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anoIV número12 dez2013
Uma revista com a cara do Nordeste
Páginas Verdes
Saiba como seus hábitos atingem o Meio Ambiente e o que fazer para que eles se tornem mais sustentáveis
Esportes na orla
Um especial com as modalidades que prometem agitar o verão de Maceió unindo saúde e diversão
Prêmio Master ADEMI
Cobertura completa do evento que premiou os principais destaques do setor imobiliário alagoano em 2013
Coliseu Extreme Fight
Circulação Nacional / Exemplar de Assinante
Em sua 8ª edição, evento fecha o ano com Card impecável promove #SuperLuta e ganha destaque mundial no meio MMA
seguros?
Ocupando o primeiro lugar no Ranking do Mapa da Violência no Brasil, Alagoas enfrenta um dos maiores desafios de toda sua história: voltar a ser a terra pacata de sempre.
E mais: decoração com canecas, Mercado do Artesanato, Captain Nikolas, Nide Lins, Filarmônica Carlos Gomes, String Art... Uma revista com a cara do Nordeste
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EDITORIAL
@MarcioMrotzeck
Negócios! O projeto "Ideias & Negócios", lançado há três edições pela Revista OUSH! Brasil ganha cada vez mais força e notoriedade. Na primeira edição, abordamos o tema "Alagoas como Subsede da Copa do Mundo 2014", questionando se estamos prontos para receber uma grande seleção e a consequente avalanche de turístas. O resultado foi surpreendente, contamos com a adesão maciça de gestores do setor e representantes do poder público, apesar de sentir com algumas ausências muito importantes. Na segunda edição do evento, o foco foi o desenvolvimento imobiliário do litoral Sul de Maceió, onde temos a Praia da Avenida, que na década de 60 era a parte mais valorizada da cidade, e hoje vive o abandono, com isso o questionamento foi para se buscar soluções para o desenvolvimento econômico e resgate da região, resolvendo problemas como Salgadinho, Emissário Submarino, segurança, entre outros. Mais uma vez os gestores e poder público compareceram, em ambas a pauta em destaque foi matéria de capa da OUSH. Para essa terceira edição nos sentimos na obrigação de abordar um tema muito polêmico, porém importante para toda a sociedade alagoana, um problema de ordem nacional, que é a segurança pública. Tudo é festa, mas nem tudo são flores, falar sobre segurança num período em que nosso estado está repleto de turistas, é mais do que oportuno, é evidente que a intenção não é afugentar ninguém de nossa linda Maceió, muito pelo contrário, é mostrar que estamos atentos, antenados e em busca de um lugar cada vez melhor para se viver. Não é à toa que Alagoas é o Paraíso das Águas. E foi no Radisson Hotel mais uma vez que reunimos representantes de todas as importantes forças de segurança de nosso estado, empresários e poder público para colocar em debate a questão, mais uma vez buscando soluções. O resultado desse embate você confere em uma matéria que nossa redação teve toda a preocupação em preparar. Essa é nossa última edição do ano, e como a movimentação é grande, apesar de muita gente já estar de férias, será para alguns a primeira revista a ser lida em 2014. É um verdadeiro dilema definir as pautas com a equipe da redação, no entanto a linha editorial da OUSH nos permite toda essa flexibilidade na variação e escolhas, é um mix de enriquecimento cultural, social, psicológico, conscientização, com testes, dicas, e muito conteúdo exclusivo. Isso sem contar que você leitor contribui para a geração desse conteúdo, o canal aberto desde a primeira edição continua recebendo suas mensagens e todas as sugestões de pautas recebidas são avaliadas. A participação do leitor nessa caminhada é muito importante, desde a publicação e compartilhamento de momentos pessoais através da hashtag #MinhaFotoNaOUSH até o envio das matérias e histórias de vida. Falando em festas, não esqueça de programar sua agenda, pois a alta temporada chegou, e no mês de dezembro, após o dia 15, todo dia é sábado, isso escutei há uns 3 anos de Paula Lyra, e ela tem toda razão, a cidade se transforma, as filas no supermercado são constantes e maiores, o movimento nas ruas fica fantástico, a turistada vem conferir de perto esse litoral, as praias verdes e azuis emoldurados pela orla mais linda do mundo. Vem aí mais uma mega edição do Réveillon Absoluto com a Rainha Ivete Sangalo e a musa Anitta, a festa do Réveillon Celebration completa 10 anos e trás Asa de Águia, o município também anunciou sua agenda de festas de réveillon, que terão o palco armado nas praias de pajuçara com shows para a população na virada e no mês de janeiro. Foto da Capa Marcio Mrotzeck Corredor Vera Arruda | MCZ | Alagoas
Agora com mais páginas e cada vez mais empolgante, esta é a revista que todo mundo vê. E lê.
Marcio Mrotzeck de Araujo Publisher
Uma revista com a cara do Nordeste
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SUMÁRIO
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Fotos Divulgação / SXC.hu
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112
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28
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"Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no medo, amor nos desencontros. É agradecer a Deus a cada minuto pelo milagre da vida". Fernando Pessoa
Uma revista com a cara do Nordeste
18 20 SINAL DE ALERTA 22 HISTÓRIA DAS ALAGOAS 24 ENTREVISTA 28 SAINDO DE CENA 32 PAIXÃO NACIONAL 34 MOTIVAÇÃO 36 BIOGRAFIA 38 CONEXÃO USA 42 DECORAÇÃO 44 PÁGINAS VERDES 46 CINEMA & TV 56 PRA SAIR DE CASA 58 PRONTOS PRA LUTA 64 MMA NACIONAL 70 MATÉRIA DE CAPA 72 ESPECIAL: ESPORTES 86 DESCOBERTA 100 SOLIDARIEDADE 102 CURIOSIDADES 104 RECONHECIMENTO 106 SEM FLASH
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86
58
46
Fotos Divulgação
MINHA FOTO NA OUSH
mais...
Descobrindo Alagoas ........................................ 110 Gastronomia ...................................................... 112 Sem transtornos ................................................ 114 Música & Arte ..................................................... 116 Memória ............................................................ 118
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Fotos Divulgação
Arte na rua ......................................................... 120 Detalhes ............................................................ 122 Experimente ..................................................... 124 Cortes Especiais ............................................... 126 Homenagem ..................................................... 128
PUBLISHER/Diretor Executivo Marcio Mrotzeck de Araujo | Diretor Administrativo & Financeiro Mário Lôbo
Jornalista Responsável Renato Silvestre MTB 60968 | Fotografia OUSH! Brasil / Image Bank / SXC.hu | Colaboradores Antonio Maria do Vale / Amanda Vasconcelos / Amanda Melo / Ana Paula Nunes / Dennis Calheiros / Adriano Teixeira / Ericsson Henrique / Alexandre Mendonça / Ingridy Lima / Dominique Lages / Thiago Alcântara / Thiago Nascimento | Revisão Antonio Maria do Vale | Asses. Jurídica Dra. Ana Cláudia Rocha Lôbo | Projeto Gráfico & Diagramação Marcio Mrotzeck de Araujo / Antonio Maria do Vale | Publicidade [publicidade@ oushbrasil.com.br] | Distribuição Assinantes, Condômínios Residenciais, Centros Empresariais e Médicos | Periodicidade bimestral | Impressão Gráfica Moura Ramos Nota da redação A revista OUSH! Brasil não se responsabiliza por opiniões em artigos assinados, todos os dados apresentados nas matérias são de responsabilidade de seus autores, os quais não mantém nenhum vínculo empregatício com a mesma e todos os anúncios foram veiculados mediante prévia autorização das empresas. Os preços de produtos e/ou serviços divulgados nessa edição foram fornecidos por seus fabricantes ou distribuidores e podem sofrer alterações sem prévio aviso. Fica vedada a utilização, sem prévia autorização de textos e/ou fotos em qualquer outro veículo de comunicação. A revista OUSH! Brasil é uma publicação da MW Comunicação e Design Ltda., sob CNPJ 05.630.153/0001-36, para maiores informações, entre em contato [redacao@oushbrasil.com.br] www.OUSHBrasil.com.br
pelos Tel 82 3432.2100 / 9620.4222 / 9646.6777, envie suas críticas, sugestões e/ou elogios. E-mail www.OUSHBrasil.com.br
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Uma revista com a cara do Nordeste
TEMPOS MODERNOS (Lulu Santos)
Eu vejo a vida melhor no futuro Eu vejo isso por cima do muro De hipocrisia que insiste em nos rodear Eu vejo a vida mais farta e clara Repleta de toda a satisfação Que se tem direito Do firmamento ao chão Eu quero crer no amor numa boa E que isso valha prá qualquer pessoa Que realizar a força que tem uma paixão
Hoje o tempo voa amor Escorre pelas mãos Mesmo sem se sentir E não há tempo que volte amor Vamos viver tudo o que há prá viver Vamos nos permitir Boas Festas, que 2014 seja repleto de grandes conquistas e realizações com muita Saúde e Paz. OUSH! \o/
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Sunset registrado do Norcon Empresarial, atual sede da Revista OUSH! Brasil | Maceió/AL - Foto Marcio Mrotzeck
Eu vejo um novo começo de era De gente fina, elegante e sincera Com habilidade pra dizer mais sim do que não
SEM FLASH
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Felipe Camelo
Textos Felipe Camelo Fotos Arquivo Pessoal
Lembro claramente quando fui ao lançamento de 1 nova revista alagoana, e a OUSH! Brasil já celebra 3 anos, o tempo voa. E aceitando convite e novo desafio, nesta edição, assino esta coluna, Sem Flash, focando pessoas que brilham por si só, sem precisar de luz artificial nenhuma. Em suas áreas, fazem sucesso além fronteiras, e aqui em terras caetés, idem. Então, gente sem flash, mas com brilho próprio, pessoal e intransferível. A partir deste N°, gente sem "fome por holofotes".
Americano por nascimento e alagoano por opção, Atiba Taylor nasceu com a música no sangue, flui sem o menor esforço. Muita sorte tê-lo aqui, nos elevando com raro talento. Pessoa física e/ou jurídica, sou fã.
Chef Breno Gama escada acima. Mesclando a gastronomia italiana com a alagoana, faz sucesso aqui, lá, e onde chegar. Com seus irmãos Dedé & Leopoldo, empresário estrelado.
Top promoter, dona da + seleta lista de poderosos clientes e competentes prestadores de serviços, Mamá Omena é sem dúvida, 1 das + influentes formadoras de opinião. Com seu toque de Midas, transforma os + simples eventos em reais ritos de passagem.
Entre as ++, em todos os sentidos, Franciza Brêda rouba a cena onde chega, na água, na terra ou no ar, inclusive pela simpatia. Da beleza nem preciso falar, vai muito além do belo rosto.
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Com os irmãos Aloísio & Celso, Ricardo Barros Correia entre os maiores e melhores criadores de Nelore do país. Seus concorridos leilões atraem compradores de todas as regiões, gerando emprego e renda, movimentando a economia.
Viajante, locomotiva, escritora, Imortal da Academia Alagoana de Letras, dona Lysette Lyra, aqui na Madu, é referência inclusive quando se fala em mulher produtiva, ativa, e feliz. Adoro, a vida toda.
No dia em que celebrou + 1 aniversário, Paula Sampaio com motivos de sobra para escancarar o belo sorrisão e colocá-lo na vitrine, explícito. Da suíte do Ritz Lagoa da Anta, foi confirmar o amor trocando Sim com seu bem amado Anderson Barretto.
Designer reconhecida internacionalmente com traços modernos, eternos e contemporâneos, Clementina Duarte tem colecionadores de suas preciosas obras. Claro que ao lado, total apoio do maridão, Nelson de Franca. Aqui, na exclusiva Mara Tenório.
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Comandando a verdadeira holding em que transformou seu grupo empresarial, Wellington Te o t h o n i o , n a A r t e f a c t o , dividindo a cena com o inspirado arquiteto Henrique Gomes, que nesta virada de ano assinou a iluminação da badalada Porto Seguro.
Levino Júnior honrando o tino para os negócios herdado na genética. Com seus pais José Levino & Delcy Freire, investe pesado no crescimento de Arapiraca. O + novo sucesso? Reserva Perucaba. Aqui, no lançamento do 1° bairro planejado do Nordeste, com sua metade Mariana Rocha e os filhos Gustavo & Gabriel.
INTERATIVIDADE
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#MinhaFotoNaOUSH Por Ana Paula Nunes/Marcio Mrotzeck
Agradecemos a todos os amantes da fotografia que compartilharam suas belas imagens com a @OUSHBrasil através do Instagram utilizando a hashtag #MinhaFotoNaOUSH. Essa já é nossa segunda seleção dentre as quase 1.000 imagens que recebemos, continuem compartilhando os seus melhores momentos que em breve a sua foto pode estar ocupando também esse espaço. OUSH! \o/
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SINAL DE ALERTA
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Uma distração e...
Por Viviane Suzuki
Capitã do Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas
Lar doce lar! Apesar da aparente sensação de alívio e conforto de estar em casa, o lugar tido como abrigo dos males e riscos externos, pode ser nosso principal vilão em acidentes Há quem diga que sua casa seja o lugar mais seguro do mundo, mas o que praticamente ninguém parou para pensar é que ela pode reunir uma quantidade imensa de riscos a toda família, principalmente aos pequenos. Pois bem, analisemos um pouco e perguntem a si mesmos: A válvula da mangueira do gás de cozinha é desligada toda vez em que não tenha alguém em casa? O contador de energia é desligado ao sairmos a viagem? Os brinquedos das crianças são comprados seguindo o exigido pela faixa etária delas? Produtos de limpeza e medicamentos estão sendo guardados em locais os quais as crianças não tenham acesso? As panelas quando em cozimento estão com seus cabos voltados para dentro? As tomadas não utilizadas estão com protetor? Verdade que são inúmeras perguntas possíveis, mas elas advém da quantidade e diversidade de riscos existentes justamente no local o qual nos sentimos mais protegidos, nossa casa. Muito comum nas estatísticas de acidentes atendidas pelo Corpo de Bombeiros Militar é o acidente doméstico, principalmente envolvendo crianças, pois aos olhos delas, tudo é tratado como uma forma de curiosidade e elas adoram o novo, a descoberta, e sem demonstração de medo e é aí onde se encontram os maiores problemas. Acidentes estes ocupando o topo no rancking das causas de óbitos em crianças de até 9 anos, segundo o Ministério da Saúde. Para tanto, em se tratando desses pequenos “raios” que em segundos conseguem nos deixar com o coração nas mãos, todo o cuidado ainda se torna pouco, pois eles sempre irão aparecer com
novidades e geralmente, vindas para machucarem a si mesmos. Como prevenção, algumas instituições, como o Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas, desenvolvem palestras de cunho educativo, projetos somente voltados para as crianças com várias assuntos focando em diminuição de acidentes domésticos, cartilhas para prevenir acidentes, orientações por meio de campanhas sazonais e até ensinando-os a atuarem ante qualquer incidente dentro de suas próprias casas, obtendo noções de Primeiros Socorros. Dentro da temática, elencamos algumas dicas que devem ser tomadas dentro do nosso lar: observar a altura das instalações elétricas, proteções de tomadas sempre colocadas, medicamentos e materiais de limpeza armazenados em locais adequados e elevados, ficando fora do alcance das crianças, evitar brinquedos com peças muito pequenas ou pontiagudas, ao cozinhar deixar o cabo das panelas sempre voltados para a parte central do fogão, sacos plásticos guardados longe do alcance dos pequenos, jamais deixar baldes cheios onde as crianças tenham acesso, ventiladores sempre em locais elevados e com a grade de proteção afixada e no geral, sempre que se ausentar por período considerável, desligar o contador de energia e de água, fechar a válvula do botijão de gás, quando não estiver em uso e manter piscinas com redes protetoras. Enfim, gigantescas podem ser as causas de acidentes domésticos, afinal, nem tão segura nossa casa é quando passamos a abrir os olhos e mesmo, contudo, se qualquer acidente vier a acontecer, deve-se ligar imediatamente para órgãos especializados a fim de obter conhecimentos dos procedimentos a serem tomados.
Em caso de emergência
Corpo de Bombeiros: 193 SAMU: 192
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Orgulho Alagoano Empresa de Alagoas está entre as cinco melhores do setor saúde no Brasil, sendo a única entre as de São Paulo
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HISTÓRIA DAS ALAGOAS
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Outras travessuras Por Antonio Maria do Vale
Em tempos de discussão sobre a exploração e os royaltes da camada pré-sal, conheça a curiosa relação entre o escritor Monteiro Lobato, o alagoano Edson de Carvalho e a descoberta do petróleo no Brasil. "Marmelada de banana, bananada de goiaba, goiabada de marmelo. Sítio do Pica-Pau Amarelo, Sítio do Pica-Pau Amarelo!". E você já deve estar pensando... Essa matéria é sobre a história que alegrou as crianças brasileiras, e muito provavelmente você, primeiro nos livros e depois na TV, certo? Errado! Então, é sobre o escritor que ficou popularmente conhecido pelo seu conjunto de obras literárias infantis, Monteiro Lobato? Desta vez passa perto, já que poucos sabem que o escritor paulista, José Bento Renato Monteiro Lobato, era, além de um exímio contador de estórias, também um notório visionário. E qual a relação de tudo isso com o petróleo? E mais, com o petróleo e Alagoas? Comecemos abordando a vida de Lobato, que não se limitou a escrever livros e vivia envolvido em causas sociais. Criado
desde os 15 anos pelo Visconde de Tremebé, antes mesmo de completar os 18 anos entrou para a Faculdade de Direito do Largo do São Francisco, na época a meca intelectual dos paulistanos. Como não possuía a menor afinidade com o Direito, passou o período acadêmico sem demonstrar o menor interesse pela atuação como advogado, o que só viera utilizar quando da necessidade do conhecimento da lei para livrar-se dos embróglios que surgiram nas investidas como empresário e defensor social. Um convite teria desencadeado este lado empreendedor do escritor. Em 1927, segue, a pedido do governo, para os Estados Unidos, onde atuaria como adido comercial, além de investir quase todo o seu patrimônio em ações da Bolsa de Nova Iorque. Diferente dos que já haviam estado no cargo, Lobato mergulha de cabeça na atividade de
No cinema
O filme “Ouro Negro” conta a saga do alemão Gosch em terras alagoanas
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investigação das causas da prosperidade americana e logo descobre que a siderurgia e o petróleo são a base do desenvolvimento daquele país. Com o "crash" de 1929 perde tudo que havia aplicado e, em 1931, retorna ao Brasil decidido a por um fim ao nosso estado de letargia econômica e tendência ao subdesenvolvimento. Ao chegar ao Brasil inicia, primeiramente, a campanha pelo ferro, já que naquela época o país começava a conhecer suas jazidas e seu potencial mineral. Lobato pretendia implantar o processo Smith, que conheceu em Detroit, que produzia o metal em temperaturas mais baixas com a utilização de carvão mineral. A ideia não vingou já que toda a produção siderúrgica do Brasil se baseava naquele momento no carvão vegetal e, embora tenha se empenhado em ferrenhos debates sobre o assunto, Monteiro Lobato desiste da empreitada e direciona seus esforços ao petróleo. Primeiro, buscou a ajuda do governo, apresentando seu projeto para que a iniciativa fosse pública o que, diante da sabotagem orquestrada por interesses de multinacionais, que haviam determinado que o Brasil ficaria de fora da exploração do petróleo, não se concretizou. Descobriu que se quisesse ver algo ser construído teria que por a mão na massa e, mesmo enfrentando o descrédito, ceticismo e a ridicularização que as iniciativas privadas de exploração sofriam, Lobato movimenta capital privado e investe em perfurações de poços com a fundação da Companhia Petróleo do Brasil. Uma sociedade é montada e, utilizando-se de sua reputação formada pelos livros publicados, o apelo ao público para a subscrição de ações alavanca a ideia, tirando-a do papel. A afronta de Lobato não agradava muito e a grande maioria da sociedade formava a turma do contra: capitalistas, bancos, governo, multinacionais e imprensa. O ceticismo, difamações e conchavos imperavam, o que não diminuía o ímpeto empreendedor do escritor que, apesar de tudo, encontrava aliados que apostavam todas as fichas na perfuração de poços. Em poucos meses quatro empresas estavam em funcionamento e as evidências da existência de petróleo em solo brasileiro se concretizaram. E neste cenário Alagoas foi pioneira já que, mesmo antes das investidas de Lobato, o médico e geólogo alemão, José Gosch, mais conhecido como Bach, havia prospectado o ouro negro no vale do Riacho Doce, ainda na década de 1920. Segundo relatos não oficiais, Bach teria, de forma duvidosa, morrido afogado em uma lagoa, fato contestado na época pelas fortes evidências de assaninato. As dúvidas que cercaram o fim trágico do alemão residente em Maceió fora ratificado anos depois na morte, também duvidosa, de seu sucessor, Pinto Martins, que, ao ir ao Rio de Janeiro assinar um contrato de extração com empresários ingleses, fora encontrado morto com indícios, na versão oficial, de suicídio. O que chamou atenção no caso é que toda a documentação, incluindo o projeto de perfuração e extração, não foi encontrada. Indiferente aos riscos e alertas, Lobato aporta na capital alagoana decidido a fazer jorrar petróleo em Riacho Doce. Por aqui, encontrou o alagoano Edson de Carvalho, fundador da Companhia Petróleo Nacional, com quem firmou parceria para as primeiras perfurações. Assim como o escritor, o desbravador alagoano também enfrentara dificuldades para executar a exploração. Os interesses comerciais estavam ligados a empresas estrangeiras que mantinham relação estreita com o governo. Estávamos na ditadura e a principal estratégia destas empresas era adquirir todo e qualquer pedaço de chão de onde se pudesse extrair petróleo, mas não com esse propósito, já que o que buscavam era reduzir as chances de sucesso de brasileiros como Monteiro Lobato e Edson de Carvalho.
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Para se ter ideia da situação, o Ministério da Agricultura possuía um serviço geológico responsável por pesquisa e descoberta de petróleo que mais tarde fora transformado no Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM. O novo departamento rapidamente fora ocupado, quase que por completo, por agentes a serviço da Standard Oil, a principal interessada em comprar terras onde havia evidência do petróleo, deixando-as logo em seguida entregues ao Deus dará, impossibilitando qualquer tipo de exploração. Umas das ações do DNPM foi justamente intervir no trabalho de Edson de Carvalho, abrindo campanha contra sua empresa, utilizando dos mais diversos artefatos, de reuniões com representantes do governo a infiltração de laranjas que frequentavam as rodas elitizadas para inserir inverdades nas conversas das pessoas mais influentes da época. A imprensa também foi bem utilizada e não faltaram boas matérias que, quando pouco, ridicularizavam Edson deixando a entender que se tratava de um louco cometendo peripécias alienadas. Edson não se abate e continua firme em seu trabalho, mesmo diante de inúmeras sabotagens realizadas as escuras. Mas um duro golpe amplia de forma significante os desafios a que estava habituado a combater. Vencido pela pressão oligárquica, um interventor federal em Alagoas decreta o fechamento da Companhia e interrompe, com uma ocupação militar, os trabalhos da sonda por um período de 14 meses. Perseverante, o alagoano aguarda paciente a substituição do interventor para retomar as atividades. A troca acontece, contudo Edson se encontra endividado, sem prestígio e dinheiro para acelerar as tarefas e recuperar o tempo perdido. E quem disse que isso seria impecilho, de mangas arregaçadas continua quase que sozinho e passa de diretor para perfurador, dirigindo pessoalmente todo o serviço. Pra conseguir recursos, sai a cavalo pelo interior, fugindo da difamação sofrida na capital e arredores, e de viagem em viagem transforma o pouco arrecadado em mais uns metros perfurados. A tática funciona e depois de cansativas jornadas os loros da vitória: 250 metros de profundidade e o primeiro jato de gás de petróleo jorra em solo alagoano. A notícia flui boca a boca e todos em Maceió partiam em direção a Riacho Doce para conferir de perto o que era dito como improvável se concretizar. Toda a nata intelectual da capital alagoana queria presenciar de perto Edson de Carvalho manusear sua caixa de fósforo e transformar em chama o gás que
Incansáveis
Lobato e Edson de Carvalho (últimos a direita) não desistiam diante das adversidades
“Enquanto o milagre do petróleo se operava ao norte do continente, um país ao sul, de igual extensão territorial e povoado com os mesmos tipos de elementos humanos, europeu, negro e índio, permanecia em profundo estado de dormência. Um pântano com 40 milhões de rãs coaxantes, uma a botar a culpa na outra do mal-estar que sentiam”. Monteiro Lobato (1930)
saía do poço São João. Jornalistas, estudantes, políticos, o senador Costa Rego e o governador Osman Loureiro, todos surpresos com a confirmação de que Edson estava certo. O então governador não titubeou e em disparada, sem qualquer má intenção, inocentemente tratou logo de levar a boa nova para o ministério da agricultura, enviando a Fleury da Rocha um emergencial telegrama solicitando apoio técnico para a continuidade da exploração. Não sabia Osman Loureiro que Fleury e todo seu efetivo no Departamento Nacional de Produção Mineral não estavam nenhum um pouco entusiasmados com a notícia. Na ocasião, o ministro da agricultura repassou, de imediato, orientações para seu fiel escudeiro Bordout Dutra, que tinha o apelido de "Rei do aborto", por ser mestre no fechamento de poços e sonhos daqueles que se dedicavam a descobrir petróleo no Brasil. Monteiro Lobato descreve o fato em sua obra "O escândalo do petróleo", de 1936, contando que Fleury, ao receber a notícia, se volta a Bordout, pisca o olho e diz: "vai Dutra, vai ajudar aquela gente, você sabe o jogo". E Bordout arrumou as malas e partiu para Alagoas. Mas não de mãos abanando, já trazia consigo um ofício de Fleury ordenando a entrega imediata da sonda federal com que Edson estava perfurando. A decisão causou espanto por toda a cidade que esperava junto ao representante do DNPM uma comitiva de geólogos e engenheiros e não um balde de água fria nos planos de Edson de Carvalho. A partir dali, devido a veracidade da existência do ouro negro em Alagoas, a opinião pública mudou de lado, abandonando as chacotas e apoiando as intenções de Carvalho. As capas de jornal estampavam as sondas e saíam em defesa de Monteiro Lobato e Edson de Carvalho, os políticos esbravejavam em discursos acalorados, muitos deles em comícios realizados em praça pública. Como num passe de mágica tudo se tornou diferente, o sucesso da empreitada no poço São João se configurou num divisor de águas na história do petróleo no Brasil. Osman Loureiro, nada satisfeito com a situação, decreta esta nova fase com o envio Uma revista com a cara do Nordeste
de mais um telegrama: "Dr. Odilon Braga, Ministério da Agricultura. Tenho o pesar de levar ao conhecimento de V. Excia. que o Dr. Eugênio Dutra, enviado do DNPM., em vez de trazer a aparelhagem necessária para examinar a situação do petróleo do Riacho Doce, apresentou um ofício reclamando a entrega da sonda cedida ao estado para aquele fim. A retirada da sonda no momento atual não seria somente uma decepção. Em desabono do crédito do serviço oficial, senão também a confirmação dos rumores de que interesses ocultos entravam o andamento das pesquisas do precioso óleo. Solicitamos, pois, com vivo empenho, a revogação da ordem de retirada da sonda, garantida pelo Estado em contrato firmado, bem como a determinação de exame dos poços registrados em Riacho Doce. Atenciosas saudações. Osman Loureiro”. A repercussão do caso foi nacional e àquela altura não se encontrava mais em Maceió Bourdot Dutra, que partira em disparada de volta ao Rio, onde, rápida e resumidamente, palavreia seu relatório: "Aquela gentinha é perigosa, não foi à toa que Floriano nasceu lá", alertando Fleury da Rocha. Enquanto isso em Alagoas, Osman Loureiro se reúne com Edson de Carvalho e decide seguir a sugestão de Monteiro Lobato, que havia lhe escrito uma carta indicando a melhor empresa do ramo no mundo para a continuidade dos estudos em Riacho Doce, a firma Piepmayer & Cia, chamada Elbof. No Rio de Janeiro a notícia do contrato de três meses, firmado entre o governo alagoano e a empresa alemã, cai como uma bomba no Ministério de Agricultura, principalmente, no Departamento Nacional de Produção Mineral, que agora não possuía mais credibilidade diante da sociedade, além de ruir-se internamente pelos problemas que causaram ao governo perante a população. E mesmo diante do quadro catastrófico, não desistem e solicitam que a parceria seja desfeita já que os trabalhos contratados poderiam ser realizados pelo próprio departamento, sem a necessidade da vinda de estrangeiros. Osman Loureiro até concorda, mas oficia que isto só ocorra após o término do contrato com a Elbof, garantindo assim estudos que excluam qualquer possibilidade de retomada dos planos do DNPM, o que de fato ocorreu três meses depois, quando o relatório final produzido pelos alemães apresentam resultados inteiramente reversos aos que os federais defendiam com unhas e dentes. Estava selado o fim da farsa vexatória conduzida por Fleury e toda sua equipe de conspiradores. Monteiro Lobato citou por diversas vezes Osman em algumas de suas obras e não escondia sua admiração pelo alagoano, sempre enfatizando o quanto suas decisões foram determinantes para a virada de mesa frente aos trustes petrolíferos. Em "O escândalo do petróleo", Lobato o destaca como o pioneiro do petróleo que quebrou o monopólio da pesquisa por parte dos americanos, conseguindo sondas e brocas na Alemanha. O escritor chamava o intelectual alagoano de “um homem do destino”, lançando inclusive a candidatura de Osman Loureiro à presidência da república. Embora, aparentemente, a situação se mostrasse favorável a exploração sem qualquer tipo de intervenção, o golpe de estado de 1937 desencadeou uma série de ações militares que novamente paralisaram todas as iniciativas privadas de exploração do petróleo. O novo governo impõe o fechamento de todos os poços e as investidas, antes realizadas com embargos e decisões administrativas, agora davam lugar a violência e prisões sem justificativa. Getúlio Vargas põe fim ao Departamento Nacional de Produção Mineral e cria o Conselho Nacional do Petróleo – CNP; a ditadura cria também a censura, o que frustra qualquer possibilidade de manifestações populares ou jornalísticas e os desbravadores do ouro negro, como www.OUSHBrasil.com.br
Getúlio e o petróleo
Edson de Carvalho e Monteiro Lobato, começam a ser perseguidos. Lobato inclusive passou seis meses na prisão após ser condenado por um tribunal de segurança que montara uma acusação contra o escritor. Tudo em razão, como de costume, de mais uma de suas cartas denúncia, desta vez enviada ao próprio Getúlio Vargas, onde detalhava todos os acontecimentos de bastidores praticados pelas companhias petrolíferas nacionais e as sabotagens dos trustes internacionais aliados a homens do governo que não serviam aos interesses do país. No texto apresentava dados, comentava situações vividas e as dificuldades encontradas, mas as consequências vieram na contramão das propostas. Getúlio autoriza a exploração do petróleo por qualquer empresa, nacional ou não, e institui um decreto-lei que implica impostos, em pé de igualdade, sobre a produção de gasolina e seus derivados. Quem poderia competir com a poderosa Standard Oil? A concorrência desleal pôs fim ao sonho dos pequenos empreendedores e em poucos meses todos abandonaram a iniciativa. Para se ter uma ideia do que a decisão representava na prática, as refinarias que utilizavam o óleo estrangeiro obtinham um lucro de 100 réis por litro de gasolina, enquanto que para cada litro de óleo extraído em território nacional era preciso o pagamento de 460 réis de imposto, o que impossibilitava a exploração, obrigando as empresas brasileiras a continuarem comprando a matéria-prima bruta dos americanos. Voltando as cartas de Lobato, enquanto estava na prisão dedicouse seu tempo quase que integralmente para escrever. No dia do aniversário de Vargas, lhe envia mais uma delas em que, numa tentativa de ver seu sonho realizado, mesmo que por outros meios, sugere a criação de uma Companhia Nacional de Petróleo nos moldes da recém-fundada Companhia Siderúrgica Nacional. Muito embora não tenha contido seu lado sarcástico ao apontar os benefícios que a mudança traria, escrevendo que "o generalcomandante desse Conselho e os mais membros que o compõem, caso empregados como combustível nas fornalhas das sondas, darão para mover as máquinas por uns dois ou três dias, vantagem que não é de se desprezar". Inspirados na luta de Monteiro Lobato, Edson de Carvalho, José Bach, Pinto Martins e tantos outros, os partidos políticos de oposição, apoiados por movimentos sociais, lançam, em 1950, uma campanha de rua em defesa do petróleo. Com o mote, que se tornou histórico, "O petróleo é nosso", as manifestações se expandiram por todo o país e levaram o Congresso Nacional a aprovar a legislação sobre o petróleo, recebendo, de última hora, uma emenda que cria a Petrobrás, isso em 1953.
A ditadura encerrou as espectativas de pequenos empreendedores e criou a Petrobrás em 1953
ENTREVISTA ESPECIAL
28 Existe uma Por Márcio Mrotzeck
Alagoas possui os piores índices educacionais do país ao mesmo tempo que um de seus municípios é destaque no IDEB. Porque há tanta distorção e o que fazer para que os números se tornem positivos de médio e longo prazo? Estado com o maior porcentual de analfabetismo do País, com 21,8%, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2012, Alagoas amarga mais um índice negativo, desta vez com o pior desempenho brasileiro nas três áreas avaliadas pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes – PISA. De acordo com os dados divulgados no último dia 03 de dezembro, os estudantes alagoanos de 15 anos ficaram em último lugar do Brasil em matemática, com 342 pontos, leitura (355) e ciências (346), alcançando uma média de 347,7637 pontos. Espírito Santo, que encabeça a lista brasileira, teve 423,248 pontos de média. Para tentar reverter a situação do Pisa, a Secretaria de Educação Lançará em 2014 o Programa de Correção de Fluxo, que conta com uma série de ações, entre elas a compra de R$ 1,1 milhão em livros didáticos. No primeiro ano, porém, o esforço só contemplará 10,4 mil alunos, o que corresponde a cerca de um quarto do total de estudantes que está fora da faixa de escolaridade. “Sabemos que é pouco, mas é um passo importante”, disse Ana Márcia. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas – Sinteal, há pelo menos cinco anos denuncia a necessidade de concurso público para preenchimento de pelo menos 3,5 mil vagas deixadas por professores que se aposentaram no serviço público. Sem concurso público há oito anos, a educação alagoana tem de se valer do esforço dos 3,4 mil profissionais para cobrir toda a rede pública. Sobre o assunto, conversamos com o diretor do CEB-COC Maceió, José Romero Nobre de Carvalho. Pós-Graduado em Administração e História do Brasil e especialista em Educação, com mestrado pela Universidade Moura Lacerda, de Ribeirão Preto/SP, José Romero analisou a atual situação da educação, apontando problemas pontuais e também algumas soluções. Para ele, investimentos por si só não resolvem o problema. É preciso ir além e fazer com que escola e sociedade passem a interagir; que a estratégia seja local, levando em consideração as características dos alunos e do meio em que vivem e; principalmente, que o professor seja mais valorizado, essa é sua principal aposta. Educadores motivados representam a maior força neste processo de melhorias necessárias. Engajados, eles poderão mudar o quadro atual de forma bem mais rápida do que acontece hoje. O raciocínio lógico pode até levar a conclusão de que o problema está na falta de recursos, afinal, eles seriam os responsáveis pela falta de motivação. Mas, José Romero nos explica porque a solução tem um outro viés. OUSH - Porque a questão da educação sempre recai na
justificativa da falta de investimentos? José Romero Nobre - Ai está uma questão interessante.
Passei a minha vida toda de universitário e de educador escutando que mais verbas para a educação era a solução. Hoje tenho minhas dúvidas. O PNE (Plano Nacional de Educação) tem como meta destinar, até 2020, 7% do nosso PIB para educação. Hoje já são destinados 6,1%, segundo o governo. O movimento social organizado reivindica 10% do PIB e o governo da presidenta Dilma prometeu mais recentemente que recursos do pré-sal serão destinados à educação (50% do royalties) e o Senado Federal aprovou um projeto que garante R$ 2 bilhões por ano, a partir de 2014, à educação. Tudo isso significa que , segundo estimativas, R$ 4,8 bilhões por ano entre 2014 e 2022. Será que é suficiente? Ora, e a gestão desses recursos? OUSH - Qual seria o melhor caminho? José Romero Nobre - Para mim, a questão passa mais por uma gestão competente e recursos. Na iniciativa privada uma gestão orçamentária consegue prever e estimar recursos e garantir gestão do que se tem. Acredito que precisamos hoje é de um “choque de gestão” na maneira de gerir as escolas públicas. OUSH - Significa dizer então que o problema da educação
brasileira não está na falta de investimentos? José Romero Nobre - Não é bem assim. Há uma limitação de
recursos atualmente, mas isso não pode ser o fator preponderante. Veja, Um aluno de escola pública, do ensino fundamental tem destinado a ele em média R$ 300 por mês. Seria o custo-aluno em média para um estudante da rede pública. Na escola privada, a mensalidade média o dobro e em alguns casos o tripulo. Se observarmos o comportamento do investimento por aluno na educação básica, temos no Brasil aproximadamente US$ 1,5 mil ao ano, contra US$ 9,7 mil nos EUA. O Chile, pais que respeito muito no se refere ao projeto educacional investe aproximadamente US$ 2 mil por estudante. Portanto precisamos melhor o investimento, mas não é só isso. OUSH - O que falta então? José Romero Nobre - Como eu disse uma gestão mais
eficiente de recursos, com mais autonomia para as Unidades de ensino, envolvimento da comunidade no processo de manutenção e interação com a escola, dando mais aderência à escola junto a comunidade, motivação e valorização do educador. Falta um projeto político pedagógico mais realista, de acordo com a cultura e a realidade da comunidade onde a escola está inserida e acima de tudo uma vontade política de ser fazer uma educação transformadora e não reprodutora de valores elitistas desconectados da realidade da comunidade. Uma revista com a cara do Nordeste
“Escola não é somente um espaço onde se ensina. É também cenário das múltiplas manifestações da comunidade. Escola é lugar de gente feliz.”
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ENTREVISTA ESPECIAL
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OUSH - Os professores seriam também importantes no processo
OUSH - O que fazer então para atrair quadros para o magistério?
de restauração da educação?
José Romero Nobre - Valorização profissional do docente.
José Romero Nobre - Importante e fundamental! O professor
é o agente da educação. Ele é o pilar, o mestre, a ponta do novelo. A sala de aula é onde tudo acontece e o professor, o educador é o maestro. Precisamos de profissionais qualificados, motivados, bem remunerados e acima de tudo comprometidos.
É preciso um plano de carreia adequado à realidade dos estados e municípios. Hoje, em nível de Brasil, Segundo a pesquisa Nacional por amostragem de Domicílios (Pnad) de 2009, a média salarial do professor no Brasil é de R$ 1,8mil. É baixo, é desmotivador. Contudo ainda não é o principal problema.
OUSH - E como estão chegando hoje esses profissionais para
OUSH - E por que não é o principal problema?
assumirem as salas de aulas?
José Romero Nobre - A questão de déficit de profissionais na
José Romero Nobre - Está ai outro problema. As
educação é um problema instalado também na Europa. Na França, em uma pesquisa recente aponta que 17% dos professores estão com esgotamento físico e mental. Sofrem de stress, contra 11% em média nas outras profissões. Por lá 30% dos professores pensam em abandonar a carreia. O desânimo também está em Portugal, Alemanha e até na Bélgica. Na França, a situação salarial também é complicada. Um professor iniciando carreira recebe em torno de 2.000 euros. É pouco para os padrões europeus. Portanto, a questão passa pelos salários, mas há ainda outros fatores. Entendo que é preciso dar mais voz ao professor, fazendo uma gestão pedagógica mais colegiada, através de comitês que discutirão projetos e prioridades. Entendo ser necessária mais autonomia ao diretor da unidade e mais participação da comunidade. Professores poderiam ser motivados através de prêmios por produtividade, assim como escolas, cuja avaliação de desempenho mostrasse diferenciais. Mas tudo se define com a participação dos professores. Difícil? Pode ser. Impossível, jamais.
universidades não estão preparando educadores. Os cursos de licenciaturas parecem voltados a formarem a partir de um currículo acadêmico estruturado em discursos ideológicos anacrônico. Prática mesmo, nenhuma. Há também a questão em torno do capital social trazidos pelos alunos que buscam as licenciaturas. Como são na maioria oriundos de classes sociais em ascensão, são carentes de uma visão cultural, artística e linguística mais ampla. Muitas vezes há em sala de aula um abismo entre o educador e o educando. Podemos observar isso com mais clareza na rede privada de ensino. Portanto é fundamental a capacitação permanente e continuada desses profissionais. Não vejo isso no país.
“Falta um projeto político pedagógico mais realista, de acordo com a cultura e a realidade da comunidade onde a escola está inserida, falta vontade política.”
