A Lembrança do Sabor Um livro de receitas afetivas de pacientes em cuidados paliativos
A Lembrança do Sabor Um livro de receitas afetivas de pacientes em cuidados paliativos
Prefácio
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Cuidados Paliativos | O que é, quando está indicado e a quem pode ajudar?
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A construção do Hospice Erasto Gaertner
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Alimentação em cuidados paliativos
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Cuca de Uva da Família Peterlini
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Chifre de Veado da Elenna
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Churrasco do Elio
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Bolacha de Natal da Iadwiga
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Amendolei & Leicobã do José Heleno
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Sopa Borscht do Ladislau
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Bolo Gelado da Lídia
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Tortilhão de Legumes da Maria Lucia
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Cajuzinho da Marisa
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Bolo de Geladeira do Newton
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Pepino em Conserva do Paulo
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Cuscuz da Solangen
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Assistir um pôr-do-sol bonito sempre pode melhorar o seu dia (mesmo que ele já esteja acabando).
Dra. Manoela Mário Martin
Este não é apenas um livro de receitas 06
É um relato tocante de famílias que, diante da inevitabilidade da vida, escolheram compartilhar seus segredos culinários e, principalmente, as preciosas lembranças que permeiam cada prato. Ao folhear estas páginas, encontramos um testemunho comovente da importância da comida como elo entre gerações, um laço que se estende por ricas histórias de vida e experiências. Aqui trazemos receitas que marcaram a história dos nossos pacientes e com a divulgação autorizada pelos familiares. O nosso principal objetivo é que estas receitas, provenientes de corações resilientes de nossos pacientes e familiares, inspirem não apenas os apreciadores da culinária, mas também todos aqueles que compreendem o poder que a comida tem de transformação na vida das pessoas. Uma conexão que dura a eternidade. Neste livro, você poderá conhecer um pouco mais da abordagem paliativa, quando está indicado e a quem pode ajudar. Você encontrará também a história de um local construído para proporcionar o carinho e afeto aos pacientes em cuidados paliativos de forma compassiva e acessível. O Hospice Erasto Gaertner é uma unidade do Complexo Erasto Gaertner que trabalha com a missão de oferecer atendimento especializado em cuidados paliativos, complementar o tratamento oncológico e impactar positivamente a sociedade. Este livro é uma obra à vida, ao amor e à eternidade das memórias que compartilhamos em torno da mesa.
Em nome de toda equipe, desejamos uma boa leitura!
Marina Lopes - Supervisora Administrativa do Hospice
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Cuidados paliativos O que é, quando está indicado e a quem pode ajudar? Antes de entrarmos nas receitas deste livro é importante entendermos do que falamos quando citamos os Cuidados Paliativos.
O que é? Os Cuidados Paliativos são uma área dentro da medicina e das ciências da saúde que têm como objetivo aliviar o sofrimento, controlar sintomas e agregar conforto ao longo do enfrentamento de uma doença que ameaça a continuidade da vida. Pretendem aliviar os sintomas já existentes (como a dor, a falta de ar, as náuseas e o cansaço) e evitar a ocorrência de novos problemas. Com isso, visam promover a concretização de experiências importantes de realização e crescimento pessoal.
Para quem estão indicados? Estão indicados para os pacientes que enfrentam uma doença grave, em qualquer fase de seu tratamento, desde que existam necessidades não atendidas e sintomas não controlados. Podem complementar os tratamentos que visam modificar o curso de uma doença – como a quimio e a radioterapia – ou vir a ser o foco total do cuidado.
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Uma vez que podem auxiliar os pacientes ao longo de toda trajetória de enfrentamento ao câncer, entende-se que não são reservados apenas às situações de terminalidade ou finitude – apesar de cuidar com especial atenção do fim da vida, buscando atender às principais necessidades inerentes a esse momento tão delicado.
