Bebidas em Geral
Engarrafador A REVISTA DE NEGÓCIOS E TECNOLOGIA EM BEBIDAS
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Editora Aden
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Ano XXIII Nº 247
Pronta verão para o
Cervejarias investem em marketing, produção e distribuição para reforçar suas operações no verão
ÍNDICE 16 CAPA Pronta para o verão Empresas investem em marketing, produção e distribuição para reforçar suas operações no verão
24 Cerveja Cotação em alta Esquecidas pelo mercado por algum tempo, as cervejas de trigo conquistam apreciadores em todo o mundo
Anunciantes DÖHLER ............................... 4a Capa
PENTAIR ........................................ 15
EDITORA ADEN ............................ 31
PROZYN ........................................ 27
FRACCAROLI ....................... 3a Capa
SANMARTIN .................................. 21
KRONES ........................................ 19
SEW-EURODRIVE ........................ 03
PAKMATIC ............................. 2a Capa
ZEGLA ............................................ 23
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Seções Ponto de Venda ........................................................... 06 Dinheiro & Negócios ..................................................... 08 No Campo .................................................................... 10 Meio Ambiente ............................................................ 12 Lá Fora ......................................................................... 14 Livros ........................................................................... 49 Notícias ........................................................................ 50
Engarrafador Moderno
32 Sucos
40 Marketing
O futuro dos citrus
Potencialize sua marca
Instituto Agronômico (IAC) e Embrapa são os participantes brasileiros no consórcio internacional
Divulgar a marca no veículo de propaganda mais adequado bem como a utilização de canais de vendas apropriados são fatores essenciais para o sucesso do produto
Agroindústria 36 Desafios na agricultura As mudanças climáticas estão entre os fatores que podem agravar a insegurança alimentar que atinge milhões de pessoas em todo o mundo
Estudo 42 Internacionalização de empresas Companhias brasileiras crescem e se sofisticam, mas expandem em ritmo lento
Ao leitor
Cerveja cresce mesmo com economia fraca
O
Brasil fecha o ano com um PIB (Produto Interno
Bruto) próximo de zero, ou seja, não houve crescimento. Uma tragédia para um país em desenvolvimento que necessita de investimentos pesados em infraestrutura, educação, saúde, transporte e em outros tantos setores. Infelizmente, o Governo "perdeu" a mão e deixou escapar mais uma chance de colocar o país numa situação bem mais confortável do que essa que estamos vivendo. O setor de bebidas, apesar da situação econômica, deve apresentar crescimento na maioria dos produtos. A produção de cerveja deve crescer cerca de 5% em 2014, revertendo a queda de 2,6% observada em 2013. Nada mal para um setor
que sempre teve seu crescimento atrelado ao PIB. O que será que mudou? Vale uma boa análise para entendermos melhor o comportamento desse mercado. No momento, o que cabe ressaltar é que as indústrias cervejeiras estão a pleno vapor para o verão, temporada de festas e Carnaval. As microcervejarias também se preparam com uma distribuição mais abrangente e novos lançamentos que possam atrair mais consumidores aumentando as vendas num período que, normalmente, responde por cerca de 60% do consumo de cerveja no país. Boa leitura! Carlos Donizete Parra 5
PONTO DE VENDA Christmas beer A Baden Baden, cerveja especial da Brasil Kirin, acaba de lançar sua nona edição temática de Natal. Trata-se da Christmas Beer, uma cerveja do tipo ale, clara, com cor de palha e levemente frisante, que lembra champagne. A cerveja chega ao mercado brasileiro em embalagem temática, cujas cores e elementos ganham destaque natalino. Acompanha perfeitamente pratos da época, como peru, carnes, panetones e frutas secas. Preço Sugerido: R$14,90.
Para presentear
A vez dos brancos Depois de lançar os tintos Merlot e Cabernet Sauvignon, a Salton completa a linha Paradoxo com dois vinhos brancos. Produzidos na Campanha Gaúcha, o Salton Paradoxo Chardonnay, safra 2013, é um branco límpido e brilhante, com coloração amarela e destacados reflexos esverdeados, e o Salton Paradoxo Gewurztraminer, que é feito com uvas da safra de 2014 tem coloração amarelo palha vivo.
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Presentear pessoas especiais já é uma tradição nas festas de final de ano e para tornar a ocasião ainda mais inesquecível, a vinícola Casa Valduga apresenta o Brandy XX (R$500,00 – preço médio), elaborado a partir de vinho Trebbiano. A bebida é guardada em barricas de carvalho francês por 20 anos, resultando em um single barrel elegante e agradável. Para presentear as mulheres com elegância, a opção é o Maria Valduga (R$150,00 – preço médio), considerado a joia do espumante brasileiro. A bebida é uma homenagem à matriarca da família Valduga.
Requinte A Moët & Chandon lança, especialmente para as celebrações de fim de ano, a coleção “Moët So Bubbly”, que adorna o champanhe icônico Moët Impérial com uma explosão de borbulhas em duas versões: “So Bubbly Bath” e “So Bubbly Bag”. Engarrafador EngarrafadorModerno Moderno
Nova roupagem A Cervejaria Mistura Clássica, de Volta Redonda, RJ, apresenta o novo rótulo Vertigem IPA. De cor dourada, final seco e ligeiramente amargo, ela se destaca por possuir intensos aromas e sabores florais e frutados, provenientes de uma combinação de lúpulos americanos e australianos. Com 6,5 % de teor alcóolico,a receita da Vertigem IPA é uma parceria dos cervejeiros caseiros Eduarda Dardeau e Ricardo Rosa com o mestre cervejeiro da Mistura Clássica Severino Batista.
Sugestões natalinas A Microdestilaria Hof trabalha com um conceito contemporâneo de produção em escala reduzida, com criações de receitas originais, mantendo a harmonização das propriedades marcantes dos ingredientes e a destilação em alambiques de cobre do tipo Pot still. Como dica para o Natal, a Hof sugere o Creme de Café Frigga e o Coffea Arabica Trigoni.
Para brindar 2015 Para brindar a chegada de 2015, a Casa Valduga oferece diversas opções de espumantes,elaborados exclusivamente pelo método tradicional, conhecido como champenoise, seguindo as tradições da região de Champagne, na França. A vinícola oferece o Arte Tradicional Brut Rose, elaborado a partir da composição de 60% Chardonnay e 40% de Pinot Noir. Outro destaque é o Brut 130, elaborado em 2005 para comemorar os 130 anos da chegada da família Valduga no Brasil. O Reserva Brut, elaborado em safras de alta qualidade e maturando meses em caves subterrâneas, apresenta perlage fino e duradouro.
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&
DINHEIRO NEGÓCIOS
Menos empregos
Dívidas
A indústria de São Paulo fechou 36.500 postos de trabalho em novembro deste ano, na leitura com ajuste sazonal, e deve chegar ao final de 2014 com ao menos 130 mil empregos a menos. Os resultados são da Pesquisa de Nível de Emprego da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp), divulgados em dezembro. O levantamento ainda apurou, pela primeira vez, que todos os 22 setores industriais sondados registraram demissões no estado. A indústria de produtos alimentícios foi a que mais demitiu em novembro, 17.579 funcionários.
A proporção de famílias paulistanas endividadas diminuiu 1,5 ponto porcentual (p.p.) no mês de novembro, quando chegou a 43,8% das famílias entrevistadas na Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC). O levantamento é realizado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). É o resultado mais baixo desde fevereiro de 2012. Em outubro, a porcentagem das famílias que possuíam algum tipo de dívida chegou a 45,3%. Já em novembro do ano passado, o nível de endividamento era de 52,1%.
Novembro em alta A receita de vendas do varejo brasileiro apresentou crescimento de 4,3% no mês de novembro em comparação com o mesmo período de 2013, já descontada a inflação pelo IPCA. É o que aponta o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA), divulgado em dezembro.O ICVA nominal, que não desconsidera os efeitos da inflação, apontou crescimento de 10,5% na mesma base de comparação. O desempenho do mês foi influenciado positivamente pela Black Friday, que registrou 24% de crescimento na receita de vendas em relação à mesma data de 2013, considerando as lojas físicas e virtuais. Somente no e-commerce, onde a data é ainda mais expressiva, as vendas cresceram 67% na comparação com o ano passado. 8
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Expectativa de bilhões O setor de franquias pode ser uma opção viável para quem deseja abrir o próprio negócio, pois apresentou crescimento de 10,6% no terceiro trimestre, na comparação com o segundo trimestre de 2014, e faturou R$ 30,8 bilhões, diante de R$ 28,2 bilhões no ano anterior. Os dados são da Pesquisa de Desempenho Trimestral do Franchising, realizada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF). Até o final deste ano, a ABF prevê alta de 7% para o setor e faturamento de R$ 120 bilhões, em relação a 2013. Engarrafador Moderno
Estagnação O faturamento do comércio varejista paulista em dezembro deverá ter crescimento zero na comparação com o mesmo mês de 2013, de acordo com estimativa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base nos dados da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV), realizada mensalmente pela Federação. A previsão é de faturamento de R$ 54,5 bilhões no mês. A análise reflete o faturamento efetivo do varejo, segundo informações da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz). O setor
de supermercados deverá apresentar o melhor resultado, com alta esperada de 8,4% na comparação com dezembro de 2013, atingindo um faturamento real de R$ 11,6 bilhões. Na análise da Entidade, o fraco desempenho é resultado da baixa intenção de consumo das famílias, reflexo da apreensão quanto aos rumos da economia. O quadro deve permanecer inalterado, ou seja, as famílias devem priorizar o consumo de bens essenciais (alimentos, produtos de higiene e medicamentos) em detrimento ao consumo de bens duráveis (veículos, eletrodomésticos e materiais de construção).
Inadimplência O Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor apontou crescimento de 10,9% em novembro de 2014 contra o mesmo mês de 2013. No acumulado de janeiro a novembro deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado, o índice fechou com elevação de 5,6%. Já na comparação com o mês anterior (outubro de 2014), o índice teve queda de 1,2%.
Queda na produção
Confiança O Índice Nacional de Confiança da Associação Comercial de São Paulo mostra que a confiança do consumidor brasileiro subiu cinco pontos em novembro, marcando 153 pontos - em outubro foram registrados 148 pontos. Já há um ano eram 147 pontos (em novembro/ 2013) e, há dois anos, 161 pontos (novembro/2012). O índice varia entre 0 e 200 pontos, sendo que 200 representa o otimismo máximo. "Essa alta pode ser explicada por um fenômeno sazonal: o 13º salário, que anima o consumidor. Precisamos lembrar que essa é uma fotografia do momento. O aumento da confiança não pode ser projetado para os próximos meses, já que em dezembro os juros subiram e há perspectiva de mais altas. Mas o INC de novembro não deixa de ser um resultado favorável", ressalta Rogério Amato, presidente da ACSP e da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo).
