Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento
São Paulo, março de 2011 www.jornalentreposto.com.br Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva *** UM JORNAL A SERVIÇO DO AGRONEGÓCIO *** ANO 12 - No 130 - Circulação autorizada no ETSP da Ceagesp e Região Oeste
FEMETRAN 2011
Transporte, embalagem e armazenagem contribuem para a oferta de produtos de alta qualidade Pág. A8
Apesp passa a
publicar o informativo da entidade nas páginas do JE
Associação manterá um canal direto de comunicação com os leitores do jornal a partir desta edição. Confira!
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Brasileiros negociam US$ 16 mi em exportações de orgânicos Pág. A11
Páscoa eleva vendas de pescados e FLV no atacado O consumo de peixes, frutas, legumes e verduras registra um aumento expressivo durante a Quaresma, período em que a maioria dos católicos restrige a ingestão de carne vermelha em sua dieta, às quartas e sextas-feiras. Na semana que antecede a Páscoa, os produtos mais procurados no ETSP são bacalhau, camarão, salmão e pescadas. Segundo o departamento de economia da Ceagesp, a comercialização de peixes no atacado chega a subir 150% nessa época. “O volume de vendas no setor chega a triplicar”, informa o economista Flávio Godas. Ao consumidor final, os especialistas em saúde pública recomendam cuidados e atenção especial na hora de comprar o produto fresco no varejo. Via de regra, os peixes não podem ser acondiconados em jornal, sacos de lixo ou outras embalagens inadequadas.
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Agroecologia pode dobrar produção de alimentos em 10 anos
Valor da produção agrícola é o maior em 14 anos
Pág. C2 8 de abril Dia Mundial de Combate ao Câncer
Variedades de pêssego comercializadas na ETSP
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Alimentação saudável ajuda na prevenção de doenças como o câncer A busca por uma alimentação equilibrada e por um estilo de vida saudável não estão associados somente com a beleza do corpo, mas também se previne uma série de doenças, inclusive o câncer. O desenvolvimento de várias das formas de câncer, resulta da interação entre fatores endógenos e ambientais, sendo o mais notável desses fatores a dieta, que contribui com cerca de 35% dos novos casos seguida pelo tabagismo 30%. Estima-se que 35% das mortes por câncer podem ser prevenidas, através de modificações dietéticas, pois há várias evidências de que a alimentação tem um papel importante nos estágios de iniciação, promoção e propagação do câncer.
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Março 2011
l JORNAL ENTREPOSTO
Água 22 de Março Dia Internacional da
Reaproveitar e usar bem é bom para todos Por Paulo Costa*
A sociedade brasileira possui, como forte traço cultural, a dificuldade de planejar e poupar recursos, econômicos e naturais, traço esse que costuma trazer dificuldades ao país, no futuro. Isto também ocorre quando está em questão um bem natural cada vez mais escasso, a água: utilizá-la de forma racional e implementar medidas legais visando a estimular a captação das águas das chuvas são ações que trazem forte impacto positivo, econômico, ambiental e até de auxílio à prevenção de enchentes. As grandes cidades brasileiras, nas quais as fortes chuvas são a causa de constantes enchentes e alagamentos, são justamente os locais onde o problema da falta de água potável poderá se agravar nos próximos anos. Justamente devido a esses problemas, que não exclusivos do Brasil, a ONU definiu como tema de seu World Water Day 2011 “Água
e Urbanização”. A intenção é chamar a atenção para a importância dos recursos hídricos em um contexto de rápida urbanização – segundo dados do organismo, a cada segundo duas pessoas são incorporadas à população urbana. Na América Latina, 77% dos seus habitantes vivem nas cidades e as taxas de urbanização continuam crescendo. “A relação entre a água e as cidades é crucial. Cidades requerem grandes quantidades de água fresca/ potável e, por outro lado, geram grandes impactos nos sistemas de água limpa”, alerta a ONU, lembrando que enchentes, secas e outros eventos extremos, derivados das mudanças climáticas, também podem afetar a qualidade da água nos próximos anos. As grandes oportunidades nesse contexto estão relacionadas ao aumento da reciclagem e do reuso da água e do esgoto, por meio de tecnologias mais eficientes. A captação da água na própria cidade, por meio de sistemas de reaproveitamento
das águas das chuvas, também são vistas como solução para o problema do abastecimento futuro. Apesar da grande incidência de chuvas em boa parte no Brasil, são poucas ou quase inexistentes as iniciativas para a captação das águas das chuvas nas cidades. E, para piorar, por aqui a água potável é utilizada para fins menos nobres, como em descargas sanitárias, lavatórios, para lavar pátios, regar jardins etc. Essa realidade precisará ser repensada. A captação das águas pluviais nas edificações, especialmente em prédios, funciona como “piscinhas”, reservatórios que ajudam a diminuir bastante a quantidade de água que corre para córregos e rios em prazos muito curtos e em grande volume, causando as enchentes. Há diversos sistemas possíveis de implantação que, ao mesmo tempo em que solucionam a questão do uso da água potável para fins menos nobres, podem ser um aliado na mitigação de problemas causados por fortes chuvas,
Radiação ameaça afetar a venda de produtos japoneses Sinais de contaminação de produtos japoneses por radiação podem afetar a produção e as exportações do país, ampliando assim o impacto econômico causado pelo terremoto e pelo tsunami. Já há vários casos envolvendo produtos alimentícios. Além disso, o setor automobilístico veio a público negar que veículos produzidos no Japão estivessem contaminados por radiação. O governo japonês proibiu a venda de alimentos produzidos nas proximidades da acidentada usina nuclear de Fukushima, no nordeste do país. O governo informou que radiação acima dos limites aceitos foi encontrada em leite e espinafre
como alagamentos e enchentes. No Brasil, há muito o que melhorar na relação entre cidades-abastecimento de água. Faltam conscientização, medidas para evitar poluição e incentivos para o uso racional da água, como a substituição de equipamentos hidrossanitários por produtos economizadores de água, que permitem economizar quase 70% comparado ao consumo dos produtos obsoletos e gastadores. Cidades dos Estados Unidos, como Nova York e Houston, por exemplo, já implantaram com sucesso programas de incentivo à adoção de equipamentos racionalizadores do consumo de água. E, claro, estamos ainda longe da desejada universalização do saneamento. O uso racional da água, além de permitir economia nas contas mensais de saneamento, com a diminuição das contas também é peça importante ambientalmente, uma vez que menos consumo é igual a menos poluição e traz o benefício adicional de evitar a construção de no-
japoneses e do exterior de que produtos do país possam estar contaminados pela radiação que ainda vaza da usina nuclear de Fukushima. O governo determinou que produtos agrícolas, pescados e também a água potável passem a ser submetidos a testes. Foi divulgado que a água na região da usina nuclear está com nível de radiação acima do normal, mas ainda dentro dos padrões aceitos. O Japão não é um importante exportador de alimentos, mas vende alguns itens de alto valor agregado. Produtores temem que cortes caros de carne bovina, como o wagyu, e o arroz, alimento base no país, podem ser retirados das prateleiras e barrados para a exportação caso sejam detectados níveis excessivos de radiação. Isso teria um impacto sobre a produção e o comércio exterior do país.
vindos da região, na primeira admissão oficial de contaminação.
fora do Japão, afetando assim a demanda externa por produtos japoneses.
O governo não informou como ocorreu a contaminação dos produtos, o que, segundo especialistas, dificulta a avaliação dos riscos para a cadeia produtiva.
O governo de Taiwan informou ter encontrado radiação acima do normal em vegetais importados do Japão, mas que o nível de radiação ainda se encontrava dentro dos limites aceitos. Vários países já determinaram uma verificação mais rigorosa de radiação em produtos vindos do Japão.
“Estou preocupado com a reação excessiva dos consumidores”, disse na sexta-feira Tetsurou Shimizu, pesquisador-chefe do Instituto de Pesquisas Norinchukin, em Tóquio. “Os agricultores da região correm o risco de verem seus produtos rejeitados pelos consumidores, mesmo que não haja evidências científicas para isso.”
O próprio governo e empresas do Japão passaram a submeter alimentos e manufaturados a testes de radiação. A iniciativa é uma resposta aos sinais de preocupação crescente de consumidores
A região de Fukushima produz arroz, vegetais, frutas, carne bovina e suína, frango e ovos. A inspeção para detectar radiação imposta pelo governo vale não só para a região, mas para todo o país.
Mas, antes mesmo de o governo agir, consumidores já evitavam ontem nos supermercados alimentos produzidos na zona atingida pelo vazamento de radiação. É possível que essa cautela do consumidor diante do risco ou da suspeita de contaminação por radiação se repita
vos reservatórios e adutoras, que provocam desmatamento e, assim, destruição de parte da flora e da fauna. O país já dispõe de tecnologias e equipamentos de ponta para a implementação de programas de uso racional da água. Precisa haver estímulo legal à sua adoção, com benefícios fiscais, por exemplo, aos que trocarem equipamentos hidrossanitários gastadores por outros, economizadores. E é essencial que os responsáveis pela aprovação de leis em âmbito municipal, estadual e federal, vereadores, deputados estaduais e federais e senadores, comecem a pensar com maior seriedade nessa questão e proponham textos legais que estimulem o uso racional da água e a captação de águas pluviais. A sociedade só tem a ganhar com essas medidas. E o meio ambiente certamente ficará muito grato.
*Diretor da H2C, empresa de consultoria e planejamento de uso racional da água membro do Green Building Council Brasil
Entre março de 2009 e março de 2010, o Japão exportou 677 toneladas métricas de carne bovina. Vietnã e Hong Kong foram os dois maiores compradores. As exportações de arroz chegaram a 1.898 toneladas - sendo Hong Kong e Cingapura os principais mercados. A União Europeia recomendou que os japoneses adotem controle mais rigorosos aos produtos agrícolas. Vários países asiáticos, como Coreia do Sul, Indonésia, Tailândia, Malásia, Cingapura e Filipinas, estão submetendo alimentos importados do Japão a testes de radiação. A indústria automobilística japonesa, setor-chave da economia do país, também rastreia radioatividade em seus carros. A Nissan informou que todos os seus modelos estão sendo submetidos a testes de radiação ao saírem da linha de montagem. Os testes, segundo a montadora, visam garantir que os veículos mantenham “padrões de segurança internacionalmente aceitos”. O monitoramento será feito até que a crise nuclear seja resolvida. A Associação de Fabricantes de Automóveis do Japão tentou afastar o fantasma que pode vir minar a competitividade dos carros japoneses pelo mundo. Em nota, disse que não há nas fábricas japonesas níveis de radioatividade perigosos à saúde
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Março 2011
l JORNAL ENTREPOSTO
SEMANA SANTA
Ministério da Pesca orienta consumidores na Quaresma Durante a semana que antecede Páscoa, volume comercializado no atacado do ETSP sobe 150%
Os brasileiros consomem mais peixe no período da Quaresma. Nesse intervalo, que este ano ocorre entre os dias 9 março e 24 de abril, o consumo de pescado cresce cerca de 15 % no país, apresentando variações de acordo com cada região. Por isso, o governo federal reforça, nessa época, as orientações, ressaltando que o consumidor precisa ter mais atenção quanto às condições de higiene e conservação para se levar à mesa um prato saudável, saboroso e de qualidade. Para que o pescado continue sendo essa fonte rica em saúde, são necessários vários cuidados, desde a hora de pescar ou do cultivo, até quando ele vai à mesa do consumidor. O Ministério da Pesca e Aquicultura chama atenção para o cuidado com as boas práticas e dá dicas de como escolher um bom pescado. Para escolher um pescado de qualidade o consumidor deve estar atento em primeiro lugar ao estabelecimento, é obrigatório o uso de luvas descartáveis por quem manuseia o produto, o ambiente de manipulação do pescado deve estar bem higienizado, bem como os instrumentos de trabalho do peixeiro. Os peixes frescos devem possuir pele firme, bem aderida, úmida e sem a presença de manchas. Os olhos devem ser brilhantes e salientes, as escamas devem ser unidas entre si, brilhantes e fortemente aderidas à pele. As brânquias (guelras) devem possuir cor que vai do rosa ao vermelho intenso, ser brilhantes e sem viscosidade, o odor não pode ser repugnante e o pescado deve estar livre de contaminantes como areia, pedaços de metais, plásticos, combustíveis, sabão e moscas. O pescado seco deve estar armazenado em local limpo, protegido de poeira e insetos, sem mofo, ovos ou larvas de moscas, manchas escuras ou avermelhadas, limosidade superficial, amolecimento e odor desagradável. Quantos aos produtos congelados, estes devem ser conservados sempre a temperaturas inferiores a -18ºC e resfriados abaixo de 0ºC. No caso de produtos resfriados ou congelados, o consumidor deve prestar atenção se há poças de água no freezer e a presença de produtos molhados. Esses fatores podem indicar que o freezer foi desligado ou teve a sua temperatura reduzida, o que pode comprometer a qualidade do produto, causando sua deterioração; Já os peixes fatiados e industrializados só devem ser adquiridos se estiverem carimbados com o selo do SIF (Serviço de Inspeção Federal).
Produção crescente O Ministério da Pesca e Aquicultura registrou aumento na produção de pescados no Brasil, pulando de 990 mil e 272 toneladas / ano, em 2003, para a produção, também anual, de 1 milhão 240 mil e 813 toneladas, em 2009. Estima-se que em 2012, a produção interna poderá atender a demanda de pescados no Brasil, reduzindo a importação dos mesmos. O aumento da produção é um dos reflexos da política de organização da cadeia produtiva da pesca e da aqüicultura no Brasil, que apenas em 2003 foi adotada por determinação do então presidente Luiz Inácio
Lula da Silva e mantida como prioridade do atual governo da presidente Dilma Rousseff, dada a importante dimensão costeira do país, assim como a maior bacia de água doce do mundo. O Brasil já é destaque no cenário internacional na produção de aves e bovinos, segmentos contemplados pelas políticas adotadas pelo ministério da Agricultura e Pecuária, pasta que completa 150 anos em 2011, enquanto a estruturação do Ministério da Pesca e Aquicultura só ocorreu há pouco mais de um ano e meio. As mesmas estatísticas comprovam que houve aumento do consumo per capita de Pescado no Brasil,
passando de 6,46 kg/hab/ano para 9,03 kg/hab/ano, confirmado pelo aumento de 40 % no consumo desta importante proteína, apenas nos últimos sete anos anos. Segundo o ministério, tal reflexo só foi possível graças às ações de fomento, monitoramento e controle da cadeia produtiva, assim como as devidas políticas adotadas pelo ministério para garantir a pesca artesanal e fomentar a industrialização dos produtos.
