Lesões em Atletas de Bodybuilding: Como prevenir e tratar?

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LESÕES EM ATLETAS DE BODYBUILDING Como prevenir e tratar?


O que é lesão? “Qualquer alteração patológica ou traumá5ca de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo.”


CLASSIFICAÇÃO DAS DESORDENS E LESÕES MUSCULARES AGUDAS

Desordem muscular funcional

Tipo 1: relacionada ao esforço excessivo

Lesão muscular estrutural

Tipo 1B: DOMS Tipo 2A: ao longo da fibra

Tipo 2: neuromuscular

Lesão muscular indireta (esEramento)

Tipo 1A: induzida pela fadiga

Tipo 3: Extravasamento muscular parcial Tipo 4: Extravasamento muscular total

Tipo 2B: junção neuromuscular Tipo 3A: pequeno extravasamento muscular Tipo 3B: moderado extravasamento muscular extravasamento muscular completo Avulsão tendínea


LOCALIZAÇÃO E EXTENSÃO DAS LESÕES MUSCULARES Semitendinoso Bíceps femoral

Semimembranoso Hans-Wilhelm Mueller-Wohlfahrt et al. Br J Sports Med.


CLASSIFICAÇÃO DAS DESORDENS E LESÕES Grau II Grau III (moderada) (Grave) Deslocamento de um ou mais ossos para fora da sua Luxação posição normal na arCculação Entorse

Lesões arEculares

Lesões ligamentares

Grau I (leve)

Fratura

Perda da integridade do osso

Grau I (leve)

EsCramento, sem ruptura macroscópica, pouco edema ou sensibilidade, perda mínima funcional e sem instabilidade arCcular.

Ruptura parcial, dor moderada, edema, sensibilidade, (moderada) perda na mobilidade arCcular e instabilidade arCcular. Grau II

Grau III (grave)

Ruptura completa, edema, hemorragia, sensibilidade, perda de função arCcular, mobilidade anormal e instabilidade.


CLASSIFICAÇÃO DAS DESORDENS E LESÕES Lesões ósseas Lesões nervosas

(Centrais ou Periféricas) Seddon HJ, 1975

Fechada: não perfura a pele Exposta: rompe a pele Neuropraxia

lesão leve com perda motora e sensiCva, sem alteração estrutural

Axonotmese

Esmagamento, esCramento; perda de conCnuidade axonal e subsequente degeneração Walleriana.

Neurotmese

Separação completa, desorganização do axônio, fibrose tecidual e interrupção do crescimento axonal.


LESÕES AGUDAS Ocorrem durante a prática! -  Distensões, entorses, luxações, avulsão tendínea e etc. -  Baixa incidência

LESÕES CRÔNICAS •  Síndrome do Impacto (ex.: Manguito Rotador) •  Tendinopatia e Condropatia (ex.: Síndrome da Dor Patelofemoral) •  Fraturas por estresse (ex.: vertebral)


FREQUÊNCIA DE LESÕES DURANTE A CARREIRA


POSSÍVEL IMPACTO DAS LESÕES NA CARREIRA •  Massa muscular, definição, proporção e simetria


POSSÍVEL IMPACTO DAS LESÕES NA CARREIRA •  Massa muscular, definição, proporção e simetria


POSSÍVEL IMPACTO DAS LESÕES NA CARREIRA •  Performance no palco


POSSÍVEL IMPACTO DAS LESÕES NA CARREIRA •  Jovens promessas e talentos


DANO MUSCULAR IRREVERSÍVEL EM BODYDUILDER DEVIDO A INJEÇÕES INTRAMUSCULAR DE ÓLEO A LONGO PRAZO


Estudo de caso: 40 anos, semiprofissional com inchaço, dor, vermelhidão, hipertermia durante 2 meses. 2 mL em 20 locais


Calcificações e lesões necróEcas irreparáveis


LESÕES IRREVERSÍVEIS


DICA DE LEITURA


REGIÃO ANATÔMICA DA DOR


DISTRIBUIÇÃO DA DOR DURANTE OS EXERCÍCIOS


FATORES DE RISCO PARA LESÕES •  Erros de técnica •  Sobrecarga excessiva •  CaracterísCcas individuais anatômicas •  Baixa qualidade de hormônios sintéCcos •  Pouco acompanhamento profissional


