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sumário espaço epidemiológico Esporotricose de Transmissão Felina...........................4
Manifestações Clínicas....................................................5
Diagnóstico...................................................................6 Tratamento..................................................................7 Medidas de prevenção e controle..........................7 referências..................................................................8
alertas e notificações ASSISTÊNCIA A MULHERES COM CÂNCER DE MAMA...................10 Relatório mensal.....................................................................12
gerenciamento de riscos A PERCEPÇÃO DA SEGURANÇA ASSISTENCIAL SOB A ÓTICA DO
PACIENTE E SEU FAMILIAR NO HC-UFPR...................................14 Elaboração.................................................................................16
Referências................................................................................16
espaço cultural
Os gatos nas civilizações antigas........................................18 Relação com a sociedade humana..........................................20 Referências:..............................................................................21
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Esporotricose de
Transmissão Felina A esporotricose é uma micose de implantação ou subcutânea, de caráter endêmico em zonas tropicais e subtropicais e prevalente em vários países da América Latina, incluindo o Brasil. A doença é causada por fungos do complexo Sporothrix que possui várias espécies patogênicas de relevância médica e veterinária. Classicamente a esporotricose, também conhecida como “doença dos jardineiros”, acomete os seres humanos e várias espécies de animais domésticos e silvestres, que adquirem a doença a partir da inoculação traumática do fungo na pele, como acidentes com espinhos de plantas, ferimentos abertos com contato com terra matéria orgânica etc. As fontes de infeção para humanos incluem a matéria orgânica em decomposição, principalmente vegetais e seus subprodutos. Há evidências que uma espécie do complexo Sporothrix spp, Sporothrix brasiliensis, tenha se adaptado ao parasitismo de felinos domésticos facilmente transmissível entre felinos e destes, para o homem e o cão causando surtos zoonóticos de esporotricose. A esporotricose de transmissão felina é causada por uma espécie mutante, o Sporothrix brasiliensis, que se transmite com facilidade por arranhadura, mordedura, secreções respiratórias e de lesões cutâneas presentes em gatos infectados. Menos frequentemente, outros animais como tatu, peixes de água doce e aves podem transmitir outras espécies de Sporothrix, porem sem grande relevância epidemiológica. Ao contrário de outras espécies patogênicas de distribuição mundial, Sporothrix brasiliensis ocorre quase que exclusivamente no Brasil, onde vem causando surtos de esporotricose de transmissão zoonótica, acometendo o homem e outros animais domésticos como o cão. A epidemia de esporotricose de transmissão felina iniciou se em municípios da baixada fluminense e na cidade do Rio de Janeiro, no final da década de 90, atingindo atualmente milhares de casos humanos e felinos. Figura 1. Gatos são considerados os hospedeiros mais suscetíveis e uma importante fonte de infecção para o ser humano devido ao seu estreio contato com o fungo no ambiente (hábito de afiar as unhas em vegetais secos e enterrar seus dejetos) e pela grande quantidade do agente em suas lesões quando manifestam a doença. A doença entre felinos é de difícil controle e vem se expandindo para outras regiões do país, inclusive para o Paraná e Região Metropolitana de Curitiba. Os primeiros casos de esporotricose felina no Paraná, foram observados na região metropolitana de Curitiba, a partir de 2011. Desde então as equipes de profissionais de saúde humana e animal notaram um aumento no número de casos felinos
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e humanos, relacionados à infecção zoonótica na região, fazendo com que a notificação dos casos humanos e veterinários. Os casos animais devem ser identificados clinicamente e notificados a Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ) de Curitiba para proceder a investigação epidemiológica e os humanos ao serviço de Vigilância Epidemiológica do município. Desde 2014, em Curitiba e Região Metropolitana foram notificados 20 casos de esporotricose em humanos e 92 casos em felinos. Entretanto esse número é sub estimado pois ha ainda desconhecimento da esporotricose de transmissão felina entre médicos, veterinários e a população em geral.