OUSH - Afinal, Bons resultados na educação estão ou não
relacionados à quantidade de recursos financeiros? José Romero Nobre - Vou responder com um exemplo bem
simples. O município de Jequiá da Praia, no litoral sul de Alagoas é campeão no IDEB (Índice de desenvolvimento da educação básica) no estado, com avaliação 7,0, que é um índice de primeiro mundo. Muito além da meta brasileira, não creio ser um município rico. Não acredito que se tenha mais recurso para investir em educação lá do que na capital, por exemplo. Interessante que a meta do Brasil para 2021 é chegar à nota 6,0 e Finlândia é de 7,7 em uma avaliação similar ao IDEB. OUSH - Com toda a sua experiência em educação, o que acha
que de fato é necessário para avançarmos? OUSH - Hoje, temos falta de professores no mercado? José Romero Nobre - Sim. Está faltando professores. Com
toda expansão na rede oficial de ensino e todo o investimento que o governo terá que fazer, o mais complicado será a oferta de mãode-obra na educação. O Tribunal de contas da união (TCU), após auditoria na rede de institutos federais pode constatar um déficit de oito mil professore em 2013. Na iniciativa privada já sentimos falta de professores e na rede pública, em alguns estados, monitores e professores ministram aulas, cujos conteúdos nem dominam. Por exemplo, professores de História, lecionando matemática, por falta de profissionais. Por isso, acredito que Educador é a profissão do futuro. Outro dado assustador e a evasão de profissionais. Número cada vez maior de professores abandona a profissão. A evasão docente em todo o Brasil se da graças à desvalorização da profissão, condições de trabalho que são ruins na rede pública.
José Romero Nobre - Veja, milito há 30 anos na educação.
Já lecionei, coordenei segmentos educacionais e editoriais, escrevi material didático, dirigi editora, sou autor de livro, psicanalista em formação e atualmente diretor-geral de uma grande escola de uma destacada rede nacional de ensino. Conheço e amo educação. Hoje, entendo que acima de tudo, não se faz uma educação pública de qualidade se não envolvermos a comunidade. Escola não é somente um espaço onde se ensina. É também cenário das múltiplas manifestações da comunidade. Escola é lugar de gente feliz, como dizia Paulo Freire. Escola é agente da transformação que a educação se compromete .Escola é para estar aberta as convivências e as trocas com a comunidade. Escola é para ter um diretor engajado, uma equipe instrumentalizada e com vontade política de mover, agir e realizar. É um espaço onde o aluno tem que desejar fazer parte e provocar orgulho na comunidade. Se não for assim, não estamos fazendo educação.
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SAINDO DE CENA
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Triste adeus
A versatilidade fez da Kombi uma unanimidade
Vai deixar saudades Por Antonio Maria do Vale
Brasília, Corcel, Chevete, Fusca... Agora chegou a vez de mais um clássico das ruas se aposentar. 63 anos depois de sua criação, a Kombi deixará de ser fabricada e tem tudo pra se tornar artigo para colecionadores. "Com a necessidade de adquirir um veículo para transportar várias pessoas, andei fazendo algumas pesquisas. Vans, minivans ou uma Kombi? O melhor custo benefício, aliado a um sentimento pseudo nostálgico da nossa parte, foi sem dúvida o da Komboza (sim, ela já ganhou um apelido). Fabricado a mão no Brasil desde 1957, este utilitário é o Highlander dos veículos da Volkswagen. Simplesmente o modelo mais antigo ainda em produção. Salvo algumas modificações nas portas e teto, a Kombi é praticamente a mesma desde seu lançamento. Após bater o martelo e esperar por 20 dias, enfim vivi a experiência de dirigir o carro. Tive a impressão de voltar no tempo. Foi como dirigir algo muito... analógico. O ato de trocar a marcha e a excêntrica posição do motorista são uma prova física da rápida evolução de design e tecnologia que vivemos e ela não acompanhou". O texto acima é da jornalista e aventureira paulista, Maria Rita Uemura, que, como tantos outros, representa o sentimento dos apaixonados por um veículo que encerra seu ciclo no próximo dia 31 de dezembro de 2013. Considerada a irmã mais velha do Fusca, na verdade, a Kombi está para o fusquinha, assim como Eva para Adão, já que a história de sua criação conta que seu primeiro protótipo foi baseado numa perua feita sobre o chassi de um Fusca. Com um design desastroso e sem graça, o que se tornou o charme e a marca registrada do veículo anos depois, o importador holandês, Ben Pon, cravou seu objetivo ao criar o desenho, em 1940, no principal foco de sua proposta, o ineditismo. A ideia era criar um carro que servisse tanto para carga quanto para transporte de pessoas, era o período da Segunda Guerra Mundial e a praticidade
imperava sobre o luxo naquela época. O nome é uma abreviatura do título original, Kombinationsfahrzeug, que quer dizer "veículo combinado", ratificando o propósito de sua criação na Alemanha. A fama cresceu quando passou a ser associada a hippies e surfistas, muito embora seja bem difícil encontrar alguém que não tenha uma única história pra contar com uma Kombi, sem falar nos apelidos que já recebeu: cabrita, no modelo com carroceria, pois pulava como tal; Coruja, pelos faróis arredondados; e pão de forma, eternizado na década de 70 pelo formato que lembrava o famoso pão Pullman. Em 1957, a Volkswagen começa a produzi-las no Brasil em São Bernardo do Campo/SP. De lá pra cá, já se vão 56 anos e mais de 1,5 milhões de unidades produzidas. Se comparássemos o número com a frota circulante do país, seria como se 2% de todos os carros fossem Kombis, um sucesso de vendas de fazer inveja a qualquer outro modelo, e com um detalhe, sem os persuasivos comerciais. A Kombi é o que se chama de produto vaca leiteira: "maduro; líder em seu segmento; que exige baixo investimento em inovação, tecnologia e publicidade; com vendas constantes e consistentes". Ou alguém se lembra de algum comercial de Kombi? E por que diante de tanto carisma e rentabilidade o veículo deixará de ser fabricado? Tudo é consequência da lei que torna airbags e freios ABS obrigatórios em todos os veículos produzidos a partir de 2014 e, infelizmente, a Kombi não está preparada para os novos tempos. A despedida está sendo em grande estilo, a Volkswagen criou até uma campanha especial de deslançamento, com direito a série limitada com apenas 1.200 unidades no valor de R$ 85 mil cada. É a última chance para garantir um último exemplar na garagem.
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PAIXÃO NACIONAL
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Legado para poucos Por Antonio Maria do Vale
Apesar de construídos ou reformados com dinheiro público, alguns dos estádios da Copa não trazem benefícios aos torcedores, deixando um legado positivo apenas para construtoras e concessionárias.
Novo Maracanã
Camarotes de luxo chegam a custar R$ 8 mil
Quem gosta de futebol já deve ter notado uma pequena mudança nos jogos realizados em algumas das novas arenas da Copa, a migração da torcida para o fundo do gol. Esta é apenas uma das consequências do legado que o mundial da FIFA deve deixar para os torcedores brasileiros. Novas linhas de metrô e ônibus, novas vias anti-congestionamentos, urbanização de periferias no entorno dos estádios, aeroportos mais modernos, mais conforto para o torcedor, parece que estas páginas do projeto se perderam ou foram rasgadas. O que se tem de concreto é que quem paga a maior parte da conta não ganha nada com isso. Restando pouco mais de seis meses para a abertura da Copa do Mundo de 2014, já se pode dizer que a conta do evento vai pesar mesmo é no bolso dos brasileiros, já que a cada R$ 10 gastos nos estádios, R$ 6 são de recursos públicos. Do orçamento total de R$ 8 bilhões das 12 arenas, R$ 4,8 bilhões saíram dos cofres do governo. Só o Mané Garrincha, em Brasília, custou 1,43 bilhão de reais, tendo como companhia outro bilionário, o Maracanã, no Rio de Janeiro, com R$ 1,19 bilhão. E quem fica com o lucro? Até agora apenas construtoras e concessionárias podem comemorar. No caso das reformas e construções, algo peculiar chama a atenção num país em que
a corrupção é onipresente, a disparidade do valor das obras nos estádios. Por que a relação entre o gasto do dinheiro público e privado é tão desigual? Para se ter uma ideia, a reforma do Beira-rio, em Porto Alegre, realizada com recursos da iniciativa privada, custará R$ 330 milhões, uma pechincha diante dos R$ 518 milhões gastos no Castelão, em Fortaleza, neste caso com dinheiro público. Fonte Nova, em Salvador, e Mané Garrincha, em Brasília vieram ao chão para dar lugar a novas arenas, mas por que o estádio baiano custou R$ 591 milhões, enquanto que os brasilienses gastaram mais de um bilhão? De onde vem o cimento, a brita, a areia e o aço utilizados nas obras bancadas com o nosso dinheiro? A mão de obra e mais cara? Se assim fosse, qual o motivo de tantas greves reivindicando melhores salários? E depois de tudo pronto vários estádios serão entregues a concessionárias que administrarão por décadas o que sequer ajudaram a construir. Os cariocas já convivem com as consequências da privatização e sentem no bolso o preço a ser pago. A solução? Adquirir ingressos mais baratos que se destinam as cadeiras que ficam atrás do gol. A reforma do Maracanã promoveu uma mudança de conceito não apenas na gestão do estádio, mas na experiência proporcionada ao torcedor ao assistir uma partida de futebol. Ingressos mais caros, assentos confortáveis, telões e sistema de som de última geração, câmeras por todo lado e segurança privada estão entre as novidades oferecidas. Mas de que torcedor estamos falando? O contrato entregue ao Governo do Rio cita características do mercado-alvo da concessionária: “indivíduos muito ricos que querem passar um tempo com a família e amigos, torcedores que normalmente não frequentariam partidas de futebol, que usam roupas de grife, que dirigem BMW, que consomem Johnnie Walker Blue ou Gold e que apreciam viagens internacionais”. Estão falando mesmo do futebol e torcedores brasileiros? Aos pobres mortais, é esperar que Zé Ramalho revise a canção Cidadão, incluindo “tá vendo aquele estádio moço...”. Uma revista com a cara do Nordeste
Beira-rio (Porto Alegre)
Arena Pantanal (Cuiabá)
Arena da Baixada (Curitiba)
Valor total: R$ 330 milhões Todos os recursos privados
Valor total: R$ 537,5 milhões Todos os recursos públicos
Valor total: R$ 265 milhões Recursos públicos: R$ 131 milhões
Arena Corinthians (São Paulo)
Arena da Amazônia (Manaus)
Arena das Dunas (Natal)
Valor total: R$ 855 milhões Recursos públicos: R$ 420 milhões
Valor total: R$ 605 milhões Todos os recursos públicos
Valor total: R$ 400 milhões Todos os recursos privados
Arena Pernambuco (Recife)
Arena Fonte Nova (Salvador)
Mané Garrincha (Brasília)
Valor total: R$ 529,5 milhões Todos os recursos privados
Valor total: R$ 591,7 milhões Todos os recursos privados
Valor total: R$ 1,43 bilhão Todos os recursos públicos
Maracanã (Rio de Janeiro)
Mineirão (Belo Horizonte)
Castelão (Fortaleza)
Valor total: R$ 1,19 bilhão Todos os recursos públicos
Valor total: R$ 689 milhões Recursos públicos: R$ 11,7 milhões
Valor total: R$ 518 milhões Todos os recursos públicos
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MOTIVAÇÃO
36 Sonhe,
Por Antonio Maria do Vale
A maioria das pessoas costuma ter objetivos como ter um bom emprego ou negócio, formar uma família, comprar uma casa e um carro. O pecado é esperar que tudo caia do céu sem qualquer estratégia. Estamos chegando ao final de mais um ano e, dentre inúmeras tradições que mantemos, sempre costumamos fazer os velhos e, por vezes, repetitivos planos: entrar na academia e emagrecer, poupar um pouco de dinheiro, aprender um outro idioma, parar de fumar, ler mais livros... Alguns até fazem questão de anotar as promessas, mesmo sabendo que aquele papel logo terá como destino a lata de lixo. E por que as coisas acabam não acontecendo? O erro pode começar desde o início já que a maioria das pessoas tem apenas "planos" e não ações planejadas. O plano é algo vago, aquilo que se fala, que se pensa, é a divulgação do desejo. Para que tudo aconteça na prática é importante saber a diferença entre plano e planejamento, o primeiro passo para que os objetivos traçados sejam alcançados. E o que seria planejar? Basicamente, é prever itens e ações necessárias para que o objetivo seja alcançado. Planejar é definir tarefas que, se realizadas, nos levam a concretização das metas estabelecidas. Planejar é guiar-se até o que desejamos, é como viajar a um lugar desconhecido: se usarmos um mapa, a chegada até o destino fica mais prática e curta. O mesmo ocorre quando definimos objetivos, o planejamento é quem nos direciona e determina o sucesso ou fracasso da jornada. Um empurrãozinho pode ser dado se alguns conceitos e atitudes forem colocadas em prática. Lide, primeiro, no como realizar o
que você deseja alcançar e, segundo, na mudança de atitude já que as pessoas, com o passar do tempo, tendem a querer se justificar pelo não feito. O mais importante é conseguir visualizar o seu planejamento, pra começar, basta responder a sete perguntas que irão listar as ações que precisarão ser executadas, elas foram elaboradas pelo consultor e autor do livro "Atitudes de resultado", professor Heinz Artur Schurt: O que? = definir atividades; Por quê? = justificar as atividades; Onde? = local das atividades; Como? = maneira de realizar as atividades; Quando? = elaborar cronograma de tarefas; Quem? = responsáveis pelas tarefas; Quanto? = recursos e valores para realizar as tarefas. Esta primeira etapa é mais simples e sempre nos momentos de motivação é realizada com o maior entusiasmo do mundo. Mas é preciso entender que não basta descrever por descrever tudo o que se pretende alcançar. O planejamento deve ser minucioso, afinal, quantas paredes já foram erguidas e depois tiveram que ser derrubadas em função de um layout mal projetado? Para obter sucesso preste muita atenção e não tenha pressa, se for preciso semanas para pensar detalhadamente cada passo, não interprete como perda de tempo. Analisando e calculando bem, você, dentre muitas coisas boas, poderá evitar que algo necessário ao projeto passe despercebido, além de acabar descobrindo formas mais eficientes e baratas de realizar algumas tarefas, economizando onde não esperava. Tá achando cansativo e trabalhoso? Pra quem quer de fato realizar, e não ter que repetir as mesmas promessas no próximo ano, a dedicação é fundamental. Neste quesito, surge a segunda etapa do processo, onde a força interior será determinante. Nada de desculpas como não tenho tempo, ficou chato ou tenho um novo plano, persistir é preciso e para o fundador e presidente da Sociedade Brasileira de Coaching, Villela da Matta, basta seguir um ritual simples para manter o ânimo em alta: 1º passo: defina o objetivo central Seja o mais sincero possível consigo mesmo. Formule qual é o objetivo principal, pense no prazo que deseja realizá-lo, lembrando que ele necessita ser realizável dentro de suas condições físicas e financeiras. 2º passo: enxergue a última ação do seu objetivo Esse passo é importante para que você identifique quando alcançou o objetivo definido no passo anterior. Isto lhe servirá de orientação para se localizar dentro do planejamento.
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3º passo: Imagine como deseja o Gran Finale Pense no momento da realização de seu objetivo, mentalize exatamente as cores, o brilho, o cheiro, os efeitos sonoros, toda a sensação que teria ao atingir a meta, como se estivesse assistindo a tudo, isso irá manter a motivação. 4º passo: participe do que visualiza Não só imagine o objeto de desejo, a casa, o carro, o corpinho sarado, a promoção no trabalho, o que determinou como objetivo. Sinta que os esforços valerão a pena quando comparados ao prazer que sentirá ao realizar a conquista. 5º passo: transfira a imaginação para o futuro Defina uma data e de alguma forma a mentalize periodicamente, seja por mensagens de celular, alarmes, anotações na agenda, objetos colocados em pontos estratégicos que a relembrem. Mantenha a importância e a felicidade do momento vivas. 6º passo: Se posicione na atualidade Manter o cronograma de ações em dia é crucial para que o objetivo seja alcançado na data prevista. Cheque se a tarefa do dia ou da semana estão sob controle. No caso de não cumprir o prazo de alguma etapa, elabore um plano de ação para recuperar o atraso. 7º passo: Acredite Sempre tenha em mente a certeza de que é totalmente possível realizar seu objetivo, sabendo que é imprescindível ter disciplina e conhecimento do que é preciso para executá-lo. Apesar de parecer problemático seguir tantas regras, saiba que praticando-as não demorará muito para que continue seguindo a cartilha sem sequer notar, tudo ficará no automático. Outro ponto importante, é que não basta usar a racionalidade para que seus sonhos saiam do papel. Sonhos? Sim, sonhos! Há quem defenda que eles não se materializam e sim objetivos, mas o ideal é que você tome por objetivo um sonho, permitindo-se um pouco da liberdade não oferecida pelo planejamento. Sobre esta questão, o consultor Heinz acrescenta que sonhos são necessários, pois são responsáveis por alimentar a alma e enriquecer a vida. Segundo ele, “cada vez que alguém abandona um sonho, está abandonando a si próprio; a atitude de sonhar nos mantém vivos, jovens de espírito e com a esperança sempre acesa”. Heinz alerta ainda para os motivos que podem nos desanimar nos momentos em que as coisas não aconteçam como planejado: A. Pressões do dia-a-dia A rotina, burocracia e responsabilidades diárias tomam a maior parte de nosso tempo disponível. O dia-a-dia tem nos ensinado a pensar no hoje, no imediatismo, restando pouca energia para ideias a longo prazo. Não deixe que as dificuldades cotidianas lhe sufoquem, grandes conquistas não costumam acontecer do dia pra noite. B. Falta de dinheiro Com certeza este é o principal motivo para que as pessoas desistam de seus sonhos. É preciso ficar claro que a grande maioria dos objetivos gera custo e, quando se trata de abrir um negócio, este com certeza não começará com lucros. Entretanto, se a ideia é boa e o planejamento bem traçado, não será esta barreira que lhe impedirá de alcançar a meta definida, deixe essa desculpa de lado e vá à luta. www.OUSHBrasil.com.br
C. Falta de crença e convicção É antagônico, mas já notou como é comum pessoas que deveriam te apoiar sempre jogarem um balde de água fria quando contamos nossos planos e ideias? Isso sem falar na turma que, literalmente, torcerá contra. Prepare-se para muitos “não vai dar certo”, “você tem certeza disso?”, “cuidado pra não jogar dinheiro fora” ou “acho que não vale a pena tanto esforço”. Sem falar nos que tentarão fazer com que desista dando uma outra ideia. Lembre-se que o sonho é seu e que a força motriz virá do seu interior. D. Medo de errar São poucos os que costumam apostar quando há risco. O medo de se dar mal e de perder dinheiro é uma das causas para que as pessoas desistam de seus sonhos tão logo uma perda, por pequena que seja, aconteça. Se for possível passar por todo o processo sem qualquer frustração, ótimo. Do contrário, não encare falhas e alguns reais perdidos como fator determinante para abandonar um projeto. E. Passividade A acomodação não pode se fazer presente para os que pretendem transformar sonhos em realidade. Muito provavelmente você terá que rever hábitos diários e terá que abandonar o sedentarismo de vez. No início vai ser bem difícil, mas sair da zona de conforto será imprescindível.
“O limite do Homem é o limite de seus sonhos” John Fitzgerald Kennedy 35º presidente dos EUA (1961-1963)
Por fim, como estamos falando de desejos que costumam se desenvolver a cada final de ano, é preciso ficar atento a prazos. Não limite-se e, principalmente, não cometa o erro de projetar objetivos que acredite que possam ser realizados no período de 12 meses. Nós superestimamos o que queremos num curto espaço de tempo e geralmente subestimamos o quanto podemos conquistar num período maior. O consultor e blogueiro americano, Steve Pavlina, diz que cinco anos é o tempo ideal para planejar metas, principalmente as mais complexas, como o aprendizado de uma nova habilidade ou o crescimento considerável de sua renda, que não podem ser concretizadas de forma tão rápida quanto emagrecer ou parar de fumar. Segundo ele, para que as sementes do esforço dedicado brotem e se transformem em resultados, é preciso ter paciência, já que grandes conquistas costumam estar associadas também a longas esperas. Com certeza o primeiro ano de comprometimento será o mais difícil, porque nesse período ainda não teremos garantia dos resultados e não conseguiremos perceber nossos avanços. Se após seis meses você desanima, talvez esteja evitando comprometimento e possua uma personalidade imediatista, trabalhe isso, crie perspectivas. Pavlina alerta para um detalhe fundamental: precisamos aprender a tomar decisões e se apegar a elas, pois se mudarmos muito de ideia, acabamos pulando fora do barco justamente quando as coisas estavam prestes a engrenar e nós não percebemos.
BIOGRAFIA
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Alceu
Por Antonio Maria do Vale / Adaptado do documentário “Pelas ruas que andei”
Na contramão do movimento contra biografias não autorizadas, o cantor, compositor, jornalista e também cineasta pernambucano, Alceu Valença, fala por si só de sua mutável e sempre perambulante trajetória. Meu caminho começou em São Bento do Una. Meu caminho começou em São Bento do Una, Pernambuco. Eu sou nascido da cidade de São Bento do Una, que fica no Nordeste meridional de Pernambuco, uma cidade que fica no limite entre o Sertão e Agreste, região das cactáceas, dos mandacarus, região das pedras, dos lajedos, região da seca, quando chove é uma beleza. Fui criado entre São Bento do Una e a fazenda Riachão, que pertence a meu pai. Em São Bento ouvia as primeiras informações sonoras: cantos dos pássaros; os aboios “minha vida é um romance, de tristeza e de ilusão”; os emboladores tocando na feira “você quer parar o tempo, o tempo não tem parada”; os cordelistas; meu avô, que tocava viola e violão, e sabia até escrever música; meu tio, tocando sanfona pé de bode; o outro lado, meu lado materno, meu avô tocava violino, meu tio tocava bandolim e tia Nanô tocava piano. Eu tive em São Bento uma formação super diversa e a minha miscelânea sonora aconteceu porque depois eu fui para o Recife e no Recife ouvia a Rádio Tamandaré. Através da voz do rádio eu ouvia música brasileira do Sul, boleros, tango, valsa, música italiana, música francesa, portuguesa, americana, a minha formação foi essa. Os caminhos me levaram de São Bento para Garanhuns e de Garanhuns para o Recife, do Recife para o Rio de Janeiro, do Rio para os Estados Unidos, Paris e continua assim. No Rio fiz meu primeiro teste em gravadora, vim com Geraldo Azevedo e fizemos um teste com Marco Mazzola. Quando eu era menino viajava na carroceria de um caminhão e atravessamos um riacho, quando vi que o caminhão deixava marcas desenhadas pelo chão decidi caminhar, caminhar e caminhar: “Faz tanto tempo, tempo é rua Soledade. Leia saudade quando escrevo solidão. Quis o destino tortuoso dos ciganos e as aventuras dos pneus de um caminhão. Que atravessava o riacho de salobro, deixando marcas desenhadas pelo chão. O vento vinha e varria a minha volta, a ventania e o tempo não têm compaixão”. A minha música é sempre uma coisa itinerante. O caminhante sou eu, Alceu Valença, desde menino até agora. Gosto de caminhar, no sentido metafórico da palavra e no sentido real. Perguntam onde moro e digo que moro na estrada. Tenho uma casa em Olinda e outra no Rio de Janeiro, o povo de Olinda pensa que eu moro no Rio e o povo do Rio pensa que eu moro em Olinda, e eu não moro em canto nenhum, eu moro na maleta, eu moro no carro, eu moro no avião, eu moro na estrada: “eita, onde é que tu vai senhora estrada, companheira fiel do meu destino, e do tempo que corre em disparada sob ti e teu solo agrestino. Onde é que vamos fazer parada, pois o sol está quente quase a pino, me lembrei do meu tempo de menino e agora estou voltando para casa. Sob a lua rodamos na madrugada, sob o sol causticante cristalino”.
Aonde eu quero chegar? Eu não vou chegar a canto nenhum! Ninguém chega a canto nenhum, isso é conversa fiada. A vida é uma estrada que não tem fim. Mas tem umas paradas que são super interessantes, são paradas, os lugares que você vai, as pessoas que você conhece, tudo é parada: “pelas ruas que andei, procurei. Procurei, procurei, te encontrar. Pelas ruas de São Paulo você foi meu agasalho naquele dia de cão”. Aliás, a minha música diz muito isso, quase sempre ela é a música de um poeta andarilho, eu sou um andarilho. O meu caminho não tem fim como o caminho de todas as pessoas não tem fim. É um eterno caminhar, andar, andar: “andar, andar, nas ruas do Rio, Rio de janeiro, dezembro, abril. A todo mundo eu dou psiu, perguntando por meu bem. Ainda resta um assobio, um desejo, nada além. Tudo vira desejo, desejo de te encontrar. Conjugação de desejos, nascendo do verbo amar”. Eu caminho quase todos os dias na praia, de Ipanema a Leblon, mas gosto muito de mudar meu roteiro, Jardim Pernambuco, em volta da lagoa, isso quando estou no Rio. Quando estou na estrada, às vezes, peço para o ônibus parar e ando um pouquinho também nas rodovias, eu gosto de andar, andar. Gosto também de pular o rock, dançar frevo é comigo mesmo. Eu trago desde o início da minha jornada a minha vontade de ser livre, de ser dono do meu nariz, que, aliás, é um pouquinho grande, mas eu o adoro, as mulheres amam o meu nariz. Eu sempre fui rebelde, mas nunca essa coisa do rebelde sem causa. Eu tenho a minha rebeldia própria e sempre lutei também por outra rebeldia, a rebeldia da sociedade. A primeira lembrança que eu tenho de música na minha vida foi na fazenda de meu pai, ouvia os aboiadores e não sabia muito bem de onde vinham exatamente aqueles sons. Pessoas que estavam no curral tirando leite e de repente cantavam um aboio e isso ficou na minha cabeça, pra sempre. Depois, veio o violão do meu avô, que tocava e lia partituras, ele tocava bombardino e viola, brincava de tocar viola e fazia repentes. Vieram os sons da feira de São Bento, dos emboladores, dos cordelistas, do barulho dos vendedores, o barulho da feira. À noite, todos iam pra casa do meu avô materno e lá ouvia o som de sua radiola, que era muito diverso, ouvia músicas clássicas, valsa, Luiz Gonzaga, Vicente Celestino, essa foi minha formação. De Garanhuns, trago na lembrança uma música que tocava em um alto-falante qualquer, um som misterioso: “Adeus, cidade nortista, Garanhuns e Boa Vista, terra onde me criei. Recife, cidade da esperança, guardo sempre na lembrança, qualquer dia voltarei”. Em Recife, eu tive a sorte grande de morar numa rua que chamo de carnavalódromo, porque nela passavam todos os blocos populares que seguiam em direção ao Centro da cidade, Maracatu,
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Frevo, tribos de Caboclinhos, tudo passando para o carnaval. Tive como vizinhos nesta rua, do meu lado direito, o grande maestro pernambucano chamado Nelson Ferreira e, do lado esquerdo, o poeta Carlos Pena Filho. Conheci e convivi com esses dois ícones da cultura de Pernambuco, talvez do Brasil, na minha rua, que era carnavolódroma, musical e poética. A Rua dos Palmares. Meu pai não queria de maneira nenhuma que eu me aproximasse de instrumento. Os dois irmãos dele tocavam violão e gostavam da boêmia, e justamente por isso meu pai nos proibia dos instrumentos para que nãos nos tornassem boêmios. Na minha casa não tinha sequer radiola porque meu pai escondia música de mim. Acho que ele já notava que eu tinha jeito pra música, com 4 anos eu participei de um concurso de música para criança em São Bento do Una, subi em uma cadeira pra cantar uma música regional e acabei perdendo pra Granada, o Brasil sempre perde pras coisas do exterior, parece não dar valor a si próprio, e eu dou. Esse fato de ter perdido pra um garoto que cantou Granada me fez um apaixonado pela tradição brasileira. Eu continuava pedindo um instrumento, um violão, ao meu pai, até que um dia minha mãe se revoltou e me convidou para ir fazer umas compras na cidade. A princípio eu não queria ir, relutei, pedi que levasse minha irmã Delminha, já que preferia ficar jogando bola. Acabei indo e ao chegar na Rua Imperatriz me deparei com uma loja de instrumentos que me chamou tamanha atenção que fiquei paralisado diante da vitrine. Minha mãe me surpreendeu ao dizer “escolha”, me senti extasiado e me limitei a pedir um cavaquinho, mas minha mãe me disse “você merece um violão”. Eu não sabia fazer nenhum acorde e todos os meninos tocavam. Havia alguns sem o menor jeito pra música e na hora de passar a mudança de acorde faziam errado, eu ainda sem experiência, mas com um ouvido pra música, sempre os ajudava a encontrar o ponto certo. Eu sou autodidata, não toco bem violão e tenho um jeitinho diferente de dedilhar, talvez se não fosse autodidata não teria esse jeitinho de tocar violão. Eu ando porque sempre fui um menino que fugiu de casa, compus muito subindo ladeira, “eu sempre andei descalço no encalço dessa menina, você atravessando aquela rua vestida de negro e eu te esperando em frente ao Bar Leblon”, eu sou meio cachorro de rua. Nunca me bote uma coleira, eu gosto de ser livre, livre de opinião, não fecho questão, sempre estou pensando, filosofando. Isso vem de meu pai, que também não fechava questão, sempre fico pensando no que é. “Você quer para o tempo, o tempo não tem parada, eu marco o tempo na base da embolada da rima bem ritmada do pandeiro e do ganzá. O tempo em si, não tem fim não tem começo, mesmo pensado ao avesso não se pode mensurar. Buraco negro, a existência do nada, noves fora nada, nada, por isso lhe causa medo. O tempo é segredo, senhor de rugas e marcas que dá horas abstratas quando paro pra pensar. Você quer parar o tempo, o tempo não tem parada”.
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Eu vivo no presente, no passado e no futuro, tudo ao mesmo tempo, vivo na embolada do tempo. Eu ando pela rua disfarçado no presente, no passado e no futuro. Temos dentro de nós o nosso passado, vivemos o aqui e agora e projetamos sempre o futuro. E vamos embora. Eu queria ser um arquiteto. Gostaria de interferir no espaço, que pra mim só dura um passo, já que sou caminhador, daqui pra ali, dali pra acolá, um dia estou aqui, o outro estou ali, ou acolá. Eu sempre tive essa tendência de me expressar no lúdico, de brincar e de inventar. Um dia pedi ao meu pai um dinheirinho a mais, e ele era muito mão de ferro, então escrevi num quadro negro que existia em minha casa “Décio de Souza Valença, pai e marido exemplar, mas sofre de uma doença: alergia de gastar”. E a motivação da minha arte sempre foi a mulher. As minhas namoradas, as minhas mulheres, sempre foram elas as minhas musas inspiradoras. Quando eu não estava casado o meu cachê real era uma gata que conquistava, dentro do show nunca dei muita bola para o cachê, dei muito mais bola pra conquista. Elas adoram pessoas meio loucas. Não loucos drogados, nada disso, mas elas gostam disso. Foi muito difícil eu entender que iria me profissionalizar em música. Eu comecei a fazer música de uma forma natural, surgem os festivais da TV Record, mas nesta época eu era universitário, já compunha, mas não tinha a menor pretensão disso. Eu não sabia muito bem o que fazer e meu pai sempre me dizia pra ser advogado, assim como ele, e pra isso teria que me formar. No meio da faculdade de direito decidir mudar e fui fazer jornalismo, trabalhei no JB de Recife, onde saíram muitas matérias minhas. Eu mentia pra caramba, tudo que era acontecimento, em Belo Jardim, por exemplo, eu puxava pra São Bento do Una, sempre pra colocar a minha terra como em
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evidência como notícia. Eu escrevia contos, poesias, meus poemas começaram a ser publicados nos suplementos literários do Jornal de Pernambuco e no Jornal do Comércio, mas a música eu ainda não sabia muito bem no que ia dar. Um dia decidi colocar uma música no Festival Internacional da Canção, “Acalanto para Isabela”. Fui para o Rio de Janeiro, cantei no Maracanãzinho, o primeiro palco meu foi o Maracanãzinho. E não tive o menor medo disso, da plateia, eu me senti muito bem e dali em diante tomei gosto pela coisa. Fui para os Estados Unidos, pra Harvard, e lá cantava com os hippies, fiquei famoso, fui entrevistado, fizeram uma página sobre mim para um jornal de uma cidade chamada Fall River. Perguntaram o que eu fazia, o que eu tocava e minha música era de protesto, no outro dia saiu assim: “Alceu Valença, o Bob Dylan brasileiro”, protest song. Terminei meu curso, devolvi a meu pai o anel, o rubi, que ela havia me emprestado e de volta ao Rio de Janeiro começa a minha trajetória, o meu andar andar. Atualmente eu faço música na hora que eu quiser, posso fazer até agora. Quer samba, quer frevo, quer o quê? Antes eu imaginava que a música viria através de um sopro, de uma inspiração, eu tinha um gravadorzinho, desses de k7, onde costumava gravar minhas canções para não esquecer. Quando não gravava acabava perdendo várias músicas. Anunciação, por exemplo, eu estava em casa e comecei a improvisar com uma flauta, minha namorada na época gritou: “Alceu, essa música é linda, qual é?”, e mesmo ainda improvisando a gravei numa câmera de vídeo. É basicamente assim, “Tu vens, tu vens, eu já escuto os teus sinais”. “Quando eu olho para o mar, dentro do mar eu vejo um rio. Quando eu olho para o rio, dentro do rio vejo a chuva. Quando eu olho para a
chuva é como se olhasse as nuvens. Quando eu olho para as nuvens é como se olhasse o mar”. Sempre relaxo um pouquinho caminhando nas orlas pelo Brasil a fora, porque diante do mar, dessa beleza, você fica preguiçoso, mais zen, meu caminhar diminui, a minha cabeça desacelera, mas eu sigo caminhando, devagar e ligeiro também. Ficar parado pra mim é um grande problema. Eu tenho um projeto “cantar na rua” porque é muito chato a solidão dos quartos de hotel, é uma coisa inacreditável. Então saio à tarde pra cantar, pra me divertir, cada vez que eu canto me divirto. Eu já cantei em todos os grandes eventos musicais e agora posso me dar o luxo de cantar na rua. Eu canto, sobretudo, para o meu povo, eu viajo e conheço o Brasil, por terra, pelo ar, eu amo essa mistura, um povo alegre, espontâneo, hospitaleiro, criador, que gosta de futebol, de música. Eu canto para encantar, encantar o público. Eu canto para a minha mulher, faço muitos shows, quase todos são para ela e para os que estão ali. Eu guardo dentro de mim o menino da feira, eu guardo a trajetória do tempo e sei que o tempo é presente, passado e futuro. Ao mesmo tempo eu sou aquele menino, eu sou o adolescente que queria tocar violão, o cara que se formou em Direito, e estou aqui no presente buscando uma nova locação para o futuro, projetando isso. “O tempo se dilata como o fio, cordão elástico caminho, estrada que nos transporta. A gente segue o tempo e ninguém nota, seus caminhos, suas rotas, por onde o tempo seguiu. Depois quer viver tudo que viu, vai bater na mesma porta de onde um dia saiu”. Alceu Valença: cantor e compositor brasileiro. Alceu Valença: sou eu, um artista, e como artista não quero ser ninguém, eu sou incomparável. Somos fruto de nossas circunstâncias e gosto de ser diferenciado. Eu sou eu e meu mundo circundante. Sigo adiante.
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CONEXÃO USA
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Thor Por Alen Barbosa / Los Angeles Fotos Divulgação
Nossa correspondente alagoana, residente em Los Angeles, num bate papo descontraído, entrevistou o ator Max Aria do filme Thor. Confiram agora com exclusividade. OUSH! - Conte-nos um pouco sobre sua vida. Você sempre foi criativo e atlético? Max Aria - Eu cresci em Mississippi, em uma área essencialmente rural de os EUA... Em outras palavras, não havia um monte de coisas interessantes acontecendo onde eu morava então adquiri vários hobbies simplesmente para manter a sanidade, risos. Jogava futebol, beisebol e praticava artes marciais (era um grande fã de Bruce Lee) e eu também tocava piano. Não me considero uma "criança prodígio", mas depois de praticar durante anos, tornei-me bom o suficiente para obter algumas bolsas de estudos e continuar a minha educação e dar o fora daquele lugar.
OUSH! - Como você começou a se envolver com atuação? Max Aria - Sinceramente não sei como responder a essa pergunta... Eu fui "levado" a atuar. Não quer dizer que não seja muito apaixonado por atuar, porque eu sou. Mas uma coisa sempre leva a outra na minha vida e, eventualmente, me encontrei aqui. Vou ficar aqui, ou isso vai me levar a outra coisa? Realmente não posso dizer. Há tantas coisas que gostaria de fazer e atuar, de alguma maneira, me permite, pelo menos, fingir fazer todas essas coisas em uma só vida. OUSH! - Você tem uma imagem muito original e forte. Você acha que foi um fator-chave para você conseguir o papel de "Thor"? Max Aria - As pessoas têm me chamado de Thor durante toda a minha vida, então tenho certeza de que o apelido não diminuiu as minhas chances ;) Físico é um fator muito importante na determinação de papéis... Thor é um deus, então ele não é como uma pessoa comum que você vê no supermercado. Depois que parei de praticar esportes, comecei a praticar fisiculturismo competitivo por alguns anos e aprendi a manipular meu físico e musculosidade. Definitivamente o fisiculturismo me trouxe maiores chances na representação de Thor. Para ser honesto sou naturalmente uma pessoa muito musculosa e por isso, embora possa ser lisonjeiro e receba elogios de pessoas na rua, tenho que ter cuidado com o tamanho do meu corpo por conta de outros personagens que poderia incorporar. OUSH! - Como você fez para fazer um teste para esse papel? Max Aria - Eu fui chamado para um papel diferente, pois não queriam publicá-lo a principio, mas ao chegar ao estúdio me entregaram esse script de teste para Thor, então fiquei muito empolgado! Já haviam me oferecido o papel de Thor no começo da minha carreira, mas, infelizmente a produção foi cancelada. Dito isso, eu sabia que tinha chances para desempenhar esse personagem. Conectei-me com o diretor dessa atual produção de Thor do momento em que entrei na porta e me senti extremamente confortável durante todo o tempo. Sabia que as coisas estavam indo bem e, em seguida, fui chamado para ler o script com algumas atrizes e recebi o telefonema de que havia sido escolhido para o papel quando estava dirigindo para casa naquele dia e então perdi a direção, sai da estrada e quase... lol. OUSH! - Quão diferente e o papel de Thor dos outros que você já fez anteriormente? Max Aria - Queria interpretar esse papel mais do que qualquer outro personagem. Com isso dito eu também senti que havia um nível diferente de responsabilidade envolvida quando começamos a filmar. Senti que tinha que ser um pouco de um líder no conjunto, incentivando e deixando as minhas impressões aflorarem. Além disso, também tive a sensação de que poderia trazer algumas das minhas próprias ideias para o filme. O diretor e eu estávamos na mesma página sobre o filme e por isso foi fácil dividir as minhas ideias e ver o que funcionava. OUSH! - Conte-nos um pouco sobre as filmagens do filme... Quanto tempo levou a produção... Foi rigoroso? Max Aria - Filmamos durante cerca de 35 dias e foi definitivamente um dos trabalhos mais exigentes fisicamente
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que fiz até agora. Eu faço todas minhas próprias cenas de ação, e parecia que todos os dias era uma "sequência de ação intensa." Meu momento favorito era correr em uma garagem durante todo o dia e escapar das granadas de fumaça. Depois de 100 ou mais takes, ninguém podia falar ou respirar... E eles tiveram que nos dar folga no dia seguinte. Sério, não era brincadeira. OUSH! - Você se identifica com o personagem de alguma forma? Max Aria - Absolutamente. Crescer sempre foi um pouco socialmente complicado. E de certa forma, eu ainda sou um tanto "estranho". “Eu nunca segui a multidão ou já deixei a minha maneira de ser para fazer o que é socialmente aceitável”. Eu não tenho esse sentimento de "esta é a maneira correta de fazer as coisas”. Thor, vindo de um planeta diferente, está na mesma posição. Ele só quer encontrar o que ele precisa e proteger o que ele tem de mais caro. Embora eu não me importe com o que os outros pensam, nós dois mantemos um determinado conjunto de princípios e virtudes que acredito que cada herói simpático tende a ter. OUSH! - Houve acrobacias difíceis envolvidas no tiroteio do filme "Thor"? Max Aria - Nem me lembro de quantas cenas de luta cheguei a fazer. Cada sequência de ação tinha o seu próprio estilo e era coreografada e filmada de forma diferente, por isso foi um grande aprendizado para mim. Eu cheguei a fazer acrobacias em outros filmes também, então não é como se serei obrigado a deixar alguém fazer todas as coisas divertidas no meu próprio filme. Adoro cair de carros, sendo atingido mais e mais, e meu favorito, cair de escadas para almofadas. Literalmente perdi sangue todos os dias… Nas palavras de Charlie Sheen, eu estava "ganhando"! OUSH! - Que tipo de papéis você já realizou em toda a sua carreira? Max Aria - Já me ofereceram alguns papeis impressionantes. Talvez porque as pessoas simplesmente não me veem como um “executivo de escritório”... Eu não sei. Oferecem-me sempre papéis do guerreiro, como espartanos, assassinos, lutadores de MMA,
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soldados... Um monte de coisas violentas, realmente... E para a comédia, um monte de coisas ridículas. Oh, e eu fiz um bombeiro com Treat Williams recentemente. OUSH! - O que você aprendeu com os diretores ou outros atores com quem já trabalhou? Max Aria - Eu trabalhei com Treat Williams no meu último filme e ele é apenas um cara legal em geral. - Só um cara muito simpático. Aprendi muito com ele... Não só dentro de um set, mas também como ele age fora dele. No que diz respeito a aprender coisas novas, estou sempre tentando novas técnicas e analisando as performances de meus atores favoritos. Não posso dizer que tenho um favorito, mas acho que os papéis que Christian Bale aceita são sempre extremamente divertidos. OUSH! - Você está trabalhando em algum novo projeto? Fale-nos um pouco sobre isso... Max Aria - Tenho sorte de estar trabalhando consistentemente agora, e meu principal foco agora é abrir uma empresa de produção cinematográfica. A paisagem da indústria cinematográfica mudou muito nos últimos anos e gostaria de me adaptar e evoluir com ela. Além disso, gostaria de ter um pouco mais de controle sobre o meu trabalho. Quero dizer, quem não quer um pouco mais de controle em suas vidas? ;) Eu estou muito animado com o que está chegando. :) Thanks!
