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O Dever de Sentar-se de um jeito novo
No começo de nossa caminhada equipista, o dever de sentar-se era tímido, inseguro, algo estranho, pois, como morávamos longe de nossas famílias, estávamos acostumados a conversar muito, a tratar de coisas práticas, a decidir tudo juntos, pensávamos que não precisávamos nos esforçar na prática do Dever de Sentar-se, que víamos como algo criado para ajudar os casais que tinham dificuldade em conversar. Caminhamos assim por um período, até que na partilha de uma reunião de interequipes, outro casal expôs as dificuldades em vivenciar verdadeiramente esse PCE e o casal anfitrião disse que o problema na prática do Dever de Sentar-se geralmente estava na forma de encará-lo, por vê-lo como algo muito grande, num plano ideal, distante, ou, numa visão simplista, acreditando que a forma proposta não é assim tão importante, e que o primeiro passo era tratar o Dever de Sentar-se como um compromisso formal, com data e horário agendados para acontecer, pois desta forma o tornaríamos concreto e, até, natural. Falou, ainda, que não era necessário falar-se apenas de coisas grandes ou de conflitos e diferenças, pois há meses em que podemos falar apenas do amor, do quanto o outro é importante e significativo em nossas vidas. Essa troca de experiências abriu nossos olhos e passamos a enxergar o Dever de Sentar-se de um jeito novo. Foi o empurrãozinho que precisávamos para nos aventurar nesse novo caminho. E, desde então, temos feito muitas descobertas neste nosso encontro mensal. Descobrimos que, para o Dever de Sentar-se produzir frutos, precisamos nos abrir verdadeiramente; ir para o dever de sentar-se com o coração aberto, disposto a tratar de todas as questões - aquelas que nos alegram, que nos dão prazer em partilhar e aquelas mais delicadas, que muitas vezes nos custam falar. Falar de nossos sentimentos mais íntimos, sem se preocupar com o julgamento do outro, porque o que nos une é o amor recíproco, o bem querer, e o outro vai acolher nossos sentimentos e, por vezes, nos ajudar a dar um passinho a mais, aquele passinho que sozinho não somos capazes de dar. O Dever de Sentar-se é um aprendizado, uma tarefa que, na medida em que se pratica, vai se aperfeiçoando, vai crescendo. Pode-se dizer que ele caminha conosco, vai evoluindo, amadurecendo na medida em que o praticamos. Assim, cada vez que praticamos o Dever de Sentar-se estamos regando a “plantinha” da cumplicidade, da união, do amor, tal qual um vasinho de violetas, que, com este cuidado periódico, vai florescer em nossas vidas.
Josáurea e Osvaldo CR Setor Ponta Grossa-PR