Quem pode se beneficiar? Por entender que sempre que uma pessoa adoece, todos que estão próximos a ela são impactados e sofrem também, os Cuidados Paliativos ampliam sua rede de atenção para todos aqueles que estão envolvidos no cuidado com o paciente – e isso incluirá a escuta e atenção a família, amigos e cuidadores. Quando um paciente é encaminhado para essa especialidade, isso significa que a equipe responsável pelo tratamento oncológico se preocupa não apenas com o melhor tratamento para eliminar ou conter a evolução do câncer ou de outra doença, mas também com a forma como o paciente irá enfrentá-la, resguardando, principalmente, seu bem-estar e daqueles próximos a ele. Durante o acompanhamento com a equipe de Cuidados Paliativos, o paciente e sua rede de apoio irão tratar dos mais diversos assuntos, que vão muito além daqueles relacionados ao fim da vida. Sempre que possível o paciente e todos os envolvidos em seus cuidados irão falar sobre as necessidades existentes e sobre como aquela pessoa gostaria de ser cuidada.
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E na prática, como funciona? Para que as demandas existentes sejam ouvidas e cuidadas de forma integral, é prevista a atuação de diversos profissionais da área da saúde. O acompanhamento é realizado por uma equipe multidisciplinar composta por médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, entre outros. Os atendimentos pela equipe de Cuidados Paliativos do Hospital Erasto Gartner são realizados principalmente no Hospice Erasto Gaertner, uma unidade pertencente ao Complexo Erasto Gaertner, através de uma estrutura completa. Trata-se de uma equipe composta por diversos profissionais treinados para acolher e atender os pacientes e seus familiares ao longo do processo de enfrentamento ao câncer, desde os casos mais simples até os mais complexos. O objetivo do cuidado ofertado na unidade é garantir o alívio do sofrimento em todas as suas dimensões – física, psicológica, social e espiritual, levando em consideração os desejos e valores da pessoa adoecida.
Dra. Manoela Mário Martin - Médica Paliativista no Hospice 11
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A construção do Hospice Erasto Gaertner Este livro contém as receitas que marcaram a história de vida dos pacientes atendidos no Hospice Erasto Gaertner. Como lido anteriormente, essa unidade é especializada no acolhimento de pacientes com doenças graves potencialmente letais ou com sofrimento e que necessitam de um cuidado especializado e individual, onde conseguimos aliviar sintomas e proporcionar significado a vida e dignidade no final da vida. Esse sonho, foi construído durante anos e por vários profissionais e membros da sociedade. O GISTO (Grupo Interdisciplinar de Suporte Terapêutico Oncológico) foi criado em 1994 com a árdua missão de desospitalizar os pacientes em finitude do Hospital. Com a compaixão de voluntárias da Rede Feminina, Dirce Prandel e a Celinha, permitiram que o Grupo pudesse acompanhar os doentes em domicílio, com um cuidado interdisciplinar. A desospitalização que mencionamos aqui é um processo que envolve a continuação do cuidado médico em ambiente domiciliar, ou uma outra estrutura diferente daquela que envolve as paredes brancas de um hospital.
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Por isso, o objetivo principal do GISTO era dar significado a vida. O grupo trabalha proporcionando dignidade aos pacientes em fim de vida e que buscava oferecer mais uma oportunidade de criar memórias e vínculos com suas famílias. Para isso, esses pacientes eram acompanhados
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por uma equipe composta por médicos, enfermeiros, nutricionistas, assistente sociais voluntários da Rede Feminina de Combate ao Câncer e Capelania, que dedicaram tempo e cuidado ao indivíduo e aos seus familiares, aliviando o sofrimento social, espiritual, psicológico e físico.
No decorrer desses 29 anos de existência do GISTO, percebemos cada vez mais a importância dos cuidados paliativos na qualidade de vida das pessoas acometidas pelo câncer. Melhorando a resposta ao tratamento e aumentando o tempo de vida. Outro fator social tem dificultado a atenção do doente em domicilio: falta de cuidadores, temor de assumir a responsabilidade e custos a serem arcados. As famílias cada vez menores, e alguns com estigma da morte em domicilio ocorrer no domicilio em que seguiriam suas vidas. A morte, já não é um evento natural para a sociedade. Isso levou ao aumento de internações e mortes intrahospitalares. Em muitos casos com a perda da serenidade e acolhimento que este momento único e individual exige. Conhecendo este cenário e a necessidade de instruir cuidadores e familiares e empoderá-los a cuidar em domicilio, mas estando em um local para acolher em momentos mais difíceis, viu-se a oportunidade de construir um espaço no Complexo Erasto Gaertner que veio através da proposta realizada pela Superintendência do Hospital de construir um Hospice.
