Programa Eleitoral para Ermesinde Autárquicas 2013 Este mês terá lugar, no dia 29 de Setembro a população portuguesa é chamada às urnas para as Eleições Autárquicas, para eleger para a Câmara Municipal e para a Junta de Freguesia. O Grupo ErmesindeTV não podia deixar passar em branco este período em Ermesinde, e assim sendo fomos conversar com os cinco candidatos à Junta de Freguesia de Ermesinde. Com base nas mesmas questões, conseguimos abordar os diferentes aspectos vividos por esta população, podendose proceder à comparação das respostas de todos os candidatos, e, desta forma, perceber o que melhor se adequa às exigências de cada eleitor. Estivemos, assim, à conversa com: A1
- Artur Pais – Candidato pelo CDS-PP (Centro Democrático e Social - Partido Popular) - Tavares Queijo – Candidato pelo PS (Partido Socialista); - Carla Sousa – Candidata pelo BE (Bloco de Esquerda) - Luís Ramalho – Candidato pelo PSD/PPM (Partido Social Democrata/Partido Popular Monarquico) - Adelino Soares – Candidato pela CDU (Coligação Democrática Unitária) Esperamos, com isto, contribuir para o serviço público que é a informação, trabalhando para uma população mais esclarecida. As entrevistas serão, posteriormente, transmitidas em formato televisivo, acompanhenos no Facebook e fique a par de datas e novidades - https://www. facebook.com/ErmesindeTV .
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Entrevista a Adelino Soares Candidato à Junta de Freguesia de Ermesinde pela Lista da CDU MagazinETV – Quem é o Adelino Soares e como iniciou a sua actividade política? Adelino Soares – Iniciei a minha actividade politica um pouco antes do 25 de Abril, em que já participava em várias iniciativas de contestação ao próprio regime, e depois com maior empenhamento a partir de 25 de Abril, em que me filiei no PCP, em 1974, Agosto, pela mão de um futuro camarada meu, e a partir daí fui desenvolvendo toda uma actividade de trabalho de organização do partido, de propaganda.
O período é crítico, claramente, nós estamos a passar uma situação extremamente grave do ponto de vista politico e social METV – O que motivou a formalização desta candidatura? AS - Passa por decidirmos colectivamente sobre quem tem possibilidade de apresentar uma candidatura à JF, e depois tendo em conta a experiência que tenho em actividade autárquica. Já fui membro do executivo da JF de 1997 a 2001, participei também na Assembleia Municipal, e por outro lado, tenho participado em toda a actividade autárquica, agora com mais experiência, e também numa perspectiva de aproveitar outras capacidades, outras experienciais, e envolver um conjunto de outras pessoas.
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METV – Este é um período crítico que exige essa experiência? AS - O período é crítico, claramente, nós estamos a passar uma situação extremamente grave do ponto de vista politico e social derivado das políticas que têm sido levadas a cabo, que tem originado um empobrecimento das populações, que se vai sentindo também em Ermesinde e no Concelho de Valongo. Faz sentido aproveitar para dinamizar para divulgar para contestar as políticas que estão a ser levadas a cabo, e também para dar voz ao próprio projecto da CDU, que também tem muito a ver com o encontrar soluções para resolver os problemas. METV – Nesse sentido, quais são os projectos que a CDU tem em áreas como a edução? AS - Em relação à educação, isso passa por um âmbito muito mais amplo que tem a ver com o Ministério da Educação e com o Governo, mas cria-nos imensas dificuldades entender esta diminuição do quadro de professores nas escolas, a diminuição do pessoal auxiliar. Durante este período tivemos vários encontros com escolas, conhecemos as dificuldades e nos quadros que nos são apresentados acontece esta imagem, dificuldade de resposta da própria escola às dificuldades do ensino. Não são aceitáveis turmas cada vez
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maiores, que dificultam o tratamento e acompanhamento dos jovens estudantes, que vai dar origem a um despedimento em massa, que se reflecte no quadro de Ermesinde. METV – A nível de transportes e acessos a população queixa-se que nem toda a população é abrangida. AS - Em relação aos transportes temos a ideia que Ermesinde não deixa de estar bem servido em transportes, o problema está muito mais no tecido urbano, na forma como se foi construindo, que foi originado alguns espaços que foram crescendo em termos de construção habitacional, onde o autocarro não consegue chegar lá, como em Sonhos, na Costa, em Sampaio. Há zonas em que mesmo que se queira resolver o problema de transportes tem de se ter em conta os condicionalismos das construções, e hoje são questões que têm necessidade de serem resolvidas, encontrando soluções, que também são possíveis […]. METV – A nível social… AS - Nós vamos acompanhando, particularmente eu porque faço parte da direcção do Centro Social de Ermesinde e, para além das responsabilidades que assumo, vou-me apercebendo de coisas com muito mais facilidade, com muito mais atenção, do que aqui há uns tempos. E vamos sabendo das dificuldades que estão criadas, e é preocupante, não apenas para as instituições, mas também para um conjunto de técnicos e funcionários, porque também vivem os mesmos dramas […]. METV – As instituições, neste momento,
