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CNSE
Nossa Senhora da Esperança, intercedei por nós!
É uma alegria poder escrever para vocês. Somos Vilma e Rogério, nos casamos há 30 anos e desde o início do nosso matrimônio fazemos parte das Equipes de Nossa Senhora. Temos três filhos e uma nora, Guilherme, Lucas, Bruna e Jéssica. Para nossa alegria, Guilherme e Jéssica entraram para uma equipe recentemente. Em 2018, tivemos a graça de participar do Encontro Internacional em Fátima. Foram dias inesquecíveis, onde pudemos renovar e aumentar nossa fé em Deus e o amor a Nossa Senhora e ao nosso Movimento. Na missa de encerramento, estávamos muito emocionados e com uma gratidão profunda em nossos corações. No início da celebração, fizemos uma oração a Nossa Senhora e dissemos a ela que, naquele momento, nos colocávamos a seu serviço e pedimos que ela nos indicasse o caminho. Um pouco antes do ofertório, um
jovem nos abordou e perguntou se gostaríamos de participar da procissão do ofertório. Em meio àquela multidão de pessoas, sermos convidados já era um sinal de carinho da nossa Mãe Maria. Além do ofertório, ajudamos os sacerdotes a distribuírem a Eucaristia. Foi uma experiência indescritível. Para muitos pode parecer uma coincidência, mas para nós teve um significado muito especial. Nós já éramos um casal atuante em nossa comunidade, na catequese, evangelização da juventude e como ministro de música. Mesmo já tendo outras atividades, sentíamos que deveríamos trabalhar pelo Movimento, em gratidão a tudo o que recebemos nestes 30 anos. Passaram-se alguns meses e, em dezembro de 2018, recebemos a visita de um casal equipista, Ivete e Paca, de nossa cidade. Naquele encontro, eles nos disseram que estariam assumindo
As CNSE são um movimento irmão das Equipes de Nossa Senhora pois precisam muito da ajuda dos casais equipistas para acompanhá-las
a coordenação do Colegiado Nacional das Comunidades Nossa Senhora da Esperança (CNSE) e que Deus havia colocado no coração deles para nos convidar a fazer parte do colegiado. Assim que o convite foi feito, não tivemos dúvida e imediatamente lembramos o que havíamos dito a Nossa Senhora em Fátima. Demos imediatamente o nosso “Sim”, mesmo sabendo que não seria uma missão fácil, pois para Deus não podemos dizer “Não”. Durante o ano de 2019, passamos a conhecer e amar as CNSE, movimento de apoio espiritual, religioso e vivencial para viúvas (os) e pessoas sós, fundado por Dona Nancy Moncau em 2003. As CNSE são um movimento irmão das Equipes de Nossa Senhora. Não tínhamos o conhecimento do quanto esse movimento é importante para as pessoas sós e como é importante a acolhida e entreajuda nesse momento da vida.
Sabemos que Deus chama a muitos e escolhe poucos. Gostaríamos de despertá-los para este serviço. As CNSE precisam muito da ajuda dos casais equipistas para acompanhá-las. Esse trabalho não interfere em nada na vida de equipe, pelo contrário, ajuda a compreender melhor as outras fases da vida. Ajudar o próximo é um dever de todos nós. Desejamos que Deus e Nossa Senhora possam atraí-los ao serviço, como fez conosco. Nossa Senhora da Esperança, intercedei por nós!
Vilma e Rogério Eq. 17 – N. S. Mãe e Rainha da Juventude São José do Rio Preto – SP.
Início das ENS na França Rememorando nossas origens
No dia 25 de fevereiro de 1939, na Rue Champ de Mars, 33, casa de Pierre e Rozenn de Montjamon, na cidade de Paris, ocorreu um evento que influenciaria casais do mundo inteiro. Nesta data e lugar, ocorreu a primeira reunião das Equipes de Nossa Senhora. Consta que Madeleine d’Heilly procurou o Padre Caffarel para lhe pedir conselhos para a sua vida conjugal e ele sugeriu que o marido também ouvisse, sendo Madeleine e Gérard recebidos. Após, o casal diz que possuíam amigos que também poderiam se beneficiar dos conselhos. O Padre Caffarel concorda: “Por que não nos reunimos para pesquisarmos juntos sobre o matrimônio cristão?”. Assim, reúnem-se com o Padre Caffarel os casais: Gérard e Madeleine d’Heilly, Micho e Ginette Huet, Fréderic e Marie Francoise da Chapelle e Pierre e Rozenn de Montjamont. Nascia naquela ocasião o Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Esta primeira equipe assumiu o nome de “Grupo Nossa Senhora de Todas as Alegrias”.

