Tec. Auxiliar de
Tec. Auxiliar de
Prótese
Saúde
Tec. Eletrónica Automação e Computadores
Manuel Rodriguez Suárez
Pontes para o mundo de trabalho… Disciplina: Português Edição 24: Janeiro - Maio Revista Realizada por: 3º TAP 3ºTAS 2ºTAS 2ºTAP
Ano Letivo: 2021/2022 Professora: Isabel Maciel
Desenho: David Marakhovskyy
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Pedidos de um Filho aos seus Pais "1. Não me dê tudo o que lhe peço. Às vezes os meus pedidos querem apenas ser um teste, para ver quanto posso pedir. 2. Não grites comigo. Eu respeito-te menos, quando o fazes. E ensinas-me a gritar também, e eu não queria isso. 3. Não me dê ordens constantemente. Se em vez de mandar, algumas vezes extremasses os teus desejos sob forma de pedidos, eu o faria mais rapidamente e com mais gosto. 4. Cumpre as promessas que fazes, boas ou más. Se me prometes um prémio, deves concedêlo assim como um castigo. 5. Não mudes de opinião a cada momento sobre o que devo fazer. Pensa antes mantendo a decisão. 6. Não me compares a ninguém, especialmente com os meus irmãos. Se me colocas acima deles, alguém vai sofrer. Se me colocas abaixo, eu é que sofro. 7. Deixa que eu faça, acertando ou errando. Se fazes tudo por mim, serei um eterno dependente. 8. Nunca pregues uma mentira, nem me peças que eu o faça. Isso criará em mim um mal-estar e me fará perder a confiança em tudo o que afirmas. 9. Quando te enganas em alguma coisa, admite-o francamente. Isso não te diminuirá aos meus olhos, pelo contrário te fará crescer e eu aprenderei a assumir os meus erros. 10. Quando te dás conta de um problema meu, não digas que é um disparate, que o tempo corrige ou que não tens tempo. Eu preciso ser compreendido e ajudado. 11. Trata-me com a mesma amizade e a mesma cordialidade com que tratas os teus amigos. Pelo facto de pertencermos à mesma família, não significa que não possamos ser amigos também. 12. Nunca me ordenes fazer uma coisa quando tu mesmo não o fazes. Eu aprendi a fazer sempre apenas aquilo que tu fazes e não aquilo que tu dizes." (Autor desconhecido)
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O respeito é uma virtude Somos ensinados a tratar os nossos filhos com rigor e severidade, porém, poucos são ensinados que o respeito é uma virtude que se aprende na prática. Eu só posso ensinar aquilo que pratico, e o outro só pode aprender quando observa as minhas atitudes e opiniões, e não somente, aquilo que eu o mando fazer. Se os meus filhos não me ouvem, estarei eu a fazer algo que os prejudique? É claro que nenhum pai, e nenhuma mãe tem a intenção de guiar os filhos por um caminho incorreto e desvirtuado. Ouvir é uma arte, mas, primordial é passar a mensagem de forma serena e persuasiva. A educação é uma virtude celebrada pelos pais que reconhecem em seus filhos seus próprios ensinamentos. Mas, o que importa realmente é que a mensagem da educação e do respeito, chegue aos filhos!
2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Laura Ronsani
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O nosso reflexo Pais e filhos! Existe um dever individual para cada um dos lados. O dever dos pais é criar os filhos. O dever dos filhos é aprender com os pais. O ser humano erra, o ser humano é assertivo, no entanto, o ciclo é igual para todos. Um filho pode errar mais, pois é novo no mundo, e está na fase de errar para aprender. Os pais por vezes tomam decisões, e sem se aperceberem podem estar errados, transmitindo desta forma, a decisão errada para os filhos. Os filhos são na verdade grandes observadores, absorvendo muito daquilo que visualizam. Ser justo com os filhos, é a chave para um bom relacionamento. Ser humilde e admitir os erros, é a base para qualquer relacionamento. Saber a hora de ser rígido, sem precisar de se colocar acima do filho, é crucial. Somos todos o reflexo de alguém, e alguém será o reflexo das nossas atitudes. Sejamos melhores!
3ºAno Técnico Auxiliar Protésico Hugo Nascimento
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A paciência é a chave… Esperança é o sentimento de esperar. Quem espera algo, tem algo para vir. Enquanto houver esperança, há de continuar a esperar-se. A paciência é a chave para a esperança.
Sem
paciência
apressamos os acontecimentos, sejam eles bons ou ruins. Muitos acreditam que a esperança é apenas um sentimento de ilusão. Muitos acreditam que a esperança é o que torna as ilusões reais. Isso depende do rumo que a vida de cada um toma. A verdade é que a esperança é visualizada de forma diferenciada por cada indivíduo. Há aqueles que esperam no mesmo lugar, há aqueles que esperam cada vez mais perto do objetivo. Alguns têm a esperança física, outros têm a esperança mental. Há quem diga que a esperança torna as pessoas preguiçosas, e há aqueles que acham que a esperança nos fortalece. Não existe o certo ou errado, é apenas uma questão de perspetiva, é uma questão de sobrevivência. Aqueles que desistem da vida perderam a esperança, mas, isso não quer dizer que tenham sido fracos! Talvez tenham esperado demasiado, e nada aconteceu.! A esperança ganha, mas a esperança também perde. A esperança dá, mas a esperança também tira.
3ºAno Técnico Auxiliar Protésico Hugo Nascimento
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Uma faca com dois gumes… ‘’A esperança é a última que morre.’’ É aquela que permanece em nós honestamente, por tempo demais, nem mesmo a morte a destrona. Os gregos diziam
que quando
Zeus enganou
Pandora, a esperança foi a única que restou. A única dádiva presente em todo e qualquer humano, não a podemos negar. Podemos lutar e relutar, mas ela sempre estará presente.
Esperança é uma faca de dois gumes, machuca e salva. Esperança em demasia, causa uma deceção abismal. Esperança em escassez, não nos permite progredir. Junto com a curiosidade, é um dos motores para o avanço da humanidade, sem elas, nenhuma descoberta seria possível, sequer seria considerada.
A esperança se ramifica, esperamos o bem, e esperamos o mal. Às vezes, apenas esperamos, temos esperanças de dias melhores, esperança que tudo pode piorar. Este último, causa desespero. Esperança é um sentimento inato, impregnado em nossas almas, porém, essencial. Precisamos dela para sobreviver, para levantar todo dia pela manhã, e fazer aquilo que esperam de nós. Afinal, a sociedade é movida nesta correlação de esperanças, do maior dos níveis, ao menor dos cenários.
3ºAno Técnico Auxiliar Protésico
Bruno Lopes
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"A espera é uma tecedura, a gente cria presenças com materiais de ausência." *Mia Couto (Na Berma de Nenhuma Estrada) *
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A nostalgia Tecemos memórias, e as nossas lembranças preenchem o vazio causado pela saudade, só assim suportamos estar distante. O contacto é mais que bem-vindo, é essencial, e quando este não é possível, automaticamente, o substituímos pelo esquecimento através de recordações. Só atingimos o estado de recordar, quando vivemos verdadeiramente um momento. Lembre-se que não precisa de fotos para falar ‘’vivi’’! Aproveite a ocasião, assim, aquele sentimento de nostalgia, será muito mais prazeroso.
3ºAno Técnico Auxiliar Protésico
Bruno Lopes
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Simplesmente aprendi Depois de ter esperado muito, num dia como outro qualquer, decidi avançar. Tomei a decisão de não esperar que as oportunidades chegassem, e, eu mesma fui procurá-las. Decidi ver cada problema como uma oportunidade de encontrar uma simples solução. Decidi ver cada dia como uma nova oportunidade para ser feliz. Naquele dia, descobri que o meu único rival não eram as minhas inseguranças, e que enfrentá-las, era exclusivamente a única e a melhor forma de as conseguir ultrapassar. Deixei de me importar com quem ganha ou quem perde. Aprendi que o melhor triunfo é eu poder chamar alguém de “amigo”. Acabei por descobrir que o amor é mais que um simples estado de namorar, “o amor é um estado espiritual da vida”. Naquele dia, deixei de lado todas as minhas preocupações, todas as minhas inseguranças, saí de um buraco escuro, e comecei a ver a luz ao fundo do túnel. Aprendi que se não tiver a minha própria luz, ninguém a terá por mim. Naquele dia, decidi avançar para o passo seguinte… Naquele dia, aprendi que os sonhos existem sim, e existem para se tornarem realidade. E, a partir daquele dia, já não durmo para descansar… apenas durmo para conseguir continuar a sonhar…
3ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Lara Ferreira
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Espera Essa vida global onde há vida na esfera Onde há o bem e o mal, desistência e reza Divergência total entre o céu e a terra Justiça e moral, cidade e favela
Nesses tempos espero o melhor e o pior Mantenho-me ativo, sigo pleno e só A espera é virtude do ser paciente Quem espera e se move a terra atende
Quem espera parado é contra e não pró Da solução, e o problema é a causa do nó Agarrada à atitude, um nó resistente Que o ao desatar, tudo sobe, e uma luz se acende.
