com o presidente. Especialista em gerir crises, ela dedica seu tempo para proteger a imagem pública da elite americana, garantindo que seus segredos nunca venham à tona. Nos episódios, a trama sempre está relacionada a imbróglios envolvendo poderosos, geralmente políticos, que procuram a equipe de Olívia na busca de uma solução sem graves consequências. Mão de ferro, ela comanda uma equipe que em alguns casos faria inveja a CSI, se utilizando de métodos heterodoxos para corrigir os erros alheios, mas que, como teoria e prática não andam juntas, não é tão boa assim quando se trata de resolver os próprios problemas. A começar por Olívia, que não consegue lidar com o fato de gostar do presidente e, em muitas ocasiões, acaba não sendo totalmente imparcial em suas atuações, deixando as emoções entrarem no jogo. Isso porque talvez Olívia tenha muito o que aprender com Harvey Specter e todo o seu controle emocional ao tratar de seus casos. Protagonista da série Suits, interpretado pelo ator Gabriel Macht, Harvey é o mais temido e confiante advogado da sociedade Pearson Hardman, a mais conceituada firma advocatícia de Nova Iorque. De ego gigantesco, o advogado não concordaria com os adjetivos que acabamos de lhes dar, ele iria além, já que se define como o melhor advogado de todos
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os tempos. E pra quem duvida de seu superego são dele frases da trama como: “Acha que sou mais inteligente que você? Está absolutamente certo!”, “Eu não abro o caminho para as pessoas, elas é que abrem para mim” ou, especialmente para Olívia Pope, “Sou contra ter emoções, não contra usá-las”. Suits é viciante e quem acha que Harvey é a única estrela se engana. Ele possui fieis escudeiros como Mike Ross, que sequer terminou o curso de direito, e Donna Paulsen, uma assistente que vai muito além de sua mesa na sala de espera. Diferente de Scandal, aqui as disputas giram em torno de questões empresariais e, quando caem no campo da individualidade, estão sempre relacionadas a interesses econômicos, como a divisão de uma herança ou a reivindicação de direitos autorais. Sem falar nas disputas dentro da própria firma, onde Harvey vive em guerra eterna com Louis Litt, de longe o mais divertido personagem da produção que, focado ao extremo em acabar com a pose indelével de Harvey, não consegue o status de vilão sendo adorado pelos fãs da série. É formidável como os dois roteiros adentram fundo nas histórias de seus personagens. Nelas, não encontramos o superficial de outras séries e, mesmo com tomadas na maior parte do tempo nos escritórios e tribunais, as histórias vão além dos processos. As tramas são jurídicas, de fato, mas o foco não se limita no Direito, a justiça, ao invés da cereja, neste caso se apresenta apenas como o pratinho do bolo. Vale muito a pena mergulhar em maratonas das temporadas passadas e após isso aguardar por cada novo episódio semanal. Olívia Pope e Harvey Specter não possuem sonhos e sim objetivos, levando-nos a uma simples, embora difícil pergunta: em uma disputa no tribunal, quem sairia vencedor?
HOMENAGEM ESPECIAL
112 Olha pra o céu, Por Amanda Vasconcelos Fotos Divulgação
José Domingos de Morais, ou melhor, Dominguinhos. Nascido em fevereiro de 1941 no interior de Pernambuco, na cidade de Garanhuns, é conhecido como cantor, compositor e instrumentista com destaque na sanfona.
Sanfoneiro humilde, seu pai, mestre Chicão, era um conhecido por tocar e afinar o instrumento com maestria. Oriundo de família humilde, Dominguinhos se interessou por música desde cedo, começou a tocar sanfona aos seis anos de idade e chegou a se apresentar em feiras livres e portas de hotéis em troca de alguns trocados junto com seus dois irmãos, com quem formava “Os três Pinguins”. “Para nós era o céu”, contou Dominguinhos em uma de suas entrevistas. Com muita pratica, ele se tornou músico profissional ainda garoto e foi nessa fase, aos nove anos, que conheceu Luiz Gonzaga. O “Lua” como era chamado Gonzaga, se impressionou com a desenvoltura do pequeno Domingos e o convidou a ir ao Rio de Janeiro, ele foi. Em 1954, com treze anos de idade acompanhado do pai de dos irmãos, partiu rumo a Nilópolis. Encontrou-se com Luiz Gonzaga, que o integrou na sua equipe de músicos e lhe deu uma sanfona, assim, Dominguinhos passou a fazer shows pelo Brasil e participar das gravações. Foi com a equipe de músicos do “Lua” que ele ganhou reputação como músico e arranjador, fazendo inúmeros trabalhos junto a músicos de renome como Gilberto Gil, Toquinho, Elba Ramalho, Maria Bethânia... E consolidou sua própria carreira. Influenciado pelo baião, choro, xote, forró, jazz e até bossa nova, era um artista versátil e talentoso.
