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Dona Nancy, uma mulher por inteiro

Especial privilégio do período em que atuamos como Casal Responsável da Super-Região foi a convivência próxima com Dona Nancy. Muito já se falou sobre sua personalidade de mulher forte, profundamente engajada com as ENS, dona de uma inteligência viva e que fazia da intimidade com Deus o seu grande trunfo. Hoje falaremos de coisas mais corriqueiras dessa relação alegre e feliz, realçando alguns traços do seu jeito de ser, para fazer memória à data de seu aniversário (22/3/1909). Dona Nancy era “boa de prosa”. Era uma delícia conversar com ela e ouvi-la falar da convivência com seu marido, desde seu namoro, ou contar as histórias e fatos do início do Movimento no Brasil. Ela conversava sobre qualquer assunto. Era muito bem informada, lia os jornais, ouvia os noticiários e estudava os documentos da Igreja. Nunca a vimos reclamar de sua viuvez, nem a notamos desorientada, mesmo diante de situações duras, como a morte de seu filho durante um assalto à mão armada. Por livre opção foi morar numa casa de acolhimento de senhoras idosas, onde mantinha seu quarto com banheiro e uma saleta que fazia de seu escritório, registrando suas reflexões e inesquecíveis palestras. Com ela não existia o improviso. Tudo o que fazia era bem preparado. Lembramos uma vez que fomos a um programa na Rede Vida, em São José do Rio Preto, onde ela seria entrevistada. Chegamos de véspera, e no dia seguinte, na casa do Casal Provincial de então, Rosinha e Anésio, estivemos toda a tarde sabatinando Dona Nancy com as mais diferentes questões para que ela fosse treinando, “para não fazer feio”, como ela dizia. Como mulher tinha também sua vaidade feminina. Estava sempre bem arrumada, cabelo bem penteado, e essas coisas que as mulheres conhecem bem. Não havia melhor lugar para ela que o estar rodeada pelos equipistas. Com 90 anos de idade dispôs-se a trabalhar com um computador e logo aprendeu a lidar com a máquina, na qual escreveu muito do seu material para a criação das Comunidades Nossa Senhora da

Esperança, dedicada às pessoas viúvas e sós. O acolhimento era sua outra marca registrada, ao que se somam sua discrição e humildade para com os que estavam à frente do Movimento, a quem ela dispensava grande atenção e respeito, pois dizia que essas pessoas haviam recebido uma unção de Deus para aquele serviço. Ao fazermos memória de sua figura e de sua vida, agradecemos a Deus por nos tê-la dado como mãe e guia do nosso Movimento, completando o papel que seu marido cumprira com inigualável maestria. Com nosso carinho e abraço,

Silvia e Chico Eq. 01B – Sorocaba-SP

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