No terceiro trimestre do ano, descontado o padrão sazonal, a indústria gráfica cresceu 7,5% frente aos três meses anteriores. Foi um desempenho surpreendente, considerando que, no período, a indústria de transformação, na qual o setor se insere, recuou 5,1%. A performance superou também (em 6,9%) a produção gráfica de julho a setembro de 2013. Os cálculos são do Departamento Econômico da Abigraf(Associação Brasileira da Indústria Gráfica). O salto, porém, não reverteu a expectativa de fechar o ano com queda de 1,7% frente a 2013. De fato, no acumulado do ano, há queda de 1,6% na produção até setembro, e o setor não espera reversão dessa tendência nem mesmo em 2015, para quando prevê recuo de 1,1%. 9
NO CAMPO
Recuo De acordo com um levantamento realizado por Safras & Mercado, a produção brasileira de milho deverá recuar 2,2% sobre a safra anterior. Antes, era de 77,188 milhões de toneladas e a previsão para a temporada de 2014/ 15 é de 75,484 milhões. SAFRAS projeta também uma redução de 6,2% na área a ser plantada, que ocuparia 14,145 milhões de hectares. No ano anterior, a semeadura
ocupou 15,084 milhões. O levantamento mostra rendimento médio de 5.336 quilos por hectare, superando a produtividade da temporada anterior, que foi de 5.117 quilos. Já a safra de verão da região Centro-Sul deverá subir de 26,755 milhões de toneladas para 26,935 milhões de toneladas. A área deverá cair 11,7%, totalizando 4,842 milhões de hectares, com rendimento de 5.563 quilos por
hectare. O levantamento indica plantio de 7,799 milhões de hectares na segunda safra, ou safrinha, recuando 2,1% sobre o ano anterior. Com rendimento de 5.569 quilos por hectare, a produção da safrinha no Centro-Sul está estimada em 43,433 milhões de toneladas, abaixo do projetado para a temporada 2013/14, de 45,2 milhões de toneladas.
Direto de Minas Com mais de um milhão de hectares plantados, Minas Gerais produz mais de 50% de toda a safra brasileira de café. A principal commodity de exportação do agronegócio mineiro, o café é vendido para mais de 60 países do mundo. Segundo a Conab (Set./2014), os cafeicul10
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tores de Minas produziram, em 2014, 22,6 milhões de sacas de café, das quais 10,7 milhões são provenientes do Sul e Centro-Oeste do Estado; 5,8 milhões do Cerrado Mineiro (Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Noroeste); 5,3 milhões da Região da Zona da Mata, Rio Doce
e Central; e 762 mil do Norte de Minas, Jequitinhonha e Mucuri. O agronegócio café, além de expressivo economicamente para o Estado, tem ainda grande importância social, pois gera em torno de 4 milhões de empregos diretos e indiretos. Engarrafador Moderno
No
Brasil
A comercialização da safra de café do Brasil 2014/15 (julho/junho) está em 65% da produção total estimada, relativa ao final de novembro. O dado faz parte de levantamento de Safras & Mercado. Com isso, já foram comercializados pelos produtores brasileiros 31,97 milhões de sacas de 60 quilos de café, tomando-se por base a projeção de Safras & Mercado, de uma safra 2014/15 de café brasileira de 48,9 milhões de sacas. Na média dos últimos 5 anos, a comercialização da safra neste período está em 63%. Em 2013, o mês de novembro terminou com 55% da safra comercializada. Portanto, as vendas estão adiantadas neste ano. Houve, ainda, avanço de 4 pontos percentuais na comercialização da safra 2014/15 em relação ao final do mês de outubro. Entretanto, segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, as vendas de café no mercado físico brasileiro perderam ritmo com a queda externa e a menor agressividade da demanda. O dólar até que tem ajudado, mas não o suficiente para animar os vendedores, que seguem na defensiva. “Assim, a dinâmica comercial é bem mais compassada, com o mercado antecipando o período de festas de final de ano”, observou.
Agricultura
sustentável
Duas importantes iniciativas globais para a agricultura sustentável reconheceram a necessidade de um serviço global de identificação e certificação de propriedades rurais produtoras de alimentos. A GS1 foi a entidade selecionada
pelo United Nations Global Compact Food and Agriculture Business Practices (UNGC FAB) e pela Declaration of Abu Dhabi para prover um serviço de registro padronizado. O principal objetivo é incentivar os pequenos agricultores a práticas mais sustentáveis de produção. “A preocupação se baseia em projeções da ONU, que estima aumento de 70% no abastecimento de alimentos até 2050, embora os recursos da agricultura e da aquicultura sejam finitos”, explica João Carlos de Oliveira, presidente da Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil. De acordo com o planejado, a GS1 fornecerá o que está sendo chamado de Global Farm ID Registry Service. Um serviço padronizado para que os agricultores de todo o mundo se registrassem para receber a identificação única. A implantação do projeto está prevista por meio de um programa piloto com início em junho de 2015. 11
MEIO AMBIENTE Líder em sustentabilidade
Nestlé está entre as mais sustentáveis A Nestlé está na 5ª posição entre as empresas mais sustentáveis do mundo. Os dados são do estudo Sustainability Leaders Report, realizado pela Globescan and SustainAbility. O reconhecimento reforça o compromisso da companhia com a sociedade e evidencia a relevância dos pilares Nutrição, Água e Desenvolvimento Rural, fundamentais à saúde da cadeia produtiva. As ações da Nestlé estão alinhadas ao conceito Criação de Valor Compartilhado, plataforma que se fundamenta na premissa de que, para o sucesso dos negócios no longo prazo, tão importante quanto gerar valor para os acionistas é gerar valor para a sociedade em que a empresa está inserida. Ranking Global de Sustentabilidade é publicado anualmente e conta com a participação de 887 stakeholders em 87 países. 12
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A Siemens é a empresa mais sustentável no setor industrial, de acordo com o Índice Dow Jones de Sustentabilidade (Dow Jones Sustainability Index – DJSI). A Siemens ficou em primeiro lugar dentre as empresas do setor Bens de Capital do ranking que reúne cerca de 350 empresas com melhores práticas de sustentabilidade em todo o mundo em sete setores de atividade econômica. Pelo segundo ano, a empresa alcançou uma pontuação total de 93, de um máximo de 100 pontos. O ranking leva em conta critérios sociais,
econômicos e ambientais. A empresa obteve a nota máxima em compliance e o primeiro lugar da categoria de conglomerados industriais, onde participa junto a 46 empresas como 3M, Philips e Toshiba. "Estamos convencidos de que a sustentabilidade é fundamental para o sucesso econômico de longo prazo da Siemens AG. Por esta razão, obter este reconhecimento novamente nos deixa muito orgulhosos, e confirma a forte ênfase que damos à sustentabilidade", disse Roland Busch, integrante do Conselho de Gestão do Siemens AG.
BRF neutraliza emissões de gás carbônico na net A BRF passou a neutralizar cerca de 1,75 toneladas de gás carbônico emitidas anualmente pelos servidores e acessos aos sites institucional e das marcas da companhia. A iniciativa é uma parceria com a GreenClick, que realizou a certificação sustentável dos websites da empresa, que ganharam um Selo de Certificação Socioambiental. Cada 10 mil visualizações mensais do site representam o plantio de uma árvore. Pesquisas ambientais estimam que uma árvore seja capaz de absorver até 180 quilos de CO2. O
plantio das árvores é coordenado pela OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) Iniciativa Verde que envolve famílias da zona rural de São Carlos, no interior paulista. Eles recebem uma renda por cada lote de mudas plantado, garantindo a certificação socioambiental da solução. Uma pesquisa da ONG Greenpeace mostra que o consumo para manter os sites na nuvem já ultrapassou 700 bilhões de kWh por ano. O objetivo do selo GreenClick é neutralizar a emissão de CO2 dos datacenters que mantêm os sites das empresas no ar.
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Embalagem legal A Tetra Pak firmou parceria com as empresas Kingfisher e IKEA para promover e compartilhar os benefícios da utilização de madeira legal, produzida de forma sustentável, e esclarecer a certificação do Forest Stewardship Council (FSC - Conselho de Manejo Florestal) na entrega desses valores. Criado em 1993, o FSC é uma organização independente, não governamental e não lucrativa, que promove a gestão responsável da floresta em todo o mundo. Nas últimas duas décadas, o sistema FSC tem sido amplamente reconhecido por seu forte processo, que envolve diversos públicos e critérios sociais
e ambientais cuidadosamente definidos para o manejo florestal. No entanto, é um desafio para as empresas que fabricam produtos certificados pelo FSC quantificar e demonstrar o valor que o sistema traz para a melhor gestão das florestas do mundo. A iniciativa de dois anos que envolve as três empresas fundadoras - Kingfisher, Tetra Pak e IKEA - pretende desenvolver uma metodologia para analisar o impacto da certificação FSC. Isso permitirá que as empresas entendam o valor produzido pela utilização da madeira e do papel certificado pelo FSC em suas políticas de compras. De acordo com Dennis Jönsson, Presidente e CEO da Tetra Pak, em média,
as embalagens contêm 70% de papel derivado de fibra de madeira e a certificação é uma oportunidade de garantir que o recurso provém de um manejo responsável das florestas. A iniciativa é suportada pela Sustainable Trade Initiative (IDH – Iniciativa de Comércio Sustentável) e coordenada pela International Social and Environmental Accreditation and Labelling Alliance (ISEAL Acreditação Internacional Ambiental e Social e Aliança de Rotulagem). O grupo é independente do FSC.