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Além do cafezinho
Por Antonio Maria do Vale
Lembradas sempre na hora da pausa para o café, as canecas se tornaram um dos objetos mais utilizados por decoradores de ambiente que, independente do local, sempre encontram espaço para elas aparecem. Se caneca sempre foi sinônimo de café pra você saiba que a origem deste utensílio tão prático se baseia justamente na bebida predileta dos brasileiros, isso mesmo, predileta, superando inclusive a cerveja. Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Café – ABIC, cada pessoa consome, em média, 83 litros de café ao ano, número superior ao da bebida alcoólica, que fica em torno dos 62 litros pelas contas do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja – SINDICERV. Não se sabe precisar com exatidão o surgimento das canecas, arqueólogos encontraram as primeiras esculpidas em ossos que datam da Idade da Pedra, mas só a partir do século XV, com o incremento do café, em 1475, na cidade de Constantinopla, é que elas ganharam o formato atual e passaram a ser produzidas em maior escala já que, inicialmente fabricadas em madeira ou metal, tiveram que se adaptar a nova bebida quente, passando a serem feitas em porcelana e adquirindo a tradicional alça. Hoje, as canecas possuem as mais diversas versões e duro mesmo é encontrar uma bem tradicional, de cor única e formato básico. Elas ainda servem pro cafezinho, lógico, mas adquiriram status de objeto de decoração e, de acordo com a imaginação de cada um, incorporam as mais inimagináveis funções. Até bem pouco tempo era assim: seu aniversário, amigo secreto ou qualquer um desses chás de casa e você ganhava uma delas, ah!, legal, bacana, uma caneca. O presente era tão comum que até gerou o termo “cara de caneca”, que servia pra definir quando uma pessoa não gostava de algo que ganhou. Agora, ao receber uma, elas não se caracterizam como tal e as infinidades de utilização já fazem com que sejam muito bem vindas em qualquer ocasião. E se você tem aquela caneca que tanto já foi desprezada, está mais do que na hora de colocá-la em evidência. As opções são variadas
e se adéquam a qualquer ambiente, indo das mais básicas, como porta-treco, até as mais planejadas, onde podem se transformam em inusitadas luminárias de teto. Na cozinha, invadiram as paredes e sua utilização passou a ser opcional e, quando usadas, podem não ter o propósito do café, chá ou chocolate quente, podendo se transformar em vasos onde você poderá cultivar hortaliças. No banheiro, tornaram-se ideais para organizar a bagunça, substituindo os convencionais porta-escovas, além de guardar boa parte de alguns de seus artigos de beleza, dando um fim aos pincéis, lápis e batons espalhados. Na sala, elas estão também nas paredes, mas não apenas por lá, decoram com o auxílio de flores e são utilizadas até na hora de servir petiscos para as visitas, haja versatilidade e imaginação. Lembrando que a personalização só aumenta o leque de mil ideias. Caso você não queira inovar tanto, a caneca por si só já desempenha um papel que pode adicionar características singulares a personalidade do dono. Sobre a mesa do escritório, por exemplo, se simples e em tonalidades escuras demonstrará o quanto a pessoa é centrada e organizada; caso seja mais colorida e com forma que fuja do habitual, indicará alguém mais extrovertido e comunicativo; se clássica, com escudos de clubes de futebol, apenas confirmará a presença de mais um louco por seu time e; no break para a conversa ao pé da cafeteira, é certo, elas fazem o maior sucesso com os colegas enquanto colocam o papo em dia. O fato é que elas não podem mais serem esquecidas, antes companheira inseparável dos que se aventuravam até a madrugada no trabalho e em casa ao ler um bom livro ou mergulhar nos estudos, agora com as infinitas possibilidades funcionais que adquiriu. Então, já sabe, ao ser presenteado com uma caneca reflita se vai desperdiçá-la apenas com café.
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PÁGINAS VERDES
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Pegada
Por Antonio Maria do Vale
Somos mais de 7 Bilhões no planeta e consumimos cada vez mais recursos naturais. Cada um tem uma parcela de contribuição. Saiba o tamanho da sua. É praticamente impossível atravessar um dia inteiro sem que o tema meio ambiente não atravesse a nossa consciência. Hoje, a sustentabilidade e tantas outras questões associadas à preservação ambiental fazem parte do nosso cotidiano no espaço que ocupam nos programas de TV, nos jornais, em revistas, nos debates políticos, nas salas de aula e em qualquer conversa informal entre amigos ou com familiares. Um dos principais desafios impostos à sociedade é a criação, ampliação e o fortalecimento da consciência ambiental, uma consciência que perceba a íntima relação entre o Homem e o seu habitat, enfatizando que a nossa vida está diretamente ligada aos ecossistemas e que o modo como o tratamos definirá o futuro da humanidade e de todas as demais espécies. Um dos aspectos fundamentais nesta luta é a passagem da mera atitude passiva para ações executadas nas relações sociais, econômicas e políticas do dia-a-dia. Se for verdade que a sociedade não muda sem uma nova consciência, também é verdade que não basta todos a terem se esta não produz uma nova institucionalidade e não modifica, de modo significativo, a maneira de produção e consumo da sociedade. Lutar somente pela nova consciência sem se preocupar com os mecanismos sociais e comerciais efetivos é cair em um idealismo infrutífero. O Homem não é o proprietário do planeta, apenas um inquilino. A sobrevivência da espécie humana depende diretamente da disponibilidade de água, terra e ar. Exceder os limites de utilização destes recursos configura-se como uma caminhada rumo ao suicídio. Após séculos de desenvolvimento, acelerado desde a Revolução Industrial, a população mundial cresceu em virtude da queda da taxa de mortalidade e do crescimento da expectativa de vida, houve uma significativa melhora da qualidade de vida das pessoas e, consequentemente, um gradativo aumento do consumo. Nos últimos 200 anos a população mundial saltou de um para sete bilhões de habitantes, aumentando o PIB em cerca de 50 vezes. E toda essa transformação se deu à custa do detrimento dos ecossistemas da Terra. O meio ambiente aparece no século XXI como a principal questão estratégica, aplicando-se a toda e qualquer ação realizada pelo homem, de um hábito individual as grandes decisões políticas e comerciais. E o desafio hoje possui outra dimensão e escala, não estando mais na defensiva. O engenheiro carioca Fernando Almeida, uma das maiores referências em sustentabilidade no país, define que “estamos vendo e sofrendo agora os resultados de um padrão de desenvolvimento anacronicamente predador, em termos sociais e ambientais, e da ação de lideranças mal informadas no geral e mal intencionadas no particular”. É tempo para por em prática o que há
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de comum na diversidade de interesses e construir um inescapável diferente do previsto atualmente. E nada mais comum que a nossa própria sobrevivência e a de nosso planeta.
ecológica, uma ferramenta global que mede as quantidades de terra e água (em hectares) que seriam indispensáveis para sustentar o consumo atual.
O tema sustentabilidade é consideravelmente recente e vem sendo entendido, digerido e exercido aquém da velocidade esperada de revisão de valores e padrões de desenvolvimento, não ultrapassando na maioria dos eventos a escala da falácia. É imprescindível para nações, empresas, organizações e pessoas a capacidade de adaptarse a este novo conceito. Não possuí-la ou buscá-la é condenar-se a condição de inutilidade. O modo sustentável sepultará os modelos de produção predatória.
O cálculo é feito avaliando o modo de vida e do consumo das pessoas e seu conseqüente impacto no ciclo natural dos espaços geográficos. Segundo dados da Global Footprint Network, hoje a pegada ecológica mundial é de cerca de 2,7 hectares globais por pessoa, uma utilização dos recursos naturais 25% acima da capacidade de reposição do planeta. Com o consumo atual, suportaríamos no máximo uma população de 5 bilhões de habitantes ou necessitaríamos de mais um quarto de planeta para garantir nosso estilo de vida.
E a sociedade, dotada de consciência ambiental, será a principal responsável por esse processo seletivo, interessada na origem dos produtos, em seu modo de descarte e nos danos que podem causar aos ecossistemas, exigindo ética do mercado e do poder público. Espera-se da sociedade a pressão para alteração do modelo de desenvolvimento destrutivo atual, dando início a um novo ciclo sustentável. Preservar e utilizar de maneira correta os recursos naturais não é mero romantismo, mas lei imprescindível de sobrevivência para quem vive tanto nos centros urbanos como no campo. Anthony Cortese, fundador e presidente da organização educacional Second Nature, alerta que “sustentabilidade não é apenas proteger o meio ambiente. A Terra já sobreviveu a cinco extinções em massa e vai sobreviver a uma nova extinção”. O problema não se encontra num esperado fim do mundo, mas na ativação de formas de preservação da capacidade da Terra de suprir as necessidades de uma civilização moderna e próspera. Estamos próximos do ponto sem retorno, onde a soma de todas as ações de preservação ou reestruturação ambientais possíveis não serão suficientes. Cada vez mais a sociedade deverá tomar consciência de que algo deve ser mudado com certa urgência, já que a ideia de conseqüências em longo prazo não é mais aceitável, já que elas já se configuram como uma realidade presente. Mas como saber se estamos no caminho certo? Cientistas e especialistas não se cansam de realizar pesquisas em busca de um modelo que atenda as necessidades sustentáveis. Vários instrumentos de monitoramento já foram criados e, no tocante as ações individuais, uma boa forma de dimensionar o impacto do ser humano no planeta é a pegada
O centro do problema não está ligado apenas a superpopulação, mas aos hábitos de consumo da sociedade. É isto que a pegada ecológica calcula. A China é o maior emissor de gases de efeito estufa com 1,3 bilhão de habitantes, mas as emissões per capta não chegam a 30% da dos Estados Unidos, com cerca de 314 milhões de habitantes. A culpa é paralela à pegada, quanto maior o coeficiente igualmente maior será a responsabilidade. Caso todos consumissem como os americanos, necessitaríamos de quatro planetas para sobreviver. Vale lembrar que uma atitude individual não é suficiente para colaborar com a sustentabilidade que o planeta exige. Ela não é inútil, pelo contrário, muito nobre. Mas o conceito espera resultados maiores, quando um ciclo se completa sem qualquer uso acima do realmente necessário, o que envolve o todo. A pegada ecológica não aponta soluções, apresenta números supérfluos do consumo humano e norteia para onde devem ser direcionadas inovações tecnológicas e mudanças de hábito. A civilização está interconectada a tal ponto que, caso ocorra uma falência ambiental, esta será global e não mais regional. As leis naturais da química, da física e da biologia regiam os cerca de 4,5 bilhões de anos da Terra. Após a Revolução Industrial e as milhares de novas descobertas desencadeadas dali em diante, outro elemento passou a fazer parte do processo e interferir na história: o Homem. As alterações humanas ultrapassaram os limites da mera exploração dos recursos naturais e da devastação da fauna e da flora, ainda distantes de um impacto alarmante sobre o ciclo natural dos ecossistemas. Entramos num novo período geológico batizado de Antropoceno, ou era dos Humanos. A partir desse momento as leis naturais deram
Aquecimento Global
Queimadas e indústrias são os maiores emissores de CO²
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ao Homem o principal papel para definição do futuro do planeta através de suas escolhas políticas e econômicas. De acordo com a Global Footprint Network, para voltarmos ao patamar em que a Terra recupera tudo o que subtraímos dela seria necessário reduzir o consumo de recursos naturais em 33%, o que significaria um retrocesso a recente história industrial e de consumo. Mesmo que a áfrica continue miserável, apenas na China mais de 200 milhões de pessoas ascendem a classe média por década. Na Índia, em 1990 eram mais de 50% da população abaixo da linha da pobreza, em 2015 este número não chegará a 20%. Torna-se obrigatório, do ponto de vista sustentável e como medida a absorção deste crescimento, que as pessoas abdiquem de bens supérfluos que implicam no detrimento dos bens naturais. Esta não é a solução universal, deverá ter agregada a mudança de hábitos a intervenção da ciência e tecnologia, disponibilizando novos meios de utilização que mantenham um padrão de vida com acesso a saúde, alimentação, moradia, educação, emprego e lazer. Seria interessante também que o poder público auxiliasse nas escolhas, informando, por exemplo, o valor do impacto de cada produto e obrigando, consequentemente, as empresas a buscarem soluções mais eficientes e responsáveis para não se verem excluídas do mercado. Temos uma falsa ideia em relação aos impactos que causamos no dia a dia, ao conhecermos informações em relação ao preço real das coisas refletiríamos melhor sobre o que consumimos. A sociedade tem um grande desafio pela frente, interpretar desenvolvimento em paralelo a sustentabilidade, especialmente voltando-se as atividades mais poluentes. A alteração do atual modelo de consumo e o avanço das pessoas no conhecimento e na produção de bens imateriais e intangíveis se torna premissa básica para o equilíbrio entre o crescimento populacional e a utilização dos recursos dentro dos limites de regeneração natural. Conhecemos a extraordinária capacidade de recuperação da natureza, a terra já passou por cinco grandes extinções em massa e sobreviveu, os humanos precisam repensar seu modo de vida no planeta para que não causem e sejam vítimas da sexta extinção. Na história da humanidade vários foram os fatores determinantes à formação das grandes civilizações. Houve época em que os grandes exércitos comandados por líderes impiedosos ampliavam fronteiras e poder, depois, as grandes expedições marítimas e colonização de novos territórios geravam riqueza e definiam as potências europeias, após o século XVIII, chegamos a era em que a industrialização se tornou fundamental para definição dos países ricos. A partir deste ponto, a atividade humana, de fato, passou a interferir diretamente na estrutura dos ecossistemas do planeta, utilizando seus recursos de forma inimaginável até alguns séculos atrás.
razão das incertezas ambientais que podem se tornar realidade e a capacidade que estes países possuem para adaptar seu modelo de desenvolvimento, que a princípio deverá se tornar sustentável. Diante da inserção da sustentabilidade como elemento determinante a constituição de uma grande nação, o Brasil, aparentemente, se apresenta com larga vantagem em relação a seus concorrentes em função de possuir um território com riqueza natural inestimável e ainda livre de grandes catástrofes como terremotos e furacões. O país terá pela frente o grande desafio de ser grande, a dúvida se cerca em torno da capacidade do país fazer isso sem degradar o ambiente, diferente do que vem ocorrendo na China. O atual crescimento econômico possui uma infinidade de benefícios, gera emprego, aumenta a renda per capta da população e melhora o padrão de vida de um povo. Porém, se o preço a pagar por estas mudanças se caracterizar em degradação ambiental, o prejuízo será maior, com perda da qualidade de vida e maior probabilidade de concretização de um futuro com escassez de recursos. O grande dilema está na reviravolta do histórico devastador que as atividades humanas possuem. “A história é pouco animadora no que diz respeito a crescer sem degradar. Desde que o Homo habilis construiu as primeiras ferramentas de pedra, há 2 milhões de anos, a ordem natural foi submetida à vontade humana”, diz o economista americano Jeffrey Sachs. A rigor, não há produção sem destruição. A história a ser contada daqui a vinte, trinta anos, que incluirá a experiência brasileira e seu processo de desenvolvimento, pode ser bem diferente. O Brasil entra na sua fase de maior crescimento em um período sem precedentes de conscientização sobre a necessidade de preservação. Sachs defende ainda a urgente transição do atual modelo de desenvolvimento para uma fase focada na sustentabilidade, impondo uma desaceleração aos impactos ambientais e sustentando ainda que a tomada de uma direção diferente nos levará a extinção. Para ele “hoje o modelo é outro, parece paradoxal, mas não há mais como crescer sem preservar o meio ambiente ou, pelo menos, sem diminuir o impacto causado pela produção”. O Brasil é conhecedor dos problemas que possui, mas, diferente da maioria das nações, nosso país detém um grande leque de soluções prontas para serem postas em prática. Campeão em produtividade e exportação de produtos agrícolas, o país investe forte em tecnologias para aumento da produção sem a necessidade de ampliação das áreas de cultivo.
O posicionamento brasileiro
O principal impasse se dá no fato de ser mais barato desmatar que optar por investimento em tecnologias de ponta como a irrigação, que aumenta em 50% a produção. Para que o Brasil mantenha seu crescimento anual de 3,6% sem o avanço do agronegócio sobre a floresta amazônica, se torna imprescindível o aumento da produtividade nas terras já ocupadas.
Neste início de século XXI, novas nações se candidatam ao clube dos países desenvolvidos e novos fatores se apresentam e se somam a outros que permanecem obrigatórios, como o caso da industrialização. Destacam-se nesta lista o grupo de países conhecido como BRICs, composto por Brasil, Rússia, Índia e China, que são considerados as nações mais emergentes do mundo e que, muito provavelmente, se tornarão as grandes potências econômicas do planeta até o final deste século. O provável cabe em
Rico em fontes hídricas, o país também deverá rever seu formato atual de produção de energia. A demanda deve aumentar em 56% até 2019, enquanto que a participação das hidrelétricas deve cair para 68%. Segundo dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV), seria necessário investir 2 bilhões de reais nos próximos seis anos para atender a essa demanda. Parte desse investimento deveria ser destinado à produção de energia eólica, evitando os formatos nucleares e térmicos, substituindo metade de nossa matriz por energia limpa.
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Outros problemas precisam ser resolvidos e diferente de outras nações o Brasil possui olhares mundiais sobre suas ações em razão de sua biodiversidade. A Amazônia é o centro das atenções e estudos indicam que, caso o desmatamento e as queimadas aumentarem em 2%, a floresta tenderá a se transformar em savana, um desastre ambiental que modificará todo o clima do planeta. A solução passa por governo, empresas e sociedade, que deverão unir esforços na busca de um padrão de consumo com menores taxas de utilização de recursos. Com 201 milhões de habitantes, segundo dados do relatório “Living the planet” da rede World Wildlife Fund – WWF, a população brasileira apresenta uma pegada ecológica per capta de 2,9 hectares/ano, número já acima do limite máximo de 2,1 hectare/ano calculado pelo próprio WWF. Apesar do número alto, o índice está abaixo das médias mundial, que é de 2,7 hectares/ano; da América Latina, com 2,6; e de países como os Estados Unidos, com incríveis 7,9, e Portugal, com 4,4 hectares/ano. O Brasil conta ainda com outros pontos fortes relacionados a sustentabilidade. Segundo dados de 2010 do IBGE, apresenta uma taxa de fecundidade em queda desde a década de 1970, passando de 5,8 para 1,8 filhos por mulher. Tem uma população curiosa e disposta a apoiar ações ecologicamente corretas, o que com uma boa política de educação ambiental pode tornar do país uma referência. E possui a maior biocapacidade do planeta, com 8,8 hectare/ano disponíveis para cada habitante, um bem que, se gerenciado da forma correta, facilitará o desenvolvimento do país, tornando-o a primeira grande potência adequada ao novo modelo de produção e consumo sustentáveis. Dados de outra pesquisa também realizada pelo WWF, “Tendências e hábitos do consumo dos brasileiros”, aponta que o centro das atenções em relação ao consumo no Brasil deve voltar-se as classes A e B. Caso este fosse o padrão adotado por todos, seriam necessários três planetas para suprir todas as necessidades. O coordenador da pesquisa, Irineu Tamaio, afirmou que os hábitos da elite brasileira não poderiam servir de parâmetro de consumo para as classes emergentes. Alguns números da pesquisa mostram, por exemplo, que 13% dos entrevistados têm o carro como único meio de transporte e gastam em média mais de 20 minutos no banho, costumes responsáveis pela causa de dois dos maiores problemas
ambientais, a emissão de gases e o desperdício de água. Para o coordenador do Projeto Temático da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP – sobre Impactos Socioeconômicos das Mudanças Climáticas no Brasil, Ricardo Abramovay, o grande problema não é a população que está chegando, o problema é a população que consome, sobretudo, as camadas mais ricas. Por exemplo, metade das emissões de carbono do mundo vem de 500 milhões de pessoas. Em média um americano emite 72 duas vezes mais que um habitante de Bangladesh. Se a desigualdade não for enfrentada, nós não teremos como fazer com que as inovações tecnológicas realmente sirvam para solucionar nossos problemas. Temos uma dupla inseparável, inovação e limite, principalmente para quem tem demais. O desafio se torna maior por se tratar de algo que mexe no âmago daqueles que consomem mais do que realmente precisam, há facilidade na mudança de comportamento, mas não em termos de valores. Especialistas apontam que a solução passa pela formação de uma consciência ecológica nas crianças e adolescentes que, após anos de educação ambiental, podem se tornar adultos com novo padrão de consumo. Práticas educacionais já são adotadas em salas de aula no Brasil, muito embora ainda não sejam impostas pelo Ministério da Educação como obrigatórias nas grades curriculares. O Brasil, por possuir riquezas naturais imensuráveis, pode ter significativa vantagem na corrida sustentável em relação a outras potências mundiais que não possuem em sua população o entendimento de que o preço que se paga pelo crescimento econômico não pode ser o da degradação ambiental. Nestes países, a concepção é que o uso dos recursos naturais possui um preço que pode ser pago, principalmente quando estes são subtraídos de outros países, como no caso da maioria dos minerais, do petróleo e de matérias-primas associadas à fauna e a flora, o que pouco ocorre no Brasil. Um grave entrave para que o Brasil se torne emergente também nas práticas de sustentabilidade é que o terceiro setor responsável pelas mudanças não parece tão interessado quanto a sociedade e o setor privado. Sempre entre os líderes dos rankings mundiais relacionados à corrupção, o país possui uma esfera política que mantém um claro lapso entre a vontade popular e a velocidade com que o setor público a responde. O imediatismo sempre dá lugar a projetos mais longos
Grandes vilões
Pecuária e agricultura aceleram o desmatamento
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em função da aplicação de modelos que atendam as expectativas ambientais. O discurso se mantém envernizado com a retórica da preservação de nosso patrimônio ambiental.
um ecossistema é indispensável para que o indivíduo perceba como suas ações podem impactar negativamente sobre ela e como isso interfere em seu bem estar.
Os resultados da última eleição presidencial, com Marina Silva recebendo cerca de 20% dos votos depois de sua campanha verde, denotam que uma parcela da sociedade brasileira sinaliza de forma contundente que abraça a causa sustentável. O Brasil detém os melhores ativos para a economia do século XXI e já é uma superpotência cultural e ecológica, mas tem duas escolhas a fazer nas próximas décadas: seguir o caminho convencional adotado desde a Revolução Industrial adaptado ao capitalismo globalizado e esperar pelo melhor, ou criar seu próprio caminho, disseminando um novo paradigma de desenvolvimento, ratificando, de fato, o título que carrega de país do futuro.
Um grande abismo separa a oratória da prática e parte da solução passa pela exclusão do desconhecimento de causa da população. O cálculo da pegada ecológica do maceioense ou, indo mais longe, do alagoano, pode ser o primeiro passo a ser dado para conscientização da população, mostrando sua dependência em relação ao meio ambiente, estimando quão longe podemos ir dentro de limites sustentáveis, criando um método de monitoramento e revelando as disparidades entre demanda e oferta de recursos além da capacidade de regeneração natural.
A pegada do alagoano e sua percepção Com 3,3 milhões de habitantes, segundo estimativas do IBGE divulgadas este ano, Alagoas ainda não possui estudos expressivos relacionados à sustentabilidade. O que se sabe é que, sem grandes parques fabris, o estado provavelmente detém um baixo índice de emissão de CO² proveniente da atividade industrial, o que coloca sobre sua população a maior parcela de responsabilidade em relação ao uso de bens naturais e os impactos ambientais causados pelo modelo de consumo da maioria de seus habitantes.
Um alerta fica direcionado as questões pontuais que hoje pouco ou nada influenciaram na composição do índice, mas que desempenharão papel de fundamental importância na reformulação da pegada ecológica atual. Tomando por base a pegada nacional e aplicando-a Alagoas, cabe refletir sobre algumas possibilidades já que, caso haja melhoria na vida das pessoas, seja por aumento da renda ou melhoria da estrutura urbana, esta adicionará atividades ao cotidiano que elevarão o índice. A compra de um veículo, férias que exijam transporte aéreo, a instalação de gás encanado ou a chegada de um novo home theater trarão benefícios e qualidade de vida, mas, se alcançados de maneira desenfreada e sem planejamento, poderão adicionar um impacto ambiental não desejado.
Neste contexto, o cálculo da pegada ecológica se torna um importante dado a ser inserido em estratégias públicas e privadas, principalmente no caso de Maceió já que, tratando-se de espaços urbanos, a grande maioria das cidades não exercem a função de sustentar uma população em equilíbrio com o meio ambiente. Para se ter uma ideia da relação entre cidades e ecossistemas, a área urbana ocupa 2% da superfície do planeta, mas consome 75% dos recursos subtraídos pelas atividades humanas.
Só um maior interesse público e privado em adequarem suas ações, construindo novas políticas associadas a práticas sustentáveis, é que determinará se as previsões sobre o crescimento habitacional, as mudanças no trânsito e transporte, a inclusão de uma metodologia de ensino voltada a sustentabilidade e a uma melhor destinação dos resíduos sólidos, terão um efeito negativo ou não. Diferente de muitas outras cidades, ainda estamos numa fase de formulação de ideias e atos, ainda temos o poder da escolha de que caminho queremos seguir.
Em cidades turísticas como Maceió, existe uma maior facilidade a aceitação de uma mudança de postura ecológica por parte da população. Vale ressaltar que esta tendência não possui uma iniciativa natural, ela depende do incentivo que pode vir de políticas públicas, promoções do setor privado e do trabalho de organizações não governamentais. Estas práticas podem agregar ao ambiente uma motivação por osmose a sociedade. Enxergar a cidade como
Torcemos para que esta visão de futuro seja concretizada, mas no caso de Maceió há a oportunidade da inserção de valores ambientais nas pessoas antes e durante o processo de alcance das melhorias. Bem é verdade que sozinho ninguém irá acabar com a degradação ambiental ou o aquecimento global, mas quando as pessoas são alertadas, principalmente ao risco que correm e às consequências que podem sofrer, geralmente as atitudes mudam.
Sem consciência
Consumismo gera lixo e desperdício que agravam o problema ambiental
Atitudes sustentáveis
Alterações na forma de se locomover e descatar resíduos contribuem bastante
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O que esperar do futuro Democratizar as informações e mudar a percepção das pessoas é fundamental para que o caminho até as melhorias citadas seja realizado de maneira sustentável e não de forma devastadora. Todos têm um papel a desempenhar, as pessoas, o governo e as empresas. Atitudes individuais são imprescindíveis, mas um esforço coletivo se faz necessário. Mais cedo ou mais tarde, se isto já não aconteceu, você irá ouvir ou ver algo do tipo: “as mudanças climáticas não são provocadas pelas atividades humanas”. A frase está corretíssima, assim como é corretíssimo afirmar que as ações do Homem, embora não sejam causadoras, agravam as consequências desse aquecimento. Não se trata de discutir mais 2 ou 3°C na temperatura, e sim a capacidade de produzirmos tudo o que necessitamos para sobreviver, refletindo também se estamos realizando isto sem o risco de perdermos o controle sobre a oferta e demanda de recursos naturais. Um novo planeta aparecerá diante de nossos olhos nas próximas décadas. Transformações sem precedentes já começaram a acontecer: o permanente crescimento econômico global, a crescente dependência das pessoas em tecnologia e o aumento da demanda por energia. Mas, duas vertentes principais já despontam como fatores formadores deste novo planeta. Primeiro, milhões de pessoas saem da linha de pobreza e passam a fazer parte da classe média. Com essa ascensão, se tornam inevitáveis o desejo e o alcance dos confortos e conveniências da vida moderna. Segundo, os que já são parte da classe média já têm expectativas maiores para com os produtos que compram, alavancando ainda mais o consumo atual, que já exigem uma captura dos recursos naturais acima dos limites de regeneração do planeta. Permanecemos nos preocupando com custo e qualidade. Veremos uma demanda maior por produtos que contemplem produção por meios sustentáveis e éticos. Como empresas e pessoas sobreviverão neste cenário? Precisamos rever a maneira como exploramos os recursos naturais e manufaturamos o que vendemos. Teremos de rever como nos locomovemos e movemos produtos pelo planeta. Teremos de repensar como compramos e usamos estes produtos e como reutilizá-los. Para concretizar estas mudanças, teremos que transformar a maneira como fazemos negócios, olhando para eles de forma mais holística e questionando como torná-los mais ecocorretos. Como gerenciar os negócios eficientemente usando fontes de energia limpa que não poluem o meio ambiente? Como eliminar o desperdício nos processos industriais e começar a utilizar recursos que tratamos hoje como lixo? Como fabricar produtos, não só recicláveis, mas que sejam mais duráveis e que possam ser usados por mais vezes? A solução representa oportunidades para inovações, inventividade e parcerias numa dimensão nunca vista antes, de fato, uma verdadeira globalização. São oportunidades para fazermos a coisa certa para o planeta e para bilhões de pessoas que o chamam de lar. São oportunidades de crescimento para pequenas e grandes empresas. São oportunidades para as pessoas se tornarem melhores, menos individualistas e mais solidárias. São oportunidades para interagir com o planeta retirando o mínimo de recursos e preservando o máximo possível para as futuras gerações, que têm o direito de usufruir de um planeta tão ou mais generoso quanto o atual.
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Mas como atingir este modelo equilibrado e eficiente ao mesmo tempo em que as pessoas se sentem impotentes e desmotivadas a colaborar com um problema tão grande? O que adianta procurar uma lixeira enquanto a maioria joga o lixo no chão? O que adianta pagar todas as contas em dia se há tanta corrupção entre os que deveriam servir de exemplo? O que adianta ir ao supermercado com uma ecobag enquanto na China são utilizadas três bilhões de sacolas por dia? Ir do ato individual ao coletivo parece um longo caminho a ser percorrido, mas sempre haverá o primeiro que desencadeará a ação de todo o restante. Sabemos que na prática as coisas não são tão simples. Para onde olhamos ouvimos vozes nos avisando, sinais de alarme ameaçadores, histórias convenientes. Não precisamos dos relatos insinceros de sempre sobre crise e oportunidade. Não basta saber que o mundo está tornando-se ecológico. Os maceioenses vivem uma crise de percepção, promover a inserção da população na sustentabilidade se faz necessário, é preciso ter uma visão de mundo. Vivemos numa região privilegiada, mais que aqueles que não convivem tão de perto com os bens naturais condicionantes a vida na Terra, precisamos de um novo significado de educação longe de interesses dominantes que na prática não são sustentáveis. Precisamos de uma educação com consciência crítica de mundo, compartilhada com excluídos que, diferente do mundo globalizado que os usam sob uma lógica de mercado, somem-se a ética sustentável e sejam vistos como seres humanos. A leitura que se espera mostra que o planeta corre perigo. Uma nova educação que reafirme valores não só trará benefícios ao meio ambiente, mas enfrentará a atual estrutura socioeconômica que foca o comercial, oprime e segrega pessoas e as exclui de uma vida com dignidade. A problemática se torna maior quando lembramos que esta mudança de leitura começa em decisões de muitos daqueles que não gostariam de vê-la acontecer. Em breve não haverá mais espaço para o modelo em que todo mundo têm seus próprios interesses e os demais podem ser marginalizados e viver em crise. É difícil compreender porque, apesar do maçante debate, inúmeras pesquisas e várias ideias, ainda não conseguimos alterar de forma significativa o atual modelo de consumo da sociedade. Muito embora já se conheça a relação entre qualidade ambiental e de vida, mais do que entender sustentabilidade como solução aos problemas do nosso tempo, é necessário repensar a relação entre o homem e o meio ambiente, utilizando-se de uma nova racionalidade que reconheça a importância da diversidade da natureza e dos seres humanos, bem como da proteção a continuidade da existência de ambos. O tema é amplo e será cada vez mais discutido. A discussão está longe de um fim, mas cabe ser destacada a importância dos métodos de medição da sustentabilidade para auxiliar a construção do conceito de desenvolvimento sustentável. O principal alvo de nossa discussão foi mostrar que a responsabilidade pela busca de um mundo sustentável é de todos e que o resultado dependerá da atitude de cada um, que deve fazer a difícil escolha entre aquilo que julga fundamental para o seu cotidiano e para a sua sobrevivência e o que é necessário para os demais seres humanos. Só depende de nós o fracasso ou o sucesso nesta batalha pela sustentabilidade do planeta. Se nossa matéria auxiliar um único maceioense a entender melhor as alterações ambientais e a repensar alguma de suas ações individuais, já terá alcançado seu objetivo.
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1. Ao fazer compras no supermercado:
A) Compro tudo que tenho vontade, sem prestar atenção no preço, na marca ou na embalagem; B) Uso apenas o preço como critério de escolha; C) Presto atenção se os produtos de uma determinada marca são ligados a alguma empresa que não respeita o meio ambiente ou questões sociais; D) Procuro considerar preço e qualidade, além de escolher produtos que venham em embalagens recicláveis e que respeitem critérios ambientais e sociais. 2. Entre os alimentos que normalmente você consome, que quantidade é pré-preparada, embalada ou importada?
A) Quase todos; B) Metade; C) Um quarto; D) Muito poucos. A maior parte dos alimentos que consumo não é pré-preparada, nem embalada, em origem orgânica e é produzida na região onde vivo.
Calcule a sua pegada
3. O que acontece com o lixo produzido na sua casa?
A) Não me preocupo muito com o lixo; B) Tudo é colocado em sacos recolhidos pelo lixeiro, mas não faço a menor idéia para onde vai; C) O que é reciclável é separado; D) O lixo seco é direcionado à reciclagem e o lixo orgânico, encaminhado para a compostagem (transformado em adubo). 4. Que eletrodomésticos você utiliza (escolha a opção que mais se pareça com a situação de sua casa)?
A) Geladeira, freezer, máquina de lavar roupa, e microondas; B) Geladeira e máquina de lavar roupa; C) Geladeira e microondas; D) Geladeira. 5. Você considera, na sua escolha de compras de eletrodomésticos e lâmpadas, informações referentes à eficiência energética do produto (se o produto consome menos energia).
A) Não. Compro sempre as lâmpadas e os eletrodomésticos que estiverem mais baratos; B) Utilizo lâmpadas frias, mas não levo em consideração a e ciência energética de eletrodomésticos; C) Compro eletrodomésticos que consomem menos energia e utilizo lâmpadas incandescentes (amarelas); D) Sim. Só utilizo lâmpadas frias e compro os eletrodomésticos que consomem menos energia. 6. Você deixa luz, aparelhos de som, computadores ou televisão ligados quando não estão sendo utilizados?
A) Sim. Deixo luzes acesas, computador e tv ligados; B) Deixo a luz dos cômodos ligada quando sei que vou voltar; C) Deixo o computador ligado, mas desligo o monitor; D) Não. Sempre desligo os aparelhos e lâmpadas quando não estou utilizando, ou deixo o computador em stand by. 7. Quantas vezes por semana, em média, você liga o ar condicionado em casa ou no trabalho?
A) Praticamente todos os dias; B) Entre três e quatro vezes;
C) Entre uma e duas vezes por semana; D) Não tenho ar condicionado. 8. Quanto tempo você leva, em média, tomando banho diariamente?
A) Mais de 20 minutos; B) Entre 10 e 20 minutos; C) Entre 10 e 5 minutos; D) Menos de 5 minutos. 9. Quando você escova os dentes:
A) A torneira permanece aberta o tempo todo; B) Deixa sempre um filete de água aberto; C) Tenta fechar a torneira, mas acaba esquecendo; D) A torneira é aberta apenas para molhar a escova e na hora de enxaguar a boca. 10. Quantos habitantes moram em sua cidade?
A) Acima de 500 mil pessoas; B) De 100 mil a 500 mil pessoas; C) De 20 mil a 100 mil pessoas; D) Menos de 20 mil pessoas. 11. Quantas pessoas vivem na sua casa ou apartamento?
A) 1 pessoa; B) 2 pessoas; C) 3 pessoas; D) 4 pessoas ou mais. 12. Qual é a área da sua casa/apartamento?
A) 170 metros quadrados ou mais; B) De 100 a 170 metros quadrados (3 quartos); C) De 50 a 100 metros quadrados (2 quartos); D) 50 metros quadrados ou menos (1 quarto). 13. Com que freqüência você consome produtos de origem animal (carne, peixe, ovos, laticínios)?
A) Como carne todos os dias; B) Como carne uma ou duas vezes por semana; C) Como carne raramente, mas ovos quase todos os dias; D) Nunca (vegetariano). 14. Qual o tipo de transporte que você mais utiliza?
A) Carro é meu único meio de transporte e, na maioria das vezes, ando sozinho; B) Tenho carro, mas procuro fazer a pé os percursos mais curtos e privilegio o uso de transporte coletivo sempre que possível; C) Não tenho carro e uso transporte coletivo; D) Não tenho carro, uso transporte coletivo quando necessário, mas ando muito a pé ou de bicicleta. 15. Por ano, quantas horas você gasta andando de avião?
A) Acima de 50 horas; B) 25 horas; C) 10 horas; D) Nunca ando de avião.
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QUESTÃO 03
QUESTÃO 04
QUESTÃO 05
A 4 pontos
A 4 pontos
A 4 pontos
A 4 pontos
B 3 pontos
B 3 pontos
B 3 pontos
B 3 pontos
B 3 pontos
C 2 pontos
C 2 pontos
C 2 pontos
C 2 pontos
C 2 pontos
D 1 ponto
D 1 ponto
D 1 ponto
D 1 ponto
D 1 ponto
QUESTÃO 06
QUESTÃO 07
QUESTÃO 08
QUESTÃO 09
QUESTÃO 10
A 4 pontos
A 4 pontos
A 4 pontos
A 4 pontos
A 8 pontos
B 3 pontos
B 3 pontos
B 3 pontos
B 3 pontos
B 6 pontos
C 2 pontos
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C 2 pontos
C 2 pontos
C 4 pontos
D 1 ponto
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D 1 ponto
D 2 pontos
QUESTÃO 11
QUESTÃO 12
QUESTÃO 13
QUESTÃO 14
QUESTÃO 15
A 8 pontos
A 8 pontos
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A 8 pontos
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B 6 pontos
B 6 pontos
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C 4 pontos
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C 6 pontos
D 2 pontos
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D 2 pontos
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D 3 pontos
Até
23
Se a sua pegada ecológica ficou nesta faixa, parabéns! Seu estilo vida leva em conta a saúde do planeta! Você sabe equilibrar o uso dos recursos com sabedoria. Que tal mobilizar mais pessoas e partilhar sua experiência? Você pode ajudar outras pessoas a entender a importância do tema e encontrar um padrão de vida mais justo e sustentável!
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Sua pegada está um pouco acima da capacidade do planeta. Vale a pena reavaliar algumas opções do seu cotidiano. Algumas mudanças e ajustes podem levá-lo a um estilo de vida mais sustentável, que traga menos impactos à Natureza. Se você se juntar a outras pessoas pode ser mais fácil!