“Eu só quero um amor Que acabe o meu sofrer Um xodó prá mim Do meu jeito assim Que alegre o meu viver...” - Eu só quero um Xodó Uma revista com a cara do Nordeste
Talvez os que admiram Dominguinhos não saibam, mas seu destino na música deu um salto em dezembro de 1956, no aniversário de Luiz Gonzaga. Sua festa foi comemorada na casa de Cachambi, com muitos convidados e principalmente forró. Primeiro quem tocou foi Luiz, depois os outros na pista, quando surgiu no meio da sala, com a sanfona do mestre “Lua” o garoto Dominguinhos ou, para os mais chegados, Nenen. Tocou bonito, acompanhou o Gonzaga e cantou. O Nordeste trouxe para o mundo mais um artista que encantou com a beleza dos baiões e Xaxados. Com orgulho, seu mestre sorria, feliz e disse: “Ouçam bem esse cabra, o Dominguinho. Toca pá daná e canta no jeito dos Gonzagas. Podem tomar nota: ele vai ser meu herdeiro artístico. Digo isso com a maior sinceridade e estou pronto a apoiar a sua carreira.” Com um grande sorriso no rosto, o jovem Domingos recebeu a missão de braços abertos, ciente da responsabilidade e não fez feio. Tocou, cantou e encantou. Vencedor do Grammy Latino em 2002 com o CD “Chegando de Mansinho”, do Prêmio TIM em 2007 na categoria Melhor Cantor Regional, em 2007, concorreu ao 8º Grammy Latino com mesmo álbum na categoria “Melhor Disco Regional”, em 2008 foi o grande homenageado do Prêmio Tim de Música Brasileira e em 2012, foi o vencedor do Prêmio Shell de Música.
Em meio a suas músicas, estão entre as mais conhecidas fazendo história de cada brasileiro, as mais repetidas: “Eu só quero um Xodó” e “De Volta pra o Meu Aconchego”. No fim de 2012 Dominguinhos começou com problemas de saúde. Internado em Recife com arritmia cardíaca e infecção respiratória, foi transferido para o Hospital Sírio-Libanês em São Paulo, onde os médicos afirmaram que o cantor não deveria mais retornar do coma que se encontrava. Mas, apesar das declarações, o mestre Dominguinhos apresentou melhoras e voltou, mesmo que minimamente, a consciência. No começo de julho, o cantor deixou a UTI, mas ainda permaneceu internado. Foi no fim de julho, exatamente no dia 23, após sofrer complicações infecciosas e cardíacas, que o músico morreu após perder uma batalha que durou seis anos contra um câncer de pulmão. O corpo foi sepultado em Recife, ao som de “Eu só Quero um Xodó”. Olha pra o céu, meu amor... Luiz Gonzaga com certeza recebeu seu herdeiro de braços abertos. Perdemos uma pessoa especial, mais do que um aprendiz, consagrado por público e crítica, uma pessoa que não só deu continuidade, como evoluiu e ampliou o legado da sanfona nordestina, mas ganhamos todo esse tempo uma herança inestimável. Dominguinhos sempre será a nossa história.
“Ouçam bem esse cabra, o Dominguinho. Toca pá daná e canta no jeito dos Gonzagas. Podem tomar nota: ele vai ser meu herdeiro artístico. Digo isso com a maior sinceridade e estou pronto a apoiar a sua carreira.” - Luiz Gonzaga www.OUSHBrasil.com.br
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Maceió, a cidade mais linda do Brasil | Foto cedida gentilmente por Juliano Pessoa
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