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A sua estrutura foi baseada no Plano Diretor do Hospital, visando beneficiar os pacientes oncológicos tratados no Sistema Único de Saúde (SUS). Com o Hospice, seria possível centralizar o serviço de cuidados paliativos nesta unidade avançada, que conta com ambulatório e internamento. Este, então, se torna também um lugar de cuidado em fim de vida. O local de construção do Hospice foi uma doação, que aconteceu em 1989 pela senhora Lourdes Canet, esposa do ex-governador, Jayme Canet Júnior. Naquele terreno, funcionava a Casa de Apoio Lourdes Canet (CALC), que atuou até 2010. Este espaço foi uma casa de apoio para os pacientes que vinham de outras cidades para receber tratamento no hospital. Depois de um tempo, essa casa de apoio foi transformada em uma sede administrativa, mas manteve a estrutura hospitalar, o que facilitou a reforma do espaço. Foi somente em 2019, com uma parceria com a Volkswagen, que o espaço se tornou a nova unidade, o Hospice Erasto Gaertner e inaugurado em 24 de janeiro de 2020. A construção e a ideia do Hospice teve alguns desafios durante a sua história. Houve a preocupação da estigmatização por parte dos profissionais e pacientes, de que a unidade seria somente destinada aos momentos finais. O que faz a vida valer a pena de ser vivida? Uma pergunta que muitas vezes não há uma resposta diante de uma doença grave, onde a perda rápida da funcionalidade e os sinais da morte se manifestam no semblante do paciente. Fazer viver com bem-estar enquanto há vida e trazer dignidade sem acelerar ou prolongar o processo de morrer, ficaram como metas de uma equipe interdisciplinar.
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Como forma de mudar essa perspectiva, foi construído o planejamento estratégico junto as lideranças da equipe multiprofissional, definindo a missão e os valores da unidade. Hoje o Hospice continua a realizar um trabalho de excelência aos nossos pacientes, graças ao apoio da sociedade civil organizada, das nossas equipes e da Rede Feminina de Combate ao Câncer, que através de seu grupo de anjos de rosa e azul, tiveram um papel importante na construção da unidade. Este livro é um sinônimo do trabalho que o Hospice realiza. É uma forma de eternizar as receitas afetivas, que possuem um significado importante para diversas pessoas através da alimentação. Este livro é o legado dessas pessoas deixado para a eternidade. Simboliza os laços de amor e de amizade, e as alegrias que permeiam momentos de nossas vidas, enquanto há vida.
“O nosso Hospice é um local onde uma equipe multidisciplinar, especialista em Cuidados Paliativos, promove um atendimento integrado e individualizado durante todas as fases do tratamento, em um ambiente acolhedor e propício para os pacientes e familiares” -Equipe Hospice
Clarice Nana Yamanouchi - Diretora Técnica e Médica Paliativista do Hospice
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Alimentação em cuidados paliativos Nutrir, alimentar, confortar, acariciar, presentear... Estes são alguns dos vários significados que o alimento possui para o ser humano. Sempre conectado com a vida e a força, a comida, seja ela qual for, remete ao cuidado e afeto, especialmente quando preparada por mãos dotadas de um carinho único e especial. Falamos especial, pois há receitas e preparações que somente aquela pessoa sabe fazer. Aquela que só parece que fica saborosa, quando temperadas ou amassadas por mãos que conhecem os detalhes e segredos daquela preparação. É inegável, que cada um de nós, lembra do cheirinho da comida da mãe; do bolo e do pão quentinho que acabou de sair do forno, em uma tarde na casa da vovó; do churrasco preparado pelo pai em um dia quente com a família reunida; dos biscoitinhos amanteigados preparados na casa da tia com os primos na chácara; e daquela sopinha tão gostosa e quentinha, que muitas vezes nos esperava em casa, quando chegávamos cansados depois de um dia exaustivo de trabalho.