Movidos pelo Espírito, Pierre e Rozenn de Montjamont elaboraram uma ata, definindo como objetivo para as reuniões somar esforços para entender o olhar de Deus sobre os lares e assim responder a Seu chamado. Depois, pediu a ativa participação de todos na conversação, contribuindo para orientar a trajetória deste caminho. O casal apresentou algumas ideias, para as futuras reuniões: a) O matrimônio, colaboração com o criador; b) O amor é sempre fecundo; c) Abrir o lar; d) O amor está destinado a crescer; e) O matrimônio, sacramento de unidade; f) Símbolo do amor humano; g) A comunhão dos santos; h) A vida espiritual a dois não se opõe às vocações espirituais pessoais; i) Povo representado em cada lar. Este último aspecto foi o mais desenvolvido na reunião, levando o Padre Caffarel a comparar o lar com um “rio humano”, cuja fonte, que é o amor de dois seres, pode gerar um povo de almas graças a fecundidade. Os casais também concluíram: “Devemos cuidar e purificar sempre a fonte do rio”. Celebrando 81 anos dessa importante reunião, procuramos aqui relembrar as particularidades desse momento, marco na vida daqueles casais e que, hoje, tornou-se uma fonte de amor para outros milhares no mundo inteiro.
Kalana e Pedro Júnior Eq. N. S. das Vitórias Santa Luzia-PB
Curiosidades sobre o começo das ENS no Brasil Entrevista com Monique e Gerard Duchéne (Equipe 1 B -SP Capital) equipistas há mais de 60 anos
Inicialmente as equipes no Brasil eram em língua francesa? Sim, de fato as equipes começaram como equipe de língua francesa, pois o capelão da colônia francesa estava muito interessado em formá-las, e assim fomos levados a lançar e pilotar uma equipe em São Paulo e outra em São José dos Campos. Os membros não eram forçosamente franceses, mas de língua francesa - frequentadores da Capela Francesa. Havia casais belgas e suíços, só que, como a maioria tinha vindo ao Brasil a trabalho, essas equipes eram efêmeras quase que por natureza – a de São Paulo não durou quase nada, a de São José dos Campos só não teve a mesma sorte por ter integrado casais brasileiros (gente bacana como o Cury) e principalmente o Moacyr, grande apóstolo, que idealizou entre outros trabalhos um para atender casais em dificuldade, e outros membros, ainda vivos e alguns ativos. Essa Equipe 1 comemorou seus 50 anos e nos convidou. Estivemos lá - sinal que já faz 3 ou 4 anos, pois atualmente não conseguimos mais sair. Não fomos os coordenadores, apenas, como éramos o Casal Regional do Interior do Estado de São Paulo, lançamos e fizemos a pilotagem relâmpago! Consistia em apenas 3 reuniões, o tempo de os casais estudarem os Estatutos e decidirem pedir a sua “filiação” ao Movimento.
Como foi feito o convite para o Padre Caffarel retornar ao Brasil? Por ocasião de uma de suas muitas viagens à França, pois integrava vários movimentos internacionais, Peter Nadas tratou de estar com o Padre Caffarel para tentar fazê-lo voltar atrás na resposta negativa que dera ao convite dos Moncau para vir de novo ao Brasil. Peter foi de fato ao sentar-se ao lado dele num almoço que conseguiu convencê-lo a fazer essa terceira visita – façanha da qual Peter se orgulhava muito, e com razão! Vocês providenciaram um tradutor? Preparam o tradutor? Depois de combinado o programa da visita, previstas duas Sessões de Formação, foi de fato convidado um tradutor para as palestras, ao qual de fato se explicou a terminologia das equipes. Em 1979, formou-se uma nova ECIR (agora, Super-Região Brasil) e

