Mestrado - 1A1S - Fontes de Alimentação de Socorro - Dimensionamento e Manutenção -

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Mestrado em Engenharia Electrotécnica - Energia e Automação Industrial

ELECTRICIDADE INDUSTRIAL Fontes de Alimentação de Socorro - Dimensionamento e Manutenção -

2011 João Vitor Pereira Ôlas (nº1503) Ricardo Jorge de Loureiro Silva (nº1841)


Mestrado em Engenharia Electrotécnica - Energia e Automação Industrial

ÍNDICE 1.

Introdução............................................................................................................................. 3

2.

Geradores de socorro............................................................................................................ 4 2.1.

Classificação das cargas............................................................................................. 5

2.2.

Comutação de cargas ................................................................................................ 6

2.3.

Legislação .................................................................................................................. 8

2.4.

Manutenção de Grupos de Socorro ........................................................................ 10

2.4.1. Manutenção de 1º nível ...................................................................................... 10 2.4.2. Manutenção de 2º nível ...................................................................................... 11 3.

Simulação em laboratório ................................................................................................... 14 3.1.

1º ensaio.................................................................................................................. 14

3.2.

2º ensaio.................................................................................................................. 16

3.3.

3º ensaio.................................................................................................................. 17

3.4.

4º ensaio.................................................................................................................. 19

3.4.1. Cavas ................................................................................................................... 20 4.

Visita ao gerador de socorro da ESTGV............................................................................... 21 4.1.

5.

Quadro de Transferência de Cargas (QTC).............................................................. 22

Caso de Estudo .................................................................................................................... 24 5.1.

Passo 1..................................................................................................................... 24

5.2.

Passo 2..................................................................................................................... 25

5.3.

Passo 3..................................................................................................................... 26

5.4.

Passo 4..................................................................................................................... 28

5.5.

Passo 5..................................................................................................................... 29

5.6.

Passo 6..................................................................................................................... 30

6.

Esquemas de ligação ........................................................................................................... 32

7.

Conclusões........................................................................................................................... 33

8.

Bibliografia .......................................................................................................................... 35

9.

Anexos ................................................................................................................................. 36

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ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1 - Esquema de ligação da rede eléctrica e grupo gerador a cargas.................................. 6 Figura 3 - Transferência com rampa de carga............................................................................... 7 Figura 4 - Transferência com rampas de carga ............................................................................. 7 Figura 5 - Ensaio com Lâmpadas fluorescentes .......................................................................... 14 Figura 6 - Ensaio com motor ....................................................................................................... 16 Figura 7 - Ensaio com motor assíncrono trifásico ....................................................................... 17 Figura 8 - Ensaio com grupo gerador .......................................................................................... 19 Figura 9 - Constituição de um Gerador ....................................................................................... 21 Figura 10 - Quadro de transferência de cargas........................................................................... 22 Figura 13 - Gerador de 18kVA ..................................................................................................... 29

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1. INTRODUÇÃO Pretendemos com este trabalho estudar o conceito de gerador de socorro, nomeadamente o seu funcionamento numa rede, as formas de comutação de cargas, a ligação de cargas especiais (força motriz) ao gerador e quedas de tensão (cavas) provocadas, comutação de cargas, legislação da possibilidade de paralelo com a rede de distribuição de energia eléctrica, bem como os critérios para a escolha do grupo. Iremos ainda, usando um Caso de Estudo, dimensionar um gerador de socorro para uma instalação fabril explicando todos os passos necessários. Para uma melhor compreensão vamos dividir o nosso Caso de Estudo em fases: 

Simulação em laboratório de várias cargas que considerámos existir no caso de estudo para o qual vamos dimensionar o gerador

Visita ao gerador de socorro da ESTGV com a finalidade de se observar um sistema implementado

Passos a seguir para escolher o gerador de socorro, indicando todos os cálculos necessários

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2. GERADORES DE SOCORRO Os geradores de socorro, constituídos normalmente por grupos geradores a diesel, pretendem assegurar a fiabilidade necessária a quaisquer serviços, especialmente àqueles ditos essenciais, são uma necessidade crescente nos dias de hoje. Com o crescimento do consumo, quer doméstico quer industrial, os sistemas de alimentação de energia eléctrica disponibilizado pelas entidades fornecedoras tem demonstrando a sua vulnerabilidade, aliado por vezes a alguns acidentes provocados por descargas atmosféricas, que, por serem imprevisíveis, se tornam inevitáveis, ou ainda pela necessidade de interrupções para intervenções de manutenção nos diversos equipamentos que compõem os sistemas, provocam um alto risco de prejuízos. Nos dias que correm, os grandes centros comerciais, hipermercados e muitas unidades industriais nos ramos alimentício, químico, farmacêutico, e outros, não podem prescindir de ter um (ou mais) grupo gerador de socorro (emergência). O valor do investimento numa fonte de emergência equivale, na maioria dos casos, a algumas poucas horas de produção que seriam perdidas por falta de energia eléctrica. Também os hotéis não podem deixar de proporcionar aos seus hóspedes o conforto do ar condicionado, bem como todos os outros benefícios da energia eléctrica. Hospitais, estações de rádio e televisão, eventos, entre outros também teriam o seu funcionamento seriamente comprometido, por ocasião de possíveis falhas na rede de alimentação, se não recorressem aos grupos geradores de emergência. Os prejuízos resultantes das interrupções do fornecimento de energia eléctrica podem ser: 

Financeiros - Perdas de facturação, comprometimento de níveis de stocks, perdas de descontos, taxas de crédito, preço de acções;

Rendimento - Perdas directas, perda de rendimentos futuros, obrigações contratuais, perdas de investimentos;

Reputação - Clientes, fornecedores, mercado financeiro, parceiros de negócios;

Produtividade - Duração da falha x número de funcionários;

Outros Custos - Processos, custos de horas-extra, aluguer de equipamentos, custos de envio.

Concluímos que o grupo gerador é uma parte importante de um sistema de energia e que, por si, não assegura a necessária fiabilidade e segurança no abastecimento de energia com a qualidade desejável. Assim, na aquisição de um grupo de socorro, não basta assegurar a sua disponibilidade, sendo que a fiabilidade do sistema deve ser também considerada como um factor preponderante na decisão de compra.

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2.1.