MEMBRO INFERIOR


COXA Músculos Anteriores


COXA Músculos Posteriores


ANATOMIA MUSCULAR DA PERNA


ARTICULAÇÕES E LIGAMENTOS DO JOELHO



MÚSCULOS

Movimentos da ArEculação do Joelho FLEXÃO: bíceps femoral; semitendinoso; semimembranoso; sartório; grácil; gastrocnêmico (auxilia); poplíteo (auxilia); plantar delgado (auxilia). EXTENSÃO: quadríceps (reto femoral, vasto lateral, vasto medial, vasto intermédio); tensor da fáscia lata (auxilia); glúteo máximo (auxilia, trato IlioCbial). ROTAÇÃO INTERNA: semitendinoso; semimembranoso; sartório; grácil; poplíteo. ROTAÇÃO EXTERNA: bíceps femoral; tensor da fáscia lata (auxilia); fibras laterais de glúteo máximo (auxilia).


Leg Press

O VILÃO DA MUSCULAÇÃO?


Gastrocnêmico

Abdômen

Assistência na flexão plantar

Estabilização do tronco

Quadríceps

Coluna Vertebral Extensão do joelho Isometria Quadril Extensão Joelho Extensão Tornozelo Eretores da Coluna Glúteo máximo Flexão plantar Extensão do quadril Estabilização do tronco

Sóleo

Flexão plantar

IsquioEbiais

Assistência na extensão de quadril e estabilização da dbia


PRINCIPAIS ERROS TÉCNICOS: LEG PRESS 1.  ReCrar a coluna lombar do banco de apoio 2.  Joelhos para dentro (geno valgo) 3.  Extensão excessiva na fase final do movimento 4.  ReCrada do calcanhar da plataforma


POSSÍVEIS DOENÇAS RELACIONADAS •  Síndrome da dor Femoropatelar –  Condromalácia

•  Dor lombar •  Artrite e Artrose •  Microfratura óssea por estresse


RETIRAR A COLUNA LOMBAR DO APOIO


RETIRAR A COLUNA LOMBAR DO APOIO Reduzir ADM durante o movimento. Faixa elásCca (propriocepção). Flexibilidade de Glúteo máximo e/ou IsquioCbiais. Fortalecer Eretores da coluna e/ou Quadrado lombar.


FLEXIBILIDADE Definição: amplitude de movimento disponível ao redor de uma articulação ou de uma série de articulações.


COMO AVALIAR A FLEXIBILIDADE? Medidas angulares: Mensurada por aparelhos que calculam em graus a amplitude de uma arCculação (gôniometro e flexímetro). Medidas lineares: Cálculo da distância do ponto do corpo até o local mais distante deste (ex.: banco de Wells). Medidas adimensionais: subjeCvo; quem determina o resultado é o avaliador.


TESTES PARA AVALIAR A FLEXIBILIDADE 1 - Sentar-e-alcançar - "Seat and Reach Test (Johson e Nelson, 1979) Fonte: A práCca da Avaliação Física - 1999, p. 131

2 - Extensão de tronco e pescoço - "Trunk-andreck Extension Test Fonte: A práCca da Avaliação Física - 1999, p. 132

3 - Afastamento Lateral dos membros inferiores - " Side Split Tese (Johson e Nelson,1979) Fonte: A práCca da Avaliação Física - 1999, p. 133 4 - Teste de Schoberlike - avaliar coluna cervical Teste de Schober - avalia a coluna torácica e lombossacro Teste de Oy - avalia a coluna torácica e lombossacro Fonte: Avaliação Médica e Física - 2000, p. 167

5 - Teste de tocar os dedos para Flexibilidade do Manguito Rotador Fonte: O manual do Personal Trainer - 1999, p. 171 6 - Teste de Sentar e Alcançar (Adaptado - sem banco) Fonte: Programa de Condicionamento Físico da ACSM - 1999, p. 3


TESTES PARA AVALIAR A FLEXIBILIDADE 7 - Teste de sentar e alcançar - Wells & Dillon – 1952 Fonte: Avaliação Física - José Fernandes Filho - 1997, p. 58