22 daí por diante não tivemos mais nada a ver com nada! Peter Nadas acabou sendo o tradutor das palestras quando o tradutor contratado “deu no pé” e ele se viu obrigado a assumir as tais traduções... Só ficamos sabendo dessa história mais tarde e ouvimos falar dela muitas vezes, porque era também uma coisa que tinha marcado muito o Peter. Vocês assumiram a Expansão? Fomos Casal Responsável primeiro pelo interior do Estado de SP (onde de fato as equipes tiveram um crescimento enorme, passando em 5 anos de 13 a 170), depois Responsáveis pelos Outros Estados, quando após deixarmos o Sul com Dilma e Miguel, eram 3 ou 4 Regiões. Até que Esther e Luiz Marcello, tendo assumido a responsabilidade da nova ECIR, fez passar as Regiões de 7 a 9. Mesmo porque quando dessa terceira visita do Padre Caffarel já não tínhamos mais essa responsabilidade da Expansão. Aliás, nem mais a de organizar os grandes encontros. Até que, em 1971, Marcello convidou-nos a trabalhar na Carta Mensal. Vocês traduziam a Carta Mensal? Nada disso. Quem traduzia era o Dr. Moncau. Podemos ter ajudado aqui e ali a traduzir um ou outro artigo, mas era ele que traduzia sozinho a Carta Mensal francesa! Assumimos, isso sim, a responsabilidade da Carta Mensal mais adiante, em 1971 - e por exagerados 14 anos, já que não encontrávamos quem pudesse ou quisesse nos substituir. Até que apareceu alguém. Adivinhem quem? O grandioso Peter Nadas, claro! “Como foi a Expansão? A Expansão foi continuando, tal como fermento na massa, exatamente como o Reino de Deus, por seu próprio dinamismo interno. Os pioneiros tiveram um papel importante, sem dúvida, mas foram seguidos pelos da segunda e terceira hora, que foram lançando, pilotando e ligando equipes aqui e ali, que por sua vez acabaram formando Coordenações e Setores, depois Regiões, por esse Brasil afora! Sempre nos tem causado espanto o desenvolvimento pelo Norte do país; como de Recife se levou para todo o Nordeste, com pilotos enfrentando 9 horas de carro (sem ar-condicionado)!! (aqui mesmo no Sul, nos anos 1960, um casal da nossa equipe viajava com os filhos pequenos também 9 horas entre trem e ônibus para pilotar Araçatuba...), como Fortaleza em alguns anos apenas passou a 4 Setores... - e hoje em dia, ao saber da viagem impressionante empreendida pelos equipistas do Norte, da ordem de 18 horas, de barco! (de Florianópolis a São Paulo levavam 14 horas, mas de ônibus...). Milagres, sem dúvida, mas do Espírito Santo, que inspirou o nosso fundador e foi soprando por este mundo todo (temos agora equipes em quase 100 países). Non nobis, Domine, non nobis, sed nomen tuum... A Ele, isto sim, a nossa gratidão!!!
“Felizes, antes, os que escutam a Palavra de Deus e a póem em prática” (Lc 11, 28)
A caminhada para a santidade do casal exige a perseverante procura de Deus, assim é maravilhoso experimentar a graça da Escuta da Palavra. Trata-se de verdadeiro alimento espiritual, pois nos permite aprofundar no conhecimento e no amor ao Senhor. Não é um monólogo. É o Senhor que nos fala e se deixa encontrar. Quando nos aproximamos do Pai, Ele derrama a força do Céu para o nosso cotidiano. Faz surgir em nós alegria de sermos casal e vontade de lutar pela família. Mas é preciso confessar que nem sempre vivemos a Escuta da Palavra sem tentações e sacrifícios. Às vezes, diante do cansaço e da rotina, um quer esmorecer e o outro chama ao compromisso, convida à escuta regular. É sinal de Deus e verdadeiro incentivo. Que maravilha essa entreajuda. Então, é necessário unir forças, vencer as dificuldades, a preguiça, o desânimo, os desencontros, a suposta “falta de tempo”, que a nós parece mais a ausência de disponibilidade interior. Vamos marcar um encontro com o Senhor, reservar um momento para ler a Palavra de Deus, encontrar um lugar calmo, criar o silêncio no nosso íntimo, invocar o Espírito Santo, se interrogar sobre o que o texto nos diz e rezar em nossas vidas, pois a Palavra suscita a oração nos corações. Aprendemos o valor deste PCE, mas somente quando abrimos o coração
para Deus falar. É assim que a Escuta da Palavra se torna aliada na vida conjugal, como o oleiro que molda o barro, tira a venda dos olhos e concede o olhar de misericórdia do Cristo, transforma o jeito “turrão”, favorece o perdão e a correção fraterna, enfim, alimenta todos os outros PCEs. Que Nossa Senhora possa nos impulsionar no crescimento espiritual, nos inspire a enxergar a Palavra de Deus como fonte de amor e nos faça alcançar a fidelidade às ENS com a vivência deste PCE. Esse é o lindo chamado do Senhor… sermos agentes da Palavra de Deus.