Feira do Peixe Sardinha, pescada, mistura, cor-
vina, atum, cação, curimbatá, tainha e tilápia são as variedades de pescados mais encontradas no Entreposto Terminal de São Paulo da Ceagesp. Na semana que antecede uma das mais importantes datas do cristianismo, os produtos mais procurados são bacalhau, camarão, salmão e pescadas. Para alavancar o comércio de pescados no mercado paulistano e reforçar as marcas institucionais de seus permissionários, a companhia deve promover a sexta edição da Santa Feira do Peixe nos dias 19, 20 e 21 de abril, no setor de pescados, com entrada e estacionamento gratuitos, das 15h às 20h.
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POLÍTICA SETORIAL
Instalada Frente Parlamentar de Pesca e Aquicultura
FOTOS: BRIZZA CAVALCANTE
Segmento projeta alta de 10,3% na produção de pescados
Foi instalada este mês a Frente Parlamentar da Pesca e Aquicultura. A cerimônia aconteceu no Espaço Café do Salão Verde da Câmara dos Deputados. O Secretário Executivo do Ministério da Pesca e Aquicultura, José Evaldo Gonçalo, esteve presente, representando a Ministra da Pesca e Aquicultura Ideli Salvatti. Cerca de 250 parlamentares, entre eeputados e senadores, compõem esse grupo que é constituído por todas as correntes de opinião política da Câmara dos Deputados e Senado Federal, além de representantes da sociedade civil, órgãos e entidade representativas da pesca nacionais e interestaduais. O objetivo principal da Frente é a implementação de políticas e ações relacionadas à pesca e aquicultura de modo a buscar a valorização e o reconhecimento do pescador através do desenvolvimento de projetos que possibilitem a captação de recursos para as associações, entidades e demais órgãos relacionados à pesca e aquicultura. O presidente da Frente Parlamentar, Deputado Cléber Verde (PRB/MA), destacou a importância do relançamento grupo. “Esta Frente parlamentar vai trabalhar para alavancar as ações e os benefícios aos pescadores e aquicultores brasileiros, criando meca-
nismos para transformar o setor”, afirmou. O presidente do Conselho Nacional de Empresários da Pesca e Aquicultura (Conepe), Fernando Ferreira, reconheceu o trabalho do MPA. “Acreditamos muito no trabalho da Ministra Ideli Salvatti e pedimos que ela seja a interlocutora do setor junto à presidente Dilma Roussef, para que possamos dar um show de produção”, disse. Vários parlamentares estiveram presentes para apoiar a frente além de empresários do setor pesqueiro e aquícola e representantes dos pescadores e aquicultores. A ministra foi uma das homenageadas pela Frente Parlamentar. A placa em homenagem foi entregue ao secretário executivo por um dos capoeiristas do grupo que durante o evento encenou o trabalho dos pescadores. Evaldo Gonçalo iniciou sua fala agradecendo a homenagem recebida pela ministra da Pesca e Aquicultura e chamou a atenção para a importância da Frente. “Temos de reconhecer o trabalho do deputado Flávio Bezerra que criou a Frente Parlamentar de Aquicultura e Pesca e destacar a importância desta parceria do executivo com o legistativo, com esse trabalho conjunto o setor pesqueiro e aquícola se tornará mais forte comercialmente e também socialmente”, concluiu.
Dep. Gorete Pereira (PR-CE) participou da condecoração r ealizada no lançamento da Frente Parlamentar
Pescadores do Ceará encenam peça teatral durante café da manhã da Frente Parlamentar da Pesca
Defeso do Embrapa Pesca e Aquicultura: camarão começa mais tecnologia e desenvolvimento sustentável Inovação deve transformar o Brasil em um dos maiores produtores em abril de peixes do mundo, a exemplo da carne bovina e das aves No início de abril , entram em período de defeso diversas espécies de camarão no país. No Nordeste, entre 1º de abril a 15 de maio, ocorre a primeira fase do defeso do camarão rosa, do camarão sete barbas e do camarão branco. As áreas de reprodução compreendem o litoral de Pernambuco, Alagoas, Sergipe e os municípios de Mata de São João e Camaçari, na Bahia. Já estas mesmas espécies se reproduzem até 31 de maio na região sul e sudeste, sendo que o mesmo ocorre com os camarões Santana, Vermelho e Barba Ruça. O período de defeso busca proteger as espécies em seu período reprodutivo, de forma
a garantir mais tarde a sua captura de forma sustentável. Assim, fica garantida a multiplicação de camarões jovens em fase de recrutamento e desova. Muitas vezes uma mesma espécie tem mais de um período de reprodução durante o ano. Em parte do Nordeste, por exemplo, o defeso acontece em duas fases distintas: a primeira, de 1º de abril a 15 de maio, e a segunda, de 1º de dezembro a 15 de janeiro. Durante o período de defeso, além da inatividade dos pescadores de camarão, é proibida a conservação, o beneficiamento, a comercialização ou a industrialização das espécies relacionadas.
A ministra de Pesca e Aquicultura, Ideli Savatti inaugurou em fevereiro, em Palmas (TO), as instalações das obras de construção da Embrapa Pesca e Aquicultura. A unidade contará com área construída de 4.500m² e 90 servidores, entre pesquisadores e pessoal administrativo. Com os estudos, a produção brasileira tende a crescer com soluções tecnológicas e permitirá mais destaque para este importante segmento econômico, lembrou Ideli. “A unidade instalada será um centro regional, nacional e em breve internacional, enfatizou a ministra. “E isto ocorrerá com benefícios não só no Brasil, como para toda a cadeia produtiva mundial”. Ideli Savatti reafirmou o compromisso do governo federal em transformar o Brasil em um dos maiores produtores de peixes do mundo, da mesma forma que aconteceu com a carne bovina e com as aves. “Nosso país tem todo potencial para ampliar a produção e ser referência em tecnologia. O estado do Tocantins pode ser entendido como o coração do Brasil: é de suma importância para a concretização deste projeto,
pela extensão territorial e posição estratégica, com dimensões que abrangem as biodiversidades da Amazônia e do Pantanal”, lembrou. Segundo a ministra, o potencial estratégico da região pode transformá-la em grande exportadora para a Ásia e a Europa. ”A possibilidade de utilizar o rio Tocantins como uma hidrovia, a criação da Ferrovia Norte-Sul e as melhorias na rodovia Belém-Brasília (BR-153) irão facilitar a logística necessária para exportar grãos e pescados. Potencial
O diretor-presidente da Embrapa, Pedro Arraes, lembrou que o centro será misto, com enfoque nacional em aquicultura e regional no componente agrícola. A unidade terá um papel aglutinador das pesquisas em aquicultura no país, formando redes internas e externas à Empresa. A área de pesquisa, desenvolvimento e inovação terá especialistas em aquicultura e em agronomia. O enfoque inicial será dado aos peixes nativos. Os pesquisadores, presentes à solenidade, foram destaca-
dos pela ministra. “O grupo tem a nobre missão de buscar as soluções tecnológicas para a pesca e a aquicultura do Brasil”, disse. O trabalho será identificar as espécies, fazer uma reeducação alimentar e cuidar da sanidade destas espécies, evitar a extinção de algumas e desenvolver o processamento industrial sustentável, com redução de carbono, afirmou o chefe da Embrapa no Tocantins, Carlos Magno Campos da Rocha. A importância da unidade foi destacada também pelo diretor-presidente da Embrapa, Pedro Arraes. Segundo Arraes, a contribuição maior da Embrapa provavelmente será em aquicultura de água doce e a escolha de Tocantins para sediar a nova Unidade privilegia a atividade no interior. A temperatura ambiente favorável da região também é citada pelo presidente da Embrapa como um fator positivo da localização. A existência de jazidas de calcário e as terras planas também são fatores favoráveis para a implantação do centro de pesquisa no estado e a facilidade de escoamento da produção agrícola e pesqueira foi avaliada.
Sustentabilidade para o uso dos recursos hídricos, sem prejuízos para os nativos A ministra Ideli Salvatti aproveitou a oportunidade para reafirmar o compromisso feito pelo governador Siqueira Campos (PSDB/TO), também presente no evento, para que todo o trabalho seja feito em sintonia com o MPA, no sentido de garantir a ampliação da produção pesqueira no Estado: “é fundamental buscar o trabalho harmônico entre todos os envolvidos e interessados nas inúmeras opções de uso das riquezas naturais, como da água. Assim, o pescador continuará tendo o direito do uso da água, sem exclusão, mas em harmonia com os empreendedores de atividades da pesca esportiva e náutica, por exemplo.”
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JORNAL ENTREPOSTO
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8 de abril - Dia Mundial de Combate ao Câncer
Dieta rica em alimentos alcalinizantes garantem mais qualidade de vida
Câncer é terceira maior causa de morte no Brasil Dia 08 de abril é o Dia Mundial de Combate ao Câncer o JE convida você a entrar nessa luta e para começar, você pode ler um pouco sobre o tema, saber as causas e as formas de evitar o câncer. Uma boa medida é adotar um estilo de vida saudável, de forma a minimizar os riscos de adquirir essa doença. O câncer é um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células que invadem os tecidos e órgãos, e podem se espalhar para outras regiões do corpo. Estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores, que é o acúmulo de células cancerosas. Já o tumor benigno é apenas uma massa localizada de células que se multiplicam vagarosamente e se assemelham ao seu tecido original e raramente representa um risco de morte. Existem diferentes tipos da doença devido aos vários tipos de células do corpo. Por exemplo, existem diversos tipos de câncer de pele porque ela é formada de mais de um tipo de célula. Se o câncer tem início em tecidos epiteliais como pele ou mucosas ele é denominado carcinoma, se começa em tecidos conjuntivos como osso, músculo ou cartilagem é chamado de sarcoma. Outras características que diferenciam os diversos tipos de câncer entre si são a velocidade de multiplicação das células e a capacidade de invadir tecidos e órgãos vizinhos ou distantes. A maioria dos casos de câncer (80%) está relacionada ao meio ambiente, no qual encontramos um grande número de fatores de risco. As mudanças provocadas no meio ambiente pelo próprio homem, os “hábitos” e o “estilo de vida” adotados pelas pessoas podem determinar diferentes tipos de câncer.
Incidência e mortalidade As neoplasias (proliferação ce-
lular anormal ) são a terceira maior causa de morte no Brasil (superadas apenas pelas doenças do aparelho circulatório e pelas causas externas / violência). Espera-se que no meio do século 21 o câncer já seja a principal causa de morte no Brasil.Os motivos que levam ao crescimento da incidência do câncer são o aumento da expectativa de vida da população em geral, associada a maior exposição a fatores de risco. O tipo de câncer que mais cresce é o de pulmão, principalmente devido à propagação do hábito de fumar, que cresce há 40 anos. No Brasil os registros estatísticos sobre o câncer ainda são bastante falhos, e não retratam a realidade brasileira. Nos últimos anos há uma tentativa de dar maior confiabilidade aos dados divulgados, e esperamos em breve poder conhecer melhor o que ocorre em nosso país. Os leitores podem encontrar os dados estatísticos mais atualizados sobre câncer no site do Instituto Nacional do Câncer (http://www2.inca. gov.br/wps/wcm/connect/inca/portal/home, que centraliza os dados nacionais.
Como se forma? Vários elementos podem causar ou contribuir diretamente para a ocorrência de uma sequência de eventos que levem ao surgimento do câncer. O caminho final comum dos cânceres é alguma alteração genética, que converte uma célula bem constituída, participante do corpo como um todo, numa outra, “renegada”, destrutiva, que não responde mais a comandos de uma comunidade de células. Substâncias químicas (como o benzeno e nitrosaminas), agentes físicos (como radiação gama e ultravioleta), e agentes biológicos (como alguns tipos de vírus), contribuem para a carcinogênese em algumas circunstâncias. O agente carcinogênico mais im-
Doutor José Fábio Lana
portante para a população em geral é o tabaco, pois ele causa ou contribui para o desenvolvimento de aproximadamente um terço de todos os cânceres, principalmente em pulmão, esôfago, bexiga e cabeça e pescoço.
Detecção Precoce Quando a prevenção do câncer através da mudança de hábitos não é possível, a detecção precoce é a melhor estratégia para reduzir a mortalidade. Campanhas de esclarecimento da população e de profissionais de saúde são feitas nesse sentido.
Estadiamento Geral Estágio 1 Localizado. Geralmente confinado ao órgão de origem e curável com medidas locais, como cirurgia ou irradiação. Estágio 2 Localizado, mas extenso. Pode se estender para fora do órgão de origem, mas mantém a proximidade. É às vezes curável com medidas locais (cirurgia e irradiação) em conjunto com a quimioterapia. Estágio 3 Disseminado regionalmente. Estende-se para fora do órgão de origem, atravessando vários tecidos. Pode atingir linfonodos (gânglios) na região do tumor. Tem ainda o potencial de ser curado, embora os reaparecimentos sejam mais frequentes. O tratamento local ou sistêmico depende das características do tumor. Estágio 4 Disseminado difusamente. Geralmente envolve múltiplos órgãos distantes e é raramente curável.
Modalidades Terapêuticas CIRURGIA É o mais antigo e mais definitivo, quando o tumor é localizado, em circunstâncias anatômicas favoráveis. Em geral é o tratamento mais importante, que influencia mais na cura do paciente. Para alguns tipos de câncer, no entanto, apenas a cirurgia não é suficiente, devido à disseminação de células cancerosas local ou difusamente. RADIOTERAPIA É o mais utilizado para tumores localizados que não podem ser ressecados totalmente, ou para tumores que costumam reaparecer localmente após a cirurgia. Pode causar efeitos colaterais localizados, principalmente por lesão de tecidos normais adjacentes ao tumor. A quantidade de radiação utilizada depende do tipo de tumor. QUIMIOTERAPIA É o tratamento sistêmico para o câncer. Pode ser de aplicação endovenosa, oral ou intraarterial, mais raramente. Consiste na utilização de medicamentos que tem ação citotóxica (causa danos às células). Podem ser utilizadas combinações de vários medicamentos diferentes, pois nos tumores há frequentemente subpopulações de células com sensibilidade diferente às drogas antineoplásicas. Os mecanismos
de ação das drogas são diferentes, mas em geral acabam em lesão de DNA celular. A toxicidade contra células normais é a causa da maioria dos efeitos colaterais (náuseas, vômitos, anemia, mielossupressão). Pode ser usada como tratamento principal (leucemias, linfomas, câncer de testículo), mas normalmente é adjuvante, após tratamento cirúrgico ou radioterápico, ou paliativo, em doenças mais avançadas. TERAPIA BIOLÓGICA Usam-se modificadores da resposta biológica do próprio organismo frente ao câncer, “ajudando-o” a combater a doença. Podem-se usar também drogas que melhoram a diferenciação das células tumorais, tornando-as de mais fácil controle.