CLASSIFICAÇÃO DAS CARGAS

Nas pesquisas que fizemos sobre esta matéria, encontrámos uma tabela de classificação de cargas1, que consideramos pertinente: Classe A

B

C

D

E

Características Equipamentos com alimentação dupla, ou seja, podem receber energia de duas fontes distintas simultaneamente. Todos os equipamentos sem possibilidade de interrupção no fornecimento de energia eléctrica. Equipamentos que embora não tenham possibilidade de interrupção no fornecimento de energia em uso normal, podem ser substituídos por outros em situações de manutenção. Equipamentos que necessitam de alimentação ininterrupta, mas o funcionamento não ocorre de forma permanente, podendo desligar-se para permitir manutenção programada. Equipamentos atendidos nas mesmas condições das cargas A, B e C, porém passíveis de cortes por curtos períodos, como, por exemplo, sistemas de elevadores. Equipamentos que embora exijam disponibilidade de uma fonte autónoma, uma interrupção não representa risco além daquele provocado pela perda da fonte normal.

As cargas críticas caracterizam-se, principalmente, pelas necessidades de: Disponibilidade A operação deve ser contínua 24 horas por dia, 365 dias por ano. Disponibilidade de 99,99% significa que em 365 x 24 = 8.760 horas há uma indisponibilidade de 0,01%, ou seja, 0,876 hora ou aproximadamente 53 minutos de interrupção por ano. Actualmente, há grupos de socorro que podem assegurar disponibilidade de até 99,999%, o que significa a indisponibilidade de 5,26 minutos por ano, um valor ainda alto e insuficiente para muitas cargas críticas. Fiabilidade O MTBF (Mean Time Between Failures) do sistema deve ser elevado. Manutenção rápida Baixo valor de MTTR (Mean Time To Repair).

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Referência [3] na Bibliografia

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2.2.

COMUTAÇÃO DE CARGAS

Existem três formas de comutar a alimentação da carga da rede para o grupo gerador. Assim vamos considerar o seguinte esquema2:

Figura 1 - Esquema de ligação da rede eléctrica e grupo gerador a cargas

a) Transferência com interrupção da carga Neste caso, há interrupção da alimentação da carga, na falha e no retorno da rede, uma vez que quando abre o interruptor 52U (52G), o outro interruptor 52G (52U) ainda está aberto, de modo a que não haja interligação do gerador de socorro com a rede. a carga

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Referência [1] na Bibliografia

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b) Transferência com rampa de carga

Figura 3 - Transferência com rampa de carga

Neste caso, há interrupção da alimentação da carga, na falha da rede, uma vez que quando abre o interruptor 52U o outro interruptor 52G ainda está aberto. No retorno da rede a entrega das cargas à rede é realizada de forma gradual, existindo interligação do gerador de socorro com a rede. c) Transferência com rampas de carga

Figura 4 - Transferência com rampas de carga

Neste caso, a transferência de cargas da rede para o gerador, e vice-versa, é realizada de forma gradual, sem interrupção de energia. Existindo, neste caso, interligação do gerador de socorro com a rede. É de notar que neste tipo de comutação o grupo gerador entra em funcionamento sem que a energia da rede falte.

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2.3.

LEGISLAÇÃO

Nas Regras Técnicas das Instalações Eléctricas de Baixa Tensão3 (Portaria N.º 949-A/2006 de 11 de Setembro), o ponto 551 refere-se aos Sistemas geradores de baixa tensão e aplica-se às instalações eléctricas de baixa tensão que possuam sistemas geradores destinados a alimentar, de forma contínua ou ocasional, essas instalações (ou parte dessas instalações), indicando-se regras para: a) Instalações não ligadas à rede de distribuição; b) Instalações alimentadas por sistemas geradores, usados como fontes de substituição da rede de distribuição; c) Instalações alimentadas por sistemas geradores, usados como fontes em paralelo com a rede de distribuição; d) Combinações dos tipos de alimentação indicados nas alíneas anteriores. Do ponto 551 destacamos as seguintes indicações aplicáveis ao nosso trabalho, embora todo este capítulo seja importante: 551.2.1 - Os meios usados na excitação e na comutação devem ser adequados à utilização prevista para o sistema gerador, o qual não deve comprometer o funcionamento satisfatório e a segurança das outras fontes de energia. 551.2.2 - As correntes de curto-circuito e as correntes de defeito presumidas devem ser estimadas para cada uma das fontes ou para cada combinação de fontes de alimentação que possa funcionar em conjunto. Quando a instalação estiver ligada a uma rede de distribuição, os dispositivos de protecção devem suportar os curtocircuitos que ocorram na instalação, qualquer que seja a associação prevista para o funcionamento das fontes. 551.2.3 - Quando os sistemas geradores alimentarem instalações não ligadas a redes de distribuição (ou se destinarem a substituir essas redes), a potência e as características de funcionamento desses sistemas devem ser tais que não possam causar perigo ou danos para os equipamentos em caso de ligação ou de corte de quaisquer cargas, em consequência de um desvio da tensão ou da frequência fora dos limites de funcionamento previstos. Devem ser utilizados meios adequados que provoquem o deslastre automático de partes da instalação quando a potência do sistema gerador for ultrapassada. (…) 551.5.1 - Quando existirem sistemas de detecção das sobreintensidades do sistema gerador, estes devem estar localizados o mais próximo possível dos terminais do gerador.

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Referência [4] na Bibliografia

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Mestrado em Engenharia Electrotécnica - Energia e Automação Industrial 551.5.2 - Quando um sistema gerador estiver previsto para funcionar em paralelo com a rede de distribuição (ou quando dois ou mais sistemas geradores puderem funcionar em paralelo), as correntes harmónicas de circulação devem ser limitadas, por forma a que a solicitação térmica dos condutores não seja ultrapassada. Como meios para limitar os efeitos das correntes harmónicas de circulação podem ser usados os seguintes: a) Selecção de grupos geradores com enrolamentos de compensação; b) Colocação, no ponto neutro do gerador, de uma impedância adequada; c) Colocação de dispositivos que interrompam os circuitos de circulação, encravados por forma a que, em cada instante, não seja impedida a protecção contra os contactos indirectos; d) Colocação de sistemas de filtragem; e) Quaisquer outros meios apropriados. 551.6.1 - Para que o sistema gerador não possa funcionar em paralelo com a rede de distribuição, devem ser tomadas medidas que satisfaçam às regras relativas ao seccionamento, indicadas na secção 46. As medidas a adoptar podem ser: a) Encravamentos eléctricos, mecânicos ou electromecânicos entre os mecanismos de funcionamento ou entre os circuitos de comando dos dispositivos de inversão; b) Sistemas de bloqueio, dotados de uma única chave de transferência; c) Comutadores de três posições; d) Dispositivos automáticos, com encravamentos apropriados; e) Outros meios que forneçam um grau de segurança do funcionamento equivalente. 551.7.1 - Na selecção e na utilização de um sistema gerador que possa funcionar em paralelo com a rede de distribuição, devem ser tomadas as necessárias precauções para evitar os efeitos prejudiciais (para a rede de distribuição ou para outras instalações), relativamente ao factor de potência, às variações de tensão, às distorções harmónicas, aos desequilíbrios de cargas, a correntes de arranque e às flutuações da tensão ou do sincronismo. Deve, ainda, ser consultado o distribuidor quanto aos requisitos particulares a considerar na instalação. Quando for necessário dispor de sincronização no sistema, é recomendável a utilização de dispositivos automáticos, que controlem a frequência, o ângulo de fase e a tensão. 551.7.2 - Deve ser prevista uma protecção que desligue o sistema gerador da rede de distribuição em caso de falha desta ou de variações da tensão ou da frequência da rede de distribuição fora dos limites normais. O tipo e a regulação dessa protecção devem ser coordenados com as protecções existentes na rede de distribuição e devem ser acordados com o distribuidor. João Vitor Pereira Ôlas (nº1503) Ricardo Jorge de Loureiro Silva (nº1841)