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O alimento possui diversas funções e significados, em diferentes momentos da nossa vida, de acordo com a cultura, os hábitos e as origens de cada pessoa. Além disso, quando alguém se encontra enfermo, logo nos vem o ímpeto de que devemos “alimentar para fortalecer”. Essa é a ideia de “comer bem e ficar forte para ter saúde”. A depender da enfermidade e de sua evolução, o alimento apresenta um significado diferente, o que podemos visualizar com mais intensidade nos pacientes em Cuidados Paliativos. O alívio dos sintomas é a premissa principal dos Cuidados Paliativos, e assim como os cuidados são individualizados, as necessidades nutricionais também são, dependendo do estágio em que a doença se encontra. A nutrição no paciente tem diversas funções como controlar e aliviar os sintomas, auxiliar no funcionamento intestinal, contribuir para um processo de cicatrização, aumentar a oferta de energia, evitar a perda de massa muscular, entre outros, mas principalmente, promover o conforto. Devido a evolução da doença oncológica, o organismo acaba produzindo substâncias que alteram o apetite, paladar e promovem saciedade, fazendo com que o paciente reduza o consumo alimentar. É a partir deste momento, que o alimento tem um novo significado. Nutrir um corpo e fornecer nutrientes a um paciente próximo à finitude é substituído por alimentar a alma e o coração, seja daquele que prepara quanto daquele que recebe o alimento. Saborear receitas de família, que trazem com elas histórias, significados, remete a lembranças e momentos de alegria, carinho, confraternização, acessam sentimentos que estão guardados na memória, e constroem novas lembranças.
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Os ingredientes singulares como o toque de amor e carinho, a pitada das lembranças alegres e momentos de encontro que permeiam a comida, fortalecem e acalentam o coração. Promover o conforto através da alimentação, ressignificar o alimento e as diferentes formas em que ele se apresenta, é essencial na alimentação do paciente em Cuidados Paliativos. Divulgar alguns relatos de amor, não só pelo que a comida proporciona, mas também pelas pessoas que nos honraram em compartilhar suas receitas e momentos tão especiais, é o objetivo deste livro construído repleto de amor e carinho, para que estas lembranças nos acompanhem e permaneçam em nossa memória. Agradecemos imensamente a cada paciente e familiar que nos deu o privilégio de compartilhar um pouquinho de suas vidas e suas histórias.
UM FORTE ABRAÇO,
Aline Bucalão & Patricia Blasco Silva Nutricionistas Clínicas do Hospice Erasto Gaertner
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23/01/2023
Cuca de Uva da Família Peterlini Darcy Peterlini “Bolo que virou Cuca! Essa receita tem mais de 70 anos... em uma casa em que a matriarca Terezinha trabalhou ainda adolescente, encontrou o livro de receitas da patroa e gostou da receita, pois era “fácil” e com poucos ingredientes. Assim que se casou, o esposo Darcy queria comer uma “cuca”. Como não tinha em casa, resolveu fazer o bolo da receita e “criou” a farofa, dando vida a cuca que há mais de 50 anos faz parte da família! As primeiras eram com banana e algum tempo depois foi trocado pelas uvas....” Angela Peterlini Filha do Darcy
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Ingredientes da Massa
Ingredientes da Farofa
3 ovos
1 xícara de farinha de trigo
2 xícaras de farinha de trigo
5 colheres de sopa de açúcar
2 xícaras de açúcar
½ colher de sopa de margarina
½ xícara de margarina
Óleo para dar o ponto
½ xícara de leite 1 colher de sopa de fermento em pó
Modo de Preparo Preparo da massa: bater as claras em neve, colocar as gemas e o açúcar, e bater bem até obter um creme claro. Juntar os demais ingredientes do bolo e bater aproximadamente 3 a 5 minutos. Colocar em forma untada. Preparo da farofa: em uma tigela colocar os ingredientes da farofa, mexer com a ponta dos dedos até formar uma farofa. Depois despeje a farofa sobre o bolo. Caso queira, pode ser colocado uva tipo “vitória” ou banana, em cima da farofa. Levar para assar, em forno pré aquecido por 10 minutos a 180 Cº, por aproximadamente 35 a 40 minutos, ou até a farofa estar dourada.