Figura 1: Casos de esporotricose humana e animal em municípios do estado do Rio de Janeiro
Manifestações Clínicas A doença se apresenta-se principalmente com envolvimento de cutâneo e extracutâneo. A forma cutânea sub divide-se em cutâneo-linfática e cutânea fixa. A primeira, ocorre em 65% dos casos e caracteriza-se por iniciar-se como lesão ulcerativa no local de inoculação e posterior disseminação ao longo dos vasos linfáticos regionais que podem inflamarem se, serem doloridos e abscedados. A forma cutânea fixa caracteriza-se por não apresentar disseminação linfática, assumindo intenso polimorfismo clínico devendo ser diferenciadas de vários processos infecciosos ou não infecciosos. As formas extracutâneas podem ocorrer em indivíduos imunocomprometidos ou não. Em imunocompetentes e principalmente na esporotricose de transmissão felina, podem ocorrer, artralgia, artrite, eritema nodoso e conjuntivite. Em imunodeprimidos, incluindo pacientes com HIV/AIDS, podem surgir formas cutâneas disseminadas, meningite e fungemia. Mais raramente, espaço epidemiológico
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alcoolistas crônicos, diabéticos e usuários de anti-TNFs e corticoesteróides, formas pulmonares e disseminadas tambem foram descritas. A forma extracutânea é de ocorrência mais rara podendo além dos pulmões envolver testículos, ossos, articulações e sistema nervoso. Gatos, animais de maior importância epidemiológica, geralmente apresentam lesões na região craniana e cervical e membros torácicos, podendo atingir membros pélvicos e cauda pelo seu hábito de auto higienização. Com a progressão da doença podem ocorrer áreas extensas de necrose, exposição de ossos e músculos, e sinais clínicos generalizados como anorexia, letargia e febre. Além disso, lesões no trato respiratório também são comumente observadas. Secreções de lesões cutâneas, assim como respiratórias são infectantes para humanos, inclusive através da pele integra e mucosa conjuntival.
Figura 2: Aspectos clínicos e diagnósticos da esprotricose de transmissão zoonótica. Gato com lesão ulcerada com secreção seropurulenta envolvendo crânio e pescoço e lesões pustulares em pavilhão auricular (A). Esfregaço de secreção da lesão do gato à esquerda, com vários elementos leveduriformes e S. brasiliensis (B). Lesões ulcero-crostosas em dedo anular direito de da paciente que teve contato com o felino doente (C). Figuras A e B cedidas por cortesia do Prof Marconi Farias, Faculdade de Medicina Veterinária da PUC, Curitiba.
Diagnóstico O padrão ouro de diagnóstico da esporotricose humana é obtido pelo isolamento em cultivo do agente etiológico em meios de cultivo como ágar Sabouraud acrescido de antibióticos. Para identificação de S. brasiliensis, métodos de biologia molecular são necessários. O material c;ínico de humanos consiste de biópsias de pele ou linfonodos, aspirados de abscessos ou ainda de outras regiões acometidas como a conjuntiva ocular e tecidos ósteo-articulares. O exame histológico ou citopatológico não tem sensibilidade superior ao isolamento em cultivo, porem possui alta sensibilidade na esporotricose felina. Métodos diagnóstico baseados em sorológia ou em técnicas de biologia molecular não são disponíveis na rotina e são apenas utilizados como pesquisa.
