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Especulações Conceituais de um Edifício Multifuncional: uma solução possível



Especulações Conceituais de um Edifício Multifuncional: uma solução possível

Universidade Federal de Campina Grande Centro de Tecnologia e Recursos Naturais Unidade Acadêmica de Engenharia Civil Curso de Arquitetura e Urbanismo Orientador: Marcelo Barros Orientando: Erick Vinicius Silva da Cunha Agosto de 2017


Introdução


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A forma de morar está em uma constante transformação, isso ocorre, devido a transformação da sociedade, famílias, construções e da forma de encarar a cidade. Durante muitos anos morar no subúrbio, longe dos problemas da cidade, era a melhor opção, no entanto, ela gerou problemas de insegurança, transporte, elevado custos com infraestrutura, etc. Desse modo, esse projeto estuda a implantação de um edifício multifuncional em uma região consolidada da cidade de Campina Grande, centro da cidade, com diferentes tipologias habitacionais.

Edifício Multifuncional: vitalidade, pedestres, infraestrutura, densidade

Os edifícios habitacionais fazem parte da história da cidade, estando

presentes em vários formatos, com momentos de auge e declínio, gerando uma dinâmica favorável a rua pelos pedestres. Essa solução habitacional além de ser favorável à cidade, também supre as necessidades de grupos sociais pouco visados pelo mercado nas últimas décadas, são estas, pessoas que querem morar em áreas bem conectadas pelo serviço público, em regiões consolidadas, com acesso a serviços, comércio, lazer em suas proximidades.

Percentual de solteiros que moram sozinhos no país aumentou em 35%

Como já foi dito, a estrutura familiar está em constante transforma-

ção. Desse modo, qual o perfil atual das famílias brasileiras? Como elas estão habitando? Existe uma tendência de diminuição dos núcleos familiares e um aumento das pessoas morando sozinhas nas ultimas décadas, por diversas razões, a valorização da carreira profissional, a diminuição da taxa de natalidade e mortalidade. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), o percentual de solteiros que moram sozinhos no país aumentou em 35%, correspondendo a 13,4% das residências, e a quantidade de pessoas em uma residência diminuiu de 3,8, para 3,3 pessoas nos últimos


dez anos, ou seja, podemos observar uma grande mudança no perfil atual dos moradores das residências brasileiras. Apesar do que foi observado, a construção civil continua utilizando uma tipologia habitacional para a família nuclear (pai, mãe e filhos), não suprindo as necessidades desses novos grupos, que tem que se adaptar ao mercado.

A cidade de Campina Grande possui uma grande demanda gerada

por esses grupos, o que é aprofundado com sua dinâmica universitária, a qual atualmente possui 13 instituições de ensino superior, o que gera um grande fluxo de pessoas, alunos e professores. Gerando um déficit habitacional na cidade que não está sendo suprido pelo mercado imobiliário.

Desse modo, surgiram alguns questionamentos, onde deveriam es-

tar localizadas estas habitações, somente próximas às universidades e assim contribuir para novos adensamentos em áreas periféricas e não aproveitar áreas que já possuem infraestrutura? Este trabalho repousa o olhar sobre a inserção de novas moradias em vazios urbanos centrais, por entender que Campina Grande possui um núcleo central muito importante e ativo, possuindo uma ótima infraestrutura, várias opções de serviços, comércios e lazer, além de ser bem conectada, todas essas características a faz uma área muito valorizada e com muita vitalidade. No entanto, ela possui alguns vazios urbanos, que provoca subutilização de sua infraestrutura.

Para quem construir? Como construir? Onde construir? Por porquê?


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Centro da cidade


Ocupação

Como já foi citado anteriormente, os empreendimentos multifami-

liares da cidade, geralmente utilizam todo o potencial construtivo permitido pelas normas construtivas. O terreno possui uma área de 4.685 metros quadrados. Seu índice de aproveitamento é de 5.5, ou seja, a área construída pode ser de até 5.5 vezes a área total do terreno, 25.765 metros quadrados, desse modo foram feitos alguns experimentos do volume do edifício com o total potencial construtivo (imagens 1, 2, 3 e 4). Como pode ser observado, todos eles criam uma grande massa edilícia, variando entre dez e trinta pavimentos, que contrasta com o que é encontrado na região, portanto não será utilizado o potencial construtivo total do edifício. No entanto, será utilizado diferentes tipologias, com habitação mínima, para aumentar a densidade do edifício.