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Se todos no planeta tivessem um estilo de vida como o seu, seriam necessárias três Terras. Neste ritmo o planeta não vai agüentar! Que tal fazer uma reavaliação dos seus hábitos cotidianos hoje mesmo? Dê uma olhada nas sugestões de como diminuir sua pegada e mobilizar mais pessoas!
De à
De à
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QUESTÃO 02
A 4 pontos
Alerta total! Sua pegada está entre os padrões mais insustentáveis do mundo! É URGENTE reavaliar seu jeito de viver. Seu padrão de consumo e hábitos de vida estão causando danos à vida na Terra e ameaçando o futuro. Mas não desanime, nunca é tarde para começar a mudar. Veja as sugestões de como diminuir a pegada na próxima sessão! Junte-se a outras pessoas!
Fonte WWF Brasil
QUESTÃO 01
Recicle suas atitudes
PĂ GINAS VERDES
54
Fonte Instituto Akatu
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CINEMA & TV
56 Da telona pra telinha Por Antonio Maria do Vale
Tudo começou nos quadrinhos e depois invadiu o cinema com inúmeros super-heróis. Desta vez, Marvel inova na saga de “Os vingadores” levando a continuidade do filme para a TV com a série Agents of S.H.I.E.L.D. Sucesso garantido nos cinemas, os filmes com super-heróis hoje quebram recordes de bilheteria a cada nova logia lançada, possuem uma legião imensurável de fãs e faturam milhões com produtos relacionados a seus personagens. Poucos poderiam imaginar, e apostar, que as histórias em quadrinhos criadas por Martin Goodman, fundador da Marvel Comics, atingisse tamanha proporção e se tornasse o viéis mais lucrativo de Hollywood. Dos poucos mocinhos e vilões que começaram a ser desenhados a partir de 1933, ainda nas revistinhas de faroeste, hoje já são mais de 5 mil super heróis criados. O primeiro da série de super-heróis, com poderes além de um ser humano comum, nasceu em 1939 com o nome de Tocha Humana, um androide que podia deixar o corpo em chamas e voar, personagem adaptado posteriormente para o filme "O quarteto fantástico". Dali em diante vieram Capitão América, Homem-Aranha, Wolverine e os X-Men, Thor, Homem de ferro e Incrível Hulk, apenas para citar as grandes estrelas do estúdio. Apesar dos poderes mirabolantes, muito do sucesso se deve a vida dupla que os heróis possuem, tendo um lado mais próximo da realidade que o aproximam do cotidiano normal das pessoas. Quer alguém mais inseguro que o jovem Peter Park antes de incorporar o Homem-aranha? E como acreditar que o pacato Dr. Robert Bruce Banner dá vida ao pouco sensível Hulk? A partir dos anos 90 as páginas, já reduzidas, dos quadrinhos se tornaram pequenas e os super-heróis começaram a invadir as telas do cinema. A última produção em cartaz, "Os vingadores", se tornou a terceira maior bilheteria de todos os tempos, atrás apenas de Avatar e Titanic, foram mais de US$ 1,5 bilhão arrecadado. Posição que deve ser batida por um dos lançamentos já confirmados pela Walt Disney, que adquiriu a Marvel entertainment em 2009. As
estreias de Thor, X-Men, Homem-aranha e Capitão América, estarão de volta às salas de todo o mundo em busca do 1º lugar no ranking. E se nas telonas a coisa vai indo muito bem, a aposta agora é inovadora e pela primeira vez os estúdios decidiram continuar uma produção do cinema na TV. Com 22 episódios confirmados em sua primeira temporada, Agents of S.H.I.E.L.D. trás para a televisão o universo do filme Os vingadores e, em sua estreia, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, apenas comprovou que a iniciativa deve ser um sucesso. Milhões de telespectadores estiveram grudados diante da telinha para ver novamente Phil Coulson, interpretado pelo ator Clark Gregg, ressuscitar após sua aparente morte no filme e apresentar sua nova equipe da divisão especial da Superintendência Humana para Intervenção, Espionagem, Logística e Dissuasão – S.H.I.E.L.D., que tem como principal objetivo proteger todo o planeta de grandes ameaças, desde terrorismo internacional até invasões alienígenas. O curioso é que na série de TV a equipe de Coulson não possui super poderes, apenas os inimigos contam com este adicional. O fator inteligência e alta tecnologia são as principais armas do pequeno e altamente treinado grupo que lida a cada episódio com o estranho e o desconhecido, em casos que ainda não foram classificados. O time é formado pelo perfeccionista agente Grant Ward, um especialista em combate e espionagem; a experiente agente Melinda May, piloto e perita em artes marciais; Leo Fitz, um cientista brilhante, embora deslocado socialmente; e a agente Jemma Simmons, uma espécie de versão feminina de Fitz. A penetra da lista é a hacker de computadores Skye, responsável por muitas dúvidas na trama. Se você é fã de efeitos especiais e da luta do bem contra o mal, Agents of S.H.I.E.L.D. irá te fisgar desde o primeiro episódio que assistir, uma ótima série para as noites livres de quinta.
Nova equipe
Diferente de “Os Vingadores”, agentes da série de TV não possuem super poderes
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PRA SAIR DE CASA
58
Hora de
aparecer Por Antonio Maria do Vale
Com o maior acervo artesanal do estado, o Mercado da Levada sofre pela ausência do poder público e continua distante do roteiro turístico de nossa capital. 2013 está acabando e com isso as expectativas pelas festas de fim de ano e as tão sonhadas férias de janeiro só aumentam. Nesta época, muitas pessoas costumam arrumar as malas e viajar, alguns para retornar a terra natal e rever familiares e outros para conhecer lugares até então desconhecidos, buscando sempre uma equidade entre a diversão e o descanso. Maceió é uma das cidades prediletas entre os brasileiros que pretendem visitar o Nordeste, segundo estimativas do trade turístico, a partir de dezembro serão mais de 30 mil turistas por final de semana na capital alagoana, um recorde que muito provavelmente será batido na próxima temporada em razão da mídia espontânea que teremos durante a Copa do mundo.
Parado no tempo
De pintura renovada, sequer o relógio do Mercado funciona
Uma revista com a cara do Nordeste
Pegar a estrada é sempre prazeroso, não resta dúvida, embora nos pareça também tão prazeroso quanto à saída a volta pra casa. A saudade de quem ficou e o desejo de relatar as experiências vividas torna o retorno ao lar doce lar um dos momentos mais bacana de cada viagem que realizamos. E nos últimos dias não há como fugir da tradição de ir às compras em busca de lembranças que relembrem o lugar e que possamos presentear aqueles que, mesmo distantes de nós, se fizeram presentes em nossos pensamentos. E quase sempre é igual. Muito dificilmente uma cidade, por menor que seja, não terá algo peculiar e característico. Nas com vocação turística não tem erro, sempre irá existir a tradicional feirinha ou mercado do artesanato, onde os mais diversos produtos provavelmente terão estampado de alguma forma o costumeiro “lembrança de” ou “estive em... e lembrei de você”, que o diga Maceió. Por aqui os pontos mais tradicionais nos levam, principalmente, ao pavilhão e feira da Pajuçara e ao Pontal da Barra, locais carimbados para onde a maioria dos turistas são destinados, o que tem sido alvo de críticas por parte dos demais artesãos de Maceió que não trabalham nestes locais. A última polêmica tem girado em torno dos que ficam na Praça Sinimbú, no Centro, que têm buscado uma solução para a falta de visitantes, lutando basicamente por outra área que se torne mais atrativa. O principal impasse está nas opções oferecidas até agora. A princípio a proposta, que foi aceita, era que os “Artesãos Guerreiros de Maceió”, como são chamados, ocupassem o Corredor Vera Arruda, no Stella Maris, as sextas, sábados, domingos e feriados, das 16 às 22h. Mas, após uma ação na Justiça impetrada pelos moradores da região, impedindo a realização da feira itinerante, a prefeitura tenta convencê-los de que o local apropriado seria a Praça Dois Leões, no Jaraguá, uma ação prevista dentro do projeto de revitalização do bairro. O secretário municipal de planejamento, Manoel Messias, disse que a proposta é transitória e que a prefeitura pretende instalar os artesãos em definitivo em um centro cultural que será construído no bairro. “A ideia é dar vida novamente ao bairro, fazendo do Jaraguá um espaço cultural, de lazer e artesanato, revitalizando todo o acervo”, afirmou. E mesmo quando o local é fixo, algumas vezes isto não é o suficiente para que turistas e os próprios maceioenses o visitem. Um dos mais antigo espaço de cultura de Maceió, o Mercado do Artesanato, na Levada, é a maior vitrine da arte produzida pelos alagoanos e nem por isso é o centro das atenções. Renovado recentemente, o espaço conta com cerca de 250 lojas que expõem uma variedade infinita de todos os tipos de artesanato do estado e, mesmo assim, continua renegado pelo poder público e, consequentemente, pelo setor turístico local. Bem é verdade que alguns pontos negativos fazem com que o interesse, que existe e é despertado, dê lugar à aversão pela falta de mobilidade no seu entorno e pelo descrédito que há muito tempo está incorporado a toda aquela região. Para quem se aventura pelas ruas estreitas e abarrotadas de ambulantes, chegar ao Mercado é descobrir o paraíso escondido do artesanato, como nos filmes, onde antes de encontrar o tesouro perdido os aventureiros são testados as mais duras provas, aqui caracterizadas pela ausência de uma infraestrutura que facilite a chegada sem contratempos, ao lixo espalhado nas ruas e seu consequente mau cheiro e aos riscos inerentes a região, que possui alto índice de assaltos e roubos. www.OUSHBrasil.com.br
PRA SAIR DE CASA
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Entretanto, também como na sétima arte, todo o esforço vale a pena tão logo atravessemos os portões que separam o caos da tranquilidade e riqueza existentes no lugar. É impressionante como tudo pode estar num só lugar. O visual é encantador e as lojinhas super coloridas chamam atenção pela criatividade que os produtos possuem. De madeira, couro, argila, aço e os mais variados tecidos, eles comprovam o quanto nossos artesãos são talentosos e também nos mostram o quanto o nordestino é um inventivo, antes mesmo do surgimento da discussão, sustentável. Nada é desperdiçado, aqui, tudo se transforma em arte e, mesmo que de maneira subjetiva, representa um pouco da história desse povo. Quer uma prova? Que tal os ônibus produzidos com as latas, quase extintas, de óleo e com pneus recortados das sandálias mais famosas do país? Já notaram que as pinturas são das empresas que tradicionalmente levaram os nordestinos para o Rio e São Paulo nas décadas de 70 e 80? Estes, aparentemente brinquedos, possuem na verdade uma mensagem subliminar do sonho do nordestino, que geralmente não é nada grandioso, não ultrapassando na maioria das vezes o sonho da casa própria, um carro na garagem e mesa farta. Outros exemplos de reaproveitamento não faltam, o que dizer das sandálias lepe-lepe e Xô boi? Elas mostram o quanto o gado é utilizado em sua totalidade, sendo fonte de renda não só no mercado de carnes. Além dos calçados, o couro também é empregado na confecção do gibão, do chapéu e de outros apetrechos que compõem a vestimenta do vaqueiro. E tão impressionante quanto o poder de retirar o máximo das coisas é a habilidade dos artesãos. É difícil imaginar às vezes como conseguem transformar a matériaprima bruta e sem forma em obras de uma perfeição intrigante.
Persistência
Assis supera as dificuldades enquanto só conta com sua fé
Aliás, um dos grandes atrativos do Mercado é justamente poder apreciar o trabalho destes artistas já que entre um quiosque e outro é comum vê-los em ação produzindo suas peças. Artesãos como Arlindo Monteiro, o famoso artista das esculturas em palitos
de fósforo. O pernambucano chegou a Alagoas talhando obras bem diferentes das que hoje executa, no começo eram troncos de coqueiro que ganhavam formas, mas depois de um sonho tudo se reduzira, no tamanho, diferente da grandiosidade de seu talento. Arlindo sonhara com Jesus Cristo entalhado num palito de fósforo e logo ao acordar utilizou toda a caixa de palitos que possuía. Foram muitas até que a forma ideal fosse encontrada e de lá pra cá ele não parou mais. Interpretando a realidade através de um simples palito de fósforo, o artesão esculpe santos, artistas e os mais variados pedidos dos clientes, tudo criado a partir do manuseio com uma tesoura, uma lâmina, cola e tinta. Sua arte ganhou maior destaque quando a novela da Globo “Da cor do pecado”, de 2004, teve vários de seus personagens como tema principal da abertura. Foram muitos os convites para novos trabalhos, mas ainda hoje Arlindo é uma das principais atrações do Mercado do Artesanato, sempre a frente de seu pequeno stand, expondo incontáveis surpresas em miniatura. São necessárias algumas horas para apreciar na sua totalidade tudo que o espaço oferece a seus visitantes. São redes, o famoso filé, as tradicionais camisetas com frases engraçadas, as esculturas em barro de trios de forró, as jangadas de madeira, vasos e cestas dos mais variados tamanhos e formatos, as caqueras de cimento ou palha de coco e nesta época do ano, um espaço destinado as peças natalinas, com árvores de natal e anjos de cipó, além de presépios para todos os gostos e bolsos. Os corredores internos se transformam em túneis e seus produtos expostos em paredes e quiosques em vitrines de obras de arte, como as do Sr. Francisco de Assis, que tem 30 de seus 47 anos dedicados ao artesanato. No seu pequeno espaço, Assis, como é conhecido, não só expõe suas flores ornamentadas, como também dá ao visitante a oportunidade de vê-lo em ação quando, com tesoura, martelo, furadeira, pregos e arame, transforma palha e folhagem desidratadas em arranjos com os mais variados
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formatos e tamanhos. Questionado sobre a atual condição do Mercado, Assis, com propriedade de quem conhece a região desde 1983, nos dá uma visão geral do cenário dizendo que não pode reclamar da situação de momento, muito embora ainda haja muito que fazer. “O movimento é constante, recebemos muitas pessoas, mas não por ações de divulgação. Nosso cliente é o maceioense e não os turistas”, disse o artesão que também afirmou nunca ter recebido a visita de um prefeito, secretário ou representante público para discutir melhorias. “Eu só conheço a secretária Jurema, da época da TV, ninguém aparece aqui, eles não gostam, aqui é lugar de pobre. Fizeram essa pintura nova e só. Agora, em 2014, tá todo mundo aqui, já vi Kátia Born, Collor, em época de campanha isso aqui fica cheio”, acrescentou. Alagoano nato, Assis apontou ainda outros problemas que segundo ele dificultam o interesse pelo local. Uma promessa antiga de campanha, o VLT não só saiu do papel como agravou a situação ao fechar acessos antes existentes. “Cadê o VLT? Chegaram aqui e disseram que iriam construir uma escada rolante, que os turistas iam daqui pro shopping, pro aeroporto, cadê? Tudo mentira, tudo balela”, comentou Francisco que, como muitos outros, não desiste, continua produzindo arte e ainda se preocupa com problemas que não são de sua responsabilidade, como a Feira do Rato, que logo ao lado do Mercado é outro empecilho para a ida de clientes. “Aquilo ali é um banheiro a céu aberto e um ponto de distribuição de drogas”, disse indignado o artesão que tinha uma lista infindável dos problemas que assolam o local. Um deles parece bem grave, já que o alerta fora direcionado aos riscos de incêndio e a falta de equipamentos de combate no local. De fato, vimos poucos extintores no local e, aparentemente, não há rede de combate a incêndio. “Eu pago a taxa de bombeiros, mas não vejo nada acontecer. Fazem as vistorias e dão prazos que nunca acabam, e se houver um incêndio como no antigo Pavilhão
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Inacabado
Obras de revitalização estão distantes da conclusão
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da Jatiúca?”, argumentou mais uma vez Francisco de Assis, que finalizou sua conversa conosco com uma queixa bastante recorrente, a atuação dos guias de turismo. “Os guias dizem para os turistas que aqui é área de bandido, de ladrão, de certo modo falta segurança, mas a verdade é que eles não trazem turistas pra cá porque não pagamos por cabeça, como acontece por aí. Como podemos pagar se não há movimento?”. Oush! ouviu alguns guias, mas nenhum deles confirmou o sistema de barganha que, como comprovamos, existe de fato. Em conversas informais descobrimos, por exemplo, que na alta temporada podese ganhar até R$ 1 mil extra por dia. Tudo começa já no traslado do aeroporto para os hotéis, é nesta hora que os pacotes de passeios são oferecidos e fechados para os dias em que o turista ficar na cidade. As piscinas naturais da Pajuçara sequer fazem parte do roteiro, caso queiram mergulhar longe da costa, os visitantes terão que ir até Maragogi. No Gunga, para cada pessoa que fizer um passeio de Buggy ou barco a “gorjeta” é de R$ 8,00, imaginando um ônibus inteiro pode-se faturar até R$ 800,00 com um único grupo. Ingressos para casas noturnas e cartões direcionados a bares e restaurantes especializados, por exemplo, em camarão ou uma boa carne de sol, ganham um carimbo ou assinatura no verso que depois se configuram em mais gorjeta. Tudo na linha do documentário “Capitais do delito” da National Geographic. Mas não se engane, os guias não são vilões na história, a prática na verdade é uma saída, ou justificativa, para quem não conta com benefícios trabalhistas, já que muitos exercem a função sem contrato assinado. Sem os direitos garantidos, a alta temporada e o sistema de barganha caracterizam-se como a oportunidade de ouro para quem precisa fazer reservas, afinal, muitos deles
perderá o “emprego” tão logo o verão acabe. Sorte que teremos a Copa do Mundo em alguns meses, o que fará de 2014 um ano sem baixa temporada. Então, de domingo a domingo, não há dinheiro, quer dizer, tempo a perder. O que deve ser analisado é que não se trata de uma troca, não estamos falando de subtração, e sim de soma. Com o atual descaso do poder público, todos possuem argumentos e saem perdendo. O ciclo é unicamente negativo e deixamos de lado a oportunidade de acrescentar ao portfólio da cidade mais uma grande atração, é um erro desperdiçarmos todo o potencial que o Mercado do Artesanato possui pela ausência da ação do governo e por interesses que priorizam o resultado individual.
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a s o m a f a r e c e h n o c a h Ven n o s s i d a R Feijoada s o d a b á S s o Todos .
a t le p m o c a d Feijoa
. o iv v o a a ic s Com mú
. 0 3 h 5 1 s à 0 3 Das 12h a h n i r i p i a c a r i E a prime . a t n o c a s s o n é por
Av. Dr. Antônio Gouveia, 925, Pajuçara - Maceió - Alagoas (82) 3202 4900
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PRONTOS PARA LUTA
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Nordeste
Por Ericsson Henrique
Fotos Dennis Calheiros / Adriano Teixeira / Ericsson Henrique / Alexandre Mendonça / Ingridy Lima / Dominique Lages / Thiago Alcântara / Thiago Nascimento / Marcio Mrotzeck
Vencedor do prêmio de melhor evento do ano de 2012, o Coliseu trouxe a maior rivalidade do MMA nacional da atualidade para fechar o calendário das Artes Marciais Mistas de Alagoas em 2013. A noite da quinta-feira (05) foi marcada com o maior evento de MMA e o maior público já visto no estado de Alagoas para esse tipo de modalidade. O Ginásio do SESI, em Maceió, foi o palco para as oito lutas que impressionaram as mais de sete mil pessoas presentes
no ginásio e as milhares de pessoas que assistiram de casa, pela transmissão do Canal Combate e da TV Mar. A equipe que foi premiada como o melhor evento de Artes Marciais Mistas em 2012, através do prêmio Osvaldo Paquetá, fechou o Uma revista com a cara do Nordeste
O retorno Outra luta aguardada pelo público alagoano foi o retorno de Edcarlos Peixe aos octógonos. Peixe passou por um procedimento cirúrgico de urgência, devido um Hematoma Subdural Crônico (HSDC) na região da cabeça, pouco tempo antes da sétima edição do Coliseu e acabou ficando de fora do card. Recuperando a confiança nos treinamentos o lutador voltou a treinar a mais ou menos trinta dias após a cirurgia e aceitou o desafio de lutar já na próxima edição do evento. Edcarlos entrou no octógono motivado e fez a luta mais rápida da noite, nocauteou seu adversário em apenas 43 segundos de combate.
Ring Girls Nessa edição o Coliseu Extreme Fight apresentou um nova Ring Girl, a modelo gaúcha, radicada em Alagoas, Kelly Bueno, e trouxe a sua já considerada Ring Girl oficial, Aryane Steinkopf. As duas modelos desfilavam e arrancavam os assovios do público a cada intervalo entre os rounds.
O Main Event A luta que seria realizada na edição passada do Coliseu, acabou não acontecendo porque o atleta Gilbert Durinho, não bateu o peso e não se credenciou para lutar contra Paulo Bananada pelo cinturão da categoria dos pesos leves até 70 Kg. Os atletas subiram ao octógono para se explicarem, no mesmo evento que lutariam, e quase uma luta não programada acontecia. Todo o falatório e o “empurra-empurra” entre os adversários aumentaram ainda mais a rivalidade entre Durinho e Bananada, que usaram as redes sociais para apimentar mais essa luta. Estava pronta a “maior rivalidade do MMA brasileiro em 2013”, e foi assim tratado por toda mídia nacional. www.OUSHBrasil.com.br
Foto Dennis Calheiros
ano com uma edição cheia de nocautes, finalizações e a luta mais esperada do ano. A receita completa para repetir a premiação do ano anterior. Das oito lutas escolhidas por Marcos Paulo, “Matchmaker” (responsável pelo card) do evento, apenas duas ficaram na decisão dos árbitros, três foram vencidas por finalização e três por nocaute. Em destaque a luta de maior rivalidade no cenário do MMA nacional atual, entre Gilbert Durinho, pupilo de Vitor Belfort, e Paulo Bananada, pupilo de Anderson Silva. A única luta que não agradou ao público presente, foi o combate entre o alagoano Armênio Neto e o paraense Alexandre Leão. A luta durou quase dois rounds completos e o alagoano acabou sendo nocauteado com um chute no tórax, após ter atacado poucas vezes seu adversário e balançar a cabeça, negando a contundência dos golpes, todas as vezes em que era acertado por seu oponente. Por outro lado uma das lutas mais comentadas foi a luta entre João Prudêncio e Edcarlos Lima. Edcarlos foi professor de Prudêncio, na arte suave (Jiu Jitsu), e pediu essa luta para a organização do evento. João, vinha de uma sequência de duas derrotas e sabia que essa luta era muito importante para a sua carreira como profissional. Prudêncio, que é muito querido pelo público local logo ao entrar no octógono cativou mais da metade do ginásio para sua torcida. Motivado e fazendo uma luta para dar orgulho ao seu antigo professor, ele o finalizou e mostrou que aprendeu, e vem desenvolvendo muito bem, a arte ensinada por Edcarlos.
PRONTOS PARA LUTA
Foto Dennis Calheiros
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O SESI, que já serviu de cenário para grandes lutas de Kick Boxing do campeão mundial Eduardo Canuto, virou um caldeirão para essa tão esperada e surpreendente luta. De um lado o detentor do cinturão de eventos importantes como o Coliseu e o WOCS, conhecido como atleta duro, com uma boa trocação e pupilo de Anderson Silva, Paulo Bananada. Do outro lado o desafiante a revanche da luta que não aconteceu, campeão mundial de Jiu Jitsu, que tinha cinco vitórias em seu cartel, nenhuma derrota e quatro finalizações, o pupilo de Vitor Belfort, Gilbert Durinho. Os dois atletas entraram para o combate muito concentrados. Começaram a luta se estudando e aos poucos alguns socos foram deferidos. O público ficou surpreso, pois todo mundo esperava que Gilbert tentaria levar a luta para o solo, talvez até o próprio Bananada não esperava a atitude de seu adversário, de manter a luta em pé. O primeiro round estava bem disputado, até que ao encontrar uma brecha na guarda de Bananada, Durinho, enviou um potente “Overhand” de direita que acertou em cheio o queixo de seu oponente. O atleta da Team Nogueira caiu e Gilbert ligou a metralhadora de socos e foi interrompido pelo arbitro “super man”(Várias fotos do arbitro separando os atletas se os pés no chão, como se estivesse voando, foram divulgadas pela mídia) Flávio Almendra.
Luta a luta Edcarlos “Peixe” Ferreira (Adois Fight) x Rogério Pereira de Souza (Chute Fight) A primeira luta da noite foi a mais rápida do evento, o alagoano Edcarlos Peixe nocauteou o paraibano Rogério de Souza em 43 segundos do primeiro round. Edcarlos acertou um Jab de esquerda no momento em que seu adversário tentava golpeá-lo da mesma forma. Rogério levou a mão ao olho e caiu, rapidamente o alagoano foi para cima do paraibano começou a golpeá-lo, causando a interrupção do arbitro. Resultado Oficial: Vitória de Edcarlos Peixe por nocaute técnico aos 43 segundos do 1º round
Ivo Bezerra da Silva Neto (Ricardo Feitosa | Titãs) x Ricardo Rodrigues Gomes (Hikari) A segunda luta da noite foi entre o estreante atleta de Arapiraca, Ivo Bezerra, e o atleta de Natal que só tinha uma luta e uma vitória em seu cartel, Ricardo Rodrigues. No começo do combate Ivo Bezerra derrubou o seu adversário com um low kick (Um chute nas pernas). No chão o arapiraquense conseguiu aplicar uma chave de perna, e ficou insistindo na posição. Ricardo saiu da tentativa de finalização do alagoano. O Potiguar castigou seu adversário no ground pound (Posição em que o atleta soca seu adversário, que está por baixo no chão). O alagoano mostrou sinais de cansaço e ao sair de baixo do seu oponente caiu em um triângulo e lá foi finalizado. Resultado Oficial: Vitória de Ricardo Rodrigues por finalização, triângulo, aos 4m40s do 1º round Nilton “Cachorrão” (Adois Fight) x Fabrício Alagonhias (Chute Fight) A terceira luta começou bem equilibrada entre o alagoano de 42 anos, Nilton “Cachorrão” e o baiano Fabrício Alagoinhas. Os atletas mostraram que estavam prontos para trocação e no começo do primeiro round “Cachorrão” foi aproveitando para acertar seu adversário no contra golpe. Após uma sequência de golpes o atleta da Bahia conseguiu um Knockdown sobre Cachorrão e levou a luta para baixo. O alagoano tentou se levantar, mas Fabrício aplicou mais uma queda antes de acabar o primeiro round. O segundo round foi morno, Fabrício derrubou o alagoano com um single lag (Queda em que o lutador derruba seu oponente pegando uma única perna), e segurou seu adversário na posição de cem quilos. Essa posição foi mantida em boa parte do round. O terceiro round não foi muito diferente, Alagoinhas aplicou mais uma queda no alagoano e trabalhou o ground pound. Nilton conseguiu levantar, mas Fabrício grudou no alagoano e administrou a posição até o fim da luta. Resultado Oficial: Vitória de Fabrício Alagoinhas na decisão unânime dos árbitros Uma revista com a cara do Nordeste
Foto Thiago Alc창ntara
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Foto Prontos Para Luta
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Eduardo “Maquina da dor” Silva (Full House) x Alexandre Lima Oliver (Velame Team/ Champion Nordeste) Os Atletas começaram a luta se estudando, Alexandre conseguiu derrubar o “Máquina da Dor”, e investiu em um Mata-Leão, que não teve êxito. Em uma saída de Eduardo da posição, Alexandre encaixou um Arm Lock que foi logo revertido por Eduardo No segundo round o ”Máquina da Dor” veio com mais vontade para o combate e conseguiu impor seu jogo na luta, chegando a tentar uma finalização e depois encaixar bons golpes em seu adversário. O round acabou com Alexandre Lima mostrando muito cansaço. O terceiro round Eduardo manteve o domínio, aplicou quedas em seu adversário e aplicou bem o domínio do clich, joelhadas e garantiu a vitória. Resultado Oficial: Vitória de Eduardo “Maquina da Dor” na decisão unânime dos árbitros João Prudêncio da Silva (Adois Fight) x Edcarlos Lima (Gracie Barra Alagoas) Os dois atletas iniciaram a luta trabalhando o boxe, aplicando vários socos e chutando pouco. Após desviar de um direto aplicado pelo seu adversário, Edcarlos derrubou João ,com um single lag, que rapidamente já caiu fechando o triângulo e tentando a finalização. Como não conseguiu finalizar Edcarlos no triângulo, João ouviu o pedido dos seus cornes e investiu em um arm-lock (Chave de braço), garantindo a vitória por finalização.
Paullemir trabalhou bem o Jiu Jitsu e foi tentando finalizar seu adversário sempre que aparecia uma oportunidade. Pesando sobre seu oponente boa parte do combate o arapiraquense foi se mantendo por cima e tentado finalizar o paraibano com um Katagatame. Após a tentativa de um arm lock, Paullemir mudou para um triângulo e conseguiu finalizar seu adversário. Resultado Oficial: Vitória de Paullemir Alves por finalização, triângulo, aos 04m04s do 1º round. Armênio Neto (Nobrega Team) x Alexandre Leão (Machida Team) O atleta Alexandre Leão mostrou que veio com vontade para o combate, enquanto o Alagoano que construiu boa parte da sua carreira na Europa, se preocupou em ficar demonstrando para seu adversário que não estava sentindo os golpes. Armênio chegou a levar um cartão amarelo por não atacar na luta. Já no segundo round o paraense acertou um bom chute no tórax do alagoano, que caiu sem reação, fazendo o árbitro parar a luta. Resultado Oficial: Vitória de Alexandre Leão por nocaute técnico aos 04m16s do segundo round.
Resultado Oficial: Vitória de João Prudêncio por finalização, arm lock no triângulo, aos 04m08s do 1º round. Paullemir da Silva Alves (Ricardo Feitosa/ Titãs) x Luiz Bruno Oliveira (Hikari) Logo no começo da sexta luta da noite, Paullemir já mostrou para o que veio e derrubou seu adversário em apenas cinco segundos de luta.
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Foto Welington Borges
MMA NACIONAL
70 Oscar do MMA em AL
Por Marcio Mrotzeck
A votação da segunda edição do Prêmio Osvaldo Paquetá de MMA Nacional se aproxima e jornalistas especializados de todo o país foram convidados a fazer as 5 indicações para as 16 categorias da premiação, que coroa os grandes nomes do cenário brasileiro do esporte que mais cresce no mundo. A mídia especializada brasileira se uniu em um objetivo comum: premiar, mesmo que virtualmente, aqueles que fazem o MMA Nacional um celeiro de astros. E nada melhor do que nomear tal premiação homenageando aquele que mais fez pelos atletas e eventos nacionais, o grande Mestre Osvaldo Paquetá, que nos deixou recentemente.
Melhor Luta: Demonstrou Equilíbrio nas ações e levantou o público.
No primeiro ano, foram 14 categorias avaliadas com cinco escolhas cada. As escolhas foram feitas pelos jornalistas e publicadas para votação pública nos maiores sites de MMA do Brasil. A escolha levou em consideração eventos com transmissão de canais de televisão para que o público tivesse uma informação adequada a respeito dos itens a serem votados.
Virada do ano: Onde o atleta reverteu um quadro difícil a seu favor na luta (atleta e edição do evento em questão).
A segunda edição do Prêmio Osvaldo Paquetá já tem data e local definidos, acontece na cidade de Maceió/AL, no dia 14/03/14, maiores detalhes logo serão apresentados, assim como toda a programação. Confira na lista a seguir as 16 categorias que estão concorrendo ao prêmio, as indicações de cada uma foram feitas pela mídia especializada nacional:
Edição do ano (card e boas lutas): É observado o nível do card e o resultado gerado nas lutas, e se o evento empolgou na medida em que gerou expectativa.
Melhor Lutador: Se destacou no ano de 2013. Melhor Lutadora: Se destacou no ano de 2013. Lutador Revelação: Desconhecido até então se mostrou um grande atleta em 2013.
Nocaute do ano: Preferência ao nocaute clássico (o que é definido por um único golpe). Finalização do ano: Finalização mais plástica do ano.
Evento Revelação do ano: Evento nascido em 2013 que teve destaque e mais de uma edição. Organização do ano: Empresa (evento) que melhor desenvolveu o MMA em 2013, criou bons cards, criou boa estrutura de trabalho a atletas, Staff e mídia e gerou satisfação em seu público. Equipe do ano: Equipe que teve o melhor aproveitamento de 2013. Treinador do ano: Treinador que teve o melhor desempenho em 2013. Árbitro Central do ano: Árbitro que teve o melhor desempenho geral em 2013. Cage Girl do ano: Cage Girl mais bonita e parceira dos eventos no ano de 2013. Announcer do ano: Announcer que teve o melhor desempenho nos eventos que atuou em 2013. Personalidade do MMA em 2013: Pessoa que fez diferença dentro do MMA no ano de 2013. Uma revista com a cara do Nordeste
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Podemos Por Antonio Maria do Vale Imagens Divulgação / Assessoria
Pacto “Brasil Mais Seguro” apresenta números que demonstram queda na criminalidade em Alagoas. Enquanto isso, nosso estado continua liderando todas as estatísticas associadas a violência homicida no país. Ao som de uma trilha sonora de fazer inveja aos clássicos de faroeste. Era assim que todos os dias começava a sessão policial do programa "A Notícia é o Show" da Rádio Gazeta de Alagoas AM, comandado por César Pita e sua equipe de reporteres nas décadas de 80 e 90. Apesar de se tratar de um balanço policial, onde, como diz o jargão, a bala comia solta, inclusive nos efeitos especiais que hora e outra trazia os zunidos dos disparos, ninguém se referia de forma negativa a atração que ia ao ar por volta do meio-dia, fazendo parte do almoço de muitos dos maceioenses. Um repórter em especial se tornou o símbolo do programa, o radialista, policial e ex-vereador por Maceió, Benedito Manoel Gonçalves que, parafraseando entre uma notícia e outra bordões como "toma bandido!" ou "bandido bom é bandido morto", transformou-se num porta-voz da sociedade que via a justiça realizada e vibrava a cada criminoso que deixava de atuar, mesmo que por vias que não fossem as legais de fato. Gonça Gonçalves, como era mais conhecido, viveu numa época em que Alagoas já convivia com a insegurança, mas que ainda permanecia distante de qualquer pesquisa associada a violência no país. Já possuíamos, digamos, enraizada em nossa cultura, esta relação com criminosos, mas nada que ultrapassasse o lado histórico e folclórico ligado ao coronelismo, ao cangaço e àqueles que se encarregaram de premiar nosso estado como "Terra de pistoleiros!". Há quem fale com saudosismo desta época, quando andar pelas ruas das cidades alagoanas ainda era seguro, existindo risco apenas para os que andavam fora da linha. Os tempos são outros e a escalada dos números mostra que o perigo agora está em todos os lugares, saiu das grotas e favelas, ganhou o reforço de fugitivos e deliquentes imigrantes do sul e atingiu o mais longíquo rincão de nosso estado, com o pleonasmo exigido pela atual situação que nos encontramos. Independente de lugar ou classe socioeconômica, estamos vivendo numa barbárie sem precedentes, acuados pelo medo e pela falta de segurança. Uma revista com a cara do Nordeste
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Corredor Vera Arruda com vista para Praia de Jati煤ca | Macei贸/AL - Foto Marcio Mrotzeck
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Sem exceção A violência atinge a todos e em qualquer lugar
Relembremos um fato que tomaremos como referência para o divisor de águas entre a Alagoas de ontem, sinônimo de tranquilidade, e a de hoje, líder do ranking da violência no Brasil já há alguns anos. Até então, éramos lembrados na maioria dos casos por aquilo que realmente temos de melhor, nossas praias, nossa cultura, nossa gastronomia e o nosso povo, hospitaleiro como ninguém; muito embora também exista a sina de que só somos manchete nacional quando algo de ruim acontece por aqui, quase sempre uma notícia relacionada as eternas falcatruas políticas e suas consequências. Era um sábado, 26 de maio de 2012, e, como de costume, o médico José Alfredo Vasco Tenório saiu de casa por volta das 16h para realizar o passeio ciclístico de sempre. Para chegar a orla, o Sr. Alfredo costumava cortar caminho pelo Corredor Vera Arruda, que liga o Stella Maris a praia de Jatiúca, e não imaginava que aquele seria o último passeio de sua vida. Logo no início do Corredor, o médico fora abordado, alguns dizem que isso sequer ocorreu, por dois jovens que "batiam ponto" em um dos bancos do local e, sem qualquer motivo aparente, assassinado com um tiro pelas costas. Dias depois, dois menores foram apresentados como os responsáveis pelo crime banal. A bicicleta que roubaram era a mais comum possível e, somando-se ao caso a região em que praticaram o delito, o episódio é a mais fiel caracterização do quanto se mata por pouco e em qualquer lugar atualmente em nosso estado. Inaugurado em setembro de 2004, o Corredor Vera Arruda tinha como proposta mais uma opção de entretenimento para a cidade. A praça seria o local ideal para reunir os amigos para um bate-papo descontráido, para a prática de esportes e para a realização de eventos culturais. Hoje, nove anos depois, o lugar, apesar do esforço público e privado, continua sendo frequentado por usuários de drogas e são poucos os que se aventuram a atravessá-lo. Manifestações no local? Só se forem para pedir mais segurança, como as caminhadas e bicicletadas que ocorreram em homenagem ao médico que perdeu a vida aos 67 anos. Estava ali Alagoas a beira de um estado de sítio. Para partirmos com um propósito a ser alcançado, é importante abrir
aspas e saber que o indicador controlável de violência homicida foi estipulado pela Organização Mundial de Saúde – OMS, na sua Classificação Internacional de Doenças – CID. Este indicador, para demonstrar razoabilidade do controle, deve ser de 10 homicídios por cem mil habitantes, ou seja, em uma sociedade ou comunidade, estado, município, bairro, que ultrapassar este indicador a OMS considera como sendo caso de epidemiologia. Se não queríamos acreditar, os números falavam por si só. Segundo dados do relatório "Novos padrões da violência homicida no Brasil", da ONG Mapa da Violência, Alagoas teria saltado do 11º lugar do ranking da taxa de homicídios, em 2000, para o primeiro lugar em 2010. Maceió acompanhou a escalada e, no mesmo período, saltou do 8º para o topo do ranking entre as capitais. Seguindo a linha, os municípios de Arapiraca, Pilar, Messias, Marechal Deodoro e Teotônio Vilela se encontram entre as 50 cidades brasileiras mais violentas do estudo. Diante do quadro, o estado de sítio não foi decretado pela presidenta, mas um plano de ação logo foi acionado pelo governo. Um mês após o crime do Vera Arruda, no dia 27 de junho de 2012, é lançado em Maceió, pelo Ministério da Justiça, o Programa Brasil Mais Seguro. Lançado em caráter emergencial, o programa deveria receber do governo federal cerca de R$ 25 milhões em investimentos, somente para ações em Alagoas. Os recursos seriam encaminhados ao sistema de Justiça, às Polícias Federal e Rodoviária Federal que atuam no estado, sendo utilizados para a aquisição de equipamentos, capacitação e aperfeiçoamento da polícia técnica, além de instalação de bases fixas e móveis de videomonitoramento. Em contrapartida, o estado se comprometeria a promover concurso público na área de segurança para as Polícias Civil e Militar e criaria um departamento especializado para investigação de homicídios, dentro da Polícia Civil. Seria instituída também bonificação aos policiais que apreenderem armas. A parceria previa, ainda, o reforço da atuação da Força Nacional de Segurança Pública no fortalecimento da perícia criminal e no monitoramento das áreas de maiores índices de criminalidade. O projeto tem como principais objetivos induzir e promover a atuação qualificada e eficiente dos órgãos de segurança pública e do sistema de justiça criminal, focado na qualificação dos procedimentos investigativos e na maior cooperação e articulação entre as Instituições de Segurança Pública com o Poder Judiciário e o Ministério Público. Três eixos de atuação estão previstos: a melhoria da investigação das mortes violentas; o fortalecimento do policiamento ostensivo e de proximidade (comunitário); e o controle do uso de armas. A escolha de Alagoas como projeto piloto teve como princial razão os dados divulgados pelo Sistema Nacional de Mortalidade do Ministério da Saúde, que mostravam que em três décadas o número de homicídios no estado havia crescido mais de 420%. Outro índice levado em conta foi o de que o estado registra também centenas de solicitações de perícia no tocante a homicídios. Na época, só de janeiro a maio de 2012, 590 laudos estavam pendentes, correspondendo a 97% do total, existindo ainda 3.315 laudos periciais pendentes e aproximadamente 3.000 mandados de prisão em aberto. De fato, o cenário era espantoso e, ao que parece, não mudou muito, ao menos esta é a impressão das pessoas nas ruas. Visão bem diferente do governo, já que, no último dia 27 de setembro, o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, esteve em Maceió para apresentar os números do Brasil Mais seguro após um ano e três Uma revista com a cara do Nordeste
meses de vigência em Alagoas. Segundo os dados apresentados, houve uma redução de 18% na taxa de homicídios no estado e de 26% na capital. Outro número que chamou a atenção é que já foram gastos mais de R$ 200 milhões de reais até agora, valor bem acima dos R$ 25 milhões informados no início do programa. Cardozo afirmou inclusive que os recursos continuarão a ser disponibilizados e que não há previsão de quanto será investido para dar continuidade ao combate da violência em território alagoano em 2014. É engraçado como o discurso político, em diversas ocasiões, se mostra antagônico. Para ações preventivas e planejadas sempre falta dinheiro, como, por exemplo, para realização de concursos públicos para polícia militar ou civil; contudo, tão logo o estado de emergência se instale, um plano de ação corretivo e urgente é posto em prática, quase sempre, com a liberação de cifras enormes, para a alegria dos que participação dos carteis licitatórios que existem em toda e qualquer esfera do poder público. Antes disso, o Governo de Alagoas já havia comemorado os bons resultados veiculando na TV uma propaganda onde, com velas acesas, a palavra "paz" era escrita. A repercussão não foi das melhores, não havia qualquer sintonia entre o que se via nos intervalos comerciais com o que era noticiado nas rádios, nos telejornais locais e nos cadernos policiais dos principais jornais do estado. As críticas cresceram quando fora divulgado que a agência que criou a campanha era de propriedade do marqueteiro da campanha de Teotonio Vilela Filho, que logo se tornou campeã de licitações no governo tucano. Não deu outra, logo o comercial deixava de ir ao ar. O próprio Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas – SINDPOL, contesta a implantação do programa. Segundo o sindicato, o Plano Nacional Brasil Mais Seguro fracassou em Alagoas. Ao implantá-lo, a Secretaria Nacional de Segurança Pública – SENASP, desvalorizou os policiais locais, não ouvindo suas necessidades. Esses profissionais estão na ponta do problema. Para a Força Nacional, o governo concedeu treinamentos, armamentos adequados e diárias mensais com valores exorbitantes. Tudo isso causou divisão. A vinda da Força
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Nacional também causou prejuízo a população que, muitas vezes, sofre com o abuso de poder e a arbitrariedade. E fica a pergunta: os R$ 200 milhões já investidos foram bem direcionados? Surtiram algum efeito? A Força Nacional se apresenta e tem atuado como uma solução? A população continua se perguntando: por que os números do governo divergem tanto da realidade? Bem é verdade que eles começaram a diminuir no último ano, ao menos segundo os dados do 7º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que mostram que Alagoas continua liderando o ranking de homicídios dolosos com 58,2 mortes por grupo de 100 mil habitantes, mas com uma significante redução da taxa. Em relação a 2011, o índice recuou 21,9%, passando de 2,3 mil mortes em 2011, para 1,8 mil mortes no ano passado. A falta de credibilidade dos números apresentados por órgãos oficiais ganha força em virtude de sempre serem questionados ou até desmentidos, como ocorreu no último dia 10 de dezembro pela Comissão de Direitos Humanos da OAB/AL. Os números, apresentados durante coletiva na sede da Ordem dos Advogados, mostraram um total de 167 vítimas de homicídio a mais no Estado quando comparados ao relatório apresentado pela Secretaria de Estado da Defesa Social – SEDS. De janeiro a dezembro de 2012, foram contabilizadas 1.852 pessoas vítimas de arma de fogo no Estado. Em 2013, no mesmo período, esse número foi de 1.509. O setor privado também sofre com as consequências. Nos bairros mais populares tem se tornado cada vez mais comum encontrarmos mercadinhos que mais se parecem com prisões, onde os donos atendem os clientes através das grades, presos dentro de seus próprios estabelecimentos, enquanto os criminosos estão livres e andam por onde bem entender. Mesmo quem não trabalha enjaulado, convive com o medo. O empresário Luis Antônio Jardim tem a sensação de que nunca iremos conseguir reverter o quadro atual, embora torça pra que isso aconteça. Com algumas lojas espalhadas pela cidade, ele sabe bem como a questão da localização, tanto das lojas quanto dos bairros onde
Comemorar ou lamentar? Plano Brasil Mais Seguro ainda não surtiu o efeito esperado
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seus funcionários moram, possui relação com a violência e como isto interfere nos resultados. "Meus funcionários são assaltados no ônibus, convivem com o tráfico de drogas e têm os filhos fora da escola porque não há segurança no bairro. E, apesar de tudo, ainda têm que atender os clientes com um sorriso no rosto. A produtividade esta caindo, tenho lojas onde os funcionários pedem transferência. Não sou especialista em segurança, mas convivo com a insegurança do nosso estado, que vive em letargia”, desabafou. O Secretário de Estado da Defesa Social, coronel Dário César, analisou a situação caótica da segurança pública, enfatizando que o Brasil vive atualmente sob um tripé que atormenta a sociedade: numa ponta a saúde, na outra a educação e na terceira a segurança. Depois disso, raciocinou que, para os que podem pagar, é possível manter um filho em escola particular e possuir um plano de saúde, uma solução diferente para a questão da segurança, onde a lógica é contrária: quanto mais bens você possui, mais necessitará da segurança pública, neste caso, o problema não é resolvido apenas com a contratação de um simples segurança particular. Depois disso, apresentou outra associação entre as partes, mostrando que enquanto saúde e educação possuem orçamento federal a altura de sua importância, diferente da segurança pública que fica a mercê do investimento estadual. Para o secretário, segurança pública não é prioridade, apesar de sua necessidade, se assim o fosse, isto seria traduzido, por exemplo, no orçamento da União que, para 2014, prevê apenas 0,35% de seu orçamento para a área de segurança. Ratificando a disparidade ao informar que, enquanto o governo federal estará disponibilizando R$ 55 milhões em Alagoas no biênio 2013/2014, o estado investirá, no mesmo período, R$ 160 milhões. Deixemos claro, a priori, a responsabilidade direta da segurança pública é dos estados, ainda que o governo federal também tenha sua própria política sobre o assunto.