3ºAno Técnico Auxiliar Protésico Hugo Nascimento
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Somos prioridade A ausência é cruel, magoa, faz-nos criar cenários irreais e distantes. É difícil aceitar que alguma coisa sempre vai faltar, que o preenchimento de um vazio é algo absolutamente temporário. Contentamo-nos com o aparente e irreal sentimento momentâneo de satisfação por sanarmos uma espera. Damo-nos conta de que a ausência é uma presença que nos ensina, é uma virtude. Doutrina-nos a sermos pacientes, e a sabermos reconhecer que aqueles vazios que nos preenchem, são meros sentimentos que vem de vez em quando, para nos mostrar que devemos aprender a viver sem exigir demais.
Sem criar expectativas com lembranças,
sentimentos e pessoas que já não se fazem mais presentes em nossa vida. É compreensível que alguém pense que seguir em frente é para os fortes, no entanto, é inaceitável que uma pessoa não se coloque como prioridade em sua própria vida, e não reconheça aquilo que faz mal a si mesma.
2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Laura Ronsani
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Vivo na espera! Todo o mundo sobrevive pela busca, ou pela espera. Talvez seja justo dizer que vivemos todos com a noção da falta de algo, ou de alguém. É a falta que nos move, mas é a presença que nos sustenta. Odeio admitir que o segredo da paz é o equilíbrio, quando tudo o que eu procuro são excessos. Considero-me carente de presenças, mas absurdamente rica em esperas. E é na falta que eu vivo, e é na falta que eu me sustento, por isso, eu caio e tropeço, colecionando cicatrizes.
3ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Carla Gonçalves
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Deixa o tempo ensinar-te… Entre uma espera e outra, há sempre uma alegria que se concretiza. Deixa o tempo ensinar-te que as gorjetas se fortalecem, que os ventos te levam, e que a vida te molda como queres. Não tentes entender; tenta viver. Magoar uma pessoa com a tua ignorância é fácil. Difícil é quando sentes a falta dela, e ela já não está mais ao teu lado. Tem cuidado para não perderes aqueles que realmente gostam de ti, pensa antes de falares, pois, o que destrói uma vida muitas vezes não é a morte, mas sim as palavras. Os sonhos são fios que tecem a nossa realidade, guiando-nos através deles, criamos o nosso destino. Quando sabemos quem somos, não temos de nos preocupar com o que as pessoas pensam de nós. As mulheres possuem a capacidade mais importante para a perpetuação da nossa espécie, dando à luz, e alimentado um ser. Somos sagradas! Não acredites que as outras mulheres são inimigas, somos fortes para nós mesmas, mas juntas, somos muito mais poderosas. Não podemos viver pelas imposições dos padrões de beleza, somos únicas, e é isso que nos torna autênticas.
3ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Natércia de Jesus
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Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto-27-01-1945 Eu morri com mais cem, milhares... Eu morri quando ainda era criança Queimada pela lareira E agora estou no vento... Em Auschwitz havia neve Fumaça, choro, gritos, fogo No frio do inverno E agora estou no vento Em Auschwitz tantas pessoas Mas um só grande silêncio É estranho ainda não consigo Sorrir aqui no vento. Eu pergunto como pode um homem Matar um irmão No entanto, fomos milhões... Em pó aqui no vento Ainda ouço o trovão, o canhão Ainda não está feliz De sangue a fera humana E ainda nos traz o vento Eu pergunto quando será Que o homem aprenderá A viver sem matar? Então o vento vai-se pousar... (Autoria desconhecida) (Aqueles que não se lembram do passado estão condenados a repeti-lo)
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Pensamentos sorrateiros… Os pensamentos matam e ressuscitam pessoas, dão forças e dão fraquezas, fazem acreditar em ilusões, e fazem nos ver a verdade. O ser humano tem a tendência de pensar muito, e sentir pouco, sendo que isso estagna a nossa espécie. Nós precisamos de pessoas humildes e sentimentais. Não precisamos de pessoas robóticas, mecanizadas, que apenas digam aquilo que os outros querem ouvir. Precisamos de pessoas empáticas que entendam os nossos sentimentos, mas, sobretudo que nos amem por aquilo que verdadeiramente somos. Nenhum ser humano é de ferro, e nenhum ser humano suporta tudo. Permitam-se sentir, permitam-se chorar, pois alivia a nossa alma. Somos feitos de carne, e é completamente normal errarmos. Sabermos lidar com os nossos erros através dos nossos pensamentos, é crucial para a nossa sobrevivência pessoal. Eu sinto que às vezes os pensamentos são sorrateiros, pois por vezes atraiçoam-nos! O coração naturalmente também nos prega partidas, no entanto, sempre é melhor seguir a voz do coração, a fim de não carregarmos mais pensamentos que nos dilacerem a alma!
3ºAno Técnico Auxiliar de Saúde António Ferreira
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A carga mais pesada- os nossos pensamentos Os nossos pensamentos e emoções controlam a nossa vida! Quanto mais positividade carregamos em nós, mais atraímos situações e pessoas, que nos geram felicidade! Assim sendo, tudo o que não dizemos aos outros, todas as mágoas que não são resolvidas, tudo aquilo que nos incomoda e não dizemos, torna-se uma carga demasiadamente pesada. E isso tem impacto no nosso bem-estar, na autoestima, e também nas nossas relações interpessoais. Uma ferida que não é tratada, dificilmente fecha sozinha, lembrem-se disso! Além do que, não podemos esperar que o outro adivinhe o que pensamos ou sentimos. Fundamental é focares-te em algo, de forma aliviares a tua tensão. Concentra-te, tenta esvaziar a mente tendo alguns hobbies, conecta-te com a natureza de forma a teres um momento intenso entre ti e a tua mente. Quando acalmares, estarás em contacto com o teu coração… é como sentir a tua alma no momento de luz. A prática é um bom relaxamento mental que faz apaziguar tanto física, como mentalmente. Restaurar a tua mente, ou melhor a tua qualidade de vida, é salutar, pois geralmente o corpo responde do mesmo jeito, corpo leve, mente leve!
3ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Natércia de Jesus
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Sentimentos geram ações Pensamentos devastadores são aqueles que destroem as nossas vidas. Sempre fazemos de tudo para escolher o melhor para nós. Procuramos escolher a melhor roupa para sair, a melhor refeição, a melhor companhia, mas quando o assunto é sobre o pensamento, nós não selecionamos aquilo que possa entrar na nossa mente. Entendam que o pensamento gera sentimento, sentimentos geram ações, e as ações geram os nossos resultados. Todos nós devemos pensar no que queremos, os nossos pensamentos funcionam como um simples íman, que simplesmente atrai tudo aquilo que pensamos, ou aquilo que desejamos. Devemos pensar e preocupar-nos onde queremos chegar futuramente. O resultado desse pensamento pode não chegar rápido, mas nunca deixes de pensar positivo.
3ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Lara Ferreira
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A nossa divergência mental Tudo o que somos é o resultado do que pensamos, é baseado em nosso pensamento. Pensamos que podemos controlar a nossa vida, mas em vez disso, somos controladas por ela. Tudo o que afeta a nossa vida nos controla. As pessoas têm menos poder de que pensem, nós só podemos controlar as nossas reações, somos em grande parte aquilo que pensamos ser. A pessoa que acredita plenamente em si mesmo, e mantém uma atitude mental forte de confiança e determinação, não será afetada por pensamentos adversos e negativos de desânimo e fracasso que vêm das mentes da pessoa nas quais essa característica predominam. Nós somos o que sentimos e o que vivemos. O que pensamos, muda com frequência. A cada dia mudamos o nosso pensamento e sentimento para adicionar ou mudar o nosso perfil. Simplesmente por que somos pessoas, e como pessoas mudamos. Se hoje sou assim, e penso de uma forma, tenho as minhas ideias, tenho a minha personalidade, gosto de alguma coisa ou não gosto. Amanhã talvez possa mudar, ou deixar de ser o que sou simplesmente hoje!
3ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Carla Gonçalves
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O que somos verdadeiramente? O pensamento é o refúgio dos que sofrem, lugar daqueles que possuem consciência de sua existência. Afinal o que somos? O pensamento nos traz dúvidas, questões, conflitos, o pensamento nos faz refletir sobre memórias más e boas do passado.
Muitos dizem "somos aquilo que pensamos", mas então, afinal, o que somos? Ser, não ser, deixar de ser. Somos bombardeados com diversos pensamentos ao longo do dia. Então, se somos o que pensamos, somos metamorfos? Realmente, o meu pensamento é repleto de dúvidas, questões sem fim, que me levam para um lugar vazio, e penso... porque estou aqui? Onde estou? Quando me encontro, vejo, estou preso em pensamentos vazios sem sentido, desligado do mundo real, perdido no tempo e espaço, e tudo o que resta são dúvidas.
3ºAno Técnico Auxiliar de Saúde João Correia
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A preciosa possibilidade-recomeçar Não culpe as pessoas se elas não conseguem escutar-te. Não se culpe pela sua dor, não meça sonhos, sonhar é limitado. Mesmo quando muitas pessoas teimam em querer morrer, há outras que lutam por um coração!
Nem sempre a vida é um mar de rosas. Alguns desafios desanimam-nos e colocam-nos à prova. No entanto, para tudo há uma solução. Se o caminho parece não levar a nenhum lugar, volte para trás. E se algo parece ter acabado, nunca se esqueça que existe a preciosa possibilidade de recomeçar.
3ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Esterlita Araújo
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Dia mundial da leitura em voz alta- 1 de fevereiro
No dia 1 de fevereiro, comemorou-se o Dia mundial da leitura, em voz alta. Solicitei a alguns alunos do 3º ano, do curso Técnico Auxiliar Protésico, que encantassem os restantes colegas da escola, com a leitura de alguns poemas de Fernando Pessoa. Sendo assim, treinaram a leitura em voz alta de forma correta, pronunciando cada palavra de forma articulada, exercitando a dicção; aumentaram a sua autoconfiança, desinibindo alguma timidez latente; promoveram a sua capacidade de concentração; treinaram o ritmo, o tom e a interpretação/representação.
Professora Isabel Maciel
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- No que estás a pensar? - Olha, estou aqui a pensar que as pessoas são como portas. - Tens cada uma! - A sério. Ora vê lá se não é verdade. Há aquelas pessoas que são portas blindadas, dificilmente se dão a conhecer ou nos deixam entrar. Talvez por temperamento ou talvez por medo ou defesa. Há aquelas que até se abrem e nos convidam para dentro de casa, mas depois batemnos com a porta na cara quando mais precisamos de entrar. Batemos várias vezes e tocamos à campainha, mas fazem-se surdas como as portas que são. Há aquelas pessoas que têm o coração sempre no trinco ou a porta entreaberta e dizem entre a porta está aberta, mas depois, tantas vezes, acabam por perceber que não deviam ter deixado entrar quem veio por interesse e não por amizade. Depois, às vezes acontece: coração roubado, trancas à porta. - E que tipo de porta és tu? - Oh, pá, se vêm para me chatear, sou porta de correr. Corro com quem vem com segundas intenções. Mas se vêm por bem, estou de portas abertas para lhes dar as boas-vindas e não deixo ninguém à porta. In lado.a.lado
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O que me define! Apesar de eu ter entendido a ideia do autor, e a mensagem por ele veiculada, eu discordo parcialmente com o exemplo, porque nós não somos a porta, nós somos a casa. Nenhum ladrão vem para roubar a porta. Se tiver algum coração, ele estará dentro da casa, e não na porta. A porta seria mais a confiança, e a distância que as pessoas permitem aos outros estarem, assim como, das coisas mais preciosas que elas possuem, tais como sentimentos e opiniões. A pessoa só permite a entrada de pessoas de confiança, e as que não farão estragos. Existem também pessoas que não precisam de autorização para entrar, outras entram à força, outros ainda há que fazem com que o próprio dono as deixe entrar livremente. É inevitável que tenhamos cuidado, pois poderão advir estragos irreversíveis. Eu caracterizo-me com uma casa que tem três portas. A primeira é aquela que todos vêm e interagem. A segunda porta só é acessível às pessoas que eu confio, tais como amigos e família. A terceira porta, só eu mesmo tenho acesso. É lá que eu tomo as decisões mais importantes, permitindo conhecer-me melhor, mas sobretudo permitindo-me ser eu mesmo. Esta terceira porta raramente é influenciável, pois eu habito nela, e é ela que me define!
3ºAno Técnico Auxiliar Protésico David Marakhovskyy
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A individualidade de cada ser Os seres humanos costumam ser muito seletivos em relação às pessoas que deixam entrar em suas vidas. Primeiro traçamos um perfil sobre a pessoa que acabamos de conhecer, e conforme vamos convivendo com ela podemos ter uma opinião formada a respeito do tipo de pessoa que estamos a lidar. No entanto, no meio de tantas pessoas que conhecemos ao longo da vida e tantas personalidades que lidamos, esquecemos de apreciar a singularidade e individualidade de cada pessoa, seja ela boa ou má. Cada ser humano tem um perfil emocional particular e característico, solitário e incrivelmente moldado pelas experiências nas quais foi submetido ao longo da vida. Todos experimentamos coisas diferentes, e, por mais que passemos pelas mesmas coisas, podemos levar e tirar lições bem diferenciadas.
2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Laura Ronsani
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A porta entreaberta! Pensamos nas pessoas por diversas razões, e nem sempre temos controle... De certeza que cada ser humano já se “apegou” a uma pessoa ou objeto por diversas razões, incluindo o amor, a paixão, as ligações familiares e até mesmo o ódio. Será que esse pensamento tem algum efeito quando penso muito em uma pessoa, e esta pessoa também o sente? Essa é uma dúvida muito comum que coloco a mim mesma, porque afinal, quem nunca se pegou pensando em alguém de um jeito quase obsessivo sem conseguir parar? Isto é mais comum nas paixões…quando a flecha do cupido atravessa os nossos corações, e nos deixa totalmente apaixonados. Mas, nem só de paixão vive o Homem, de pensamentos… pois o ódio, a amizade e a preocupação com familiares também nos podem deixar com esse tipo de fixação, podendo fazer com que pensemos em uma pessoa o dia inteiro, ou até mesmo durante os nossos sonhos. Posso dizer que sou no geral, uma “porta” semiaberta. Aberta às pessoas que queiram entrar na minha vida e possam alegrar-se na minha companhia. Por mais difícil que esteja a vida, haverá sempre no meu caminho quem me queira ajudar, quem queira cuidar, quem chegue para plantar o bem, quem não me largue a mão por nada…. Somos capazes de fazer muitas coisas, quero sobretudo ser capaz de dizer “Seja Benvinda, e obrigada pela tua chegada à minha porta”. Só por isso valeu a pena!
3ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Natércia de Jesus
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O respeito pelo outro Eu identifico-me com uma porta de vidro, blindada e trancada, porque eu sou reservado em alguns assuntos e só deixo ver o que eu permito, por isso, ser de vidro. Só permito o acesso ao meu hall de entrada, no entanto, já permiti que maltratassem a minha porta no que concerne alguma desilusão e durante o processo de reconstrução da porta. Alguns aproveitam e fazem uma visita à minha casa, e no momento que eu preciso de ajuda, eles não voltam mais, já viram o que tinham para ver… Antes de deixar a porta aberta para as pessoas, no início de algum relacionamento, preciso conhecê-la, e, após tocar várias vezes à minha campainha, se eu achar que é confiável, entra no corredor da minha casa, onde descobrirá parte da minha vida. Nesse mesmo corredor, há várias portas trancadas, e, se eu achar que a pessoa é honesta e fiel o suficiente comigo, eu darei a chave para a mesma. Paulatinamente, ela chegará a mim! Relembrando agora algumas pessoas com portas fechadas, geralmente as mesmas são julgadas por serem mais quietas ou caladas. Se conheces alguém assim, não julgues! Tu não sabes os traumas que ela carrega desde a sua infância, os medos, os anseios, e, sinceramente, são as mais verdadeiras na minha opinião. Concluo então, que cada ser humano se diferencia inevitavelmente. Cada um tem a sua forma de agir e pensar, e cabe-nos a nós respeitarmos essas diferenças.
3ºAno Técnico Auxiliar de Saúde António Ferreira
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A sapiência Eu gostei da analogia, apesar de não acreditar que podemos nomear "a porta" que somos, isto, cabe aos outros. Creio que somos aquilo que fazemos, estamos em constante evolução, mudamos rápido demais para sabermos exatamente aquilo que somos, nunca paramos de mudar, e, honestamente, imagino que só realmente sabemos quem somos, no fim da vida. Acredito sim, que a sabedoria e o autoconhecimento, apenas são atingidos pelo tempo ou pela dor.
3ºAno Técnico Auxiliar Protésico
Bruno Lopes
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O meu reflexo Uma vez que o texto a ser comentado fala de portas, eu decidi caracterizar-me como uma também. Eu diria que sou uma porta dentro de uma porta, feita de vidro que mostra a quem quer entrar uma ilusão, daquilo que a pessoa mais quer ver do outro lado da porta. E como um vidro possui reflexo, também eu o tenho, e sempre que uma pessoa muda a aparência ou a maneira de ser, também a minha porta muda a ilusão que mostra a essa pessoa. E, por consequência disso, poucas são aquelas pessoas que realmente conseguem abrir a porta, uns são atraídos, outros enganados pela ilusão.
3ºAno Técnico Auxiliar Protésico
Rúben Lopes
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O guardião O tempo em que o templo tem para nos mostrar o que há dentro… Um vaso onde o espaço vazio é sagrado, pois é vazio em matéria, mas cheio em sentimentos! O templo em que o tempo tem para encher o que há dentro. Um espaço montado de estruturas divinas, é o guardião que decide as idas e as vindas. Como guardião, o tempo deve ser guardado de forma rígida, e o dever do guardião é trancar e abrir a porta, decidindo quem vai ou não saber se a temperatura é quente, fria ou morna. Como guardião, uma casca grossa envolve o seu corpo, e ninguém sabe sua forma, apenas o comportamento dentro do templo decide se o amigo do guardião alguém se torna. A delicadeza e o cuidado mostrarão o caminho, seja através da calma, ou por meio do vinho, onde o guardião demonstra o seu puro “bem-vindo”. A indelicadeza e o descuido mostrarão a saída, seja através da frieza, ou por meio da malícia. O guardião demonstra que o templo só é merecido pela família! O vaso deve ser observado, pois depois de seus pedaços quebrados, uma relíquia é um objeto difícil de ser reconstruído. Mesmo que haja a reconstrução de suas matrizes, em suas raízes sempre existirão cicatrizes!