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Tratamento O itraconazol é o medicamento de eleição para humanos, na dose de 200 mg/dia por via oral, após as refeições. Deve-se atentar para interações medicamentosas (estatinas e medicamentos hepatotóxicos), hepatotoxicidade e abstenção de bebida alcoólica durante o tratamento, que pode se estender por mais de 90 dias. Outros medicamentos como terbinafina (250 a 500 mg/dia, via oral) e o iodeto de potássio (solução saturada 1g/dia, via oral) podem ser utilizados para o tratamento das formas cutânea-localizada e cutânea-linfática. Em caso de esporotricose em gestantes recomenda-se o tratamento com anfotericina B e calor local, já que não podem ser tratadas com itraconazol, terbinafina e iodeto de potássio. Formas leves e localizadas em gestantes podem ser tratadas com termoterapia local. Medidas de prevenção e controle É indispensável o uso de equipamentos de proteção individual (EPI) para profissionais de risco como jardineiros, floristas, trabalhadores rurais e médicos veterinários, estes incluem luvas, máscaras e óculos quando do risco de exposição ao agente. A desinfecção de fômites e do ambiente pode ser realizada com hipoclorito de sódio 1% e álcool 70°. A esporotricose em gatos, e sua possível transmissão ao ser humano, podem ser evitadas com o tratamento adequado dos felinos infectados, restrição do livre acesso à rua e esterilização cirúrgica de gatos machos e fêmeas, especialmente dos machos para evitar brigas por território e fêmeas, quando podem se infectar. Animais gravemente enfermos devem ser submetidos à eutanásia após avaliação por médico veterinário. Cadáveres de felinos com esporotricose devem ser cremados ou submetidos a desinfeção com hidróxido de sódio (cal virgem) pelas autoridades sanitárias do município. A educação em saúde da população e dos profissionais de saúde também é indispensável para a sensibilização da comunidade quanto a esta zoonose.
Prof. Dr. Flávio de Queiroz Telles Filho.
Professor Adjunto do Departamento de Saúde Comunitária
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Referências
Queiroz-Telles F, Nucci M, Colombo AL, Tobón A, Restrepo A. 2011. Mycoses of implantation in Latin America: an overview of epidemiology, clinical manifestations, diagnosis and treatment Med Mycol. 49: 225–236. Rodrigues AM, de Hoog S and Camargo ZP. Sporothrix Species Causing Outbreaks in Animals and Humans Driven by Animal–Animal Transmission 2016; Pearl Plos Pathogens 1-7 Chakrabarti AQ, Bonifaz A, 1,!, Alexandro Bonifaz, Gutierrez-Galhardo MC et al. Global epidemiology of sporotrichosis Med Mycol 2014; 53: 3-14 Schubach A, Barros MB, Wanke B. Epidemic sporotrichosis. Curr Opin Infect Dis 2008; 21: 129–133. Gremião ID, Menezes RC, Schubach TM, Figueiredo AB, Cavalcanti MC, Pereira SA. Feline sporotrichosis: epidemiological and clinical aspects. Med Mycol. 2015; 53:15–21. Almeida-Paes R, de Oliveira MM, Freitas DF et al. Sporotrichosis in Rio de Janeiro, Brazil: Sporothrix brasiliensis is associated with atypical clinical presentations. PLoS Negl Trop Dis. 2014; 8:e3094. Orofino-Costa R, de Macedo and Bernardes-Engemann. Hyperendemia of Sporotrichosis in the Brazilian Southeast: Learning From Clinical and Therapeutics 2015; Curr Infect Rep 9:220-28 Sanchotene KO, Madrid IM, Klafke GB et al. - Sporothrix brasiliensis outbreaks and the rapid emergence of feline sporotrichosis. Mycoses. 2015 58:652-8. Moreira JAS, Dayvisos FS & Freitas FS. The impact of sporotrichosis in HIV‑infected patients: a systematic review. Infection 2015; 43:267–276
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ASSISTÊNCIA A MULHERES COM CÂNCER DE MAMA.
De 2013 a 2015, o Complexo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (CHC/ UFPR) atendeu 250 mulheres com câncer de mama, das quais 37,2% (93) tinham até 49 anos e 62,8% (157) tinham mais de 50 anos.
n: 250 80 70 60 50 40 30 20 10 0
30,4% 24%
11,6%
22,4%
8%
1,6% 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79
2% ≥ 80
Gráfico 1. Distribuição dos casos de câncer de mama atendidos no CHC/UFPR entre 2013 e 2015 segundo a faixa etária.
