ENAURO DE CASTRO PROJETO BARREIRO: programa ambiental total
ENAURO DE CASTRO PROJETO BARREIRO: programa ambiental total
ENAURO DE CASTRO
PROJETO BARREIRO: programa ambiental total
2015
Capa: PROJETO BARREIRO: programa ambiental total – Topografia, 2014 Imagem digital em imagem de satélite e folha de ouro sobre impressão 30 x 20 cm. 2000.
PROJETO BARREIRO: programa ambiental total Este projeto propõe apresentar o Barreiro, um dos riachos que compõe o sistema hidrográfico de Goiânia, e que nasce nas imediações do Centro Cultural Oscar Niemeyer, sede do MAC-GO, atravessa parte da Região Sul desta capital, indo desaguar no Meia Ponte, rio principal que a banha e abastece, com três indagações: qual é o papel da arte no processo de urbanização da cidade? Como podemos apreender a modernidade urbana na cidade de Goiânia, diríamos, na periferia do capitalismo? Será possível pensarmos o Barreiro e a questão urbana que o envolve na chave da crítica da arte em Goiânia? A o incorporar em s eu fluxo a problemática do desenvolvimento urbano, o Barreiro sofre as consequências da constante mutação da cidade. Assoreado e degradado, apesar da sua bacia ser considerada área de preservação ambiental e estar vinculada ao museu de arte, ele é apropriado como símbolo de um processo que não apenas despreza e marginaliza todo um manancial aquífero, mas torna-o invisível à população de modo a favorecer, tão somente, o desenvolvimento da indústria imobiliária. Por meio de uma série de ações e intervenções performáticas realizadas ao longo de vários anos, registradas através de fotografias e vídeos, o Barreiro integra este projeto que se estende a várias outras partes da cidade, incorporando, também, o Santo Antônio, o Córrego da Cruz, o Anicuns, o Botafogo, o Areão, o João Leite, o Meia-Ponte, enfim, os 80 córregos que constituem o manancial aquífero de Goiânia,
formando um vasto sistema de “vasos comunicantes”. Além de incluir pinturas, objetos e instalações feitos a partir de diversos materiais, tais como barro, água, ou até mesmo o som das águas desses riachos, esse projeto assume caráter sócio-ambiental, ao incluir também a participação das comunidades que, de uma maneira ou de outra, se servem dos recursos fluviais. Assim, busco converter o plano da cidade em um campo ampliado de discussões e intervenções. Ao transpor os limites do atelier, a minha pretensão não é somente transformar as margens do Barreiro num lugar de intervenções fora do espaço museológico, mas converte-lo em obra de arte. Desse modo, penso em traze-lo simbolicamente para dentro do museu, inteiramente resignificado, transfigurado em algo capaz de reconstruir ligações entre passado, presente e futuro. Ou seja, neste âmbito, espero poder refletir melhor e de maneira mais ampla sobre as relações entre a arte, o homem e o meio ambiente. Se, no espaço da metrópole, os riachos permanecerem invisíveis, arrastando, entre os escombros, águas ácidas e espumentas, esquecidos em meio aos infindáveis planos de expansão do capital que, na maioria das vezes, apenas corroboram as descontinuidades, a vida, que ainda nos resta, acabará esvaindo-se completamente.
Enauro de Castro
BARREIRO PROJECT: total environmental program This project proposes to present the Barreiro, one of the streams that make up the hydrographic system of Goiânia that beggins near the Oscar Niemeyer Cultural Center, head office of the MAC-GO, crosses a part of the southern region of the capital, going emptying into the Meia Ponte river the main that bathes and supplies the city, with three questions: what is the role of art in the process of Goiânia urbanisation? How can we apprehend the urban modernity in Goiânia, we would say, on the periphery of capitalism? Can you think Barreiro and the urban question that surrounds from art criticism in Goiania? By incorporating in its flow the problems of urban development, Barreiro suffer the consequences of the constantly changing of the city. Silted and degraded, despite its watershed be considered environmentally protected area and be linked to the art museum, it is appropriated in this project as a symbol of a process that not only disregards and marginalizes an entire aquifer wellspring, but makes it invisible to the population in order to favor only the development of the real estate industry. Through a series of performative actions and interventions over several years, registered through photographs and videos, Barreiro is part of this project that extends to several other parts of the city, incorporating also the Santo Antonio, the Stream Cruz, the Anicuns, Botafogo, the Areão, João Leite, Meia-Ponte, finally, the 80 streams that constitute the aquifer source of Goiania,, forming a vast system of
"communicating vessels". Besides including paintings, objects and installations made from various materials such as clay, water, or even the sound of the waters of those streams, this project takes social and environmental character, by including the participation of communities, that one way or another, use the river resources. So, I try to convert the city plan in an expanded field of discussions and interventions. In transposing the limits of the studio, my intention is not only to transform the shores of Barreiro in a place interventions outside the museum space, but converts it into a work of art. Thus, I think of bringing it symbolically into the museum, fully re-meaning, transfigured into something able to rebuild links between past, present and future. That is, in this context, I hope to reflect better and in a broader way on the relationship between art, the man and the environment. If, in the city, the streams remain invisible, dragging, among the rubble, foam and acid water, forgotten amid the endless expansion plans of the capital that, most of the time, only corroborate with the discontinuities, life, which still remains, will eventually draining away completely.
