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Raízes do Movimento
Que vêm vocês fazer nas equipes? 1
Durante as últimas férias, fiz numerosos e longos passeios na floresta. Levava comigo as Epístolas de São Paulo. Mais uma vez fiquei impressionado pela indefectível dedicação do Apóstolo por Cristo. Durante essas leituras, vocês estavam, caros amigos, muito presentes em minha meditação e o assunto da próxima carta a lhes dirigir se me impunha: é preciso, nas Equipes de Nossa Senhora, visar o essencial. As trocas de pontos de vista, as amizades sólidas, o auxílio mútuo material e moral, tudo isto não é o fim primordial. O ESSENCIAL É A PROCURA DE CRISTO. Infelizmente as palavras estão gastas; receio que a expressão “procura de Cristo” não desperte em vocês senão um eco muito enfraquecido. Mas eis aqui alguns textos - que digo -, alguns gritos de São Paulo que vão lhes mostrar o que é procurar Cristo e, tendo-O achado, pertencer-Lhe. São Paulo é habitado pela Caridade: “O amor de Cristo me persegue”. “Quem nos arrebatará ao amor de Cristo? A atribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo, a espada?... mas em tudo isso somos mais do que vencedores” (Rm 8, 35 e 37). Acontece-lhe, como a todos nós, encontrar-se diante da alternativa: agradar aos homens ou agradar a Deus. Sua decisão está tomada: “Se ainda tentasse agradar aos homens, eu não seria servidor de Cristo”. Cristo é o polo de sua vida. Mas ele não hesita em sacrificar as doçuras de sua intimidade para ir ao encontro de seus irmãos, a fim de que, por sua vez, pertençam a seu Senhor: “Sinto-me arrastado dos dois lados - quereria morrer para estar com Cristo e isto seria o melhor; mas por vossa causa é preferível permanecer cá em baixo” (Fl 1, 23). Não lhe são poupados sofrimentos variados, e sem dúvida ele conhece horas de angústia. Reage: “Sei em quem confiei” (2 Tm 1, 12). Percebem vocês tudo o que há, nestas palavras, de coragem heroica e de ternura de coração? Sua vida não tem senão uma razão de ser. Será fiel até o martírio: “É preciso que Ele reine” (1 Cor 15, 25). Sem dúvida estamos bem longe de tal santidade. Mas a questão é saber se, sim ou não, queremos ser possuídos pela mesma paixão devoradora. E para voltar às equipes, se é isto que vocês vêm procurar nelas em primeiro lugar, se este desejo domina suas trocas de ideias, suas orações, se é realmente a razão de ser de sua amizade e auxílio mútuo.
Pe. Henri Caffarel Colaboração Maria Regina e Carlos Eduardo Eq. N.S. do Rosário – Piracicaba-SP