Obtendo sucesso no tratamento O sucesso da terapia contra o câncer depende da escolha das modalidades de tratamento que mais se adequam ao paciente e à sua doença, necessitando muito a cooperação entre especialidades. Suporte geral também é muito importante, incluindo controle de distúrbios metabólicos, infecciosos, cardiopulmonares, frequentes nos pacientes submetidos a tratamentos agressivos. Fonte: Cliquesaude
A importância dos alimentos no combate as doenças Os alimentos, apesar de não serem milagrosos, contribuem bastante para o combate do câncer. Através dos nutrientes que possuem, conseguem proteger as células do organismo dos problemas provocados por substâncias e objetos cancerígenos. Para melhor entendimento, é necessária a compreensão do processo de infecção das células. Em contato com o material cancerígeno, o organismo passa por uma lenta transformação. Uma célula é atacada pelo material cancerígeno, tendo seu gene totalmente modificado. Tal modificação transforma a célula em maligna e a mesma começa a se multiplicar de forma desordenada e irreversível, fazendo com que as demais células sejam danificadas. Dessa forma, os alimentos atuam na prevenção e no fortalecimento das células do organismo, pois possuem antioxidantes, fitossubstâncias, vitaminas, minerais e outros que conseguem atuar de manei-
ra preventiva. Seguem abaixo alguns alimentos que merecem destaque na ação anticâncer: Abóbora, cenoura, beterraba, batata-doce, manga e mamão são alimentos ricos em betacaroteno, substância que auxilia o organismo na restauração das células prejudicadas por agentes oxidantes. Dessa forma, atuam contra os mais variados tipos de tumor. Brócolis, repolho, couve-flor, couve-manteiga, rúcula e espinafre possuem uma substância chamada sulforafane, cuja função no organismo é regenerar e aumentar a resistência do mesmo. Couve-flor, ervilha, goiaba, maçã, melancia, pepino-japonês e o trigo são alimentos ricos em fibras que lentamente percorrem o aparelho digestório aumentando a saciedade e diminuindo o teor de gordura no organismo. Tomate, melancia, pimentão e beterraba são ricos em licopeno, substância que atua sobre os radi-
cais livres impedindo que os mesmos danifiquem as células normais do organismo. Os alimentos probióticos, que contêm bactérias benéficas ao organismo, conseguem fortalecer o sistema de defesa do corpo e ainda combatem úlceras que induzem a formação das células malignas. As sementes oleaginosas, folhas verdes, batata-doce, leite, aveia, peixe e soja são alimentos ricos em alfatocoferol, substância que inibe a ação dos radicais livres no organismo e o crescimento de tumores no pulmão. É importante lembrar que todos os alimentos devem ser ingeridos de maneira variada, pois não se deve deixar nenhum de lado para que o organismo seja fortalecido por completo, já que certos alimentos atuam em partes específicas do corpo. Gabriela Cabral Brasil Escola
A antiga máxima de que “você é o que você come” vai muito além de uma simples recomendação de que se busque uma alimentação saudável para garantir qualidade de vida. Pesquisas recentes tem constatado que uma dieta rica em nutrientes pode não somente prevenir doenças como ajudar a tratá-las. Este é o caso da relação entre a dieta alcalinizante e o câncer. Estudiosos europeus realizaram vários testes e constataram que uma alimentação baseada em alimentos alcalinos (verduras, frutas, ervas e grãos específicos) pode ajudar a combater tumores. Isso porque o aparecimento destes tem uma relação direta com o oposto do processo de alcalinização: a acidez do sangue. Nosso sangue possui um pH normal que varia em torno de 7,2 a 7,4, em uma escala de 0 a 14. Se o número é menor que 7, isto significa que ele é ácido. E, quando ultrapassa este valor médio, é mais alcalino. Os alimentos os quais chamamos de alcalinizantes tem exatamente a propriedade de manter a harmonia metabólica do sangue. Isto porque a grande maioria dos vegetais contém sais minerais, que, além de sustentarem a nossa estrutura e massa magra (sangue, ossos, músculos, tendões), alcalinizam ou acidificam de acordo com a necessidade de nosso organismo. E, o que os pesquisadores europeus conseguiram descobrir é que o câncer pode ter relação direta com a acidez do nosso organismo e, ao ingerirmos alimentos que promovem a alcalinização, estamos, automaticamente, combatendo este estado doentio. Para chegar a esta conclusão, os estudiosos deduziram o seguinte ciclo: todos nós possuímos bactérias e fungos que vivem naturalmente em nosso corpo. Quando ingerimos uma quantidade excessiva de açúcares, por exemplo, estamos alimentando estes microorganismos, que começam a crescer e se desenvolver de maneira descontrolada. Em número maior do que o “permitido” pelo nosso organismo, esses fungos e bactérias começam a produzir
uma grande quantidade de toxinas, que são liberadas em nossa corrente sanguínea. E, para processar essas toxinas, o nosso fígado faz um trabalho dobrado, eliminando uma quantidade muito grande de ácidos, e tornando os tecidos com um pH desequilibrado. Já foi verificado que as aftas costumam aparecer em nossas mucosas quando estamos com um sangue muito ácido, e o que os médicos pesquisadores constataram também é que a maioria das pessoas que têm câncer possuem muitas aftas. Disto, deduz-se que o câncer tem uma propensão maior a se desenvolver em meio ácido. Dois médicos, o americano Dr. Robert O.Young (Doutor em Medicina, Microbiologia e Nutrição) e o italiano Dr. Túlio Simoncini, tem estudado a fundo o Bicarbonato de Sódio, considerado um alcalinizante natural, e sua relação com o controle do crescimento de tumores cancerosos. Após vários testes, constataram, em suas pesquisas individuais, que esta substância tem um altíssimo poder de contenção da degeneração dos tecidos, contribuindo para o processo de cura do câncer. O Bicarbonato foi aplicado (através de procedimentos médicos) em pacientes com câncer e obteve-se um resultado bastante satisfatório. (Veja mais detalhes em http://www.cancerfungus.com/). Assim, deduz-se que o poder de alcalinização do sangue tem uma influência direta no controle da doença, ao passo que a acidez pode ter uma relação muito grande com o aparecimento de tumores. Vale, portanto, o alerta de que se evite ao máximo o consumo de alimentos que promovem a acidez do nosso organismo (açúcares, alimentos industrializados, proteína animal e excesso) e que se dê prioridade aos alimentos alcalinizantes em sua essência: os vegetais em geral, livres de agrotóxicos e outras substâncias químicas. Qualidade de vida e prevenção de doenças começa pela vigilância ao que se come. Pense nisso!
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JORNAL ENTREPOSTO
JORNAL ENTREPOSTO l Março 2011
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8 de abril - Dia Mundial de Combate ao Câncer
Dieta rica em alimentos alcalinizantes garantem mais qualidade de vida
Câncer é terceira maior causa de morte no Brasil Dia 08 de abril é o Dia Mundial de Combate ao Câncer o JE convida você a entrar nessa luta e para começar, você pode ler um pouco sobre o tema, saber as causas e as formas de evitar o câncer. Uma boa medida é adotar um estilo de vida saudável, de forma a minimizar os riscos de adquirir essa doença. O câncer é um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células que invadem os tecidos e órgãos, e podem se espalhar para outras regiões do corpo. Estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores, que é o acúmulo de células cancerosas. Já o tumor benigno é apenas uma massa localizada de células que se multiplicam vagarosamente e se assemelham ao seu tecido original e raramente representa um risco de morte. Existem diferentes tipos da doença devido aos vários tipos de células do corpo. Por exemplo, existem diversos tipos de câncer de pele porque ela é formada de mais de um tipo de célula. Se o câncer tem início em tecidos epiteliais como pele ou mucosas ele é denominado carcinoma, se começa em tecidos conjuntivos como osso, músculo ou cartilagem é chamado de sarcoma. Outras características que diferenciam os diversos tipos de câncer entre si são a velocidade de multiplicação das células e a capacidade de invadir tecidos e órgãos vizinhos ou distantes. A maioria dos casos de câncer (80%) está relacionada ao meio ambiente, no qual encontramos um grande número de fatores de risco. As mudanças provocadas no meio ambiente pelo próprio homem, os “hábitos” e o “estilo de vida” adotados pelas pessoas podem determinar diferentes tipos de câncer.
Incidência e mortalidade As neoplasias (proliferação ce-
lular anormal ) são a terceira maior causa de morte no Brasil (superadas apenas pelas doenças do aparelho circulatório e pelas causas externas / violência). Espera-se que no meio do século 21 o câncer já seja a principal causa de morte no Brasil.Os motivos que levam ao crescimento da incidência do câncer são o aumento da expectativa de vida da população em geral, associada a maior exposição a fatores de risco. O tipo de câncer que mais cresce é o de pulmão, principalmente devido à propagação do hábito de fumar, que cresce há 40 anos. No Brasil os registros estatísticos sobre o câncer ainda são bastante falhos, e não retratam a realidade brasileira. Nos últimos anos há uma tentativa de dar maior confiabilidade aos dados divulgados, e esperamos em breve poder conhecer melhor o que ocorre em nosso país. Os leitores podem encontrar os dados estatísticos mais atualizados sobre câncer no site do Instituto Nacional do Câncer (http://www2.inca. gov.br/wps/wcm/connect/inca/portal/home, que centraliza os dados nacionais.
Como se forma? Vários elementos podem causar ou contribuir diretamente para a ocorrência de uma sequência de eventos que levem ao surgimento do câncer. O caminho final comum dos cânceres é alguma alteração genética, que converte uma célula bem constituída, participante do corpo como um todo, numa outra, “renegada”, destrutiva, que não responde mais a comandos de uma comunidade de células. Substâncias químicas (como o benzeno e nitrosaminas), agentes físicos (como radiação gama e ultravioleta), e agentes biológicos (como alguns tipos de vírus), contribuem para a carcinogênese em algumas circunstâncias. O agente carcinogênico mais im-
Doutor José Fábio Lana
portante para a população em geral é o tabaco, pois ele causa ou contribui para o desenvolvimento de aproximadamente um terço de todos os cânceres, principalmente em pulmão, esôfago, bexiga e cabeça e pescoço.
Detecção Precoce Quando a prevenção do câncer através da mudança de hábitos não é possível, a detecção precoce é a melhor estratégia para reduzir a mortalidade. Campanhas de esclarecimento da população e de profissionais de saúde são feitas nesse sentido.
Estadiamento Geral Estágio 1 Localizado. Geralmente confinado ao órgão de origem e curável com medidas locais, como cirurgia ou irradiação. Estágio 2 Localizado, mas extenso. Pode se estender para fora do órgão de origem, mas mantém a proximidade. É às vezes curável com medidas locais (cirurgia e irradiação) em conjunto com a quimioterapia. Estágio 3 Disseminado regionalmente. Estende-se para fora do órgão de origem, atravessando vários tecidos. Pode atingir linfonodos (gânglios) na região do tumor. Tem ainda o potencial de ser curado, embora os reaparecimentos sejam mais frequentes. O tratamento local ou sistêmico depende das características do tumor. Estágio 4 Disseminado difusamente. Geralmente envolve múltiplos órgãos distantes e é raramente curável.
Modalidades Terapêuticas CIRURGIA É o mais antigo e mais definitivo, quando o tumor é localizado, em circunstâncias anatômicas favoráveis. Em geral é o tratamento mais importante, que influencia mais na cura do paciente. Para alguns tipos de câncer, no entanto, apenas a cirurgia não é suficiente, devido à disseminação de células cancerosas local ou difusamente. RADIOTERAPIA É o mais utilizado para tumores localizados que não podem ser ressecados totalmente, ou para tumores que costumam reaparecer localmente após a cirurgia. Pode causar efeitos colaterais localizados, principalmente por lesão de tecidos normais adjacentes ao tumor. A quantidade de radiação utilizada depende do tipo de tumor. QUIMIOTERAPIA É o tratamento sistêmico para o câncer. Pode ser de aplicação endovenosa, oral ou intraarterial, mais raramente. Consiste na utilização de medicamentos que tem ação citotóxica (causa danos às células). Podem ser utilizadas combinações de vários medicamentos diferentes, pois nos tumores há frequentemente subpopulações de células com sensibilidade diferente às drogas antineoplásicas. Os mecanismos
de ação das drogas são diferentes, mas em geral acabam em lesão de DNA celular. A toxicidade contra células normais é a causa da maioria dos efeitos colaterais (náuseas, vômitos, anemia, mielossupressão). Pode ser usada como tratamento principal (leucemias, linfomas, câncer de testículo), mas normalmente é adjuvante, após tratamento cirúrgico ou radioterápico, ou paliativo, em doenças mais avançadas. TERAPIA BIOLÓGICA Usam-se modificadores da resposta biológica do próprio organismo frente ao câncer, “ajudando-o” a combater a doença. Podem-se usar também drogas que melhoram a diferenciação das células tumorais, tornando-as de mais fácil controle.