parte do cotidiano de Alagoas, ocasionando verdadeiras tragédias até mesmo nas pequenas querelas entre vizinhos. De acordo com a legislação brasileira, o porte ilegal de arma é crime, além do porte legal ser bastante restrito. O erro é acreditar que uma arma trará segurança, quando na realidade ela é o caminho mais curto para os registros de assaltos com morte. Quando abordado por um assaltante, o cidadão armado tem dois segundos para analisar a situação, manter a calma e reagir com pouca chance de sucesso, do contrário, se tornará mais uma vítima e sua arma irá alimentar a ilegalidade. A campanha de desarmamento é válida, entretanto, será que, além das pessoas de bem que buscam a paz, algum bandido já se desfez do seu principal instrumento de trabalho? Se a redução se caracterizar em mais segurança na rua, não há dúvida de que a opinião pública irá mudar, mas apagar o gráfico alarmantemente negativo da última década não será tão fácil. Independente de um décimo a mais ou a menos, em todas as pesquisas, estudos e rankings, descobrir quem está no topo da lista é barbada. Alagoas e Maceió sempre encabeçam as estatísticas quando o assunto é a violência associada a assassinatos. Para se ter uma ideia dos números atuais, a capital alagoana hoje compete, por exemplo, com cidades mexicanas onde os cartéis do tráfico ditam as leis. Segundo relatório elaborado pelo Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça Criminal do México, Maceió é a sexta cidade mais violenta do mundo. O estudo levantou dados de homicídios ocorridos em municípios com mais de 300 mil habitantes, determinando as cinquenta cidades mais violentas do mundo. A líder do Ranking é San Pedro Sula, em Honduras, com impressionantes 169 homicídios dolosos registrados a cada 100 mil habitantes. Ficam ainda à frente de Maceió as cidades de Torreón e Acapulco, no México; Caracas, na Venezuela; e, a também hondurenha, Distrito Central.
O que temos de concreto é que o direito de ir e vir em Alagoas ainda existe, já o de liberdade. Na ida pro trabalho corre-se o risco de ser assaltado no ônibus; quando ganhamos o nosso suado dinheiro, para a grande maioria não muito, corremos o risco de perdê-lo se formos ao banco; nas escolas, criminosos estão a espreita não só para roubar como também para ofertar a entrada sem volta nas drogas; no próprio trabalho corremos risco; nas horas de lazer podemos voltar e não encontrar o carro no estacionamento, melhor até que esbarrar com o ladrão ou sofrer um sequestro relâmpago. E tudo adicionado ao risco de um final ainda pior, por um movimento involuntário promovido pelo pânico ou susto da ocasião, podemos ainda ser, em bom termo policial, alvejados por um tiro fatal.
Nos encontramos numa situação que difere, e muito, da média nacional, onde a taxa de homicídio geral da população foi de 24,3 por 100 mil habitantes, em 2012, segundo informações do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O índice de nosso estado é bem preocupante e compete, por exemplo, com países que convivem com conflitos armados, como no Afeganistão, onde a taxa de homicídio por 100 mil habitantes é de 9,9, ou na Palestina, onde o índice é de 8,3. Cabendo ainda ressaltar que estamos nos referindo apenas a quantidade de assassinatos, o que representa apenas a ponta do iceberg da violência, que engloba ainda a soma de outros delitos como o tráfico de drogas, os crimes contra o patrimônio e os furtos e roubos que sequer chegam a ser denunciados.
O acesso às armas deu um novo status aos delitos de rua, que, antes com perdas apenas materiais, passaram a ser letais e aumentaram o poderio da marginalidade frente ao das polícias. As armas fazem
E sempre que a discussão entra em pauta surgem as já conhecidas
RANKING DA VIOLÊNCIA
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Alagoas 11º Lugar
Maceió 8º Lugar
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inúmeras causas para o quadro alarmante de violência que vive Alagoas, agora agrupados a novos fatores agregados nos últimos anos à região Nordeste. Quando falamos, por exemplo, que muito do que presenciamos se deve aos baixíssimos índices educacionais do estado, de fato, estamos certos. Apesar de não existir relação direta entre a miséria e a violência, afinal, há países pobres com baixo índice de violência e países ricos, como os Estados Unidos, com alto índice de violência; os números parecem desmentir a afirmação. O que leva então as pessoas a praticar crimes? Por que os homicídios crescem em algumas regiões enquanto em outras decrescem? Como explicar que em um mesmo espaço de convivência e com as mesmas oportunidades pessoas optam pela criminalidade enquanto outras seguem o caminho da legalidade? São perguntas difíceis de serem respondidas. Contudo, buscar entender esse emaranhado é uma das tarefas para que tenhamos no futuro dias de paz. São várias as teorias para possíveis causas, ainda muito papel para poucos resultados. O segredo parece estar na fuga da afirmação de Daniel Cerqueira e Valdir Lobão que, nas determinantes da criminalidade, escreveram que "tais perspectivas se traduzem menos em teorias explicativas sobre a criminalidade e mais em panaceias que alimentam o discurso de teólogos de época”. O que podemos afirmar é que as causas da criminalidade crescente tem como base a desorganização política-social, que fomenta os problemas relacionados ao colapso demográfico, à urbanização descontrolada e ao desajuste social provocado por diversos fatores. Sejam eles externos, como espaços urbanos deteriorados, tráfico e consumo de drogas em localidades abandonadas pelo poder público e a consequente formação de grupos de jovens delinquentes; ou internos, como ambientes familiares desajustados, falta da figura paterna exemplar e violência doméstica. Todos presentes na raiz da violência. Outro fator importante é a relação entre a ineficácia da atuação das instituições coercitivas e o crescimento dos homicídios. A inoperância do sistema de justiça criminal mina um dos principais pilares do estado de direito, a capacidade de responsabilização horizontal, a chamada accountability. Pouco conhecida no Brasil, ela trata da obrigação de membros de um órgão administrativo ou representativo de prestar contas a instâncias controladoras e a sociedade. Quem desempenha funções públicas deveria regularmente explicar o que faz, como faz, por que faz, quanto gasta e o que vai fazer em seguida. Com conceito ético, o termo trata do desempenho de cargos pagos pelo dinheiro dos contribuintes, não
de forma quantitativa, e sim da autoavaliação de ações realizadas, apresentando-as e justificando aquilo em que se falhou. Mas de accountability, parece que nossos governantes só entenderam esta última parte, sempre com álibis para o não feito. E diante de tantos possíveis responsáveis, o Instituto Avante Brasil decidiu tirar a prova dos nove para uma destas inúmeras questões e realizou um estudo para analisar, apenas por comparação, a relação entre a violência, sob o viés de homicídios, e o Índice de Desenvolvimento Humano – IDH, dos 20 países mais violentos com os 20 países menos violentos do mundo. Os dados analisados entre 187 países examinados apontaram que, em regra, país menos violento tem alto índice de IDH, sendo o contrário no caso dos que lideram as estatísticas do horror. Houveram exceções, mas as exceções existem para confirmar as regras. O interessante é que a miséria é algo secular em Alagoas, que sempre esteve no pódio quando o assunto é, dentre tantos problemas, o analfabetismo ou a disponibilidade de necessidades primárias, como o saneamento básico. A novidade é que agora também recebemos medalha pelos índices de violência, coisa com que até bem pouco tempo não costumávamos nos preocupar, nos gabávamos pelo fato de viver num paraíso ainda com segurança. É importante diferenciar neste contexto a questão da desigualdade. Esta sim pode ser um agente multiplicador da violência já que gera sensação de injustiça, privilégios para as classes de cima, desgraça para as classes de baixo, funcionamento injusto da Justiça, má distribuição da riqueza e sensação de desequilíbrio. Relembrando a metáfora do iceberg da violência, sobre o assunto disse o Procurador-geral da Justiça, Sérgio Jucá: "O que se enxerga é o que está à flor d’água, a maior parte esta submersa e o povo não enxerga essa parte. Essa ponta é a violência de sangue e a parte submersa e a violência da falta de acesso aos meios da educação e da saúde. A violência no Brasil tem causas multifatoriais, mas uma delas não tem visibilidade, a violência da corrupção, que desvia os recursos da saúde, da educação, prejudicando uma justa distribuição. O que fazer? Nós temos que abater as aves de rapina, temos que execrar as pessoas que se envolvem em atos de corrupção". E ações que a princípio se configuram como positivas podem se tornar responsáveis pela agravação da atual condição. Uma delas tem sido apontada por especialistas como a principal razão do
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Alagoas 1º Lugar
Maceió 1º Lugar
Salto alarmante Em uma década saímos de uma posição já preocupante para o topo das estatísticas www.OUSHBrasil.com.br
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crescimento da violência no Nordeste, a industrialização da região. Enquanto os índices de homicídios em São Paulo e no Rio de Janeiro chegaram a cair 80% nos últimos dez anos, as capitais nordestinas bateram recordes de assassinatos. Segundo o Mapa da Violência 2013, com base no DataSUS, entre os mais de cinco mil municípios do país, quinze ultrapassaram a marca de cem mortes por 100 mil habitantes, dez delas no Nordeste que, em 2010, só possuía Simões Filho, na Bahia, nesta mesma lista. Segundo o sociólogo Júlio Jacobo Waiselfisz, que estudou este tipo de migração do crime, a atração causada pela abertura de novas fronteiras econômicas, somada à falta de estrutura das regiões para lidar com a violência, permitiu a escalada das mortes onde antes se conhecia relativa tranquilidade. Um dos trechos do estudo diz que “a emergência desses novos polos de crescimento, atraindo investimentos e gerando emprego e renda, tornam-se também atrativos para a criminalidade por serem áreas onde os mecanismos da segurança são ainda precários ou incipientes, sem experiência histórica e aparelhamento para o enfrentamento das novas configurações da violência”. Apesar de o argumento ser válido, ele ainda parece distante da nossa realidade pelo fato de mudanças no setor industrial não se caracterizarem como um fator significante em Alagoas. Muito pelo contrário, a falta de oportunidades no mercado de trabalho ainda existe no estado, que tem como principais cabides de emprego o setor público e o comércio, com destaque para o setor da construção civil, que cresce a cada ano. Com exceção da cadeia do plástico, que por sua modernização não apresenta números elevados de contratação, a indústria do açúcar e do álcool há muito vem funcionando aos trancos e barrancos e são raras as usinas que ainda operam com sucesso.
Acuados Sem saída, moradores cercam-se de segurança
Longe de uma convivência de longa data com a violência, o Nordeste, e Alagoas, parecem desnorteados na busca de causas e soluções para o problema do crescente número de homicídios. Os estudos sobre violência no Brasil quase sempre negligenciam a Região Nordeste e fazem inferência sobre as causas da criminalidade homicida utilizando as experiências das regiões Sul e Sudeste, acostumadas a lidar com criminosos que
hoje assustam, por exemplo, os alagoanos. Pode-se até dizer que a dinâmica é parecida, mas as causas nem sempre serão as mesmas. A fome, a miséria e a desigualdade, fazem parte da realidade nordestina desde sempre e, muito possivelmente, não são variáveis determinantes para a criminalidade violenta nessa região. Mas se não participamos do desenvolvimento celebrado do Nordeste, que razões devemos então apontar para que nossos índices sejam maiores do que os de estados como Pernambuco e Bahia? Uma possível resposta pode estar na carência de políticas públicas eficientes, que seriam as responsáveis pela criação de condições geográficas ideais para o crescimento do crime desorganizado e, porque não, organizado. Espaços urbanos complexos; grande população de jovens sem supervisão e orientação, incluídos pela mídia na cultura do consumismo, mas distantes dos meios econômicos para o alcance dos desejos; grande difusão e descontrole de elementos criminogênicos, como armas, drogas e bebidas alcoólicas; e a perspectiva de impunidade, consequência da falência do sistema de justiça criminal. E o maior afetado se transforma em vilão, já que o perfil do criminoso em Alagoas pode ser caracterizado, em sua maioria, como um jovem, do sexo masculino, morador de regiões periféricas, que abandonou a escola cedo e que não tem emprego formal. Esta visão mais ampla não chega a ser discutida a fundo porque, antes disso, o raciocínio rápido apontará para aquele que é visto como o maior difusor da insegurança pública em Alagoas, as drogas. Hoje, o tráfico se caracteriza como um ofertador de dinheiro fácil. Muitos jovens relutam e continuam na empreitada em busca de qualificação e emprego digno, outros, são facilmente aliciados e acabam interagindo com o submundo de leis cruéis e duras penas. Entrar neste sistema é, mais cedo ou mais tarde, fazer parte e colaborar com as estatísticas assombrosas hoje pertencentes a Alagoas. “A geografia da violência no Brasil virou de ponta cabeça nos últimos anos”. Foi assim que o The New York Times se referiu a atual situação da segurança em nosso país. Segundo o jornal americano, o Nordeste é “uma região pobre que mais se beneficiou
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dos programas de transferência de renda que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva promoveu durante seus oito anos no cargo”. Alagoas é destaque na reportagem que enfatiza que a mesma onda econômica que colocou mais dinheiro nos bolsos de milhões de brasileiros pobres, especialmente no Norte do país, também estimulou mais tráfico de drogas e os crimes associados a ele. Nosso estado não é o centro desse boom econômico, mas, estando entre as rotas do desenvolvimento, acaba sendo atingido pelos problemas existentes devido ao crescimento sem planejamento. “Os traficantes de drogas, percebendo o potencial de um mercado mais forte, se concentraram mais fortemente em estados como Alagoas, gerando guerras do tráfico e violência fomentada pela dependência”, descreveu o mais importante impresso do mundo, acrescentando ainda que há muito tempo somos atormentados pela criminalidade, mas que o aumento mostra como a falta de políticas públicas que caminhem em paralelo com os investimentos da iniciativa privada está levando a violência relacionada às drogas a migrar para outras partes do país. Conforme os traficantes buscam novos mercados, consequentemente cresce a principal causa para o flagelo dos homicídios, sobrecarregando as forças policiais. Para se ter uma ideia do efeito desastroso causado pelo tráfico na segurança pública, embora não encontremos dados oficiais relacionados, façamos uma breve seleção ao ouvirmos um dos inúmeros boletins policiais, aqueles que pela manhã contabilizam as entradas em hospitais e IML, de qualquer rádio, em qualquer dia. Não será diferente em nenhuma delas, ao ouvir as histórias dos crimes veremos que a grande maioria estará relacionada a acerto de contas ou disputa de território entre aqueles que convivem com o submundo das drogas. Quando não, ainda existirá a possibilidade de um inocente, como no caso do Dr. Vasco, ser afetado por esta onda desenfreada da criminalidade. No Trapiche, conversamos com um comerciante que, diante do medo, só concordou em nos contar como lida com a questão da violência se preservássemos o seu nome e o de seu estabelecimento. Dono de um mercadinho há 6 anos, ele contabiliza sete assaltos até agora, dos quais, cinco nos últimos
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dois anos, o que comprova o crescimento da criminalidade. Até ações de segurança ele prefere evitar. “Do que adianta eu colocar um segurança que pode ser assassinado e uma câmera pra filmar quem eu já conheço. São sempre as mesmas pessoas, mas o que eu posso fazer? Se denunciar estarão soltos rapidinho, são todos menores, e eu é que viro refém”, comentou. O comerciante tocou num assunto de discussão permanente. Durante nosso encontro para discutir o problema da violência, vez ou outra a questão do "eu prendo" e "mandam soltar" veio à tona. Sobre o assunto o Coronel Dario Cesar foi enfático: "Temos uma lei penal benevolente, todos nós sabemos disso. Uma lei penal que faz com que as pessoas não se sintam compelidas a não cometer delitos. Somos assaltados e roubados pelos mesmos 3, 4, 5, 6 vezes. Se tornam sócios do nosso negócio, isso se não esboçarmos reação, senão pagamos com a vida", disse o secretário. Dario Cesar falou ainda dos problemas que a burocracia causa na atuação do policial nas ruas. Para exemplificar como tudo ocorre, o secretário esclarece que hoje o policial vive numa linha tênue, numa lâmina entre o abuso de autoridade e a prevaricação. "Imaginemos a seguinte situação, um policial em sua jornada de patrulhamento, que vai até às 19h, às 20h ele tem um compromisso com a esposa e filhos, mas, antes, às 18h passa por um ponto de ônibus lotado e percebe alguns suspeitos entre as pessoas. Ele pensa nas opções: primeiro, na melhor das hipóteses, vou descer, se estiverem armados vou prendê-los, levá-los a delegacia e esperar três horas para autuar o flagrante e adeus compromisso com a família. Segundo, o marginal vai reagir e eu vou ter que revidar, se apenas atingi-lo, preservando a integridade dos cidadãos, muito provavelmente, vou responder a um processo. Terceiro, ele me acerta e eu morro. E quarto, eu faço de conta que estou policiando e a população finge que acredita. Que opção o policial escolhe? No Brasil, a pena é a mesma para o policial que atira no bandido e para o bandido que atira no policial. Isso tem que mudar", desabafou. A lei branda para esta parcela de criminosos acaba por formar um processo de formação, uma escola do crime, onde menores encontram-se em seu estágio, aprendendo a controlar a adrenalina diante das vítimas indefesas, praticando delitos e negociando drogas
Grandes e pequenos Assaltos a ônibus e bancos comprovam a diversidade do crime em Alagoas
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Fim da linha Falta de segurança nas escolas levou até a revistas antes das aulas em 2012
para o aperfeiçoamento financeiro e administrativo, conhecendo a atuação policial e convivendo em cárcere privado nos ineficazes reformatórios; transformando-se mais tarde em bacharéis da criminalidade. Daqui em diante eles não mais aprendem, ensinam e comandam, livres ou presos, novos aprendizes recrutados nas regiões de periferia que, há algum tempo, já não são mais exclusividade das grandes cidades. Quer um exemplo prático. Murici fica a 56 km de Maceió e, dentre seus 30 mil habitantes, possui um morador em especial, Zé da noia. Com apenas 17 anos e, por isso, com identidade preservada, o menor comanda o tráfico e tem em seu currículo nada mais nada menos que, por coincidência, 17 atos infracionais. Preso algumas vezes, o infrator continua a solta e terá seu histórico de 17 assassinatos zerado tão logo complete a maioridade, isso porque um menor não comete homicídio, comete ato infracional, como diz nossa lei que privilegia e favorece o criminoso. A dificuldade parece sem fim quando encontramos outra leva de problemas existentes nos órgãos de combate. Nas polícias, surge uma nova lista com as reivindicações permanentemente pautadas e não solucionadas: o sucateamento das unidades, a falta de armamento e de viaturas, o efetivo abaixo do número necessário e a insatisfação dos policiais por seus salários defasados, pela falta de incentivo e, também, pela falta de segurança a eles próprios. Quem se arrisca a sair as ruas para combater criminosos por cerca de R$ 2.000,00 ao mês? Pior, tentando negociar e impor a ordem naqueles que vivem as custas do terror e que, sem qualquer ressentimento, num piscar de olhos, pode impedi-lo de retornar pra casa e rever sua família. Como manter o ânimo sem um plano de cargos, carreira e salários definido? E não se trata apenas de boa remuneração, se esta acontece, é natural que logo mais a frente se torne insatisfatória pelo desejo intrínseco do ser humano de se inquietar com a rotina, isso também acontece com a questão salarial. O próprio Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas – SINDPOL, expôs sua visão do caos em carta aberta a imprensa ao dizer que "fica claro que não existe uma política de segurança pública eficiente. E os policiais civis são testemunhas do sucateamento do setor. O efetivo de policiais foi reduzido, e as delegacias estão superlotadas e insalubres. As reformas são precárias e não resolvem o problema da demanda. Os policiais também são desviados de sua área fim, a
investigação, para ser responsável da custódia de preso", dizia um trecho da nota enviada à imprensa no final de setembro. A confirmação deste sucateamento é tamanha que aparece da pior forma possível, quando chegamos ao ponto de ver um policial arrastado, por criminosos, da delegacia até uma praça pública, onde é executado, como ocorreu no último dia 09 de dezembro na cidade de Porto de Pedras, no litoral norte de Alagoas. Para o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Daniel Nunes, as deficiências na área de segurança são notórias e o principal problema é a falta de policiais. "A partir do momento em que o governo colocar mais policiais nas ruas isso vai acabar. É inadmissível dois policiais para enfrentar um bando fortemente armado. Nem James Bond. Temos deficiências claras na área de segurança", afirmou o representante da Ordem, fazendo referência à morte do policial. A agilidade nas investigações também é um dos pontos a ser melhorado. Segundo o Coronel Dario Cesar, um maior contingente e menos burocracia aceleraria as investigações e não deixaria o local do crime perder informações. "No calor do crime as pessoas falam, querem naquele momento justiça ou vingança. É neste momento que conseguimos dados importantes para elucidar tudo. Se demoramos alguns dias para começar a investigação, as mesmas pessoas que estavam dispostas a ajudar nos dizem que não viram nada, que naquele dia não estavam no local", declarou. Fato é que ninguém mais se sente seguro em Alagoas. Se antes víamos na TV ou ouvíamos no rádio casos de pessoas que não conhecíamos, hoje é praticamente impossível não ter um amigo ou familiar que não foram personagens em um assaltado, isso quando nós mesmos já não passamos pela experiência. Provamos disso aqui na redação. Enquanto produzíamos esta matéria, uma de nossas analistas de mídias sociais, Amanda Melo, teve seu celular roubado a poucos metros de sua residência, em Cruz das Almas. "Fiquei paralisada ao sentir nas costas o que pode ter sido uma arma. Os minutos pareceram horas enquanto o assaltante revirava minha bolsa. Ao ouvir que podia ir embora, sem olhar para trás, não sabia se era um bom ou mau sinal. Caí em prantos ao chegar em casa e hoje fico feliz por ter perdido apenas meu celular", disse. Como o celular podia ser rastreado, a localização do aparelho levou a polícia até um local carimbado na venda de produtos furtados e roubados,
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a Feira do Rato, mas, apesar de algumas abordagens e revistas, o telefone não foi recuperado. A sensação de insegurança causa inclusive uma percepção de justiça distorcida nas pessoas. Cansadas de esperar, elas passam a interpretar como solução atos ilegais, como o linchamento popular, e comemoram com aplausos as tentativas frustradas de assalto que acabam com a morte dos criminosos, como ocorreu em novembro, quando dois assaltantes foram pegos de surpresa na Avenida Fernandes Lima quando tentavam atuar na famosa "saidinha de banco", sendo assassinados por um possível policial que estava a paisana. Sem solução aparente, a situação da segurança pública em nosso estado se configura num desafio sem precedentes. Há quem acredite na teoria da barbárie total como solução, apostando que o quadro só mudará quando a violência alcançar o topo da pirâmide social, atingindo os responsáveis pela resolução do problema que hoje ainda não convivem com a insegurança, apenas a tratam. Mas este, com certeza, não é o melhor caminho. É preferível que alguns direcionamentos, mitos, caiam por terra, quando, por exemplo, afirmamos que segurança pública é caso de polícia; ou que o problema da segurança pública é apenas social; que a polícia só faz enxugar gelo; e, ainda, que o problema é meramente de falta de recursos, com mais dinheiro os problemas seriam todos resolvidos. O primeiro passo é sair do discurso político e trabalhar nas bases estruturais. A criminalidade é difícil de ser explicada baseada em apenas uma teoria. Existem diversas explicações do comportamento individual e coletivo, e, também, do comportamento criminoso. Por outro lado, pobreza, densidade demográfica, desemprego e baixo capital social, também podem ser fatores, embora não possamos generalizar, sempre existirão certos contextos em que tudo contraria as teorias. Conhecer exemplos é importante, mas não há uma receita pronta, qualquer ação de sucesso realizada em outro lugar deverá ser adaptada as características endêmicas do crime em Alagoas. Para enfrentar as causas, a participação da sociedade, tanto cobrando soluções do Poder Público como se organizando em redes de discussão e desenvolvimento social, inclusive questões de segurança pública; também é importante. O que nos chama atenção é que gestores públicos costumam se esquivar do debate público quando estes não são por eles controlados. Nas três primeiras edições do Encontro Ideias e Negócios, promovido pela revista OUSH! Brasil e pela Construtora Humberto Lôbo; po exemplo, não www.OUSHBrasil.com.br
tivemos a presença dos senhores prefeito de Maceió, Rui Palmeira, e governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho; muito embora tenham enviado em algumas das edições seus respectivos representantes ao evento. Sabemos que a justificativa pode estar baseada no histórico de convites semelhantes, onde eram expostos a duras críticas e apontados como únicos responsáveis por qualquer que fosse o problema ou discussão de momento. No nosso caso, não se trata de uma sabatina, propomos o espaço ao entendimento da problemática e, respectivamente, a busca de solução. Não queremos, nem podemos, nem conseguiríamos, substituir as funções do legislativo, do executivo ou do judiciário, mas trabalhar em conjunto. Não estamos debatendo um assunto de governo, e sim de estado. Além disso, é evidente que a interação entre governos e polícias não é das melhores. Mesmo que se esforcem para provar o contrário, é nítida a falta de sintonia entre as ações, o que desperdiça em muitos casos tempo, dinheiro e a dedicação de vários profissionais e, mais grave, adia as mudanças necessárias. O advogado e consultor em Políticas Públicas de Segurança Cidadã e Direitos Humanos, Pedro Montenegro, esteve no Fórum Brasileiro de Segurança Pública e de lá nos trouxe um resumo desta conturbada relação, fazendo das palavras do ex-presidente Lula as suas, ao dizer que "é preciso romper uma característica já vista em outras áreas, como na saúde, quando o Brasil passou um tempo discutindo de forma inútil se o mosquito da dengue era federal, estadual ou municipal. Enquanto o país discutia, o mosquito avançava sobre a população. Quando se percebeu que era um problema de todos, as coisas começaram a avançar", como, em parte, da mesma forma hoje ocorre com a criminalidade. Neste ponto, cabe ressaltar que não se pode paralisar análise e ações de acordo com o calendário eleitoral, não podemos adiar a discussão a cada dois anos porque temos eleições, assim como o problema não cessa, o combate deve segui-lo em paralelo. Pedro Montenegro acredita que só uma mudança extrema resolveria o problema da segurança pública em Alagoas. "O grande desafio é a necessidade de uma reforma radical, isso mesmo, no sentido do original e da boniteza da palavra latina que ela deriva radix, que significa raiz, que corte, que ceife pela raiz as esclerosadas e anacrônicas estruturas mentais, organizacionais e legais da segurança pública. Infelizmente não há possibilidades de metamorfoses a partir do atual modelo da segurança, desse organismo não emanará os impulsos vitais e as energias saudáveis suficientes para gerar um novo sistema", disse o advogado em
Sem estrutura Em Palmeira dos Índios, presos chegaram a ser algemados em motocicletas por falta de cela
MATÉRIA DE CAPA
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entrevista a página do Fórum de Segurança Pública na internet. Referindo-se ao diagnóstico, é crucial que o joio seja separado do trigo. Dizer que as áreas menos favorecidas de recurso facilitam a criminalidade não significa afirmar que os moradores dessas áreas sejam culpados. Pelo contrário, em Maceió, principalmente, além de enfrentar condições precárias de subsistência, esses moradores ainda são as principais vítimas de crimes violentos cometidos na capital alagoana, basta conhecer o mapa da violência, que aponta como bairros com maior índice de criminalidade os que possuem favelas, grotas e áreas invadidas. Outra questão que deve ser analisada é que as pessoas só se reúnem para discutir consequências e causas. Provavelmente porque este tipo de análise não implica esforço, trabalho, é como chorar eternamente pelo leite derramado. Mesmo sem saber ao certo por onde começar, é preciso agir. Quando uma casa precisa de reforma, mesmo que não haja dinheiro para executar tudo que é preciso, algo é definido como prioritário e executado, não se costuma ficar de braços cruzados a espera que o telhado venha a baixo. Grandes mudanças podem acontecer através da identificação de detalhes e alguns exemplos valem ser citados. No contexto geral, a escola tem papel fundamental, por ser um espaço privilegiado de convívio e de formação da pessoa, precisa ter qualidade e se integrar à comunidade a sua volta. Muitos são os exemplos das que permanecem abertas nos finais de semana, para uso da comunidade, e que conseguem eliminar o vandalismo em suas dependências e reduzir a criminalidade em seu entorno. E vale citar algumas situações que vivenciamos hoje na capital alagoana. Ao mesmo tempo em que reivindicamos mais escolas, a Secretaria de Educação informa que todas as vagas ofertadas não foram preenchidas. Por quê? Em alguns casos, porque só podem estudar em determinada escola as crianças e adolescentes daquele bairro. De quem é a ordem? Do tráfico, que hoje interfere até no planejamento estratégico de diretores escolares.
Ideias & Negócios Iniciativa privada e Poder Público debatem possíveis soluções
Um Guarda Municipal, dentro do Projeto Guarda Faz Escola, da Secretaria Municipal de Segurança Comunitária e Cidadania – SEMSC, ou viu de um garoto de 9 anos: "tio, terça e quarta não pegue ônibus nesse ponto, assim o Sr. me desmoraliza, eu sou o dono do pedaço", uma ordem, travestida de singelo pedido, de um menino
que viu o pai matar a mãe e que tem como maior sonho vingar-se matando o pai. História, com H, contada pela secretária adjunta da SEMSC, Mônica Suruagy, que convive com relatos de quem tem a droga e a violência no cotidiano. "Existem postos de saúde que só funcionam porque a mãe do traficante trabalha lá. Ouvi uma mãe me dizer que não podia tratar seu filho, viciado em crack, com chazinho de camomila e que na tentativa de salvá-lo do tráfico o acorrentou, sendo denunciada pelo Conselho Tutelar", disse. O uso da escola como meio de prevenção é apenas o primeiro item da lista que também passa por uma polícia melhor equipada e um Poder Judiciário mais ágil e, se necessário, mais rigoroso. O cidadão também deve contribuir com atitudes preventivas em seu dia a dia. Para se proteger dos crimes contra o patrimônio, como fraudes, furtos e roubos, o sociólogo Tulio Kahn recomenda estratégias de “bloqueamento de oportunidades”: dificultar o acesso dos criminosos aos alvos por eles visados. O criminoso geralmente age quando tem a oportunidade facilitada e pelo valor que possa obter com o produto do roubo. A mudança de alguns hábitos, somadas a equipamentos de segurança que possam incluir de simples trancas reforçadas a sofisticados sistemas de monitoramento eletrônico de residências são recomendados pelos especialistas em segurança. Infelizmente é assim, pagamos duas vezes, primeiro por uma segurança que deveríamos ter e não temos, depois, para reduzir, por conta própria, as chances de sermos a próxima vítima. O que esperar do futuro? Sobre o assunto, o secretário Dário Cesar relembrou seu discurso de posse, quando prometeu utilizar todo o esforço possível, muito embora não realizasse milagres. "Quando assumimos a secretaria em janeiro de 2011, disse ao governador que, primeiro, não se transforma água em vinho da noite pro dia e que sucesso só vem antes do trabalho no dicionário, segundo, que nós não inventaríamos a roda, ela já existe há milhares de anos. Mas, nós estamos buscando experiências exitosas em outros estados que possam ser adequadas em Alagoas. Visitamos UPPs no Rio de Janeiro, fomos a Pernambuco conhecer o Pacto pela vida, Fui a Minas Gerais checar o sistema de metas que eles possuem, estive em São Paulo para saber como reduziram o numero de homicídios. Trouxemos muitos exemplos e ideias respeitando nossas limitações. Já começamos várias mudanças, novos presídios, novos concursos, disque denúncia, um núcleo de estatística, campanha
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“Se a vida, que é o nosso principal bem, a segurança não consegue preservar, podemos afirmar que a segurança pública no país está falida”. Pedro Montenegro de desarmamento, monitoramento por câmera, melhoria na rádio comunicação... Esforços não serão medidos", concluiu o secretário Dario Cesar. Para o Procurador-geral da Justiça, Sérgio Jucá, a solução do problema passa pela luta contra a improbidade administrativa, “devemos nos irmanar nesta luta, pelo cotidiano no Ministério Público, posso dizer que se os índices da violência da corrupção diminuírem haverá um reflexo na violência de sangue, que nos causa estupor e medo. O mais importante é a integração operacional, a união das polícias. Hoje é tudo compartimentado, quando deveria ser em litisconsorte. Se existe uma luta entre a Polícia Civil e a Polícia Militar? Não é verdade, é uma falácia. Somos servidores públicos e devemos esclarecimento à população. Recursos existem, mas são diminuídos em função da corrupção. Todos nós devemos relembrar e ter como lema o artigo 37 da Constituição Federal que diz em sua essência que a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Com isso, veremos, inexoravelmente, a redução destes índices”. A conclusão, que parece óbvia, até pode ser, mas acima de tudo, é complexa. Neste momento, a implantação de políticas públicas não devem buscar a eficiência, e sim a eficácia. Outro fator determinante é a mudança radical de mentalidade em relação a percepção sobre o fenômeno da violência por parte da sociedade, dos órgãos de segurança estatais e do poder público, este em especial, porque, ao deixar de cumprir seu papel em razão da burocracia, fomenta a criminalidade. O crime é a última pedra a cair no efeito dominó da violência e descobrir qual a primeira peça da fila é a tarefa mais importante de todas. Se a corrupção, como disse o Procurador-geral da Justiça, Sérgio Jucá, for essa peça, em 2014 teremos uma ótima oportunidade para começar a consertar o que está errado. Estamos em pleno século XXI e não podemos continuar pensando e agindo como em épocas medievais, pensando de forma compartimentada, recheada de interesses, e sob leis da época em que vivíamos numa Capitania Hereditária, nem tampouco copiá-las de países desenvolvidos, coisa que ainda não somos. Essa não é a Alagoas que queremos ver, muito menos a que gostaríamos de mostrar.