Texto: Hugo Nascimento, 3º TAP Desenho: João Correia, 3º TAS
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Lar é onde se acende o lume e se partilha mesa e onde se dorme à noite o sono da infância. Lar é onde se encontra a luz acesa quando se chega tarde. Lar é onde os pequenos ruídos nos confortam: um estalar de madeiras, um ranger de degraus, um sussurrar de cortinas. Lar é onde não se discute a posição dos quadros, como se eles ali estivessem desde o princípio dos tempos. Lar é onde a ponta desfiada do tapete, a mancha de humidade no tecto, o pequeno defeito no caixilho, são imutáveis como uma assinatura conhecida. Lar é onde os objectos têm vida própria e as paredes nos contam histórias. Lar é onde cheira a bolos, a canela, a caramelo. Lar é onde nos amam. ROSA LOBATO FARIA, in O SÉTIMO VÉU (2003; Ed. ASA, 2017)
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O mundo é a minha casa! O Mundo é a minha casa, o corpo é a minha proteção, o caminhar é a esperança, e as palavras são as minhas armas. Uso tudo, olho em volta, e visualizo se algo não está bem. Os momentos mais felizes da minha vida, foram aqueles que passei em minha casa, com a minha família. A minha casa é onde a minha família estiver, é lá que me sinto em paz e segurança. Vocês são Maravilhosos! Lar é uma construção de valores e princípios. O Tempo não para, e as minhas respostas são necessárias, mesmo que erradamente! Subo as escadas do futuro, vejo um terraço vazio esperando por mim. Sobre ele, não há muito que dizer, ainda não me decidi sobre o que construir. Por hora, somente planos, chamados sonhos permeiam a minha cabeça, anseio chamados e emoções. Talvez a minha única e verdadeira preocupação, seja se ao fim de tudo, aquilo que construir em minha vida o tempo será capaz de derrubar, ou se tudo permanecerá para que um dia outros venham buscar seu refúgio, e descanso para os seus corações cansados.
3ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Carla Gonçalves
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Lar doce lar! Neste meu lar tudo funciona assim. Eu acordo com seis alarmes com vários sons: sons de pássaros, som de terramoto, som de uma música que faz o cérebro dançar, e um som que estraga o sonho. Minha mãe acorda stressada, faz tudo e nada ao mesmo tempo; Meu pai acorda na vibe de “hoje vou irritar alguém”; Meu irmão nem acorda, sempre acorda tarde; Eu acordo na força do ódio. Uma meia que está a cair de podre, está no meio do chão, e lá vem uma pergunta incrível: -De quem é esta meia? Ninguém se acusa na hora da verdade, então alguém que acorda na força do ódio, tem que fazer algo. Durante a noite a minha mãe chama-me para ir buscar queijo, meu pai dá-me uma moeda para que eu vá fazer o lanche e trazê-lo à cama. O meu irmão aparece do nada no meu quarto para me irritar, e eu em troca vou ao quarto dele e pincho na cama dele, e venho a correr a 10 pés e finjo que estou a dormir. Dias há que o meu lar é de tolos, outros, que só dá vontade de chamar a vizinha para a falsidade da minha mãe começar, e a palhaçada acabar. Depois a partir das 8:20h, para quem não gosta da escola, tem que vir para a escola ouvir os excelentíssimos professores que vem com matéria nova. Tenho ainda de aturar e levar empurrões de búfalos (sem ofensa aos búfalos pois eles não têm culpa). Posto isto, volto para casa na vontade do ódio, ainda mais agitada daquilo que saí pela manhã. E, para finalizar vêm as reuniões entre as 18h e as 19h da noite, passar mais ódio virtual!!! Resumindo: Acordo na força do ódio, e adormeço na força do ódio! 3ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Margarida Oliveira
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A escola das almas LAR é onde chegamos depois de um dia de trabalho, e encontramos paz e alegria. É onde temos o prazer de chegar e encontrar a nossa família. É olhar para alguém familiar, e independentemente de onde eu estou, sentir-se em casa. Sentindome em paz dentro de mim depois de tanto tempo na tempestade. É ser capaz de pôr os pés em terra firme. Olho nos olhos e vejo tudo o que procurava, mais do que poderia imaginar. É saber que um simples toque tem algo capaz de curar qualquer ferida. São beijos que podem melhorar qualquer dor. Um colo apaga todas as cicatrizes. É saber que posso ser alguém para outra pessoa. É saber que não há mais nada para procurar. A minha casa é um lar para os meus.
A nossa casa é um dos melhores lugares para ficar. Algumas pessoas acham que é deprimente ficar em casa aos fins-de-semana. Deprimente, é não ter casa, não ter raízes. Ame o lugar onde o divino te fornece. Desfrute a simpatia e a bondade a todos aqueles que gostam de viver juntos.
Lar é a escola das almas, o tempo em que a sabedoria divina nos permite pouco a pouco, a grande compreensão da humanidade e da fraternidade.
3ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Natércia de Jesus
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O meu mar…
Eu lembro-me de um lar O lugar onde eu costumava sonhar E as oportunidades podiam provar Que um dia eu teria chance de alcançar
Eu lembro-me de um canto Um canto que é um encanto Onde o sofá era melhor, e era de pano E o sentimento de saudade que carrego é tanto
Eu lembro-me de um espaço O espaço que era fácil Onde o conforto que eu procuro é lá somente que eu acho E o esforço para ter isso novamente, tenho que achar
Eu lembro-me de um mar O mar onde o vento traz ondas para salgar A vida de um pobre ser, que sente falta do seu lar!
3ºAno Técnico Auxiliar Protésico Hugo Nascimento
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De volta para o meu aconchego… Lar é onde o coração está. Podemos chamar de lar, aquilo que nos conforta e nos faz sentir uma comoção pura e genuína, de quem sabe amar. Fazemos o nosso lar onde sabemos que vamos ser acolhidos quando precisarmos, onde seremos amparados com delicadeza e carinho sempre que cairmos, mas, só podemos fazer nosso lar se soubermos amar, para que assim possamos descansar na paz que apenas o amor pode trazer. Fazemos morada naquilo que nos conforta, e não no que nos repreende com severidade. Todo o ser humano, por mais duro que seja, busca um lar para repousar, porque no fundo, ninguém sobrevive sem amor. Mesmo aquela pessoa que diz que não sabe amar, quer ser amada e compreendida por alguém que faça seus olhos brilharem.
2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Laura Ronsani
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Inspirados pelo amor- Dia 14 de fevereiro
2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Thayná Gomes
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3ºAno Técnico de Eletrónica Dayvyd Cardoso
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“A incrível geração de fotos sorridentes e travesseiros encharcados” Nas últimas semanas, nos deparamos com dois casos de suicídio entre jovens de um colégio tradicional de São Paulo, o Colégio Bandeirantes. A notícia das mortes, que ocorreram num intervalo de quinze dias, tomou conta das redes sociais e assustou pais e estudantes em todo Brasil. Paralelamente, outras notícias de casos semelhantes surgiram, como a do Colégio Agostiniano São José e do Colégio Vértice. É complicado tentar compreender essas tragédias. Porém, é claro perceber que vivemos tempos difíceis. Tempos em que, além da necessidade inerente à juventude de encontrar uma identidade que a faça se sentir incluída e aceita, ainda há a corrida pelo melhor status nas redes sociais, levando essa geração, ainda em formação, a comparar seu dia a dia (tão modesto, real e perfeitamente normal) com a demonstração exagerada de felicidade editada e “photoshopada”. Através de filtros e edições, é exigido um bem-estar irreal, inalcançável e muito plastificado. A insatisfação com a realidade e a competitividade têm produzido uma geração frustrada e descontente consigo mesma. Antigamente, era comum se espelhar no artista de cinema e tentar reproduzir modismos, costumes e trejeitos de um modelo hollywoodiano ou global. Porém, era fácil distinguir o mundo real daquele glamourizado pelo roteiro, fundo musical e figurino. Hoje, a representação do “teatro da existência” invadiu a realidade, e se não tivermos maturidade e filtro para separar o que é fantasia do que é possível e alcançável, corremos o risco de nos cobrar objetivos inconcebíveis, que fatalmente nos levarão a uma vida de mentiras ou de dor. Viver uma vida de mentiras é não querer entrar em contato com as próprias emoções; com os medos e dúvidas que invariavelmente nos assolam num momento ou outro; com a solidão; com o tédio; com o anseio desenfreado somado à dificuldade de sermos populares, cools ou glamourosos.