Obtendo sucesso no tratamento O sucesso da terapia contra o câncer depende da escolha das modalidades de tratamento que mais se adequam ao paciente e à sua doença, necessitando muito a cooperação entre especialidades. Suporte geral também é muito importante, incluindo controle de distúrbios metabólicos, infecciosos, cardiopulmonares, frequentes nos pacientes submetidos a tratamentos agressivos. Fonte: Cliquesaude
A importância dos alimentos no combate as doenças Os alimentos, apesar de não serem milagrosos, contribuem bastante para o combate do câncer. Através dos nutrientes que possuem, conseguem proteger as células do organismo dos problemas provocados por substâncias e objetos cancerígenos. Para melhor entendimento, é necessária a compreensão do processo de infecção das células. Em contato com o material cancerígeno, o organismo passa por uma lenta transformação. Uma célula é atacada pelo material cancerígeno, tendo seu gene totalmente modificado. Tal modificação transforma a célula em maligna e a mesma começa a se multiplicar de forma desordenada e irreversível, fazendo com que as demais células sejam danificadas. Dessa forma, os alimentos atuam na prevenção e no fortalecimento das células do organismo, pois possuem antioxidantes, fitossubstâncias, vitaminas, minerais e outros que conseguem atuar de manei-
ra preventiva. Seguem abaixo alguns alimentos que merecem destaque na ação anticâncer: Abóbora, cenoura, beterraba, batata-doce, manga e mamão são alimentos ricos em betacaroteno, substância que auxilia o organismo na restauração das células prejudicadas por agentes oxidantes. Dessa forma, atuam contra os mais variados tipos de tumor. Brócolis, repolho, couve-flor, couve-manteiga, rúcula e espinafre possuem uma substância chamada sulforafane, cuja função no organismo é regenerar e aumentar a resistência do mesmo. Couve-flor, ervilha, goiaba, maçã, melancia, pepino-japonês e o trigo são alimentos ricos em fibras que lentamente percorrem o aparelho digestório aumentando a saciedade e diminuindo o teor de gordura no organismo. Tomate, melancia, pimentão e beterraba são ricos em licopeno, substância que atua sobre os radi-
cais livres impedindo que os mesmos danifiquem as células normais do organismo. Os alimentos probióticos, que contêm bactérias benéficas ao organismo, conseguem fortalecer o sistema de defesa do corpo e ainda combatem úlceras que induzem a formação das células malignas. As sementes oleaginosas, folhas verdes, batata-doce, leite, aveia, peixe e soja são alimentos ricos em alfatocoferol, substância que inibe a ação dos radicais livres no organismo e o crescimento de tumores no pulmão. É importante lembrar que todos os alimentos devem ser ingeridos de maneira variada, pois não se deve deixar nenhum de lado para que o organismo seja fortalecido por completo, já que certos alimentos atuam em partes específicas do corpo. Gabriela Cabral Brasil Escola
A antiga máxima de que “você é o que você come” vai muito além de uma simples recomendação de que se busque uma alimentação saudável para garantir qualidade de vida. Pesquisas recentes tem constatado que uma dieta rica em nutrientes pode não somente prevenir doenças como ajudar a tratá-las. Este é o caso da relação entre a dieta alcalinizante e o câncer. Estudiosos europeus realizaram vários testes e constataram que uma alimentação baseada em alimentos alcalinos (verduras, frutas, ervas e grãos específicos) pode ajudar a combater tumores. Isso porque o aparecimento destes tem uma relação direta com o oposto do processo de alcalinização: a acidez do sangue. Nosso sangue possui um pH normal que varia em torno de 7,2 a 7,4, em uma escala de 0 a 14. Se o número é menor que 7, isto significa que ele é ácido. E, quando ultrapassa este valor médio, é mais alcalino. Os alimentos os quais chamamos de alcalinizantes tem exatamente a propriedade de manter a harmonia metabólica do sangue. Isto porque a grande maioria dos vegetais contém sais minerais, que, além de sustentarem a nossa estrutura e massa magra (sangue, ossos, músculos, tendões), alcalinizam ou acidificam de acordo com a necessidade de nosso organismo. E, o que os pesquisadores europeus conseguiram descobrir é que o câncer pode ter relação direta com a acidez do nosso organismo e, ao ingerirmos alimentos que promovem a alcalinização, estamos, automaticamente, combatendo este estado doentio. Para chegar a esta conclusão, os estudiosos deduziram o seguinte ciclo: todos nós possuímos bactérias e fungos que vivem naturalmente em nosso corpo. Quando ingerimos uma quantidade excessiva de açúcares, por exemplo, estamos alimentando estes microorganismos, que começam a crescer e se desenvolver de maneira descontrolada. Em número maior do que o “permitido” pelo nosso organismo, esses fungos e bactérias começam a produzir
uma grande quantidade de toxinas, que são liberadas em nossa corrente sanguínea. E, para processar essas toxinas, o nosso fígado faz um trabalho dobrado, eliminando uma quantidade muito grande de ácidos, e tornando os tecidos com um pH desequilibrado. Já foi verificado que as aftas costumam aparecer em nossas mucosas quando estamos com um sangue muito ácido, e o que os médicos pesquisadores constataram também é que a maioria das pessoas que têm câncer possuem muitas aftas. Disto, deduz-se que o câncer tem uma propensão maior a se desenvolver em meio ácido. Dois médicos, o americano Dr. Robert O.Young (Doutor em Medicina, Microbiologia e Nutrição) e o italiano Dr. Túlio Simoncini, tem estudado a fundo o Bicarbonato de Sódio, considerado um alcalinizante natural, e sua relação com o controle do crescimento de tumores cancerosos. Após vários testes, constataram, em suas pesquisas individuais, que esta substância tem um altíssimo poder de contenção da degeneração dos tecidos, contribuindo para o processo de cura do câncer. O Bicarbonato foi aplicado (através de procedimentos médicos) em pacientes com câncer e obteve-se um resultado bastante satisfatório. (Veja mais detalhes em http://www.cancerfungus.com/). Assim, deduz-se que o poder de alcalinização do sangue tem uma influência direta no controle da doença, ao passo que a acidez pode ter uma relação muito grande com o aparecimento de tumores. Vale, portanto, o alerta de que se evite ao máximo o consumo de alimentos que promovem a acidez do nosso organismo (açúcares, alimentos industrializados, proteína animal e excesso) e que se dê prioridade aos alimentos alcalinizantes em sua essência: os vegetais em geral, livres de agrotóxicos e outras substâncias químicas. Qualidade de vida e prevenção de doenças começa pela vigilância ao que se come. Pense nisso!
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JORNAL ENTREPOSTO
FEMETRAN 2011 - Transporte e Logística
Os entraves da comercialização de produtos in natura é tema da Revista Femetran
O momento atual do Brasil proporciona uma grande oportunidade e um desafio ainda maior Atualmente é muito promissor o futuro do comércio de hortifrutícolas, tendo em vista a crescente preocupação com os hábitos saudáveis e consumo de frutas e hortaliças frescas. O Brasil é um grande produtor mundial de frutas e além de consumo no mercado interno, o país pode exportar algumas delas o ano todo. No entanto, a participação brasileira é de apenas 2,4% do total exportado de frutas de acordo com dados de 2003 da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, 2006). No mercado interno falta mais incentivo e qualida-
de para atrair consumidores. O aumento das exportações é muito importante para a cadeia produtiva de frutas. A venda externa representa uma das principais alternativas para aumentar a rentabilidade do setor e escoar o aumento da oferta esperado para os próximos anos. Além disso, pode remunerar o elevado investimento do setor. Por outro lado, o consumo interno pode ser auinda maior, já que o crescimento da economia aumentou o consumo das famílas. A elevada oferta disponível
de fruta de baixa qualidade, principalmente para padrões internacionais, no Brasil é considerado um entrave para a exportação da fruta brasileira como: regularidade, qualidade da fruta, barreiras tarifárias, fitossanitárias, elevados custos logísticos, política cambial inadequada, poucos parceiros comerciais e restrita divulgação no exterior . No caso da logística, os elevados gastos decorrentes de uma infra-estrutura ineficiente reduzem a competitividade, onde os mesmos absorvem 36% da receita gerada com exportação de
frutas. No entanto, o problema da logística não é só seu elevado custo, mais a burocracia alfandegária e a baixa oferta de contêineres e navios aumentam o tempo de transporte da fruta até o seu destino final depreciando sua qualidade, gerando perda de valor para o produto. A Femetran tem o propósito de contribuir com melhorias para este potencial mercado em crescimento, colocando a disposição dos visitantes os melhores equipamentos, produtos e serviços direcionados a logística, transporte e embalagem destes produtos.
É preciso manter-se informado sobre as novidades e realizar investimentos comerciais que proporcionem o aumento da qualidade dos produtos hortifrutícolas, viabilizando um canal de comercialização cada vez mais moderno. Assim garantiremos um enconomia forte e eficiente para este segmento do agonegócio. Visite a Femetran 2011, de 17 a 20 maio, na Ceagesp, São Paulo. Maiores informações pelo telefone 11 3831.4875 ou pelo site www. femetran.com.br
Para estarem disponíveis no mercado, os produtos in natura exigem um complexo sistema de plantio, condução, colheita, tratamento pós-colheita, armazenagem, transporte, logística e exposição nos pontos de venda. Todo sistema tem por objetivo lidar com seu alto nível de perecibilidade e fragilidade intrínseco. Não é à toa que apenas 10% da produção frutícola, por exemplo, chegam às mãos do consumidor em sua forma natural, sem processamento industrial. Mas existem gargalos em cada uma das fases, da produção à comercialização que ainda esperam soluções adequadas, apesar de detectados há longo tempo. Por isso a importância do conhecimento atualizado sobre todos os mecanismos disponíveis para transporte, movimentação e embalagem destes produtos. O progresso técnico na armazenagem e no transporte contribui para a excelência do setor, principalmente no que concerne a manter baixas temperaturas e método de atmosfera controlada, que resultam em aumento do período de armazenagem. Outro ponto, é redução de custos pela menor exigência de tratamento pós-colheita e melhoria da qualidade pela possibilidade de colher a fruta tardiamente, mais madura. As crescentes exigências de qualidade traduzem-se em padronizações que hoje já ultrapassam os limites nacionais, em função da globalização dos mercados. Elas podem ser divididas em duas vertentes: - quanto ao valor intrínseco da fruta: aspecto, sabor e coloração, de maneira a dar a previsibilidade que respeite a escolha do consumidor; e - quanto à forma de comercialização: uniformidade (tamanho e formato), que tem importância para os processos de embalagem, transporte e exposição, bem como para os efeitos de melhor visualização do consumidor; e sanidade, que determina a minimização de perdas. Sem dúvida, a potencialidade da horticultura no Brasil é animadora. O tamanho da produção, a diversidade, o clima e a época estratégica das safras apontam para a possibilidade de grandes ganhos no mercado interno e externo. Leia mais sobre este assunto na edição da Revista Femetran em maio de 2011.
JORNAL ENTREPOSTO l Marรงo 2011
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Ceasas Brasil ARTIGO
O Brasil e as referências mundiais do mercado atacadista alimentar Altivo Almeida Cunha* Gustavo Almeida **
As centrais de abastecimento atacadistas constituem um modelo de distribuição de alimentos disseminado em todo o mundo, garantindo a oferta com diversidade e qualidade de produtos frescos. A união Mundial dos Mercados Atacadistas (World union ofWholesale Markets –WuWM), que conta com 128 mercados associados em 38 países em todos os continentes (não considerando-se as redes varejistas), realiza anualmente um levantamento das principais características dos mercados atacadistas, e cujo aspectos gerais são interessantes para referenciar as características deste segmento no Brasil. Os dados do Survey de 2008 da WuWM são comparados, em linhas gerais, com os números do Brasil, obtidos a partir do diagnóstico dos mercados atacadistas de hortigranjeiros elaborado pela CONAB, entre setembro de 2008 e julho de 2009. A área total dos mercados atacadistas vinculados à WuWM no mundo atinge 56 milhões de metros quadrados e a área construída próxima a 14 milhões de metros quadrados, recebendo diariamente 550.000 usuários e serve a 20% da população mundial (próximo a 1,38 bilhões de pessoas). No Brasil, a área total destes entrepostos é de 13,3 milhões de metros quadrados, com área construída de 3,3 milhões de metros quadrados, equivalendo em termos de área, construída a quase 24% do parque atacadista mundial, o que situa o sistema brasileiro entre os maiores do mundo. A quantidade de mercadorias anualmente comercializadas nos entrepostos filiados à WuWM supera a casa dos 54 milhões de toneladas, e o valor comercializado ultrapassa a cifra de 55 bilhões de euros. Frutas
e hortaliças são vendidas em 98% dos mercados pesquisados, sendo que carnes e flores estão presentes em 50% dos mercados. Com relação ao mercado brasileiro, em 2007 os entrepostos brasileiros pesquisados ofertaram 15,5 milhões de toneladas, quase 29% da movimentação anual dos mercados da WuWM, e o volume financeiro atingiu cerca de 5,4 bilhões de euros, pouco menos de 10% da movi-
mentação mundial, o que demonstra o maior valor agregado dos produtos comercializados nos mercados mundiais. Os mercados brasileiros estão sediados em cidades e aglomerações urbanas que abrigam 85,5 milhões de habitantes, representando 46,5% da população brasileira. Seu alcance, no entanto, é bem maior, na medida em que as Centrais atacadistas são distribuidoras de alimentos para diversas regiões.
As centrais de abastecimento mundiais possibilitam que 60.810 produtores tenham um espaço para comercializar seus produtos diretamente com os compradores. No Brasil mais de 21 mil produtores são usuários das Ceasas, o que representa 1/3 do total dos produtores usuários cadastrados em mais de 128 mercados de 38 países. Esta porcentagem demonstra de forma clara a força do agricultor familiar
nos entrepostos do Brasil em relação a outros do mundo. Programas como o Pronaf são ferramentas que permitem esta independência comercial do produtor rural de frutas e hortaliças. Mais de 70% dos mercados atacadistas no mundo prestam algum tipo de serviço público. Destes mercados, 50% são do setor público, 32% entidades semipúblicas e 13% totalmente privadas. O gerenciamento destes entrepostos é por parceria público-privada em 38%, pelo setor público em 34%, e 17% pelo setor privado. No Brasil, há 41 instituições que geram 72 entrepostos, distribuídos em 22 unidades da federação. A maior parte deles é estatal, administrada pelos governos federal (duas), estaduais (quinze) e municipais (19) ou através de Oscip (quatro). Os investimentos nas Centrais mundiais entre os anos de 2000 e 2006 atingiram cerca de 1,4 bilhão de euros, média de 200 milhões de euros por ano nos mercados atacadistas. No Brasil ainda não há uma informação concreta de quanto se tem investido nas centrais de abastecimento, pois eles ocorrem de forma isolada e de pequena expressão. Porém, alguns estudiosos do assunto preveem gasto na ordem de 5 bilhões de reais para modernizar o sistema Ceasa, principalmente para atender a duas grandes demandas, a Copa do Mmundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016. *Altivo Almeida Cunha é consultor da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento)/ Programa das Nações unidas para o desenvolvimento (PNud)* **Gustavo Almeida é chefe do departamento de operacões da CeasaMinas Artigo publicado originalmente na edição de dezembro/2010 da revista Abastecer Brasil, editada pela CeasaMinas
ÍNDICE CEAGESP
Produtos in natura registram alta de 4,07% em fevereiro
13,9%
Brócolis
32,1%
e da alface americana (-3,64%). Os setores de pescados (0,82%) e de diversos (0,94%) tiveram ligeira alta. No pescados as principais altas foram do atum (8,05%), do cação (4,37%) e da pescada (11,33%). As quedas mais acentuadas foram da anchova (-9,8%), da espada (12,18%) e do pintado (-13,4%). Já em diversos os aumentos ficaram por conta da cebola (5,3%) e dos ovos (11,1%), enquanto o preço da batata lisa recuou 2,66%. O setor de frutas permaneceu com os preços praticamente estáveis,
Pimentão Verde
mos 12 meses. O setor de legumes apresentou a maior elevação, com 21,78%. As principais altas foram da abobrinha italiana (35,78%), da mandioca (16,06%) e do pimentão verde (13,9%) As principais quedas foram do quiabo (-13,7%), do chuchu (-9,8%) e do pimentão amarelo (-3,14%). O setor de verduras também teve alta significativa de 15,22%. As principais elevações foram do agrião (30,8%), do brócolis (32,1%) e do repolho (23,53%). As baixas mais significativas foram do coentro (-12,64%)
Uva
-24,26%
com retração de apenas 0,12%. As principais quedas foram da uva (-24,26%), da manga (-27,2%) e da banana nanica (-8,83%). As altas foram concentradas na laranja (20,2%), no abacaxi (9,92%) e no limão (6,51%). “A expectativa é que os preços iniciem processo de retorno aos patamares habituais a partir da segunda quinzena de março. Obviamente, as condições climáticas serão fundamentais para determinar o volume ofertado e os preços praticados”, afirma Godas.