8 - Teste de Amplitude de Movimento das Costas Passivo Fonte: Manual do Instrutor de Condicionamento Físico para a Saúde - 2000, p.222

9 - Teste de Amplitude de Movimento das Costas AEvo Fonte: Manual do Instrutor de Condicionamento Físico para a Saúde - 2000, p.222

10 - Testes Combinados de Flexão do Tronco e da ArEculação do Quadril de Calliet Fonte: Manual do Instrutor de Condicionamento Físico para a Saúde - 2000, p.222

11 - Teste de Sentar e Alcançar de Hopkins e Hoeger Fonte: Manual do Instrutor de Condicionamento Físico para a Saúde - 2000, p.222

12 - Teste de Sentar e Alcançar Modificado Fonte: Manual do Instrutor de Condicionamento Físico para a Saúde - 2000, p.222


TESTE DE FLEXIBILIDADE: BANCO DE WELLS MEDIDA ADM da parte posterior do tronco e pernas


MEDIDA ADM da parte posterior do tronco e pernas

Forte correlação para avaliar extensibilidade de IsquioCbiais, mas fraca para extensibilidade da Lombar


TREINO DE FLEXIBILIDADE ObjeCvo: Ganho de ADM por meio da alteração da extensibilidade das unidades musculotendinosas.


TÉCNICAS DE ALONGAMENTO – Alongamento balístico – Alongamento estático (ativo ou passivo) – Facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP): •  Sustenta-relaxa •  Sustenta-relaxa com inversão lenta •  Contrai-relaxa


ALONGAMENTO BALÍSTICO Contrações repeCCvas do músculo agonista são uClizadas para produzir alongamentos rápidos do músculo antagonista.


ALONGAMENTO ESTÁTICO Músculo é colocado na posição de alongamento máximo e manEdo por período de 15-30s com 3-5 séries. ACSM guidelines


FACILITAÇÃO NEUROMUSCULAR PROPRIOCEPTIVA Sustenta – Relaxa 1.  Passivamente alongar o músculo a ser alongado (limite de dor). 2.  Contração isométrica do músculo a ser alongado, contra resistência (5 a 10’’). 3.  Participante relaxa a musculatura e em seguida alongamento novamente do músculo (limite de dor) por 30’’. 4.  Realizar de 3-6 ciclos/sessão.


OPÇÕES DE ALONGAMENTOS ISQUIOTIBIAIS (Bíceps femoral, Semitendinoso, Semimembranoso) Origem: pp. tuberosidade isquiáCca Inserção: €bia (côndilo medial e lateral, tuberosidade medial) e •bula Ações: extensão do quadril, flexão e rotação medial do joelho.


OPÇÕES DE ALONGAMENTOS

Glúteos (máximo, médio e mínimo) Origem: Ilíaco (ílio, ísquio e púbis) Inserção: Trocânter maior Ações: extensão, rot. lateral do quadril, abdução e rot. medial da coxa.


OPÇÕES DE ALONGAMENTOS

Glúteos (máximo, médio e mínimo)



OPÇÕES DE EXERCÍCIOS PARA ATIVAR GLÚTEOS (máximo, médio e mínimo)


POSICIONAMENTO PARA DENTRO (GENO VALGO) DOS JOELHOS

Conduta: exercícios correCvos, fortalecimento de glúteo máximo e/ou rotadores externos do quadril.


EXTENSÃO EXCESSIVA NA FASE FINAL DO MOVIMENTO ArCculação: Cpo dobradiça a€pica (pequena rotação com fibrocarClagem que aumenta a super•cie arCcular e a torna mais côncava).

Conduta: Limitar a amplitude de movimento.



