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Feliz Natal

“Quero celebrar a memória daquele menino que nasceu em Belém, e ver de algum modo com os olhos corporais os apuros e necessidades da infância dele, como foi reclinado no presépio e como, estando presentes o boi e o burro, foi colocado sobre o feno” (1Cel 84, 8). Assim se expressava São Francisco de Assis, que em 1223 dá origem cristã ao presépio. Motivado por este seu desejo, quer vivenciar este mistério através da celebração do Natal e, ajudado por algumas pessoas, de fato o realiza. Olhar para Francisco de Assis é perceber a sua grande sensibilidade frente ao mistério da Encarnação e, realmente sem ela, pode passar despercebida a riqueza deste momento tão significativo para nós cristãos. O Seráfico pai possui um “faro” do Mistério, ele intui que por trás deste acontecimento se esconde algo precioso, um desígnio e que “de algum modo com os olhos corporais” ele quer ver. E mais. Quer sentir “os apuros e necessidades da infância” d’Aquele que se manifestou tão discreto, pobre, singelo, tão humilde que num primeiro olhar realmente não é possível captar. Aliás, o Serafim de Assis “quer fazer memória” deste gesto amoroso de Deus, e fazer dele uma fonte que o inspira a traduzir em gestos o que é visto em cena. De fato, nos teatros atuais que se fazem no Natal, muitos ficam no espetáculo e na espera de aplausos, mas pouco ou nada se transforma em atitudes reais. O Pobrezinho de Assis se voltou para os mais necessitados no corpo e na alma. Acudia o menor, certamente lembrando Aquele que nascera pobre, humilde e dependente. Nestes dias atuais, lembremos e celebremos Jesus que veio para os seus e alguns dos seus não o acolheram; mas os que o fizeram se tornaram filhos da luz e iluminam o mundo. Nestes tempos atuais, tão necessário é termos o olhar do místico Francisco de Assis especialmente diante de ameaças que pairam sobre a humanidade. Darmo-nos conta que a história está nas mãos sábias do Senhor Jesus, e que tudo concorre para o bem dos que amam a Deus, e tudo aquilo que fizermos seja feito pelo Senhor Jesus; mas, especialmente olhemos e atuemos junto aos indefesos, aqueles que não têm voz e nem vez, certos de que se fizermos o bem, a seu tempo havemos de colher. Convencemo-nos de que as pequenas coisas boas multiplicadas se tornam grandes e firmes. Francisco de Assis foi o homem das pequeninas coisas, feitas no anonimato, no silêncio fecundado pelo Espírito Santo e sua força; façamos o bem enquanto nos é dado viver e “não deixemos que nos roubem a esperança”. (Papa Francisco)

Frei Levi Jones Botke SCEP Sul III

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