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Mestrado em Engenharia Electrotécnica - Energia e Automação Industrial 551.7.3 - Devem ser previstos meios para evitar a ligação de um sistema gerador a uma rede de distribuição quando a tensão e a frequência desta estiverem fora dos limites indicados na secção 551.7.2. 551.7.4 - Devem ser previstos meios que permitam separar o sistema gerador da rede de distribuição, os quais devem ser acessíveis, permanentemente, ao pessoal do distribuidor. 551.7.5 - Quando o sistema gerador puder também funcionar como alimentação de socorro da instalação alimentada pela rede de distribuição, a instalação deve ainda satisfazer às regras indicadas na secção 551.6.

Para uma informação mais completa aconselhamos a consulta de todo o Capítulo 551 das Regras Técnicas das Instalações Eléctricas de Baixa Tensão (Portaria N.º 949-A/2006 de 11 de Setembro). Nota: Os sistemas geradores que possam funcionar em paralelo com as redes de distribuição de energia eléctrica devem também satisfazer as regras indicadas no Guia Técnico das Instalações de Produção Independente de Energia Eléctrica.

2.4.

MANUTENÇÃO DE GRUPOS DE SOCORRO

Em grupos de socorro é normalmente utilizada a manutenção preventiva mais condicional do que sistemática.

2.4.1.

MANUTENÇÃO DE 1º NÍVEL

1 - A manutenção de 1º nível é realizada pelo próprio operador e consiste em: a) b) c) d)

Manter o grupo limpo e bem conservado. Tomar todas as medidas necessárias para mantê-lo disponível. Participar imediatamente qualquer falha na operação. Cuidar para que o grupo de socorro não opere fora das suas características.

2 - Ao guardar o grupo de socorro, o operador deve: a) b) c) d) e)

Guardar todas as ferramentas e acessórios. Verificar se a chave de ignição e a iluminação interna estão desligados. Verificar e desligar os disjuntores de saída de energia. Executar as actividades de manutenção de 1º grau. Fechar e trancar todas as portas do grupo de socorro. João Vitor Pereira Ôlas (nº1503) Ricardo Jorge de Loureiro Silva (nº1841)

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Mestrado em Engenharia Electrotécnica - Energia e Automação Industrial f)

Verificar se o local onde ficará guardado o grupo de socorro, oferece segurança contra choques mecânicos, quedas ou intempéries.

3 - Os procedimentos de manutenção descritos a seguir, deverão ser executados: a) Semanalmente, quando o grupo de socorro não estiver em uso. b) Antes de guardar, após cada utilização.          

Equipamento - Operar e mantê-lo limpo. Lavar. Combustível - Abastecer e encher. Óleo lubrificante - Inspeccionar e encher. Bateria - Completar com água destilada, untar os bornes com vaselina. Porcas e parafusos - Reapertar, quando não exigir medidor de torque. Motor diesel - Limpar todo o motor, principalmente as aletas de refrigeração frontais, e as do gerador. Filtro de ar - Inspeccionar o estado do óleo da cuba, e trocar se for o caso. Correia - Regular a tensão da correia. Gerador - Limpar e inspeccionar. Fusíveis - Substituir quando queimados.

2.4.2.

MANUTENÇÃO DE 2º NÍVEL

Os procedimentos de manutenção preventiva de 2º nível são os seguintes: 1 - Manutenção semanal: a) Filtro de ar:  Destrancar o corpo do filtro de ar.  Deixar escorrer o óleo contido no filtro.  Limpar a cuba de óleo.  Lavar o filtro, usando óleo de parafina ou óleo diesel. Nunca se deve usar água, gasolina ou qualquer outro líquido quente.  Adicionar 0,5 litros de óleo lubrificante, do mesmo tipo usado no cárter do motor, até ao nível indicado.  Retirar os detritos da entrada do filtro.  Efectuar a montagem dos componentes. b) Troca do óleo lubrificante:  Efectuar a troca sempre com o motor quente.  O motor deve estar no nível ou numa posição tal que saia todo óleo do cárter.  Retirar o bujão magnético, logo após ter desligado o motor.  Deixar escorrer completamente o óleo em uma vasilha.  Limpar o conjunto filtro de óleo do cárter e o bujão magnético. João Vitor Pereira Ôlas (nº1503) Ricardo Jorge de Loureiro Silva (nº1841)

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Mestrado em Engenharia Electrotécnica - Energia e Automação Industrial  Montar as peças, não esquecendo de substituir os anéis de vedação do bujão magnético e do conjunto do filtro de óleo.  Encher o cárter com 2,5 litros de óleo lubrificante, até o nível superior da vareta.  Colocar o motor em funcionamento alguns minutos sem carga. 2 – Manutenção quinzenal:      

Esvaziar o tanque de combustível e limpá-lo internamente. Nunca usar desperdício, para que não fiquem fiapos dentro do tanque. Desenroscar o filtro de combustível do cabeçote do mesmo. Instalar um elemento filtrante novo, apertando-o com a mão no cabeçote do filtro. Encher o reservatório de combustível. Sangrar o sistema, libertando o parafuso superior do cabeçote do filtro, até que saia todo o ar do sistema. Reapertar o parafuso.

3 – Operações de manutenção: Listamos a seguir as operações que são atribuídas ao 2º nível, porém, não necessariamente preventivas. Equipamento:    

Pintura quando necessário. Substituição das portas e laterais, das dobradiças e fechaduras. Substituição de tubagens em geral, placas de instruções, ferramentas, livro registo e manual de instruções. Conservação do manual de operação, manutenção e peças e outras publicações.

