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Formação Interna

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Não Fumador

Não Fumador

Terceira Formação Contínua para o Pessoal Auxiliar

Dando cumprimento ao programa de Formação Contínua da EPM-CELP para 2006, decorreu, nos dias 18 e 19 de Novembro, nas instalações da Escola, a III Formação Contínua para o Pessoal Auxiliar. De entre as várias intervenções que se fizeram ouvir, numa sessão cujo índice de participação rondou os cem por cento, destacamos a intervenção na Sessão de Abertura proferida pelo Dr. António Aresta, Coordenador do Centro de Formação, que passamos a transcrever.

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Estamos aqui reunidos no Auditório Carlos Paredes para dar início à III Formação Contínua para o Pessoal Auxiliar. Permitam-me que agradeça o esforço pessoal de todos quantos se voluntariaram para estarem presentes, com sacrifício da vida privada. Também não posso esquecer todo o esforço institucional, porque esta Formação não é uma obrigação, é mais uma prova de cultura e de maturidade organizacionais.

A Escola Portuguesa de Moçambique não é uma instituição qualquer. Tem sete anos, mas carrega uma história antiga. Tem uma cultura própria. Tem um modo de SER e de PENSAR. Tem um modo de SENTIR e de AGIR.

Segundo o cânone português, é certo, mas praticando uma liturgia da multiculturalidade, valorizando as diferenças em busca da excelência.

Se repararem no nosso símbolo, verificam que nas raízes dessa bela árvore que é a Acácia Rubra, se encontram dois versos do grande Poeta Luís de Camões:

Nem me falta na vida honesto estudo Com longa experiência misturado

É indiscutivelmente um belo emblema de vida, e permitam-me a inconfidência, foi minha a iniciativa de o inscrever no símbolo da Escola Portuguesa.

Se analisarmos bem estes dois versos, encontramos neles a essência de uma comunidade escolar.

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Poderemos associar ao honesto estudo o SABER SER e à experiência a RESPONSABILIDADE e a MOTIVAÇÃO.

O tema de estudo e de reflexão que nos congrega aqui é exactamente este: SABER SER, RESPONSABILIDADE E MOTIVAÇÃO: A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO NA EPM-CELP.

A Escola Portuguesa é evidentemente uma organização complexa, porque aqui trabalham 166 Pessoas nas mais diversificadas funções a que correspondem responsabilidades naturalmente diferenciadas.

Toda esta gente está ao serviço de 1250 alunos oriundos de 24 nacionalidades. E cada um destes 1250 Alunos tem Irmãos, Pai, Mãe, Avó, Tia ou Prima, que por um motivo ou por outro se interessam pela vida escolar ou visitam a Escola.

Quer dizer, de uma comunidade aparentemente fechada passamos a ser uma comunidade com paredes de vidro, transparente, porque estamos em contínua ligação com a sociedade.

Uma sociedade que demanda qualidade, eficiência, excelência, sucesso, com economia de meios e prontidão na actuação.

Uma sociedade que nos pede contas, nos interpela, nos aplaude, nos critica.

Por outras palavras, sob a alçada da organização escolar, académica e administrativa da Escola Portuguesa vive muita gente diferente. Diferente na raça e na cor, diferente nos hábitos alimentares, nas religiões, nas culturas, nas ideias políticas, nos gostos, nas expectativas de vida ou carreira profissional, porque cada pessoa é um caso próprio. Tudo isto sem grandes problemas ou inquietações.

O nosso Regulamento Interno, a par de outros instrumentos, vai sendo a bússola para nos orientarmos por entre a diversidade de situações.

Mas não é fácil gerir este turbilhão de vidas. Por isso é muito importante SABER SER, respeitar e fazer-se respeitar no meio de um grupo de adolescentes, ás vezes generosos e outras vezes impertinentes ou malcriados, às vezes rebeldes e outras vezes obedientes.

E o mesmo se poderia dizer dos Pais e Encarregados de Educação. É preciso firmeza, humanidade e bom senso para se lidar com jovens em crescimento físico e em desenvolvimento intelectual, emocional, mental ou moral.

As relações humanas, para não se transformarem em RALAÇÕES, devem ser pautadas por critérios de justiça, de honestidade e de lealdade.

Trabalhando para o bem comum, a cada um a sua responsabilidade e a cada um a sua posição ou estatuto.

A hierarquia e a cadeia de comando devem ser eficazes na manutenção dos comportamentos, no

quadro da ordem de valores definidos. Há regras básicas, regras basilares, que não se devem esquecer. Um simples exemplo. Para se poder entrar numa sala de aula é necessário, sempre, bater à porta e pedir autorização para entrar.

