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Ascensão do Senhor

Todos os anos, ao nos aproximarmos do final do tempo pascal, celebramos a Ascensão do Senhor. Uma parte do mistério de Cristo que aparentemente pode simplesmente nos dar a ideia de uma despedida, ou algo que não nos diga respeito, porém sabemos que todos os aspectos da vida do Senhor nos alcançam e nos envolvem, pois fazemos parte do seu corpo, somos seus amigos. Os evangelistas ao descreverem a Ascensão não estão preocupados em fazer uma crônica jornalística contando-nos como Jesus subiu ao céu, dando a impressão de um meteoro, de um foguete ou coisa parecida. Os Evangelhos são livros de fé, e como tal, querem fazer-nos crescer na fé, e uma fé que nos leve a continuar a missão de Jesus.

Os Evangelhos nos contam que Jesus, após a sua ressurreição, apareceu diversas vezes aos discípulos, abrindo-lhes a inteligência da fé, fazendo com que eles, aos poucos, compreendessem o seu mistério pascal, preparando-os para receberem o dom por excelência: o E. Santo, o que na perspectiva de João foi no próprio dia da ressurreição, na versão de Lucas, cinquenta dias depois.

E no último encontro, Jesus envia os discípulos para serem os continuadores da sua missão: “[...] Toda a autoridade me foi dada no céu e sobre a terra. Portanto, ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do E. Santo, e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei! [...]”

(Mt 28, 18-19).

É esse o grande sentido de nós cristão celebrarmos a Ascensão do Senhor. Somos nós, os cristãos de todos os tempos, chamados a continuar a missão de Jesus, sermos anunciadores da sua Boa Nova a todas as pessoas. A Igreja existe para evangelizar. Todos nós batizados devemos sentir uma imensa alegria por sermos participantes da missão do Senhor. E ao mesmo tempo devemos ter a mesma consciência do apóstolo Paulo: “Ai de mim, se eu não anunciar o Evangelho!” (1 Cor 9, 16). Todos os batizados são agentes da evangelização e, como tal, devem sentir-se e comportar-se. Por isso, as famílias cristãs precisam ter sempre essa consciência. O Magistério da Igreja realça a ação evangelizadora da família, em todos os documentos que tratam da missão da Igreja. A família sempre aparece como um espaço em que todos os membros evangelizam e são evangelizados (EN 71).

São João Paulo II não se cansava de exortar e de animar as famílias em sua missão evangelizadora. O Papa Francisco, principalmente na obra-prima da Exortação Apostólica Amoris Laetitia, aponta e incentiva a missão de todos neste anúncio.

Celebremos a Ascensão com a consciência viva de que todos nós continuamos a missão de Jesus, e de que “a alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria” (EG n. 1).

Pe. Francisco Crisanto SCE Região RN II Prov. Nordeste I

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