Motor diesel:          

Regulação das válvulas do motor e substituição da junta da tampa. Substituição do filtro de respiro a cada 1000 horas. Substituição dos colectores de admissão e escape. Substituição do mecanismo da manivela de partida. Substituição do filtro de ar. Limpeza ou substituição do tanque de combustível e suas ligações. Substituição dos tubos de escape. Substituição de mangueiras. Teste e substituição do alternador auxiliar. Substituição dos instrumentos do painel de comando do motor.

Painel de comando: 

Substituição de lâmpadas, disjuntores e chaves. João Vitor Pereira Ôlas (nº1503) Ricardo Jorge de Loureiro Silva (nº1841)

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Mestrado em Engenharia Electrotécnica - Energia e Automação Industrial Bateria:  

Recarga e substituição da bateria. Substituição dos cabos e terminais da bateria.

Alternador:   

Limpeza dos anéis colectores. Substituição das escovas e porta–escovas. Limpeza do sistema de ventilação

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3. SIMULAÇÃO EM LABORATÓRIO No âmbito do trabalho, realizámos três simulações em laboratório com algumas cargas que pretendemos incluir no nosso caso de estudo, nomeadamente iluminação e força motriz. E um quarto ensaio com um gerador a alimentar cargas variáveis, para simular cavas de tensão.

3.1.

1º ENSAIO

A primeira simulação em laboratório, com o objectivo de obter valores de tensão, corrente, potências e factor de potência, foi feita utilizando 3 armaduras duplas, com lâmpadas fluorescentes de 58W, de diferentes tipos: com balastro normal, com balastro normal com compensação de condensador e balastro electrónico.

Figura 5 - Ensaio com Lâmpadas fluorescentes

Potência activa

Potência reactiva

Potência aparente

(W)

(VAr)

(VA)

1,36

155

290

329

0,47 (ind)

241,5

0,97

149

175

229

0,65 (ind)

241,8

0,47

114

-19

114

0,99 (cap)

Lâmpadas Fluorescentes

Tensão

Corrente

(V)

(A)

Sem condensador

241,4

Com condensador Com balastro electrónico

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Factor de potência

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Mestrado em Engenharia Electrotécnica - Energia e Automação Industrial Como podemos observar pelos dados obtidos, a armadura com balastro electrónico apresenta valores de potências muito abaixo das outras. Isto acontece porque os balastros electrónicos melhoram o rendimento das lâmpadas pois convertem a frequência da rede de 50 Hz em alta frequência, geralmente entre 25 kHz e 40 kHz. O funcionamento das lâmpadas a estas elevadas frequências produz a mesma quantidade de luz, com um consumo de 12 a 25 % mais baixo. A utilização de balastros electrónicos tem portanto uma série de vantagens: 

Aumento do rendimento luminoso - as lâmpadas podem produzir cerca de mais 10% de luz para a mesma potência absorvida; alternativamente a potência absorvida pode ser reduzida, para a mesma saída de luz;

Eliminação do “flicker”: numa lâmpada a funcionar a 50 Hz a luz extingue-se duas vezes por ciclo na passagem da corrente por zero. Isto produz o “flicker”, o qual provoca cansaço visual. Produz também o conhecido efeito estroboscópico, com efeitos potencialmente perigosos no caso de existirem máquinas rotativas. Com o funcionamento da lâmpada a alta frequência a emissão de luz é contínua, eliminandose portanto o “flicker”.

Eliminação do ruído audível: como os balastros electrónicos funcionam acima da gama audível de frequências, o problema do ruído é eliminado. O familiar ruído dos balastros convencionais é provocado pelas vibrações mecânicas das chapas laminadas do seu núcleo, e possivelmente também pela bobine, vibrações estas que se propagam à armadura e à superfície na qual está fixada, ampliando ainda mais o ruído.

Menor potência absorvida: um balastro electrónico consome menos potência e portanto dissipa menos calor do que um balastro magnético convencional. Esta redução de potência é possível porque a alta frequência, a lâmpada pode funcionar a uma potência mais baixa, com a mesma emissão de fluxo; as perdas num balastro electrónico são muito menores do que as perdas num balastro magnético. Podem conseguir-se reduções de custo da energia de 20 a 25%.

Aumento da duração da vida da lâmpada: um balastro electrónico efectua um préaquecimento dos eléctrodos antes de aplicar um impulso controlado de tensão, diminuindo o desgaste do material emissor de electrões dos eléctrodos. Isto aumenta a duração de vida da lâmpada.

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3.2.

2º ENSAIO

Neste ensaio em laboratório, o objectivo foi o de obter valores de tensão, corrente, potências e factor de potência, do funcionamento de um motor de indução, ligado em estrela, sem carga.

Figura 6 - Ensaio com motor

Deste resultaram os seguintes valores.

Motor 0,75kW

Tensão (V)

Corrente (A)

Potência activa (W)

Potência reactiva (VAr)

Potência aparente (VA)

Factor de potência

230

1,7

25

135

137,3

0,18

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3.3.

3º ENSAIO

Com objectivo de valores de, correntes de arranque, ligamos um motor sem carga com três tipos de arranque.

Figura 7 - Ensaio com motor assíncrono trifásico

Motor assíncrono trifásico

Corrente arranque (A)

Arranque directo

150 / 5 = 30

Arranque estrela-triângulo

64 / 5 = 12,8

Arranque com soft-starter

42 / 5 = 8,1

De notar que, para uma melhor leitura demos 5 voltas do cabo na pinça amperimétrica do analisador. Assim verificamos que o arranque estrela triângulo baixa o valor da corrente de arranque para menos de metade, e que o arranque com arrancador suave com segue-se baixar ainda mais esta corrente de arranque. João Vitor Pereira Ôlas (nº1503) Ricardo Jorge de Loureiro Silva (nº1841)

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Mestrado em Engenharia Electrotécnica - Energia e Automação Industrial Como funciona o arrancador suave? Durante a fase inicial de arranque, o arranque directo implica um consumo de corrente 5 a 7 vezes superior à corrente nominal do motor. A elevada corrente de arranque pode ter efeitos nocivos no motor e na instalação eléctrica. O sobreaquecimento que o excesso de corrente provoca, pode deteriorar os isolamentos do motor. A instalação eléctrica tem de ser dimensionada para os elevados valores de corrente esperados no arranque, caso contrário os dispositivos de protecção poderão disparar. A queda de tensão da linha no momento de arranque pode também causar danos ou paragens não programadas a outros equipamentos alimentados pela mesma linha, perturbando ciclos de produção com prejuízos avultados. A versatilidade e as potencialidades dos semicondutores de potência actuais, juntamente com a possibilidade de utilizar algoritmos de controlo sofisticados, permitiram que surgissem técnicas de controlo de motores, muito poderosas. Estes componentes designam-se por conversores estáticos. Assim sendo, surgem os arrancadores suaves (soft-starters) que, tal como o próprio nome indica, ajudam a suavizar o arranque, tornando-o menos agressivo quer para o motor, quer para a instalação eléctrica. Este dispositivo trata-se de um VVFF (Variable Voltage Fixed Frequency), ou seja, só actua na tensão. O soft-starter controla a tensão de maneira a que a corrente fornecida durante o arranque corresponda a uma curva suave, limitando o pico de corrente de arranque a 1/3 da corrente de arranque.