Os setores de verduras e legumes mantêm alta nos preços no atacado na Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo). “Esse aumento é característico nesta época do ano devido ao excesso de chuvas nas regiões produtoras, que resulta na retração da quantidade ofertada, perda de qualidade e elevação dos preços praticados”, avalia o economista Flávio Godas. Em fevereiro, o balizador de preços teve aumento de 4,07% e, no ano, acumula alta de 8,7%, e retração de 4,42%, nos últi-
chuchu
-9,8%
Fabiana, Anita e Giles
Ceagesp pretende �irmar parceria com EUA O chefe do escritório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em São Paulo, Fred Giles, visitou a Ceagesp em fevereiro. O objetivo do encontro foi o estreitamento de relações entre a estatal e o órgão que administra as políticas de agricultura dos EUA e estudar possíveis parcerias. “Queremos conhecer um pouco mais do trabalho de vocês e como poderemos avançar em termos de relacionamento”, disse Giles. Segundo a empresa, as próximas etapas incluirão detalhamento dos programas trabalhados pelo USDA e Ceagesp para tentar viabilizar intercâmbio de informações, sobretudo nas áreas técnicas e tecnológicas. A especialista em Marketing do USDA, Fabiana Fonseca, que também participou do encontro, destacou que o USDA tem muitas possibilidades de parcerias. “Cada vez mais está investindo no estreitamento das relações com países emergentes”, frisou. “Temos um mundo de possibilidades de parcerias”, ressaltou o presidente da Ceagesp Mário Maurici, após apresentar um perfil da central de abastecimento.
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NEGÓCIOS
Brasileiros negociam US$ 16 mi em exportações de orgânicos As oito empresas de produtos orgânicos que participaram da Biofach Nuremberg obtiveram resultado final de US$ 16 milhões em exportações para os próximos 12 meses. A feira é a maior e mais importante feira do setor de orgânicos do mundo, e aconteceu em fevereiro em Nuremberg, na Alemanha. As emresas são associadas ao Projeto Organics Brasil, parceria entre o Instituto de Promoção do Desenvolvimento (IPD) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). “A Biofach é a grande vitrine do setor e é determinante para se avaliar o atual posicionamento do mercado global, as tendências para a agricultura e indústria”, explica Ming Liu, coordenador executivo do projeto Organics Brasil. Segundo ele, a feira é também um termômetro do que o mercado espera das empresas. “Nesse ano pudemos notar que a demanda é crescente, especialmente nos setores de alimentos, cosméticos, têxteis e vinhos, que voltaram aos níveis pré-crise de 2009. Seguindo as tendências observadas nos anos anteriores, os temas e conceitos de mercado justo, produtos sustentáveis, uso de energia limpa, segurança alimentar e desenvolvimento social nos países
Ma
is
produtores são cada vez mais demandados”, completa. Ainda segundo Liu, o desenvolvimento e maturação das empresas brasileiras no mercado europeu vêm se consolidando de forma crescente. “Quatro empresas já estabelecidas no mercado europeu participaram da Biofach em espaços junto aos seus distribuidores internacionais. Este amadurecimento do setor abre espaço para novas ações de internacionalização do segmento”, complementa. Em paralelo à feira, três eventos marcaram a integração do mercado brasileiro com o internacional. O MDA realizou um seminário sobre agricultura familiar para empresas de distribuição e tradings européias, com dados relevantes sobre a política de inclusão das cooperativas que plantam orgânicos. O Organics Brasil apresentou estudo sobre o mapeamento da área de produtores orgânicos no Brasil com base no Censo Agropecuário de 2006, que concluiu que 75% dos produtores identificados são da agricultura familiar. O mercado global já atinge perto de 60 bilhões de dólares, com o mercado norte-americano liderando, com cerca de 50% desse volume, pouco mais de US$ 29 bilhões, segundo a Organic Trade Association (OTA).
de
Mais
se
mp
Na Europa o mercado de orgânicos representa pouco mais de US$26 bilhões do mundial. Alemanha, França e Reino Unido são os principais mercados da Comunidade Européia. O Brasil ocupa posição de destaque como fornecedor de
produtos orgânicos, principalmente por causa de conceitos como a agricultura familiar, as riquezas e diversidades dos produtos dos diferentes biomas (Cerrado, Amazônia e Mata Atlântica), as atividades do extrativismo e a produção em escalas industriais.
Mais de 9 mil produtores já estão certi�icados De acordo com levantamento do Ministério da Agricultura, já são 9,5 mil produtores de orgânicos atendendo às novas regras do setor, que começaram a valer desde o dia 1º de janeiro deste ano. “A meta do Ministério é chegar ao número de 15 mil agricultores cadastrados no sistema, que vale para todo o país, até o final deste ano”, destaca o coordenador de Agroecologia do Ministério da Agricultura, Rogério Dias. O agricultor que ainda não se cadastrou no sistema deve se adequar às novas regras e vincularse a alguma entidade certificadora. Aqueles que fazem venda direta devem se cadastrar no site do Ministério da Agricultura. Os interessados também podem procurar as superintendências federais do ministério para as orientações sobre o processo de regularização. “Hoje temos três certificadoras atendendo aos interessados e três sistemas participativos. Além do credenciamento, em andamento, de mais cinco certificadoras e dois sistemas participativos”, reforça Rogério Dias. Dias explica que a legislação brasileira estabelece três instrumentos para garantir a qualidade dos alimentos: a certificação, os sistemas participativos de garantia e o controle social para a venda direta sem certificação. Os agricultores
que buscarem a certificação e estiverem de acordo com as normas poderão usar o selo oficial nos seus produtos. “O selo é fornecido por certificadoras cadastradas no Ministério da Agricultura que são responsáveis pela fiscalização dos produtos”, explica o coordenador de Agroecologia. Rogério Dias também destacou algumas novidades que surgem como oportunidade para o setor de orgânicos. “Temos a indústria de cosméticos, têxteis e sementes como áreas promissoras”, diz. Segundo ele, um número cada vez maior de pessoas está interessado na origem dos alimentos que estão consumindo, dos produtos que utilizam como cosméticos, cremes e sabonetes. A indústria têxtil é outra área de destaque no setor de orgânicos e se torna mais viável no Brasil. O algodão colorido naturalmente, por exemplo, é produzido em várias regiões do país. Já no caso das sementes orgânicas os benefícios também são visíveis. “A nossa legislação estabeleceu um prazo de cinco anos para que os produtores trabalhem com sementes orgânicas”, informou. Para isso, o país precisa de produtores de sementes orgânicas, que agregam valor à cadeia produtiva. Assim, o produtor terá mais uma opção de renda nesse mercado que vem crescendo a cada ano.
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Marรงo 2011
l JORNAL ENTREPOSTO
JORNAL ENTREPOSTO l Março 2011
Qualidade
B
B1 JORNAL ENTREPOSTO Caderno de Técnico
Os compradores na Ceagesp paulistana Caixas
Tabela 02: Frequência dos problemas
• A grande maioria (88%) dos entrevistados traz caixas vazias, sendo 64% de madeira e 36% de plástico. • As caixas de papelão são trazidas por apenas 0,01% dos entrevistados (feirantes). Os compradores respondem pela maior parte das caixas vazias que retornam à Ceagesp 63% das caixas de madeira e 65% das caixas de plástico.
Tabela 01: Proporção das embalagens vazias trazidas por segmento Segmentos
% madeira
% plástico
Alimentação Ceasa Distribuidor Feirante Varejo
6 5 6 20 63
2 9 18 6 65
Total
100
100
Problemas - Os três principais problemas enfrentados pelos compradores no ETSP foram, em ordem de importância infraestrutura (48%), sujeira (22%) e trânsito (11%). - A infraestrutura engloba problemas como estacionamento, pavimentação, segurança, iluminação, banheiros, enchentes, espaço e conservação das instalações. O Entreposto Terminal de São Paulo, com seus milhares de compradores, atacadistas, grande diversidade de produtos e grande volume exige, para o conhecimento dos seus usuários e das suas necessidades, a consulta a uma amostra representativa de cada agente: produtor, transportador, atacadista, comprador (varejista, serviço de alimentação, indústria). Um levantamento com 113 compradores da Ceagesp foi feito entre os dias 11 e 28 de janeiro nos pavilhões MFE/B, HF e MLP sendo a grande maioria nos HF. O levantamento teve por objetivo a identificação dos principais problemas e necessidades dos compradores. A amostra ainda é pequena e o levantamento continua sendo realizado pelos técnicos da fiscalização da Ceagesp. A seguir, você confere alguns resultados preliminares: Os compradores entrevistados estão dividios entre cinco principais segmentos: 19% feirantes, 7% serviços de alimentação, 50% varejistas, 12% outras Ceasas e 13% distribuidoras. Os varejistas englobam os compradores de redes de supermercados, varejões, sacolões e frutarias. O serviço de alimentação engloba restaurante, bares, hotéis.
Horário e tempo • O horário de entrada se concentra entre as 5 e as 7 horas da manhã (51% dos entrevistados), sendo que 29% entram entre as 5 e as 6 horas da manhã. Até as 7 horas 61% dos compradores já está no entreposto. O horário de saída se concentra entre as 16 e as 19 horas (43% dos entrevistados), sendo que 17% saem entre as 18 e as 19 horas. Até as 19 horas 84% dos entrevistados já saíram do entreposto. • A maioria dos compradores (59%) informou como duração de período de compras um período entre 2 e 4 horas, sendo que em até 4 horas 44% dos entrevistados já fizeram todas as compras. O tempo de carga (45% dos entrevistados) dura de 3 a 5 horas, e em até 5 horas, 51% das pessoas já fizeram a carga. • O tempo de permanência no ETSP é em média entre 4 e 8 horas para 43% dos entrevistados e entre 8 e 12 horas para 35%.
Principais problemas
%
Infraestrutura Sujeira Trânsito Horário de Funcionamento Falta de Organização Caixas sem padrão Carregadores Alto Preço Fiscalização Falta de Inovações Estacionamento
48,32 22,27 11,34 5,88 4,62 2,52 2,52 0,84 0,84 0,42 0,42
Total
100,00
Destino • O principal local de destino é o estado de São Paulo (83% dos entrevistados). A maioria dos compradores paulistas (64%) é da capital paulista. A totalidade dos feirantes e dos compradores do serviço de alimentação entrevistados e 93% dos distribuidores têm como destino o estado de São Paulo. Tabela 3: Frequência dos destinos por estado
Estado de Destino
%
MS PA RO RS DF SC PA MG SP
1 1 1 1 2 2 4 5 83
Total
100
Fidelidade • A maioria dos compradores entrevistados (57%) são usuários da Ceagesp entre 0 a 15 anos, sendo 30% de 1 a 6 anos e 27% de 10 a 18 anos e 37% acima de 19 anos.
Tabela 4: Distribuição do tempo de freqüência do ETSP pelos compradores Número de anos
Frequência (%)
1a3 4a6 7a9 10 a 12 13 a 15 16 a 18 19 a 21 22 a 24 25 a 27 28 a 30 31 a 33 34 a 36 37 a 39 40 ou mais
17 13 7 13 8 6 12 3 9 5 0 1 3 4
Total
100
Regularidade de compra A grande maioria (99%) dos entrevistados faz compras regulares na Ceagesp. O CQH agradece a colaboração e conta com a contribuição de todos para a continuidade das pesquisas, que continuam em andamento. Os resultados definitivos serão divulgados posteriormente. Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp Anita de Souza Dias Gutierrez, Claudio Inforzato Fanale, Maria Aparecida Martins de Santana, Daiane Mitiko Hirata, Luis Gustavo Maniak, Henrique Matsuno, Danielle Manso, Rafael Victoriano, Tainara dos Santos, Camila Azevedo.
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Março 2011 l
CQH-CENTRO DE QUALIDADE EM HORTICULTURA DA CEAGESP
JORNAL ENTREPOSTO
Ofereça a seu varejista
Variedades de pêssego no ETSP
Todo o esforço do produtor e do atacadista na melhoria da qualidade do seu produto numa embalagem mais atraente e na construção de uma marca podem ser facilmente destruídos na gôndola do supermercado. O atacadista da Ceagesp pode melhorar essa situação oferecendo o treinamento ministrado pelo Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp aos seus clientes varejistas e a seus funcionários. A indicação do atacadista é o primeiro passo para a inscrição do varejista. O primeiro módulo é de quatro horas e fornece noções de fisiologia pós-colheita e as principais regras de recepção, conservação, manuseio e exposição das frutas e hortaliças.