CARACTERÍSTICA DO ESTUDO -  Idade 29 anos; sem histórico de lesões no joelho. -  Experiência com treinamento de força (10 anos). -  Intensidade normalizada (12 RM), aprox. 70-75% de 1RM. Plataforma

P é

P é

P ê

0° neutro 30° abdução Pé

P é

28 cm Distância EIAS próximo 57,2 cm distante

P ê

P é



•  Não houve diferença significaCva nos músculos durante a fase de flexão entre os exercícios (agachamento, leg press alto ou baixo) e posicionamentos (próximo ou distante). •  Fase de extensão apresenta aCvidade maior para quadríceps,


FORÇA DE COMPRESSÃO TIBIOFEMORAL FORÇA DE COMPRESSÃO PATELOFEMORAL - - Posicionamento próximo dos pés: Posicionamento próximo dos pés: FORÇA DE TENSÃO NO LCP - -  Flexão: pequena (leg press e agachamento) Flexão e extensão: maior no leg press (até 20%) do - Posicionamento próximo e distante dos pés: -  Extensão: maior no agachamento (35%) do que no leg que no agachamento. -  Flexão e extensão: maior no agachamento (até 131%) press em pequenos ângulos (<30°). -  Posicionamento distante dos pés: do que no leg press. -  Posicionamento distante dos pés: Flexão e extensão: maior no agachamento (até 30%) - - -  Leg press próximo gera tensão menor do que o Flexão e extensão: maior no agachamento. do que no leg press. posicionamento distante (ângulo arCcular 0-50°). APLICAÇÃO PRÁTICA: É um importante fator de estabilidade APLICAÇÃO PRÁTICA: progressão do treinamento


RESULTADOS ADICIONAIS -  Não houve diferenças significaCvas no ângulo (0° ou 30°) do pé. -  ACvidade dos IsquioCbiais foram maiores no leg press baixo comparado ao alto. -  Não houve diferenças na aCvidade do quadríceps entre leg press alto ou baixo para o posicionamento próximo ou distante.


Mínima força de tensão foi produzida durante a realização do LP e agachamento.

Motivo?

Co-ativação da musculatura (quadríceps, isquiotibiais e gastrocnêmio) aumenta a estabilização ântero-posterior do joelho.


ESTUDO DE CASO Sr. Carlos Eduardo, 37 anos, sedentário, 9 meses de reconstrução ligamentar (LCA) direito (tendão patelar) lhe procura pois deseja fazer musculação. •  Ele te pergunta: –  Eu posso fazer Leg press? Agachamento? Cadeira Extensora? –  Qual destes exercícios é potencialmente mais lesivo ao meu joelho operado? –  Quais serão as medidas de precaução e adaptação aos exercícios?


ObjeCvo: minimizar a sobrecarga no LCA na cadeira extensora. Ajuste: realizar em ângulos grandes (50-100°) e com o apoio inferior mais próximo ao joelho possível.

Journal of orthopaedic & sports physical therapy. volume 42, number 3, march 2012.


“Rapid decelera5on ac5vi5es, such as one-leg landing from a jump, or running and cuBng movements, have been shown to generate very high ACL loading and are oIen implicated in ACL injuries.”

salto com aterrissagem em uma perna 1.300N: força de tensão no LCA

2.000N: força de tensão PROGRESSÃO E ATENÇÃO AOS EXERCÍCIOS máxima no LCA saudável e COM GRANDE DESACELERAÇÃO reconstruído Salto com aterrissagem em duas pernas 250N de força de tensão no LCA


AGACHAMENTO Agachamento uni ou bilateral resulta em mínima força de tensão sobre o LCA. –  CoaCvação de quadríceps, isquioCbiais e gastrocnêmio: é estabilização ântero-posterior do joelho Maior inclinação de tronco é  aCvidade de IsquioCbiais ê força de tensão no LCA


LIGAMENTO CRUZADO POSTERIOR Pico de força de tensão: 50-100° (90°) de flexão de joelho. UClizar pequenos ângulos (0-50°) de flexão de joelho para minimizar o estresse sobre o LCP. Dica: progressão semi – 90° e completo


“...Existe um conceito difundido entre profissionais de educação •sica, fisioterapeutas e ortopedistas de que o joelho não deve ser demasiadamente anteriorizado em relação à ponta do pé na direção ântero-posterior durante qualquer Cpo de agachamento de modo a diminuir a carga mecânica sobre o joelho...”

Mito ou verdade? Revista Brasileira de Fisioterapia. São Carlos, v. 11, n. 2, p. 121-125, mar./abr. 2007.


