1 minute read
Botânico
CIPÓ-CRAVO
por Patrícia Dijigov - @escoladebotanica | Escola de Botânica
Advertisement
O cipó-cravo (Tynanthus fasciculatus) é uma planta nativa e endêmica do Brasil, que ocorre nos domínios fitogeográficos do Cerrado e da Mata Atlântica. Pertence à família botânica Bignoniaceae, que também abrange árvores muito populares como os ipês e jacarandás.
Sua distribuição é restrita, podendo ser encontrado na região Sudeste, nos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, nos tipos de vegetação Cerrado (lato sensu), Floresta Estacional Decidual, Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial).
A espécie é uma liana: seu caule é sarmentoso (lenhoso mas com ramos flexíveis, semelhantes aos da videira) e utiliza outras plantas apenas como suporte. Os órgãos vegetativos, principalmente o caule quando cortado e macerado, apresentam odor intenso, semelhante ao do cravo-da-índia, característica comum a outras espécies do gênero Tynanthus.
Suas folhas são trifolioladas, sendo o folíolo terminal geralmente modificado em gavinha, um órgão preênsil que auxilia a planta a se apoiar e se fixar durante seu crescimento.
A floração acontece entre os meses de outubro e novembro. As flores são pequenas, apresentam coloração branca com o interior amarelo e são visitadas por abelhas de médio porte.
Os frutos são secos, achatados e amadurecem durante a estação seca e início da estação chuvosa, abrigando sementes aladas - de dispersão anemocórica (pelo vento).
O cipó-cravo é conhecido na medicina popular para diversas finalidades, sendo principalmente utilizado como remédio caseiro para combater a má digestão e as dores de estômago, como estimulante e afrodisíaco e em preparações fitoterapêuticas depurativas.
Seu extrato tem propriedades analgésicas. A composição química do cipó-cravo inclui compostos fenólicos, alcalóides, terpenos, taninos e saponinas.
As partes da planta que são utilizadas são o caule, folhas e raízes. O caule é tradicionalmente utilizado em Minas Gerais para dar cor, aroma e sabor às cachaças regionais. Também é empregado na fabricação de licores e de gin.
O cipó cravo é muito estudado nos dias atuais em virtude de seu grande potencial farmacológico e também como produto florestal não-madeireiro, com possibilidade de uso na recomposição de ambientes.
Seu plantio tem sido incentivado em virtude da exploração pelo extrativismo e da falta de preocupação com sustentabilidade, levarem a reduções dramáticas das populações naturais de plantas da flora nativa e consequentemente da biodiversidade.