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conseguem dar resposta? AS - Fazem grandes esforços para dar resposta, vão conseguindo dar, não na sua totalidade, mas vão fazendo um grande sacrifício, com uma preocupação no quadro de pessoal, tendo necessidade de aumentar esse quadro, mas não conseguem porque têm as suas próprias restricções de verbas para poder pagar salários. METV – A solução passaria por dar mais meios a essas instituições, ou teria de passar por outro lado? AS - A principal solução passa pela política que se está a atravessar no país, estar-se à espera que é através destas soluções que se vão resolvendo os problemas da sociedade… Podemos circunstancialmente resolver este ou aquele caso, e vai-se fazendo muito mais do que aquilo que é visível, mesmo para nós directores, quando falamos com um técnico. Mas será um erro pensarmos que são as
o Rio Leça teve alguns avanços na sua despoluição pelo anterior executivo da câmara, durante este mandado não foi feito absolutamente nada. instituições que vão resolver estes problemas […]. METV – A insegurança é um problema que afecta as populações na generalidade, em Ermesinde agora ouve-se falar mais em problemas de insegurança. AS - Apesar de tudo, e de alguns pessimismos
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mais preocupantes, nós não podemos importante, para além de se aproveitar no dizer que há problemas de agravamento da quadro do seu trajecto de rio as margens para segurança a níveis preocupantes. Apesar questões ambientais. de tudo a população portuguesa reage às Depois há um conjunto de situações em dificuldades procurando encontrar apoios que se nota que em vez de se criar áreas de em tudo o que lhes é possível encontrar. Estes jardim, espaços de arrelvamento, encontramactos mais marginais vão acontecendo, mas se soluções no cimento, vários cruzamentos deriva também do próprio empobrecimento, que tinham um pequeno jardim que foram quanto maior desemprego houver, maiores tapados com cimento. Mas há outras zonas. dificuldades de financiamento das famílias, Nós estamos preocupados com uma as pessoas viram-se para soluções de vida notícia recente, que independentemente de que não são as mais agradáveis. procurarmos também trabalhar para que seja Nós apelamos constantemente às pessoas possível resolver o problema do Ermesinde para lutarem pelos S.C., mas preocupa-nos seus direitos, não Colocar em cima da mesa um milhão outra coisa, a solução para roubarem […]. de euros para resolver este problema encontrada para o Isto não impede que é que já nos coloca dúvidas, dúvidas terreno, num espaço que se deva manter uma é dum terreno de futebol, que seja uma solução clara, boa certa preocupação pode vir a ser aproveitado relativamente às para o Ermesinde, o facto de ter um para outros fins, não para Estádio que seja seu não significa a construção, associado questões de segurança, e só as forças de que vá melhorar as suas economias, ao campo de jogos dos segurança poderão dar Montes da Costa, está se não houver outro tipo de mais dados sobre isso. um espaço de circuito cuidados de gestão. de manutenção que METV – A CDU é a custou muitos anos de coligação entre o PCP e o Partido Ecologista luta. Por determinados interesses deixou-se os Verdes, a nível de ambiente imagino que de dar atenção ao circuito de manutenção, essa seja uma preocupação para a vossa está praticamente abandonado, funciona candidatura. Que perspectivas de actuação mais como lixeira, e para outros fins mais têm nesse sentido? marginais, que com este negócio que está a AS - Nós consideramos algumas questões ser feito vai ser eliminado. muito preocupantes: o Rio Leça teve alguns Para além disso naquela zona está a avanços na sua despoluição pelo anterior nascente do Rio Tinto, que só mais para a executivo da câmara, durante este mandado frente é que tem o seu problema de poluição, não foi feito absolutamente nada. […] e a perspectiva do negócio é eliminar o Consideramos ser fundamental continuar a lavadouro onde nasce o rio. A ideia que dão fazer da despoluição do rio Leça uma questão é que o lavadouro pode ser deslocado para