advogado e consultor em Políticas Públicas de Segurança Cidadã e Direitos Humanos
“Nossas carceragens produzem verdadeiros criminosos profissionais. Nós condenamos as pessoas e as enjaulamos em depósitos de seres humanos. Como ressocializar alguém que não teve pai, mãe, escola e oportunidade, dentro de uma masmorra? Como eu ensino um passarinho a voar na gaiola”. Coronel Dário Cesar Secretário de Estado da Defesa Social
“A violência no Brasil tem causas multifatoriais, mas uma delas não tem visibilidade, a violência da corrupção. O que fazer? Nós temos que abater as aves de rapina, temos que execrar as pessoas que se envolvem em atos de corrupção”. Sérgio Jucá Procurador-geral da Justiça
“A sensação de impunidade é o principal promotor da violência. As pessoas que violam a lei perderam o respeito ao temor pelo que acontecerá”. André Carvalho Monteiro Juiz Federal
“Os Sem-terra invadem um espaço federal, são recebidos pelo governador e passam em frente a minha loja com foices e facões; enquanto eu, se estiver com um canivete, sou preso. Fui numa delegacia e não tinha onde sentar, no palácio, só faltam garçons pra servir água. Temos que romper isso”. Luis Antônio Jardim Empresário e Diretor de Planejamento do CDL de Maceió
“Melhores pessoas, melhores resultados. A polícia federal só começou a mudar depois que passou a selecionar melhor seus policiais, investindo na sua formação e na capacitação constante. Teorias devem ser deixadas de lado dando lugar a praticidade. ”. Omar Gabriel Haj Mussi Superintendente da Polícia Federal em Alagoas
“Numa situação como esta em que estamos vivendo, nós temos que sair da zona de conforto das críticas direcionadas ao problema e partir para o apoio na busca por soluções”. Mário Lôbo Empresário e Advogado www.OUSHBrasil.com.br
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Movimente-se! Por Antonio Maria do Vale
Conhecida por suas praias de mar esverdeado, a orla de Maceió agora também é palco das mais variadas e radicais práticas esportivas Chegou a primavera e com ela ressurgem as velhas promessas de se exercitar, perder uns quilinhos e chegar a alta estação mais fininho e saudável. Neste período as academias ficam abarrotadas e aquele esquecido tênis se torna seu melhor amigo para as caminhadas e corridas na orla de nossa capital. No começo, o entusiasmo chega ao ápice e os desesperados de plantão param logo na primeira semana pelo exagero de última hora, quando o corpo pede socorro configurando-o em dores musculares. Outro concorrente forte são as festas de final de ano, há quem consiga preencher sua agenda por inteiro no mês de dezembro, e nestas horas, quem irá trocar a cerveja gelada, o bate-papo com os amigos e o flerte exacerbado por alguma atividade física? Ninguém? Nada disso! Em Maceió, os esportes praticados a beiramar vão na contramão de tudo isso e possuem uma legião de fãs. Tradicionais, radicais, alternativos, não faltam opções para os que buscam mais que gastar calorias. O esporte neste caso é um agente interativo, onde as amizades construídas e a diversão proporcionada valem mais que números que caem numa balança, o que também acontece, mas, como consequência e não objetivo. Pra conferir o entusiasmo dessa galera, basta um olhar mais atento entre os bares e coqueiros ao longo da orla. Dos primeiros campos de futebol, na Pajuçara, até o Posto 7, na Jatiúca, são incontáveis os grupos que se reúnem para praticar as mais diversas atividades físicas e esportivas. E engana-se quem acha que não há espaço para marinheiros de primeira viagem. Mesmo quando as manobras radicais são a base da atividade, como no slackline e no parkour, a regra básica para começar é uma só: experimentar! Para te dar um empurrãozinho motivacional e facilitar a sua escolha, percorremos as praias e conversamos com praticantes das modalidades que prometem fazer sucesso durante o verão de Maceió. E Nossa primeira sugestão vai para os que costumam acordar cedo e que querem começar por uma atividade clássica: a corrida. De longe, este é o exercício preferido entre os maceioenses que, a qualquer hora do dia, dão suas passadas ao longo do trecho que vai do Pontal a Cruz das Almas. E os especialistas continuam afirmando, não tem jeito, o primeiro lugar do ranking é dela, traz os melhores benefícios e possui a menor restrição quanto a indicação. Com uma hora de corrida, lá se vão 900 calorias, o que equivale a uma lasanha inteirinha, um copo de refrigerante, uma porção de frango e um doce. Pela facilidade em ser praticada, a atividade traz consigo dois fatores negativos que fazem com que muitos de seus adeptos acabem desistindo da prática em algum tempo. Excluindo os atletas e
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Melhoria contínua
Sérgio: das caminhadas para as corridas de rua
disciplinados da lista, a grande maioria esbarra na desmotivação por falta de um parceiro fiel, afinal não há playlist e visual deslumbrante que substitua um amigo, e nas lesões que ocorrem, por exemplo, pelo esforço demasiado ou pela escolha errada do tênis. E nossa dica, neste caso, é participar de um Clube de Corrida, onde os dois problemas serão solucionados de uma vez só, não mais faltarão parceiros e, mais importante, você terá a orientação adequada que fará com que você conquiste o corpo desejado sem lesões e outras surpresas desagradáveis. Estes cuidados são primordiais para que você atinja seus objetivos de maneira mais rápida e segura. O empresário Sérgio Miranda, de 57 anos, participa de um desses grupos e corre durante uma hora as segundas, quartas e sextas, quando acorda cedinho e se junta a equipe às 6h na orla de Ponta Verde. Com duas corridas de 5 km no currículo, Sérgio sequer praticava qualquer atividade física até dois anos atrás e hoje já cita todos os bons resultados que a prática lhe trouxe. "Tive uma lesão grave nos tendões e comecei a atividade para realizar um trabalho de fortalecimento. No início caminhava com dificuldade, mancava muito, mas hoje já corro cinco quilômetros com facilidade", nos contou Sérgio acrescentando ainda que seu principal objetivo não é se tornar um atleta, mas melhorar sua qualidade de vida. Vale ressaltar que a corrida faz o sistema cardiovascular trabalhar de forma mais eficiente. Quando a frequência cardíaca aumenta durante o exercício, o coração se exercita, ficando juntamente com as outras partes do sistema cardiovascular mais forte e eficiente. Bombeando mais sangue a cada batida, o coração ajuda os vasos sanguíneos a reterem elasticidade e o maior volume de sangue também carrega mais oxigênio dos pulmões, que também se exercita em função do aumento da frequência respiratória, para outras partes do corpo. O controle do peso também é um dos principais motivos para praticar a atividade, não por uma questão estética e sim porque ele desempenha um papel fundamental na prevenção do diabetes tipo 2, doença na qual os açúcares dos alimentos não são adequadamente metabolizados, aumentando a probabilidade de desenvolver doenças renais e cardiovasculares, cegueira, gangrena e outras doenças. E sobram razões, a corrida também auxilia na redução da pressão arterial, ajudando a controlar a hipertensão; aumenta o
bom colesterol e reduz o mau colesterol, tipo que se acumula nas artérias, prevenindo ataques cardíacos e derrames, além de outras doenças cardiovasculares. Por fim, sendo um exercício de impacto, a força dos músculos ajuda a aumentar a densidade óssea, deixando os ossos mais fortes e saudáveis. Sérgio conhece muito bem todos os benefícios citados já que realiza dois check-ups médicos por ano, "além de perder 7 quilos, todas as minhas taxas estão estabilizadas, tudo em função do trabalho realizado aqui no clube de corrida. Dá até pra tomar aquela geladinha no churrasco de fim de semana", comentou. O acompanhamento por profissionais é importante já que irá monitorar, por exemplo, os seus limites e de acordo com eles elaborar uma planilha de exercícios adequada. "É importante ditar o ritmo ideal para cada biotipo, esta análise inicial irá definir o plano de corrida e, consequentemente, os melhores resultados", esclareceu o triatleta e personal trainer Rafael Padilha, um dos instrutores do clube. "Cuidamos de todos os detalhes, desde dicas de alimentação e do tênis ideal, passando pelo aquecimento, respiração e até a forma correta de correr. Muitas pessoas não sabem, mas até a maneira correta de posicionar os braços influencia no desempenho", finalizou. Hoje apaixonado por corrida, Sérgio começou em outra atividade que também faz muito sucesso na capital, o Condicionamento Físico na Areia. Você pode até não ter associado o nome a prática, mas muito
Teoria e prática
Assessoria no clube vai do condicionamento às provas
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provavelmente já deve ter visto um grupo de pessoas se exercitando descalços na areia em meio a cones, bolas, obstáculos, step, cordas e pesos. Mais conhecido como CFA, essa modalidade ganha cada vez mais adeptos porque é um exercício ideal para a perda de peso, melhorando ainda a resistência muscular, a agilidade, o equilíbrio, a força e o tônus muscular. Cedinho, a tarde e a noite são inúmeros os grupos que se reúnem para entrar em forma longe das academias. Febre do verão, os circuitos de praia caíram no gosto dos maceioenses também por um apelo quase que irresistível: a natureza. O resultado pode ser visto entre os coqueiros e nos campos de futebol da Pajuçara a Jatiúca, onde o número de pessoas matriculadas nessas aulas multiplica-se a cada temporada. Pioneiros na modalidade, a Equipe 3+ é um destes grupos que, as terças e quintas a noite e aos sábados pela manhã, se encontra para treinar. A turma é a confirmação de outra peculiaridade do CFA, na areia a restrição é menor e os grupos costumam ser formados por pessoas com perfis bem diferentes, independente de idade, condicionamento físico, sexo ou biótipo. "O segredo para o sucesso é que aqui respeitamos as características biológicas de cada um", explicou o triatleta Rafael Padilha, um dos instrutores da equipe. Ao se exercitar na areia uma pessoa está, a todo o momento, trabalhando os estabilizadores da coluna e as chamadas "nove valências físicas": a resistência, coordenação motora, flexibilidade, equilíbrio, força, agilidade, velocidade, ritmo e descontração. Mas, mesmo não havendo impacto como numa superfície dura, os cuidados devem ser redobrados pelos riscos de torções em função da instabilidade da areia.
Na contramão
O importante neste caso é começar devagar. Nos treinos, é possível notar que o nível de cobrança é individual e que os "guerreiros", como foram apelidados os membros da equipe, podem receber de um simples afago até gritos de fazer inveja a qualquer tropa militar. Os desafios lançados e a mudança constante de circuito deixa a atividade mais estimulante, criando nos alunos uma expectativa que serve de desvio de atenção para o cansaço que se faz presente após uma hora de treinamento com muita corrida e saltos que exigem, além do vigor físico, também muito raciocínio lógico.
Do desespero dos que buscam resultados rápidos à experiência e sabedoria de quem se exercita há muito tempo, o CFA cabe aos mais diversificados propósitos. Claudivânia de Almeida é uma das mais assíduas integrantes da turma, descobriu a modalidade em 2012 e hoje é prova viva do quanto ela é democrática. “Sempre dei minhas caminhadas, já fiz pilates e comecei a participar do CFA ainda na Pajuçara antes de me integrar a este grupo”, disse a empresária que, aos 47 anos recém completados, já acumula cinco circuitos de rua no currículo. Diferente do que acontece com a maioria, Claudivânia vai na contramão do empurrãozinho tradicional, sendo a incentivadora para a participação da filha na equipe, e não o contrário, como geralmente ocorre. Mesmo sem acompanhar a empolgação e o pique inesgotável da mãe, a estudante de direito Paula Lima, de 21 anos, segue “pianinho” e já sente os resultados das três horas semanais de exercícios na areia. “Hoje meu condicionamento físico melhorou muito, me sinto mais disposta, embora admita que ainda estou distante de minha mãe”, comentou Paulinha, como carinhosamente é chamada por todos da equipe. Depois de um dia estressante, nada como aliviar toda a tensão com muito suor. Nota-se fácil que todos terminam o treino exaustos, mas com a consciência levinha pra mais um dia de desafios. O visual também é empolgante já que a turma se reúne em frente ao farol da praia de Ponta Verde. Aos sábados, quando os treinos são pela manhã, o mar te convida para um mergulho, mas, surpresa! Num dos mais belos cartões postais da cidade, é de impressionar a língua negra de esgoto que segue em direção as águas que resistem e permanecem esverdeadas. Um descaso somado ao Alagoinhas abandonado logo ali do lado, “é lindo, mas poderia ser perfeito”, cravou o instrutor Edwin Luiz. Mais conhecido como “Foguete”, Edwin tem na ponta da língua boas razões para deixar o sedentarismo de lado e pôr os pés na areia: autoestima e corpo inteligente como principais benefícios, sem milagre e com muita diversão. “Nossos exercícios desenvolvem a cognição, combatem a depressão, evitam a ansiedade, melhoram o desempenho sexual, corrigem desvios de postura, tonificam os músculos e impedem a flacidez. É uma verdadeira reeducação
Entre Claudivânea e Paula, o incentivo é de mãe pra filha
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Ponto de encontro
Passeios começam sempre na Multieventos
corporal, preparando os participantes para o dia a dia com um corpo mais inteligente e ágil. Tudo isso num ambiente descontraído como a Ponta Verde”, afirmou, concluindo ainda dizendo que nada é feito de forma amadora, “após uma semana de exercícios e uma análise preliminar, cada aluno é encaminhado para os exames médicos necessários, assim observamos possíveis limitações e traçamos um roteiro de atividade ideal”, disse. Nunca é demais relembrar que qualquer atividade física bem monitorada é importante em vários aspectos, principalmente porque ajuda não só a melhorar a saúde, como também a mantê-la. Além disso, elas reduzem o percentual de gordura, melhoram a força, diminuem o colesterol, controlam a diabete e a pressão arterial. É o melhor dos remédios e quase sem contraindicação para a maioria das pessoas. Quer razão maior que essa pra abandonar o sedentarismo de vez? Tem gente que precisa sim de um motivo ainda maior e nestas horas nada como ser influenciado por um amigo, familiar ou parceiro, como aconteceu com Paulinha. Foi assim também com a estudante de fonoaudiologia, Celina Melo, que contou com uma leve pressão do namorado, Diego Bayma, antes de decidir praticar outra modalidade que vem ganhando cada vez mais adeptos em Maceió, o patins. Basta um passeio pela orla e lá estão eles desfilando entre os que caminham ou correm. Alguns até se arriscam nas manobras, mas a grande maioria não busca nada que ultrapasse o passeio descompromissado diante das belas praias da capital alagoana.
exaustos, mas durante o passeio a interação com os amigos e o visual nos fazem esquecer deste detalhe, só notamos que estamos cansados no final, é pura diversão, tiramos de letra", disse Celina, lembrando que ninguém é esportista no grupo, tem espaço pra todos, a mais nova da turma tem apenas 5 anos e, no começo, não é preciso concluir o percurso, isso vem com o tempo.
Entretanto, Diego, que patina desde criança, e Celina, que hoje agradece o poder de persuasão do namorado, vão além e fazem parte de um grupo que leva a coisa muito a sério. Integrantes do "Patins Maceió", eles não só têm a patinação como uma paixão, como também divulgam e incentivam a prática da atividade nos passeios que organizam periodicamente aos domingos e feriados. Já são mais de 30 participantes e a expectativa é que o número cresça com a chegada do verão e das férias.
Para participar a única exigência é comparecer aos encontros. Ainda na multieventos, os marinheiros de primeira viagem vão se familiarizando ao ficar sobre rodinhas e podem, enquanto isso, ter como referência os veteranos que já demonstram total confiança ao realizar manobras, como Diego, que abusa nos aéreos, grabs, grinds, backsides e dropps. Ele diz que de início as quedas são inevitáveis, daí a importância da utilização de equipamentos de segurança. Joelheiras e munhequeiras são essenciais já que protegem os pontos que mais são atingidos, no entanto, capacete e cotoveleiras também são bem-vindos.
O ponto de partida é sempre a Praça Multieventos na Pajuçara, de lá, percorrem os cerca de 6 km até o final da ciclovia na praia de Cruz das Almas, o que, contando com a volta, totalizam 12 km de um trajeto onde o cansaço sempre dá lugar a motivação. "Ficamos
Para os iniciantes, algumas dicas podem facilitar a vida sobre as rodinhas. Primeiro, distribua o peso no centro das duas pernas, evite tentar se equilibrar inclinando-se lateralmente. Busque deslizar deixando as pontas dos patins ligeiramente para fora, estendendo
Diego e Celina
Ele se arrisca nas manobras e ela prefere os circuitos
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uma das pernas enquanto desliza a outra semiflexionada. A hora de parar é sempre um desafio no começo, neste caso, alguns patins vêm com freios na parte de trás, bastando levantar a parte da frente para frear, com o tempo nem lembrará que eles existem e utilizará a freada em T ou giro brusco para parar. Voltando às quedas, é importante se acostumar com elas e aprender a agir de forma correta quando elas forem inevitáveis. Busque sempre dobrar os joelhos, tentando cair para lateral. Se possível, role ou apare a queda com as mãos. Outra dica é usar meias atoalhadas compridas, maiores que os patins, para não se machucar com o atrito da borda na perna. Prontinho, agora você já pode se aventurar em uma das várias categorias do esporte. No Slalom Inline, os rollers correm entre cones; no High Jump, é hora dos saltos com manobras; no Street, os giros e manobras são realizados em escadarias, canteiros e rampas e; no Park; as manobras são desenvolvidas em pistas especializadas com mini rampas, corrimões, muros e outros obstáculos. Sem locais adequados para a prática, restam as ruas, calçadas, ciclovias e praças, estas pedindo a muito tempo boas reformas. O grupo também realiza passeios por outros pontos de Maceió e já planejam visitar outras cidades como Recife, com quem já mantêm intercâmbio. "Recebemos um ônibus lotado de patinadores pernambucanos e eles ficaram encantados com o passeio ao longo de nossa orla", nos contou Celina sobre um encontro realizado em setembro, também esperando lotar um ônibus quando chegar a vez dos alagoanos pegarem a estrada. E falando em rodinhas e manobras, o barulhinho peculiar sobre o concreto ou asfalto não é exclusividade dos patinadores e também pertence a outra prática esportiva carimbada da orla, o skate.
Estilo de vida
Jéssica (acima) e Diego respiram skate 24h
A afinidade entre os praticantes das duas modalidades é alta, o prazer e a liberdade que as rodinhas proporcionam se assemelham e nada mais comum que encontrá-los misturados, nos passeios e, principalmente, nas poucas pistas existentes em Maceió, como a Skatepark da Pajuçara. Todo fim de tarde os 360º, backsides, grabs, kickflips e ollies começam a ser realizados na pista que há muito necessita de reparos. Os shapes sofrem com a repetição das manobras em busca da perfeição. Ousados ao extremo, os skatistas possuem um estilo próprio, usam roupas características e se comunicam com uma linguagem peculiar. Alguém sabe o que é droprar na piscina? Uma jam? E um slam? É assim que eles falam quando, respectivamente, vão andar de skate na pista, reunir a galera e, como quase sempre acontece, se esborrachar no chão na tentativa frustrada de uma manobra mais rad, quer dizer, radical. Hoje a modalidade já é mais aceita, mas não se livrou totalmente do preconceito que teve seu ápice na década de 80. Durante a ditadura, o governo brasileiro chegou a perseguir skatistas e em São Paulo qualquer tentativa de prática nas ruas acabava em detenção. Criado na década de 60 por surfistas da Califórnia, nos Estados Unidos, o skate se tornou um esporte de amplitude mundial e a partir da década de 90, com os áereos do americano Tony Hawk, considerado o maior skatista de todos os tempos, ganhou projeção comercial, quando os pequenos torneios amadores deram lugar aos grandes eventos na categoria vertical e suas mega rampas, surgindo também ídolos nacionais como Bob Burnquist e Sandro Dias, o Mineirinho; e locais, como o grande incentivador e desbravador Carlos Cacheta. E foi partindo do surf que, Jéssica Swan, de 22 anos, conheceu o skate. "Comecei para aperfeiçoar o surf, só que desenvolvi bem
Diego e Celina
Ele se arrisca nas manobras e ela prefere os passeios
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melhor no skate e percebi que me fazia muito bem, me dava muito mais emoção que os outros esportes que eu praticava. O skate me dá adrenalina, felicidade e uma emoção sem igual", disse a assistente administrativa, que costuma dar suas voltas na Praça do Skate, no Corredor Vera Arruda e na Skatepark. Jéssica pretende se aprimorar no vertical, mas, como a grande maioria, prefere e pratica o Street Style, modalidade de skate de rua onde bancos, calçadas, corrimões e escadas são utilizados como obstáculos. Necessariamente não é preciso mais sair pelas ruas, embora skatistas adorem dar um rolê pela cidade. Em grandes centros, alguns espaços são construídos com estas características para que os passeios se tornem mais seguros. A Praça do Skate, na Ponta Verde, e a Skatepark, na orla de Pajuçara, são exemplos destas iniciativas em Maceió. É lá que Diego Pereira, de 25 anos, costuma se encontrar com os amigos para colocar o papo em dia e, primordialmente, dar umas voltas sob seu skate. E tudo começou na rua em que morava quando adolescente, "um dia eu estava voltando da escola e vi uns amigos andando. Fiquei impressionado com aquilo e no mesmo momento já pedi um skate pra minha mãe, foi amor a primeira vista. Comecei com um skate não muito bom, mas quebrava um galho e ao passar dos dias fui evoluindo, aprendendo a dar as manobras, hoje continuo me dedicando", disse Diego, que começou como a maioria dos meninos, praticando futebol. "Fui do time da escolinha, fiquei alguns meses, mas eu sentia que o futebol não era o esporte que eu queria e com o passar dos dias conheci o skate. Com ele evolui meu corpo e minha alma, fiz muitas amizades, conheci vários lugares e aprendi quase tudo que sei hoje, me sinto realizado praticando esse esporte", acrescentou. De fato, Diego respira skate, trabalha inclusive numa loja especializada em produtos para os amantes do carrinho de quatro rodas, não há como fugir, talvez até dormindo ele sonhe com manobras. "Andar de skate é o que eu mais gosto de fazer, sinto um ar de liberdade, esqueço-me de todos problemas, me concentro inteiramente, coloco uma boa música e pronto!", disse o skatista alagoano que, como todos os outros com quem conversamos, independente de modalidade, também se queixou da falta de apoio. "Os poucos campeonatos que são realizados só acontecem porque são patrocinados por lojas e marcas que apoiam o esporte, no nosso estado não temos apoio nenhum do governo, que poderia construir pistas e criar projetos sociais ligados ao skate", comentou. A visão de Diego foi reforçada por Jéssica, que aposta que através do esporte podemos melhorar o lugar onde vivemos. "Só pedimos o mínimo, que seria a manutenção das pistas que já temos, e nem isso eles ajudam. Em São Paulo o "bolsa atleta" ajuda o atleta a se manter no esporte pra futuramente poder competir, mostrar o nome da cidade, voltar a atenção para o estado, movimentando o turismo e olhares positivos, mas infelizmente o nosso estado só é visto com os piores índices do Brasil", lamentou. Mas Jéssica mantém-se intocada pela indiferença do estado frente o potencial de todas as práticas esportivas aqui já citadas, seguindo adiante e colhendo os benefícios que o skate lhe oferece, "todos os dias agradeço a Deus por ter me dado essa oportunidade de fazer o que eu mais gosto. Skate é a minha vida", disse. Diego compartilhou os benefícios e contabilizou os resultados: "Ganhei mais flexibilidade, equilíbrio, impulso, reflexo e muita resistência. Alguns dizem que andar de skate fortalece as articulações e dá
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estabilidade aos ligamentos do joelho e do tornozelo. Já na questão mental, melhorei minha concentração e meu foco. O skate é uma arte e nessa arte, ninguém é melhor que ninguém, com humildade e força de vontade, podemos fazer qualquer coisa que quisermos", concluiu Diego nos contando um de seus sonhos: "Quero andar de skate em outro país, onde seja visto e tratado como realmente merece ser, vai ser um aprendizado muito grande pra minha vida". E como o assunto é liberdade, ela é a principal expressão para sintetizar uma prática ousada e ainda pouco conhecida entre os maceioenses, o Parkour. Cabe esclarecer desde o início que a prática não é uma modalidade esportiva, possuindo um propósito maior, sendo uma arte física onde se utiliza o corpo humano, explorando suas capacidades interagindo com o meio em que ele se insere, adaptando seus movimentos de forma a fluir através de obstáculos urbanos ou naturais da forma mais rápida, fluente e energicamente econômica, utilizando-se de técnicas de absorção de impacto a fim de manter a sua integridade física com o foco no objetivo. Quem nos esclarece todos esses detalhes é o professor de educação física Christiano Gonçalves, um alagoano que pratica o parkour desde 2005. A ideia equivocada inicial é comum, até entre os praticantes ela existe e só acaba sendo direcionada ao foco principal após o conhecimento da filosofia da arte, foi assim inclusive com Christiano, que conheceu a atividade através da internet. "Naquele tempo era muito difícil encontrar informações sobre Parkour. Nós imitávamos tudo que víamos nos poucos vídeos que eram disponibilizados na web. Com o tempo, a prática se popularizou e foi quando tivemos acesso à sua filosofia, que é baseada no altruísmo. A partir daí, o método, o objetivo, o empenho e a forma de se praticar Parkour mudou completamente, assim como a nossa maneira de enxergar o mundo", disse.
Sem competição
No parkour, o desafio é conhecer seus próprios limites
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O principal objetivo do Parkour é o desenvolvimento interno através do altruísmo como veículo de transformação. Desenvolvido a partir de um método de treinamento francês proposto por Georges Hébert, chamado "Método Natural", que tinha como lemas principais "Etre fort pour être utile" (Ser forte para ser útil) e “être et durer” (Ser e durar); o Parkour herdou esses princípios e hoje prega a incorporação desse espírito entre seus praticantes. Em Maceió são vários os grupos, Ibyanga, Agora, Avua, Das Ruas, Aluí, Kongs, Natural Parkour, além dos que praticam sem pertencer a nenhum grupo. Christiano diz que todos os tracers, como são chamados os praticantes, estão incluídos no grupo "Parkour Maceió", na fanpage é possível obter mais informações e marcar o primeiro treino. No Parkour não existem competições, não há nenhuma rivalidade, o que tem sido difundido na campanha "Pro Parkour Against Competition". A ideia é apoiada pelo próprio criador do Parkour, o francês David Belle, e também pela Associação Brasileira de Parkour – ABPK, tudo com o objetivo de manter a atividade pura e saudável. Durante todo o ano são realizados diversos encontros de Parkour em várias cidades do país. "Esses eventos sim, são saudáveis e promovem a boa vivência e a inclusão, além de serem ótimas oportunidades para se fazer novas amizades e trocar experiências com praticantes de outras cidades", destacou Christiano, que começou na capoeira e encontrou no Parkour um sentido maior. "Pratiquei Capoeira dos 11 até os 18. Saí da Capoeira porque depois que entrei em contato com o Parkour não conseguia mais aceitar que duas pessoas que praticavam o mesmo esporte vivam tentando derrubar um ao outro para tentar "vencer" o jogo. A Capoeira é boa para a saúde e é um ótimo veículo de inclusão social, mas no Parkour eu não preciso competir com ninguém, aprendi que meus inimigos estão todos dentro de mim, fiz amigos que vibram comigo quando eu alcanço um objetivo e não pensam em como eles poderiam se beneficiar com a minha fraqueza", enfatizou. Na orla, os tracers costumam se reunir nas praças, nas pitas de skate, no posto 7, não há lugar determinado, tudo se transforma em espaço para a prática. Algo que nos impressiona em todas as modalidades que acompanhamos é que não há como mensurar o bem estar que elas proporcionam a seus praticantes. Os relatos falam por si só e Christiano os ratifica ao nos contar os beneficios adquiridos, "durante os treinos são trabalhadas as nossas habilidades naturais:
correr, saltar, escalar, quadrupedar, equilibrar... Então é comum que através do Parkour se obtenha ganho de força, condicionamento cardiorrespiratório e melhora da proprioceptividade. Não só me beneficiei com um bom condicionamento físico, como também melhorei minha auto-estima, minha percepção das coisas e me tornei uma pessoa muito menos egoísta e pessimista. Digamos que o Parkour mudou minha vida". Outro ponto em comum é o desapontamento com a ação do poder público, ou melhor, a falta dela. No caso do Parkour, Christiano, de 26 anos, acredita que a atividade poderia ser melhor aproveitada, por exemplo, num trabalho de formação física e mental. "Deveriam enxergar o Parkour como algo realmente útil. Deixar um pouco de lado os jogos com bola nas escolas e dar espaço para outras atividades que trilhem por caminhos mais simples e humanos, desenvolvendo valores que são raros em nossa sociedade hoje. Pode-se ensinar às crianças que quando um ganha, outro tem que perder e que isso não é justo. Imagina os benefícios que podemos obter quando o interesse em vencer o outro dá lugar à vontade de vencermos todos juntos. Infelizmente isso não é ensinado e nem cultivado. Projetos de inclusão social envolvendo o Parkour poderiam ser incentivados pelo governo", finalizou. O que temos de concreto é que como a vontade de se exercitar, qualquer que seja a modalidade, independe da vontade dos governantes, estas sim se multiplicam em nossa capital. Outra peculiaridade das atividades praticadas na orla é o poder de adaptação. Encontramos alguns exemplos de esportes que originalmente necessitariam de uma quadra, de um campo ou de um piso diferente da areia, como o Rugby. Em Maceió, um grupo decidiu levar a modalidade também para a praia, depois que iniciaram as disputas no formato tradicional nos gramados. E antes de tudo, vale lembrar: Futebol americano e Rugby não são a mesma coisa. Sem nos alongarmos muito, a maior diferença está na utilização de proteção, no Rugby, elas são dispensáveis e os jogadores usam uniformes que se assemelham mais ao futebol, diferente do Futebol americano, onde o uso de capacetes e outros equipamentos de segurança são obrigatórios. Além de disso, no Rugby a bola é mais arredondada, o jogo é mais contínuo já que não para quando um jogador é derrubado e, em campo, são onze contra onze, diferente da versão americana, onde cada equipe é formada por quinze atletas.
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As semelhanças são muitas e isso se deve ao fato do Futebol americano ter sua origem no Rugby. Mas pequenos detalhes podem fazer toda a diferença na hora de escolher uma das modalidades. Foi assim com o estudante de análise de sistemas Herbert Daniel que, por muito pouco, não escolheu usar capacete e as gigantescas camisetas com ombreiras. "Um amigo me convidou para assistir um treino de Futebol americano. Cheguei cedo e no mesmo local o time de Rugby treinava primeiro, acabei me interessando", disse Herbert, que já praticou vôlei, futebol, judô, muay thai e que hoje tem a modalidade como sua grande paixão. "É diferente, o Rugby é o verdadeiro trabalho em equipe, nos dá lições para a vida, nos ensina a importância do companheirismo", acrescentou. Acompanhamos um dos treinos do Maceió Rugby Clube. A equipe sempre se reúne as quartas e sextas às 19h, no primeiro dos campos da Pajuçara, e aos sábados às 15h, agora também na praia já que o campo do Mutange, onde os treinos do final de semana eram realizados anteriormente, encontra-se em reforma. E o que podemos dizer do treinamento? No mínimo, que não é para os fracos. Comandados pelo treinador Hugo Baumberger, um argentino que está na equipe há três meses, quem comparece é submetido, literalmente, a exercícios físicos de fazer inveja a qualquer tropa militar. Baumberger trouxe na bagagem muita experiência e um direcionamento voltado a disciplina, podendo ser comparado a uma possível fusão do Capitão Nascimento com o técnico de vôlei Bernardinho. Durante os sessenta minutos iniciais, antes de por a bola em jogo, ficamos impressionados com a série de corridas, abdominais, flexões e uma infinidade de outros exercícios que foram realizados,
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todos eles de uma forma nada habitual, exigindo o máximo de cada integrante da equipe. No Maceió Rugby, o carisma do treinador se conquista com muito suor, esforço e superação. "Quem não tem compromisso comigo se queima e a dedicação é a única forma de se limpar. Deem o melhor de si, vocês podem, não desistam!", dizia Hugo entre um comando e outro. "Embora respeitemos os limites individuais, aqui a regra é igual para todos. A cobrança e rigidez existem porque tratamos o time como uma família" dizia o argentino numa roda de conversa ao final do treino. Com tanta exigência, Hebert já contabiliza os benefícios desde que iniciou no Maceió Rugby. "Quando comecei a jogar tinha 115 kg e hoje estou com 105 kg. Temos um colega que pesava 130 kg e hoje está com 110 kg. Adquirimos também um bom condicionamento, resistência, agilidade, força e muita velocidade" comentou. Este último quesito nos impressionou durante os tiros realizados de canto a canto do campo. Na hora de parar, nada de desacelerar alguns metros antes da chegada, a ordem aqui é chocar-se com a tela. Em relação a jogos, a disputa atual é a tentativa de realizar o primeiro torneio de Beach Rugby de Alagoas. Como em outras modalidades, a falta de apoio ainda é um entrave para que as ideias saiam do papel. "Contamos apenas com a contribuição mensal de cada um, não temos nenhuma ajuda privada ou do governo. Estamos correndo atrás de patrocinadores para podermos receber bem as equipes de outros estados que já confirmaram presença", lamentou o estudante de 24 anos, lembrando que em 2016 o Rugby volta a integrar o quadro de esportes das Olimpíadas. No Rio de Janeiro, a prefeitura incluiu o esporte nas escolas, mas por aqui não há sequer patrocínio para confecção do material esportivo.
Muita areia
A dedicação nos treinos pode ser medida em grãos
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Sexo frágil?
Apoio financeiro que dificulta, por exemplo, a participação no Nordeste de XV, principal torneio da região que contou com a presença dos alagoanos este ano depois de vários pedágios em cruzamentos, algumas rifas e muitas doações dos fieis paitrocinadores. Já garantida para a edição de 2014, a equipe espera não ter que enfrentar o mesmo perrengue deste ano para pagar a inscrição, adquirir novas camisas e realizar a viagem. Falta neste caso a solidariedade que a equipe possui já que, periodicamente, se reúnem para doar sangue e, nesta época de final de ano, arrecadar brinquedos, roupas e alimentos que serão destinados a crianças carentes. Um dos esportes que mais cresce no mundo, o Rugby em Alagoas está apenas começando e espera de braços abertos novos adeptos. "O Rugby é o esporte mais eclético que conheço, joga alto, baixo, gordo, magro, homem, mulher, criança ou adulto. E pra participar precisa apenas de disciplina e muita força de vontade, por que os treinos e os jogos são dureza. É um esporte tradicional que nos ensina valores e nos transforma em pessoas melhores. Foi o responsável prela união de uma África destruída por guerras e pelo preconceito racial. Mas explicá-lo é impossível, essa resposta só tem quem faz parte dele", finalizou Herbert. E Pra quem acha que esporte de contato é coisa de homem, não se enganem. As mulheres também mandam muito bem na modalidade
e nossa versão cor de rosa é representada pelas meninas do Mandacaru Rugby. E mais, logo nos primeiros dias de nossa busca pela orla, conhecemos também uma equipe de Futebol Americano feminino. Acompanhamos um dia de treino do Harpias na Pajuçara e o que podemos dizer é que não há moleza, poucos marmanjos sedentários passariam pelo teste inicial. Todas as segundas e quartas elas se reúnem e durante cerca de duas horas e meia, isso mesmo, duas horas e meia, queimam bastante calorias, primeiro, no treino físico nos moldes do CFA e, segundo, com o aperfeiçoamento técnico, ataque na segunda e defesa na quarta. Aos sábados também tem treino, desta vez no Parque da Pecuária, no Trapiche, desta vez treinando táticas de jogo. A ideia de montar o time veio da estudante Marcelle Mota que, ao acompanhar o namorado, Renato Lobo, nos treinos e jogos do Marechais, equipe alagoana de Futebol Americano, se identificou com o esporte e decidiu convidar as antigas amigas do basquete, que jogou por três anos, e das redes sociais para o primeiro treino. "Primeiro pesquisei se existiam equipes femininas no Brasil e após um mês nos reunimos pela primeira vez, no início foram 15 meninas, hoje contamos com 22 jogadoras", disse Marcelle que, nos primeiros oito meses, contou com o apoio de Renato como técnico da equipe. De novo técnico, Deivid Carneiro, que também joga no Marechais, podemos garantir que as meninas não fazem corpo mole durante os exercícios de condicionamento, nem tão pouco durante as lições táticas que exigem um preparo físico impecável. São tiros de corrida, muitos saltos e, na hora de ensaiar as jogadas, muito contato físico entre as integrantes do time. "Aprendemos a derrubar e também a cair", nos contou Marcelle, que é a Quarterback do Harpias, responsável pelos precisos lançamentos durante as partidas. No treino, conferimos também as performances das Running Backs, que possuem a tarefa de avançar no campo do adversário de posse da bola. As meninas se dividem entre a Halfback, que carrega a bola na maioria das jogadas de correr, e tem que ter uma combinação de velocidade, atletismo, e força; e a Fullback, que não tem que ser tão veloz, mas deve ter bastante força porque é a principal responsável pelo bloqueio da Halfback. Um detalhe importante é que, mesmo com suor e areia, as meninas não descuidam dos retoques na beleza.