-  Indivíduos saudáveis, 25 anos -  Experiência no agachamento Joelho ultrapassando a linha verEcal (U) Joelho não ultrapassando a linha verEcal que passa pelos dedos do pé (NU)


Aumento de 49 ± 34% na Força Patelofemoral

CONDROMALÁCIA E OSTEOARTRITE Revista Brasileira de Fisioterapia. São Carlos, v. 11, n. 2, p. 121-125, mar./abr. 2007


Os joelhos ultrapassando os dedos dos pés excessivamente durante o agachamento pode aumentar a força de tensão sobre o LCA. DICA: não ultrapassar mais do que 8-10 cm. Escamilla et al. Cruciate ligament loading during common knee rehabilitaCon exercises. Journal of Engineering in Medicine 2012 226: 670.


PROPOSTA: EXERCÍCIOS DE CORREÇÃO 1.  Flexibilidade muscular e fáscia •  Cintura escapular, coluna lombar, quadril, joelho e tornozelo


TESTE DE FLEXIBILIDADE: APLEY’S SCRATCH TEST


PROPOSTA: EXERCÍCIOS DE CORREÇÃO 2.  Mobilidade arCcular

•  Coluna lombar, quadril, joelho e tornozelo


PROPOSTA: EXERCÍCIOS DE CORREÇÃO 3.  Agachado na posição final livre (estáCco) •  Colocar anilha posterior

4.  5.  6.  7.  8.

Agachado na parede (estáCco) Agachamento com apoio (fase descendente) Agachamento livre com faixa elásCca (dinâmico) Agachamento na parede (dinâmico) Agachamento com a barra (dinâmico)


Dica: ensine o aluno/cliente/paciente a olhar no espelho o movimento. Traรงar linhas paralelas imaginรกrias entre o tronco


A técnica no agachamento de indivíduos com lesão no LCA é mesma de indivíduos sem lesão?


Redução da AST (10%-15%). Redução do pico de torque > 49 meses após a cirurgia. CARACTERÍSTICAS DO ESTUDO •  27 anos, 30 semanas pós-operatório (ligamento patelar; sem lesão em outros ligamentos ou meniscos; ADM completa e sem dor; ausência de edema ou dor arCcular) •  Agachamento livre com barra posterior •  3 séries de 10 repeCções; carga 35% peso corporal, 3 min intervalo entre séries •  •


Ângulo articular das articulações do tornozelo, joelho e quadril igual entre o membro intacto e o lesionado. •

Exceto para a dorsiflexão de tornozelo (>7,3% no membro intacto).

•  Força de reação do solo igual entre o membro lesionado e o intacto (dados não apresentados).


25% maior o pico de forรงa dos extensores do joelho no membro intacto.


Indivíduos lesionados com predomínio da ação dos extensores do quadril durante o agachamento.

46,5 % maior

HKR > 1: predomínio da ação dos extensores do quadril. HKR < 1: predomínio da ação dos extensores do joelho.


CONCLUSÕES •  Ângulos arCculares do movimento (dorsiflexão de tornozelo + flexão de joelho + flexão de quadril) similares entre os membros. •  Forças de reação do solo igual entre os membros. •  Pico de força dos extensores do joelho 25% menor no membro lesionado. •  Predomínio da ação dos extensores do quadril durante o agachamento (46,5%) em indivíduos lesionados.


Qual musculatura está aEva no AGACHAMENTO? É possível aumentar a aEvidade dos glúteos durante o agachamento? •  Livre parcial •  Livre completo •  Smith (guiado)


Agachamento paralelo

Agachamento parcial

Agachamento completo

Texto

Mas qual a aplicação práCca desta estratégia?

Caterisano et al. Journal of Strength and Conditioning Research, 2002, 16(3), 428–432


PROVAVELMENTE PARA INDIVÍDUOS - Síndrome da Dor Femoropatelar - Síndrome do Trato Iliotibial - Lesão do Ligamento Cruzado Anterior - Instabilidade Crônica do Tornozelo

Fundamentais para a estabilidade estática e dinâmica da articulação (quadril e joelho)



SÍNDROME DA DOR FEMOROPATELAR


SÍNDROME DA DOR FEMOROPATELAR Lesão muito comum no joelho (25%) JOELHO DE CORREDOR

Causa?