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01/ 06/2023
Chifre de Veado da Elenna Elenna Mendes Stadler “Amiga ensinou minha mãe e fez para o aniversário há 30 anos, para a família. Tudo de bom. Ela gosta de fazer e juntar a família, os netos, sobrinhos, bisnetos.” Cleonice Stadler Filha da Elenna
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Ingredientes 6 colheres de sopa de açúcar
Farinha de trigo até dar o ponto
2 colheres de sopa de margarina
Açúcar de baunilha a gosto
2 colheres de chá de fermento em pó
Noz moscada ralada a gosto
4 ovos
Canela em pó para finalizar as bolinhas
Modo de Preparo Misturar o açúcar, margarina, ovos e o fermento, o açúcar de baunilha, noz moscada ralada e mexer bem. Adicionar a farinha de trigo aos poucos, até obter uma massa lisa que não grude nos dedos. Fazer bolinhas com a massa e reservar.
Em uma tigela, faça um mistura de açúcar e canela e reserve. Em uma panela grande, coloque óleo e deixe esquentar. O óleo precisa estar bem quente para fritar as bolinhas. Depois de fritas, passe as bolinhas na mistura de açúcar e canela. Atenção: o óleo quente, borbulha quando colocar as bolinhas para fritar, então cuidado na hora de fritar.
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2021
Churrasco do Elio Elio João da Silva “Ao menos 1 final de semana no mês, nós fazíamos um churrasco em casa com a família e amigos, para celebrar bons momentos. O Renan, sempre tocava músicas ao vivo no violão e na viola, pois o Élio ama música. Poder reviver esse momento no Hospice, foi algo muito emocionante para todos, pois pensamos que nunca iríamos poder reviver algo que tanto gostávamos. Esse dia trouxe ânimo e esperança para o Élio, que até apresentou uma melhora no dia seguinte.” Renan Albach Filha do Elio
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Ingredientes Ingredientes Contra filét Frango Lingüiça
Modo de Preparo Temperar as carnes com sal grosso e assar na brasa da churrasqueira.
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11/12/2022
Bolacha de Natal da Iadwiga Iadwiga Minikovski Gro kopf “Quando se aproximava a época de Dezembro, a mãe já começava a falar sobre comprar o “açúcar colorido”, mas tinha que ser de cor forte. Chegava o momento de fazer as bolachas, o processo de assar não era importante, o importante eram os dias que “pintava” as bolachas e o cheiro do Natal. Minha irmã passava o glacê e a mãe colocava os açúcares coloridos, com muito cuidado, combinando as cores e cuidando para não carregar demais, A mesa ficava cheia delas para secar, mais de 100 bolachas por dia, e ninguém podia tocar para não estragar.
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Só no outro dia é que ela começava a embalar para distribuir, pois a alegria da mãe era levar as bolachas para as pessoas que ela queria presentear. Muitas vezes não sobrava bolacha pintada para a Ceia de Natal, mas não importava. A imagem da nossa mãe pintando as bolachas, ficará para sempre em nossas memórias.” Arlete de Fátima Grosskopf & Maria Aparecida Grosskopf Filhas da Iadwiga
Ingredientes 6 ovos
Essência de baunilha
1 xícara de leite
1 colher (sopa) de fermento em pó
4 xícaras de açúcar
Farinha de trigo até engrossar
1 xícara de banha
Cravo e canela em pó a gosto
50g de sal amoníaco
Clara batida em neve
1 pitada de sal
Açúcar de confeiteiro
Modo de Preparo Juntar todos os ingredientes em uma tigela e amassar até ficar uma massa homogênea. Colocar a massa na mesa untada com farinha, e abrir a massa com um rolo. A espessura deve ser cerca de um dedo, e no formato que desejar. Levar ao forno médio por aproximadamente 20 minutos. A bolacha não deve ficar muito escura. Deixar esfriar e passar o glacê, confeitar com açúcar colorido. Para o Glacê: Misturar a clara batida em neve e o açúcar de confeiteiro até dar o ponto do glacê.