Impulsionando a sustentabilidade O Makro Atacadista firmou parceria com a ONG WWF-Brasil (World Wide Fund for Nature no Brasil), que faz parte de uma rede internacional comprometida com a conservação da natureza, sem deixar de levar em conta o contexto social e econômico de cada país em que atua. Efetivamente, o Makro desenvolve ações sustentáveis em suas unidades de negócio, do escritório central, às lojas, postos de gasolina e restaurantes. Na mais nova unidade, aberta no norte de Sorocaba em maio deste ano, foram promovidas inovações impor-
tantes, como por exemplo: a utilização de 100% de lâmpadas de LED, que além de ser mais econômicas, não possuem compostos que podem contaminar o meio ambiente após o descarte; ilhas de frios com balcões com tampa para melhorar a eficiência energética; lentes prismáticas no telhado para aproveitar a iluminação durante o dia. Além disso, a empresa já tinha promovido a otimização da sua logística de distribuição nacional; a coleta de óleos de cozinha dos restaurantes Makro; o uso de papel de fontes certifica-
das para impressão do Jornal Makro de Ofertas (cerca de 600 mil exemplares quinzenais), além de ações sociais espalhadas por todo o Brasil. 13
LÁ FORA Leche
espanhol
Uma das gigantes em lácteos da Espanha, a Leche Celta, que hoje faz parte do Grupo Lactogal, celebra 25 anos de atividades. A Leche Celta envasa cerca de 75% de sua produção anual de leite em embalagens cartonadas assépticas da SIG Combibloc, em um total de 12 máquinas de envase. Para o aniversário, as duas empresas uniram-
se na comemoração e o slogan “Leche Celta ajuda você a crescer” é um dos pontos altos da celebração. Fundada em 1989, a Leche Celta logo ganhou uma forte posição no mercado lácteo Espanhol: hoje ela é a número 4 da Espanha. A empresa também é bem sucedida na produção e envase de marcas próprias vendi-
O sabor da Piemonte é uma das regiões mais importantes da Itália, é lá que são produzidos os vinhos italianos mais diferenciados do país. A presença de escarpas monta-
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das em toda a Penísula Ibérica.O Grupo Lactogal, do qual a empresa faz parte, processa cerca de 1,5 bilhão de litros de leite anualmente, sendo líder na região. O portfólio da Leche Celta inclui vários tipos de leites UHT premium, bebidas mix de frutas & leite e creme de leite, bastante populares entre os consumidores espanhóis e portugueses.
Itália
nhosas permite aos vinhedos produzir elegantes vinhos, como o Barolo da variedade Nebbiolo. Considerado o “Rei dos Vinhos Italianos”, o Barolo é um tinto complexo, austero e tânico, que demanda alguns anos de envelhecimento. Conhecida pelo seu patrimônio artístico, histórico e arquitetônico, Piemonte, faz fronteira com a Suíça e a França.A região onde é produzido o Barolo Occhio
Nero, é famosa pelas belas paisagens, colinas, pequenas aldeias e a famosa trufa branca,um fungo conhecido como diamante branco e muito apreciado em todo o mundo e que perfuma as feiras locais. No centro histórico da cidade fica localizado o Castelo de Barolo, construído no começo do século XI.Em seu interior é possível conhecer uma grande cantina com os vinhos regionais e o museu dos vinhos. Engarrafador Moderno
Capa
Por
Carlos Donizete Parra
Pronta para o
verão Empresas investem em marketing, produção e distribuição para reforçar suas operações no verão
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M
udanças importantes na economia brasileira vão impactar diretamente nas vendas das empresas em 2015. No caso das empresas de bebidas e, em especial os fabricantes de cervejas, isso já acontecerá neste verão que se inicia. O cenário econômico de incertezas mudou o comportamento de consumo dos brasileiros neste último trimestre. O endividamento e a alta inflacionária fez com que os consumidores diminuíssem em 5,6% a ida ao supermercado, conforme estudo do terceiro trimestre realizado pela Nielsen, provedora global de informações sobre o consumidor. "Agora o consumidor tem de fazer suas escolhas para sustentar o bem-estar conquistado", diz Priscila Nahas, analista de mercado da Nielsen. "Principalmente quando falamos da Classe C, considerada o motor do consumo até o ano passado", explica. "Tanto que a classe AB foi a responsável por impulsionar o consumo contribuindo com 67,8% dos gastos em todos os canais no terceiro trimestre". E com a desaceleração do consumo, há um grande desafio para o varejo e para indústria, pois a perspectiva de vendas não é tão boa. Em janeiro,
de 2014, o volume de vendas cresceu 7,1% na comparação anual. No acumulado até agosto, o índice ficou em 5,2%, e a previsão da Nielsen é que termine o ano em 3,4%. Os números ainda ficaram positivos porque houve um verão bem intenso o que elevou a venda de algumas categorias como cerveja, sorvete e protetor solar. Além disso, a Copa do Mundo trouxe resultados positivos, mas concentrados em poucos mercados. Um outro dado interessante é que a cesta de alimentos perecíveis, auditados pela Nielsen, foi a que mais cresceu até o terceiro trimestre de 2014. "Pode ser um indício das pessoas diminuírem as refeições fora do lar", explica Priscila. As previsões para o setor cervejeiro são boas quando comparadas com o o cenário nacional.O PIB deve apresentar crescimento de 0,1% em 2014, enquanto a produção de cerveja projeta crescimento de cerca de 5% no mesmo período, revertendo a queda de 2,6% observada em 2013.
Vida de líder Líder mundial de cerveja, a Ambev sabe muito bem a importância de estar “tinindo” na estação mais quente do ano. O verão é responsável por mais 17
de 60% das vendas de cerveja no País. O Carnaval, outro alavancador de vendas para cerveja, em 2015 vai acontecer na primeira quinzena de fevereiro, emendando praticamente as festas de final de ano, as férias e o momento tão esperado pelos foliões brasileiros. Os investimentos de marketing aumentam nessa época do ano, buscando atrair a atenção dos consumidores. Outra preocupação é a de não faltar produto. Produção e distribuição trabalham em ritmo alucinante para evitar qualquer tipo de desabastecimento. Prevista para ser inaugurada ainda este ano, a fábrica da Ambev em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, está em fase de testes e significa um reforço importante para aumentar a capa-
Mesmo sem crescimento do PIB, a indústria cervejeira deve apresentar crescimento de 5% em 2014 cidade de produção da empresa. Com investimentos ao redor de R$ 550 milhões e geração de cerca de 400 colaboradores diretos e indiretos, a nova unidade vai fabricar as cervejas Brahma, Antarctica, Skol e Budweiser. A Ambev possui quatro unidades fabris em Minas Gerais - Contagem, Sete Lagoas, Juatuba e Uberlândia. E mantém nove centros de distribuição direta: Contagem, Belo Horizonte, Sete Lagoas, Uberaba, Uberlândia, Santa Luzia, Alfenas,
Poços de Caldas e Pouso Alegre, além de 28 revendas. Com aportes de R$ 13 bilhões nos últimos cinco anos no país, os investimentos da Ambev são, em geral, voltados a aumentar a capacidade produtiva da empresa. Além da fábrica de Uberlândia, a unidade de Ponta Grossa, no Paraná, tem previsão de inauguração ainda no primeiro trimestre de 2015. Com investimento de cerca de R$ 580 milhões, a nova unidade deve empregar cerca de 500 pessoas. Seu portfólio contará com cervejas, refrigerantes e outras bebidas não alcoólicas da Ambev. No Estado do Paraná, a cadeia produtiva da Ambev gera 59 mil empregos entre diretos, indiretos e induzidos. Estudo da Fundação Getulio Vargas aponta que a indústria de cervejas tem o maior multiplicador de empregos da economia brasileira. Ou seja, movimenta diversos setores, desde o agronegócio até o pequeno varejo. De acordo com a pesquisa, pa-
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ra cada emprego gerado em uma cervejaria outros 46 são criados em toda a cadeia produtiva, que inclui também operação logística, produção de insumos e maquinários. A Ambev está presente no Paraná desde 1912, quando foi inaugurada a Cervejaria Atlântica, em Curitiba, que depois passou a fazer parte da Brahma. Além da fábrica na capital paranaense, a companhia possui outra unidade fabril em Almirante Tamandaré e centros de distribuição direta em Curitiba, Francisco Beltrão e Londrina.
interesse do consumidor", diz Ketlyn Zim, diretora comercial da BeerCode, rede de lojas de cervejas que opera pelo sistema de franquias. Atualmente, o portfólio da BeerCode contempla 9 opera-
ções, das quais sete estão no Sul e duas em São Paulo, sendo que uma loja acaba de ser inaugurada no formato de quiosque fixo, no shopping Pátio Paulista, visando às festas de final de ano,com previsão de abrir uma terceira unidade na capi-
A filial de Ponta Grossa também marcará o retorno da centenária cerveja Original à sua cidade natal.
Cervejas especiais Nos últimos anos, o mercado de cervejas especiais tem mostrado crescimento significativo, apresentando maior volume de vendas e atraindo novos consumidores. "O atual cenário econômico do país possibilitou o aumento de renda da população e impulsionou uma revolução no mercado de cervejas. O novo papel da bebida gourmet incentivou a mudança no comportamento das pessoas e a sofisticação de consumo pela experiência gastronômica. Os números estão favoráveis, assim como o 19
tal paulista, ainda este ano. Já no Rio Grande do Sul também será aberta uma nova unidade em dezembro, aumentando para 11 operações da marca no País até o final de 2014. O empresário Marcelo Schvartzer, responsável pelo investimento das lojas de São Paulo, conta que após estudo de mercado e análise de concorrência escolheu a marca BeerCode como parceira para seus investimentos. "A apresentação que a marca tem e o cuidado em oferecer produtos de qualidade, desde a carta de cervejas, com rótulos das mais renomadas cervejarias, até o cuidado com cada embrulho me fez enxergar nela um potencial de investimento muito grande", diz.
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Além das bebidas, a BeerCode completa seu mix com uma grande variedade de copos ideais para cada estilo de cerveja. Desta forma, é possível elaborar kits exclusivos em variadas embalagens disponíveis para presente. Também há opções de guias e livros especializados sobre o universo cervejeiro. O portfólio de produtos é composto por mais de 200 rótulos de cervejas nacionais, importadas e artesanais, disponibilizando aos clientes opções originárias de mais de 15 países.