Origens múlEplas.

Hipótese aceita: estresse excessivo na arCculação femoropatelar com subsequente lesão na carClagem arCcular.


ETIOLOGIA DA SDFP

•  •  •  •  •  •  •  •  •  •  •  •

Desalinhamento patelar (importante fator) Aumento do “ângulo Q” Patela alta ou baixa Rotação lateral da €bia Anteversão femoral Pronação subtalar excessiva Valgismo ou varismo em joelhos Encurtamento do reCnáculo lateral Retração dos músculos isquioCbiais e do trato ilioCbial Má incongruência entre a patela e o sulco troclear femoral Desequilíbrio de forças e contração muscular entre VM e VL Fraqueza dos músculos abdutores e rotadores do quadril


É possível aumentar a aEvidade do VASTO MEDIAL durante o exercício?

Como fazer isso?


ISOLAÇÃO DO MÚSCULO VASTO MEDIAL OBLÍQUO DURANTE EXERCÍCIO


- Saudáveis, 25 anos, não-atletas e sem histórico de lesões. - Testes de força no isocinéCco e eletromiografia do vasto medial, vasto lateral e vasto intermédio. CONCLUSÕES

•  •

Não foi observada maior aCvidade do vasto medial em nenhum dos 9 exercícios. Dica: isometria em 15° de extensão de joelhos com quadril em posição neutra para oCmizar a aCvidade do quadríceps, especialmente o vasto lateral.


REVISÃO SISTEMÁTICA

“é uma revisão planejada para responder uma pergunta específica e que uCliza métodos explícitos e sistemáCcos para idenCficar, selecionar e avaliar criCcamente os estudos, e para coletar e analisar os dados destes estudos incluídos na revisão.”


387 parEcipantes (87 com SDFP) -  Homens e mulheres (média de idade 25 anos) •  Adução ou abdução do quadril •  Rotação interna ou externa do quadril •  Rotação interna ou externa da dbia •  Flexão plantar ou dorso flexão do tornozelo •  Pronação ou supinação do pé

ALTERAR A POSIÇÃO DAS ARTICULAÇÕES OU COCONTRAÇÃO NÃO AUMENTA A ATIVIDADE DO VASTO MEDIAL


Indivíduos com SDFP unilateral apresentam menor espessura muscular do quadríceps (vasto lateral, vasto medial/oblíquo, reto femoral e intermédio) no membro afetado comparado ao contralateral. A ATROFIA MUSCULAR NÃO É ESPECÍFICA AO VMO! Giles LS, Webster KE, McClelland JA, Cook J. Atrophy of the Quadriceps Is Not Isolated to the Vastus Medialis Oblique in Individuals With Patellofemoral Pain. J Orthop Sports Phys Ther. 2015 Aug;45(8):613-9.


IndivĂ­duos com SĂ­ndrome da Dor Femoropatelar podem realizar leg press e/ou agachamento?


ParCcipantes com SDFP (dor sentado, subir escadas, agachar, correr, saltar e início da dor sem trauma agudo) Intervenção: •  Adução de quadril no leg press (LPHA group) •  Somente leg press (LP group) •  Sem exercício (control group). ü  Treinamento (leg press 45°): 3x/semana, durante 8 semanas •


Adução de quadril no Leg press 45° com faixa elásCca Ultrassom (área e volume)


COMPARAÇÃO ENTRE PRÉ E PÓS INTERVENÇÃO Dor, função e morfologia do VMO

8 semanas de treinamento no leg press 45° promove hipertrofia do VMO, redução da dor e melhora da função em indivíduos com SDFP.

AMPLITUDE COMPLETA DO MOVIMENTO NO LEG PRESS


MEMBROS SUPERIORES


MUSCULAÇÃO gera desequilíbrio na musculatura do ombro?