DESENHO: B.BORGES-CQH-CEAGESP
O pêssego é uma fruta de caroço como a ameixa, a nectarina, o damasco e a cereja, e pertence à família botânica Rosaceae, como a roseira. O centro de origem da maioria das frutas de caroço é a China e os estudos arqueológicos mostram o seu
cultivo desde 20 séculos antes de Cristo. A produção de pêssego paulista cresceu com as variedades de polpa amarela mais apropriadas ao clima mais quente, quando comparado ao Rio Grande do Sul. Nos últimos anos as variedades de polpa branca,
tradicionalmente produzidas somente no Sul do Brasil, passaram a ser ofertadas pelos produtores paulistas, que conseguem colocar as variedades Chiripá e Chimarrita no mercado no período de festas natalinas, antecipando-se à oferta do pêssego gaúcho.
CONSUMO
O sucesso das frutas e hortaliças frescas Anita de Souza Dias Gutierrez CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp
O consumo de frutas e hortaliças frescas cresce com o desenvolvimento e com a riqueza e ninguém contesta a importância dos alimentos na vida humana. As frutas e hortaliças frescas são alimentos especiais, únicos. Não existe indústria entre a produção e o consumo. Elas são a conexão entre o consumidor e a natureza, símbolos do que é bom na vida: saúde, prevenção de doença, capacidade física, beleza, frescor, felicidade. O pesquisador alemão
Manfred Kern estudou o consumo de alimentos nos diferentes países do mundo e verificou que, em países de renda per capita acima de US$ 15 mil por ano, a preocupação com saúde, variedades, marcas e o consumo de frutas e hortaliças frescas predomina. A Pesquisa de Orçamento Familiar realizada pelo IBGE, levanta o consumo de diferentes alimentos, nas diferentes regiões metropolitanas, por classe de renda familiar. A diferença de consumo é impressionante. A classe de renda menor que R$ 400 mensais consome 27 quilos per capita de frutas e hortaliças e classe de renda maior que R$ 3 mil consome 87 quilos, um consumo três vezes maior que a classe de renda mais baixa.
A evolução do consumo de suco de frutas é impressionante. Entre 1996 e 2008, o consumo per capita foi de 0,372 para 1,481 kg,um aumento de 298% e o consumo total domiciliar no Brasil de suco envasado passou de 51 para 281 toneladas, um crescimento de 452%. Na classe de renda per capita acima de R$ 6.225, o consumo em 2009, foi de 6,588 quilos de suco per capita, 344% maior que o consumo médio. A perspectiva de aumento de consumo com o aumento da renda é muito boa. A renda per capita anual do brasileiro já atingiu US$ 10.900 e a expectativa é que atinja US$ 26.670 em 2015, quando entraremos na faixa de renda de grande consumo de frutas e hortaliças frescas.
O desenho da vaca do artista David Bowers, composta por frutas e hortaliças mostra a tendência de mudança do hábito alimentar
Algumas variedades tradicionais de polpa amarela, mas de sabor menos atraente, estão desaparecendo, caso da Tropic Beauty e da Flor da Prince. Por outro lado, as variedades de melhor sabor estão crescendo a cada ano. Os atacadistas do entre-
posto paulistano da Ceagesp comercializaram, em 2009, 27 mil toneladas de pêssego, no valor de R$ 64 milhões. Apesar da sua sazonalidade, a fruta ocupa o 17º lugar no volume total de frutas comercializadas na Ceagesp e 20º lugar no valor.
Inscreva os seus compradores no 1º módulo de FORMAÇÃO DE ESPECIALISTAS EM FLV. Procure o Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp (11) 3643-3825 3643-3827 3643-3890 cqh@ceagesp.gov.br
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JORNAL ENTREPOSTO l Março 2011
Agropecuária é o setor que mais cresceu na última década
Valor da produção agrícola é o maior em 14 anos O Valor Bruto da Produção (VBP) das 20 principais lavouras do Brasil deve alcançar R$ 189,6 bilhões em 2011. O resultado apurado, com base na estimativa da safra 2010/2011 e nos preços praticados até fevereiro deste ano, representa crescimento de 5,8% em relação ao VBP obtido em 2010. O estudo elaborado pelo Ministério da Agricultura mostra também que esse é o maior valor da produção dos últimos 14 anos e deve ultrapassar o recorde registrado em 2008, quando o número fechou em R$ 181,8 bilhões. “A projeção de que tenhamos a maior safra de grãos da história, com 154 milhões de toneladas e os preços dos produtos agrícolas em ascensão provocam um efeito direto no valor bruto da produção”, afirma José Garcia Gasques, coordenador de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura e responsável pelo levantamento.
Algodão, uva e café em grão são os produtos com melhor desempenho esse ano. O algodão em pluma poderá obter acréscimo de 50,1% no VBP chegando a R$ 4,7 bilhões. De acordo com o estudo, o valor da produção da uva aumentará 44,6% alcançado R$ 4,4 bilhões e o café em grão deve atingir R$ 20,1 bilhões, aumento de 27,2% em comparação com o ano passado. Feijão (18,9%), milho (17,4%), soja (10,5%), arroz (4,9%), laranja (6%) e mandioca (8,1%) também terão VBP com resultados positivos este ano. Das 20 lavouras analisadas, 11 apresentam previsão de aumento do valor da produção em 2011. “Um diferencial importante entre o resultado de 2011 e o de 2010 é a recuperação do valor bruto da produção do algodão, do milho e da soja ocasionado, principalmente, pela valorização dos preços desses produtos”, analisa Gasques. Entre os produtos que não terão resultado
Rendimento da soja e ampliação do plantio de milho elevam projeção da safra em 2011
O aumento do rendimento da lavoura de soja e a ampliação da área de plantio da segunda safra de milho são os principais indicadores para a maior safra de grãos prevista para este ano no Brasil. Segundo dados divulgados no dia 10 de março pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A estimativa do levantamento de fevereiro é que a safra de 2011 seja 1,2% maior do que a de 2010. A projeção da safra de 2011 feita em fevereiro também supera em 3,0% a estimativa anterior, de janeiro. “Essa [previsão de] superação da safra recorde de 2010 é graças ao aumento da área do milho de segunda safra, que influenciou um aumento de 3,0% em relação à informação anterior, de janeiro. Também houve um aumento do rendimento da soja, observado agora na colheita. Houve também pouca influência do fenômeno La Niña, ao contrário do que se esperava anteriormente”, disse o gerente da Coordenação de Agropecuária do IBGE, Mauro Andreazzi. Segundo o IBGE, houve um aumento da área de plantio do milho de segunda safra, devido à elevação do preço no mercado internacional. A produção esperada para 2011 é de 22,9 milhões de toneladas, 14,4% a mais do que previu o IBGE em janeiro. Caso a estimativa se confirme, a produção será 0,4% maior do que em 2010. A soja deve ter uma produção de 69 milhões de toneladas, 2% a mais do que o previsto em janeiro, devido à melhoria de rendimento observada nas lavouras já colhidas em estados como o Paraná e Goiás. Caso a projeção se confirme, a safra deste ano será 0,7% superior à de 2010. O algodão em caroço é outro produto que teve uma melhoria na estimativa de produção de 2011, de janeiro para fevereiro (2,4%). Neste ano, espera-se uma safra 57,4% maior do que no ano passado. No que se refere ao arroz, terceiro grão mais importante do país, a estimativa feita em fevereiro é 0,8% inferior à de janeiro, ainda assim espera-se neste ano uma safra 12,7% maior do que em 2010. O IBGE também estima que, neste ano a área plantada chegará a 48,1 milhões de hectares, um aumento de 3,3% em relação a 2010. Caso isso se confirme, será uma área recorde, superando a marca de 2005, que foi de 47,57 milhões de hectares. Agência Brasil
favorável esse ano estão a cana-deaçúcar, o trigo, a cebola, a batata e o cacau. Região A região Centro-Oeste permanece como destaque, segundo os dados apurados pelo Ministério da Agricultura. O VBP da região deverá crescer 38,8% chegando a R$ 52 bilhões, o segundo maior valor do país, atrás apenas do Sudeste. Com aumento de 56,5%, Mato Grosso é o estado com melhor desempenho tendo alcançado rendimento bruto de R$ 33,2 bilhões. Mato Grosso (19,9%) e Goiás (14%) também impulsionam os resultados positivos do CentroOeste, puxados especialmente pelo crescimento do VBP do algodão, milho e soja. Alguns estados do Nordeste também terão aumentos expressivos no valor da produção deste ano. Ceará, com ganho de 94%, pode ter VBP de
R$ 2,3 bilhões; Paraíba, com crescimento previsto de 83,4%, deve alcançar R$ 1 bilhão e Maranhão, com estimativa de aumento de 29,4%, deve atingir rendimento bruto de R$ 1,1 bilhão. Elaborado pela Assessoria de Gestão Estratégica desde 1997, o Valor Bruto da Produção é calculado com base na produção e nos preços praticados no mercado das 20 maiores lavouras do Brasil. Para realizar o estudo, são utilizados dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O VBP é correspondente à renda dentro da propriedade e considera as plantações de soja, cana-de-açúcar, uva, amendoim, milho, café, arroz, algodão, banana, batata-inglesa, cebola, feijão, fumo, mandioca, pimenta-do-reino, trigo, tomate, cacau, laranja e mamona.
A agropecuária foi a atividade que mais cresceu nos últimos dez anos. A média do Produto Interno Bruto (PIB) do setor, que representa a soma em valores monetários de todos os bens e serviços produzidos, no período de 2000 a 2010, aponta um crescimento anual de 3,67%, enquanto o PIB geral do país mostra avanço de 3,59% (média por ano). Os investimentos em modernas máquinas agrícolas, a mudança da política cambial de 1999 (que passou ao câmbio flutuante) e a inserção brasileira no mercado internacional, com o forte comércio de produtos em que antes o país não tinha tradição, como carnes, também foram responsáveis pelo desenvolvimento do setor na última década. A análise da série história foi feita pelo coordenador de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura, José Garcia Gasques, após a avaliação do resultado do último semestre de 2010 e a média final do mesmo ano, divulgados nesta quinta-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Podemos citar que os motivos desse crescimento alcançado pela agropecuária nos últimos dez anos são as grandes mudanças que ocorreram na agricultura e pecuária desde o final de 1999”, destaca Gasques. Segundo o coordenador, a partir do ano 2000, políticas setoriais como o crédito rural foram destaque na economia brasileira, com a formação de uma curva de crédito em ascenção. Somente no período de 2003 a 2010, mais de R$ 270 bilhões foram aplicados em crédito no país. Os investimentos em modernas máquinas agrícolas, a mudança da política cambial de 1999 (que passou ao câmbio flutuante) e a inserção brasileira no mercado internacional, com o forte comércio de produtos em que antes o país não tinha tradição, como carnes, também foram responsáveis pelo desenvolvimento do setor na última década. Desempenho em 2010 A atividade agropecuária cresceu 6,5% em 2010, ocupando o segundo lugar dos setores que mais cresceram no país. O levantamento do IBGE mostra que a economia brasileira cresceu 7,5% no ano passado, e um dos setores que puxaram esse incremento foi o consumo familiar, com 7% de aumento. Em valores, o PIB brasileiro totalizou R$ 3,675 trilhões e, o PIB da agropecuária, R$ 180,8 bilhões. Para o coordenador, a valorização das commodities exerceu importante papel nesse desempenho. “Principalmente quando nos referimos à análise do último semestre de 2010, período em que grande parte das atividades agrícolas já foi encerrada devido ao ciclo da safra brasileira, as exportações são destaque”, ressalta Gasques. Ele informa, ainda, que setores específicos, como café, laranja, trigo e cana-de-açúcar também elevaram a taxa deste ano. “O resultado positivo apresentado tanto no último ano, quanto na análise da série histórica da última década, mostra que o setor agropecuário vem em um crescimento constante e linear que tende a se repetir nos próximos anos”, explica Gasques. Segundo o coordenador de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura, em 2011, o Valor Bruto da Produção (VBP), um dos índices que compõem o PIB do setor, pode alcançar, em valores, aproximadamente, R$184,2 bilhões, um crescimento de 4,5% em relação a 2010, quando o valor registrado foi de R$ 176,2 bilhões.
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Exportações de
APICULTURA
frutas aumentam
Produção de mel cresce 30% no último ano
Atacado
Produto Legumes Frutas
Local Verduras
Dias da semana
Horário
Seg. a Sáb. Seg. a Sáb.
14h às 21h 8h às 18h
AP – Armazém dos Produtores HF – Hortifrutícolas MFE – Mercado de Frutas Estacionais Seg. a Sáb.
Local Pescados
MLP- Mercado Livre do Produtor Terça. a Sáb.
Local Diversos *
Praça (Peixe, sardinha e congelados) 9h às 20h
Seg. a Sáb.
Local Flores
Local Flores
Local
AM – Armazém dos Produtores BP – Boxes dos Produtores Seg. e Quinta
10h às 18h
Terça e Sexta
6h às 11h
PBCF – Pavilhão (batata, cebola e flores) MLP – Mercado Livre do Produtor Portão 3
*Os produtos Diversos incluem batata, cebola, alho, ovos, coco seco e banana
Varejo
Produto Varejão
Local Varejão Noturno
Local Flores
Local
Dias da semana
Horário
Sáb. e Dom.