Enauro de Castro
Imagem da página anterior: PROJETO BARREIRO: programa ambiental total Hélio Oiticica. Intervenções digitais em fotografia 90 x 70 cm. 2000. Página ao lado: PROJETO BARREIRO: programa ambiental total Judit Casalprim Martin Kippenberger Rirkrit Tiravanija Dennis Oppenheim Intervenções digitais em fotografia 90 x 70 cm. 2000.
o
Páginas anteriores: PROJETO BARREIRO: programa ambiental total Imagem panorâmica da cabeceira do Barreiro com Centro Cultural Oscar Niemeyer I Fotografia digitalizada, 60 x 25 cm. 2014. PROJETO BARREIRO: programa ambiental total Pintura in-door 1 (detalhe). Barro do Barreiro sobre lona de algodão cru, 105 x 107 cm. 2014.
.
PROJETO BARREIRO: programa ambiental total Pintura in-door 1, Girafa. Barro do Barreiro sobre lona de algodão crua, 70 x 70 cm. 2013. página ao lado: PROJETO BARREIRO: programa ambiental total Pintura in-door 3. Labirinto. Barro do Barreiro sobre lona de algodão cru 163 x 210 cm. 2013
.
PROJETO BARREIRO: programa ambiental total Pintura in-door 1,
Espiral. Barro do Barreiro sobre lona de algodão cru, 163 x 210 cm. 2014. Página ao lado:
PROJETO BARREIRO: programa ambiental total Pintura in-door 2 . Pirâmide. Barro do Barreiro sobre lona de algodão cru. 110 x 130 cm. 2013.
.
Página anterior: Vista de Goiânia a partir do Barreiro . PROJETO BARREIRO: programa ambiental total Latão. Barro do Barreiro, latão de 200 l, 58Ө x 85 cm. 2014
.
Página anterior: ROJETO BARREIRO: programa ambiental total – Barro. Barro do Barreiro e caixa de madeira, 46 x 26 x 30 cm. 2014. PROJETO BARREIRO: programa ambiental total Água. Garrafa de vidro 250 ml com água do Barreiro, 5Ө x 22,5 cm. 2014.
.
Página anterior: PROJETO BARREIRO: programa ambiental total FLORA. Sabão artesanal, 12 x 12 x 26. 2014. PROJETO BARREIRO: programa ambiental total Água. Instalação com garrafas de água do Barreiro (Detalhe), 12 x 12 x 26. 2014.
.
Página Anterior: Barreiro. Sagrada escritura. G. Doré - Antigo Testamento (detalhe). Barro do Barreiro sobre lona de algodão cru, 120 x 70 cm. 2014.
.
Página anterior: PROJETO BARREIRO: programa ambiental total ARCO DE TITO. Barro do Barreiro sobre lona crua de algodão, 210 x 110 cm. 2015. PROJETO BARREIRO: programa ambiental total OS LUXURIOSOS Doré / Divina Comédia Barro do Barreiro sobre lona crua de algodão, 120 x 163 cm. 2015.
PROJETO BARREIRO: programa ambiental total Sem t铆tulo, 2014 V铆deo, 9始 37始', in loop still https://www.youtube.com/watch?v=zsEGasHg2pU
PROJETO BARREIRO: programa ambiental total – Projeto cidade, 2015. 1’22, in loop still: https:// www.youtube.com/watch?v=23HV4ObbQW8
Página. Anterior: PROJETO BARREIRO: programa ambiental total 1. 2’55’’: http://youtu.be/WjouoWIgnC0 PROJETO BARREIRO: programa ambiental total . 2012. 6’39’': http://youtu.be/MsjMAAHOBhU O espelho de Próspero 2014. 9’37’’: http://youtu.be/zsEGasHg2pU
Na página anterior e nesta: PROJETO BARREIRO: programa ambiental total. Intervenções no Barreiro. Fotografia. Dimensões variáveis. 1999/2015.