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Conceito e Diretrizes

O terreno está localizado entre 3 pontos bastante importantes da

cidade, ao nordeste se encontra a região tombada pelo IPHAEP e pela Prefeitura Municipal, um conjunto edilício em sua maioria composta por edifícios protomodernos, com ocupação colonial e uso comercial no térreo e residencial ou escritório nos andares superiores. Outro ponto importante são os parques localizados ao sudoeste do terreno, o Parque do Povo e o Açude Novo e o terceiro elemento é o Teatro Severino Cabral, portanto o projeto vai ser a transição entre esses três pontos da cidade, se relacionando por meio de caminhos, visuais, formalmente e usos.


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Caminhos – Conexões entre os 3 pontos, criado por um caminho

dentro do edifício, uma área pública.

Visuais – Valorização do Teatro e do Parque, com a criação de visuais

para esses pontos, que atualmente não possuem muitas formas de serem apreciados de fora.

Formalmente – Criação de um edifício que possua uma grande re-

lação com a rua e que possua subdivisões em sua fachada, para que desse modo se relacione com os edifícios tombados, que não possui recuo frontal e lotes com fachadas frontais por volta de sete metros, criando um jogo de cores e texturas.

Usos – O edifício vai ser multiuso, com comércio nos primeiros pavi-

mentos e residências nos superiores, um restaurante com vista para o teatro, além de uma área pública

Unidade mínima e outras tipologias Acesso em diferentes níveis, utilizando a topografia Valorização do pedestre e do espaço público

Habitação Comércio/Escritórios


Estudos Volumétricos e Espaciais

Os estudos espaciais das unidades buscaram o agrupamento das

áreas molhadas, uso do máximo de sua área, multiplicidades de usos e módulos que pudessem ser agrupados para possuir um grande número de tipologias habitacionais.


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A tipologia escolhida possui uma grande variedade de possibilida-

des de agrupamento, podendo ser utilizada com Studio, duplex, apartamento de 2 quartos e algumas outras com a possibilidade com terraços. Seu modulo é de 3,33 x 7,50 que dialoga com o tamanho de vagas de estacionamento, que se encontram no subterrâneo do edifício.


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Os estudos volumétricos se basearam no agrupamento dos módu-

los de forma a privilegiar as vistas para o teatro, posição geográfica, devido ao clima local e não criar um grande impacto no gabarito local, principalmente em relação ao teatro que possui seis andares em nível mais baixo.


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Estudos de aberturas e esquadrias

Foram testados diversos tipos de esquadrias e fachadas, buscando,

preservar a tipologia dos edifícios tombados da região central, que ocupam toda a extensão frontal de seus lotes, geralmente entre cinco e dez metros e possui variação de agrupamento, tipos de esquadrias e texturas. Desse modo, as fachadas foram separadas a cada três módulos na parte inferior e a cada seis módulos na parte superior, utilizando texturas diferentes e movimentos na fachada (também protegendo da insolação).


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Processo

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- Volume é o máximo aceito pela legislação.

- Utilização da tipologia de quadra aberta.

- Desnível do terreno.

- Movimentos feitos no volume para interagir com o ga-

- Possibilidade de acessos em níveis diferentes mostra-

barito do entorno e mesmo assim possuir uma alta den-

dos pelas setas.

sidade construtiva.


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03

- Volume bruto.

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Zoneamento do edifício - Residencial. - Comercial e serviço. - Estacionamento.


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- Rua de pedestres no centro do edifício que conecta os três pontos importantes da região, Região tombada pelo IPHAEP e Prefeitura Municipal, o Teatro Municipal e o Parque do Povo e do Açude Novo. - Terraço que se abre em direção ao Teatro privilegiando sua vista e que poderia ser utilizado por restaurantes e bares.

- O tipo de circulação escolhida foi a 06

linear, pois utiliza menos pontos de circulação vertical. - Para criar a circulação central, o edifício foi dividido em seis partes, cada um com aproximadamente 30 metros na horizontal, desse modo cada circulação central está no ponto de conjunção entre essas duas divisões, desse modo, a circulação nunca estará há mais de 30 metros das unidades. - Para a largura da circulação de 1,2m, foram utilizados a NBR 9077 de Saídas de emergência em edifícios e o código de Obras de Campina Grande


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-Devido ao clima da cidade, e também conexões formais com a região, a fachada foi dividida a cada três módulos, em sua parte inferior elas recebem uma leve inclinação para o leste, de modo a proteger as unidades dos raios solares do poente, quando o sol é mais forte.