7h às 13h
Quarta
17h às 22h
Seg. e Quinta
10h às 18h
MLP – Mercado Livre do Produtor Portão 3
A crescente produção brasileira de mel, que saltou de 38 mil toneladas em 2009 para 50 mil toneladas em 2010, colocou o país na 11ª posição no ranking dos produtores mundiais. O Brasil é o quinto maior exportador do produto. Programas de incentivo à produção apícola e capacitação de agricultores envolvidos com a cadeia produtiva são os responsáveis pelo destaque do setor nos últimos anos. Segundo o pesquisador da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Ricardo Camargo, uma das principais alternativas para o aumento da produção nacional de mel é a parceria entre a apicultura, a fruticultura e a silvicultura. Alguns estados brasileiros, como Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Minas Gerais, têm projetos em andamento. Em Minas Gerais, uma das boas experiências nessa área é a de uma associação de apicultores que trabalha em com silvicultores. Como resultado da parceria, em 2010, houve um aumento no faturamento da associação de produtores e na produção de mel. A produtividade média das colmeias registrada na região foi de 55 a 60kg/colmeias/ano em 2009 e 2010, com valores acima da média nacional, que é de 25Kg/colmeia/ano. “Graças à união com uma empresa multinacional produtora de celulose, cerca de 46 municípios mineiros estão
sendo beneficiados com o sistema de integração apicultura-silvicultura”, explica Ricardo Camargo. Ele também atua como consultor técnico da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Mel e de Produtos Apícolas do Ministério da Agricultura. Atualmente, 58 produtores de mel utilizam áreas reflorestadas e nativas de floresta. Essa participação corresponde a 100 mil ha com 14,6 mil colmeias (todas orgânicas) instaladas em apiários georeferenciados, o que permite a identificação do mel produzido nessas áreas. Como parte do projeto, a empresa multinacional concedeu áreas para o desenvolvimento do sistema e financiou a aquisição de uma série de equipamentos para a montagem dos armazéns de mel. Os apicultores foram capacitados para combater incêndios e atuam de forma preventiva e na identificação de possíveis focos de incêndios. O pesquisador ressalta que a Confederação Brasileira de Apicultura (CBA) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) pretendem elaborar um plano de parcerias padronizado. O objetivo é expandir a cadeia produtiva de florestas e promover a inclusão social dos apicultores envolvidos. “Com a definição dos requisitos técnicos a serem considerados e os modelos de convênios entre as duas cadeias, imagina-se que as empresas de
reflorestamento terão maior interesse em abrir espaço para esse tipo de parceria”, destaca Camargo. Dessa forma, pretende-se aumentar a abertura de negócios para o setor apícola nacional. A Embrapa contribuirá diretamente na capacitação dos produtores e na pesquisa de novas formas de consórcio entre as espécies madeireiras comumente empregadas e outras espécies vegetais e culturas agrícolas. A iniciativa pretende melhorar a produção e permitir a exploração apícola dessas áreas durante o período de desenvolvimento das espécies madeireiras. “Estudos relacionados à identificação de espécies e de variedades mais produtivas e com maior precocidade e período de floração também podem ser potenciais fontes de pesquisas”, explica Camargo. Além dos ganhos diretos na exploração dessas áreas para a produção de mel e de outros produtos apícolas, existem ganhos adicionais. Nessa parceria específica, 5% da produção de cada apicultor são repassados à empresa produtora de celulose, que distribui o mel para entidades filantrópicas, hospitais, escolas e para os seus próprios empregados. O pesquisador da Embrapa conta que também existe ativa participação da empresa na doação de materiais de divulgação.
PBCF – Pavilhão (batata, cebola e flores) Portão 7 MLP – Mercado Livre do Produtor Portão 3
Diretora Geral Selma Rodrigues Tucunduva Departamento Comercial José Felipe Gorinelli Jornalista Resonsável Maria Ângela Ramos MTb 19.848 Edição Paulo Fernando Costa / Valéria Camargo Estagiária Mariana G. Marques
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25% em cinco anos As exportações brasileiras de frutas cresceram 25% nos últimos cinco anos. Em 2006, o setor movimentou US$ 700 milhões, número que chegou a mais de US$ 875 milhões em 2010. “O mercado externo busca produtos de qualidade e o sistema de produção integrada é uma importante ferramenta para acessar países mais exigentes”, ressalta o coordenador de Produção Integrada da Cadeia Produtiva do Ministério da Agricultura, Sidney Medeiros. Exemplo disso já pode ser observado em Santa Catarina, onde uma cooperativa de produtores de maçã vem se destacando na inserção em mercados externos, em parceria com a marca Disney, nos Estados Unidos. A produção integrada é um sistema moderno de produção agropecuária baseado em boas práticas e sustentabilidade. O objetivo é valorizar a capacitação dos envolvidos na cadeia produtiva, garantir a conservação do meio ambiente e melhorar a qualidade de vida dos produtores rurais e das comunidades locais. Tudo isso respeitando a legislação trabalhista, a segurança do trabalhador, a sanidade e o bem-estar dos animais. “Trata-se de um método produtivo que gera alimentos seguros, principalmente para o consumo humano, pois adota o monitoramento em todas as etapas do processo de produção, análise de resíduos de agrotóxicos, além da utilização de tecnologias apropriadas”, explica Sidney Medeiros. O sistema eleva os padrões de qualidade e competitividade dos produtos agropecuários ao patamar de excelência requerido pelos consumidores mais conscientes. E representa um instrumento de apoio aos produtores para que possam atender aos mercados exigentes. A cidade de São Joaquim, na Região Serrana de Santa Catarina, concentra boa parte da produção brasileira de maçã. Hoje, uma das maiores cooperativas de produtores da fruta está localizada na cidade, que se tornou grande exportadora. No ano passado, nos pomares dos 80 cooperados, foram colhidas 35 mil toneladas de maçã. Números da Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM) apontam que, em 2010, o Brasil produziu cerca de 800 mil toneladas. Esse número é 15% superior ao levantado em 2009. A cooperativa catarinense utiliza a Produção Integrada há mais de dois anos. Todos os 1,1 mil hectares cultivados adotam o sistema. “A nossa prioridade é fazer o acompanhamento da produção de cada cooperado, com diversas análises químicas laboratoriais, periodicamente”, conta o presidente da cooperativa, Roberto Ratto. Segundo ele, esse é o diferencial da empresa, já que o mercado está cada vez mais exigente com a qualidade dos produtos. A segurança alimentar, o controle biológico natural de pragas e doenças e a consequente preservação ambiental são alguns dos aspectos observados. A cooperativa tem uma parceria com a Disney na venda de maçãs e quer investir em uma nova linha de produtos para a marca americana. O presidente conta que, com o contrato exclusivo com a marca para a venda de pacotes de maçãs, a ideia é lançar uma linha de sucos integrais com os personagens da Disney nas embalagens. “Isso oferece um grande diferencial de preço”, garante.
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JORNAL ENTREPOSTO l Março 2011
CÁ ENTRE NÓS
Um pouco da história da Nossa Turma Para a alegria geral, a escola de samba Vai-Vai ganhou o carnaval com o enredo que homenageou o maestro João Carlos Martins, que ensina música de qualidade nas comunidades de baixa renda e planta a semente do bem, ajudando a espantar os frutos do mal. Parabéns à escola e ao maestro! *** No dia 31 de março de 1998, após denúncias de trabalho infantil e outras mazelas, foi criado o projeto social Nossa Turma, tendo como idealizadores os saudosos
Nelson Fortes e o doutor Hermann Letcher. Creio que era o desejo deles ver seus herdeiros participarem do trabalho que eles iniciaram com muito afinco. Nestes 13 anos, vários projetos da entidade alcançaram sucesso. O grupo repercussão, que era apoiado pela Fundação Bradesco, fez sucesso nos eventos dos quais participou. Levando o nome da Nossa Turma, carregava o apoio social de todos que participam da vida da Ceagesp. Quando o grupo se apresentou na Fundação Bradesco, de Osasco, Verônica, uma de nossas percussionistas, que
Manelão* Colunista
tem mobilidade reduzida, foi homenageada no dia de Ação de Graças e ganhou uma cadeira de rodas motorizada. Em 2003, no aniversário de 50 anos da Petrobras, nos apresentamos na refinaria de Capuava. Na formatura de alunos da Gestão Empresarial da Sociedade Civil, promovidos pela FIA, tocamos no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Mesmo assim, para nossa tristeza, o projeto acabou. As crianças de ontem cresceram, estudaram e hoje trabalham em supermercados, na metalúrgica Atlas e em várias empresas instaladas na Ceagesp. Um exemplo é o Murilo, que começou pegando bola no campinho dos silos e hoje defende um time profissional em Trinidad e Tobago. Outro exemplo é o Breno, nosso zagueiro central, que em 2009 foi campeão na Inglaterra, na categoria sub-15, com a camisa do São Paulo e hoje está no Ituano para adquirir experiência. Tenho certeza que um dia ele vestirá a camisa da Seleção Brasileira. No meio dessa alegria e desabafo, tomo a liberdade de convidá-los para no dia 31 de março, às 14 horas, engrossar o coro das crianças no “Parabéns à Nossa Turma” e saborear o melhor bolo do mundo, que, para nós, é o da padaria Nativa. Esperamos vocês!
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Marรงo 2011 l
JORNAL ENTREPOSTO
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Março 2011
Espaço Apesp
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Você conhece? A legislação de boas práticas de fabricação da vigilância sanitária na cidade de São Paulo, onde estamos alocados, exige dos permissionários alguns itens de suma relevância. Trata-se do que estabelece a portaria municipal 1210/06. Em primeiro lugar poderíamos pensar que, como se trata de uma legislação sobre boas praticas de fabricação e nós não fabricamos nada, ela não se aplicaria ao nosso segmento. Porém, isso não ocorre, já que a legislação se aplica a qualquer empresa que armazene, comercialize, embale, fabrique ou, ainda, transporte alimentos. Sendo assim, precisamos conhecê-la. Dessa forma, torna-se necessário esclarecer que essa legislação é bastante complexa, já que serve tanto para as empresas de alimento que estão na Ceagesp como para grandes fábricas. Então vem a pergunta: como atendê-la dentro da nossa realidade?
Ou melhor, quais são os pontos principais dessa legislação que são aplicáveis ao nosso segmento? A seguir você confere os principais pontos previstos pela legislação da vigilância sanitária paulistana que são aplicáveis às empresas do nosso segmento: 1.Responsável técnico: para empresas de pequeno porte (EPP’s) é permitido que RT seja o responsável legal pela empresa, com participação no contrato social. Isso não é permitido para o caso de SAs e LTDAs, nas quais o responsável técnico deve ser um profissional de determinadas disciplinas da saúde, como medicina veterinária, nutrição e agronomia. Em ambos os casos, o responsável técnico precisa estar devidamente registrado na vigilância sanitária. As principais funções de um responsável técnico, descritas na legislação da são: a- Treinamento de funcionários; b- Implementação e manutenção das boas práticas de fabricação; c- Manutenção dos procedimentos de higiene operacional; d- Acompanhamento das inspeções realizadas por autoridades sanitárias e esclarecimentos sobre o processo de produção, fórmulas e/ ou composição dos produtos, práticas e procedimentos adotados; e- Acompanhamento das inspeções realizadas por clientes e esclarecimentos sobre o processo de produção, fórmulas e/ou composição dos produtos, práticas e proce-
dimentos adotados; f- Implantação do serviço de atendimento ao consumidor, para reclamações pertinentes à qualidade e segurança do produto; g- Implantação do programa de recolhimento de produtos em desacordo às normas vigentes; h- Inserção de rotulagem para informação ao consumidor e rastreabilidade do produto; i- Verificação das condições de transporte e armazenamento; 2. Manual de boas práticas, contendo os procedimentos de higiene, tanto pessoal como ambiental, bem como outros procedimentos pertinentes à atividade da empresa. Esse é o nosso manual de instruções - como aquele que vem com uma nova TV que adquirimos, com o jogo que diverte nossos filhos, com o carro que nos leva e traz . 3. Rastreabilidade dos produtos: para quem entregamos o produto e qual é a sua origem. Neste item a identificação do produto se torna fundamental (produtor, peso, classificação e data de embalagem) 4. Higienização de caixas d’água e análise periódica da potabilidade, afinal essa é a água que usamos para lavar o local onde colocamos os alimentos. 5. Treinamento para os colabo-
radores que trabalham diretamente com o alimento em Boas Práticas de Fabricação, higiene pessoal e higiene operacional. As pessoas movem o negócio, as máquinas, o mundo, e precisamos de pessoas conscientizadas. Atualmente pouco se ganha com imposição, por isso o treinamento é uma ferramenta importante, através dele, somado aos exemplos no dia-a-dia, conseguimos munir os colaboradores com informações ricas, estabelecendo os motivos de cada necessidade ditada pela legislação. Quando não entendemos o porquê de algo fica muito mais difícil nos comprometermos. 6. Atestados de Saúde Ocupacional, com os exames médicos exigidos para os colaboradores que trabalham com o alimento. 7. PPRA e PCMSO (medicina ocupacional): esses programas devem ser estabelecidos e mantidos por profissionais da área de segurança no trabalho e médicos do trabalho. Para que a empresa possua esses programas, que incluem determinações e controles quanto ao uso e distribuição dos EPI’s (equipamentos de proteção individual), treinamentos de utilização de EPIs, brigada de incêndio e primeiros socorros, é necessária a contratação de uma empresa ou de profissionais especializados, que dentro do seu escopo de trabalho vão analisar a
fundo o ambiente, em termos de ruído, luminosidade, determinando as medidas necessárias para minimizar o impacto sobre a saúde dos colaboradores. 8. Utilização de uniformes pelos colaboradores: o que contribui muito para a divulgação da empresa e para a boa impressão dos clientes. 9. Inspeção de recebimento da mercadoria: em que condições a mercadoria entrou na empresa, como ela avalia isso. 10. Adequação física: piso, paredes e tetos em bom estado de conservação, lixeiras adequadas, pallets para disposição de mercadorias que, além de distantes do chão, não podem estar adjacentes às paredes, luminárias protegidas contra explosão, controle de temperatura das câmaras frias, torneiras com acionamento automático para lavagem de mãos ou outro sistema, mola nas portas dos sanitários, número de sanitários condizente com o número de colaboradores, etc. 11. Higiene ambiental, de máquinas, de equipamentos, de utensílios e higiene pessoal, bem como procedimentos de higiene, produtos permitidos pelo Ministério da Saúde para higienização, utensílios adequados à higiene, local para a guarda de produtos e utensílios e planilhas de controle da higiene.
12. Controle de pragas: o produto que teve qualquer tipo de contato com ratos e baratas, por exemplo, pode ser aquele que vai para a mesa da sua família, amigos, parentes ou até de um desconhecido. Para evitar isso, é muito simples. Basta estabelecer um controle de pragas contínuo, que é muito diferentes de uma dedetização pontua) 13. Controle do transporte da mercadoria em termos de higienização e condições estruturais adequadas dos caminhões que transportam o alimento, quando a empresa realiza esse trabalho. Por fim, cabem as perguntas: por que aplicar as boas práticas de fabricação e para que serve isso? Tudo vai ao encontro da qualidade e da segurança dos produtos oferecidos. Então, o que é qualidade? Para muitos, trata-se somente do que é bom, porém vai muito além disso. Tratase do que é bom para o cliente, ou seja, de atender às necessidades dele. Já a segurança fica mais no âmbito de nosso produto não causar danos à saúde psicológica e física dos consumidores. Assim a legislação da vigilância sanitária, quando aplicada dentro da realidade do segmento no qual estamos inseridos, é um ganho, um grande salto no sentido de oferecer produtos seguros e alinhados ao que nossos clientes querem, prática que hoje é uma das principais estratégias empresariais.