Família Xingu A Cervejaria Heineken Brasil também investe forte no segmento de cervejas especiais e lançou, recentemente,a nova família Xingu. Com identidade visual repaginada e design da embalagem mais moderno, a partir de agora, a marca passa a ser vendida nas versões Premium Gold (estilo Premium American Lager), Unique Red (estilo Red Lager) e a tradicional Original Black (estilo Sweet Stout), em garrafas long neck 355ml. De acordo com Sérgio Giorgetti, Diretor de Inovação da Heineken Brasil, o crescimento do segmento de cervejas especiais no país vem gerando uma exigência maior por parte dos consumidores, que agora buscam estilos diferentes dos con-
vencionais. "A nova família Xingu vem para satisfazer essa demanda, com mais variedade, novas opções de sabores e qualidade garantida pela sua tradição e padrões da Cervejaria Heineken", comenta. Ideal para harmonizações, Xingu foi fundada em 1986 e já recebeu duas medalhas de ouro do Beverage Testing Institute de Chicago. A versão Sweet Stout da marca foi eleita por duas vezes como a melhor cerveja escura do mundo pela revista All About Beer (em 1999 e 2000); e ganhou prêmio do International Taste & Quality Institute em 2006, na Bélgica. A Heineken Brasil foi criada em maio de 2010, após a aquisição da divisão de cerveja do Grupo Femsa. No país, a empresa gera cerca de 2 mil empregos e possui sete cervejarias localizadas em Jacareí (SP), Araraquara (SP), Gravataí (RS), Ponta Grossa (PR), Feira de Santana (BA), Pacatuba (CE) e Manaus (AM). A capacidade total de produção da empresa no país é de 19 milhões de hectolitros.
Cerveja sustentável Mesmo em franco crescimento, o segmento de cervejas especiais apresenta altíssima competitividade, razão pela qual a diferenciação é fundaEngarrafador Moderno
mental. Em recente pesquisa realizada pela Mintel sobre tendências de consumo para 2015, uma das preocupações demonstradas pelos consumidores foi justamente a sustentabilidade.O estudo mostra que 77% dos consumidores de refrigerantes pagariam mais caro por uma marca que fosse sustentável.Essa tendência pode ser ampliada para todos os tipos de bebidas, inclusive cerveja. Localizada em Serra Negra, interior de São Paulo, a Cerve-
Cervejas especiais avançam no mercado e deixam esse segmento cada vez mais competitivo no Brasil jaria Dortmund, tem o comprometimento com os consumidores de fabricar cervejas utilizando somente o que há de melhor em matérias-primas. A cervejaria também é comprometida com práticas sustentáveis para minimizar os impac-
tos no meio-ambiente. Dessa forma, utiliza caldeira à lenha proveniente de madeiras de reflorestamento e sobras das indústrias moveleiras da região, portanto, a produção é totalmente livre de gás natural. Além disso, possui uma reser-
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va de mata atlântica de 40 alqueires na área da fábrica que neutraliza todas as emissões de CO2 oriundas da produção. Outro fator que mostra tal compromisso é que após a produção das cervejas, toda a sobra de água é devolvida à natureza totalmente tratada. São centenas de litros mensais que retornam ao meio ambiente sem qualquer impacto ambiental. Em breve serão instalados mecanismos de energias solar e eólica. Criada em 2011, a Dortmund tem seus rótulos comercializados em lojas, supermercados, restaurantes e empórios em 13 estados e já tem planos de iniciar exportações para os Estados Unidos e Europa em 2015.
Custo alto A sustentabilidade não traz benefícios exclusivamente ao meio ambiente ou ao consumidor, o retorno pode ser imediato também para o fabricante, seja por meio do aumento das vendas ou através da redução de custos. Veja o exemplo da energia elétrica, onde o Brasil ocupa a oitava posição como energia elétrica mais cara no ranking internacional que contempla 28 países. O topo do ranking é ocupado pela Índia, com custo de R$ 596,96 por MWh. 22
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Dados divulgados pela FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) em dezembro mostram que o custo médio da energia elétrica para a indústria brasileira passou de R$ 358,77 por MWh para R$ 360,72.Desde o início do ano, o custo da energia para a indústria aumentou em 23%. E, mostrando que as coisas não estão nada fáceis para a indústria brasileira, a FIRJAN também divulgou estudo sobre os custos do trabalho para esse setor da economia nacional. O Custo Unitário do Trabalho na indústria de transformação brasileira subiu 11,6% entre 2010 e 2014, resultado da combinação entre a elevação do custo real da hora trabalhada (+11,9%) e a estagnação da produtividade do trabalho (+0,2%). Com o avanço, o custo atingiu o nível recorde da série histórica (111,6), que teve início em 2004. Os números contrastam com o recuo de 1,4% observado entre 2004 e 2007, período anterior à crise mundial. De acordo com a Federação, a elevação do custo do trabalho tornou a indústria brasileira menos competitiva no cenário internacional e foi disseminada, com 13 dos 15 segmentos industriais pesquisados mostrando crescimento dos seus custos unitários no período. Engarrafador Moderno
O estudo comparou a evolução do Custo Unitário do Trabalho brasileiro com o de países desenvolvidos centrais (Estados Unidos, Reino Unido e França), países desenvolvidos periféricos (Itália, Espanha) e países da América Latina com estruturas econômicas similares à brasileira (Colômbia e México). O Brasil foi o que apresentou o crescimento mais elevado - inclusive acima do registrado na França (+5,8%) e no Reino Unido (+5,2%), países notórios pelo elevado custo da mão de obra
e fraco desempenho econômico no período pós-crise. Destaca-se ainda que os países que apresentaram as maiores quedas no custo do trabalho - Colômbia (-12,7%) e México (-6,3%) - foram aqueles que conseguiram implementar extensas reformas no período analisado, reduzindo seus custos de produção e ampliando a competitividade de suas economias. A partir deste cenário, a Firjan reforça a importância da
implementação de novas políticas voltadas ao aumento da produtividade do trabalho no Brasil: modernização da legislação trabalhista, consolidada há mais de 70 anos; políticas de reajuste salarial que associem, de forma direta e explícita, os ganhos salariais ao aumento da produtividade; redução consistente dos encargos sobre o trabalho; além de maiores investimentos em educação, pesquisa e desenvolvimento, utilização de novas tecnologias e maior abertura comercial da economia.
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Cerveja
Cotação alta
em
Em baixa no mercado por algum tempo, as cervejas de trigo conquistam apreciadores em todo o mundo
Por
A
cerveja de trigo clássica tem um estilo ácido e seco que a maioria dos outros tipos de cerveja não tem.
Houve um tempo em que esse tipo de cerveja desapareceu por completo das cervejarias, retornando novamente após certo pe24
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Michael Trommer
ríodo. Não porque a cerveja não agradava ao público, mas sim porque o trigo no processo de obtenção da cerveja traz certas dificuldades. Uma delas é a filtração do mosto. Em função disso, dificilmente a cerveja é feita apenas de trigo e sim com uma parte de cevada malteada. Em muitas regiões da Europa essa cerveja Engarrafador Moderno
era consumida logo após a fabricação e, por isso, foi chamada de "*Weiss". Portanto, a cerveja tinha um tempo curto de *maturação. Atualmente, esta palavra é utilizada para quase todas as cervejas de trigo. As cervejas de trigo tradicionais da Europa são sempre do tipo Ale (fermentação alta) e não sofrem uma maturação prolongada. Uma outra explicação para o nome dado para a cerveja de trigo de "Weiss" foi porque a mesma durante a fermentação apresenta uma espuma extremamente clara.Mas o nome pode também vir devido o trigo produzir cervejas mais claras que a cevada malteada. As cervejas de trigo eram mais populares no sul da Alemanha (Bavária e Baden-Wurttemberg), mas nos últimos tempos, sua produção se estendeu para diversas regiões do planeta. Estas cervejas são constituídas de no mínimo 50% de cevada malteada. Os tipos clássicos lembram no aroma e gosto muitas vezes o cravo, a maçã e a banana, que são provenientes do tipo de fermento e fermentação que elas passam. Nota-se este sabor em muitas cervejas de trigo da Bavária, que passaram por uma refermentação na garrafa (bi fermentação). Os tipos especiais de cervejas de trigo feitas em Berlim recebem geralmente a nomenclatura de "Weisse". Sua forma refrescante é devido ao teor baixo de álcool, fermentação láctica e alta acidez. Na Bélgica, a cerveja "Weiss" recebe uma parte determinada em trigo não maltado, casca de laranja e coentro, como outros elementos da botânica para temperar na hora da fervura do mosto. Também recebe elementos
do leite para provocar a fermentação láctica, mas em menor quantidade que a cerveja Weiss do norte da Alemanha (Berlim).
A cerveja de trigo de Berlim (Berlinerweisse) Todas as cervejas de trigo são refrescantes, mas nada se compara a cerveja de trigo de Berlim (Berlinerweisse) com seu teor alcoólico menor, pouco encorpado e acidez acentuada. Esta cerveja agradou aos soldados de Napoleão em Berlim e foi chamada por eles de "champagne do Norte da Europa". A principal característica da Berlinerweisse é o método de fermentação, com uma mistura de cultura de bactérias lácticas com fermento de alta fermentação (Ale). A Berlinerweisse era feita com fermentação láctica e em barris de madeira abertos sem refrigeração em muitas regiões do sul da Alemanha
A cerveja de trigo belga Da mesma forma que um vinho moscatel pode apresentar o gosto de laranja, pode ocorrer o mesmo com a cerveja. A casca de laranja colocadas na fervura do mosto é marca registrada da cerveja de trigo belga. Na Bélgica é adicionado trigo não maltado que traz certa dureza ao paladar. As cervejas são, geralmente, de tom amarelo esbranquiçado e uma espuma muito firme.
A cerveja de trigo do sul da Alemanha Quando na Alemanha se fala sobre a simila25
Sabor: Sabor fraco e moderado de banana e cravo. Opcionalmente um leve sabor de baunilha e/ou tutti frutti. O amargor do lúpulo de muito baixo a moderadamente baixo. Caráter ácido e cítrico proveniente da levedura e a intensa carbonização estão sempre presentes. Sensação na boca: Corpo de médio-leve, nunca pesado. Alta carbonatação. Estatística: Amargor: 8 -15 BE Extrato original: 11 - 13 Plato Cor: 2 - 8 EBC Extrato final: 2,5 - 3,5 Plato ridade das características do champanhe com alguma bebida alcoólica, logo se lembra da cerveja de trigo do sul da Alemanha. Segundo Michael Jackson em seu livro "Bier International" o champagne no café da manhã pode ser substituído pela cerveja de trigo fermentada na garrafa e de preferência apreciada com linguiça branca. Na Bavária, é de costume nos domingos de verão, após a missa, ir a um Biergartene apreciar um chope de trigo.