A maioria (56%) era procedente de Curitiba, 25,2% da região metropolitana e 18,4% do interior do Estado. Quanto ao grau de instrução, 42,8% (107) eram analfabetas ou tinham baixa escolaridade; 14,8% (37) tinham ensino fundamental; 27,6% (69) possuíam ensino médio; 8,8% (22) tinham curso universitário e 6% não apresentavam informação sobre escolaridade. Em relação ao estadiamento da doença, observou-se o diagnóstico precoce em 24% (0 e I). Apesar disso, 66% das mulheres tiveram o diagnóstico mais tardiamente (II e III) e quase 10% estavam com doença metastática (IV).
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IV 10%
0 7%
III 31%
n: 250 I 17%
II 35%
Gráfico 2. Distribuição dos casos de câncer segundo o estadiamento da doença.
Das 231 mulheres que trataram no hospital, 4,8% fizeram somente cirurgia, 14,4% só quimioterapia, 75,9% fizeram mais de uma modalidade de tratamento. Um ano após o início do tratamento, 53,7% não possuíam evidência da doença; 33,8% tiveram remissão parcial; 4,3% permaneciam com doença estável; 3,5% com doença em progressão; 2,2% morreram e 2,6% não tinham registro da informação. O CHC/UFPR dispõe de equipe multidisciplinar para a assistência das mulheres com câncer de mama, composto por mastologistas, oncologistas, cirurgiões plásticos, psicólogos, fisioterapeutas, enfermeiros e cuidados paliativos. Em outubro deste ano, foi criado o ambulatório de sexologia com a finalidade de promover aconselhamento sexual para as pacientes mastectomizadas. Autoria: Enfª Rosa Helena Silva Souza. Registradora de Câncer: Mônica Klimczuk Fernandes
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A PERCEPÇÃO DA SEGURANÇA
ASSISTENCIAL SOB A ÓTICA DO PACIENTE E SEU FAMILIAR NO HC-UFPR
O Documento de Referência para o Programa Nacional de Segurança do Paciente estabelece quatro eixos (o estímulo a uma prática segura, o envolvimento do cidadão, a inclusão do tema no ensino e o incremento de pesquisa), com vistas a sua implantação. Destaca-se, portanto, o Eixo 2 que discorre sobre o envolvimento do cidadão na sua segurança. O referido documento reforça que a Organização Mundial da Saúde estabelece que “haverá melhora na segurança se os pacientes forem colocados no centro dos cuidados e incluídos como parceiros”. É preciso, portanto, envolver o paciente em questão que lhe diz muito respeito sua própria saúde! As organizações e profissionais de saúde necessitam estabelecer mecanismos, que oportunizem a pacientes e familiares, a compreensão de seu diagnóstico, opções terapêuticas, estratégias voltadas a assistência segura, e demais questões envolvidas no processo de cura ou melhora. A informação/transparência com pacientes e familiares, possibilita o direito de escolher de maneira consciente; facilita o relacionamento entre as diferentes partes; e fornece subsídios para o desenvolvimento das instituições e profissionais. No HC-UFPR estão sendo desenvolvidas estratégias com vistas à elaboração de um plano de comunicação social em segurança, focado no paciente. A primeira estratégia constituiuse em mapear o conhecimento e expectativas do paciente e seus familiares, a respeito do que significa o cuidado seguro. Em 04 de abril do corrente ano, foram entrevistados pacientes e familiares por 12 membros do Comitê da Qualidade institucional. A pesquisa foi aplicada a 24% dos pacientes internados, sendo que quando o paciente era menor de idade, o familiar era entrevistado.