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Meio Ambiente Agroecologia pode dobrar produção de alimentos em 10 anos
Ao mesmo tempo em que a alta mundial no preço dos alimentos atinge seu maior patamar em duas décadas e dá força redobrada ao fantasma da fome que persegue as populações pobres dos países economicamente mais vulneráveis, um informe da Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que a agroecologia pode duplicar a produção alimentar nos próximos dez anos. Divulgado no início de março pelo Alto-Comissariado de Direitos Humanos, o documento que, segundo a ONU, foi embasado por “uma exaustiva revisão da literatura científica mais recente”, defende a agroecologia como “meio para incrementar a produção alimentar e melhorar a situação dos mais pobres”. Os estudos que embasaram o informe foram coordenados pelo belga Olivier de Schutter, que desde 2008 é relator especial da ONU sobre direito à alimentação: “Para poder alimentar a nove bilhões de pessoas em 2050, necessitamos urgentemente adotar as técnicas agrícolas mais eficientes conhecidas até hoje. Neste sentido, os estudos científicos mais recentes demonstram que ali onde reina a fome, especialmente nas zonas mais desfavorecidas, os métodos agroecológicos são muito mais eficazes para estimular a produção alimentar do que os fertilizantes químicos.” De acordo com os casos relatados no documento da ONU, projetos agroecológicos desenvolvidos nos últimos anos em 57 países em desenvolvimento registraram um rendimento médio de 80% em suas lavouras. Isso significa, por exemplo, um aumento de 116% na média de todos os projetos desenvolvidos na África. “Os projetos mais recentes levados a cabo em 20 países africanos demonstraram que é possível duplicar o rendimento das lavouras em um período de três a dez anos”, afirma Schutter. A ONU afirma que o modelo agrícola dominante, baseado nas monoculturas e na utilização massiva de agrotóxicos, fertilizantes e outros insumos, “já demonstrou não ser a melhor opção no contexto atual”, além de acelerar o processo de aquecimento global. “Amplos setores da comunidade científica já reconhecem os efeitos positivos da agroecologia sobre a produção alimentar no que se refere à redução da pobreza e à mitigação dos efeitos das mudanças climáticas”, afirma o documento. Menos agrotóxicos O relatório também dá destaque aos países que diminuíram consideravelmente a utilização de agrotóxicos nos últimos anos. São citados no documento países como Indonésia, Vietnã e Bangladesh, que reduziram em até 92%
o uso de agrotóxicos na produção de arroz, que é o alimento básico das populações camponesas desses países. Outro exemplo citado no relatório é o do Malauí, país que era grande consumidor de produtos agroquímicos e agora faz com sucesso a transição para um modelo agroecológico. Segundo a ONU, essa transição já tirou da extrema pobreza 1,3 milhões de pessoas, além de aumentar o rendimento das lavouras de milho do país de uma para três toneladas por hectare. “O conhecimento substituiu os pesticidas e fertilizantes”, comemora Olivier de Schutter. O relator especial da ONU sobre
o direito à alimentação afirma que o Estado tem um “papel fundamental” a cumprir no fortalecimento da agroecologia. “As empresas privadas não investirão tempo e dinheiro em práticas que não podem proteger com patentes e que não pressuponham uma abertura dos mercados para novos produtos químicos ou sementes melhoradas”. Schutter também exortou os Estados a darem maior apoio às organizações camponesas que, segundo ele, “demonstraram uma grande habilidade na hora de difundir as melhores práticas agroecológicas entre seus membros”. Rede Brasil Atual
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Brasil vai sediar conferência internacional de biotecnologia florestal Pela primeira vez o Brasil e a América Latina serão sede da conferência internacional IUFRO Tree Biotechnology 2011, o evento mais importante do mundo na área de biotecnologia florestal, promovido há mais de 20 anos pela União Internacional de Organizações de Pesquisa Florestal (IUFRO, sigla em inglês), que acontece no período de 26 de junho a 2 de julho, na Bahia. A IUFRO é uma rede global não governamental e sem fins lucrativos que reúne cientistas florestais de vários países para promover cooperação técnica e ampliar o conhecimento sobre aspectos econômicos, sociais e ecológicos relacionados a florestas e árvores. Este ano, a conferência terá como tema ”De genomas à integração e geração de resultados” e deverá contar com a participação de cerca de 500 pessoas, sendo 300 brasileiros e 200 de outros países. A conferência internacional ganha ainda mais importância em 2011, declarado pela Organização das Nações Unidas como o Ano Internacional das Florestas. O objetivo é incrementar a conscientização mundial sobre a importância do manejo sustentável dos recursos florestais e a promoção do evento contribuirá significativamente para os propó-
sitos da Embrapa de intensificar o apoio a atividades na área florestal. Segundo o pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e presidente da comissão organizadora do evento no Brasil, Dario Grattapaglia, a realização da conferência IUFRO Tree Biotechnology 2011 converge para a internacionalização do Brasil e sua consolidação como um importante ator mundial em biotecnologia florestal. “É a primeira vez que esta conferência acontece na América Latina e a segunda no hemisfério sul. E, por isso, é uma oportunidade muito importante para o país aumentar a sua visibilidade no cenário internacional na área de biotecnologia florestal”, ressalta. O Brasil possui alguns dos mais extensos e diversos ecossistemas florestais naturais no mundo e é líder em produtividade de florestas plantadas que suprem biomassa florestal de forma sustentável para as mais variadas aplicações industriais. A proporção de floresta plantada no Brasil, entretanto, ainda é modesta e as previsões da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação - FAO são de um crescimento massivo e acelerado para os próximos 20 anos em vista da demanda crescente em bioenergia,
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Para ONU, o modelo agrícola dominante não é a melhor opção para o contexto atual
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seqüestro de carbono e crescimento da população humana. Esse crescimento e a manutenção da competitividade da indústria brasileira de base florestal vão requerer o desenvolvimento crescente de materiais genéticos com amplo espectro de adaptação e qualidade da madeira. Por isso, como explica Grattapaglia, a biotecnologia terá um papel cada vez mais importante nesse processo. Segundo ele, a realização da conferência IUFRO Tree Biotechnology no Brasil será uma oportunidade ímpar de capacitação, atualização e estabelecimento de interações para a crescente comunidade científicotecnológica brasileira em biotecnologia florestal.A conferência está organizada em nove sessões cobrindo uma ampla gama de áreas de interesse em biotecnologia, biologia molecular e genômica populacional de espécies florestais. Serviço: Mais informações sobre a conferência internacional IUFRO Tree Biotechnology 201, incluindo inscrições, prazos para apresentação de trabalhos etc. podem ser obtidas no endereço: http://www.treebiotech2011.com/. É importante lembrar que toda a programação do evento será realizada em inglês.
Proposta prevê incentivo para ações de reflorestamento Objetivo pode ser alternativa econômica para pequenos produtores
Tramita na Câmara um projeto de lei, de autoria do deputado Maurício Rands (PT-PE), que prevê a concessão de incentivos - em pagamento ou compensação - para reflorestamento em assentamento rural, em áreas degradadas ou desapropriadas pelo Poder Público. Pelo texto, o governo federal deverá conceder o incentivo por meio de programas ambientais já existentes. As regras serão definidas pelo Executivo, que terá de regulamentar a lei no prazo de 120 dias após a sua aprovação. Ainda segundo a proposta, o incentivo deverá “representar alternativa econômica para famílias assentadas, trabalhadores rurais e pequenos produtores”. Compromisso internacional Rands lembra que na última Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-15), em 2009, o Brasil assumiu a meta de reduzir em até 39% a emissão de gases de efeito estufa até 2020. “Essa meta não pode ficar no papel tão somente como retórica em defesa do meio ambiente; é preciso concretizá-la”, disse. Para o deputado, um dos caminhos para atingir a meta é o governo financiar o reflorestamento em assentamentos rurais. Dessa forma, afirma, “esta ação se torna viável, ambiental e economicamente”. Tramitação O projeto tramita em caráter conclusivo pelas comissões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Agência Câmara
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Meio Ambiente Agroecologia pode dobrar produção de alimentos em 10 anos
Ao mesmo tempo em que a alta mundial no preço dos alimentos atinge seu maior patamar em duas décadas e dá força redobrada ao fantasma da fome que persegue as populações pobres dos países economicamente mais vulneráveis, um informe da Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que a agroecologia pode duplicar a produção alimentar nos próximos dez anos. Divulgado no início de março pelo Alto-Comissariado de Direitos Humanos, o documento que, segundo a ONU, foi embasado por “uma exaustiva revisão da literatura científica mais recente”, defende a agroecologia como “meio para incrementar a produção alimentar e melhorar a situação dos mais pobres”. Os estudos que embasaram o informe foram coordenados pelo belga Olivier de Schutter, que desde 2008 é relator especial da ONU sobre direito à alimentação: “Para poder alimentar a nove bilhões de pessoas em 2050, necessitamos urgentemente adotar as técnicas agrícolas mais eficientes conhecidas até hoje. Neste sentido, os estudos científicos mais recentes demonstram que ali onde reina a fome, especialmente nas zonas mais desfavorecidas, os métodos agroecológicos são muito mais eficazes para estimular a produção alimentar do que os fertilizantes químicos.” De acordo com os casos relatados no documento da ONU, projetos agroecológicos desenvolvidos nos últimos anos em 57 países em desenvolvimento registraram um rendimento médio de 80% em suas lavouras. Isso significa, por exemplo, um aumento de 116% na média de todos os projetos desenvolvidos na África. “Os projetos mais recentes levados a cabo em 20 países africanos demonstraram que é possível duplicar o rendimento das lavouras em um período de três a dez anos”, afirma Schutter. A ONU afirma que o modelo agrícola dominante, baseado nas monoculturas e na utilização massiva de agrotóxicos, fertilizantes e outros insumos, “já demonstrou não ser a melhor opção no contexto atual”, além de acelerar o processo de aquecimento global. “Amplos setores da comunidade científica já reconhecem os efeitos positivos da agroecologia sobre a produção alimentar no que se refere à redução da pobreza e à mitigação dos efeitos das mudanças climáticas”, afirma o documento. Menos agrotóxicos O relatório também dá destaque aos países que diminuíram consideravelmente a utilização de agrotóxicos nos últimos anos. São citados no documento países como Indonésia, Vietnã e Bangladesh, que reduziram em até 92%
o uso de agrotóxicos na produção de arroz, que é o alimento básico das populações camponesas desses países. Outro exemplo citado no relatório é o do Malauí, país que era grande consumidor de produtos agroquímicos e agora faz com sucesso a transição para um modelo agroecológico. Segundo a ONU, essa transição já tirou da extrema pobreza 1,3 milhões de pessoas, além de aumentar o rendimento das lavouras de milho do país de uma para três toneladas por hectare. “O conhecimento substituiu os pesticidas e fertilizantes”, comemora Olivier de Schutter. O relator especial da ONU sobre
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Brasil vai sediar conferência internacional de biotecnologia florestal Pela primeira vez o Brasil e a América Latina serão sede da conferência internacional IUFRO Tree Biotechnology 2011, o evento mais importante do mundo na área de biotecnologia florestal, promovido há mais de 20 anos pela União Internacional de Organizações de Pesquisa Florestal (IUFRO, sigla em inglês), que acontece no período de 26 de junho a 2 de julho, na Bahia. A IUFRO é uma rede global não governamental e sem fins lucrativos que reúne cientistas florestais de vários países para promover cooperação técnica e ampliar o conhecimento sobre aspectos econômicos, sociais e ecológicos relacionados a florestas e árvores. Este ano, a conferência terá como tema ”De genomas à integração e geração de resultados” e deverá contar com a participação de cerca de 500 pessoas, sendo 300 brasileiros e 200 de outros países. A conferência internacional ganha ainda mais importância em 2011, declarado pela Organização das Nações Unidas como o Ano Internacional das Florestas. O objetivo é incrementar a conscientização mundial sobre a importância do manejo sustentável dos recursos florestais e a promoção do evento contribuirá significativamente para os propó-
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AV. DR. GASTÃO VIDIGAL, 1.555 VILA LEOPOLDINA SÃO PAULO - SP TEL.: (11) 3837-3000
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seqüestro de carbono e crescimento da população humana. Esse crescimento e a manutenção da competitividade da indústria brasileira de base florestal vão requerer o desenvolvimento crescente de materiais genéticos com amplo espectro de adaptação e qualidade da madeira. Por isso, como explica Grattapaglia, a biotecnologia terá um papel cada vez mais importante nesse processo. Segundo ele, a realização da conferência IUFRO Tree Biotechnology no Brasil será uma oportunidade ímpar de capacitação, atualização e estabelecimento de interações para a crescente comunidade científicotecnológica brasileira em biotecnologia florestal.A conferência está organizada em nove sessões cobrindo uma ampla gama de áreas de interesse em biotecnologia, biologia molecular e genômica populacional de espécies florestais. Serviço: Mais informações sobre a conferência internacional IUFRO Tree Biotechnology 201, incluindo inscrições, prazos para apresentação de trabalhos etc. podem ser obtidas no endereço: http://www.treebiotech2011.com/. É importante lembrar que toda a programação do evento será realizada em inglês.
Proposta prevê incentivo para ações de reflorestamento Objetivo pode ser alternativa econômica para pequenos produtores
Tramita na Câmara um projeto de lei, de autoria do deputado Maurício Rands (PT-PE), que prevê a concessão de incentivos - em pagamento ou compensação - para reflorestamento em assentamento rural, em áreas degradadas ou desapropriadas pelo Poder Público. Pelo texto, o governo federal deverá conceder o incentivo por meio de programas ambientais já existentes. As regras serão definidas pelo Executivo, que terá de regulamentar a lei no prazo de 120 dias após a sua aprovação. Ainda segundo a proposta, o incentivo deverá “representar alternativa econômica para famílias assentadas, trabalhadores rurais e pequenos produtores”. Compromisso internacional Rands lembra que na última Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-15), em 2009, o Brasil assumiu a meta de reduzir em até 39% a emissão de gases de efeito estufa até 2020. “Essa meta não pode ficar no papel tão somente como retórica em defesa do meio ambiente; é preciso concretizá-la”, disse. Para o deputado, um dos caminhos para atingir a meta é o governo financiar o reflorestamento em assentamentos rurais. Dessa forma, afirma, “esta ação se torna viável, ambiental e economicamente”. Tramitação O projeto tramita em caráter conclusivo pelas comissões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Agência Câmara
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Março 2011
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