- Criação de terraços e praças em todos os pavimentos do edifício, devido ao tamanho reduzido das unidades, para atividades que não podem ser feitas em seu interior, como secar roupa, lazer, encontro dos condôminos, refeição ao ar livre, apreciação do teatro e do parque do Açude Novo, etc.


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- Estrutura em concreto com dois banheiros e acesso a circulação central, que poderia ser utilizada como restaurante ou salão de festas com a visualização do teatro.


IsomĂŠtrica


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Unidades Habitacionais As unidades possuem uma área molhada agrupada e conectada com a circulação externa e o acesso para o apartamento, para assim diminuir o trabalho hidráulico. Seu uso é de menor intensidade, desse modo, possui uma menor necessidade de luz, já a troca do ar e encanamento, é feita por shafts. Na unidade mínima, a segunda parte do apartamento consiste em uma área de multiuso, que pode ser utilizada como dormitório, sala de estar e de jantar, dependendo da organização do mobiliário pelo usuário. O Duplex possui um quarto acima da área molhada, separando-se visualmente do ambiente inferior, mas sem divisões físicas.

Unidade mínima

Duplex

21,95m² - 25,10m²

36,30m² - 39,45m²


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O Apartamento com dois quartos, é mais compartimentado, possui quartos separados por paredes, no entanto, ainda possui uma área comum com sala de estar, jantar e cozinha. Para todos os apartamentos, se foi pensado em áreas de armazenamento, as quais estão acima da área molhada, que possui um pé direito mais baixo, de 2 metros, desse modo o restante, 60 cm, é utilizado para armazenamento, também podem ser encontrados outros armários localizados em diversas áreas da unidade.

Ap. 2 quartos 46,75m² – 49,90m² – 81,5m²



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A

B

B

C

C

A

Planta Baixa do Subsolo

0

3

5

10


A

B

B

C

C

A

Planta Baixa Pavimento Térreo

0

3

5

10


A

B

B

C

C

A

Planta Baixa1° Pavimento

0

3

5

10


A

B

B

C

C

A

Planta Baixa 2° Pavimento

0

3

5

10


A

B

B

C

C

A

Planta Baixa 3° Pavimento

0

3

5

10


A

B

B

C

C

A

Planta Baixa 4° Pavimento

0

3

5

10


A

B

B

C

C

A

Planta Baixa 5° Pavimento

0

3

5

10


A

B

B

C

C

A

Planta Baixa 6° Pavimento

0

3

5

10


A

B

B

C

C

A

Planta Baixa 7° Pavimento

0

3

5

10


A

B

B

C

C

A

Planta Baixa 8° Pavimento

0

3

5

10


A

B

B

C

C

A

Planta Baixa 9° Pavimento

0

3

5

10


A

B

B

C

C

A

Planta Baixa 10° Pavimento

0

3

5

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Corte AA

0

3

5

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Corte BB

0

3

5

10


Corte CC

0

3

5

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Fachada Norte

0

3

5

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Fachada Sul

0

3

5

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Fachada Oeste

0

3

5

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Fachada Leste

0

3

5

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Considerações finais

Esse trabalho foi iniciado com a proposta de se projetar um edifício

multifuncional e para se conseguir esse objetivo, o trabalho buscou conhecimento na própria arquitetura com os estudos correlatos, já com o estudo dos condicionantes locais buscou-se a potencialização da região e do terreno, um projeto que se se comunica com o entorno. O projeto final está embasado nas discussões das transformações das unidades de familiares atuais, e da construção de uma cidade melhor com o adensamento e edifícios multifuncionais, alcançando 347 unidades habitacionais e 66 unidades comerciais em uma área de 14.280 metros quadrados e um terreno de 4.688 metros quadrados. Essas unidades familiares possuem diferentes espacialidades, tamanho e benefícios o que apesar de estar localizado em uma região privilegiada da cidade, atrairia grupos sociais de diferentes níveis sociais e necessidades. O edifício se conecta com a região comercial da cidade e com o Teatro com sua área comercial e de estar, além da vista dos apartamentos e espaços comuns.

Outro elemento importante do trabalho foi à comunicação visual,

com a utilização de diagramas, desde o inicio do trabalho na análise dos projetos de referência, a explicação do projeto e sua construção, tinha como objetivo complementar e exemplificar as discussões textuais, de modo a facilitar a leitura e compreensão.


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Especulações Conceituais de um Edifício Multifuncional uma solução possível


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