.
Pรกgina anterior: Barreiro. BARREIRO 1. Barro do Barreiro sobre lona de algodรฃo cru,120 x 210 cm. 2015
.
Página anterior: Barreiro 3. Barro do Barreiro sobre lona crua de algodão, 144 x 210 cm. 2015. BARREIRO 2. Barro do Barreiro sobre lona de algodão cru, 144 x 210 cm. 2015. Páginas seguintes: BARREIRO 6. Barro do Barreiro sobre lona de algodão cru, 175 x 210 cm. 2015. BARREIRO 7. Barro do Barreiro sobre lona de algodão cru, 175 x 210 cm. 2015.
.
Página anterior: BARREIRO 4. barro do Barreiro sobre lona de algodão cru, 190 x 210 cm. 2015. BARREIRO 5. Barro do Barreiro sobre lona de algodão cru, 132 x 210 cm. 2013.
.
Página anterior: MARGEM DO BARREIRO 3 16’59’’: http://youtu.be/vxOXNw9ImLE 2015. PROJETO BARREIRO: programa ambiental total Labiríntimos (performance), 2014.
.
Página anterior: LABIRÍNTIMOS 1, 2, 3 e 4 Barro do Barreiro sobre lona de algodão cru, 88 x 88 cm. 2014. Labiríntimos (performance) 2014
Labiríntimos/ Praça do Bandeirante - Goiânia-GO (performance). 2014. Página ao lado: PROJETO BARREIRO programa ambiental total imaterial, 1’28’’: http://youtu.be/YPeRrE0pZFY
ENAURO DE CASTRO Possui graduação em Artes Plásticas pela Universidade Federal de Goiás (1996). Atualmente trabalha como pesquisador e técnico de reserva junto ao acervo do Museu de Arte de Goiânia - MAG. ANOS 80: LIBERDADE E FIGURAÇÃO. Museu de Arte de Goiânia – MAG. – Goiânia – Go, 2015. ADENSAMENTO E EXPANSÃO – arte contemporânea – acervo CCUFG. Curadoria de Carlos Sena Passos, Centro cultural CCUFG. – Goiânia – Go, 2014. O CÂNONE POBRE: UMA ARQUEOLOGIA DA PRECARIEDADE NA ARTE. Curadoria de Ana Zavadil, Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli, 2014. DIÁLOGO DESENHO. Curadoria de Glayson Arcanjo. Museu Universitário de Arte (MUmA) – Universidade Federal de Uberlândia. – Uberlândia MG, 2013. ROÇADEIRA – encontros performáticos em lugares improváveis/Sessão1# Labiríntimos. Espaço Labiríntimos (ateliê coletivo). Curadoria Glayson Arcano. (Org.) Ana Reis e Cássia Nunes. Goiânia – GO, Outubro de 2013. A CIDADE É O LUGAR. Curadoria de Divino Sobral – Museu de Arte Contemporânea de Goiás – Centro Cultural Oscar Niemeyer. – Goiânia – GO, 2012. I SALÃO DE ARTE CONTEMPORÂNEA DO CENTRO-OESTE. Goiânia: Centro Cultural UFG, de 28 de abril a 17 de junho de 2011. Percursos e reflexões. Galeria da Faculdade de Artes Visuais. Organização Carla Abreu. Goiânia : Eliite, 2008.É HOJE NA ARTE BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA
(Coleção Gilberto Chateaubriant). Curadoria de Fernando Cocchiarale e de Franz Manata. SantanderCultural, Porto Alegre – RG, 2006. CORPO – O Corpo na Arte Contemporânea Brasileira. Curadoria de Fernando Cocchiarale e Viviane Matesco. Itaú Cultural, São Paulo – SP, 2005. ACERVO DA FAV - Arte contemporânea de Goiás. Curadoria de Carlos Sena Passos. Galeria da Faculdade de Artes Visuais/UFG. - Goiânia – GO, s/d. HODIERNOS. Acervo da Faculdade de Artes Visuais – Doações recentes. Curadoria de Carlos Sena Passos. - Goiânia – GO: UFG, 2003. CORPUS. Curadoris de Carlos Sena Passos. Galeria da Faculdade de Artes Visuais. - Goiânia – GO: UFG, 2002. RUMOS VISUAIS – Mapeamento nacional da produção emergente. Coordenadora do Programa Rumos Itaú Cultural Artes Visuais (1999/2000) Maria Eugênia Saturni / Curadores Coordenadores Angélica