Rossandra e Charles CR Setor D - Natal – Província NE I

Devemos encontrar o nosso modo de buscar Jesus e seus ensinamentos
Quando ingressamos no Movimento, há mais de cinco décadas, não tínhamos uma vida espiritual em casal bem estabelecida. A novidade da disciplina dos PCEs, então chamados de Obrigações, não foi muito fácil de assimilar! Isto foi acontecendo aos poucos, ao longo de nossas vidas, graças aos testemunhos e ensinamentos recebidos do Casal Piloto e dos Conselheiros Espirituais que se sucederam e nos orientaram e continuam a aconselhar até hoje. Ter assistido a palestras do Pe. Henri Caffarel em 1972, no Rio de Janeiro e, posteriormente, um Retiro com Pe. Haroldo e Maria Lamego, em Itaici, foi muito importantes, para aprendermos e para encontrarmos o “nosso jeito” de viver a Escuta da Palavra. Também os livros do Pe. José Antonio Pagola, principalmente o intitulado “Jesus, uma aproximação histórica”, nos ajudaram muito nesse esforço de tentar escutar e entender o que Jesus quer nos dizer . Assim, diariamente e há muitos anos, nos reunimos, em casal, para fazer a leitura da Palavra, meditar sobre o seu significado

para nós hoje, fazer nossas orações colocando nossas intenções particulares e gerais. Mas não esgotamos a escuta com a leitura e meditação do texto indicado pela liturgia do dia. Buscamos sempre ler e discutir os comentários do rodapé e, quando disponíveis, os comentários do Pe. Pagola (O Caminho aberto por Jesus), que têm muitas homilias dele sobre trechos dos evangelistas Mateus, Lucas, Marcos e João. Meditamos também sobre o “Sim à Vida” do Pe. Waldir José de Castro. Fazemos isso após o nosso lanche da noite e rememoramos, então, mais esse dia que Deus nos deu, com seus momentos positivos e também com nossas falhas e erros para pedir perdão, ajuda e orientação. Foi esse, para nós, o modo que encontramos de melhor escutar a palavra de Cristo. Outras leituras e os próprios temas de estudo têm nos ajudado a manter esse hábito que hoje integra a nossa vida. Pensamos que certamente existem muitas técnicas que poderão ajudar na busca do melhor modo de escutar e viver a Palavra do Pai. Cada casal precisa encontrar o seu modo na escolha do caminho traçado por Jesus para cada um de nós. Que Deus nos ilumine a todos nessa busca permanente de melhor escutar para ficar mais perto do Pai.
Maria Lúcia e Plínio Eq. I – Setor A – Recife Província NE II
ENS, caminho de crescimento espiritual

O Movimento das ENS tem como caminho de crescimento espiritual na vida do casal a prática dos PCEs. Nós batizados, apesar de sermos templo do Espírito Santo, somos seres imperfeitos na busca da santidade. Para nós, especialmente, o ponto de partida na busca do crescimento, espiritualidade pessoal e conjugal é o PCE Escuta da Palavra, ressalte-se que é um dos pilares para a construção da nossa “casa” de que fala o documento 109 da Igreja Católica (“Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil”). Isso mostra que o Espírito Santo está sempre suscitando sabedoria e comunhão entre o nosso Movimento e a Igreja. O equipista que não faz a Escuta da Palavra diariamente, não reza a sua oração pessoal e conjugal, deixa de usufruir dessa ferramenta tão preciosa para a caminhada rumo à santidade, objetivo maior de todo cristão. Viver
a Palavra de Deus nos leva à prática da Verdade e da Justiça, nos torna pessoas melhores com foco no Essencial: a busca do amor a Deus e ao próximo, a ajuda mútua material e espiritual e o testemunho de casais que buscam a Santidade. A Palavra de Deus, fonte de sabedoria e discernimento (Dons de Deus), nos conduz a trilhar o caminho da santidade como nos pede Cristo em sua palavra: “sede santos como santo é o meu Pai que está no Céu.” Nós, “perseguimos” esse PCE com muita fidelidade, e, juntamente com a participação diária à Eucaristia, temos crescido na espiritualidade e no serviço à Igreja (como pede a carta de Fátima a todos os equipistas).
Toni e Vicente Eq. N. S.da Conceição Setor Sobral B - Região Ceará II