Características técnicas
Dunkelweizen Aroma: fenólico (normalmente cravo e banana) de moderado a forte. Caráter de lúpulo varia de baixo a ausente. É frequentemente acompanhado por aroma de caramelo, casca de pão devido o uso dos maltes Viena e/ou Munique. Aparência: coloração de marrom claro a marrom mogno.
Aroma: fenólico (normalmente cravo e banana) de moderado a forte. Caráter de lúpulo varia de baixo a ausente.
Sabor: Sabor de leve a moderadamente forte de banana e cravo. Opcionalmenteum leve sabor de baunilha e/ou tutti frutti. O amargor do lúpulo de muito baixo a moderadamente baixo. Caráter ácido e cítrico proveniente da levedura e a intensa carbonização estão sempre presentes.
Aparência: coloração amarelo palha a dourado escuro. Quando não filtrada é turva.
Sensação na boca: Corpo de médio-alto. Efervescente.
Weizen/Weissbier
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Álcool: 4,3% a 5,6%
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Engarrafador Moderno
Estatística:
ras, condimentados semelhante ao cravo, leve sabor de banana e baunilha.
Amargor: 10 -18 BE Extrato original: 11 - 14 Plato
Sensação na boca: Corpo de médio-alto a alto. Uma sensação cremosa, assim como calor pelo substancial teor alcoólico.
Cor: 14 - 23 EBC Estatística: Extrato final: 3,75 - 5,5 Plato Amargor: 15 - 30 BE Álcool: 4,3% a 5,6% Extrato original: 16 - 22,5 Plato
Weizenbock Aroma: Rico de melanoidinas similares a Bock, com aroma de frutas escuras como ameixa, ameixa-passa, uva-passa e/ou uva. Além disso, aroma de baunilha, cravo e/ou banana. Aparência: coloração de âmbar escuro a marrom escuro com notas de rubi. Sabor: Corpo de médio-alto a alto. Complexo casamento entre melanoidina frutas escu-
Cor: 12 - 25 EBC Extrato final: 3,75 - 5,5 Plato Álcool: 6,5% a 8,0% Dados técnicos retirados do Beer Judge Cerification Program (Revisão 2008)
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Processo
NÃO, a má qualidade Tecnologia de medição avançada permite redução de mão de obra e melhoria da qualidade no processo de enchimento
Por
O
teor de dióxido de carbono (CO2) e oxigênio (O2) são fatores determinantes na qualidade, gosto e estabilidade do sabor da cerveja e bebidas carbonatadas. Tanto as cervejarias quanto os fabricantes de refrigerantes se esforçam para controlar de perto os teores de CO2 e O2, não somente durante a produção, mas também na embalagem final. As soluções de envase da Pentair Haffmans proporcionam um controle eficaz do processo de enchimento e ajudam a evitar que entrem no mercado produtos de má qualidade. O medidor de oxigênio total (Total Package Oxygen, TPO) e CO2, modelo c-TPO Pentair 28
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Rubia Vanali
Haffmans, utiliza tecnologia óptica e oferece uma medida diferenciada do oxigênio que se encontra no headspace (headspace oxygen, HSO) e do oxigênio dissolvido no líquido (OD). Além disso, o c-TPO mede o CO2. Com os métodos anteriores, o valor de O2 era determinado sem nenhum tipo de separação entre o headspace e o líquido, fora da embalagem. A medição óptica de O2 por meio do c-TPO oferece uma solução para este desafio, pois mede diretamente no interior da garrafa, de modo que resultados consideravelmente mais precisos possam ser obtidos. Dessa forma, é possível identificar, por exemplo, se o excedente de espuma inserido no processo funciona perfeitamente ou se o teor de O2 já foi introduzido no próprio enchimento. No primeiro caso, o O2 Engarrafador Moderno
CO2 - Selector da Haffmans para realização de medições não invasivas de CO2 em embalagens prontas no headspace da garrafa aumenta; no segundo, é o teor de O2 da fase líquida que aumenta. Esta transparência significa que toda a área de envase pode ser otimizada de modo rápido e eficiente. Nas medições ópticas, os sensores determinam o teor de O2, de acordo com o princípio da luminescência. Esse processo analítico reage somente ao oxigênio, descartando-se quaisquer reações cruzadas com outras substâncias. Recentemente, a linha de produtos c-TPO foi ampliada e recebeu um novo Medidor de TPO, sem medição de CO2, que proporciona uma solução de menor custo especificamente para os produtores de bebidas não carbonatadas.
Uma importante vantagem do Automator é o seu desenho modular. Além dos parâmetros básicos de O2 e CO2, o sistema pode ser também ampliado e realizar análises como teor de álcool, turbidez ou pH, para atender a requisitos específicos. A configuração padrão compreende a determinação deO2 no headspace e no líquido (TPO), CO2 dissolvido e volume do headspace. O cliente decide se deve ser incluso algum outro tipo de medição adicional ao sistema. A amostragem automática é uma característica fundamental para o Automator, já que isso elimina a necessidade de colocar as amostras no dispositivo separadamente e processá-las uma a uma. Depois que a amostra é recolhida no amostrador, o seu processamento é automático, o que reduz a necessidade de mão de obra, permitindo que operadores se encarreguem do processo principal do envase. Além disso, por exigir menos mão de obra, mais amostras podem ser analisadas, resultando num controle de qualidade mais relevante.
Medição não invasiva de CO2 Neste ano, foi apresentado ao mercado o CO2-Selector, que oferece uma solução avan-
Análise total do produto envasado Com lançamento do Automator em 2013, a Pentair Haffmans deu mais um passo em direção a uma análise total do produto envasado. O Automator oferece uma solução integral e avançada que mede todos os parâmetros relevantes de qualidade diretamente em embalagens cheias, em um único ciclo de medição.
Na produção de cerveja, refrigerantes carbonatados e vinho, o teor de CO2 é um parâmetro-chave de qualidade
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çada de medição não invasiva de CO2 na embalagem final. Com ele não é necessário perfurar a embalagem para realizar a medição, o que proporciona importantes vantagens. A garrafa não é destruída e o produto não é desperdiçado. O CO2- Seletor mede o teor de CO2 no headspace e a pressão interna, determinando com precisão o teor de CO2 dissolvido no envase. O processo é simples e pode ser repetido diversas vezes, permitindo a realização de um número ilimitado de testes não destrutivos. O instrumento utiliza uma inovadora tecnologia de laser de alta precisão. O transmissor laser do instrumento envia um raio através do headspace até um receptor. A uma frequência específica, as moléculas de CO2 no headspace absorvem a luz infravermelha do laser. A pressão total e a concentração de CO2
A medição diferenciada de O2 do c-TPO gera informações imediatas referentes ao desempenho da operação de enchimento 30
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no envase são determinadas com base na largura das linhas de absorção e a sua intensidade. Os demais gases presentes na garrafa, como o oxigênio (O2), nitrogênio (N2) ou o hidrogênio (H2), não afetam os resultados da medição. Além disso, a medição ocorre independentemente da cor ou material da garrafa. Em termos gerais, pode-se concluir que a eficiência, qualidade e velocidade são fatores decisivos para envases bem sucedidos em cervejarias e empresas que operam atualmente no setor de bebidas, o que inclui atenção ao controle de qualidade. A combinação da comprovada tecnologia de medição com um processamento avançado de amostras oferece aos fabricantes melhorias importantes: permite que eles tenham um controle de qualidade mais detalhado, com mínima mão de obra e superior conhecimento da qualidade no processo de enchimento.
Rubia Vanali Gerente de Vendas - Controle de Qualidade Haffmans
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Sucos
futuro dos citros
O
Instituto Agronômico (IAC) e Embrapa são os participantes brasileiros no consórcio internacional
Por
O
s trabalhos de um consórcio internacional de pesquisadores dos Estados Unidos, França, Itália, Espanha e Brasil acabam de resultar no sequenciamento do genoma citros, divulgado pela primeira vez em 8 de junho de 2014, na Nature Biotechnology. Os representantes brasileiros são pesquisadores do Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, e da Embrapa. Com este resultado, a equipe espera possibilitar o desenvolvimento de estratégias para melhoramento de ci32
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tros, incluindo a resistência ao huanglongbing (HLB) e outras doenças. “Esse é um resultado que está sendo perseguido há vários anos por toda a comunidade internacional que trabalha em pesquisa com citros. É um marco na história da pesquisa em citricultura”, afirma Marcos Antonio Machado, pesquisador do IAC, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. O grupo analisou e comparou as sequências do genoma de dez diferentes variedades de citros, incluindo laranjas,
Carla Gomes
doce e azeda, toranjas e tangerinas. Os esforços de cientistas de diversas regiões do mundo têm o objetivo de aplicar ferramentas genômicas e novas abordagens para compreender como surgiram as variedades de citros e como elas respondem às doenças e a outros estresses ambientais, como o hídrico. Ao entender esse comportamento, a pesquisa poderá ser direcionada ao desenvolvimento de soluções para os desafios do setor citrícola, como o ataque do huanglongbing (HLB), doença infecciosa que vem destruindo os pomares no Estado de São Paulo e Engarrafador Moderno
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na Flórida, principais regiões citrícolas no planeta. “O objetivo desta pesquisa, primeiramente, foi gerar um genoma de referência de alta qualidade, para tanto utilizamos uma espécie haploide (apenas um cromossomo de cada par) de tangerina Clementina. Depois sequenciamos mais nove espécies de citros, incluindo laranja doce e tangerina”, explica Machado, pesquisador do IAC que integra o consórcio internacional. Ele afirma que a estratégia visou a obtenção de conhecimento sobre como uma espécie originou outra ao longo da evolução. O estudo mostrou que essas diversas variedades analisadas são derivadas de duas espécies de citros selvagens, existentes no Sudeste Asiático há mais de cinco milhões de anos. Uma das sequências foi o genoma de referência de alta qualidade da tangerina Clementina. Segundo Machado, a partir de agora a ciência tem novas ferramentas e um enorme banco de dados de informações genéticas e genômicas para abordar com mais segurança os trabalhos de melhoramento, como os que são rea34
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lizados no Centro de Citricultura do IAC, em Cordeirópolis, interior paulista. O trabalho, desenvolvido desde janeiro de 2009, viabilizou o entendimento da estrutura genética de laranjas doce e azeda, tangerinas e toranjas. Com esse ponto de partida, é possível reproduzir as fases iniciais da domesticação, até então desconhecidas, por meio do uso de técnicas modernas de melhoramento e possibilitam o desenvolvimento de novas variedades.
