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O amor mais forte que a morte

Agora compreendo melhor aquele trecho da Oração pela Canonização do Padre Henri Caffarel! Antes, porém, uma citação do nosso fundador sobre uma santa que convivi:

“ Um santo não é... como muita gente imagina, uma espécie de campeão que realiza proezas de virtudes ou façanhas espirituais 5-17/3/. É, em primeiro lugar, um homem seduzido por Deus. E que entrega a Deus toda a sua vida” (Pe. Caffarel) Reflexões de um esposo: Minha querida Adeilda (13/5/1975 – 17/3/2020) cresceu em um sítio no município de Pão de Açúcar-AL. Ela teve sempre apreço por esse lugar. Quando as dificuldades da vida na cidade a queriam sufocar, era ao velho sítio que retornava em busca de sossego e paz. Sertaneja, forte, trabalhou desde criança. Filha de agricultores, conseguiu estudar as séries iniciais. Na adolescência teve que sair de casa para trabalhar de doméstica. Trabalhou em Palmeira dos Índios-AL e depois em São Paulo-SP. Após retornar de SP, minha querida conseguiu novo “emprego” na sua cidade natal. Foi aqui que nos conhecemos e pude ver a luta de classe no seu lado mais desumano: patrões cheios de direitos e empregados sobrecarregados de obrigações. Trabalhando e estudando, Adeilda terminou o ensino médio e nos casamos. Com família pra cuidar, Minha Querida ingressou na faculdade: fez graduação e pós-graduação e passou em concurso público para professora. Quanta luta! Iniciou a profissão na zona rural: distância da família e transporte precário. Tivemos dois filhos, agora uma neta. Exageradamente carinhosa com os filhos e comigo, Adeilda cuidou e me amou até o fim. As ENS foram para ela (nós) uma segunda família! Foram praticamente 9 anos de Movimento e missão nos dando muitos amigos: padres, freira, irmãos(ãs) equipistas. Na missão, um fato simples e marcante: nossa viagem de avião a São Paulo! Aquela menina do interior realizou o sonho de voar. Enquanto eu quase tremia de medo, ela fez questão de ir à janela “sentir caminhar sobre as nuvens”, como ela disse. O tempo nas ENS foi concomitante ao período em que conviveu com o câncer de mama. Amor e dor se alternavam ou se entrelaçavam, porém até o último momento Minha Guerreira não perdeu a fé. Sempre com a Bíblia ou o terço ao lado, queria estar com Deus. Agradeço a Deus por me ter dado uma tão grande Mulher!!! E termino com a mensagem: “O amor mais forte que a morte”. Nessa orientação conjugal se reconhece a marca do Pe. Caffarel, que ajudou as viúvas fundadoras a anunciar, meditar e viver a intuição do amor mais forte que a morte...” (O Padre Caffarel: Das Equipes de Nossa Senhora à Casa de Oração, 2011, p.100). Concluindo com Papa Francisco: “Gosto de ver a santidade no povo paciente de Deus: nos pais que criam os seus filhos com tanto amor... nos doentes... Esta é muitas vezes a santidade ‘ao pé da porta’, daqueles que vivem perto de nós e são um reflexo da presença de Deus...” (GE 7). Veloso da Adeilda Eq. N. S. da Saúde, Pão de Açúcar-AL

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