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Palavra do Papa
Oração perseverante, com amor abrasante
O Papa Francisco nos convoca, constantemente, à oração. É um traço que une nosso Pontífice ao Servo de Deus Henri Caffarel, que cultuou e difundiu tão grandemente a oração, inclusive nos PCEs, como a Oração Conjugal e a Meditação (Oração Interior). Na Catequese de 11/11/2020 Sua Santidade evocou a necessidade da oração perseverante, justificando que é preciso rezar sempre: “Se não rezarmos, não teremos forças para ir em frente na vida. A oração é como o oxigênio da vida. A oração é atrair sobre nós a presença do Espírito Santo que nos leva sempre em frente.” Lembra o Pontífice as exortações de Cristo “para que rezem com insistência, sem se cansar”. e lembra as três parábolas em Lucas sobre esta característica da oração de Jesus1 . Ele destaca que “A oração deve ser antes de mais nada tenaz”, como na parábola do homem que pede pão ao vizinho, à noite, em Lc 18,1-8. E nos garante: “Deus responde sempre. Sempre. O nosso Pai sabe bem do que precisamos; a insistência não serve para o informar ou convencer, mas para alimentar o desejo e a expectativa em nós.” Para Francisco “o cristão que reza nada teme, confia-se ao Espírito Santo, que nos foi dado como dom e que reza em nós, suscitando a oração.” O Pe. Caffarel mostra o valor da oração: “Orar é uma necessidade tão vital como respirar, comer, dormir, exercer as faculdades corpóreas e espirituais. Digo precisamente vital. Quem larga mão da oração definha.”2 Havia um SCE em Belém-PA, Côn. José Maria Albuquerque (1924/2010), que era muito objetivo: “Quem não reza vira bicho!” Para Pe. Caffarel a oração em casal é uma riqueza: “A oração conjugal é um desses momentos privilegiados em que o lar se abre à ação do Espírito Santo.”3 Ele também nos fala dos grandes sentimentos “que uma oração perseverante vai acumulando pouco a pouco.”4 Um casal equipista captou bem este sentido: “A perseverança é, sem dúvida, uma das condições essenciais da oração, além da fé, da confiança e da humildade. Mas, se bem analisarmos, não se trata de uma insistência para dobrar a vontade de Deus para nosso lado. É antes um esclarecer de nossa vontade à luz da vontade de Deus. Quem reza aproxima-se de Deus.”5
Rita e Fernando Eq. N. S. de Guadalupe Belém-PA
1. CIC, 2613; 2. Novas Cartas sobre Oração, pág. 84; 3. Orar 15 Dias com Henri Caffarel, pág. 27; 4. Reagir a Deus, em Reunião de Equipe, pág. 35; 5. Beth e Scalzo, Equipe 05 - Belo Horizonte-MG,
CM 357, setembro/2000
A Homilia do Santo Padre do dia 1/1/2021 foi lida pelo Cardeal Parolin durante a missa. Nela, o Papa
Francisco destaca “três verbos que se realizam na Mãe de Deus: abençoar, nascer e encontrar”. O primeiro verbo é “abençoar”. “No livro dos Números, o Senhor pede aos ministros sagrados que abençoem o seu povo. Também hoje é importante que os sacerdotes abençoem incansavelmente o Povo de Deus, e que todos os fiéis sejam também portadores de bênção e abençoem. Jesus é a bênção do Pai. N’Ele – diz São Paulo –, o Pai nos abençoa ‘com toda a espécie de bênçãos’. Sempre que abrimos o coração a Jesus, entra na nossa vida a bênção de Deus”. O Filho de Deus é “o Bendito por natureza que vem a nós através de sua Mãe, a bendita por graça. Maria nos traz, assim, a bênção de Deus. Com efeito, Nossa Senhora ensina que a bênção se recebe para ser dada. O segundo verbo é nascer. São Paulo destaca o fato de o Filho de Deus ter ‘nascido de uma mulher’. Em poucas palavras, nos diz uma coisa maravilhosa: o Senhor nasceu como nós. Não apareceu adulto, mas criança; não veio ao mundo por si só, mas de uma mulher, depois de nove meses no ventre materno onde se deixou tecer a humanidade. Ela não é apenas a ponte entre nós e Deus; é mais: é o caminho que Deus percorreu para chegar até nós, e é o caminho que nós devemos percorrer para chegar até Ele. O terceiro verbo é encontrar. O Papa sublinha que “o Evangelho diz que os pastores ‘encontraram Maria, José e o menino’. Não encontraram sinais prodigiosos e espetaculares, mas uma simples família. Quanto a nós, não teríamos encontrado Deus, se não fôssemos chamados pela graça. Um ano novo se inicia. É tempo de recomeço. Tempo de vivermos o Tema “Matrimônio, Sacramento de Missão”. O casal sai em missão, refazendo o caminho dos apóstolos, quando “Jesus enviou os discípulos dois a dois para que o reino d’Ele acontecesse” (Mc 6,7). Precisamos do outro para fazer o Reino de Deus acontecer. O que podemos esperar nesse novo ano como equipistas é o que diz o Pe. Caffarel, quando, no dia 25 de dezembro de 1945, inaugura o primeiro da série de seus editoriais para os grupos (denominação anterior a “equipes”): “Caros amigos: Eis um novo ano. Que ele seja bom para o seu lar. Oro por vocês. Que em sua casa Deus seja o primeiro a ser procurado, o primeiro a ser amado, o primeiro a ser servido. Amem-se: quando a caridade cresce em seu lar, ela cresce também na Igreja...”
Bete e Carlos A. Dantas Eq. N. S. Rainha da Paz Setor B Minas II – Província Leste II