Opressão e classe: ousamos lutar! “Elogio Da Dialética A injustiça avança hoje a passo firme. Os tiranos fazem planos para dez mil anos. O poder apregoa: as coisas continuarão a ser como são. Nenhuma voz além da dos que mandam. E em todos os mercados proclama a exploração: Isto é apenas o meu começo. Mas entre os oprimidos muitos há que agora dizem: Aquilo que nós queremos nunca mais o alcançaremos. Quem ainda está vivo nunca diga: nunca. O que é seguro não é seguro. As coisas não continuarão a ser como são. Depois de falarem os dominantes, falarão os dominados. Quem pois ousa dizer: nunca? De quem depende que a opressão prossiga? De nós. De quem depende que ela acabe? De nós. O que é esmagado, que se levante! O que está perdido, lute! O que sabe e o que se chegou, que há aí que o retenha? Porque os vencidos de hoje são os vencedores de amanhã. E nunca será: ainda hoje.” Bertolt Brecht
A Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil (Antra) estima que 90% das pessoas trans estejam na prostituição. São, em sua maioria, mulheres trans, travestis, negras, pobres e com baixa escolaridade. As empresas de callcenter, que geralmente são terceirizadas, são as que mais empregam a população trans em troca de baixos salários, péssimas condições de trabalho e alto nível de exploração. A terceirização também é uma realidade cada vez mais presente nas universidades hoje. As principais áreas terceirizadas são limpeza, manutenção e segurança, e a maioria dos trabalhadores e trabalhadoras são pessoas negras, mulheres e LGBTs. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômicas Aplicadas, dos 7,2 milhões de brasileiras e brasileiros trabalhando na limpeza, cozinha e manutenção de casas e escritórios em 2009, 93% eram mulheres, e negros e negras representavam 61,6% do total. Não há dúvidas de que a carne mais barata do mercado continua sendo a carne negra. O salário médio de um homem negro no Brasil não chega à metade do que recebe um homem branco. Uma mulher negra tem rendimentos que só chegam a 30% do salário de um homem branco.