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outro lado, mas e a nascente? Isto tem muito a ver com um problema geral de Ermesinde que se relaciona com linhas de água, há muitas construções que apareceram nestas e que levaram a abatimentos, como na Rua da Gandra. METV – Isso leva-nos directamente aos problemas urbanísticos que se conhecem em Ermesinde, que não só passa por aí, mas também pela degradação de muitos edifícios, sendo alguns privados, é o caso do antigo cinema, feira velha, zona do Leça na Travagem… AS - Qualquer espaço deve merecer atenção para ver o que há a aproveitar em Ermesinde. Muitas das vezes o excesso de centralismo mental na actuação da Junta de Freguesia leva a que aconteça um certo medo em descentralizar espaços e iniciativas. O local da feira velha, como o próprio espaço da feira nova, são espaços que podem ser muito bem aproveitados, que merecem arranjos e tratamento, onde pode haver um conjunto de iniciativas. Aqui [Parque Urbano] se considerarmos que é um bom local para realizar iniciativas, não é toda a população de Ermesinde que vem aqui, se considerarmos que uma iniciativa aqui poderá levar no máximo três/quatro mil pessoas, Ermesinde tem à volta de quarenta mil pessoas, nem todas se deslocam para aqui. O caso do cinema de Ermesinde é mais complicado porque envolveu processos de compra e venda, neste momento o espaço pertence a uma entidade social, Ermesinde Cidade Aberta, que também, tendo em conta as necessidades de grande investimento, não
o poderá fazer porque não é facilmente que se arranjam verbas para recuperar. Não se pode dizer que está ao abandono, porque é propriedade de alguém, mas que por dificuldades económicas não se avança com um projecto para um bom aproveitamento do espaço. É mau que aquele espaço esteja identificado como degradado e abandonado, mas não exactamente verdade. METV – Mas haveria soluções que passassem pela ajuda da população? AS - É possível que sim, e há uma parte da população que está a dar o seu contributo para pagar a aquisição do edifício. Mas o problema não está totalmente resolvido, e isto dificulta uma solução à posteriori, estar a apelar a uma entidade para ajudar a resolver este problema poderá passar por outro processo de tratamento, de relacionamento e responsabilização da própria autarquia, mas isso já é algo que tem de ser discutida pela própria associação proprietária do espaço. METV – Assistimos há bem pouco tempo a
Vários mandatos têm tentado acabar com o mercado de Ermesinde. Já apresentamos várias soluções, de embelezamento, de limpeza. Já durante este mandato houve uma tentativa de o eliminar, procurando justificar através do prejuízo que o mercado dá, claramente mentira, o mercado dá lucro à JFE
outro problema, de domínio privado, que Ermesinde, que passou por um concurso tem a ver com o Estádio de Sonhos, que a de propostas de reabilitação do mesmo e da CMV adquiriu por meio de um contrato zona envolvente. de permuta. A CDU teve voz activa nessas AS - Vários mandatos têm tentado negociações? acabar com o mercado de Ermesinde. AS - Este é um problema que foi tratado Já apresentamos várias soluções, de pela CMV, que se relaciona com o problema embelezamento, de limpeza. Já durante este que coloquei anteriormente do complexo mandato houve uma tentativa de o eliminar, dos Montes da Costa. Esta é uma questão procurando justificar através do prejuízo que da responsabilidade da Câmara, onde está o mercado dá, claramente mentira, o mercado representado o PSD e também o PS e que dá lucro à JFE, e muito tarde começaram a assumiram esta solução. Para o Ermesinde criar condições para lavar um pouco a cara é uma solução necessária, o Ermesinde ao espaço, e presentemente o espaço interior necessita ter um espaço para poder praticar está mais salvaguardado. futebol. Colocar em cima da mesa um milhão Provavelmente muitas das coisas de euros para resolver este problema é que foram-se deteriorando na medida em que já nos coloca dúvidas, dúvidas que seja uma economicamente deixou de haver tantos solução clara, boa para o Ermesinde, o facto comerciantes interessados em manter os seus de ter um Estádio que seja seu não significa estabelecimentos dentro do mercado, que deu que vá melhorar as suas economias, se não origem a um certo abandono, hoje o mercado houver outro tipo de cuidados de gestão. está ocupado 50%. Podem-se encontrar, e A solução passa por haver uma relação da devem-se encontrar, soluções de utilização colectividade com a população, não é com o do mercado. Em tempos defendemos que, na Poder porque este numa circunstância pode parte de cima, espaços que estão fechados, lá injectar dinheiro, pode arranjar apoios, podiam servir de apoio a colectivdades, de aproveitamento em tempos de campanhas eleitorais ainda melhor, o que é conhecido é que o cemitério artístico, a grupos que vão aparecendo. mas não vai resolver o nº1 não terá tantas dificuldades Deixar fechar não, problema da ligação do economicamente nunca clube com a população de em recolher mais corpos, mas nós apresentamos já no mandato deu prejuízo à JF. Ermesinde […]. METV – Outras duas questões a serem discutidas é o problema do cemitério, que não dá resposta aos óbitos, e a questão do mercado de