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3.4.

4º ENSAIO

Com objectivo observar as quedas de tensão com a variação das cargas (ligadas em estrela) alimentadas por um gerador síncrono, realizamos um ensaio com registo de valores de tensão, correntes, velocidade e potências.

Figura 8 - Ensaio com grupo gerador

Iniciamos o ensaio sem carga, fomos colocando cargas (resistivas e/ou indutivas), registámos valores e só depois fizemos o reajuste da tensão do gerador, voltando a registar valores, conforme tabela seguinte. Carga / fase Em vazio

Tensão (V) 230

Com R=300Ω sem ajuste de tensão com ajuste de tensão

132,6

Com R=123Ω sem ajuste de tensão com ajuste de tensão

119

Com R=123Ω + sem ajuste de tensão L=3,19H com ajuste de tensão

212

Com R=123Ω + L=1,27H

Profun. da Cava (%) 42,3

230 48,3

230

230

7,8

Potência Potência activa reactiva (W) (VAr)

Corrente (A)

Velocidade (rpm)

0

3000

0

0

0,43

3000

22

0

0,75

3000

55

8 (ind)

0,99

3000

41

0

1,91

3000

138

0 (cap)

1,80

3000

130

0 (cap)

1,96

3000

145

0

Não foi possível medir visto que a corrente de excitação estava próxima do máximo.

Não registamos a duração das cavas porque os ajuste realizados foram manuais.

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3.4.1.

CAVAS

Cava de tensão é uma diminuição brusca de tensão de alimentação para um valor situado entre 90 % e 1% da tensão declarada, seguida do restabelecimento da tensão depois de um curto lapso de tempo, por convenção entre 10 ms e 1 min. O valor da cava de tensão é a diferença entre a tensão eficaz durante a cava de tensão e a tensão declarada.

Figura 16 - Representação gráfica de uma cava

Como verificamos com o nosso 4º ensaio em laboratório, as cavas de tensão podem ser causadas por operações de manobra, arranques de motores, trânsito de correntes de defeito, descargas atmosféricas, etc. Assim, e por isso, devem ser consideradas/estudadas aquando do projecto/instalação de um grupo gerador.

João Vitor Pereira Ôlas (nº1503) Ricardo Jorge de Loureiro Silva (nº1841)

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VISITA AO GERADOR DE SOCORRO DA ESTGV No dia 17 de Novembro de 2010, realizámos uma visita ao gerador de socorro da ESTGV, onde pudemos ver toda a instalação. De onde destacamos o grupo de socorro (composto por um motor diesel e um alternador).

Figura 9 - Constituição de um Gerador

Num 1 2 3 4 5 6 7 8

Descrição Etiqueta do grupo gerador Motor diesel Filtro de ar Turbocompressor (caso exista) Regulador do motor (localizado do lado oposto) Motor de arranque (localizado do lado oposto) Bateria / Suporte Alternador de carga da bateria

Num 9 10 11 12 13

Descrição Radiador Alternador Caixa de Bornes Estrutura base e reservatório de combustível Isoladores de vibração

14

Painel de controlo

15

Disjuntor de saída

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4.1.

QUADRO DE TRANSFERÊNCIA DE CARGAS (QTC)

Figura 10 - Quadro de transferência de cargas

Figura 12 - Autómato

De uma forma geral, todas as instalações que utilizem um grupo gerador como fonte alternativa de energia necessitam, obrigatoriamente, de um Quadro de Transferência de Cargas. Este tem como finalidade comutar entre a alimentação normal da rede e a alimentação via gerador de emergência. Ao ser detectada uma falha na alimentação da rede, o autómato do Grupo Gerador retira-a do circuito e substitui o gerador de emergência como fonte de alimentação.

No interior do Quadro de Transferência de Cargas existem dois contactores: o contactor de rede e o contactor do gerador. O contactor de rede é responsável pela comutação para a alimentação normal, enquanto o contactor do gerador acciona a alimentação de emergência por meio do Grupo Gerador. Um encravamento mecânico entre os dois contactores impede que estes sejam fechados em simultâneo e que, assim, as duas redes fiquem em paralelo no momento da permuta. A ausência de encravamento pode resultar num curto-circuito entre a rede e o gerador e, consequentemente, na actuação das respectivas protecções.

Figura 11 – Interior do QTC

João Vitor Pereira Ôlas (nº1503) Ricardo Jorge de Loureiro Silva (nº1841)

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Mestrado em Engenharia Electrotécnica - Energia e Automação Industrial No interior do quadro existe ainda um interruptor geral. Este aparelho de corte actua como medida de protecção na eventualidade de surgir uma tensão intempestiva, oriunda do gerador. Apesar de, por defeito, a ligação ao gerador de emergência ser automática, existe a possibilidade ligar o gerador manualmente. Os esquemas de automação do grupo, eléctrico da inversão e da instalação eléctrica do motor estão representados em anexo.

João Vitor Pereira Ôlas (nº1503) Ricardo Jorge de Loureiro Silva (nº1841)

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5. CASO DE ESTUDO Vamos agora utilizar um caso de estudo para servir de exemplo (manual) de dimensionamento de um grupo gerador de socorro. Consideramos uma unidade de produção fabril dividida em 3 zonas distintas: zona de produção, zona administrativa e zona de alimentação.

5.1.

PASSO 1

Caracterizar as cargas existentes na nossa instalação, indicando os dados essenciais para o cálculo, como sejam: a potência, o rendimento, factor de potência, fases em que estão ligadas e o horário de funcionamento. Cargas a considerar5 Tipo

Quant.