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É querer parecer o que não é para impressionar quem não importa; é maquiar a realidade para ser aceite e amado; é sentir-se cobrado pela exigência da felicidade; é copiar o que não gosta para se sentir incluído; é chorar escondido por não se sentir compreendido. Não é constrangimento nenhum ter uma vida comum, simples, pé no chão, temperada com cebola e alho num fundo de panela sem sofisticação, mas muito singelo. Não é vergonha nenhuma reconhecer que o dia a dia é modesto, rústico e trivial, e que o requinte não é permanente, mas nos visita de tempos em tempos, dando uma variada no nosso vestidinho de chita e nos propondo uma gravata ou um salto agulha de vez em quando. É ilusão acreditar que a felicidade é mais constante e certa para aqueles com o feed de notícias mais farto de viagens, convites, likes ou popularidade. É engano imaginar que o carisma, a importância ou o valor de alguém pode ser medido pelo termômetro dos” likes”. Temo-nos distanciado de nossos filhos à medida que permitimos que eles acreditem que as histórias que seguem pela tela do celular ou computador têm mais veracidade ou são mais autênticas que a própria realidade que experimentam aqui, do lado de fora. Temo-nos desligado de nossos filhos ao permitir que eles passem mais tempo seguindo essas histórias do que construindo a própria narrativa. Temos ajudado a construir uma geração despreparada para o mundo real à medida que autorizamos o fascínio por vidas editadas, em que as frustrações, tristezas e dificuldades ficam do lado de fora, criando uma fantasia de que ter problemas e contrariedades não é normal, e deve ser combatido a todo custo. Ninguém é cem por cento bem resolvido. Em um momento ou outro, cada um de nós enfrenta suas próprias batalhas, seus próprios monstros e fantasmas. Acreditar que é possível viver sem tédio, contrariedade, aborrecimento e insatisfação produz ainda mais descontentamento, e gera indivíduos ressentidos com a realidade e incapazes de enfrentar frustrações.
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Estamos diante de uma incrível “geração de fotos sorridentes e travesseiros encharcados”. O que é publicado, compartilhado e divulgado nas redes sociais nem sempre condiz com a realidade, com aquilo que se carrega no coração. Por isso devemos ser cuidadosos. Não colecionar expectativas, comparações nem exigências sobre-humanas a respeito da felicidade. Não viver acreditando que nossa vida está aquém do que deveria ser só porque não conseguimos manter um estado permanente e intocável de contentamento. Não nos sentir injustiçados só porque encontramos limitações. Temos que preparar nossos filhos para os sustos, quedas e frustrações. Temos que ajudálos a entender que a vida é um presente precioso, frágil e imprevisível, e que a felicidade não é um direito, e sim um modo de se relacionar com a existência. Temos que ampará-los na dor, mas não os iludir a ponto de acharem o sofrimento uma anomalia. Que eles possam entender que viver é complicado sim, que nada cai do céu e que é preciso muita luta para ser realizado e feliz. Para isso, precisam de pais e mães verdadeiros, que olhem nos olhos e não finjam. Que compartilhem suas alegrias, mas também suas dificuldades. Que mostrem os sacrifícios que fazem pela família e o quanto custa um par de ténis novo. E que assim nossos filhos possam compreender que crescer é um processo contínuo, em que temos que aprender a conviver com as limitações, impossibilidades e imperfeições, tentando fazer o melhor que pudermos com o pouco que tivermos.
In Educação e Transformação
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O planeta terra O planeta terra, formado por terra, água e vida, habitado por animais e plantas, mantido pelo ser e existir, apenas existindo, passando por décadas, séculos e milénios. O planeta terra, lar dos felizes e dos infelizes, dos niislistas e dos crentes, dos bons e dos maus, lar daqueles que querem fazer a diferença, lar daqueles que são indiferentes, o planeta terra. O planeta tecnológico, formado por metal, por eletricidades, por cargas que sugam muita energia e se não forem recarregadas nunca mais ligam, por modas que se não forem seguidas nunca viverão no centro do planeta. O planeta das redes, formado por redes que pescam em excesso, são filmadas e postadas em redes tecnológicas, formada por redes de pano que já não são úteis, pois ninguém mais se deita para sentir o ar passar, e o único ar que sentem é o do ventilador do cooler, nos computadores. O planeta das faces, onde face a situações difíceis pomos máscaras e postamos outra face nas redes, pois é mais fácil fingir do que aceitar a realidade, mais fácil mentir do que dizer a verdade, mais fácil tirar aquela foto do que ter de explicar o porquê de não querer tirar a foto. O planeta das fases, que em fases ruins nós apenas dizemos ser uma fase, mas não nos esforçamos para mudar de fase. O planeta do controverso, que no instagram somos felizes e lindos, mas no twitter somos tristes e defeituosos. O planeta terra foi tomado por seres sem vida, por metais não preciosos, por tecnologias que sugam energia demais, e por redes desconfortáveis. O planeta terra perdeu sua face e agora passa por uma fase difícil e pede ajuda e socorro! Mas, o planeta é lindo, então, não há problema, é só uma fase. O planeta terra entrou num período controverso, mas mesmo assim, o ser humano, quer conhecer o resto do universo perverso!
3ºAno Técnico Auxiliar Protésico Hugo Nascimento
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O mundo tem roteiro … Vivemos em um mundo de mentiras, falsos sentimentos, atitudes e falsidades. Tenho a impressão de que o mundo é vontade, tem roteiro e personagens de pura ficção. É só uma impressão! Observo tudo ao meu redor com muita atenção e cada detalhe é considerado. O que vejo eu? Sorrisos fingidos, amores traídos, gente pisando em gente, um ar contaminado pela inveja.
O motivo da minha felicidade é que às vezes deparo-me com pessoas de verdade, que olham nos olhos são transparentes e sem mistérios.
Elas são apenas aquilo que mostram ser. Estas pessoas de caráter admirável e sentimento puro, não se deixam levar pela onda da falsa devoção. O crucial é respirar fundo, e ficar atenta aqueles que realmente fazem a vida valer a pena.
3ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Carla Gonçalves
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Simplesmente agradecer Se estou triste e se estou feliz, deixo-o mostrar. Não me importo com aquilo que as outras pessoas estão ou não a pensar. Sou o que sou, e o que sinto. Não vivo de aparência, posso até chorar, mas depois sorrio de novo. É verdade que não temos de mostrar aos outros que somos maus, pelo contrário, porque as pessoas são felizes quando estamos no fundo do poço. Temos de mostrar que estamos bem com a vida, e a todas as pessoas que te disseram que não eras capaz, aprendeste a desobedecê-las. Quero então: - Agradecer a todas as pessoas que se riram de ti. Deram-te vontade de rir por último. - Agradecer a todas as pessoas que fizeram pouco de ti. Deram-te vontade de fazer mais. - Agradecer a todas as pessoas que quiseram ver a tua fraqueza. Por causa delas, descobriste uma força que não sabias que tinhas. Aprendeste que a tua felicidade não depende de opiniões, nem de ninguém. Quanto mais te tentaram afastar, mais te aproximaste do que querias, mais certeza tiveste do teu destino.
3ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Natércia de Jesus
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A toxicidade das redes sociais As redes sociais tornaram-se lugares tóxicos onde pessoas vazias exibem as suas vidas vulgares e insignificantes, e onde outras pessoas mais vazias ainda e perdidas, que vivem a vida de um personagem que elas próprias não sabem interpretar, invejando a mediocridade e a superficialidade alheia. Ninguém mais sabe separar o irreal mediático de uma vida lúcida e que realmente existe. As pessoas não se dão conta de que é absolutamente impossível ser verdadeira aquela vida, e que só acontece através dos likes e dos comentários falsos, na sua grande maioria. Assim, aquela vida repleta de felicidades, onde não existam erros, derrotas, onde dificuldades são exclusivas para aqueles que não vivem tal vida, é uma vida repleta de vaidade, ou seja, rápida e vazia. Vaidade das vaidades, tudo é vaidade! O conteúdo no qual eu preencho a minha vida deve ser absolutamente exclusivo e tecido por mim. A inveja que eu sinto do outro é algo que sucumbe apenas a mim. Ninguém, além de mim, tem culpa da minha infelicidade comigo mesma. Eu sou responsável e afetada por aquilo que penso e digo. A própria palavra "vaidade" que deriva do latim e significa "vacuidade", ou seja, o vazio absoluto, dá-nos uma pista ao revelar, de forma nua e escancarada, o sentimento que é o grande mal atual da humanidade: Pessoas vazias e medíocres querendo provar que podem ter conteúdo!
2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Laura Ronsani
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“O encanto dependerá do teu estado de alma." Existem dois tipos de Silêncio: um que sufoca e asfixia, outro que oxigena, equilibra e harmoniza... Existem dois tipos de cansaço: um tedioso e estéril, outro cheio de significado, rico e fecundo... Existem dois tipos de Solidão: uma que mesmo “acompanhada” destrói, outra que “sozinha ou acompanhada”, constrói, planeja e REVIVE!... Existem dois tipos de Trabalho: um que escraviza e mutila, outro que vivifica, ilumina e liberta ... Existem dois tipos de riso: um que ofende e ataca, outro que alegra, excita e reanima... Existem dois tipos de Olhar: um que degrada e mutila, outro que exalta, conforta e sublima... Existem dois tipos de relacionamentos: alguns que aniquilam e rebaixam, outros que alcançam o 'milagre' de trazer à tona o melhor de nós mesmos... Na vida existem “dois tipos” de tudo ou quase tudo e cada um de nós, do fundo do coração, sabe com que “tipo” de realidade decidimos viver... A vida não nos é dada 'de uma vez' e para sempre ... A vida nos é dada a cada dia, a cada minuto, 'a cada momento' A.D
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O sumo da vida A vida é um momento pequeno onde buscamos o que de melhor está à disposição. Acontece que diversas vezes, em que o melhor da vida anda meio escondido, anda a fugir dos nossos braços. Não podemos parar nunca de procurar, o sumo da vida.
