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Masterclass 2008

No passado dia 18 de Abril, a Estação Central dos Caminhos de Ferro de Moçambique, em Maputo, foi mais uma vez palco de um concerto – a V Masterclass de Violino em Moçambique. Este evento é promovido pela EPM-CELP e apadrinhado por empresas moçambicanas e portuguesas.

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Este acontecimento assume-se como a face visível de uma filosofia educativa em que a Música surge como um valor a transmitrir aos alunos. Nunca será demais recordar que a EPM-CELP abraçou o projecto-piloto de iniciação musical em violino em Outubro de 2003 baseado no método Suzuki e orientado especialmente para crianças de seis anos de idade. De salientar que, segundo este método, qualquer criança que domine a sua língua materna é capaz de tocar um instrumento musical com um nível técnico elevado. Tal princípio combate o lugar comum de que tocar um instrumento requer competências extraordinárias. Outra característica interessante deste método é a influência dos pais na evolução das aprendizagens dos alunos, uma vez que recebem instruções específicas que ajudam a orientar o estudo das crianças em casa.

Tal como em edições anteriores, este concerto foi o culminar de mais uma Masterclass, isto é, de uma semana de trabalho intenso em que alunos e professores prepararam afincadamente todo o espectáculo com que nos brindaram. Desta feita, contou-se com a preciosa colaboração dos professores: Nelson Ferreira (violoncelo), Tonymingos Fortuna (piano) Gonçalo Ruivo (violino), Luís Santana (violino) e Xuan Du (violino).

Aconteceu música na Estação Central dos Caminhos de Ferro de Moçambique. O concerto iniciou-se com a entusiasta actuação do Coro da EPM-CELP e da Banda de Sopros da EPM. Dado o mote, o concerto seguiu pela mão de professores e alunos. Ouviu-se Mozart, Scott Joplin, Shuman,Vivaldi, J.S.Bach, Paganini, Haydn S.Suzuki, entre outros.

A experiência de ouvir música ao vivo é única. Ouvi-la por quem a carrega na alma é uma sorte. Aos professores e alunos que tornaram possível mais um momento de encantamento musical, e porque aqui o aplauso não se ouve, obrigado por partilharem connosco o vosso trabalho e talento.

Aqui fica o testemunho de uma das intérpretes do concerto.

Se procurarmos no dicionário o significado de “música”, ficaremos a saber tudo, sem perceber coisa alguma: “Música, s.f. arte que ensina a tocar ou a cantar”.

Se perguntarmos a alguém “O que é a música?”, obviamente iremos obter um leque enorme de respostas. Por isso, esperar por uma resposta universal a “O que é a Música?” pode ser tão inútil como esperar que o mesmo sucedesse quando questionássemos “O que é a Filosofia?” - sem exageros.

Para mim, Música é a arte de combinar os sons de forma a serem capazes de alterar o nosso estado de espírito; é transformar cada nota tocada/cantada num verso poético, num movimento.

O maior desafio que nos é entregue quando tocamos ou cantamos é exprimir emoções e, fundamentalmente, transmitir uma ideia.

Cada figura musical de uma partitura escrita há séculos atrás por amantes da música e compositores, serve de estrutura a uma ideia, ideia esta que pode ser transmitida através de arcadas vivas de um violinista ou do canto brincalhão de uma flauta transversal.

Acho que o meu gosto, a minha atracção pela Música é o reflexo do desafio que tocar violino me oferece. É impossível saber o máximo sobre a Música. É uma aprendizagem constante, crescente e desafiadora, porque transmitir ideias sem o apoio dos nossos meios de comunicação habituais (o código oral e escrito, os gestos e as expressões faciais) é, sem dúvida, o maior desafio que, até hoje, me foi proposto. EP/Mónica Amorim 10ºA2

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