Meninas do Futebol americano mostram força e agilidade
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Algumas não abrem mão de um bom batom e, entre uma jogada e outra, qualquer pausa abre espaço para refazer o penteado, mesmo que isso não passe de um simples reposicionamento do elástico que prende o cabelo, até modelo plus size tem no time. Voltando ao jogo, confessamos que as regras não são tão básicas quanto em outras modalidades, mas nota-se a adrenalina presente nas jogadas do esporte que tem um dos maiores eventos esportivo do mundo, o Super Bowl, nos Estados Unidos. Sem adversárias em terras alagoanas, as meninas do Harpias costumam jogar com equipes de outros estados. "Jogamos contra uma equipe de Aracaju. Perdemos, mas estávamos apenas com 18 meninas, no jogo são necessárias 22, onze na defesa e onze para o ataque. Mas já estamos programando nossa primeira viagem para realizar a revanche em Sergipe", disse Marcelle que, dando ênfase a redundância, também não possui apoio algum para manter a equipe. "Quando jogamos, pegamos capacetes e shoulders pad (proteção sobre os ombros) emprestados com os meninos. Todo o custo da equipe é bancado por nós, não temos nenhum patrocinador. Não temos CNPJ, estamos providenciando porque parece que sem dedução no Imposto de Renda ninguém está disposto a colaborar", comentou, confirmando mais uma vez o quanto é difícil fazer esporte em nosso estado. Mas pra quem não encara atividades que obrigatoriamente necessitam da força, como o Rugby, o Parkour e o Futebol americano, a orla se mostra democrática e também oferece opções mais tranquilas. A primeira delas é o Slackline, um esporte que chegou ao Brasil em 1995, por meio de escaladores estrangeiros, mas que somente em 2003 começou a ganhar adeptos no país. Hoje, a prática, que tem por objetivo se equilibrar em uma fita esticada entre dois pontos fixos, virou febre e invadiu as principais praias do litoral brasileiro. E Maceió não poderia ficar de fora dessa lista. Arrisque-se num passeio nas manhãs ou finais de tarde e, muito provavelmente, você encontrará um grupo arriscando-se sobre uma fita entre dois dos nossos inúmeros coqueiros. A universitária Camila Félix, de 25 anos, é um desses praticantes. Integrante do grupo Oxeline, ela conheceu a modalidade através do irmão, que adquiriu os equipamentos e a incentivou a começar. Camila não praticava nenhum esporte e escolheu o Slackline pelo equilíbrio e paz que proporciona. "Sobre a fita sinto um bem estar incrível. Apesar de ser um esporte radical que traz muita adrenalina, também traz muita tranquilidade e faz muito bem para o meu corpo", nos contou. O equilíbrio é a chave do slack. Para deixar o corpo centrado e se manter em pé na fita é preciso concentração para deixar os pensamentos livres dos problemas. Com isso, o esporte contribui para diminuir o estresse, além de trabalhar a parte psicomotora e muscular, exigindo esforços principalmente no abdome, pernas e braços. Os benefícios são tantos que fisioterapeutas já indicam o esporte como forma de fortalecer a musculatura e evitar lesões. Os praticantes suam muito para manter o equilíbrio. Aos adeptos de níveis mais avançados, é possível praticar saltos e giros na fita, que funcionam como atividade aeróbica. É uma ótima maneira de cultivar a boa forma. Podemos colocar Camila entre os seletos mais avançados, ela já se arriscou até nas alturas, quando o grupo fixou a corda a uma altura de 5 metros para a prática do Highline, uma modalidade do Slackline. A experiência aconteceu na praia de Ponta Verde, é lá que o grupo costuma se reunir. "Começamos há uns três anos. Na rua fechada, próximo ao Coconut, o treino de domingo é
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Concentração
Para se equilibrar, corpo e mente devem estar em sintonia
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Da areia pra água
Nunca foi tão simples ver Maceió de outra forma
sempre certo no fim da tarde e qualquer pessoa que se interessar pelo esporte pode participar do grupo e dos treinos coletivos", informou a estudante de análise e desenvolvimento de sistemas. Nas redes sociais já são mais de 700 seguidores e a expectativa é que o número cresça, inclusive na prática, já que o verão e as férias formam uma casadinha convidadita para quem ainda não teve coragem de, no estilo circense, dar os primeiros passos sobre a fita. Não se acanhe, garantimos que o grupo o receberá de braços abertos e mãos a postos para lhe auxiliar na travessia de estreia. "O intuito do Oxeline é disseminar e fazer com que o esporte cresça cada vez mais no nosso estado. É difícil alguém tentar subir na fita e não se apaixonar pelo esporte que é extremamente viciante. Primeiro o objetivo é só se equilibrar, depois tentar andar a fita inteira, aí vem as manobras estáticas (agachar, deitar e sentar) e, por fim, as manobras tricks (manobras de equilíbrio dinâmico). Sem contra indicações, o esporte pode ser praticado em qualquer idade", concluiu Camila, a espera de novos membros para o grupo. Gostou do Slack e prefere continuar com as opções zen? Que tal então experimentar uma modalidade que o fará ver Maceió de outro ângulo? No Stand Up Paddle você poderá observar do mar toda a beleza da capital alagoana e sentir, multiplicada n vezes, toda aquela surpresa visualizada apenas nos, cada vez mais raros, tradicionais cartões-postais. Lógico que pode não parecer nada de novo para quem já foi às piscinas naturais, já realizou um passeio de barco, caiaque ou já se arriscou nas braçadas além mar. Mas, nada se compara a modalidade que promete ser a grande estrela da alta temporada. Para viver esta experiência, convidamos a paraense Ana Miriã Nunes, de 21 anos. Há apenas seis meses em Maceió, Ana é filha de militar e já tem prazo de estadia definido por aqui. Antes da partida, já no início de 2014, ela pretende conhecer muito do que Maceió tem a oferecer e, tratando de práticas esportivas, o Stand Up Paddle não poderia ficar de fora. Convocamos o personal trainer e triatleta Carlos Henrique Romeiro e, numa manhã de sexta-feira, lá estávamos à beira-mar da praia de Pajuçara para o primeiro contato com prancha e remo. De início, aquela aulinha que para muitos parece uma chatice, todas
as dicas e simulações ainda na areia, onde Carlos ensina todas as noções básicas relacionadas à entrada no mar, posicionamento sentado e de joelhos, remadas e, finalmente, o tão esperado momento de ficar de pé sobre a prancha. Ana acompanhou tudo e não fez feio dentro d´água, sequer testou as dicas de como reagir nas quedas, não caiu nenhuma vez no mar, embora tenhamos uma pista do porque de tanto equilíbrio: "Adorei tudo, sempre tive vontade de experimentar. Foi até fácil, o professor é muito legal e talvez também porque faço pilates. Agora, ainda quero fazer Surf e Slackline", disse a estudante de computação gráfica. A procura tem sido imensa, Carlos nos contou que todos os dias tem aula de SUP. "Tem gente que usa o Stand Up pra melhorar seu condicionamento físico, tem os que fazem por diversão e os que querem apenas conseguir subir por alguns segundos pra tirar uma foto". A verdade é que são muitos os benefícios para quem decide dar umas boas remadas. O SUP trabalha o sistema cardiovascular, também tonifica a musculatura de membros inferiores e superiores e queima cerca de 350 calorias a cada hora de prática. "Para se equilibrar na prancha, é preciso manter coxas e abdome contraídos, um bom exercício para trabalhar estes músculos e os glúteos também. Além disso, ao remar, fortalecemos toda a musculatura relacionada com os ombros e as articulações dos tornozelos, joelhos e quadris” completou. Pra quem acha que é preciso saber nadar, nada que um salva-vidas não resolva, embora as aulas possam ser realizadas na maré baixa, quando a profundidade nos locais escolhidos para a prática não passam dos 1,5m. Carlos orienta para que as primeiras tentativas sejam acompanhadas de um profissional, embora pareça fácil, os marinheiros de primeira viagem podem ser surpreendidos pelas alterações naturais que podem acontecer a qualquer momento. "As correntes marinhas, o vento e as mudanças repentinas no clima podem tornar um passeio despretensioso numa grande dor de cabeça, os iniciantes devem evitar correr este risco", alertou. Algo curioso também vale ser destacado. Na maioria das vezes a procura é feita por casais e, quase sempre, o final é parecido. O ímpeto natural machista leva os homens a crerem que ficarão de pé com uma facilidade maior, um erro de quem acredita que o simples
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2ª Edição do MUSA´S
60 mulheres reunidas num passeio de Stand Up Paddle no mar de Ponta Verde
fato de concorrer com uma mulher numa modalidade esportiva o dará ampla vantagem. No caso do SUP acontece justamente o contrário, as mulheres geralmente se saem melhor nas remadas por possuírem uma atenção maior e por serem mais leves que os marmanjos, facilitando o poder de flutuação da prancha. A vantagem feminina é tamanha que podemos comprová-la com o número de praticantes que temos hoje em Maceió. E não há melhor exemplo para ratificar a informação do que o M.U.S.A´S do SUP. O evento, que já teve duas edições, começou por acaso quando a personal trainer, Laura Cavazzani, decidiu agregar o SUP em algumas aulas externas com alunas e pouco tempo depois reuniu cinco amigas para um simples passeio na praia. Mesmo em número pequeno, a ideia repercutiu na mídia e nas redes sociais e o sucesso foi acima do esperado. Das 20 participantes da van premier, a segunda edição contou com 60 mulheres, número que poderia ser ainda maior, caso existissem mais pranchas em Maceió. “No primeiro evento foram cinco pranchas alugadas e quinze que sequer sabíamos que existia, uma boa surpresa que se repetiu na segunda edição. Todos os dias alguém conseguia uma nova prancha de um primo, amigo ou namorado”, nos contou Laura. Qual a razão para tanto sucesso? Laura parece ter a receita de forma bem simples, uma prancha, um remo e a natureza, “o SUP vai de encontro a algo que as pessoas buscam no dia-a-dia: sair da rotina estressante praticando uma atividade física onde o prazer supera os esforços”, uma análise resumida de quem há cinco anos se dedica a geração de qualidade de vida e bem estar para as pessoas. Especialista em reabilitação cardíaca, Laura é apaixonada por esportes náuticos e conheceu o Stand Up Paddle em 2008, ainda distante do sucesso atual. “Trabalhei numa loja de produtos esportivos que, na época, não vingou. Tínhamos apenas quatro, cinco pranchas de SUP e não havia qualquer procura. Hoje tudo mudou, depois do nosso primeiro evento, em uma semana soubemos que o estoque de pranchas de outra loja acabou rapidinho”. Encontro pioneiro no Brasil, o MUSAS do SUP reflete o quanto a modalidade cresce em Alagoas e que, em si tratando de remadas de pé, o mar pertence a elas. Diferente do que muitos pensam, não se trata de um concurso de beleza, o título na verdade é uma abreviação do principal propósito do grupo: Mulheres Unidas pelo Stand Up Paddle de Alagoas. “Não são mulheres com foco na beleza estética, mas sim no esporte, a principal proposta do MUSAS é a saúde”, explicou Laura, que já praticou Wind, Bodyboard e Surf, e que hoje cumpre uma jornada de trabalho de 15 horas diárias, cuidando-se ainda ao praticar Jiu Jitsu das 22 às 23h. Haja fôlego. E a terceira edição já tem data e local marcado, as meninas desbravarão desta vez as águas da Barra de São Miguel, no próximo dia 18 de janeiro. A expectativa é que mais de 100 mulheres estejam presentes no evento que vai agitar o já badalado verão do principal balneário turístico do estado. Até lá, não perca tempo, que tal testar um pouco de todas as outras modalidades presentes na orla. Poderíamos seguir adiante e continuar apontando-as por mais páginas e páginas, não faltariam exemplos, afinal, também merecerem destaque os tradicionais vôlei de praia, o futevôlei, o surf e outros tantos esportes náuticos, o basquete de rua, o futebol e suas variantes, as voltas de bike... Não pense duas vezes antes de se arriscar, garantimos que, mesmo que algumas quedas ou arranhões aconteçam, o medo e receio iniciais logo darão lugar a um bem estar e adrenalina viciantes. Experimente, se movimente!
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DESCOBERTA
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Arte entre linhas
Por Antonio Maria do Vale
Ainda pouco conhecida entre os alagoanos, a String Art ganha cada vez mais espaço, prometendo invadir não só as festas eletrônicas como também os lares dos brasileiros Pessoas interessantes, um DJ mandando ver nas pickups, uma iluminação cheia de efeitos e um barman com muito malabarismo na hora de preparar os drinks. Este é o artigo único do parágrafo primeiro de qualquer cartilha sobre como organizar uma boa festa. Mas isso não é garantia de sucesso, daí em diante são os detalhes que determinarão os bons comentários. Uma das apostas é inovar na composição do ambiente e uma ornamentação que vem ganhando espaço no Brasil é a String art. Com madeira, pregos, linha e muita criatividade é possível surpreender e deixar o clima da festa ainda mais estimulante. Inventada pela autodidata Mary Everest Boole, no final do século 19, para tornar ideias matemáticas mais acessíveis às crianças, a String art se popularizou como um ofício decorativo na década de 1960. No Nordeste, os desenhos geométricos eram facilmente encontrados em feiras livres na década de 90, quando passaram a circundar quadros de clubes de futebol, o que ainda pode ser encontrado em alguns mercados de artesanato. Tudo parece muito simples, um fio, cabo ou corda são enrolados em torno de uma rede de pregos martelados em uma placa de madeira. Esta é a técnica básica da arte. Entretanto, a infinidade de possibilidades matemáticas fez com que diversas adaptações fossem inseridas a String Art, ampliando seu leque de atuação para os mais variados destinos e espaços.
Pioneirismo
Peças de Thaynan em festas eletrônicas de Maceió
Em Maceió, a técnica ainda é pouco explorada, mas já é possível
encontrar algumas peças em festas eletrônicas realizadas longe das carimbadas casas noturnas da capital alagoana. O estudante de administração, Thaynan França, de 25 anos, é um dos poucos profissionais que se dedica ao trabalho de criar as obras tridimensionais. Como gosta de música eletrônica, Thaynan já observava as peças nos festivais que frequentava, achava interessante, mas não sabia como se chamava. Entrou em contato com organizadores destes eventos e, descobrindo que se tratava da String Art, decidiu aprender o ofício. Depois de alguns erros naturais, Thaynan pegou ritmo e hoje tem seu próprio estilo de produção definido, “como essa arte envolve muita geometria, começo desenhando as formas em cadernos antes de pôr a mão na massa. Sempre funciona assim, faço o desenho primeiro, pra ver como vai ficar e, a partir daí, faço os ajustes”, explicou. Para expor seu trabalho, Thaynan contou com a ajuda do amigo Glauber Melo, produtor de festas como a MindFreak, com quem sempre mantém contato para possíveis exposições de suas peças. Utilizando madeira, prego e linha encerada, o estudante cria os projetos não só sob sua visão. Os pedidos costumam vir acompanhados com algumas orientações dos clientes. “Geralmente faço o projeto inicial e mostro ao cliente, se ele gostar, executo, se não, vamos modificando a forma, cores e tamanho de acordo com as alterações solicitadas, sempre conseguimos chegar aum
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Na pista ou na sala
Infinitas possibilidades para ambientes mais inusitados
consenso”, disse, contando ainda de onde vem a inspiração na hora de definir as peças: “Primeiro olho as cores que vão ser usadas no evento, depois coloco um som que eu gosto de ouvir, por fim, observo o local. Pronto, identifico as melhores formas geométricas e dou início ao trabalho”. Thaynan revela que uma boa dose de concentração é necessária para aqueles que pretendem desvendar os segredos da String Art e que a relação com a música pode facilitar o trabalho na hora de criar. O contato com ambientes paradisíacos também contribui na criatividade e os elogios às peças costumam valer bem mais que qualquer valor material que elas possuem. “Os festivais eletrônicos quase sempre são em locais bacanas, a beira mar, em chácaras, fazendas, cachoeiras, sempre em contato com a natureza. E o mais gratificante é quando escuto os comentários de que estava muito bonito e que gostariam de ter um em casa. Quando vejo o público feliz com a minha arte é muito bom”, concluiu. O resultado talvez seja fruto da sensação que as peças transmitem nas pessoas. Segundo a professora de Artes da Universidade do Estado de São Paulo – UNESP, Rejane Galvão Coutinho, desde tempos imemoráveis o ser humano busca transcender sua mente, buscando estados alterados de consciência, onde eleva sua mente, ocasionando distorções da percepção sensorial, sinestesia e, ocasionalmente, estados semelhantes à psicose. Seja pela meditação, privação sensorial, visualização interpretativa ou pela música, uma das diversas formas de elevação da consciência é a experiência psicodélica, quando o indivíduo sente aumentadas suas capacidades sensitivas, principalmente visuais, táteis e auditivas. As cores e formatos lúdicos da String Art, as alterações visuais causadas pela iluminação inconstante e os sons expressivos de uma boa música, oferecem a percepção de aspectos mentais até então desconhecidos. E estas sensações não são exclusivamente agitadas. De acordo com a forma e a tonalidade de cor, elas também poderão desacelerar os comandos sensoriais, voltando-os para um estado de relaxamento, acrescenta a especialista. Numa festa ou em casa, as possibilidades de utilização da String Art se mostram infinitas.
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SOLIDARIEDADE
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Corrente
do bem Por Antonio Maria do Vale
Casa Cor Alagoas, Movimento Dando as Mãos e Marta unem-se em favor da cidadania e oportunidades para moradores do Vale do Reginaldo Em 2014, Maceió será palco de um dos mais importantes eventos do país. A Casa Cor, mais completa mostra de arquitetura, decoração e paisagismo das Américas, e a segunda maior do planeta; desembarca em Alagoas e a partir de 25 de março proporcionará aos alagoanos a experiência de visualizar o conceito de lar de uma forma nunca antes vista, sob a perspectiva de grandes artistas locais. Paralelo as discussões das tendências de arquitetura, o evento sempre oficializa a parceria com uma entidade social, promovendo também uma ação solidária junto a mostra que é realizada em mais 20 cidades brasileiras. Na franquia alagoana, a instituição escolhida foi o Movimento Dando as Mãos, que atende à famílias carentes da região do Vale do Reginaldo, em Maceió. A parceria ganhou uma estrela de peso, já que a melhor jogadora de futebol do mundo por cinco vezes, Marta, tornou-se madrinha do projeto e participou de um evento que reuniu representantes da Casa Cor, do Movimento Dando as Mãos e crianças assistidas pelo projeto. Num encontro cheio de emoção realizado nas futuras instalações da Casa Cor Alagoas, nas antigas instalações do Colégio Batista, no Farol, a nova madrinha foi recebida ao som de tambores da banda de percussão e por jogadores da escolinha de futebol mantidos pelo Movimento. Depois dos discursos realizados em meio a lágrimas, a homenageada do dia, Marta, que também chorou ao relembrar sua infância em Dois Riachos, doou camisa, chuteira e bola autografadas que serão leiloadas durante a Casa Cor em março. A jogadora também fez questão de salientar a importância de jamais desistir. “Cresci numa região sem oferta de oportunidades, mas sempre acreditei nos meus sonhos. Graças a Deus alguém me ajudou e consegui chegar onde estou. O mesmo pode acontecer com pessoas que hoje estão no Reginaldo a espera de uma pequena ajuda”, disse. Exemplificar o trabalho realizado pelo Movimento dando as Mãos não é tarefa das mais fáceis. Encontramos uma maneira de retratar as atividades desenvolvidas ao longo destes 20 anos da forma mais fiel possível, nas palavras da presidente do Movimento, Branca Rosa Fragoso, num texto que descreve o quanto já foi feito, o quanto ainda pode ser realizado, as principais dificuldades encontradas pelo Movimento e, mais importante, o porquê contribuir e ser solidário. “Nossas ações se iniciaram em 1993, exatamente há vinte anos, na comunidade do Reginaldo II, quando nossa companheira do grupo de oração, Nenem Breda de Gusmão, sentiu que, além de rezarmos,
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deveríamos unir oração com ação e, movida por uma força espiritual, falou com Irmã Norberta, uma freira cuja vida é dedicada ao trabalho junto a comunidades carentes. Ao saber do nosso desejo, de imediato acolheu a ideia e começamos, em conjunto com as demais irmãs do Sagrado Coração de Jesus, o nosso trabalho. Para conhecermos e conquistarmos a confiança da comunidade, iniciamos com uma atividade embaixo de uma grande e frondosa árvore, cortando, gratuitamente, os cabelos de adultos e crianças; e as irmãs ensinando tricô, crochê, bordados em pano de prato e pintura. Aos poucos fomos acolhidas por Dona Cícera, uma idosa que morava defronte a tal árvore e que, como uma verdadeira mãe, nos acolheu transformando, uma vez por semana, seu lar em sede do movimento. Graças a isto, ampliamos o atendimento e, com mais voluntárias, começamos o ensino de corte e costura e o grupo das mães gestantes que, enquanto preparávamos o enxoval do futuro filho, recebiam orientação sobre amamentação e higiene pessoal. Semanalmente visitávamos as casas de algumas ruas para sentirmos as necessidade, principalmente, naquelas construídas com papelão e plástico, que ficavam nas cabeceiras da ponte do Reginaldo, era um estado de miséria absoluta. Em uma dessas visitas, encontramos uma criança raquítica, de 3 anos, com poucos fios de cabelos avermelhados e que por total desnutrição sequer andava, arrastando-se pelo chão num engatinhar desengonçado. Ficamos em estado de choque diante daquela imagem e Irmã Norberta criou um projeto e o encaminhou para uma associação católica da Itália que, conhecendo nosso trabalho, nos enviou dinheiro para comprarmos uma vaca mecânica que nos proporcionaria a entrega gratuita de leite de soja não só no Reginaldo II. A esta altura, já atendíamos outras favelas na grota do Ouro Preto, Feitosa, Barro Duro, Aldeia do Índio, eram cerca de 20 locais atendidos. O leite era distribuído duas vezes por semana apenas para crianças carentes. Mas com a procura dos idosos e gestantes, ampliamos a doação também para estas pessoas. Notamos que sobrava bastante bagaço de soja e decidimos criar um novo projeto, mais uma vez contando com a ajuda da associação italiana, que nos enviou nova verba para a compra de máquinas para a montagem de uma panificação. A ideia era criar receita com a venda de produtos que cobrissem os custos da geração e distribuição de leite nas comunidades. Ganhamos também uma Kombi que há cinco anos nos facilita a entrega nas favelas cadastradas. O projeto Dando as Mãos nasceu a partir da junção da necessidade de desenvolvimento de uma ação educacional com a formação de lideranças populares, fomentando as relações solidárias e a partilha justa entre as diversas classes sociais. Com foco em crianças, jovens e mulheres em situação de risco social, convivendo diariamente com o problema da violência, drogas, criminalidade, ausência de infraestrutura e serviços básicos de saúde que, associados a falta de oportunidades, lhes trazem a sensação de não ter nada a perder. Resgatar a autoestima dessas pessoas, mostrando suas possibilidades como cidadãos através da educação, do esporte, das atividades recreativas, da formação de valores familiares sociais e cristãos, é a nossa luta constante. Com o crescimento de nossas ações, se fez necessário nos constituirmos em uma entidade sem fins lucrativos em 20 de setembro de 1999. Quando nos transformamos em Movimento Dando as Mãos, chegando a atender 1.200 pessoas, número que hoje caiu para cerca de 570. Como conseguimos nos manter até hoje? Graças ao espírito humanitário de madrinhas e padrinhos que confiam na seriedade de nosso trabalho. No início doavam
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mensalmente ½ salário mínimo, o que nos possibilitou um grande crescimento no número de ações. Com o declínio da economia do nosso estado, hoje são apenas quatro madrinhas que continuam doando este valor, mas muitos outros, independente do valor, R$ 100,00, R$ 50,00, também permanecem com a nobre iniciativa de nos ajudar. Muito embora tenhamos sido obrigados a reduzir nosso campo de atuação. Como consequência, infelizmente, tivemos que encerrar as atividades da capoeira, das aulas de canto que formaram nosso coral infantil e, dos 16 times de futebol que mantínhamos, restam apenas seis devido ao esforço sem tamanho do professor Francisval Alves, que também se dedica na banda de percussão e dança afro. Val está conosco desde o início e hoje é formado em educação física, comprovando que as mudanças podem sim ocorrer mesmo em locais onde as condições são adversas. Mesmo diante das adversidades, mantemos ainda o ateliê Tesoura Mágica, que tem como objetivo a geração de renda para as mulheres do Reginaldo II. Tudo graças a um ex-aluno meu de economia, funcionário do banco onde possuímos a conta do Movimento que, conhecendo nossas ações, nos ajudou na elaboração de um projeto enviado à Fundação Banco do Brasil, de onde veio a verba para a aquisição das máquinas para a Cooperativa das costureiras do Vale do Reginaldo. São vários os parceiros, como o presidente da Federação das Indústrias, Carlos Lira, que nos ajudou a conseguir gratuitamente vários cursos de corte e costura no SENAC, capacitando nossas costureiras. A Cooperativa ainda não saiu do papel porque os pedidos ainda são sazonais, o que, pela qualificação adquirida, leva nossas costureiras para outros ateliês. Somos capazes de confeccionar fardamentos e outros produtos, não apenas com preço competitivo, mas, principalmente, com qualidade. Temos muitos outros problemas, como escolas que necessitam de reforma e novos voluntários. Mas, nos mantemos cheias de esperança de que muitos novos padrinhos e madrinhas surgirão. É dando as mãos que podemos construir uma Alagoas mais justa e solidária”, concluiu a oradora do encontro, ratificando o que a fundadora, Nenem Breda, definiu como o conceito do movimento: “Não fazemos assistencialismo, não doamos nada material. Realizamos promoção e prevenção. Precisamos de dinheiro, mas isso não é tudo, ensinamos qualquer talento que possuímos, doamos nosso tempo e conhecimento à estas pessoas”.
Madrinha de peso
Marta conheceu de perto o convívio com a falta de oportunidades
CURIOSIDADES
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Parece até mentira Por Antonio Maria do Vale
Esdrúxulas ao extremo, algumas leis podem nos fazer morrer de rir. Mas acreditem, por via das dúvidas, não se arrisquem a cometê-las quando estiverem em seus locais de origem. Difíceis de imaginar e criadas para situações específicas, algumas leis ao redor do mundo possuem proibições e penas inusitadas ou extremas, como em Hong Kong, onde uma mulher traída pode matar o marido desde que utilize apenas as mãos; no caso da amante, a regra não é a mesma e a mulher pode utilizar-se de qualquer coisa. Mesmo parecendo engraçado, muitas ficaram esquecidas no tempo e, ainda hoje, existem sim no papel. Sorte que, mesmo sem terem sido revogadas, algumas delas não são colocadas em prática. O Campeão de esquisitices é os Estados Unidos. Em Washington, por exemplo, todo motorista com intenções criminosas deve parar o carro, ligar para o chefe de polícia e avisá-lo que está entrando na cidade. Já no Texas, uma lei obriga o criminoso a avisar suas futuras vítimas sobre o crime com 24 horas de antecedência, já imaginou? Como por lá as leis são estaduais, cada um manda do jeito que bem entende. Mas outros países não fogem a regra e também possuem suas bizarrices legais.
Ao estilo faroeste
Em Alberta, no Canadá, todo criminoso ao sair da cadeia deve receber um cavalo e uma arma para que possa sair da cidade
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Em Dyesburg, no Tennessee, EUA, as mulheres não podem convidar um homem pra sair por telefone
Em Baldwin Park, na Califórnia, Estados Unidos, é proibido andar de bicicleta dentro de piscinas
Em Cali, na Colômbia, a noite de núpcias deve ser acompanhada pela mãe para comprovação do ato
Em Quitman, Na Geórgia, EUA, as galinhas são proibidas de atravessar estradas
Em Lanjaron, na Espanha, em 1999, ficou proibido morrer durante quatro meses
Na Flórida, Estados Unidos, tomar banho sem roupa é uma violação grave
Na Dinamarca, os restaurantes não pode cobrar pela água, apenas pelo gelo
Na Suíça, é proibido dar descarga após às 22h em apartamentos
Em Beaconsfield, no Canadá, é proibido pintar qualquer casa com duas cores diferentes
Na Inglaterra, uma das tradições brasileiras é proibida, nada de beijos no cinema
Em New Brunswick, no Canadá, é proibido dirigir nas estradas
Em Minessota, EUA, roupas íntimas femininas e masculinas não podem ficar no mesmo varal
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RECONHECIMENTO
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Prêmio Ademi'13 Por Marcio Mrotzeck | Assessoria ADEMI-AL Fotos Frank Bernardo | Claudemir Mota
Prêmio MASTER ADEMI 2013 consagra 16 empreendimentos em grande festa realizada no Centro de Convenções. O Prêmio MASTER ADEMI 2013 elegeu os melhores da construção civil de Alagoas reunindo um público de 1.400 pessoas - entre dirigentes empresariais, representantes de governos, de entidades profissionais, corretores, imprensa e convidados – na noite de sextafeira, 18, numa grande noite festiva no Centro de Exposições Ruth Cardoso. A festa se dividiu entre a solenidade de entrega dos prêmios no Auditório e o show, com a presença do cantor Dudu Nobre.
Relação dos premiados:
O presidente da ADEMI-AL, Guilherme Melro, falou da importância do evento para a construção civil alagoana: “O Prêmio MASTER é um importante balizador de nossa construção civil, porque estabelece o mérito como referência de trabalho. Ao reconhecer os esforços dos construtores na busca por padrões de qualidade cada vez melhores, essa premiação ajuda nossa atividade a ganhar competitividade econômica e social”, explica.
Residencial > 100m² a 130m² - Edifício QUATRINO, V2 Construções;
O Prêmio MASTER tem um total de 16 Categorias DESTAQUE julgadas por uma Comissão Julgadora formada por 25 representantes de diversas entidades da sociedade, como UFAL, CAU, IAB, Secretarias Municipais e estaduais, etc. São analisados 04 parâmetros; Concepção Arquitetônica, Marketing, Inclusão Social e Meio Ambiente. Vence quem obter a maior media entre os concorrentes. A V2 Construções, que venceu em 04 categorias Destaque, foi a grande ganhadora da noite, tendo obtido o PRÊMIO MASTER ADEMI 2013 com o Edifício ANA LIDYA, acima de 180m2, que obteve a maior média entre todos os empreendimentos inscritos. A noite teve, ainda, dois momentos importantes: a entrega da piscina construída pela ADEMI/Organização Arnon de Mello, para a Casa dos Amarelinhos, do Projeto O Consolador, no Prado; e a assinatura de convênio entre a ADEMI-AL e o Ministério Público de Alagoas, em que a entidade patrocina uma campanha contra o abuso sexual infantojuvenil.
Residencial Econômico - CONDOMÍNIO RESIDENCIAL PARK SHOPPING I, Cerutti Engenharia; Residencial até 70m² - Edifício SPAZIO VITALLE, Delman Construções; Residencial > 70m² a 100m² - Residencial ESPACE, Contrato Construções e Avaliações; Residencial > 130m² a 180m² - Residencial MONTE VERNON, Contrato Construções e Avaliações; Residencial > 180m² - Edifício ANA LIDYA, V2 Construções; Loteamento / Condomínio Horizontal - AROEIRAS, Engenharq; Comercial / Hoteleiro- ILOA EMPREENDIMENTOS TURÍSTICOS, Vivendi Empreendimentos; Lançamento Residencial > 70m² até 100m², Edifício LIFE, V2 Construções; Lançamento Residencial > 100m² até 130m², Edifício PRIME, V2 Construções; Lançamento Residencial > 130m² até 180m², MAISON DU VERSAILLES, Construtora R. Pontes; Lançamento Residencial > 180m², PALAZZO FIRENZE, Marroquim Engenharia; Lançamento Loteamento / Condomínio Horizontal, DONA CARMÉLIA, Engenharq; Lançamento Comercial / Hoteleiro, EMPRESARIAL GRAND VUE, Contrato Construções e Avaliações. Imobiliária do Ano, MÁRCIO RAPOSO IMÓVEIS, vencedora de Vendas em 07 Categorias; Vencedor Prêmio de Eficiência Energética ADEMI/ALGÁS, Edifício BARÃO JOSÉ MIGUEL, Sólida Engenharia. Uma revista com a cara do Nordeste
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DESCOBRINDO ALAGOAS
Fotos Marcio Mrotzeck | OUSH! Brasil
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Terra à vista! Por Marcio Mrotzeck
Visitamos a Ilha da Crôa, agora denominada Captain Nikolas, onde é possível desbravar também as Falésias de Carro Quebrado, na cidade de Barra de Santo Antônio, há cerca de 40 km de Maceió. Uma fiel caracterização de um personagem clássico de desenho animado. Com chapéu peculiar, um sotaque engraçado, sempre trocando os artigos, e um cachimbo como marca registrada, é assim que Capitão Nikolas se apresenta aos que têm a oportunidade de conhecê-lo em seu recanto na Barra de Santo Antonio. Grego de origem e hoje alagoano de coração, o capitão foi e é um desbravador do turismo na região e, com seu carisma inestimável, recebeu a equipe de OUSH! para um bate papo bem descontraído. Nos encontramos no que ele chama de escritório, na verdade, um espaço a poucos metros do mar. Com uma simplicidade singular, nos contou um pouco de sua história, começando pela trajetória que o trouxe até o Brasil. “Captain Nikolas era comandante de navio grego, muitos anos trabalhando lá, 33 anos a fazer trabalho com madeira, papel e aço em empresa internacional, exportação para 32 países, o primeiro a introduzir produtos e navios no Brasil nas décadas de 80 e 90. Ganhei bom dinheirinho nesse tempo e decidi procurar um lugar para investir no Brasil. Na Grécia não precisavam do meu dinheiro, lá o turismo já era desenvolvido, diferente do que encontrei aqui”. Tudo começou quando o capitão visitou o litoral alagoano em companhia de sua esposa, uma curitibana, e mais um casal de amigos. Nas idas e vindas, apesar de se encantar com a região, notou que a falta de estrutura ainda era um problema local, numa ocasião comeram um camarão ruim e Nikolas disse, em alto e bom som, ao trio que lhe acompanhava: “eu vai fazer um restaurante
aqui”, tudo começou naquele dia, 24 anos atrás. Dali em diante, começava a busca pelo melhor lugar para se instalar. De Maceió até o litoral sul de Pernambuco, tudo foi minuciosamente visitado, a escolha era difícil, o Capitão percorria um dos mais belos trechos do litoral brasileiro. “Eram lagoas, rios, piscinas naturais, recifes de coral, coqueirais e as mais variadas fruteiras e, finalmente, encontro esse lugar”, chegava ao fim a procura. E a decisão se baseou apenas nas belezas naturais, na época, a Ilha da Crôa, na Barra de Santo Antônio, ainda era uma vila de pescadores que sequer tinha energia elétrica e telefone. Mas o Capitão não era louco, apesar de muitos acharem, sempre que contava o que pretendia construir na região, e seguiu adiante, queria ver o sonho se tornar realidade. No começo foi difícil, entretanto, nada impossível para quem já conhecia os quatro cantos do mundo e possuía mais de seis milhões de milhas aéreas. O maior desafio era aprender e administrar a cozinha, afinal, o pouco que Nikolas conhecia sobre gastronomia vinha da Grécia, tudo bem diferente da culinária, mais que pitoresca, nordestina. Não havia obstáculos para o grego que se apaixonou por nossa terrinha. Foi até o prefeito Rogério Farias e perguntou o que era preciso para abrir o negócio, trouxe madeira do Pará e ergueu o restaurante, ainda pequeno, com maçaranduba e piaçava. Se definindo como um analfabeto do setor turístico se tornou um empreendedor de sucesso pelo fato de preferir arriscar a ter medo de errar. Tudo pronto, era hora de mostrar que era possível, “eu tirar
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fotos e mostrar pra todo mundo. Ouvir de todos: não acredito! Você fazer este restaurante!”. Do prefeito ouviu: “então era verdade”, respondendo de bate pronto “eu cumpro palavra rapaz, eu ser comandante de navio, eu faço isso”, disse o velho capitão de barba branca que confessa, Rogério Farias é seu maior amigo em terras brasileiras, de longe. Como ele mesmo diz, abrir um restaurante não poderia ser mais complicado do que unir dois mundos completamente diferentes, como fez ao fechar negócios entre seu país de origem e o Brasil, que conhecia apenas como a terra do samba, carnaval e futebol. Se a região era deserta, trouxe toda a estrutura necessária investindo cerca de 300 mil dólares, se nada crescia em função da areia branca da praia, tudo resolvido com caminhões e mais caminhões de areia preta e adubo. Todos viam o quanto o Capitão era ousado e logo surgiram novas sugestões. “Captain, porque você não fazer resort aqui? Depois de muito pensar, investi alto, fazer boate, depois sauna, sala de musculação, quadra de tênis, basquete e vôlei. Não tinha tempo de administrar tudo, tinha seis empresas, então decide alugar o hotel e o restaurante”. Mas, sem o olho do dono as coisas não andaram muito bem. E a administração retornou ao anfitrião que se queixou das leis brasileiras. Segundo ele, a justiça no Brasil desacelera o desenvolvimento do país, afetando inclusive o setor turístico. “Disse vai embora tudo vocês, tudo ladrão, queriam dinheiro e dinheiro, e depois justiça ainda falou você vai pagar”, comentou com certo pesar o viajante que, para aprimorar seu conhecimento, foi a Cancun e ao Caribe e retornou ainda mais otimista. “Do sul até o norte de Alagoas é melhor lugar que Caribe, Cancun. Lá 27 milhões de turistas, aqui 6 milhões. Porque governos não investe no maior indústria do mundo, o turismo. Ele traz muitos empregos diretos e indiretos e infelizmente eles não investem, nenhum incentivo para usar essas belezas e melhorar a vida as pessoas”.
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Capitão Nikolas, 66 33 anos de Brasil, deixou de investir na Grécia por amar Alagoas.
Então, diante de tantos problemas, por que investir em Alagoas? “Primeiro, pelo carinho para Brasil. Segundo, porque Grécia muito famosa, 20 milhões de turistas, beleza nas ilhas gregas e história, aqui, outra beleza, tropical, 33°C, brisa, mar, em todo lugar. Aqui gera emprego, escola, cozinheiras, recepcionistas, qualificações, mais de três mil pessoas, emprego em Maceió, em toda região, emprego pra economia melhorar e uma exibição para outros investidores investirem igual a mim”, visão de quem, aos 66 anos, está há 33 no Brasil, 23 em Alagoas e que, como ele mesmo declara, tem muita história pra contar, do mar, e dos negócios.
GASTRONOMIA
112 Com o tempero local
Desbravadora Nide Lins não tem limites quando o assunto é gastronomia
Por Antonio Maria do Vale / com informações da SECOM
Nide Lins saiu às ruas, garimpou preciosidades e revela em seu novo livro um mapa gastronômico pra lá de inusitado. Descubra os sabores regionais escondidos nos peculiares, e pequenos, bares e restaurantes da região. Nordestino que se preza não abre mão de um bom prato típico da região. Exóticas por natureza, as receitas costumam ser autênticas, às vezes não muito convidativas visualmente, mas viciantes tão logo as provamos. Influenciados por sua condição geográfica e socioeconômica, os pratos possuem elementos fortes provenientes do cotidiano de quem sempre precisou de força, das raízes indígenas a africana, do sertanejo ao pescador. Essa mistura é a principal responsável pela diversidade encontrada na culinária regional. Por meio da gastronomia é possível contar a história de uma cultura e de uma região e, assim, relacioná-la à tradição, aos sabores que estão ligados à vocação de cada lugar, especialmente quando se trata de gastronomia popular, feita por gente da terra, muitas vezes famílias inteiras, que conhecem os mais diferentes segredos do lugar onde vivem. Em Alagoas não é diferente. Além de sua praias e a riqueza de seu folclore, o estado possui uma gastronomia marcada pela originalidade de sabores que remetem à rica mistura de culturas do Nordeste do Brasil. Entretanto, são raros os locais que servem uma boa buchada de bode, aquela galinha ao molho pardo ou um delicioso charque no feijão. Estas iguarias geralmente não estão presentes nos cardápios dos grandes restaurantes e, quando sim, não possuem aquele sabor caseiro em função das adaptações que os renomados chefs realizam ao adequarem os pratos ao gosto de clientes de paladar, digamos, mais requintado. Mas, se encontrar estas delícias sempre foi uma tarefa difícil para você, saiba que a escolha do lugar para aquele almoço em família já vai começar de casa já que é essa diversidade de sabores que a jornalista alagoana Nide Lins apresenta em seu Guia da Gastronomia Popular Alagoana. Lançado no último dia 1º de novembro, durante a VI Bienal Internacional do Livro de Alagoas, o livro traz textos sobre 30
restaurantes, bares e similares que compõem uma deliciosa rota gastronômica, todos ilustrados com fotos e mapas de como chegar aos locais. Os textos presentes no livro foram publicados no blog que a jornalista escreve. O prefácio é assinado por Rodrigo Oliveira, um dos mais prestigiados chefs do Brasil, responsável pelo sucesso dos restaurantes Mocotó e Esquina Mocotó, ambos de São Paulo, e que valorizam a culinária tradicional. Há mais de 10 anos escrevendo sobre turismo e gastronomia na imprensa local, Nide Lins é exímia admiradora e conhecedora dos bares, restaurantes e botecos que mantêm vivo o sabor da culinária alagoana. Os estabelecimentos que fazem parte do roteiro presente no livro são, em sua maioria, empreendimentos familiares, que passam por várias gerações. “A maior parte dos empreendimentos que estão no Guia da Gastronomia Popular Alagoana é formada por locais muito simples, mas todos com uma gastronomia impecável, que utiliza e valoriza os temperos da nossa terra”, disse a escritora, que começou a carreira de jornalista como diagramadora de jornal há 25 anos, descobrindo sua afinidade com a gastronomia a partir do momento que passou a atuar como repórter de turismo. “Sempre associei o turismo e a gastronomia como algo que representa a identidade cultural de um povo. Em Alagoas, do Agreste ao Litoral, temos lugares incríveis para conhecer e isso me guiou na experiência de compartilhar essas maravilhas com o público que me acompanha”, acrescentou. Além de o livro apresentar novos locais para a apreciação de uma boa comida, Nide Lins destaca a importância do guia para os próprios estabelecimentos. “Valorizamos não só a culinária, mas também o trabalho de pessoas que passam grande parte da vida dedicada à gastronomia de Alagoas. Vejo este livro como uma forma de registro e de homenagem a essas pessoas”, concluiu. E o lançamento da obra foi um sucesso, todos os exemplares colocados a venda durante a Bienal se esgotaram em menos de 24 horas. Os aventureiros de plantão irão adorar a obra, principalmente os apaixonados por guias e novas experiências, do tipo mapa e malas prontas, com saída sem destino e esperando boas surpresas. No livro, além da história e especialidades de cada lugar, todo o roteiro do como chegar é detalhado, com mapa, endereço e telefone. As ilustrações também merecem destaque especial e provavelmente irão te deixar com fome ao ver as fotos de dar água na boca. Para os que curtem uma comidinha em locais aconchegantes, o Guia é um catalisador da vontade de sair de casa, uma viagem pela gastronomia alagoana e tudo que ela tem de mais tradicional e autêntica. Entre os estabelecimentos citados, chama atenção os nomes por vezes engraçados e curiosos que eles recebem, geralmente associados a histórias e estórias interessantes sobre a criação, o dono ou pratos endêmicos. Na vasta lista encontramos o famoso Bar da Maria Furadinha, na Barra Nova, com seu charque no feijão que tem uma receita guardada a sete chaves, ninguém descobre Uma revista com a cara do Nordeste
o segredo do prato que vem acompanhado de uma farofa de sabor indiscritível. Para a escolha dos locais, Nide contou com seu vasto repertório já publicado no blog que mantém num dos principais portais de notícias de Alagoas. Em apenas um ano, o número de acessos beirou os 200 mil, o que confirma o sucesso dos posts onde a escritora compartilha suas impressões sobre lugares que visita de fato. Como a descoberta do, até então desconhecido, Boteco do Tonho, na Ponta Grossa, que também é conhecido como Tonho dos ovos em função de uma outra farofa que faria um embate sem vencedor com a já citada representante da Maria Furadinha. O carro-chefe da casa é uma costela de porco bem suculenta que, após a publicação no blog de Nide, obrigou o proprietário a ampliar o pequeno espaço, dado o aumento de pedidos diários. "Antes o movimento não era tão grande, mas, depois da publicação, passamos a servir mais de 40 costelas de porco por dia. Antes eram 10 costelas no máximo. No fim de semana, o número chega a 100 costelas vendidas", informou Antônio Santana dos Santos, que não esconde a paixão por futebol, especialmente pelo CRB. Falando em futebol, o boteco possui uma atmosfera para bate-papos descontraídos, os clientes são fiéis e em dias de jogo, e pós jogo, são comuns as alfinetadas entre os visitantes que ficam não só dentro do boteco já que uma outra característica do local é o almoço servido em mesas que ficam no canteiro, sob a sombra de árvores. Tudo num clima simplista e acolhedor que faz do local um lugar frequentado por famílias inteiras. Ah! Uma importante dica: enquanto espera o almoço peça como petisco hóstias de queijo parmesão ou então o caldinho de camarão que tem dois ingredientes bem atípicos, não vamos nem contar. E como estamos em Alagoas, seria impossível falar de gastronomia sem citar nossos pitorescos frutos do mar. Nesta caso, não faltarão indicações no Guia de Nide Lins e, só pra deixar a expectativa da leitura ainda maior, vai a dica para os aficionados em siri, principalmente aqueles que preferem o crustáceo literalmente "de" e "com" coral. Esse é inclusive um dos desafios do Bar do Bahia, em Marcehal Deodoro, onde ganha uma cerveja quem abrir o casco de um único siri e não encontrá-lo recheado com coral. O siri de coral cozido em água e sal é uma tradição do bar capitaneado há mais de três décadas por Benedito Pereira dos Santos, o Bahia, que sequer é baiano e que ganhou o apelido por sua semelhança com um antigo jogador que assim era chamado. Instalado na margem da Lagoa Manguaba, o endereço chega a vender até 500 unidades do crustáceo em um único dia, por R$ 2,00 a unidade. Outra delícia do local é a fritada de filé de siri escoltada por arroz, feijão e vinagrete. A recepção no lugar é sempre calorosa e muito dificilmente o anfitrião não irá lhe recepcionar contando uma de suas velhas e boas histórias, apresentando, por exemplo, uma foto com um de seus amigos de infância, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Sem formalidades, o estabelecimento funciona no quintal de sua propriedade que tem uma bela vista para a lagoa. Além www.OUSHBrasil.com.br
do siri, o bar ainda oferece outras preciosidades gastronômicas e deixar de provar ums dos pratos com peixes nobres como a cavala, a arabaiana e a carapeba, é um verdadeiro desperdício. Prefira cometer o pecado da gula. E parar de comer com certeza é um grande problema para quem frequenta estes lugares. Imagine então quando as opções leves dão lugar aos pratos com a cara do nosso Sertão. Se o que você procura atende pelo nome de "sustança", num bom alagoanês, o Guia te levará a diversos lugares dedicados a arte de preparar, por exemplo, um apetitoso sarapatel, como a Buchada do Galego, na Pajuçara, onde o nome, por si só, já revela a especialidade da casa. conduzida pelo pernambucano Silvino Lopes, o Galego, o restaurante possui uma das funcionárias, Cida, dedicando-se exclusivamente ao preparo da buchada. Depois de fazer o sarapatel, ela recheia os buchinhos e supervisiona o cozimento que totaliza, impressionantes, doze horas. “A limpeza do bucho é o sucesso da receita, pois é preciso passar duas horas no limão. Já todas as vísceras são escaldadas no limão e vinagre”, informa Galego que, segundo Nide Lins, é mestre-doutor na execução da receita. Assim como no Bar do Bahia, no restaurante também há uma regra a ser seguida: quem deixar comida no prato paga em dobro. Por isso, reúna familiares e amigos para enfrentar o sensacional rodízio de carnes com direito a 20 tipos que não deixarão você sair da mesa. Decida por onde começar e delicie-se com buchada, rabada, sarapatel, carneiro, mocotó, sururu, boi guisado, chambaril, porco guisado, carne de sol, galinha cabidela, peito de frango, galinha guisada, peixe, língua, fígado, bisteca de porco, feijoada, lombo paulista ao molho de cerveja… Bom, é melhor pararmos por aqui, o prefácio já foi dito, agora é conferir o roteiro completo no Guia da Gastronomia Popular Alagoana. Salve Nide!