Na verdade, o melhor da vida é sempre o agora, o tempo, nada melhor que um dia após o outro. As batalhas de ontem ficam no passado, os desafios do futuro ainda não chegaram, e agora é hora de aproveitar o presente.
Mas, às vezes a vida é curta, mas mesmo assim o nosso caminho é longo. Aprendemos a sorrir, chorar, amar, sofrer e a renascer para amanhecer, e termos um lindo dia!
3ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Esterlita Araújo
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Carpe Diem Aproveite cada momento da sua vida ao máximo, passe o máximo de tempo possível com as pessoas que ama tais como a família, os amigos e o amor da sua vida, e torne estes momentos inesquecíveis. Pode ser a última vez que estejam juntos. Vivam e a aprendam! Todos os dias reforço a ideia de que devemos desfrutar do nosso quotidiano, e vivencia-lo como se fosse o último, porque realmente pode ser. Não devemos dar muita importância ao que os outros vão pensar ou falar, o que importa é estarmos realmente felizes. Por muito errado que pareças, diante dos olhos daqueles que nunca saberão o que realmente se passa na tua mente ou no teu coração, aproveita a tua vida! Deus fez este mundo maravilhoso, e deu-no-lo como um presente. Problemas todos nós temos, podes ter a certeza. A diferença é saber que um dia todos eles, mais cedo ou mais tarde, se resolverão a si próprios, e provavelmente outros surgirão. Não podemos esperar pela ausência de problemas para sermos felizes! A felicidade está lá, de graça para aqueles que querem tê-la, o que precisamos é saber como vê-la em cada pequeno presente que recebemos ao longo da na nossa vida. Aprendemos diariamente com os nossos erros ou as nossas vitórias, mas, o importante é saber que todos os dias vivemos algo novo.
3ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Natércia de Jesus
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Carnaval- 1 de março
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"Quando os meus olhos se fecharem, não quero flores. Não quero lágrimas. Lamentos. Não quero choro, nem gritos. Quando os meus dias terminarem, não quero que penses em como podia ter sido. Como seriam as viagens que não fizemos. O quão intensos seriam os beijos que não demos. As árvores que não plantamos. Quando as minhas mãos se aquietarem não quero que reste em teu peito a sensação de que tudo terminou. Tudo findou. Tudo acabou. Não! Quando as minhas palavras se esgotarem num peito que parou de bater, quero que penses no nosso amor. Na alegria que foi termo-nos um ao outro. A magia que foi termos percorrido caminhos encontrados. O alento que brotou de cada uma das palavras partilhadas. No dia em que eu partir, em direção ao infinito, quero que me sorrias! Quero que me abraces num coração sentido! Quero que continues a amar-me sem razões, ou explicações. Quero que me guardes no teu coração, nas tuas palavras. Em cada pedaço de ti. Pois eu, oh eu... eu levar-te-ei até onde eu for!" Marisa Sousa
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Faça a diferença O dia em que mais recebemos flores é no nosso funeral, depois de já não respirarmos, falarmos e sentirmos. Nós, denominados de seres humanos temos sempre um costume horrível de dar valor aos momentos incríveis ao lado das pessoas que amamos, aos abraços que nos fazem sentir bem, de um sorriso ou um aperto de mão que nos fazem felizes, depois que já não a termos. Costumamos ter saudades de toda aquela vivência, no entanto, valorizamos tarde demais. Se hoje nós queremos fazer a diferença, eu deixo aqui uma dica: ame hoje, abrace hoje, dê flores antes que um funeral aconteça, sinta os cheiros, aperte as mãos, cumprimente alguém, faça uma pessoa feliz, mesmo que você não a conheça. Nem eu nem você saberemos quando as nossas flores não serão mais de alegria.
2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Maria Eduarda
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Flores para ela… Toda a gente, pelo menos a maioria, já teve a curiosidade em cogitar de como seriam as reações das pessoas após a sua partida deste mundo. Eu já pensei, idealizei, porém, atualmente, tento deixar esses pensamentos de lado porque o futuro a Deus pertence. O mundo gosta de nos pregar partidas, sendo que hoje pode ser o melhor dia da nossa vida, e amanhã podemos simplesmente desaparecer. Cruel, não é? Mas essa é a realidade que temos, e cabe-nos a nós viver nela. Caso algo possa acontecer comigo num futuro próximo, eu queria que as pessoas que viveram comigo, nem que seja por um momento, possam ver que de alguma forma eu pude fazer o bem, nem que seja apenas um sorriso. Queria que soubessem que eu dei o meu máximo, o máximo para tentar ser uma pessoa alegre, o máximo para ser acolhedor com o próximo, e acima de tudo, o máximo para ajudar os outros, uma vez que esse sempre foi o meu propósito de vida. Queria que soubessem que todos os meus erros cometidos foram um aprendizado, queria que soubessem que apesar de ser uma pessoa com alguns problemas, sempre fiz de tudo para realizar os meus sonhos, sem que nada me afetasse, e acima de tudo, queria que soubessem que fui feliz, apesar de algumas intrigas que me atormentam até hoje. Vivi sempre à procura de ser uma pessoa melhor, para mim e para os meus próximos. Se me perguntarem um dia, quem são as pessoas que me apoiam e que me deixam feliz, nem que seja por uma parte do dia, não precisarei de dizer nomes, porque essas tais pessoas sabem o que são para mim, mesmo que eu demonstre isso de forma indireta.
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Porém, neste texto, irei descrever uma pessoa que me inspira todos os dias, quando estou na escola. Essa pessoa, normalmente, visualizo-a logo pela manhã, e a mesma está sentada em uma mesa de um café a tomar o seu pequeno-almoço. Sempre que possível acenamos um para o outro. Depois, após estar sentado em uma das cadeiras perdidas da escola, a mesma chega, conversa comigo, mesmo que a conversa seja de circunstância, aperta as minhas mãos, e posso dizer que esse simples gesto, faz-me sentir bem e reconfortado. Por mais que o dia seja mau, sempre vai sair algo bom do mesmo. Todas as palavras que ela declama, são de uma forma muito sábias, e, só de ouvir o apelido que a mesma me deu, sei que vou aprender sempre algo. Serei eternamente grato por essa pessoa ser quem é, a sua transparência e a sua frontalidade são características da sua forte personalidade. Quererei manter o contato com a mesma, assim que sair desta escola. Obrigada Professora Isael Maciel! Concluo então, que se temos um dia pela frente, devemos aproveitá-lo ao máximo porque não é toda a gente que tem essa chance. Vive intensamente e, acima de tudo, sê feliz com a pessoa que és.
3ºAno Técnico Auxiliar de Saúde António Ferreira
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A brevidade… No dia em que eu morrer espero deixar aqui apenas aquilo que for intocável. Quero que quando ouçam o meu nome, as pessoas sintam despertar um sentimento de alegria e admiração. É incompreensível, para mim, as pessoas terem consciência da brevidade e da singularidade que é a vida, e mesmo assim desperdiçarem-na vivendo de forma superficial, vazia e fria. Aquele que partiu levou consigo aquilo que eu tinha de melhor, deixando-me apenas com um amargo e profundo arrependimento de não ter feito tudo diferente, de não ter sorrido a cada vez que o via, mesmo que assim mandasse o meu coração. Ou de não ter dito ao menos uma vez o quanto ele era importante... Que vida sem sentido essa minha, não acha? Tenho a certeza de que aquele que partiu me consideraria um miserável por continuar a viver uma vida na qual os meus valores se perdem a partir do momento que eu começo a viver no pensamento apenas daquilo que eu deveria ter feito, e não daquilo que eu devo fazer. Agora, só me resta dizer que o resto é silêncio, e que descanse em paz aquele que já não mais se faz presente neste plano, e que mais nada pode fazer a não ser lembrar-me que a vida é muito mais profunda do que aquilo que estamos acostumados a viver.
2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Laura Ronsani
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A tua melhor versão! Não me digas no momento da minha partida aquilo que me querias dizer em vida, pois de nada posso tirar proveito. Não adianta dizeres bem de mim quando estiver morta, se em vida sempre me difamaste e passaste por cima. As pessoas têm cobardia e não dizem o que pensam, o que querem, não demonstram sentimentos nem fraquezas, por medo de serem julgadas de inferiores. Se me queres aconselhar, ajudar, elogiar ou chorar por mim, rir comigo, fá-lo em tempo de vida porque quero aproveitar a tua melhor e pior versão. Depois de morrer, eu nem sei se vou conseguir sentir as tuas lágrimas ou lamúrias, muito menos ouvir os elogios que teces sobre mim, às outras pessoas. Por isso, sê-me fiel e melhora os meus dias enquanto ainda por cá ando. Ajuda-me a viver, e não apenas a existir!