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29/05/2023
Doce Amendolei & Leicobã José Heleno “Em 1965, na cidade de Siqueira Campos, interior do Paraná, começou uma pequena fabricação de doces, juntamente com um amigo. Iniciou com doce de leite, depois o amendolei (amendoim com leite). Há 60 anos meu pai José Heleno, faz esse doce.” Maria Helena Somavilla Filha do José Heleno
“Fábrica de Doces Laurinda. Hoje foi a primeira vez que fiz essa receita (Leicobã), para que a nutricionista e médica do Hospice pudesse experimentar.” José Heleno
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Ingredientes Amendolei
Ingredientes Leicobã
7,5 kg de amendoim granulado
2 litros de leite integral
3 litros de leite
1 kg de batata doce cozida
6,5 kg de açúcar
2 kg de açúcar
2 kg de glicose de milho
1 kg de coco fresco 500g de glicose de milho
Modo de Preparo Amendolei: Misturar o leite e o açúcar, levar para ferver até formar um “puxa”. Colocar em um prato com água fria até dar o ponto. Retirar do fogo e misturar o amendoim. Despejar na mesa de mármore, forrada com papel celofane, esperar esfriar. Quando estiver firme, cortar em pedaços.
Leicobã: Cozinhar a batata doce, amassar e reservar. Levar para ferver o leite, açúcar e coco. Após engrossar, desligar o fogo e adicionar a batata e a glicose de milho. Cozinhar em fogo baixo.
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09/06/2023
Sopa Borscht do Ladislau Ladislau Augustinczyk “Sopa tradicional consumida na Rússia, Polônia e Ucrânia. Foi levada a Europa por imigrantes judeus. Sopa extremamente nutritiva tendo variações, dependendo do país que for preparada.” Rosangela do RR Lima Augustinczyk Esposa do Ladislau
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Ingredientes 4 beterrabas
Tomates e tempero a gosto (alho, cebola)
1 cenoura
400g de nata
½ repolho 300g de carne
Modo de Preparo Fritar o alho e cebola no óleo, acrescentar a carne picada, os tomates e refogar. Depois acrescentar os demais ingredientes. Colocar água até cobrir os ingredientes e deixar ferver por 40 minutos. Após o cozimento, acrescentar a nata.
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2023
Bolo Gelado da Sogra Lídia Rejane de Moraes “Esse bolo tem dois significados para toda a família. Essa receita vem do meu sogro que mora em São Paulo. Há mais de 22 anos atrás, eu estava namorando, e discuti com meu futuro esposo. Meu esposo (namorado na época) comentou que ele adorava essa sobremesa. Como estávamos brigados, eu pedi a receita para meu sogro pensando em preparar e fazer a reconciliação. Eu fiz a receita, e quem se apaixonou pelo bolo foi minha sogra. Desde então, em toda reunião de família minha sogra Lídia pede carinhosamente: ”Tia Cauda, faz
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bolo gelado para mim? “. Uma vez tivemos um desentendimento e fiquei sem falar com minha sogra 3 anos, e nesses anos todos ela falava para meu esposo que ficava sem minha presença, mas não sem o bolo gelado dela. Em um domingo de Dia das Mães, eu fiz para ela levar. Então no início esse bolo tinha o nome do Bolo da Reconciliação, agora carinhosamente batizamos ele como Bolo Gelado da Sogra. Bons momentos passamos com ela e sempre com esse bolo para adoçar um pouco mais nossas vidas!”
Creme Branco
Creme Amarelo
1 lata de creme de leite
1 lata de leite condensado
3 claras em neve
1 litro de leite
6 colheres de açúcar
3 gemas 3 colheres de amido de milho
Ingredientes Massa 4 ovos
1 xícara de leite fervendo
2 xícaras de farinha de trigo
1 colher de fermento em pó
2 xícaras de açúcar
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2023
Modo de Preparo Massa: bater os ingredientes da massa e levar para assar. Depois de assado, deixar esfriar e cortar ao meio para abrir a massa. Creme amarelo: leve os ingredientes ao
fogo,
e
deixe
cozinhar
até
engrossar. Retire do fogo e deixe esfriar. Creme branco: bater as claras em neve, colocar o açúcar e depois o creme de leite. Montagem: Depois do bolo frio, recheie com o creme amarelo e cubra a massa com o creme branco. Leve a geladeira.