Ninguém pode entrar numa sala de aula sem a autorização do Professor.

Para o bem e para o mal, o nosso comportamento diário traduz e reflecte exemplos de valores éticos e de valores morais. Temos, pois, o dever de Saber Ouvir e o dever de Saber Falar.

É um trabalho de grande RESPONSABILIDADE, porque a vida escolar nas suas diferentes fases e estruturas está dependente do vosso LABOR, da vossa MOTIVAÇÃO, da vossa SENSIBILIDADE.

A Escola Portuguesa tem proporcionado uma melhoria qualitativa nas condições de trabalho, respeitando todos e cada um, almejando atingir novas metas de satisfação e bem-estar.

A Formação procura ensinar a pensar bem para se trabalhar melhor. Com menos esforço e mais qualidade.

Em seguida, passo a apresentar os nossos Formadores e os respectivos assuntos que irão abordar.

No limite, o objectivo desta Formação pode ser sintetizado de acordo com este provérbio tradicional português, que diz o seguinte:

Dr. Raimundo Tembe: O USO DE INDICADORES NA AVALIAÇÃO DAS ACTIVIDADES DA EPM-CELP Dr. Jeremias Correia: A EDUCAÇÃO DE ADULTOS E AS NOVAS QUATRO VIRTUDES ENGRANDECEM O HOMEM: DELICADEZA SABEDORIA HONESTIDADE FIDELIDADE

TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO Dr. João Figueiredo: A EDUCAÇÃO FÍSICA E O DESPORTO NA VIDA QUOTIDIANA Dr. Armindo Bernardo: A PREVENÇÃO E A SEGURANÇA NA ESCOLA Drª. Patrícia Silva: A SAÚDE NO TRABALHO Drª. Manuela Frias: O TRABALHO RESPONSÁVEL Drª. Alexandra Melo e o Dr. Mauro Nankin, nosso Formador convidado: A EXCELÊNCIA NO TRABALHO Juntar todas estas quatro qualidades numa pessoa é o objectivo da Educação. Exorto todos os presentes a participarem activamente em todos os momentos desta Formação, sugerindo, perguntando, esclarecendo, afirmando ou contradizendo. Todas as intervenções serão bem acolhidas. Agradeço, por fim, ao Conselho Directivo a persistente militância na Formação Profissional do Pessoal Auxiliar. Investir na Qualificação Profissional do Pessoal Auxiliar é investir no futuro da EPM-CELP. Para finalizar, uma pergunta: qual é o segredo de Os nossos Formadores, a quem agradeço a generosa disponibilidade, são conhecidos pelas suas qualidades humanas e profissionais pelo que será certamente um um bom (o que não é o caso) orador? É parar de falar antes que o auditório pare de ouvir!! Muito obrigado pela vossa atenção. momento gratificante para todos nós, de aprendizagens, de troca e partilha de saberes e de experiências.

Ninguém sabe tudo e frequentemente somos surpreendidos com novas abordagens ou por inovadores pontos de vista.

Todos os temas que serão apresentados são uma mais valia de enriquecimento cultural, para todos e para cada um de nós.

Estou seguro de que muita coisa que aqui será dita, vai ser um ensinamento com utilidade na nossa vida quotidiana. 15 AA

A Metamorfose de F r anz K afka

Escrito em apenas três semanas, nos finais de 1912, quando Franz Kafka tinha 29 anos, é hoje, quase um século depois, o mais conhecido romance do autor e um dos grandes marcos da literatura universal dos nossos dias. Isto apesar do autor não ter gostado do resultado, que considerou imperfeito e com um final ilegível. Se a sua vontade tivesse sido respeitada por Max Brod, o amigo a quem confiou os seus manuscritos, este e os demais livros deste escritor checo como “O Processo”, “O Castelo”, “Amerika”, nunca teriam visto a luz do dia. Kafka pedira que após a sua morte todos os seus escritos fossem queimados, dizendo “a literatura só existe pela necessidade de ser escrita, não existe para ser lida”.

O tempo se encarregaria de o contrariar, imortalizando a sua obra.

O que faz o fascínio e a perenidade deste romance?

Será o facto de um acontecimento tão estranho como a metamorfose de um homem em insecto assumir dimensões tão reais que nos identificamos imediatamente com o sentir do personagem que vivencia esta transmutação?

Será porque este estranho, este estrangeiro, materializado por um enorme insecto repelido por toda a sociedade e pela própria família a partir do momento em que deixa de lhes ser útil, encarna o mal-estar do nosso tempo?