2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Bárbara Rodrigues
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A renovação A vida precisa ser renovada. A morte é a mudança que estabelece a renovação. Quando alguém parte, muitas coisas se modificam na estrutura dos que ficam sendo uma lei natural. Ela, é sempre um bem, muito embora as pessoas não queiram aceitar isso. Nada é mais inútil, e magoa mais, do que a revolta. Lembre-se de que nós não temos nenhum poder sobre a vida ou a morte. Ela é irremediável. A tristeza e a dor podem alcançar a alma de quem partiu e dificultar-lhe a adaptação na nova vida. Ele também sente a sensação da perda, a necessidade de seguir adiante, mas não consegue devido aos pensamentos dos que ficaram, a sua tristeza e a sua dor. A morte ainda é um dos maiores mistérios da vida. É inevitável nos questionarmos o porquê de termos que nos despedir de alguém que amamos, ou mesmo temer o nosso próprio fim. A morte não é o fim. A separação é temporária. Deixe-a seguir adiante e permita-se viver em paz. A morte é só uma mudança de estado. Depois dela, passamos a viver em outra dimensão Há, no entanto, milhões de possibilidades de lidarmos e refletirmos a morte não apenas como um momento unicamente de dor, mas como parte incontornável da vida. Quem sabe, pensando e aprendendo sobre esse implacável acontecimento, podemos encará-lo de forma mais corajosa.
3ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Carla Gonçalves
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A moeda de troca…. As relações humanas sempre foram usadas como mercadoria, uma moeda de troca valiosíssima quando aquilo que eu tenho é apenas status. Infelizmente, o poder está diretamente ligado com a injustiça para privilegiar, na maior parte das vezes, aqueles que não possuem estruturas para construírem uma moral valiosa e digna, por isso pagam. Fazem de suas vidas
espetáculos grandiosos,
onde
se
colocam
exatamente no centro, passando uma imagem de seres celestiais e intocáveis. Seus egos incham até não conseguirem respirar mais. Seus rostos esboçam um sentimento de vazio no qual são preenchidos, revelando a podridão que os corrói por dentro, fazendo-os acreditar na falsa sensação de que possuem uma vida mais importante face à das pessoas que o cercam. Mas, na realidade possuem uma existência extremamente insignificante e que tem como propósito único reforçar a falsa ideia de que as suas vidas possuem qualquer tipo de relevância. Quando as pessoas começarem a perceber que o propósito de cada ser humano jamais será ser maior que o outro, o mundo então conhecerá a paz.
2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Laura Ronsani
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O amor pelo poder A vida é muito curta para stressar com pessoas que nem merecem ser um problema na sua vida. Um dia aprendemos que não temos de correr atrás de quem queremos, porque a vida traz-nos quem merecemos. Se não és tu quem amas, ama quem está contigo. Talvez esta pessoa possa não ter a beleza que procuras, mas tem o amor de que precisas tanto. Quando o poder do amor divino dentro dos nossos corações vencer o amor pelo poder, o mundo conhecerá a paz. Agora é a hora de fazer acontecer Envie amor do seu coração para a humanidade, que mudará tudo. Podes pensar que não vai adiantar nada. Mas a confiança no poder infinito e limitado do amor Ele acredita que o amor verdadeiro pode resistir a qualquer circunstância e alcançar qualquer distância além-fronteiras. Espalhe o amor e prevalecerá.
3ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Natércia de Jesus
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O poder deve ser compartilhado entre aqueles que se amam Se eu for capaz de falar todas as línguas dos homens e dos anjos e não tiver amor, as minhas palavras são como o badalar de um sino ou o barulho de um chocalho. Se eu tiver o dom de declarar a palavra de Deus, de conhecer os seus mistérios e souber tudo; e se eu tiver uma fé capaz de transportar montanhas e não tiver amor, não valho nada. Ainda que eu dê em esmolas tudo o que é meu, se me deixar queimar vivo e não tiver amor, de nada me serve. O amor é paciente e prestável. Não é invejoso. Não se envaidece nem é orgulhoso. O amor não tem maus modos nem é egoísta. Não se irrita nem pensa mal. O amor não se alegra com uma injustiça causada a alguém, mas alegra-se com a verdade. O amor suporta tudo, acredita sempre, espera sempre e sofre com paciência. O amor é eterno. As profecias desaparecem; as línguas acabam-se; o conhecimento passa. Pois tanto as nossas profecias como o nosso conhecimento são imperfeitos.
“Quando chegar aquilo que é perfeito, tudo o que é imperfeito desaparece.” Coríntios 13:1-10
3ºAno Técnico Auxiliar Protésico David Marakhovsk
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A paz chegou, quando decidi perdoar-me… A paz invadiu a minha casa. Afetou o meu coração. Fez-me sorrir. A paz entrou na minha vida. Contaminou o meu dia-adia. Trouxe-me o sossego. A paz chegou depois de uma tempestade, trouxe-me a esperança. A paz removeu os obstáculos, retirou as pedras que estavam no meu caminho, conseguiu acalmar os meus pensamentos, trouxe-me sonhos bons e tranquilos. A paz chegou quando eu decidi perdoar-me, quando eu decidi amar-me, independentemente, dos erros cometidos. Fiz as pazes comigo mesma. Agora sei que posso fazer as pazes com o mundo. Sei que posso abraçar a vida, e todos aqueles que amo. Quero viver em paz para sempre. Quero estar em paz comigo mesma, mesmo quando errar. Quero estar em paz com o mundo, mesmo quando ele for injusto. Quero estar em paz com a minha família, mesmo quando ela me julga. Quero viver em paz, quero ser paz, pois, só assim consigo ser livre, livre para ser quem sou, e livre para conseguir aceitar-me como sou.
3ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Lara Ferreira
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As sementes que plantamos… Como o ladrão chega sem avisar, a morte chega sempre naquela hora em que menos esperamos. Morrer é algo que nem quem vai, nem quem fica, está preparado para compreender. Uma hora estamos entre todos, outra hora estamos distantes de todos. Classe social nenhuma impede alguém desse encontro, ainda há os que escolhem a hora de partir, movidos irracionalmente pela depressão, deceção, e desilusão sem a felicidade que o dinheiro não comprou. Muitas vezes estão cheios de dinheiro, mas vazios de felicidade, que é essência que morre em nossas vidas. Não deixe que os traumas do passado o impeçam de agarrar as novas oportunidades de ser feliz, pois esse é o mistério da vida: a capacidade de recomeçar de se recompor, e seguir adiante depois de cada deceção. Desapegue-se de tudo que pode enegrecer o seu coração e tornar a vida mais pesada do que ela já é. Agrafar as lembranças ruins no ferro, e as boas lembranças na areia da praia, é o que torna muitas vidas vazias por viverem lembrando do que deveriam esquecer e esquecerem o que deveriam lembrar. O que fica na vida não é o ponto de partida nem o de chegada, são as sementes que plantamos ao longo do caminho, por isso viva e não apenas exista.
3ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Kamily Prado
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Aproveita o dia Aproveita o dia, Não deixes que termine sem teres crescido um pouco. Sem teres sido feliz, sem teres alimentado teus sonhos. Não te deixes vencer pelo desalento. Não permitas que alguém te negue o direito de expressar-te, que é quase um dever. Não abandones tua ânsia de fazer de tua vida algo extraordinário. Não deixes de crer que as palavras e as poesias sim podem mudar o mundo. Porque passe o que passar, nossa essência continuará intacta. Somos seres humanos cheios de paixão. A vida é deserto e oásis. Nos derruba, nos lastima, nos ensina, nos converte em protagonistas de nossa própria história. Ainda que o vento sopre contra, a poderosa obra continua, tu podes trocar uma estrofe. Não deixes nunca de sonhar, porque só nos sonhos pode ser livre o homem. Não caias no pior dos erros: o silêncio. A maioria vive num silêncio espantoso. Não te resignes, e nem fujas. Valorize a beleza das coisas simples, se pode fazer poesia bela, sobre as pequenas coisas. Não atraiçoes tuas crenças. Todos necessitamos de aceitação, mas não podemos remar contra nós mesmos. Isso transforma a vida em um inferno. Desfruta o pânico que provoca ter a vida toda a diante. Procures vivê-la intensamente sem mediocridades. Pensa que em ti está o futuro, e encara a tarefa com orgulho e sem medo. Aprendes com quem pode ensinar-te as experiências daqueles que nos precederam. Não permitas que a vida se passe sem teres vivido…
(Walt Whitman)
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O presente é uma dádiva O dia passa tão rápido que nem percebemos quando é a hora de dormir de novo. Ficamos tão preocupados com o futuro e os afazeres do dia a dia, que esquecemos de viver o presente, o agora, aquilo que dá sentido a vida. As pessoas vivem querendo trazer o passado de volta ou tentam decifrar o futuro, sendo que, a vida não é para ser decifrada ou revivida, mas sim lembrada. Devemos viver coisas novas sem esperar por elas, viver uma vida de qualidade, não podemos só sobreviver, mas sim viver da melhor forma possível.
Tentar encontrar nos problemas e nas responsabilidades algo que nos conecte com o agora, olhar o céu, cheirar uma flor, lembrar de quem amamos, dar risadas, respirar o ar frio do inverno, ou sentir o calor do sol na pele, isso nos conecta com o agora, fazendo o presente ser vivido intensamente. Um sábio uma vez disse: “O futuro é um mistério, o passado é história e o presente é uma dádiva, por isso se chama presente”.