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Dedicatória “Minha sogra, que Deus derrame em sua vida bençãos sem medidas, que o espírito Santo caminhe lado a lado, te guiando sempre e deixando seu coração calmo e sereno. Obrigada por tudo. Obrigada por permitir que eu fizesse parte da sua família e dessa história. Que esse bolo adoce ainda mais seus momentos e nos deixe cada vez mais próximas, na certeza de ter escrito momentos especiais nas páginas desse livro da vida!! Amo muito você! Sua e sempre nora (Tia Cauda)”
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05/07/2023
Tortilhão de Legumes da Maria Maria Lúcia Walenia “Esta receita era feita pela Dona Joanina, mãe da Maria Lúcia e, geralmente estava presente em todos os almoços e dia das mães. Minha mãe, Maria Lúcia, costumava fazer esse tortilhão quase toda semana, as vezes ela trocava a cenoura e vagens por brócolis. Sempre foi um sucesso!” Adriana Filha da Maria Lucia
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Ingredientes 3 ovos
2 xícaras de farelo de aveia
1/3 xícara de azeitonas verdes
1 colher de sopa de fermento em pó
3 dentes de alho picados 2 cebolas médias picadas
2 colheres de sopa de requeijão (opcional)
2 cenouras médias cozidas e picadas
1 maço de cheiro verde
2 tomates picados
Orégano a gosto
1 xícara de vagem cozidas e picadas (200g)
1 colher de sopa de páprica doce
1 xícara de farinha de trigo integral
1 xícara de caldo de galinha ou água
1/3 xícara de azeite ou óleo
Modo de Preparo Refogar em um pouco de azeite, a cebola e o alho. Reservar até esfriar. Em uma vasilha acrescentar todos os ingredientes e misturar até incorporar. Transferir para uma assadeira untada e enfarinhada, levar para assar em forno pré aquecido a 180 Cº por 35 minutos. Servir morno.
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2023
Cajuzinho da Mamãe Marisa Graça Siqueira
“A receita foi escolhida porque tem gosto de saudade. É uma receita original e sem leite condensado, é mais saborosa e traz o gosto real do amendoim. Minha mãe aprendeu a receita com minha avó, que aprendeu com a bisavó, “no olho”, como dizemos.” Fernanda Siqueira Reis Filha da Marisa
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Ingredientes 4 xícaras de amendoim descascado, torrado e moído
1 xícara de açúcar 3 claras em neve mal batidas
1 xícara de chocolate
Modo de Preparo Misturar todos os ingredientes, com
as
mãos.
Moldar
no
formato de cajuzinho, passar no açúcar e colocar um amendoim para enfeitar.
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2022
Bolo de Geladeira do Newton Newton Paulo Izumi “Esta receita mamãe ganhou de uma amiga, e sempre fez parte da nossa família. Em todo o Natal e festas especiais, não faltava esse bolo. Neste ano, faz 22 anos que mamãe partiu, apenas eu da família que faço essa receita, todos comem lembrando da mamãe, a senhora Mafalda Marin Izumi, uma italiana que sempre gostou de cozinhar e amava a casa e a mesa cheias.” Denise Izumi dos Santos Filha do Newton
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Ingredientes Pão de Ló 6 ovos
Gotas de baunilha
2 xícaras de açúcar (cristal ou demerara) 3 xícaras de farinha de trigo
Margarina ou óleo para untar a forma
1 colher de fermento em pó
Açúcar de confeiteiro
Ingredientes Manjar
Ingredientes Decoração
1 litro de leite integral 300 gramas de coco fresco
150 gramas de ameixa preta sem caroço
1 ½ xícara de açúcar
Xarope de groselha
4 colheres de amido de milho
Modo de Preparo Pão de Ló: Bater os ovos em batedeira, acrescentar os outros ingredientes e bater novamente. Levar para assar em forno pré aquecido cerca de 20 minutos. Deixar esfriar. Manjar Branco: Levar ao fogo o leite, açúcar, amido de milho e o coco, deixar cozinhar até engrossar. Deixe esfriar. (continuação na próxima página)
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2022
Montagem do Prato: Iniciar a montagem do prato, em um tigela de vidro, que possa desenformar. No fundo colocar as ameixas pretas, regar com um pouco de xarope de groselha, colocar um pouco do manjar branco por cima, e uma camada bem fina de pão de ló. Repetir as camadas colocando novamente as ameixas, manjar branco, pão de ló. Fazer este processo até preencher toda a forma, sendo a última camada de pão de ló. Ao finalizar as camadas, regar com bastante xarope de groselha. Cobrir a forma com um pano de prato limpo, molhado e bem torcido, e em cima do pano, colocar um prato. Levar a geladeira de um dia para o outro. No dia seguinte, desenformar e servir.