Franz Kafka alérgico à escrita biográfica não deixou por isso de inscrever uma marca sua bem forte nos personagens que povoam os seus escritos. Judeu de Praga, de língua alemã, representa – tal como Gregor Samsa ao acordar certa manhã no corpo de um enorme insecto – o estrangeiro por excelência. Kafka por dentro de todo o seu próprio ser experimentava o sentimento de exclusão: estranho a si mesmo, o seu corpo não encontrava assimilação nas distintas sociedades em que se encontrava.

Franz Kafka – e consequentemente Gregor Samsa – personifica o desequilíbrio da nossa época. A sua obra é inaugural deste sentimento de mal-estar moderno, e 16 antecede a maioria dos escritores da contemporaneidade.

O livro “A Metamorfose” não podia começar de forma mais estranha e perturbadora “Uma manhã, ao despertar de sonhos inquietantes Gregor Samsa deu por si na cama, transformado num gigantesco insecto”.

Esta metamorfose de Gregor, caixeiro-viajante, parasitado pelo trabalho e pela família – a ponto de sentir esta condenação à condição de insecto como uma quase libertação – irá alterar profundamente a relações deste com o mundo que o rodeia. De membro útil passará a constituir um estorvo cada vez mais pesado, o que acabará por ser sentido como um perigo. Gregor Samsa será morto pelo próprio pai, e o seu desaparecimento restituirá a harmonia familiar.

Neste livro, representativo do universo kafkaniano, o personagem perdeu o rumo e acabará só, diante de uma situação que não planeara, pois todos os acontecimentos se virarão contra si, não lhes oferecendo a oportunidade de tirar vantagem da situação e, muitas vezes, nem mesmo de sair desta. No fundo, este protagonista, tal como outros de outros romances de Kafka não passa de uma projecção do próprio Kafka, onde ele expõe os seus medos, a sua angústia perante o mundo, a sua solidão interior.

É esta solidão, esta falta de saídas para os dilemas da existência, estas portas que se fecham diante de nós, esta estranheza que sentimos em relação ao mundo e a nós próprios que nos faz sentir tantas vezes tão próximos de Kafka/Gregor Samsa, o gigantesco insecto trepando pelas paredes sufocantes da vida moderna.

É nisto que reside o carácter universal da obra de Kafka. TN

Franz Kafka nasceu a 3 de Julho de 1883, em Praga. Filho de um abastado comerciante judeu, Kafka cresceu sob as influências de três culturas: a judaica, a checa e a alemã.

Formado em direito, trabalhou sempre em cargos burocráticos. Solitário, com a vida afectiva marcada por irresoluções e frustrações, Kafka nunca atingiu fama ou fortuna com os seus livros, na maioria editados postumamente.

Em 1913 publicou o seu primeiro livro Meditações . No entanto, o livro passou despercebido; os que se seguiram também não obtiveram êxito, fora de um círculo íntimo de amigos e admiradores incondicionais. O despoletar da Primeira Guerra Mundial marca o início de uma nova etapa criativa prolífica. Entre 1913 e 1919 Franz Kafka escreveu os seus livros mais reputados: O Processo, A metamorfose e A Condenação. Para além destes livros, publicou a avassaladora Carta ao Pai (1919) e centenas de páginas de diários. Morreu a 3 de Junho de 1924, num sanatório perto de Viena, com tuberculose.

Desde então, o seu legado – resgatado pelo amigo Max Brod – exerce enorme influência na literatura mundial.

RUI NOGAR

RUI NOGAR é o pseudónimo de Francisco Rui Moniz Barreto, nascido em Lourenço Marques a 2 de Fevereiro de 1935.

Rui Nogar foi poeta, contista e declamador e possui colaboração dispersa em vários jornais e revistas como O Brado Africano, Caliban, África, Tempo, Notícias, entre muitos outros, quer nacionais, quer internacionais. Foi o primeiro Secretário-geral da Associação dos Escritores Moçambicanos e possui um único livro de poemas publicado em vida (1982), intitulado Silêncio Escancarado. Morreu em Lisboa em 1994, vítima de malária.

Da última ceia

Faltou Jesus nessa noite agoirenta

Embora as iguarias e demais apóstolos Sem os trinta dinheiros e o beijo fatal ninguém se atreveu a tocar no pão

Não se podia alimentar a lenda sem as pupilas incandescentes do tal judas o traidor

Judas bode expiatório da sacrossanta impunidade Judas pólo de irrevogável inclemência do ideário cristãlizado

Judas será Judas Quer ele queira quer não e a essência das coisas dogmatizadas deve aspergir sobre o medo inteiro dos que aprenderam a soletrar assim

Rui Nogar, o 1º a contar da direita!