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gerenciamento de riscos
A entrevista abordou nove estratégias em prol da assistência segura: Estratégia
Perguntas abordando
Percepções sobre informações gerais
-Recebimento
de
informações
sobre
o
funcionamento da unidade; sobre
-Conhecimento
diagnóstico,
opções
terapêuticas, direito a recusa; -Flexibilização da presença do acompanhante. Identificação do paciente
-Uso de pulseira de identificação; -Comportamento da equipe em relação à pulseira (conferência).
Segurança
na
cadeia
terapêutica
medicamentosa
-Conhecimento
sobre
indicação
do
medicamento e possíveis reações adversas; -Esclarecimento de dúvidas; -Direito a recusa.
Segurança cirúrgica
-Orientações relacionadas à cirurgia do período pré ao pós-operatório; -Autorização do procedimento; -Demarcação de sítio cirúrgico; -Sentimento de segurança.
Prevenção e controle de infecção hospitalar
-Percepção sobre a higienização de mãos dos profissionais antes e após o cuidado; -“Coragem” de solicitar aos profissionais que higienizem as mãos (caso não tenham este comportamento).
Segurança no processo transfusional
-Orientações recebidas sobre o procedimento; -Cuidados
da
equipe
(conferência
da
identificação, aferição de dados vitais); de
-Sentimento
segurança
durante
o
procedimento. Prevenção de quedas
-Orientações recebidas e consciência sobre o risco de queda.
Prevenção de lesões por pressão
-Orientações
a
respeito
da
prevenção
e
tratamento. Ambiente seguro
-Percepção sobre a segurança do mobiliário; -Mecanismos de comunicação com a equipe; -Conhecimento dos canais de comunicação institucional.
gerenciamento de riscos
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Elaboração: Enfa. MSc.Denise Jorge Munhoz da Rocha Chefe do Setor de Vigilância e Segurança do Paciente Enfa. MSc. Otilia Beatriz Maciel da Silva Chefe da Unidade de Gestão de Riscos Assistenciais Enfa. Jerusa de Almeida Bryto Enfermeira Assistencial da UTI Neonatal Dra. Marilise Borges Brandão Médica da Unidade de Gestão de Riscos Assistenciais
Referências Brasil. Ministério da Saúde. Documento de referência para o Programa Nacional de Segurança do Paciente. Ministério da Saúde; Fundação Oswaldo Cruz; Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasilia: Ministério da Saúde, 2013.
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gerenciamento de riscos
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Os gatos nas civilizações antigas Na Grécia Antiga, o gato foi associado à feminilidade, amor e prazer sexual, os mesmos atributos de Afrodite. Também foi muito associado à deusa Ártemis, protetora da caça e da Lua. Na cultura celta, a deusa Ceridwen está têm uma relação com o culto ao gato, por meio de seu filho Taliesin, o qual, em uma de suas reencarnações foi descrito como sendo um gato de cabeça sarapintada. Os antigos egípcios nutriam profundo respeito e admiração pelos gatos, que tornouse sagrado, tendo sido associado à fertilidade e prosperidade, já que caçava ratos e protegia suas colheitas. É significativa a personificação da deusa Bastet, cuja iconografia é representada sempre com cabeça felina. Ás vezes, a deusa tambem é grafada como Ailuros, palavra grega para gato. Na mitologia nórdica existe uma deusa denominada Freya que possui uma carruagem puxada por dois gatos, que representavam as qualidades da deusa: a fertilidade e a ferocidade. Esses gatos exibiam as facetas do gato doméstico, ao mesmo tempo afetuosos, ternos e ferozes. Os templos pagãos da região nórdica eram frequentemente adornados com imagens de gatos. Na Finlândia, havia a crença de que as almas dos mortos eram levadas ao além por meio de um trenó puxado por gatos. A cultura islâmica relata várias associações entre os gatos e o profeta Maomé, a quem teriam inclusivamente salvo da morte, ao matar uma serpente que o atacava. Na Ásia, os gatos foram venerados pelos primeiros budistas devido a sua capacidade elevada de auto-domínio e ao fato do animal apresentar capacidade de concentração semelhante à obtida por meio da meditação. Na China, estatuetas de gatos eram utilizadas para afugentar maus espíritos. Esse povo acreditava na existência de dois tipos distintos de gatos: os bons e os maus, que podiam ser facilmente diferenciados, uma vez que os maus tinham duas caudas. Os hebraicos têm uma lenda onde o gato teria sido criado por Deus dentro da Arca, quando Noé, preocupado com a proliferação dos ratos que se procriaram excessivamente na embarcação, implorou à Deus para que Ele providenciasse uma solução. Deus então fez
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com que o leão da Arca espirrasse, e do espirro desse felino, surgiram os gatos domésticos. Os babilônios também possuiam uma lenda semelhante, onde o gato também teria surgido derivado do espirro de um leão. Na América pré-colombiana, embora não houvesse gatos domésticos, os grandes felinos, como o puma e as onças, eram reverenciados como deuses. O jaguar era símbolo de extrema força e sabedoria. Alguns povos locais acreditavam que seus curandeiros se transformavam neste animal após a morte.