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18/06/2021
Pepino em Conserva do Paulo Paulo Blasczyk
“Esta receita veio da Europa junto com os imigrantes descendentes de poloneses, que vieram ao Brasil na década de 1930. Em viagem a Polônia, em 2008, o Sr Paulo nos trouxe fotos durante as refeições na casa de seus familiares, incluindo na salada, a conserva caseira de pepino. Aqui no Brasil a conserva caseira de pepino não falta, está sempre presente na mesa da família polonesa.” Irineu Blasczyk Filho do Paulo
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Ingredientes Repolho
Coentro
Pepino (não utilizar o pepino japonês)
Sal
Cebola pequena
vinagre
Modo de Preparo Ferver o repolho até amolecer e colocar com água em um pote para conserva. Lavar o pepino e cortar no sentido do comprimento (em 4 tiras) e colocar no pote junto com o repolho. Adicionar 3 ou
4 colheres de sopa de vinagre.
Colocar água (morna) até cobrir o pepino. Sal a gosto (preferência pouco sal). Adicionar 1 colher de sopa de coentro, e as cebolas cortadas em tiras. Deixar em conserva de 3 a 4 dias.
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18/06/2021
Cuscuz da Solangen Solangen Fe eira Barbosa “É uma comida do norte da África, que chegou ao Brasil através dos escravos, mas com história desde o império romano. É hoje uma comida tipicamente nordestina, de uma cultura rica e sabor nutricional sem palavras. Para nós nordestinos, é uma iguaria e não pode faltar em nossa mesa, que pode ser apreciado com qualquer acompanhamento. Nordestino que se preza não se pode faltar um cuscuz. Agradeço a oportunidade de compartilhar nossa cultura e nossos costumes, e proporcionar Mainha comer um dos pratos prediletos dela.” Altamir Bernardes Filho da Solangen
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Ingredientes 250ml de massa de cuscuz Flocão 200ml de água Sal a gosto.
Modo de Preparo Em um tigela coloque a massa, água e o sal a gosto para hidratar, até ficar molhada. Deixar descansar por 10 minutos. Coloque água na cuscuzeira, em seguida o ralo vaporizador (peneira) da cuscuzeira. Depois coloque a massa hidratada, tampe e leve para cozinhar por 10 minutos. Pode comer com acompanhamento de sua preferência.
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Agradecimentos Darcy Peterlini
Lídia Rejane de Moraes
Elenna Mendes Stadler
Maria Lucia Walenia
Elio João da Silva
Marisa Graça Siqueira
Iadwiga Minikovski Grosskopf
Newton Paulo Izumi
José Heleno
Paulo Blasczyk
Ladislau Augustinczyk
Solangen Ferreira Barbosa
Créditos Elaboração Marina Lopes Golfetto Aline Cristina Bucalão de Menezes Patricia Blasco Silva
Participação Clarice Nana Yamanouchi Manoela Mario Martim
Revisão Luiz Sérgio Alves Batista II Carla Regina Worliczeck Martins Marketing Institucional do Complexo Erasto Gaertner: Camila Zaleski
Diagramação Matheus Morozz Vitória Garcia
Rua Prof. Luiz Carlos Pereira da Silva 170 Jardim Botânico | Curitiba - PR 82590-300