Pe (kW)

 (100% da carga)

cos 

Fases

Horário

Ar condicionado

2

2,25

100%

0,81

R, S, T

[9 - 19]

Fogão

1

15

100%

1,00

R, S, T

[10 - 14]

Força motriz

3

3

83%

0,80

R, S, T

[9-13] [14-17]

Iluminação administrativa

9

0,1

100%

0,65

R, S, T

[9 - 19]

Iluminação fabril

30

0,15

100%

0,99

R, S, T

[9 - 17]

Iluminação nocturna

6

0,2

100%

0,47

R, S, T

[19 - 9]

Máquina Lavar Louça

1

2,1

96%

0,90

R

[14-17]

PCs

4

0,4

80%

0,80

S, T

[9 - 19]

No nosso caso, considerámos as cargas discriminadas acima e tendo em consideração que:    

5

Para a força motriz consideramos motores assíncronos trifásicos com 4 pólos e 1500rpm (ver anexo – pág 20 – modelo 100LB4) Para a iluminação administrativa consideramos lâmpadas fluorescentes de 100W, com condensador (valores medidos na sala de aula usando a maquete) Para a iluminação fabril consideramos lâmpadas fluorescentes de 150W, com balastro electrónico (valores medidos na sala de aula usando a maquete) Para a iluminação nocturna consideramos lâmpadas fluorescentes de 200W, sem condensador (valores medidos na sala de aula usando a maquete)

Dados técnicos das cargas em anexo

João Vitor Pereira Ôlas (nº1503) Ricardo Jorge de Loureiro Silva (nº1841)

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5.2.

PASSO 2

De seguida, definimos no quadro seguinte, as cargas prioritárias a ser alimentadas pelo gerador de socorro. Cargas prioritárias a considerar Tipo

Quant.

Pe (kW)

 (100% da carga)

cos 

Fases

Horário

Força motriz

2

3

83%

0,80

R, S, T

[9-13] [14-17]

Iluminação administrativa

3

0,1

100%

0,65

R, S, T

[9 - 19]

Iluminação fabril

30

0,15

100%

0,99

R, S, T

[9 - 17]

Iluminação nocturna

6

0,2

100%

0,47

R, S, T

[19 - 9]

PCs

4

0,4

80%

0,80

S, T

[9 - 19]

Vamos calcular os valores da potência absorvida (Pa), potência reactiva (Q), corrente nominal (In) e corrente nominal por fase (In/fase). Fórmulas a utilizar:

Cargas prioritárias a considerar Pa (kW)

Q (kVAr)

In (A)

IN/fase (A)

Força motriz

7,26

5,45

13,11

13,16

Iluminação administrativa

0,30

0,35

0,67

0,67

Iluminação fabril

4,50

0,64

6,56

6,59

Iluminação nocturna

1,20

2,25

3,69

3,70

PCs

2,00

1,50

3,61

5,43

Tipo

ܲ௔ =

ܲ௘ ߟ

ܳ = ܲ௔ . tan ߮

‫ܫ‬௡ =

ܲ௔

√3. ܷ௖. ܿ‫߮ݏ݋‬

‫ܫ‬௡(fase)

ܲ௔ൗ 3 = ܷ௦. ܿ‫߮ݏ݋‬

João Vitor Pereira Ôlas (nº1503) Ricardo Jorge de Loureiro Silva (nº1841)

25


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5.3.

PASSO 3

Vamos agora calcular a potência activa por período horário e por fase. Pelas informações que temos para cada carga, temos a considerar 6 períodos horários. Potência Activa Tipo

[9-10]

[10-13]

[13-14]

R

S

T

R

S

T

R

S

T

Força motriz

2,42

2,42

2,42

2,42

2,42

2,42

Iluminação administrativa

0,10

0,10

0,10

0,10

0,10

0,10

0,10

0,10

0,10

Iluminação fabril

1,50

1,50

1,50

1,50

1,50

1,50

1,50

1,50

1,50

1,00

1,00

1,00

1,00

1,00

1,00

5,02

5,02

5,02

5,02

2,60

2,60

Iluminação nocturna PCs P Total

4,02

Potência Activa Tipo

4,02

[14-17]

[17-19]

R

S

T

Força motriz

2,42

2,42

2,42

Iluminação administrativa

0,10

0,10

0,10

Iluminação fabril

1,50

1,50

1,50

[19-9]

R

S

T

0,10

0,10

0,10

Iluminação nocturna PCs P Total

4,02

1,60

1,00

1,00

5,02

5,02

0,10

1,00

1,00

1,10

1,10

R

S

T

0,40

0,40

0,40

0,40

0,40

0,40

Para encontrarmos o valor por fase de cada carga basta-nos dividir os valores da potência absorvida de cada uma pelo número de fases correspondente. No caso dos PCs, dividimos o valor de Pa apenas por 2, uma vez que apenas estão ligados nas fases S e T. De seguida fazemos o mesmo tipo de raciocínio para a potência reactiva. Potência Reactiva Tipo

[9-10]

[10-13]

[13-14]

R

S

T

R

S

T

R

S

T

Força motriz

1,82

1,82

1,82

1,82

1,82

1,82

Iluminação administrativa

0,12

0,12

0,12

0,12

0,12

0,12

0,12

0,12

0,12

Iluminação fabril

0,21

0,21

0,21

0,21

0,21

0,21

0,21

0,21

0,21

0,75

0,75

0,75

0,75

0,75

0,75

2,90

2,90

2,90

2,90

1,08

1,08

Iluminação nocturna PCs Q Total

2,15

2,15

0,33

João Vitor Pereira Ôlas (nº1503) Ricardo Jorge de Loureiro Silva (nº1841)

26


Mestrado em Engenharia Electrotécnica - Energia e Automação Industrial Potência Reactiva

[14-17]

Tipo

[17-19]

R

S

T

Força motriz

1,82

1,82

1,82

Iluminação administrativa

0,12

0,12

0,12

Iluminação fabril

0,21

0,21

0,21

[19-9]

R

S

T

0,12

0,12

0,12

Iluminação nocturna PCs Q Total

2,15

0,75

0,75

2,90

2,90

0,12

0,75

0,75

0,87

0,87

R

S

T

0,75

0,75

0,75

0,75

0,75

0,75

Podemos ainda calcular a potência aparente total e o factor de potência total para cada um dos períodos horários. [9-10] Tipo

[10-13]

[13-14]

R

S

T

R

S

T

R

S

T

S total

4,56

5,80

5,80

4,56

5,80

5,80

1,63

2,82

2,82

Cos  total

0,88

0,87

0,87

0,88

0,87

0,87

0,98

0,92

0,92

[14-17] Tipo

[17-19]

[19-9]

R

S

T

R

S

T

R

S

T

S total

4,56

5,80

5,80

0,15

1,40

1,40

0,85

0,85

0,85

Cos  total

0,88

0,87

0,87

0,65

0,79

0,79

0,47

0,47

0,47

Fórmulas a utilizar:

ܵ = ඥܲଶ + ܳ ଶ

cos ߮ =

்ܲ௢௧௔௟ ்ܵ௢௧௔௟

Analisando os resultados obtidos, verifica-se que os períodos [9-10; 10-13; 14-17] são os piores períodos de carga, apresentando todos o mesmo valor de potência aparente (4,56 + 5,80 + 5,80) e totalizando 7h. O número de horas é importante pois será utilizado mais tarde no cálculo da energia activa e reactiva.