anterior uma perspectiva de se estudar a construção de um Crematório aqui em Ermesinde. É uma questão que pretendeu ser esquecida, a justificação foi muito estabalhoada A36
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METV – Mas justifica-se uma intervenção a nível de reabilitação? AS - Justifica-se sempre, e ela já esteve
prevista, já no executivo em estivemos entre 1997 e 2001, em que nós fizemos várias visitas para se ver exemplos de bom aproveitamento em mercados. Nós consideramos que apesar da dificuldade, beneficia de uma coisa, está no centro da população, ao contrário de outros espaços no Concelho que foram atirados para as fronteiras das respectivas freguesias. O mercado beneficia de estar muito identificado com a população, precisa e merece um melhor tratamento, vamos ver se o tratamento que este executivo deu vai resultar e se vai ter continuidade no seu aproveitamento exterior, porque o seu espaço é bom e há poucos espaços amplos em Ermesinde como aquele. Em relação ao cemitério, o que é conhecido é que o cemitério nº1 não terá tantas dificuldades em recolher mais corpos, mas nós apresentamos já no mandato anterior uma perspectiva de se estudar a construção de um Crematório aqui em Ermesinde. É uma questão que pretendeu ser esquecida, a justificação foi muito estabalhoada, sem justificação. Provavelmente não foi feito nenhum trabalho para se conseguir concretizar, nós pensamos que possa haver aqui a mão de alguém em privado que já estaria a pensar numa solução destas, e como apareceu uma solução na Junta para poder ser a própria autarquia a assumir essa responsabilidade, com tudo aquilo que poderia beneficiar financeiramente, atrapalhou alguém que recuou estrategicamente. Mas vamos no próximo mandato procurar reforçar a necessidade desta solução. METV – Voltando à população, em relação
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à intervenção junto dos mais idosos e dos mais jovens. Há necessidade de se reforçar ou de se fazer uma intervenção diferente junto destas duas franjas da sociedade de Ermesinde? LS - Os mais novos ainda vão ter um longo caminho por percorrer, esperemos é que as soluções de trabalho sejam concretas. Aquilo que estamos a assistir, e que é extremamente preocupante, é que relativamente à juventude a falta de perspectivas de emprego, de formação, uma formação que tenha continuidade no aproveitamento profissional […] o jovem tem de pensar como é que vai fazer tudo aquilo que lhe pedirem. Em relação aos mais velhos a preocupação terá de ser de outro pendor, há uma preocupação enorme com as dezenas de velhos que andam de lado para lado que não têm nada que fazer. Não chega à JF fazer uns passeios uma vez por ano, não chega fazer uns bailes, muitas das vezes para mais aparecer na fotografia, do que dar entretenimento. Mas criar soluções que vá envolvendo as pessoas com mais idade para que se possam sentir com vida para ajudar em muitas coisas, e podem ser envolvidos para dar apoio, dandolhes ocupação ajuda-os a viver melhor […]. METV – Para terminar dou-lhe a palavra… LS - O projecto da CDU tem viabilidade na perspectiva de que a população sinta que se deva alterar este estado de coisas. Não podemos aceitar que uma JF, um mandato de quatro anos passe sem se saber o que se faz. Não basta que o Sr. Presidente, por muito boa vontade, por mais ou menos empenho que possa ter, o Presidente de uma Junta tem de procurar ser um organizador de pessoas,
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de movimentos sociais que permita fazer as coisas melhor. Não é possível entender como é que um executivo de Junta reúna no primeiro ano 26 vezes, no segundo 16, no terceiro 13, e este ano reuniu 5 vezes. Há associações no concelho que reúnem mais vezes que a JF. Quando uma JF não encontra espaço, tempo para reunir, muita coisa vai mal porque parece que não há problemas resolver, e se não há então tem de se inventar. Porque não e aceitável que um Presidente a tempo inteiro, um secretário pago pelo erário publico, um tesoureiro, vogais, que também têm uma palavra a dizer, e não se passe nada. A primeira questão que se coloca é a necessidade em ter um maior empenho do executivo da JF, que seja motivador para levar a que as pessoas possam participar nas
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suas Associações, em todo o tecido social de Ermesinde. Se a Junta não motivar e não procurar estar à frente muita coisa vai mal. Vamos apelar às pessoas para estarem atentos ao programa que vamos apresentar em breve à população de Ermesinde, que estejam atentos não só àquilo que vamos dizer, e ao trabalho que está implícito.
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