Morais, Daniela Bosso e Fernando Cocchiarale/Curadores Adjuntos Carla Zaccagnini, Cláudio de La Rocque, Dodora Guimarães, Jailton Moreira, João Henrique do Amaral, Marcos Hill, Moacir dos Anjos, Sérgio Vieira Cardoso, Viviane Matesco. - Itaú Cultural – São Paulo – SP e Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro – RJ, 2000. AS BORDAS DO VAZIO. Curadoria de Jailton Moreira. Itaú Cultural Belo Horizonte (MG), Galeria Itaú Cultural Brasília (DF), Galeria Itaú Cultural Penápolis (SP) 2000/2001. VERTENTES CONTEMPORÂNEAS. Coordenação e
curadoria de Fernando Cocchiarale. Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura/Museu de Arte Contemporânea do Ceará, Fortaleza (CE); Fundação Joaquim Nabuco/Galeria Vicente do Rego Monteiro/ Massangana e Baobá Recife (PE); 1999/2000. SALÃO NACIONAL DE ARTE DE GOIÁS – 1o Premio Flamboyant. Shoping Flamboyant, Goiânia (GO) 2001. NBP – NOVAS BASES PARA A PERSONALIDADE/ BRANCO. Trabalho multimídia realizado a partir da desapropriação por meio de contrato firmado em cartório da obra homônina de Ricardo Basbaun, com a participação de Sálvio Juliano e Christiane Frauzino. Museu de Arte Contemporânea de Goiás. Goiânia – GO, 1999. Curadorias: Acervo de MAG – obras sobre papel. Museu de Arte de Goiânia - Secretaria Municipal de Cultura, 2012. A paixão de Zé Cambota. Museu de Arte de Goiânia Secretaria Municipal de Cultura. - Goiânia – GO, 2003. Arte e Hibridismo em Goiás. Museu de Arte de Goiânia - Secretaria Municipal de Cultura. - Goiânia – GO, 2002. Outras participações: Rede Goiânia Funarte Artes Visuais - Oficina Linguagem na Roda II, com Fernando Lindote - Programa Rede Nacional Funarte Artes Visuais, 8a Edição – Goiânia – GO : Centro Cultural UFG, 2012. Roçando ideias sobre os encontros performáticos (mesa redonda) – como parte da programação da Mostra “Histórias do Cinema e do Povo de Goiás”. (Org.) Ana Reis e Cássia Nunes. Goiânia Ouro – Goiânia – GO, 2013. Publicações: Confaloni: um mestre à margem do sistema de arte.
brasileiro. Tex]xOH, Museu de Arte do Rio Grande do Sul, V. 1 no1/Junho – Setembro de 2013. Paisagem e Região: a paisagem cultural do sertão e a região como lugar de fala de um sujeito "diaspórico". In: Anais do IV Seminário de Pesquisa da FAV: Caminhos e Projetos. - Goiânia: UFG, 2003. p.45 – 45. Mapeamento Nacional da Produção Emergente: Rumos Itaú Cultural Artes Visuais 1999/2000 / Apresentação Ricardo Ribenboim -- São Paulo : Itaú Cultural : Imprensa Oficial do Estado: Editora da Unesp, 2000. Organização e coordenação de eventos: Coordenou o I SEMINÁRIO PENSANDO OS MUSEUS MUNICIPAIS DE ARTE realizado pelo Museu de Arte de Goiânia (MAG) como parte da 11a edição da Semana Nacional de Museus cujo tema proposto pelo IBRAM foi: “Museu (Memória + Criatividade) = Mudança Social”. Secretaria Municipal de Cultura. - Goiânia – GO, 2013. Organizou a exposição Mostra 18 – acervo do MAG. Museu de Arte de Goiânia, Secretaria Municipal de Cultura. - Goiânia – GO, 2012. Organizou a mostra O ponto zero na fotografia do fotógrafo Evgen Bavcar. Curadoria de Ângela Magalhães e Nadja Peregrino. Galeria Frei Confaloni. Goiânia – GO, 2000.
CONTATO e-mail: enaurodecastro@gmail.com telefone: (62) 81247101 / (62) 3622-8854 BLOG http://enaurodecastro.blogspot.com.br/ Vテ好EOS https://www.youtube.com/u