Difícil escolha Buchada, charque ou Costela, são apenas algumas das opções
Coral garantido No Bar do Bahia o siri com coral é o carro-chefe
SEM TRANSTORNOS
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De malas
Pra não amassar as roupas
Por Antonio Maria do Vale
Fazer a bagagem nunca foi tão agradável quanto viajar. Mas com um pouco de organização esta tarefa pode ficar bem mais prática do que você imagina.
Estenda calças, vestidos e camisas, deixando pernas e mangas para fora. Alterne os sentidos para nivelar as camadas na mala.
O entusiasmo é gigantesco e mesmo assim não conseguimos nos motivar a fazer as malas. Não tem jeito, pode ser a viagem dos sonhos, mas sempre que chega a hora de organizar tudo bate aquela preguiça infernal. Na volta então, tentamos empurrar as roupas de qualquer forma e parece que nestas horas a mala diminui, principalmente porque sempre voltamos com mais coisas do que quando partimos. Não é à toa que expressões como “ele é um mala” ou “mala sem alça” representam algo chato, assim como o árduo processo de arrumá-las. Como deixamos sempre pra última hora, temos ainda a permanente dúvida de que estamos esquecendo algo que não deveríamos. E é exatamente por aí que devemos começar, preparando um check list com tudo que precisamos levar. Coloque tudo sobre a cama e revise tirando os excessos, faça um esforço e com certeza encontrará alguma peça que pode ser descartada. Essa é apenas a primeira das dicas que OUSH preparou para você levar o máximo de coisas no menor espaço possível. Lembre-se que a escolha da mala também é importante. Sempre que comprar uma atente-se para o peso, opte pelos modelos mais leves. Para as viagens de longa duração, escolha a tradicional, pois as roupas ficam melhor acomodadas e não amassam tanto. No caso das viagens de curta duração, um ou dois dias, analise se tudo que precisa não cabe dentro de uma mochila, hoje existem as mais variadas opções e elas podem se tornar mais úteis que as malas convencionais. Separe as roupas de acordo com os dias que irá passar, colocando apenas uma peça a mais para um imprevisto. Para ganhar espaço e facilitar o uso, coloque os produtos de higiene e a maquiagem numa nécessaire. Separe apenas dois tipos de calçados, um descontraído e outro mais formal, além de um chinelo para momentos de lazer. Uma dica importante é investir mais em acessórios. Cintos, lenços, óculos e joias podem transformar a mesma roupa em looks bem diferentes. Leve peças que combinem, mantendo tons neutros na parte de baixo e diversificando mais na parte de cima. Às vezes, duas calças e dois shorts são o suficiente para uma semana de viagem. Na bagagem de mão não se esqueça dos documentos pessoais de remédios para uma dorzinha de cabeça. Parece mentira, mas as pessoas costumam esquecer mais estes itens que, por exemplo, o secador de cabelos.
Ao centro, faça pequenas pilhas de meias, calcinhas ou cuecas.
Dobre mangas e pernas em direção ao centro. Esta forma de organização diminui consideravelmente os amassos.
Ponha sapatos e pacotes nas laterais. Pendure a roupa no banheiro enquanto toma uma ducha quente. O vapor ajuda a desamassar.
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Espírito aventureiro
Utilize o interior dos sapatos para colocar meias e cintos e coloque-os na maa sempre com o solado virado para a lateral.
O peso da mochila deve ser maior na cintura, não nos ombros. Coloque roupas mais pesadas no fundo. Isso ajudará no equilíbrio.
Coloque primeiro jeans e jaquetas, que amarrotam menos, e depois, por cima, blusas e camisetas.
Organize suas roupas com dobras da largura da mochila. Desta forma você utilizará melhor os espaços.
Faça rolos de camisetas, assim elas ocupam menos espaço.
Coloque calcinhas, cuecas e meias no final, encaixadas nos cantos.
Nos espaços que sobraram coloque o restante das meias, calcinhas ou cuecas. Use a faixa da mala, ela ajuda a compactar as roupas.
Coloque próximo ao zíper as peças que você precisará com acesso fácil como toalha, capas de chuva, boné e casacos.
Fonte Help Home
Pra caber mais coisas
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MÚSICA & ARTE
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98 anos de música Por Antonio Maria do Vale
Na contagem regressiva para seu centenário, Sociedade Musical Carlos Gomes comemora mais um aniversário festejando seu legado musical e de construção da cidadania em Marechal Deodoro. “Um ditado popular fala das oportunidades naturais para aqueles que nascem em Marechal Deodoro. Diz-se que, ao nascer um menino, é costume jogar uma bola de barro na parede para adivinhar o seu futuro. Se o barro cair, o recém-nascido será um futuro pescador; se o barro ficar colado, será um futuro músico. Ser músico ou pescador são, portanto, as oportunidades tradicionais para os nativos de Marechal Deodoro”. O trecho acima é do livro “Tradição e Modernidade: O perfil das bandas de pífano de Marechal Deodoro”, da escritora Regina Cajazeira, e resume folcloricamente a vocação intrínseca dos deodorenses. Hoje, a propensão natural transformou-se em história secular e são poucos os que ainda mantêm as duas aptidões como sonho a ser realizado. Nas últimas décadas, a indústria do turismo e a possibilidade de trabalhar em Maceió, facilitada após a duplicação da AL-101 Sul, se tornaram o viés mais desejado. Segundo Regina Cajazeira, Marechal Deodoro vive um momento dividido em razão da atuação ambígua do turismo na região: se modernizar para atender melhor seus visitantes e, ao mesmo tempo, manter suas tradições garantindo que seu patrimônio arquitetônico e cultural permaneça intacto e, principalmente, vivo. Uma das heranças a ser preservada é a musicalidade que a cidade possui. Berço de grandes artistas, como Nelson da Rabeca, e capital alagoana das bandas de pífano, Marechal Deodoro possui também grandes orquestras que sobrevivem diante de um cenário cada vez mais avesso a manutenção cultural. Fundada em 07 de
setembro de 1910, a Filarmônica Santa Cecília é a mais antiga de Alagoas. Criada pelo padre Berlamino Barbosa, a banda possui uma concorrente de peso, a Sociedade Musical Carlos Gomes, com quem trava uma disputa, se é assim que podemos chamar, saudável e secular. A ligação vem de longe já que, com 98 anos completados no último dia 14 de novembro, a Carlos Gomes tem o início de sua história ligado diretamente a Santa Cecília. Segundo relatos de moradores antigos, tudo começou quando parte dos membros da Filarmônica Santa Cecília discordaram do modo como os mandatários da orquestra a administravam. Insatisfeitos, 20 músicos decidiram se desligar da banda e fundaram a Sociedade Musical Independente que, em 1915, passara a se chamar Carlos Gomes. Homenageando o grande maestro e compositor brasileiro, autor da ópera O guarani, a orquestra mantém seu legado indiferente aos obstáculos criados pela modernidade, prestando um nobre serviço à comunidade deodorense. O aprendizado não se limita ao domínio instrumental, ele dissemina também conceitos disciplinares entre os alunos e músicos que integram a filarmônica. Nas primeiras décadas de existência a banda exercia um papel de ligação entre parte de seus músicos e o mercado de trabalho. Era comum o ingresso de integrantes da Sociedade na Polícia Militar de Alagoas e, respectivamente, na banda da PM, onde faziam carreira até a aposentadoria. Hoje, os motivos mudaram e, se não são por hobby, buscam manter ativa uma das manifestações
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culturais mais característica de Marechal Deodoro. O maestro Edson Camilo, Major da Polícia Militar de Alagoas, é um destes exemplos clássicos. Ele fez o caminho tradicional e após anos na banda da Polícia retornou a Sociedade. “É uma dívida que estou pagando e me sinto muito feliz porque umas das coisas que melhor faço na vida é música. Construí minha família e tudo que tenho devo as sete notinhas que aprendi aqui”, disse Edson. Hoje, a banda possui 80 integrantes e dezenas de alunos que se apaixonam pela música através das aulas teóricas e práticas realizadas na sede da Carlos Gomes. O trabalho é todo voluntário e a única exigência para se matricular é saber ler e escrever. Os jovens são a maioria, mas existem os que dedicaram quase que toda a vida a orquestra, como o músico João Avelino de Alcântara, que está na banda há 63 anos. São incontáveis os concertos já realizados ao longo de todos estes anos. Quem já presenciou um deles traz na lembrança a surpresa do repertório bem eclético, uma mistura entre os clássicos eruditos e a música popular brasileira. Todo dia 15 de novembro o ritual se repete começando cedinho quando, ao toque de alvorada e sob o comando do maestro Gerson Geraldo de Oliveira, os músicos se reúnem na sede para o tradicional desfile pelas ruas de Marechal Deodoro. “As pessoas saem de casa e costumam nos acompanhar,
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nosso trabalho é muito bem reconhecido e temos o apoio incondicional de todos os deodorenses, é gratificante”, relatou o maestro. Gratificante de fato é o resultado deste quase século de aplicação e esforço gratuito. Muitos pesquisadores reconhecem a música como uma espécie de modalidade que desenvolve a mente humana, promovendo o equilíbrio, proporcionando um estado agradável de bem-estar, facilitando a concentração e o desenvolvimento do raciocínio, em especial em questões reflexivas voltadas para o pensamento filosófico. Platão dizia que “a música é um instrumento educacional mais potente do que qualquer outro”, o que tem sido ratificado na primeira capital de Alagoas pelo trabalho desenvolvido não só por Carlos Gomes e Santa Cecília, mas por todos aqueles que se dedicam a defesa da cultura e da construção da ética e da moral. As atividades da Carlos Gomes se mostram importantes não só do ponto de vista musical. A música, neste caso, apresenta-se como um importante elemento de formação de identidade e cidadania onde agentes multiplicadores de cultura assumem o papel de transformadores da realidade social. Ao retirar jovens e adultos da ociosidade, mais que fazer música, a Sociedade atua como um essencial instrumento de preservação das tradições locais. Que o lema da banda: “a música como alimento da alma”, se perpetue.
MEMÓRIA
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Há 50 anos atrás... Por Antonio Maria do Vale
Umas das imagens mais chocantes da história completa meio século e reacende a discussão sobre o assassinato do presidente americano John Kennedy. Relembre os fatos e tire suas próprias conclusões. Sexta-feira, 22 de novembro de 1963, 11h50, Dallas, Texas, Estados Unidos. O americano James Thomas Tague se prepara para deixar o trabalho e ir encontrar-se com sua noiva, com quem havia combinado um almoço a dois. No caminho, nota que o trânsito não é o mesmo de sempre e que está no meio de um grande congestionamento, recorda-se: o presidente John Fitzgerald Kennedy visitaria a cidade naquele dia. Decidi então descer do carro e ver de perto a comitiva passar. Por “sorte”, encontra um lugar privilegiado para observar, um amplo gramado oposto a praça Dealey Plaza onde só ele, um cinegrafista amador e mais um casal com dois filhos aguardavam a passagem de Kennedy e a primeira-dama Jacqueline. James não sabia ainda, mas em muito pouco tempo se tornaria um personagem involuntário do crime do século. Logo que avistou o Lincoln presidencial ouviu estampidos que imaginou primeiro serem fogos de artifício, mas logo refletiu: “quem poderia estar soltando fogos já que não era permitido?”. Passou a não entender mais nada quando viu o corre-corre dos seguranças e, ainda desnorteado, fora informado por um dos policiais que estava sangrando na face. Ainda não estava claro para James que ele havia sido atingido por um tiro de raspão que tinha como endereço o 35º presidente dos Estados Unidos. Uma bala que não atingiu o alvo, desviou numa árvore, ricocheteou no meio-fio e o atingiu. Eram 12h30 e mais dois disparos não foram desperdiçados por Lee Harvey Oswald, que aguardava a limosine passar pela Elm Street do 6º andar do edifício de armazenamento de livros escolares da cidade. O segundo atingiu e atravessou o pescoço do presidente, acertando também o governador do Texas, John Bowden Connally, que ia no banco da frente e sobreviveu. Caso tivesse sido atingido apenas por este tiro, Kennedy não teria morrido, mas a sequência do ex-fuzileiro teve apenas uma fração de segundo entre um gatilho e outro e a terceira bala que saiu de seu rifle acertou em cheio a cabeça do líder americano. O terceiro disparo foi fatal e presenciado de perto pelo fotógrafo James Altgens, que acompanhava a comitiva tão de perto que teve sangue e partes do cérebro de Kennedy espirrados sobre seus sapatos. Altgens foi o responsável pela última foto do presidente ainda com vida, acenando às pessoas ao lado de Jacqueline. Em relatos, o fotógrafo disse ter tudo na mente como um álbum de fotografias. Lembrava nitidamente do agente Hill saltando sobre o veículo em direção a primeira dama desesperada e que não parava de gritar: “Oh, não! Oh, não!”, e das palavras de um outro segurança: “Fomos atingidos! Leve-nos para o hospital mais próximo!”. Em disparada, seguiram para o Parkland Hospital, mas já era tarde e noticiário americano pouco depois divulgava a morte de Kennedy. O mundo inteiro noticiava o assassinato. Altgens foi um dos primeiros a publicar uma matéria, como ele mesmo descreveu,
tudo, do ponto de vista jornalístico, deu certo naquele dia. A redação ficava a poucos quarteirões dali e todos os semáforos estavam com luz verde. Ao chegar ao prédio, o elevador encontrava-se no térreo e, ao ligar para o chefe (lembremos que não existia ainda o celular e os telefones possuíam muitas limitações), este o atendeu de imediato, dando-lhe carta branca para publicar a reportagem com fotos que representavam o curto espaço de tempo entre a vida e a morte, o que não levou mais de 25 minutos para ser concluída. E todos se perguntavam: como um único homem seria capaz de violar todo o sistema de segurança que cercava um espirro sequer de kennedy e assassiná-lo? Poucas pessoas conheceram Lee como a historiadora Priscilla Johnson McMillan, que conheceu o assassino em Moscou, quando este tentava, em novembro de 1959, cidadania soviética, já que não gostaria de retornar aos Estados Unidos. “Minha mãe trabalhou a vida toda e é um bom exemplo do que acontece com trabalhadores nos EUA.” Disse ao ser questionado porque queria ficar na extinta União Soviética, achando que na América teria uma vida horrível, como acreditava que a mãe tinha. Priscilla voltou a conversar com Lee após o assassinato, ela o considerava um homem triste que se sentia fracassado. Assassinou o presidente para entrar para a história e porque queria discutir o capitalismo. Era fã de Fidel, que por sua vez tinha seu modo de governar massivamente questionado por Kennedy. Ao servir as Forças Armadas Americanas disse para um parceiro, também fuzileiro, que um dia faria algo que seria lembrado 10 mil anos depois. Chegou a entrar na lista do FBI por panfletos à favor de Cuba, nada que o definisse como um risco. Para a historiadora, já preso, disse Lee: “Eu gostaria de contar meu lado da história e dar ao povo dos Estados Unidos da América algo pra pensar”. O assassinato é um dos eventos mais polêmicos de toda a história. Uma pesquisa realizada em 2003, mostrava que 70% dos americanos acreditavam que se Lee Harvey de fato assassinou o presidente, não poderia ter agido sozinho. As teorias de conspiração existem até hoje e poucos acreditam que as razões de Lee foram as únicas responsáveis pelo crime. Nem as testemunhas oculares Tague e Altgens seguem uma mesma linha. Para Tague, o tiro teria sido frontal, o que segundo ele é confirmado no vídeo gravado por Abraham Zapruder, um alfaiate que filmou o crime com uma câmera amadora. Vendo as imagens quadro a quadro é possível ver a cabeça de Kennedy se movimentando primeiro 5,8 cm para frente, indo para trás depois em função de um movimento involuntário, numa reação neuro-muscular. Em 2009, a justiça decidiu que o filme original deveria ficar em poder do governo americano, em troca, pagou 16 milhões de dólares aos herdeiros de Zapruder. Já Altgens, defende viemente que o tiro viera de trás, partindo Uma revista com a cara do Nordeste
possivelmente do prédio onde Lee chegou até a ser abordado, sendo capturado somente depois, dentro de uma sala de cinema, após ter assassinado um policial na tentativa de fuga. Uma foto de Altgens chegou até a ser usada como álibi para Lee, já que fora confundido na imagem, logo após o tiro certeiro, com seu colega de trabalho, Billy Lovelady, que aparecera na fotografia na porta do prédio. E as teorias surgem até hoje, a mais discutida, envolve o desejo de Kennedy retirar as tropas americanas da Guerra do Vietnã, o que seria uma catástrofe para a indústria bélica, que teria arquitetado o atentado. Só para se ter uma ideia, durante a guerra com os vietnamitas, foram usadas mais bombas do que em toda Segunda Guerra Mundial. Dez milhões de soldados passaram por Saigon e bilhões foram investidos, por exemplo, na compra de cinco mil helicópteros. Mas, segundo Vincent Bugliosi, promotor americano que estudou toda a informação sobre o caso disponível, não resta dúvida, Lee Harvey Oswald é o único responsável pela morte de John Fitzgerald Kennedy. Foram 21 anos de trabalho que resultaram no
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livro “Reclaiming History – The Assassination of President John F. Kennedy”, uma obra que examina todas as teorias em 1612 páginas. No texto, Vincent ratifica sua afirmação sobre Lee com 32 provas contundentes de que não há qualquer conspiração contra 53 diferentes provas que o apontam como mentor e executor. “Se houvesse uma das 42 teorias analisadas, 82 possíveis assassinos apontados e as 240 pessoas envolvidas já saberíamos a verdade. Três pessoas guardam segredo, mas 240 durante 50 anos não”, disse Vincent sobre as especulações que sempre voltam à tona. O episódio da morte de Kennedy representou um divisor de águas para a mídia, milhares de americanos acompanharam atônitos os fatos e a informação sobre um acontecimento em tempo real passou a ser compreendida de outra forma. Foram mais de 72 horas de cobertura ininterrupta, inclusive com a transmissão ao vivo do assassinato de Lee, morto quando estava sendo transferido da delegacia para o presídio. Um das imagens mais chocantes do século XX jamais será esquecida e, pelo que tudo indica, também nunca solucionada.
ARTE NA RUA
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Galeria a céu aberto
Por Antonio Maria do Vale
Projeto Arte na Rua transforma avenida do Jaraguá em corredor de artes visuais. Muros do entorno do Porto de Maceió estão ainda mais coloridos e expõem obras de artistas locais com personagens da cultura popular alagoana. Falar da beleza da orla de Maceió é o mesmo que, como diz a expressão popular, “chover no molhado”. Mesmo com os problemas existentes, não há nada mais desestressante que percorrer os cerca de 16 km que separam o Pontal da Barra e a Cruz das Almas. No trajeto, apenas dois pequenos trechos nos obrigam a substituir a paisagem do mar e dos coqueirais pelo concreto de muros e edifícios. O primeiro deles fica na transição entre o Jaraguá e a Pajuçara e o segundo no final da Jatiúca, entre o Posto 7 e o início da Cruz das Almas. Embora nos distanciem da brisa com o cheiro peculiar da maresia, nada como a criatividade para tornar estes intervalos em espaços tão admiráveis quanto nossas praias. Quem passa pelo Porto de Maceió comprova a máxima ao surpreender-se com as belas pinturas que cobrem os muros do terminal marítimo. Executado pelo grupo Alagoas Presente, o Projeto Arte na Rua transformou o corredor da Avenida Industrial Cícero Toledo numa verdadeira galeria de arte. Coordenado pela artista visual Marta Arruda, O trabalho é uma realização da Prefeitura de Maceió, por meio da Fundação Municipal de Ação Cultural – FMAC, e contou com o apoio de uma das principais lojas de tinta da capital. A região ainda é vista como inóspita, poucos se arriscam a parar para apreciar de perto a beleza das pinturas. Sorte dos turistas que, desavisados, costumam observar com mais detalhes a
simbologia colorida expostas no muro, principalmente aqueles que desembarcam dos cruzeiros e usam o corredor para chegar até a Pajuçara. “Cuidado para não ser roubado!”, nos alertou um ciclista enquanto fotografávamos o local que, segundo a Polícia Militar, passará a ter a presença de policiais da bike patrulha com maior frequência. Cabe destacar que ações como esta são importantes dentro do projeto de revitalização do Jaraguá da prefeitura, afinal, não há como se envolver com arte e cultura num espaço que se apresente inseguro para a população. Substituindo a edição de 2008, que homenageava a cultura afrobrasileira, a nova exposição tem como tema a cultura popular alagoana. A curadora das obras, Marta Arruda, selecionou os artistas responsáveis pelas pinturas, uma equipe que contou com nomes experientes e também iniciantes. Para ela, o principal objetivo do projeto é aproximar as pessoas da arte e da cultura, “a ideia é provocar a interação entre os artistas e proporcionar ao maceioense e aos visitantes da cidade a oportunidade de conviver diariamente e gratuitamente com a nossa arte”, disse. O paredão tem dois mil metros quadrados de muita inspiração em imagens relacionadas aos nossos folguedos e seus mestres, a nossa musicalidade, belezas naturais e folclore. A novidade deste ano fica por conta da pintura de Emerson Magalhães que, pela primeira vez no grupo de artistas do projeto, pintou a história do Jaraguá em quadrinhos que medem ao todo cerca de 60 metros. Diferente do que você deduziu, a obra de Emerson não fala do bairro histórico de Maceió, mas do personagem Jaraguá, um folguedo que poucas pessoas conhecem. “Escolhi ilustrar um tema que quase não tem sido lembrado pela população, pensei que aqui seria um bom lugar para deixá-lo registrado”, explicou. Todos os artistas trataram o muro como uma tela gigante, dando vida à obras com cores expressivas e traçados peculiares. São imagens que emergem para o campo sensível do surrealismo, levando aos expectadores sensações individuais em função das infinitas possibilidades de interpretação das pinturas, maximizadas pelo fator de identificação regional que possuem. O presidente da Fundação Municipal de Ação Cultural de Maceió – FMAC, Vinícius Palmeira, reforçou a necessidade de ações deste tipo, “elas contribuem para eternizar nossas tradições populares e isso é importante no processo de reconhecimento da nossa própria identidade”, comentou. São raras as ações como esta em Maceió, numa iniciativa do Projeto Sua Majestade o Circo, o muro da Algás, na Gruta de Lourdes, também recebeu pinturas em 2009. O artista plástico Persivaldo Figuerôa foi o responsável pela oficina que preparou as 22 crianças que pintaram o muro. Ele também integrou a equipe que renovou as pinturas no Jaraguá e é testemunha ativa de que tanto o setor privado quanto o público podem contribuir para que a cidade se torne mais bonita através de atividades que agregam mais conhecimento cultural e ético à população. Aguardamos novas pinceladas...
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DETALHES
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Para Noivas... Por dentro do “Mundo das Noivas” há 5 anos, a empresária Raphaelle Lins descobriu o seu talento e, também, uma grande paixão na arte de decorar e organizar nos mínimos detalhes uma cerimonia de casamento. À frente da Detalhes Eventos há 3 anos, junto com sua bem treinada equipe, faz a diferença no momento mais marcante da vida do casal, sempre com o que há de mais moderno e grandes ideias desenvolvidas analisando as tendências, sempre respeitando o gosto e a vontade dos noivos.
Decoração Todos os noivos sonham com uma festa única e inesquecível, para a Detalhes Eventos, todas são inesquecíveis, pois tem como propósito idealizar o sonho e trazer para prática o que o casal sente e quer mostrar para seus convidados. Trabalhando com competência, em diversos tipos, e temas de casamentos; modernos; rústicos; clássicos, etc., a empresa se destaca mesmo no que se diz a últimas tendências, tornando-se assim, referencia no ramo quando o assunto é criatividade e inovação. Cada casal tem uma história diferente para contar, pois não existe casamento igual ou meio parecido, tem que ser idealizando com cuidado para expressar um sentimento e não se preocupar apenas
Por Ana Paula Nunes Fotos Divulgação
com as regras. Devemos saber a hora de quebrá-las e inovar. Sempre com a responsabilidade de nunca concertar um erro, e sim procurar não cometer falhas, afinal é um momento único.
Assessoria Além de se preocupar com os próprios detalhes, nossa assessoria tem a minuciosidade de contratar e indicar as melhores empresas, planejando todo cheklist de fornecedores, assim trazendo para si a responsabilidade de realizar todo o evento sem que haja constrangimento com os noivos. Com isso todo período que antecede o dia tão esperado consegue minimizar os imprevistos e no grande dia, o Cerimonial está pronto para que tudo ocorra como planejado. Ao nosso lado, o estilista conceituado Léo Sandres que já adotou um de nossos trabalhos, os Bouquet personalizados, o fotógrafo Wellington Carvalho que cada dia se apaixona mais pelo Mundo das Noivas, o Hair Stylist Jr. Gavazzi que assim como a Detalhes Eventos, está sempre acompanhando o que há de mais moderno no mercado e o assessor Cleiton Guedes que leva o nome da empresa também para o interior de Alagoas. Além desses também temos grupo de Buffet, doces finos, bolo, e estamos sempre buscando parceiros com o mesmo intuito que é realizar sonhos.
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EXPERIMENTE
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Sem malabarismos Por Antonio Maria do Vale
Esqueça latinhas, long necks, destilados e energéticos. Da próxima vez que receber os amigos em casa que tal surpreendê-los com drinks que farão o maior sucesso? Você irá se sentir um verdadeiro bartender. Sábado à noite e você está à espera dos convidados para aquele, digamos, jantarzinho entre amigos. Existem os que preferem não arriscar e que optam por formalidades, comida comprada pronta e bebidas mais que tradicionais. Mas se você é daqueles que gosta de criar e põe a mão na massa, fazendo do encontro com a turma um verdadeiro laboratório gastronômico, prepare-se para, no quesito bebidas, surpreender a todos com drinks que agradam gregos e troianos. Com exceção das manobras arriscadas, afinal é melhor evitar um final indesejado com copos e garrafas quebradas, você poderá se sentir atrás do balcão e se tornar um verdadeiro bartender com dicas bem simples. Pra começar, ingredientes fáceis de encontrar e bebidas que você geralmente já usa nestes encontros. O segredo está na perfeita
combinação das receitas que, simples ou ousadas, proporcionam ao paladar novos sabores escondidos. E apesar da técnica de mixologia ser bastante complexa, você pode dar uma de profissional e fazer bonito ao receber visitas. Com ou sem álcool, é possível preparar maravilhas em sua própria casa e deixar seus amigos surpresos e prontos para pedir mais um drink. E para te ajudar, OUSH! listou 10 receitas super fáceis para que você deixe de lado os tradicionais baldes com cerveja, as garrafas de vinho e o uísque com gelo, acompanhado de água de coco ou energético. Transforme-se num barman por um dia e, quem sabe, talvez você até descubra uma vocação que até então desconhecia. A resposta dos amigos após o primeiro gole será o melhor dos feedbacks.
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Caipifruta Brisa Ingredientes
> 150 ml de água de coco > 3 folhas de hortelã > 120 ml de saquê > 2 colheres (sopa) de açúcar > 3 pedras de gelo
Modo de preparo
Triture o hortelã com o gelo na coqueteleira. Acrescente a água de coco, o saquê e o açúcar e misture. Coloque em copo de caipirinha e decore com uma lasca de coco-verde.
Lagoa Vermelha Ingredientes
> 1 dose de Suco de Limão > 1/2 dose de Vodka > 1/4 de dose de Curaçao Red > 1 lata de Soda (até encher o copo) > Gelo
Modo de preparo
Bata em uma coqueteleira o suco de limão, a vodka e o Curaçao Red. Ponha tudo em um copo de long drink (Highball ou Hurricane Glass). Adicione o gelo e complete o copo com a soda.
Caju amigo Ingredientes
> 40 ml de gim > 2 colheres (chá) de açúcar > 50 ml de suco de caju concentrado > 1 caju grande cortado em cubos > club soda
Modo de preparo
Em um copo long drink coloque o gim, açúcar e o suco de caju. Mexa e em seguida coloque os pedaços da fruta. Complete com club soda e mexa para deixar a bebida gaseificada.
Virgin on the beach Ingredientes
> 2 doses de suco de pêssego (caixa) > 2 doses de Suco de Laranja > 1 colher de sobremesa de Açucar > Gelo > 1 a 2 doses de Groselha
Modo de preparo
Coloque todos os ingredientes na coqueteleira, exceto a groselha, e bata. Sirva (sem gelo) e despeje a groselha (bem devagar) pra dar um efeito visual no fundo do copo. Decore com fatias de laranja e kiwi.
Alaska´s Iced Tea Ingredientes
> 15ml Gin > 15ml Vodka > 15ml Malibu (outro Rum Branco) > 15ml Curaçao Blue > Soda (refrigerante de Limão)
Modo de preparo
Coloque os ingredientes, menos o refrigerante, num copo com gelo. depois, complete o copo com a soda e mexa um pouco. Enfeite a borda com uma fatia de limão.
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Saquerinha de uva com hortelã Ingredientes
> 15 uvas Niagra frescas > 4 folhas de hortelã > 1 dose de saquê Hakushika > Açúcar a gosto > Gelo à vontade > Palitinho de cana para decorar
Modo de preparo
Em um copo ilhabela coloque açúcar a gosto e massere as uvas com as folhas de hortelã. Adicioner o saquê e gelo. Coloque um palitinho de cana para decorar.
Raspadinha de melancia Ingredientes
> 1 Lata de Leite Condensado > 3 vezes a mesma medida de melancia picada sem caroço (5 fatias pequenas) > 6 copos altos com o gelo picado.
Modo de preparo
Triture o Gelo no Liquidificador e separe. Bata no liquidificador o leite condensado e a melancia até que fique um creme consistente. Coloque o gelo em um copo e adicione o creme de melancia. Ponha um canudinho e sirva a seguir.
Apple mojito Ingredientes
> Bacardi Big Apple – 2 doses > 6 doses de Club soda > 3 fatias de Limão > 3 galhos de Hortelã > 2 colheres pequenas de açúcar
Modo de preparo
Coloque a hortelã no copo que o drink será servido e amasse com um socador. Adicione o açúcar e amasse um pouco mais. Esprema as fatias do limão. Adicione o Club Soda, o Big Apple e gelo.
Gabriela Ingredientes
> 1 dose de cachaça envelhecida > 200 gr de polpa de graviola > 1 colher de café de canela em pó > 6 cravos da India > 3 cubos de gelo > Açúcar ou adoçante a gosto
Modo de preparo
Este é o mais prático e rápido dos drinks. Basta chacoalhar todos os ingredientes na coqueteleira e enfeitar o copo com canela sobre a bebida. Prontinho, é só servir.
Pina colada Ingredientes
> 2 doses de Leite de coco > 7 doses de Suco de abacaxi > Gelo Quebrado
Modo de preparo
Bata o leite de coco e o suco de abacaxi na coqueteleira. Encha um copo de long drink de gelo quebrado e sirva. Decore com um pedaço de abacaxi. Uma dica é deixar todos os ingredientes por duas horas na geladeira antes de fazer o drink.
CORTES ESPECIAIS
Por Marcio Mrotzeck
Cortes especiais representam o futuro do mercado de carne bovina, é o que se pode traduzir após analisar a longa trajetória do produto, desde as tradicionais encomendas em açougues para o churrasco de final de semana, a posterior criação de butiques de carne e, finalmente, as vendas de cortes especiais em supermercados. Certos nomes de cortes bovinos referem-se à localização anatômica, tais como pescoço, paleta, costela, peito e coxão mole e coxão duro, que são a coxa do boi. O contrafilé tem esse nome porque fica ao lado oposto do filé ou filé-mignon. O caso da picanha é interessante: o nome vem de picana, expressão típica do Rio Grande do Sul e Mato Grosso: local onde os bois são tangidos por varas compridas com um ferrão na ponta. Outros nomes relacionam-se com o formato da peça, como patinho, lagarto e peixinho. Conheça a seguir alguns cortes. Maminha Muito saborosa e macia, esta carne fica ótima quando grelhada, bem ou mal passada, e servida em fatias finas (tipo Roast Beef). Rosbife (lagarto) É um corte seco, localizado na parte traseira do boi. Precisa de um cuidado a mais para ficar tenro, mas todo esforço vale a pena, pois o resultado é muito bom. Bastante utilizado para carpaccio, assados e cozidos lentos. Pode ser recheado ou marinado, tipo Carne Louca. Bife Paris de Patinho Carne bovina magra e com baixo teor de gordura. Recomendado para bife acebolado, à milanesa, a rolê e strogonoff. Ossobuco Um dos pratos mais tradicionais da Itália, mais precisamente em Milão. Fica muito bom quando cozido lentamente, em fogo baixo. Alcatra (baby Beef) Corte nobre, macio e muito saboroso, faz sucesso na cozinha brasileira. De pouca gordura, deve ser cortado em fatias grossas para evitar o ressecamento.
Picanha Corte tradicional de churrasco, de fácil reconhecimento por seu formado semelhante à uma semente de feijão. Durante o preparo, a capa de gordura deve ser mantida, para não comprometer seu sabor e suculência. Recomendamos servi-la ao ponto ou mal passada. Contrafilé (Bife de Chorizo) Localizado no lado oposto ao filet mignon, fato que explica a origem do seu nome. Possui ótimo sabor e maciez, devendo ser grelhada. Noix Carne muito saborosa, suculenta e macia, também conhecida como filé de costela, entrecôte, charneira, bife ancho e alguns outros nomes. Tem fibras mais curtas e rijas e fica melhor quando preparado como churrasco ou na grelha. Alcatra (bombom de alcatra) Essa variação de corte é subdividida do miolo da carne, com formato arredondado que lembra bastante o Filet Mignon. Muito saborosa e perfeita para churrascos. Tibone ou t. Bone Corte especial do Lombo, muito saboroso, macio e entremeado de gordura. Fica ótimo em bifes e churrascos, preparado na grelha. Bisteca fiorentina A união do Filet Mignon com o Contrafilé forma um dos pratos mais tradicionais e apreciados da Itália. É considerado um dos bifes da mais alta qualidade. Uma revista com a cara do Nordeste
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126 Carnes selecionadas
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HOMENAGEM
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Por Amanda Vasconcelos Fotos Divulgação
“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.” - Nelson Mandela Uma revista com a cara do Nordeste
Advogado, ex-líder rebelde, ex-presidente da África do Sul, ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 1993, considerado Pai da Pátria da moderna nação sul-africana e o mais importante líder da África Negra. Ele é Nelson Mandela.
o regime, Mandela torna-se o porta voz e chefe nacional da Campanha de Desafio, onde há movimentação em todo país no qual convidavam os negros a usarem espaços reservados aos brancos, resultando na primeira prisão dele por dois dias.
Nascido em uma pequena aldeia do interior da África do Sul, de família que possui nobreza tribal, ele provavelmente teria ocupado o cargo de chefia da tribo se não tivesse abandonado esse destino aos 23 anos, idade com que saiu de interior e foi para Joanesburgo iniciar sua atuação politica. Da zona rural para a faculdade, Mandela se tronou advogado e líder da resistência não violenta da juventude em luta.
Preso em várias ocasiões e por dias incontáveis, acumula condenações como uma pena mínima de nove meses de trabalhos forçados até prisão perpetua, onde ficou conhecido como o "preso 466/64”, passando vinte e sete anos sem noticias do mundo exterior, possuiu várias ordens de interdição proibindo-o de participar de atividades políticas e inúmeros processos.
Na capital os primeiros anos não foram fáceis, foi lá que Mandela se conscientizou do abismo que separava negros e brancos no país e começou a lutar contra o racismo. Trabalhou como vigia em uma mina e foi demitido, era visto pelas famílias onde se abrigava como alguém “imprestável” e só sobreviveu por conta das suas amizades, até que teve seu primeiro encontro com Walter Sisulu, ativista sul-africano, pessoa que ajudou a mudar a vida do jovem Nelson. Conseguindo assim um emprego de assistente em uma banca de advogados, sendo então o único negro contratado para esse trabalho. Um pouco mais tarde inaugurou seu primeiro escritório advocatício negro no país junto com Oliver Tambo, e assim descobriu que a justiça sempre pendia para os brancos.
Historicamente foram quase 50 anos de luta até o próprio Nelson Mandela fazer seu juramento como presidente da África do Sul. Foi na eleição chamada de “multi-racial” que o próprio ganhou com grande diferença, terminando assim a era do apartheid.
A partir daí a luta foi incansável, em 1949 surge o apartheid, regime de segregação racial que foi introduzido como politica oficial após as eleições gerais de 1948. O regime tinha uma legislação que dividia os habitantes em grupos raciais chegando a forçar a separação de famílias. Foi na década de 70 que os negros foram privados de sua cidadania. Na frente contra
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Hoje ele virou lenda, aos 95 anos, ele falece, incialmente internado com problemas pulmonares, seguia em estado critico, consciente e respondendo aos tratamentos, chegou a sair do hospital e ir para casa, de onde partiu pacificamente. Foi homenageado durante dez dias e enterrado em Qunu, o pequeno vilarejo onde cresceu. Dedicando mais de 67 anos de sua vida a serviço da humanidade, a ONU instituiu o “Dia Internacional Nelson Mandela”, comemorado dia 18 julho, mesmo dia do seu nascimento. Mandela é homenageado por todo o mundo, inspirando várias pessoas a seguir a politica e um ícone da defesa dos direitos humanos. Em um de seus discursos ele diz: "A luta é a minha vida. Continuarei a lutar pela liberdade até o fim de meus dias.". Longa vida, salve Nelson Mandela.
“Toda cidade tem uma linda revista. A OUSH!
Porque anunciar na OUSH! Brasil... Imagem é tudo, esse é o grande segredo e diferencial quando se quer apresentar, vender ou comunicar a sua imagem ou a de sua empresa a um público específico. Somos um Canal de Mídia comprometido com a qualidade, tanto no conteúdo quanto na sua apresentação. Uma revista diferenciada seria uma tradução melhor, confira os resultados de quem já anuncia conosco e venha você também para OUSH! Brasil, a revista que todo mundo vê e lê.
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Maceió, a cidade mais linda do Brasil | Foto cedida gentilmente por Juliano Pessoa
Brasil é a revista que tem a mais linda cidade.”
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