COMPLEXO ARTICULAR DO OMBRO •  •  •  •  •  •

3 ossos principais •  Escápula, Clavícula e Úmero 4 arCculações •  AC, EC, GU, ET Músculos e Tendões •  Supra e infraespinhoso, subescapular, bíceps (cabeça longa e curta), redondo menor e maior e deltóide Vasos sanguíneos •  A. supraescapular, a. circunflexa posterior do úmero e escápula, ramos da a. subclávia Nervos •  Plexo braquial (ramos anteriores dos 4 nervos espinhais cervicais inferiores (C5,C6,C7,C8) e do primeiro torácico (T1)) Bursas •  Subacromial, subdeltoide, subescapular e subcoracoide


Movimentos Anatômicos

Músculos Atuantes Primários

Músculos Atuantes Assistentes

Flexão

Deltóide anterior Peitoral menor (clavícula)

Bíceps braquial (cabeça curta) Coracobraquial Subescapular

Extensão

Grande dorsal Redondo maior

Tríceps braquial Deltóide posterior

Abdução

Deltóide medial Supra-espinhoso

Peitoral maior Deltóide anterior Bíceps braquial

Adução

Peitoral maior Grande dorsal Redondo maior

Bíceps braquial Tríceps braquial Coracobraquial Subescapular

Adução horizontal

Deltóide anterior Peitoral maior Coracobraquial

Bíceps braquial


Movimentos Anatômicos

Músculos Atuantes Primários

Músculos Atuantes Assistentes

Abdução horizontal

Deltóide médio Deltóide posterior Infra-espinhoso Redondo menor

Supra-espinhoso Grande dorsal Redondo maior

Rotação interna

Subescapular Redondo maior

Deltóide anterior Peitoral menor Bíceps braquial

Rotação externa

Infra-espinhoso Redondo menor

Deltóide posterior

Elevação da escápula

Trapézio Elevador da escápula Rombóide

Depressão da escápula

Trapézio menor Peitoral menor

Grande dorsal


Movimentos Anatômicos

Músculos Atuantes Primários

Músculos Atuantes Assistentes

Elevação da escápula

Trapézio Elevador da escápula Rombóide

Depressão da escápula

Trapézio menor Peitoral menor

Grande dorsal

ABD e rotação para cima da escápula

SerráCl anterior Trapézio

Elevador da escápula

ABD e rotação para baixo da escápula

Rombóide Peitoral menor


LESÕES NO OMBRO ASSOCIADAS AO TF

•  22-36% DAS LESÕES NO TF –  Estresse arCcular + POSIÇÃO DE RISCO ARTICULAR. –  Ênfase em grandes grupos e negligência dos pequenos músculos (estabilizadores). •  TIPOS DE LESÕES –  MusculoesqueléCca (manguito rotador, bíceps e peitoral maior) –  ArCcular (acrômio-clavicular; ombro do levantador de peso) –  Instabilidade e luxações (glenoumeral) –  Nervosa periférica (rara, incidência < 8%)

Haupt HA. Upper Extremity Injuries Associated with Strength Training. CSM. v. 20, n. 3, July 2001. Kolber et al. Shoulder Injuries Ayributed to Resistance Training: A Brief Review. JSCR. v. 24, n. 6, June 2010.


PRINCIPAIS FATORES DE RISCO –  Desequilíbrio na força muscular (trapézio, rotadores externos vs. internos) –  Treino focado em grandes grupos musculares –  Instabilidade anterior do ombro –  ADM reduzida (rotação interna) –  ADM aumentada (rotação externa) –  Técnica e posicionamento inadequado dos ombros durante os exercícios Haupt HA. Upper Extremity Injuries Associated with Strength Training. CSM. v. 20, n. 3, July 2001.


POSIÇÃO DE RISCO ARTICULAR “at-risk posi5on” 90° abdução Rotação externa máxima

Haupt HA. Upper Extremity Injuries Associated with Strength Training. CSM. v. 20, n. 3, July 2001.


CaracterísEcas da musculatura e da arEculação do ombro em uma população recreacional de treinamento de força 90 parEcipantes homens (19-47 anos) -  60 praEcantes de TF, 3x/semana, 8 anos de experiência. -  75% realizavam no mínimo 3 exercícios para MS: supino (reto e inclinado), crucifixo (supino ou inclinado), desenvolvimento de ombros (halteres ou barra) e puxador frente.

30 indivíduos não-treinados = GRUPO CONTROLE Testes de força: dinamômetro / Testes de ADM: goniômetro


Resultados esperado, por que? Deltóide, trapézio superior, grande dorsal e peitoral maior são grupos musculares muito treinados na academia! Agora, RE e trapézio inferior (média e p=0,03) não foram!

