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Fratelli Tutti III – Os capítulos seguintes
Em continuidade à proposta de apresentação da Carta Encíclica Fratelli Tutti. Olhando para cada tema como possibilidade de aprofundar nossa reflexão sobre as relações em família e na sociedade, buscando colocar em prática nossas convicções cristãs, enraizadas no amor de Deus por nós e que nos impele à caridade. Avancemos para os últimos capítulos da Fratelli Tutti:
Capítulo 4 – A melhor política – A política colocada a serviço do verdadeiro bem comum é capaz de gerar o desenvolvimento da comunidade mundial, a fraternidade e a amizade social. O Papa nos chama atenção para a maneira que é empregado o conceito de “povo” e nos indica que “pertencer a um povo é fazer parte de uma identidade comum, formada por vínculos sociais e culturais”, fruto de um processo lento rumo a um projeto comum. Tratando dos temas de trabalho, mercado, educação, tecnociência, nos ilumina que muitos têm uma noção ruim da política, devido aos erros de políticos. A partir do “Amor Social” (RH, 15), uma ordem social e política, cuja alma seja a caridade social, que nos leva a amar o bem comum e a buscar efetivamente o bem de todas as pessoas. Cada um é plenamente pessoa quando pertence a um povo, povo e pessoa são termos correlativos. “Se consigo ajudar uma só pessoa a viver melhor, isso já justifica o dom da minha vida.” (195)
Capítulo 5 – Diálogo e Amizade Social – Dialogar significa: aproximar-se, expressar-se, ouvir-se, olhar-se, conhecer-se, esforçar-se por entender-se, procurar pontos de contato. “Não é necessário dizer para que serve o diálogo; é suficiente pensar como seria o mundo sem o diálogo paciente de tantas pessoas generosas, que mantiveram unidas famílias e comunidades.” (198) Propõe o diálogo social para gerar uma nova cultura, entendida como algo que penetrou no povo, na sua convicção mais profunda e no seu estilo de vida. A partir do verso de Vinicius de Moraes, “a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro na vida”, propõe a cultura do encontro: todos podem aprender algo, ninguém é inútil e supérfluo. Uma sociedade pluralista que convida ao diálogo: respeita em qualquer situação a dignidade dos outros; integra os diferentes, garantindo uma paz real e sólida; reconhece ao outro o direito de ser ele próprio, recuperando a amabilidade (dar atenção, oferecer um sorriso, dizer uma palavra de estímulo, tratar bem os outros).
Capítulo 6 – Caminhos de um novo encontro – “ Em muitas partes do mundo, fazem falta percursos de paz que levem a cicatrizar as feridas, há necessidade de artesãos de paz prontos a gerar, com inventiva e ousadia, processos de cura e de um novo encontro.” (225) Com o tempo, todos mudamos; a tribulação e os confrontos, transformam-nos. Assim, é necessário recomeçar a partir da verdade, companheira inseparável da justiça e da misericórdia – essenciais para construir a paz. No caminho rumo à paz, os processos de um novo encontro são necessários: na reconciliação verdadeira, no projeto comum, no reconhecer, garantir e reconstruir a dignidade de todas as pessoas, na opção pelos mais pobres, os últimos e descartados, no revalorizar e entender o sentido do perdão.
Capítulo 7 – As religiões a serviço da Fraternidade no mundo – “As várias religiões, ao partir do reconhecimento do valor de cada pessoa humana como criatura chamada a ser filho ou filha de Deus, oferecem uma preciosa contribuição para a construção da fraternidade e a defesa da justiça na sociedade.” A consciência de filhos que nos faz viver em paz. Buscar a Deus ajuda a reconhecermo-nos como companheiros de estrada (irmãos), a privação da liberdade de consciência e religiosa deixa a humanidade empobrecida. Entre as religiões é possível um caminho de paz: o ponto de partida deve ser o olhar de Deus, que olha o coração, a violência não encontra fundamento nas religiões, o culto humilde e sincero a Deus leva ao respeito pela vida, pela dignidade e pela liberdade.