Relação com a sociedade humana
Desenho do gato Frajola ou Silvestre no logotipo de um esquadrão do Exército dos Estados Unidos da América.
De acordo com um mito existente em diversas culturas, os gatos possuem sete ou nove vidas. Essa lenda surgiu em decorrência da habilidade que esses felinos possuem para escapar de situações que envolvam risco à sua vida. Outro fator também responsável por essa crença é que, ao caírem de grandes alturas, os gatos, quase sempre, atingem o solo apoiado sobre as quatro patas. Isso ocorre em função de possuírem um apurado senso de equilíbrio, que lhe permite girar rapidamente usando a cauda como contrapeso.
No século XV, o Papa Inocêncio VIII chegou a incluir os gatos pretos na lista de seres hereges perseguidos pela Inquisição. Assim, esses gatos foram injustamente acusados de estarem associados a maus espíritos e, assim, queimados nas fogueiras juntamente com as pessoas acusadas de bruxaria. Também durante a Idade Média, os gatos chegaram a ser vítimas de inúmeras crueldades, pois devido a crendices populares, algumas pessoas acreditavam que esses animais eram possuídos pelo diabo. Por isso, os animais de cor pretafrequentemente estão presentes em histórias de suspense e terror. Um conto muito popular tratando desse animal é O Gato Preto de Edgar Allan Poe, onde o autor responsabiliza o animal por uma série de acontecimentos sobrenaturais presentes na narração. Quando abandonados em áreas remotas, distante da sociedade humana, filhotes de gatos podem converter-se ao meio de vida selvagem, passando a caçar pequenos animais para sobreviver.[10] A expectativa de vida de um gato de rua é de apenas 3 anos. Já um gato que
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seja cuidado por humanos pode superar os 20 anos de idade. Estudos científicos indicam que existe uma redução de 30% no risco de ocorrências de infartos nas pessoas que têm gatos como animais de estimação. O provável motivo desse fato é que o convívio com esses pequenos felinos minimizam o nível de estresse, um dos principais responsáveis pelo surgimento de problemas cardiovasculares. Apesar disso há pessoas que desenvolvem um medo patológico de gatos, problema que é denominado como ailurofobia. Selo do Azerbaijão contendo a figura de um gato.
A sociedade atual conta com diversos personagens fictícios que representam esses felinos, tais como CatDog, Bafo-de-Onça, Comichão, Frajola (Silvestre), Hello Kitty, Garfield, Gato de Botas, Gato Felix, Manda-Chuva ou Top Cat, Penelope Pussycat, Tom, entre outros. Referências: Mundo Estranho Wikipedia
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Desejamos a todos
um abençoado natal
e um 2017 repleto de muitas realizações. são os votos da equipe do serviço de vigilância em saúde e segurança do paciente (svssp) do chc (complexo hospital de clínicas) ufpr
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