Próximos passos Os resultados obtidos poderão proporcionar o melhoramento dirigido por sequência, levando a materiais mais resistentes a pragas, doenças e mudanças ambientais. De acordo com Machado, os desafios do melhoramento poderão ser mais bem superados com essas novas ferramentas obtidas das informações sobre o genoma. “A expectativa é que tenhamos um melhor entendimento dos processos que levam ao HLB e consigamos controlá-lo. Mas ainda não tem nada 'concreto' para amanhã. Genoma é, em última análise, informação e esta só tem va-
lor se puder ser utilizada”, diz o pesquisador sobre a importância de o conhecimento continuar sendo explorado até chegar a tecnologias em vias de adoção pelo setor de produção. O caminho é longo. Machado esclarece que essa pesquisa abre portas para outros estudos. “É um alento saber que novas ferramentas estão disponíveis e novas abordagens são prováveis de sucesso para velhos desafios, isto é, melhorar o grupo dos citros”. O pesquisador e diretor do Centro de Citricultura do IAC afirma que as próximas etapas envolvem análises que possam levar a respostas sobre as diferenças nos genomas entre uma espécie e outra, como laranja doce e tangerinas, por exemplo. “Quais as principais diferenças que poderiam estar associadas aos fenótipos dessas espécies? As diferenças observadas explicam porque as tangerinas são resistentes a algumas doenças e as laranjas mais suscetíveis? Será possível modificar uma espécie aproximando-a das características da outra?”, questiona. O sequenciamento do genoma citros representa um diEngarrafador Moderno
ferencial, segundo Machado, ao disponibilizar novas ferramentas no ofício contínuo da investigação científica. A partir deste resultado tão perseguido, muitos outros estão por vir. “Temos uma excelente base genética e bons mapas genéticos que nos permitem aproveitar muito mais as informações geradas”, diz. No Brasil participam o IAC e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Parte do financiamento desse sequenciamento vem também de recursos de agências de fomento brasileiras, como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por meio do Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT), do Ministério de Ciência e Tecnologia, além de recursos da Embrapa.
Link entre primatas e a ciência moderna Ao debruçar durante pouco mais de cinco anos sobre o sequenciamento dos citros, os cientistas do consórcio internacional conseguiram levan-
tar informações referentes a espécies cítricas que existiram há cinco milhões de anos. É difícil imaginar algo há tanto tempo atrás. Mas essa ferramenta da biotecnologia permite analisar materiais cítricos e identificar que as diversas variedades estudadas originaram de duas espécies de citros selvagens, existentes no Sudeste Asiático, lá na fase dos primatas. Segundo o documento do consórcio, uma dessas espécies selvagens deu origem à toranja cultivada, o maior fruto de citros, podendo pesar de 500 gramas a um quilo. As pequenas tangerinas, bem conhecidas do consumidor brasileiro e facilmente descascáveis, resultam de misturas genéticas de uma segunda espécie e da própria toranja. A laranja doce, a variedade de citros mais cultivada em todo o mundo, é um híbrido genético complexo de tangerina e toranja, presumivelmente responsável por suas qualidades únicas. A laranja azeda, importante porta-enxerto usado na citricultura brasileira no início do século XX, seria um híbrido interespecífico independente. Uma das sequências foi o genoma de referência de alta qualidade da tangerina Clementina.
A conhecida tangerina Ponkan também foi sequenciada com investimento do INCT. As análises revelaram que as toranjas representam uma espécie única de citros. Essa mesma afirmação não pode ser atribuída às tangerinas cultivadas, que há tempos foram consideradas livres de mistura com outras variedades. Na pesquisa, a comparação entre as sequências das chamadas tangerinas "tradicionais", como a cultivar asiática Ponkan e a cultivar mediterrânea Mexerica do rio, com tangerinas conhecidas para desenvolvimento de híbridos, concluiu-se que todos contêm segmentos do genoma de toranja. O genoma da tangerina “selvagem” Mangshan da China revelou que ela é uma exceção à regra, por ser uma espécie separada de outras tangerinas cultivadas. Os citros formam o grupo de frutas mais cultivado no mundo. No Brasil, o setor citrícola movimenta cerca de US$ 5 bilhões, por ano, principalmente na produção e exportação de suco concentrado congelado e suco não concentrado. Nos EUA, a cultura foi avaliada em mais de US$ 3,1 bilhões, em 2013. 35
Agroindústria
Desafios na agricultura As mudanças climáticas estão entre os fatores que podem agravar a insegurança alimentar que atinge milhões de pessoas em todo o mundo Por
O
economista Thomas Malthus, em 1798, defendia o controle do aumento populacional em sua teoria, conhecida como malthusianismo, na qual explicava que a população crescia em progressão geométrica (exponencial), enquanto a produção de alimentos crescia em progressão aritmética (linear), ou seja, o crescimento da população estaria em descompasso com a produção de alimentos, gerando como consequência a fome. O desenvolvimento e o uso de tecnologias agrícolas apropriadas elevou a produtividade de alimentos no mundo, de tal maneira que a fome há muito 36
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Adalberto Luis Val
deixou de ter relação direta com a falta de produção de alimentos. Em 1970, por exemplo, o mundo tinha 3,6 bilhões de pessoas e uma produção per capita de 0,306 t em uma área colhida per capita de 0,205 hectares. Em 2005, a produção per capita foi de 0,344 t em uma área colhida per capita de 0,106 hectares. Estes avanços, no entanto, estão ameaçados. O recente Relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU, de março de 2014, faz um alerta sobre os impactos das mudanças climáticas na produtividade agrícola, que pode agravar a insegurança alimentar que atinge hoje 800 milhões de
pessoas, principalmente em áreas urbanas e regiões castigadas pela fome. Isso decorre do fato de que a agricultura ainda é uma atividade dependente de fatores climáticos cujas modificações podem causar alterações na intensidade de colheita, devido a uma mudança no número de graus-dia de crescimento, e na ocorrência e na severidade de pragas e doenças. Dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), baseados na produtividade média da soja, mostram que esse grão acumulou entre 2003 e 2013 mais de US$ 8,4 bilhões em perdas reEngarrafador Moderno
aquecimento global numa oportunidade de inovação, tanto para a criação de tecnologias para o desenvolvimento de plantas e organismos adaptados a novos cenários climáticos, quanto para a melhoria de processos produtivos e de distribuição, e para a construção de mecanismos para a redução da concentração atmosférica dos gases do efeito estufa.
lacionadas às mudanças climáticas no Brasil. A produção de milho perdeu cerca de US$ 5,2 bilhões no mesmo período. É preciso ter em conta que as mudanças climáticas afetam toda a cadeia produtiva, desde os processos de preparação das áreas para produção até a distribuição dos produtos. Portanto, além do desafio de alimentar 9,6 bilhões de pessoas, população prevista para 2050, que demandará um aumento de 70% na produção de alimentos nas próximas quatro décadas, segundo estimativa da Organização das Nações Unidas, a agricultura também terá de transformar o
Os próximos passos para a manutenção e ampliação da produtividade agrícola envolvem, por um lado, inovação e, por outro, sustentabilidade. Mesmo países sem histórico com a questão ambiental vêm se mobilizando para adaptarse aos novos cenários envolvendo a produção e a produtividade agrícola. Em abril deste ano, por exemplo, a China endureceu a lei contra poluidores. Em 25 anos, é a primeira emenda à legislação chinesa relativa à proteção ambiental, sendo que essa medida só veio depois que pesquisas apontaram que 16% do solo do país estava poluído, quase um quinto de áreas de cultivo foram contaminadas por elementos inorgânicos, como o cádmio, que 60% dos lençóis freáticos analisados no país estão contaminados e que a água não podia ser consumida sem tratamento. Os Estados Unidos também anunciaram, em junho deste ano, novas leis regulamentando as emissões
das usinas elétricas no país, que funcionam principalmente à base de carvão, para reduzir suas emissões de CO2 em 30% até 2030. O Brasil, neste contexto, tem posição privilegiada. Além do potencial para ampliação da produção agrícola, possui a maior diversidade biológica do planeta, abrigando entre 15% e 20% do número total de espécies, em seis grandes biomas: Amazônia, Caatinga, Mata Atlântica, Cerrado, Pantanal e Pampa. Acrescente-se a isso a imensa diversidade ambiental e disponibilidade de recursos hídricos. A biodiversidade e os ecossistemas ajudam tanto na adaptação às alterações climáticas, como contribuem para atenuar os seus efeitos. A tendência é que, nos próximos anos, o nosso país tenha um papel preponderante no mercado agrícola global, podendo também assumir uma posição estratégica como produtor de biocombustíveis que, com os avanços tecnológicos, podem se tornar uma alternativa aos de origem fóssil, uma vez que a produtividade por hectare de combustível derivado de cana é bem superior a da beterraba europeia e a do milho americano. Adalberto Luis Val diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA e membro do Conselho Administrativo da Fundação Bunge
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Pesquisa
Prato
do dia
Realizado pela Alelo em parceria com o Ibope, o levantamento revela, entre outros fatores, que 56% dos brasileiros consideram sua alimentação saudável, apesar de 42% não se sentirem bem dispostos após o almoço
Da
omo os trabalhadores brasileiros se alimentam no dia-a-dia? Para esta e outras perguntas relacionadas a hábitos saudáveis, a Alelo, empresa do setor de benefícios que abraçou a causa da alimentação saudável por meio do Movimento Comer Bem é Tudo de Bom, realizou a pesquisa nacional Hábitos Alimentares da População Economicamente Ativa com mais de 2 mil brasileiros, pelo Conectaí, braço online do Ibo-
C
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Redação
pe. “Uma das conclusões é de que a procura por uma alimentação saudável está em alta: 56% dos brasileiros afirmam ter uma alimentação saudável, porém apenas 7% dos que declararam almoçar fora de casa escolhem o local da refeição tendo como prioridade a oferta de pratos saudáveis”, afirma Ellen Mueratti, Diretora Executiva Comercial, Marketing e Produtos da Alelo e coordenadora do estudo. Quando questionados sobre suas escolhas na hora de coEngarrafador Moderno
mer, 70% afirmam buscar um prato equilibrado com legumes, verduras, proteína e carboidratos. Entre as mulheres, essa preocupação é maior – 75% delas buscam essa proporção, contra 68% dos homens. “Hoje o fato de comer fora de casa não é mais desculpa para descuidar da saúde e não seguir uma boa alimentação, já que os restaurantes, e até mesmo lanchonetes, estão lotados de opções saudáveis”, declara
a Dra. Rosana Perim, nutricionista do Movimento Comer Bem é Tudo de Bom. “Um prato simples e clássico evita erros e deslizes, além de ser saudável. Apostar na combinação salada + arroz + feijão + proteína (carne, frango ou peixe) + verduras e legumes é sempre a melhor opção. Para sobremesa, frutas, gelatina são boas pedidas”, completa a nutricionista. Outros dados revelados pela pesquisa:
· 61% dos entrevistados dizem se alimentar de forma mais saudável em casa; · Entre os que realizam atividades físicas, 43% praticam caminhada; 36% delas, 2 ou 3 vezes por semana; · 65% dos entrevistados preferem restaurantes por quilo, enquanto 17% preferem restaurantes fast food e 14% optam por lanchonetes.