João Vitor Pereira Ôlas (nº1503) Ricardo Jorge de Loureiro Silva (nº1841)

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5.4.

PASSO 4

De seguida, vamos calcular para a pior situação de carga - períodos [9-10; 10-13; 14-17] - o factor de potência médio e o factor de potência em função da energia. P total (R+S+T)

14,06 kW

Q total (R+S+T)

7,94kVAr

S total (R+S+T)

16,15kVA

Cos  médio

Energia activa Energia reactiva Cos 

0,87

Fórmulas a utilizar: ܲ௧௢௧௔௟ = ܲ௙௔௦௘ ோ + ܲ௙௔௦௘ ௌ + ܲ௙௔௦௘ ்

ܳ௧௢௧௔௟ = ܳ௙௔௦௘ ோ + ܳ௙௔௦௘ ௌ + ܳ௙௔௦௘ ் ܵ௧௢௧௔௟ = ܵ௙௔௦௘ ோ + ܵ௙௔௦௘ ௌ + ܵ௙௔௦௘ ்

cos ߮ =

்ܲ௢௧௔௟ ்ܵ௢௧௔௟

98,45 kWh

Fórmulas a utilizar:

55,58 kVArh

‫ܧ‬௔௖௧௜௩௔ = ܲ௧௢௧௔௟ ∗ ℎ‫݋݀݋݅ݎ݁݌ݎ݋݅݌ݏܽݎ݋‬ ‫ܧ‬௥௘௔௖௧௜௩௔ = ܳ௧௢௧௔௟ ∗ ℎ‫݋݀݋݅ݎ݁݌ݎ݋݅݌ݏܽݎ݋‬

0,87

‫ܧ‬

cos ߮ = cos ቀtanିଵ ቀ ‫ܽݒ݅ݐܿܽ݁ݎܧ‬ቁቁ ܽܿ‫ܽݒ݅ݐ‬

Depois destes cálculos é chegado o momento de escolher o gerador de socorro necessário para alimentar as cargas do circuito prioritário quando acontece uma falha de alimentação da rede.

João Vitor Pereira Ôlas (nº1503) Ricardo Jorge de Loureiro Silva (nº1841)

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5.5.

PASSO 5

Tendo em atenção a potência aparente calculada (16,15kVA), e após pesquisa em vários catálogos, escolhemos o seguinte modelo6:

Modelo: FG Wilson P404D-22G1 f = 50Hz U = 400/230V S = 18,0kVA / 14,4kW Cos  = 0,8 X’’d = 0,075 pu Figura 13 - Gerador de 18kVA

Consideramos que este gerador servirá apenas para alimentar as cargas prioritárias aquando da falha da rede. Antes de mais vamos calcular os valores de In, Icc, P e Q do gerador assim como 2,5 In: P

14,4 kW

Q

10,8 kVar

In

26,0 A

2,5In

65,0 A

Icc

Fórmulas a utilizar:

ܲ = ܵ௡ . cos ߮

ܳ = ܵ௡ . sin(cosିଵ ߮) ‫ܫ‬௡ =

‫ܫ‬௖௖ =

346,4 A

(usando X’’d em pu)

‫ܫ‬௖௖ =

ܵ௡

√3. ܷ௖

‫ܫ‬௡ (‫ݔ‬ᇱᇱ݀ ݁݉ % ‫)ݑ݌ ݑ݋‬ ‫ݔ‬ᇱᇱ݀ ‫ܫ‬௡

‫ݔ‬ᇱᇱ݀. √3

(‫ܱ ݉݁ ݀''ݔ‬ℎ݉ ‫)ݏ‬

Caso quiséssemos calcular o Icc usando o valor de X’’d em ohms, e supondo que  

ܷ௕ = ܷ௡ ݃݁‫ݎ݋݀ܽݎ‬ ܵ௕ = ܵ௡ ݃݁‫ݎ݋݀ܽݎ‬

teríamos de fazer os seguintes cálculos:

6

Ub

400 V

Sb

18 kVA

Zb

8,89 ohm

X''d (ohm)

0,007 ohm

Fórmulas a utilizar:

ܺᇱᇱ݀ (‫݋‬ℎ݉ ) =

‫ݔ‬ᇱᇱ݀ ∗ ܼ௕ 100

Dados técnicos do gerador nos anexos

João Vitor Pereira Ôlas (nº1503) Ricardo Jorge de Loureiro Silva (nº1841)

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Mestrado em Engenharia Electrotécnica - Energia e Automação Industrial De seguida vamos calcular a queda de tensão (∆U) para o pior período, considerando que se desligaria tudo excepto a força motriz e que ‫ = )ݎ݋ݐ݋ ݉(ܽܫ‬5,4 ∗ ‫)ݎ݋ݐ݋ ݉(݊ܫ‬

5.6.

IN (motor)

13,1 A

Ia (motor) - 5,4*In

70,8 A

Icc gerador

346,4 A

In (gerador)

26,0 A

∆U

0,14

‫ܽܫ‬ெ − ‫ீ݊ܫ‬ ∆ܷ = ൬ ൰. 100 ‫ܿ​ܿܫ‬஽ − ‫ீ݊ܫ‬ 14,0 %

PASSO 6

Neste último passo, vamos verificar se este gerador será adequado para alimentar o nosso circuito. Considerando que: Ia (motor) - 5,4*In

70,8 A

2,5*In gerador

65,0 A

De acordo com os valores obtidos o gerador escolhido não era suficiente para alimentar os motores no momento do arranque. Poderíamos resolver o problema com a utilização de arrancadores suaves nos motores, já que assim a sua corrente de arranque baixaria para cerca de um terço: 1/3 * (Ia (motor) - 5,4*In)

23,6 A

2,5*In gerador

65,0 A

Como a queda de tensão está baixo de 20% (valor de base para a potência de arranque do gerador) e a Ia (com arrancadores suaves) motor não ultrapassa 2,5 In gerador podemos concluir que este gerador pode ser utilizado para alimentar estas cargas. De notar que S (carga) do pior caso é menor do que o S (gerador), logo em regime permanente tudo estará ok. O problema poderá ser aquando do arranque dos motores. Mas qual é a potência aparente de arranque dos nossos motores?

