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Tempo de Natal

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O discernimento

O discernimento

Sempre que o mundo do comércio começa a badalar as festas de fim de ano visando mais lucro, é hora de nós cristãos nos indagarmos: Qual é o verdadeiro sentido do Natal? É esta reflexão, ajudada pela mãe Igreja, que nos oferece o tempo litúrgico do Advento e nos introduz no verdadeiro clima natalino. No decorrer dessas quatro semanas, as celebrações, a Liturgia da Palavra, as novenas de Natal e o próprio ambiente familiar podem e devem evangelizar. Afinal, a palavra “Evangelho” quer dizer “Boa Nova”, e a maior Boa Nova de todos os tempos foi dada pelo anjo Gabriel a uma virgem chamada Maria, que corajosamente deu o seu SIM (Lc 1,31). Essa notícia foi tão extraordinária que Maria logo a compartilhou com José, com Zacarias e Isabel (Lc 1,39), com os pastores e com todo o povo. “Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vocês um Salvador que é o Messias, o Senhor” (Lc 2,11). É o Messias, porque é nele que Deus se fez homem, para convocar toda a humanidade ao amor fraterno e à justiça (Isaías, 1-9). Foi São Francisco de Assis o santo da fraternidade, que teve a ideia de recriar esse ambiente e notabilizar esse fato tão humilde quanto ímpar, confeccionando o “presépio”, hoje tão badalado nas praças, nos comércios, nas igrejas e nos lares. Temos aí, a meu modo de ver, uma grandiosa e preciosa oportunidade de kerigma. Não me refiro àquele presépio comprado pronto, guardado numa caixa e que a cada ano, em 15 minutos, é jogado em um canto da área ou da sala como um ornamento, até que, após o Batismo do Senhor, seja guardado novamente. Proponho, com saudade, bem mais que isso... aquela atitude de envolver especialmente as crianças na organização criativa e progressiva desse espaço simbólico, tão eloquente quando se aproveitam todas as oportunidades para gerar colaboração e introspecção. Afinal, foi para isso que Deus se encarnou e se aproximou da família humana, tão humana que foi confundido com o filho do carpinteiro (Lc 4,22 b) e por Herodes, que perguntou: Quem é esse homem sobre o qual ouço falar essas coisas? (Lc 9,9). O verdadeiro Natal é, pois, sentir Deus presente na minha história, na história da humanidade. Se no Natal Deus se aproximou tanto da história do povo, que se fez criança numa família, ele sempre será um convite ao encontro, à acolhida, à valorização da vida, da vida familiar eclesial, tanto que José e Maria apresentaram o menino Jesus no templo, poucos dias após seu nascimento (Lc 2,22). Lembre-se de que, mais do que receber e dar presentes no Natal, é preciso não esquecer que o grande presente e o maior de todos é a alegria de experimentar Jesus em nós e levar esta alegria aos que nos rodeiam. Como Maria, digamos: a minha alma engrandece o Senhor... (Lc 1,46 ss). Um feliz e abençoado Natal a todos!

Pe. Alcides José Vergütz SCE Setor Água Boa

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