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Marketing
Potencialize sua marca Divulgar a marca no veículo de propaganda mais adequado bem como a utilização de canais de vendas apropriados são fatores essenciais para o sucesso do produto Por Eduardo
A
possibilidade de encontrar em um só lugar e de maneira segura diversas opções de produtos e serviços talvez seja uma das principais razões para o sucesso dos shoppings centers. A lógica acaba sendo a mesma para o boom das vendas feitas pela internet no Brasil, com a vantagem de não precisar sair de casa. Não é à toa que o comércio eletrônico tenha movimentado mais de R$ 28 milhões só no ano passado, segundo o e-bit. Cada vez mais empresas têm apostado nos marketplaces como modelo de negócio alternativo ou complemen40
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tar ao seu canal de vendas. Enquanto em uma loja virtual é possível encontrar os produtos ofertados por apenas uma empresa, o marketplace é um ambiente onde são vendidos produtos de diversas lojas parceiras, algo que se aproxima do conceito dos tradicionais shoppings centers. Já existem grandes marketplaces no Brasil, como Mercado Livre, que comercializa desde eletrônicos a calçados, Rakuten, também especializada em sapatos, bolsas e vestuário, entre outros. Seguindo a tendência dos produtos, hoje já há uma enorme variedade de marketplaces que são especializados em ofertar serviços. Alguns deles já estão se especializan-
Sani
do, como é o caso do oHub, que optou por trabalhar com o público B2B. Para finalizar a lista de tipos de marketplaces, existem os aplicativos, como os de taxi ou motofrete, que em sua modalidade reúnem em suas plataformas um número grande de prestadores de serviços. A seguir, confira algumas estratégias para driblar a concorrência e turbinar a presença de sua marca nos marketplaces.
1. Uma imagem vale mais que mil palavras Escolher boas fotos, e se possível, vídeos é fundamental. Apesar da descrição e utiliEngarrafador Moderno
dade do produto ser importante, conquistar o usuário pelas imagens, de preferência, de vários ângulos e com zoom, é importante.
2. Informação é a alma do negócio Procure deixar a linguagem técnica de lado, utilizando termos compreensíveis para as descrições de seus produtos. Apesar de parecer óbvio para alguns, não deixe de explicar de forma didática a forma de utilização dos produtos.
3. Benefícios para quem compra Diante da concorrência com outros marketplaces e lojas virtuais próprias de outras marcas, quanto mais benefícios o consumidor tiver, melhor. Procure oferecer frete grátis ou descontos para consumidores fieis ou que fazem um grande volume de compras.
4. Interação imediata Deixar o consumidor com dúvidas ou sem respostas é uma tremenda falta de respeito, e pode influenciar na reputação da marca na internet, por isso, monitore a área de comentários e redes sociais.
5. Foco nas redes sociais Lembre-se que as pesso-
as que compram pela internet são as mesmas que se relacionam pelas redes sociais, ou seja, faça uso de canais no Facebook, Twitter, Instagram, entre outros, tanto como canal de comunicação e engajamento quanto para divulgação de ofertas.
Ou ainda, a viabilidade de pagar um valor extra para aparecer no topo das buscas. Outra alternativa é investir em publicidade dentro do próprio marketplace. A compra de banners e modelos de anúncios são os mais comuns e geram resultados.
6. Contato próximo com o marketplace
8. Investimento no mobile
Monte suas estratégias em parceria com o próprio marketplace, desta forma fica mais fácil traçar metas para aumentar as vendas, já que é do interesse dele também gerar resultado.
Os aplicativos estão no mercado para facilitar e serem mais um canal para os usuários, portanto, é muito válido esse investimento. Com o crescimento da utilização de smartphones fica a expectativa que as vendas no mobile também cresçam.
7. O olho do dono que engorda o gado Procure junto ao marketplace por ações que evidenciem sua marca perante os concorrentes, como filtros de busca específicos que levem o consumidor aos seus produtos.
Eduardo Sani consultor de Marketing Digital da Uselink - www.uselink.com.br e desenvolvedor do programa de 14 semanas baseados no modelo de performance europeu
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Estudo
Internacionalização de empresas
Companhias brasileiras crescem e se sofisticam, mas expandem em ritmo lento
Da
E
studo da consultoria Maksen, em parceria com o Insper e com o Lisbon MBA, revela que apesar do crescimento acentuado da atuação no exterior nos últimos anos, as empresas brasileiras continuam muito abaixo do seu real potencial de internacionalização, sobretudo pela orientação ao mercado interno. Comparando o Brasil com economias mais evoluídas,
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como a dos EUA, verifica-se que o país tem ainda um longo caminho a percorrer no que diz respeito à internacionalização das suas empresas. O estudo da Maksen mostra que das 50 maiores empresas, no Brasil apenas 56% são internacionalizadas, enquanto que nos EUA, 90% já têm operações em outros países. “O Brasil está ficando para trás em termos de internacionalização. A sua presença no exterior não reflete
Redação
adequadamente a sua relevância econômica. De 2004 para 2012, o Brasil subiu do 14º lugar para 7º no ranking das maiores potências econômicas mundiais, no entanto ao nível da internacionalização apenas passou de 24º para 20º. Consequentemente, as empresas brasileiras não estão capturando benefícios estratégicos importantes para competir num mercado cada vez mais global”, afirma Sérgio do Monte Lee, head da Maksen no Brasil. Engarrafador Moderno
O vasto, lucrativo e ainda protecionista mercado interno foi uma das dificuldades apontadas no levantamento da Maksen. Aproximadamente 70% dos executivos entrevistados acredita que o Brasil é suficiente para o crescimento nos próximos anos, quer pela disponibilidade de recursos internamente, quer pelo potencial de crescimento do mercado consumidor. “O Brasil tem um mercado consumidor enorme e a projeção é que se torne o 5º maior do mundo em 2020. Esse vasto mercado doméstico quando somado à crise internacional desencoraja as companhias a arriscarem expandir as suas operações para outros países”, diz Lee. Com o foco no mercado interno, as políticas orientadas à promoção da internacionalização, tal como a educação internacional, passam para um segundo plano. No Brasil, não existe ainda nenhum MBA completamente em inglês como, por exemplo, na Europa, onde existem 2.400 cursos oferecidos apenas na língua inglesa. Adicionalmente, e de acordo com o Instituto Internacional da Educação, os estudantes brasileiros nos EUA representam apenas 1% do total de estudantes, confirmando a reduzida orientação acadêmica internacional. O alto custo do capital, com
taxas de juro acima das dos outros países, também foi citado pelos executivos como barreira à internacionalização. O financiamento do Banco de Desenvolvimento Nacional (BNDES) é visto pelo empresariado como a opção mais acessível, porém mais difícil de obter, levando a que grande parte das empresas procure financiamento externo para os seus projetos. A falta de assistência do governo com políticas públicas voltadas para ajudar as companhias a se internacionalizarem, a elevada volatilidade macroeconômica, a dificuldade burocrática e a constante mudança regulatória aparecem também como ofensores ao processo de internacionalização. “Esse cenário de constantes mudanças faz com que as empresas estabeleçam um panorama de curto prazo para os investimentos”, explica Lee. Não é só o país e governo brasileiro que travam a expansão das empresas. O estudo da Maksen aponta como barreira adicional, a baixa competitividade das empresas brasileiras, sobretudo pela falta de preparação para processos de internacionalização e estruturas de custo pesadas. No índice de competitividade mundial de 2013, o Brasil situa-se na 51ª posição, refletindo a falta de capacidade das empresas brasileiras em competir na arena internacional.
Por último, a falta de cultura de internacionalização, bem como o perfil conservador de alguns empresários brasileiros, surge como fator determinante na internacionalização das empresas brasileiras. Do total de entrevistados, 77% afirmam que a falta de visão e orientação a processos de internacionalização, impacta diretamente a ida de algumas empresas para o exterior. A reforma passa por i) conceder mais e melhor informação às empresas, quer dos países a investir quer do processo de internacionalização, ii) testar e realizar projetos piloto, iii) expandir a política de incentivos à internacionalização (fiscais, políticos, comerciais etc.) e iv) alocar os investimentos de forma mais focada, sobretudo ao nível da infraestrutura, educação e concessão de crédito. “Uma atuação conjunta das empresas e do governo, é fundamental para mudar o panorama atual e preparar o Brasil para um futuro, numa arena global, na qual os concorrentes estrangeiros estarão consolidados e o mercado interno brasileiro saturado”, conclui Lee. 43
Gestão
A síndrome do CEO Descentralizar as funções é essencial para que o CEO possa desempenhar seu principal papel que é o de pensar a empresa estrategicamente
Por Américo
N
ão é incomum vermos CEOs das empresas estressados, com elevada carga de trabalho, mas com gestão pouco efetiva em termos de resultados. Essa síndrome, que denominamos aqui de "síndrome do CEO centralizador" é extremamente prejudicial para qualquer tipo de empresa. Primeiro porque é praticamente im-
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possível que qualquer executivo consiga gerenciar com cuidado todos os indicadores da empresa, que podem superar a casa de centenas. Nem um polvo consegue! Dessa forma, o estresse ocorre não pelo excesso de produtividade, mas porque, ao concentrar todas as tarefas em si mesmo, o papel principal do presidente da corporação, passa a ser de bombeiro, so-
Predebon
mente apagando incêndios. Dessa forma, a essência da função do CEO, que é pensar quais as estratégias a serem adotadas para o alcance das metas, perde-se no tempo. O CEO centralizador tranca o processo de decisões da empresa. As iniciativas simplesmente não fluem! Além disso, os colaboradores não se sentem parte do processo e tornamse cumpridores de tarefa, sem buscar entender seu papel Engarrafador Moderno
centralizador dentro da organização. Isso ocorre não apenas em empresas familiares, onde geralmente o gestor é o próprio criador da companhia. Pelo contrário, acontece em qualquer tipo de empresa, atingindo até mesmo as grandes companhias abertas. O motivo? Tais empresas não possuem um processo estruturado de gestão. Quando há a estruturação da gestão, é possível delegar funções e monitorar os indicadores de resultados sem perda de controle. O CEO pode e deve estar atento às metas da empresa, visando cumprir com o planejamento estratégico. O acompanhamento de cinco a dez indicadores é suficiente para o cumprimento de seu papel. Parece estranho pensar assim, quando sabemos que existem inúmeros indicadores, que vão desde o turn over do RH ao Market Share. No entanto, o ideal é que o gestor atribua responsabilidades para cada nível hierárquico dentro da em-
presa, de forma a estar atento apenas àqueles indicadores que envolvem as diretrizes orientadas para o planejamento estratégico. Para que isso ocorra de forma saudável, é preciso definir com clareza a "responsabilidade e autoridade" de cada funcionário da organização, em todos os níveis. Tais desdobramentos passam por todas as áreas da empresa e levam a um processo estruturado de gestão, em que cada colaborador se sente parte do processo e sabe que sua participa-
ção faz a diferença. Ao mesmo tempo, reduz o número de atribuições do CEO, o qual passa a desempenhar seu real papel: pensar na estratégia que gera valor à empresa.
