2 minute read

Laudato Si: é possível educar para um novo mundo

Ao final da nossa reflexão anual sobre o documento do Papa Francisco nos prendemos à possibilidade enquanto casais e conselheiros do Movimento das ENS: a educação como elemento fundamental de responsabilização, cristã e social, sobre a criação divina. No capítulo VI, Sua Santidade frisa a importância de uma educação para um novo estilo de vida (pp. 203207), no qual a consciência ecológica se apresenta desde a administração do bem comum que envolve tanto a natureza quanto o homem como criaturas de Deus. Assim sendo, uma aliança, primeiramente entre os homens para uma nova organização da ecologia social se faz necessária para que possamos pensar, enfim, em uma “cidadania ecológica” (p.211) que se limita em uma informação sobre a degradação do ecossistema. Ao contrário, se compromete a mudança de hábitos e comportamentos, dentro e fora do convívio familiar, em prol de uma realidade mais justa e fraterna. A “conversão ecológica” (pp.216221) deve ser um dos critérios relevantes nesse processo de (re)criação da natureza através das nossas ações fraternas. Ao citar exemplos de santos como Francisco de Assis, Teresa de Lisieux e João da Cruz, o Papa Francisco retoma a discussão sob a Graça Divina presente no homem convertido à vontade de Deus. Ao mesmo tempo, este transforma em um ser desejoso por partilhar essa mesma graça com toda a criação. Segundo o documento “A sobriedade, vivida livre e conscientemente, é libertadora” (p. 223). Ou seja, o documento nos convoca ao bom uso da natureza de forma qualitativa e não quantitativa. A intensidade sobre a vida se constrói desde virtudes como a alegria, a paz, o amor civil e político e a fraternidade universal. E, dentro da comunidade eclesial, os sacramentos e os meios celebrativos da vida cristã católica (p. 233-237) resplandecem a presença da Santíssima Trindade no meio da humanidade, sendo esta um sinal da unidade desejada por Deus entre o homem e a sua criação. E, no final da Laudato Si', o Papa Francisco nos recorda da presença da Virgem Maria que, ao assumir um papel na história da salvação humana, se transforma na “Rainha de toda a criação” (pp. 241-245). O seu exemplo de cuidado e de zelo por seu filho Jesus, gerado por ela sob o auspício do Espírito Santo, passa pela certeza que, dentro das nossas limitações humanas, a responsabilidade pelo cuidado do mundo pertence a cada um ao dizermos o nosso “sim” cotidiano a Deus e à sua misericórdia. Que o estudo desse ano sobre a Laudato Sí' nos (re)eduque para atendermos essas demandas expressas em nossas famílias e equipes espalhadas por todo o Brasil.

Frei Arthur Vianna Ferreira Prov. Leste I

This article is from: