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Reuniões mensais via satélite... quem diria

Estamos envolvidos nessa situação inédita, vivendo esse ano em sistema de inversões. Deus queira que seja tempo de graça e descobertas também. Por que não? O Deus de todas as horas... dá seus sinais. Sempre é tempo de Graça. A espiritualidade cristã, e a apreendida na ENS, nos faz resilientes, não deixa que as limitações impositivas da realidade desviem nossa força e nossa esperança. Um basta ao medo imaginário que acossa a muitos. Deste meu observatório percebo muitas pessoas, casais também, sentindo que “estamos vivendo menos”. Será verdade ou única saída? Não percebo a realidade deste modo. Sim, este tempo é PRECÁRIO, desnuda nossas precariedades pessoais e relacionais. A palavra me remete a um entendimento semântico, pois se trata de um vocábulo da língua latina, de onde vem nosso português. Em latim PRECARE é rezar. O termo PRECARIUM, derivado do verbo, como particípio, é o destino do que é frágil. Ah, sim, somos frágeis, não há como negar, nem fingindo. Assim, a espiritualidade cristã e dos casados no Senhor se constrói mesmo na precariedade frágil que um casal, qualquer um, é. Dois amantes frágeis, cheios do desejo e da promessa de darem certo. Pura graça, um sonho a se concretizar... pelo empenho que sabe perdoar e recomeçar. Esta fragilidade desperta para o dom do Espírito, que é a fortaleza, mas ao estilo de Jesus! Estilo Páscoa: aprendendo a desapegar-se, a morrer... podar... frutificar. Expressamente é mistério da cruz, da semente na terra boa. Pura doação feita na confiança, que nos faz recomeçar não poucas vezes. Então, fazer deste agora um tempo de graça é sabedoria de quem confia no Senhor. Fé ardente. Sabedoria que está na pertinência das perguntas que neste agora fazemos uns aos outros, às vezes lastimando, mas perguntas que até então estavam distantes de nós todos. E chegamos com o Papa Francisco a nos dar conta do seguinte: não é a pandemia que nos adoece; nós já estávamos doentes. A doença dos estilos de vida comandados pelo império do render, vencer, na pressa, sem lugar para conversa e diálogo (em casa), trilhando pistas de ódio, cheios de ressentimentos e preconceitos. Vivendo comodamente nas desigualdades... a ponto de negar a realidade. A ponto de achar que defender o direito de todos e nos interessar pelos pequenos e empobrecidos seja heresia comunista! Estávamos em um país polarizado na dissonância... Permaneceremos? QUAIS PERGUNTAS AS EQUIPES SE TÊM FEITO NESTES ENCONTROS, PERGUNTAS SOBRE A REALIDADE QUE SE VIVE? Desejo que a pergunta fundamental que lhes cabe seja: tem sido este tempo uma graça para melhor modular o viver, o tempo de maneira mais coerente com a Fé, a ponto de a vida em família se tornar profecia alternativa às desordens amorosas reinantes? Meus queridos, desejo-lhes no prosseguimento destes encontros redescobrirem o Deus da ternura, da misericórdia, da presença redentora em tempos de cativeiro. A vida como libertação para um novo estilo de peregrinar neste planeta Terra. SHALOM a todos, minha bênção. Pe. Dalton Barros SCE Eq. 38 Setor E Região Minas I

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