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REUSE, REWEAR, RELOVE

RESALE: o “novo” desafio para o varejo

Em uma viagem, vi, na vitrine de um brechó, a seguinte frase: REUSE, REWEAR, RELOVE − acredito que era em Londres. Achei maravilhosa a última parte − afinal, é isso mesmo não? Amar as coisas que temos e reiniciar histórias. Muito mais original que cunhar novos termos para coisas antigas. Não sei se é viés da Feira NRF − National Retail Federation, evento que acontece todo ano em Nova York (em 2024, ela ocorreu neste janeiro passado) ou viés de quem organiza o Pós-NRF, evento tradicional de organização de tendências apresentadas, feita por diferentes entidades Brasil afora. A feira é genial; encanta e nos joga para o futuro, mas a turma do pós adora abraçar um novo jargão e lacrar seu nome como gurus do varejo. Alguns até acertam, outros nem sobrevivem para receberem a crítica. A bola da vez é o RESALE, pois nem irei mencionar que ainda se fala em omnichannel − há mais de 10 anos ouvimos falar nisso e em experiência, mas quem, no Brasil, sabe o que faz? Tudo bem, tem que reforçar mesmo, mas vamos ao novo: RESALE. Revenda, em português; prática de comprar produtos de segunda mão ou simplesmente itens usados. Legal demais, mas... conceito antigo. Uma pesquisa do Sebrae menciona

que os consumidores dizem estar dispostos a gastar 52% a mais em resale do que em outros canais nos próximos 5 anos. O mercado de revenda de produtos é de U$ 32 bilhões de dólares e deve dobrar nos próximos quatro anos. Analisando o fato, a novidade está no comportamento, no qual as pessoas estão imersas em crises perenes, pós-pandemia e recursos finitos. Então, não é sobre o novo termo, e sim sobre entender o comportamento e incluí-lo no seu modelo de negócios. Afinal, há quanto tempo você compra seu carro oferecendo o usado como entrada na troca? Te peguei né? Pois é, outros negócios também crescem muito como o incrível Cresci e Perdi, OLX, Enjoei, sendo essa também a própria essência do Mercado Livre. Mas não podemos apenas replicar esses negócios que deram certo; o importante é como o seu negócio pode aproveitar essa boa consciência e gerar um voucher de algo usado no início da jornada de compra. Como fazer as pessoas buscarem seus produtos com um bônus e que esse bônus tenha valor de revenda. A jornada de consumo sempre foi circular; agora poderá ser mais ainda.

RODRIGO LEME

Arquiteto pós-graduado em Marketing com ênfase em Ciências do Consumo. Atua em modelagem de negócios para indústria e varejo em design de produtos, branding e PDV. Diretor do Grupo Criativo e Partner do Grupo².

Mande sugestões de assuntos ou dúvidas para rodrigo@grupocriativo.com e siga o @grupocriativo. Veja mais sobre o Grupo² em www.grupocriativo.com/licensing.

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