Como treiná-los?


PRINCIPAIS RESULTADOS: RAZÃO

•  •  •  •  •  •

rotadores externo/rotadores interno RWT: força muscular dos RE foi 61% da força dos RI Controle: força muscular dos RE foi 76% da força dos RI rotadores externo/abdutores RWT: força muscular dos RE foi 46% da força dos ABD Controle: força muscular dos RE foi 57% da força dos ABD trapézio inferior/trapézio superior RWT: força muscular do TI foi 12% da força do TS Controle: força muscular do TI foi 18% da força do TS


-  Valores normaCvos para RI a população adulta é de 70°. RWT apresentou média de 60°. -  Valores normaCvos de RE na população adulta é de 90°. RWT apresentou média de 104°. Hipomobilidade para rotação interna e Hipermobilidade para rotação externa!


Mas estes resultados não avaliam a existência de lesão!

SÍNDROME DO IMPACTO DO OMBRO?


Journal of Strength & CondiEoning Research: April 2014 – v. 28 - Issue 4.

CaracterísEcas de Síndrome do Impacto do Ombro em uma população recreacional de TF 77 parEcipantes homens (19-56 anos) -  46 praEcantes de TF, 3x/semana, 8 anos de experiência. -  75% realizavam no mínimo 3 exercícios para MS: supino (reto e inclinado), crucifixo (supino ou inclinado), desenvolvimento de ombros (halteres ou barra) e puxador frente. 31 indivíduos não-treinados e sem lesões = GRUPO CONTROLE Testes: Sinal do arco doloroso do ombro / Hawkins-Kennedy Test


TESTE HAWKINS-KENNEDY O teste é considerado como posiCvo se o paciente senCr dor com a rotação interna. Frequentemente combinado: Sinal de arco doloroso e teste do infraespinhoso. Eleva a probabilidade de estar perante uma síndrome de Síndrome do Impacto do Ombro.



CONCLUSÕES -  -  -

Homens e mulheres que parCcipam de TF estão predispostos a prejuízo força muscular e mobilidade da arCculação do ombro. Desequilíbrio entre RI:RE e redução da mobilidade do ombro são fatores de risco para lesões desta arCculação. Estas adaptações ao TF devem ser levadas em consideração ao prescrever exercícios. -  Adicionar os músculos rotadores externo (manguito rotador) e trapézio inferior na prescrição do treinamento.

Quais exercícios devo ajustar no programa de treinamento? E quais devo incluir?


DICA IMPORTANTE: EVITE ULTRAPASSAR 90° DE ABDUÇÃO DE OMBROS REMADA ALTA

ELEVAÇÃO LATERAL

Obs.: paciente/cliente com histórico de lesão ou dor no ombro, limite em 80° a abdução de ombros nos treinos mais intensos.


PUXADOR COSTAS ATRÁS DA NUCA

FRONTAL

Observações •  Braços em 30° em relação ao plano escapular. •  Inclinação de tronco: 10° a 15° para trás. •  barra até altura entre o queixo e o ponto meso-esternal.


DESENVOLVIMENTO DE OMBROS ATRÁS DA NUCA

FRONTAL

Observações •  Braços em 10-20° em relação ao plano escapular. •  Ajuste do banco a 100-110°.


AGACHAMENTO ATRÁS DA NUCA

FRONTAL

Observações •  Braços em 10-20° em relação ao plano escapular. •  Ajuste do banco a 100-110°.


VARIAÇÃO ANATÔMICA DO ACRÔMIO

Tipo 1: “normal” por ser mais achatado e liso. Tipo 2: mais curvado com uma espécie de ponta para baixo. Tipo 3: forma de gancho. Pode obstruir a passagem do tendão do supraespinhoso (ex.: elevação de 60°).


“Um dia você vai acordar e não haverá mais tempo para fazer as coisas que você sempre quis. Faça-as agora.” Paulo Coelho

gbp.ucb@gmail.com

Guilherme Borges Pereira

guilhermebp__


LESÕES EM ATLETAS DE BODYBUILDING Como prevenir e tratar?


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