2 minute read
Nossa solidariedade deve nutrir-se de experiências de amor
Queridos equipistas, O início de 2021 nos trazem um convite ao exercício da solidariedade e da fraternidade diante das dores herdadas de 2020. São perdas derivadas da pandemia, angústias derivadas da fragilidade econômica do país, incertezas e desconfianças derivadas das fake news e discursos ideológicos visando a divisão e a intolerância, decepções pelo desvelamento do racismo e da violência contra a mulher, sempre presentes estruturalmente em nossa sociedade. Nossa solidariedade deve nutrir-se de uma experiência de amor
2
a partir de nossa fé em Deus e esperança na humanidade. Deve se alicerçar na convicção de que somos todos filhos e filhas de Deus e pertencemos todos à mesma e única família humana (independentemente da raça, do gênero, do credo, da filosofia, dos projetos particulares). Foi justamente esta solidariedade que o casal das origens perdeu quando estendeu a mão para o pecado, abandonando a orientação de seu Divino Criador e Pai. Diante do erro cometido o homem acusa a mulher, a mulher acusa a serpente (cf. Gn. 3,12-13). Na raiz de todo sofrimento, de toda
agressão, de toda violência, opressão e exploração de uma pessoa por outra, de uma sociedade ou cultura sobre outra, está uma realidade de pecado pessoal e/ou social. Por isso somos chamados a entender a necessidade de uma conversão contínua e permanente, pois não basta sermos introduzidos no caminho da vida e do amor que Deus nos oferece (pelo batismo), é preciso permanecer neste caminho e percorrê-lo até o fim, como lembrava Dom Hélder: “É Graça Divina começar bem. Graça maior é persistir na caminhada certa. Mas a graça das graças é nunca desistir.” É preciso converter-se dia a dia através de pequenos gestos de mudança em nós e em nossa realidade pessoal, conjugal, familiar, eclesial e social, e como a Regra de Vida nascida da meditação e da escuta da Palavra de Deus pode ser útil neste processo. Grandes caminhadas começam com pequenos passos! A solidariedade exige de nós um olhar atento da realidade e uma capacidade de diálogo com o outro, aquele diferente de nós, mas também criado por Deus. Este diálogo começa a ser estabelecido na família, entre o casal e vai extrapolando para outros ambientes em que convivem os “dialogantes”, como uma pequena pedra atirada no meio do lago gera ondulações que se expandem até a margem. A Campanha da Fraternidade de 2021 apresenta-nos este desafio, nestes “tempos estranhos” que vive o Brasil e o mundo, ao se propor, mais uma vez, ecumênica (não restrita a reflexão aos ambientes católicos, mas a todos os cristãos e pessoas de boa vontade) e tratando de algo que é caro e precioso a um casal equipista: “Fraternidade e diálogo: compromisso de amor”. Esta fraternidade fundamental na vida do casal, pois são irmãos no Senhor, que leva a um diálogo pautado no compromisso de amor, deve ser testemunhada ao mundo e ajudar o mundo a crer. Deus pede de nós uma solidariedade que deve ser espiritual (oração), afetiva (ternura, compreensão, respeito) e material (colaboração com os necessitados). Qual será nossa resposta? Coragem e fé! Deus é bom! Vamos juntos!
D. Moacir Arantes SCE Super-Região