E há depois também as conveniências dos que pintam dos que vendem dos que sobretudo compram últimas ceias pelo mundo fora

Ah judas traiu mais uma vez eis o que sobra na mesa posta não haverá ceia por esta noite e Cristo apesar de Cristo e milagreiro passará fome como um simples mortal

Como um desses milhões de famintos que dão de comer a quem não tem fome

E assim chagados ámen para todos os pacientes

Servir a EPM-CELP

No âmbito das funções que estão cometidas à Oficina Didáctica do CRE, no mês de Novembro foram concretizados os seguintes produtos gráficos: concepção, tratamento digital de imagem, edição e impressão do Jornal Pátio das Laranjeiras n.º 39, concepção e impressão de 3 cartazes, edição e impressão da publicação n.º 8 da Colecção Escola de Sol, cujo título é “Mundo & Vida”, com poemas das alunas Eliana, Nádia e Natacha, concepção gráfica, impressão e acabamento de outros produtos gráficos (convites, capas, faixas para exposições, certificados, entre outro).

No que se refere ao Sector de Fotografia e Vídeo, foram efectuados mais de 1400 registos fotográficos, correspondentes a 13 eventos realizados na Escola.

JS

A nossa gente!

Gerson Sérgio Saifodine Borges nasceu em Inhambane a 11 de Julho de 1983. Iniciou a escola primária na Escola 3 de Fevereiro, em Maputo, tendo concluído este ciclo de estudos na Austrália, onde viveu durante 3 anos com a sua família. Fez o ensino secundário na Escola Secundária da Polana, na Escola Josina Machel e no Colégio Kitabu.

Frequentou o primeiro ano da Universidade do curso de Informática na UEM, tendo transitado para o ISCTEM onde actualmente frequenta o 4º ano do curso de Engenharia Informática.

Leccionou a cadeira de Sistemas Operativos nesse estabelecimento de ensino, no início do ano corrente.

Actualmente, trabalha na área de administração de redes e assistência técnica no Centro de Recursos da EPM-CELP.

Psicologia com os mais pequenos Olimpíadas de Português

Muitas foram as actividades do SPO ao longo deste período! Desde a formação destinada a Professores, a atendimentos individuais a alunos, intervenções em turmas e atendimentos a grupos com actividades psicopedagógicas, diversas foram as acções desenvolvidas.

Gostava de dar realce aos alunos com apoio psicopedagógico no seu processo de aprendizagem. Com eles é suficientemente clarificada a razão que os leva a estarem juntos a trabalhar com a Psicóloga e diversas são as suas curiosidades: Porque estamos juntos? Porquê com este grupo e não com outro? Nós vamos ficar “bons”? Se não se soubesse que temos estas dificuldades, e se não houvesse ninguém para nos ajudar, será que iríamos melhorar? …? Nas actividades normalmente desenvolvidas com o intuito de melhorar o seu desempenho, é importante marcar o entusiasmo com que estes alunos participam neste espaço, o empenho que demonstram em vencer as suas dificuldades e a força de vontade que os motiva a tornarem-se melhores. E mais! Há que realçar o espírito de inter-ajuda que se desenvolve dentro do grupo, porque todos sabem o que significa a dificuldade e como é gratificante conseguir vencê-la!!! Assim, cada vitória individual representa uma vitória para o grupo! Parabéns aos grandes alunos!!! AM

Na semana de 13 a 17 do mês de Novembro teve início a 1ª eliminatória do concurso Olimpíadas de Português, que decorrerá em três fases e que terá por objectivo motivar os alunos para o domínio do funcionamento da língua, ou seja, para o uso correcto das regras gramaticais.

As duas primeiras eliminatórias decorrerão em contexto de sala de aula e nelas poderão participar todos os alunos interessados desde o 3º ano até ao 12º ano de escolaridade.

Em cada eliminatória serão seleccionadas as três melhores provas de cada nível: 1º ciclo (3º e 4º anos de escolaridade), 2º e 3º ciclos e ensino secundário.

Em caso de empate, entrarão em conta factores como a caligrafia, a apresentação e a correcção linguística, sendo o júri constituído pelos professores que, em cada ciclo, leccionam a disciplina de Português.

Na segunda eliminatória, a realizar na semana de 05 a 09 de Março de 2007, poderão participar todos os alunos, mesmo aqueles que já o tenham feito na primeira, à excepção dos doze seleccionados (três por cada ciclo).

Os nomes dos alunos vencedores serão divulgados e afixados na semana posterior à realização das provas, através de cartazes e no jornal da escola “Pátio das Laranjeiras”.

A grande final realizar-se-á na semana de 07 a 11 de Maio, em local a indicar na altura, e nela participarão os dezoito finalistas relativos aos quatro ciclos.

Para cada nível será atribuído um prémio aos primeiros três classificados, a serem entregues na festa de fim de ano da Escola.

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