João Vitor Pereira Ôlas (nº1503) Ricardo Jorge de Loureiro Silva (nº1841)

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Mestrado em Engenharia Electrotécnica - Energia e Automação Industrial 1/3 * (Ia (motor) - 5,4*In)

23,6 A

U

400 V

S arranque

16,3 kVA

2,5*In (gerador)

65,0 A

U

400 V

S gerador (2.5 In)

45,0 kVA

Para o pior período e considerando todas as cargas e os motores com arrancadores suaves, vamos voltar a calcular agora a queda de tensão: IN (motor)

13,1 A

1/3 * (Ia (motor) - 5,4*In)

23,6 A

Icc gerador

346,4 A

In (gerador)

26,0 A R

S

T

Iluminação administrativa

0,7

0,7

0,7

Iluminação fabril

6,6

6,6

6,6

5,43

5,43

12,7

12,7

Pc's I Total

7,3

I total (Iarranque carga no pior caso + motor c/ arranque suave)

Queda de U

36,3 A

3%

A queda de tensão no caso de arranque dos motores com arrancadores suaves mais as cargas em simultâneo baixou para 3%. Sem arrancador suave a queda de tensão seria de 18%, tendo aumentado 4% relativamente ao funcionamento normal, mas ainda abaixo de 20%.

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6. ESQUEMAS DE LIGAÇÃO Como pedido, desenvolvemos os seguintes esquemas para comando do gerador de socorro.

Figura 14 - Esquema de comando

Figura 15 - Esquema de potência

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7. CONCLUSÕES No culminar deste trabalho, há conclusões importantes a destacar, não só referentes à investigação teórica como também ao nosso Caso de Estudo. Após variadas pesquisas na Internet sobre este tema, verificámos que os grupos de socorro não têm só aplicações industriais, como pensávamos ao início, mas que são essenciais em qualquer instalação onde haja cargas prioritárias como sejam: hospitais, centros comerciais, hipermercados e em unidades industriais de diferentes áreas. São essencialmente locais, onde uma falha de alimentação da rede acarreta, entre outros, custos financeiros e de produtividade. A visita ao grupo de socorro da ESTGV permitiu-nos compreender o funcionamento de um grupo de socorro na alimentação de uma instalação real e da forma como a transferência das cargas é feita nos modos automático e manual. Quanto ao nosso Caso de Estudo, como não encontrámos na legislação portuguesa um sistema de classificação de cargas críticas que pudéssemos utilizar para fazer o nosso Diagrama de Cargas, socorremo-nos de uma publicação da autoria do Eng. José Luís de Martini 7, onde as cargas são categorizadas em 5 classes (A, B, C, D e E) dependendo da sua necessidade de fiabilidade no fornecimento de energia eléctrica. Constatámos que algumas cargas, como por exemplo motores de grande potência, podem provocar uma baixa de fiabilidade no funcionamento do gerador, revelada por quedas de tensão, e por consequência cavas consideráveis, afectando outros equipamentos da instalação. Experimentámos esse problema no nosso Caso de Estudo, com os dois motores que estão indicados no diagrama de cargas críticas, verificando-se a determinada altura que a corrente no momento de arranque dos motores era superior à suportada pelo gerador. Tínhamos então duas soluções, ou reformular o trabalho com outro gerador de maior potência, ou implementar outras soluções, como sejam arranques estrela-triângulo, com variador de velocidade ou com arrancador suave, de modo a baixar a corrente de arranque. Para outro tipo de cargas, a sua ligação pode ser escalonada. Dependendo da realidade onde vamos implementar o grupo de socorro, a comutação de cargas entre a rede socorrida e a rede de distribuição de energia eléctrica pode ser efectuada com ou sem interrupção da fornecimento de energia eléctrica às cargas, ou ainda com interrupção da fornecimento de energia eléctrica, aquando da falha da rede. Mas com paralelo com esta, no seu retorno. Como já referimos, o paralelo dos geradores de socorro com a rede de distribuição de energia eléctrica é possível, mas terá que estar de acordo com o ponto 551 das Regras Técnicas das

7

Eng José Luís de Martini (jl-gerencial@uol.com.br)

João Vitor Pereira Ôlas (nº1503) Ricardo Jorge de Loureiro Silva (nº1841)

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Mestrado em Engenharia Electrotécnica - Energia e Automação Industrial Instalações Eléctricas de Baixa Tensão, mas também, com o referido no Guia Técnico das Instalações de Produção Independente de Energia Eléctrica. Relativamente à manutenção dos grupos de socorro, as que destacamos são a de 1º nível e a de 2º nível (segundo os 5 níveis das normas AFNOR8). A primeira é feita pelo operador, e tem a ver com afinações simples previstas pelo construtor sem desmontagem do equipamento ou substituição de elementos acessíveis com toda a segurança. Enquanto que a segunda, só pode ser feita por um técnico habilitado e prevê reparações através de substituição de elementos standard previstos para este efeito ou operações menores de manutenção preventiva. Acreditamos que atingimos com sucesso os objectivos propostos para este trabalho, reconhecendo que queríamos ter explorado outras vertentes deste trabalho, o que ficará para uma próxima oportunidade.

8

AFNOR - Association Française de Normalisation

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8. BIBLIOGRAFIA [1] Filho, J. M. (2010). Instalações Elétricas Industriais. LTC. [2] IEEE Recommended Practice for Emergency and Standby Power Systems for Industrial and Commercial Applications. (s.d.). Obtido em Novembro de 2010, de IEEE Xplore Digital Library: http://ieeexplore.ieee.org/xpls/abs_all.jsp?arnumber=19525 [3] Pereira, J. C. (s.d.). Sistemas elétricos de suprimento de energia para cargas de missão crítica . Obtido em Dezembro de 2010, de http://www.osetoreletrico.com.br/web/component/content/article/57-artigos-ematerias/341-sistemas-eletricos-de-suprimento-de-energia-para-cargas-de-missaocritica.html [4] (Portaria n.º 949-A/2006, de 11 de Setembro). Obtido em Dezembro de 2010, de Regras Técnicas das Instalações Eléctricas de Baixa Tensão: http://www.voltimum.pt/popup.php?url=doc_download.php%3Ffilename%3D./files/p t/others/L/200911131717200910143427200808229123.pdf&subtitle=Portaria%20%20 n.%BA%20949-A/2006,%20de%202006-09-11 [5] Wada, M. I. (s.d.). Apostila-de-Geradores. Obtido em Dezembro de 2010, de http://www.scribd.com/doc/36068727/Apostila-de-Geradores

João Vitor Pereira Ôlas (nº1503) Ricardo Jorge de Loureiro Silva (nº1841)

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9. ANEXOS

João Vitor Pereira Ôlas (nº1503) Ricardo Jorge de Loureiro Silva (nº1841)

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