Américo Predebon engenheiro Mecânico pela PUC/RS com pós-graduação em Engenharia de Segurança no Trabalho, na PUC/RS e em "Administração de Marketing" (FGV/SP), é diretor Comercial na Qualitin desde 2011. Atuou na criação do modelo de gestão da AmBev e no projeto de fusão entre Brahma e Antarctica como líder da área de Gestão
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Estratégia
Decifrando o cliente Conhecer o cliente é a única forma para se definir as estratégias de posicionamento da empresa ao longo dos anos Por
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S
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egmentação é um conceito já difundido há algum tempo, e que consiste na separação
em grupos com características similares. Quando falamos de segmentação de clientes, tratase de grupos de shopper (consumidor) que tenham similaridade quanto ao seu perfil bem co-
Marcelo Murin
mo comportamento de demanda, sem deixarmos de lado as necessidades de valor que causam seu interesse. Por isso, para segmentar seus clientes é imperativo conhecê-los! Engarrafador Moderno
A informação e o conhecimento são a base para se atingir excelência de resultados nos dias de hoje. Sendo assim, para auxiliar na realização de sua segmentação de clientes, gostaria de expor as principais variáveis neste processo: · Geográfica - identificar a região, cidade, bairro em que seu cliente reside, características de consumo, é zona rural ou urbana e outras informações que sejam pertinentes ao negócio; · Demográfica - saber sobre idade, sexo, tamanho e renda da família, grau de instrução, ocupação, nacionalidade, entre outros; · Psicográfica - neste caso são questões de estilo de vida, cultura, valores, personalidade, ou seja, impactos sociais; · Comportamental - relacionado ao comportamento de consumo propriamente dito, e podemos pensar em interesse, prontidão para compra, utilização versus fidelidade ao produto ou ponto de venda. Mas para que serve segmentar seus clientes? O objetivo de qualquer segmentação é poder separar os similares para tratá-los de forma específica e dirigida, e com isso bus-
car sua maior satisfação. Com seus clientes não poderia ser diferente. Desta forma, a segmentação de clientes é importante para que se possa definir o posicionamento dos segmentos em questão, e por meio de estratégias e táticas de atuação trabalhar mais efetivamente junto aos clientes. Uma vez identificados os segmentos e seu posicionamento, o processo torna-se ato contínuo a partir da implantação das atividades traçadas, bem como sua posterior avaliação no intuito de retroalimentar o sistema. Obviamente que as estratégias definidas para cada segmento de cliente precisam ser muito claras e alinhadas
com suas necessidades, e a aplicação das táticas de atuação devem buscar atratividade quanto ao perfil e comportamento do shopper inserido em determinado segmento. Portanto, a segmentação de cliente não é um fim por si só, mas claramente deve ser o meio pelo qual devemos entender profundamente as necessidades de seus clientes, e através disto oferecer ao mesmo as melhores alternativas de produto ou serviço. Por fim, a segmentação é uma excelente forma de dirigir e otimizar recursos, buscando assertividade.
Marcelo Murin administrador de empresas com especialização em marketing e sóciodiretor da SOLLO Direto ao Ponto
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Destilados
Nova
cachaça na praça
D’gusta Cachaçaria lança destilados em embalagens especiais Da
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hega ao mercado a Cachaça D´ Gusta, lançada nas versões de sabores Bananinha, Canelinha e Coquinho, além da Piracana Prata e Piracana Premium. A bebida é produzida pela D´ Gusta Cachaçaria e envasada em garrafa Covet. As versões Bananinha, Canelinha e Coquinho, com teor alcoólico de 20%, trazem um sabor suave e doce, e foram criadas com o objetivo de agradar o público jovem e sofisticado. O sabor exclusivo e requintando tem feito a marca D´Gusta ser bem aceita e ganhar notoriedade, por meio da propaganda
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Redação
boca-a-boca, uma vez que a empresa tem feito degustação em bares e casas noturnas. A Piracana Prata é bidestilada e indicada para caipirinhas e coquetéis. Seu teor alcoólico é de 40%. Já a Piracana Premium, com 39% de teor alcoólico, é macia e de sabor clássico. Envelhecida em tonéis de carvalho, foi criada para agradar os paladares mais exigentes. Visando o segmento de bebidas Premium, foi escolhida uma garrafa exclusiva Covet, linha da Owens-Illinois. Já os rótulos foram desenhados por um estilista de uma famosa grife de roupas.
"A embalagem tem grande importância para definir a apresentação de um produto e o seu posicionamento, segmentando seu público", explica Gusta Bernardes, sócio proprietário da D´Gusta Cachaçaria. Atualmente, a Cachaça D´ Gusta pode ser encontrada apenas na capital de São Paulo, mas gradativamente a distribuição se expandirá para outras regiões do Brasil. Recentemente, a empresa fechou parceria com uma grande distribuidora no Paraná e outra em Santa Catarina. Em todas as suas versões, a cachaça é vendida em garrafas de 750 ml, e o preço sugerido é de aproximadamente R$ 45,00. Engarrafador Moderno
LIVROS
Eventos na prática A obra Manual Prático de Eventos, da autora Vanessa Martin, mostra de forma prática os principais aspectos da estratégia corporativa que envolve a escolha do melhor evento para alcançar os objetivos do planejamento estratégico da empresa. Para isso: dá noções das tendências e do mercado; detalha as tipologias e classificações; estrutura e dá dicas para o planejamento e organização, além de apresentar cases, depoimentos, infográficos e diagramas.Editora Elsevier.
Economia Tomada de decisão Ao nos depararmos com uma decisão, acreditamos que estamos pesando os fatos objetivamente e tomando decisões racionais, ponderadas. Na verdade, a ciência nos diz que, em situações de julgamento cuidadoso, cada indivíduo, de certa forma, é influenciado por seus próprios vieses. Baseada na pesquisa mais recente sobre decisão comportamental, a oitava edição do livro Processo Decisório editado pela Elsevier, de autoria de Max H. Bazerman, examina o julgamento em uma série de contextos gerenciais, oferecendo percepções importantes, que podem ajudá-lo a tomar melhores decisões gerenciais.
Em introdução à economia Krugman e Wells abordam a Economia a partir de exemplos práticos do dia a dia mantendo um estilo claro e envolvente, marcas de sua obra. Esta terceira edição foi atualizada para permanecer na fronteira entre seus concorrentes, no que se refere aos dados, aos exemplos e às histórias de abertura - uma atualidade que mobiliza o interesse dos alunos em cada capítulo. A mudança mais substantiva do livro Introdução á Economia, editado pela Elsevier, é uma seção completamente nova sobre economia comportamental que inclui tópicos sobre a influência da equidade e da justiça na tomada de decisões, o efeito de decisões tomadas em condições de risco e incerteza, percepções enganosas sobre o custo de oportunidade, e os perigos do excesso de confiança.
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NOTÍCIAS Novo presidente Pelos próximos dois anos, a Associação Brasileira de Enologia contará com um novo presidente. Juliano Perin foi eleito por unanimidade em dezembro. Como presidente à frente da ABE, Juliano afirma que manterá o trabalho desenvolvido pela entidade, com foco na valorização do associado através de palestras, degustações temáticas e experiências imersivas. Como novidade, Perin pretende enfatizar ainda mais a questão das visitas técnicas, promovendo conhecimento em todos os âmbitos aos profissionais do vinho, reforçando seu comprometimento com a categoria. Juliano atua desde 2000 como gerente de Enologia na Chandon do Brasil, em Garibaldi (RS).
Comemoração A unidade da Pentair em Caxias do Sul/RS, a Hidro Filtros, completa 20 anos de atividades. No portifólio da empresa, encontram-se soluções para filtração de fluidos, além de outros produtos para diversos segmentos como farmacêutico, petroquímico, avicultura, alimentos e bebidas. Nessas duas décadas de existência, a Hidro Filtros desenvolveu sua exclusiva tecnologia de Melt Blown, o que garante ao elemento filtrante melhor rigidez e alta capacidade de retenção de partículas presentes na água.Graças a sua posição de destaque no mercado, em março de 2011, a Hidro Filtros foi adquirida pela Pentair, multinacional norteamericana, sediada em Minneapolis, Estados Unidos.
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Salton Reserva é Ouro A Vinícola Salton recebeu, recentemente, distinção no concurso Effervescents du Monde, realizado na cidade de Dijon, na França. O espumante brut Salton Reserva Ouro conquistou a medalha de prata, no evento que reuniu 606 amostras oriundas de 24 países e avaliadas por 100 degustadores. O produto é elaborado pelo clássico método Charmat longo, ou seja, permanece em contato com as leveduras por, no mínimo, nove meses, tempo necessário para dar complexidade de aromas e sabor, além de proporcionar espuma e cremosidade. Para desenvolver o espumante, o diretor-técnico e enólogo da Salton, Lucindo Copat, e a equipe da vinícola, contaram com a assessoria do diretortécnico do Institut Enologique de Champagne (IOC), o francês Jean Pierre Valade.
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