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Sinodalidade eclesial (6): Jesus nos “sinodaliza”

Jesus forma comunidade sinodal com os discípulos de todos os tempos. Partimos de dois textos emblemáticos, sabendo que vale também para nós o convite aos discípulos da primeira hora. Por gentileza, leia os textos! A) A vocação e a missão dos discípulos à sinodalidade (Mc 3,13-15). Jesus sobe à montanha, entretém-se com o

Pai, escolhe os que quis. Isso é vocação pessoal, de cada qual. Além de irem a

Jesus, os eleitos são convidados a formar comunidade entre si. Assim, a vocação pessoal transforma-se em convocação comunitária-eclesial. Ulterior desdobramento no processo vocacional-sinodal é que a convocação se torna provocação social-missionária.

Por ser um processo dinâmico, porém, deve renovar-se pela invocação de

Deus (volta à fonte) e evocação humana (atualizar as motivações). Para São Cipriano, nesta Igreja sinodal, “nihil sine epíscopo, nihil sine consilio vestro et sine consensu plebis” (nada deve ser feito sem o bispo, nada sem o conselho dos presbíteros/diáconos e nada sem o consenso do povo), pois “o objetivo do Sínodo é, sempre, alcançar o consenso” (in unum convenire). B) O 1º Sínodo da Igreja (At 15,135), em seis passos: 1) O sério problema na dinâmica comunidade de Antioquia, abalada por intrusos “judaizantes” (ser cristão requer submissão às práticas judaicas), faz com que se recorra às lideranças de Jerusalém; 2) A sensibilidade sinodal de Pedro gera discernimento cheio de sabedoria, em favor da comunhão; 3) O testemunho de Paulo e Barnabé apresenta as maravilhas de Deus, entre os pagãos; 4) O consenso de Tiago, representante da tradição e ponte com os judaizantes, é indispensável; 5) A Carta Sinodal das lideranças, sob inspiração do “decidimos, o Espírito Santo e nós”, sela a concórdia; 6) A delegação de Jerusalém e o júbilo de Antioquia pela comunhão recuperada para o bem de toda a Igreja. A prática de consultar os fiéis já existia desde a Igreja medieval, com base em princípio do direito romano: “quod omnes tangit, ab omnibus tractari et approbari debet” (aquilo que diz respeito a todos deve ser tratado e aprovado por todos). O Concílio Vaticano II mostra que a sinodalidade faz parte da essência da Igreja, pois diz respeito a toda Igreja e a todos na Igreja, de sorte que “Igreja e Sínodo são sinônimos” (João Crisóstomo). Com Papa Francisco, o Sínodo se transforma de evento em processo e incentiva a que haja “no essencial, a unidade; na dúvida, a liberdade; em tudo, a caridade” (Santo Agostinho).

Sínodo 2021 2023

Por uma Igreja sinodal

comunhão | participação | missão

Pe. Mariano Weizenmann Prov. Sul III

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