2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Thayná Gomes
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O agora! A nossa vida não tem sido uma vida real, a grande verdade é que ao invés de vivermos estamos a sobreviver. Viver a vida é não se preocupar se o dia de amanhã fará sol ou chuva, tentamos sempre preparar o futuro e não conhecemos o agora. O agora significa sentir o vento da praia porque no dia seguinte a praia pode não existir mais. Sentir a chuva porque no dia de amanhã pode não chover mais. Sentir o abraço de alguém porque não sabemos quanto tempo ainda temos com ela. A nossa vida passa rápido, pensar no futuro faz bem, mas o melhor de tudo é viver o agora, aproveitar cada minuto sem fugir, sem o silêncio, sem a mediocridade, sem precisar de aceitação, sem medo de viver.
2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Maria Eduarda Rocha
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“Eu sou gente da minha história” Como viver uma vida sem cometer o crime de desperdiçá-la fazendo da vida dos outros cenários teatrais, e colocando-me como juiz de um julgamento que eu mesmo inventei. Ou, pior ainda, desperdiçá-la vivendo de forma leviana e hipócrita. Devemos começar a tratar o dom da vida como um presente divino concedido apenas para aqueles que podem transformá-la na materialização de um sonho. Devemos lembrar que a passagem por aqui é breve, e rigorosamente singular para cada pessoa. Sermos conscientes de que a vida deve ser vivida de forma intensa e de que devemos valorizar cada detalhe, dá-nos a liberdade de sermos quem realmente queremos ser. Necessitamos construir valores ao longo da nossa estadia pela terra para que assim possamos ter uma existência absolutamente notável e significativa, para isso, devemos ter consciência de que tudo só depende de nós, ou, como diria o príncipe Hamlet "Eu sou gente da minha história", ou seja, eu sou responsável por construir uma imagem positiva e exemplar.
2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Laura Ronsani
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O nosso templo interior Aquilo que somos agora é o resultado de tudo aquilo que passamos desde o dia em que nascemos. Os nossos medos, as nossas angústias, as nossas manias e formas de pensar, resultam da nossa experiência de vida. O modo como lidamos com aquilo que nos faz mal (ou bem) é o que nos torna quem somos e também o que difere cada ser humano dos demais. Sabemos que experiências negativas, criam em nós grades de ferro, medo de vivenciarmos algo novo por acharmos que pode acontecer novamente. Às vezes, mesmo que inconscientemente, limitamo-nos a sermos felizes, e arriscarmos tentando fazer algo novo pela insegurança que está presa em cada centímetro do nosso corpo e que percorre a nossa corrente sanguínea, irrigando cada célula nossa com medos e angústias. Temos o nosso templo de paz e equilíbrio, desmoralizado pelo receio e pela insegurança, que nos rondam como leões selvagens à procura das nossas fraquezas, para tocarem em feridas ainda abertas, ou em processo de cicatrização. Sabermos quem somos, tentarmos ser melhores sempre, buscarmos aquilo que nos faz bem, acharmos beleza em coisas pequenas e que não têm propriamente um significado, e reconhecermos atitudes positivas (nossas e dos outros). São apenas algumas das coisas que podemos fazer para que possamos destrancar grades de ferro que estão cerradas para a nossa felicidade. A vida é curta demais para desperdiçarmos, vivendo de forma infeliz e limitada.
2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Laura Ronsani
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O nosso maior inimigo- nós mesmos A nossa maior luta é interna, o nosso maior inimigo somos nós mesmos, difícil é derrotar alguém que sabe tudo sobre você, afinal, sabemos como somos e como agiremos, difícil é quebrar as barreiras que nos mantêm tão seguros e confortáveis em meio a esta ilusão que chamamos de paz. Nietzsche dizia ''ao matar seus demónios, cuidado para não destruir o que há de melhor em você''. No fim de contas, caso fossemos diferentes daquilo que somos, para bem ou para o mau, mesmo que seja apenas um pequeno detalhe, não seríamos nós. Mudar é necessário, é natural e mais ainda, é humano, mas não mudar pelos outros, mudar por nós mesmos. ''O Navio de Teseu ‘‘diz-nos que depois de ter derrotado o minotauro no labirinto de Dédalo em Creta, e de ter abandonado Ariadne na ilha de Naxos, Teseu percebeu que o seu navio precisaria de reparos. Então, começou a substituir as peças, uma a uma, o mastro, as velas, até a madeira do deck. Facto é, que todas as peças retiradas eram guardadas em um armazém de maneira a um navio ser montado. Quando o último prego foi substituído no navio do mar e inserido no navio do armazém, surgiu a questão, ''Qual o verdadeiro Navio De Teseu?'' No final de contas nós somos assim, estamos em constante evolução, ''Ser não é ter sido, e ter sido não é, será''. Sabemos quando mudamos ou quando mudaremos é impossível, vivemos com base nas idealizações que criamos sobre nós mesmos. Só existimos na espera de estarmos a fazer o correto, crescemos com o peso de tentarmos ser agentes do bem.
3ºAno Técnico Auxiliar Protésico
Bruno Lopes
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A camuflagem A insegurança é um gatilho nas nossas vidas capazes de causar o conflito
interno,
vagueando
e
procurando as almas mais puras, pois são essas as mais fáceis de dominar, pela sua fragilidade e inocência.
A insegurança chega a ser tão forte que tem a capacidade de nos adoecer física, e emocionalmente.
Mas quem é afinal esta insegurança que tanto se fala, tanto se debate, tanto causa sofrimento? Porque é que ninguém a trava, porque é que permitem que ela tenha este peso? Insegurança, nome feminino, singular. Falta de segurança, atitude de quem sente falta de confiança em si próprio, inquietação. Estas são apenas algumas designações que encontramos quando procuramos o seu significado. Parece algo simples, mas quando descodificado se torna um labirinto imenso.
Este sentimento está relacionado com as insatisfações e frustrações vividas ao longo da vida. Comparações, mundo de ilusões…
Encontrarmo-nos no meio do oceano pode parecer leve para quem vê de fora. Sentir tanta fraqueza torna-te insensível ao ponto de não te importares se estás no meio de uma tempestade ou d e um dia solarengo. Passas a viver por viver, e fingir que está tudo bem. É tão comum no dia a dia deparares-te com situações deste género. Vives camuflado, oculto, fingido, e sobretudo fingindo de ti mesmo.
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Grades construídas pelas nossas próprias mãos, motivadas pela irresponsabilidade afetiva de terceiros ou quando nos apresentam um mundo ensaiado, pressionando-nos a sermos algo que não somos, transformando os conceitos “singular”, “diferente”, “único” em “aberração”, “estranho”, “errado”.
Liberta-te dessa sociedade hipócrita, fingida, igual; sê tu mesma, revoluciona-te, brilha. Grita para o mundo “eu estou aqui, esta sou eu!” Dá-te voz, existe. Eu sou igual a ti, tenho fraquezas, não estás sozinha(o), mas eu sei que a cada dia que passa, a cada obstáculo que nos é colocado no caminho torna-nos mais fortes, experientes, indiferentes ao que vem de fora, de quem nunca nada construiu.
2ºAno Técnico Auxiliar Protésico
Valéria Yuzinkevych
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Abram o vosso coração! Somos seres defensivos, utilizamos grandes grades para nos protegermos até mesmo quando não há risco aparente. Estas grades são revestidas por medos e receios de que algo aconteça de novo, ou pela primeira vez. O ser humano precisa deixar-se tocar interiormente, deixar que cheguem ao seu coração, mas nunca à sua mente. Normalmente, não queremos deixar alguém entrar na nossa vida pois não conseguimos distinguir o que deve ou não ser tocado, muito menos eleger o papel que a pessoa deve desempenhar na nossa vida. Acredito que somos completos e ninguém completa ninguém, mas não é por isso que não necessitamos das pessoas. Elas trazem-nos sensações que somos incapazes de sentir sozinhos, e experiências que só podem ser vividas com pessoas que consideramos importantes. Devemos estabelecer limites e não proibições, deixar claro o que sentimos através de ações, e mostrar ao outro que ele significa para nós. As grades impedem-nos de usufruir aquilo que os outros nos proporcionam, e limitam os nossos sonhos. Portanto, se os destruirmos e nos desiludirmos, nada passará de uma aprendizagem que, com certeza, nos ajudará a evoluir. O meu conselho é: uma pessoa psicologicamente bem resolvida, jamais precisará de grades que a inibam da liberdade.
2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Bárbara Rodrigues
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O Comboio da Vida Algum tempo atrás, li um livro que comparava a vida com uma viagem de comboio. Uma leitura extremamente interessante, quando é bem interpretada… A vida não é mais do que uma viagem de comboio: Repleto de embarques e desembarques, salpicado por acidentes, surpresas agradáveis em algumas estações e profundas tristezas noutras. Ao nascer, subimos para o comboio e encontramo-nos com algumas pessoas que acreditamos que estarão sempre connosco nesta viagem: os nossos PAIS. Lamentavelmente, a verdade é outra. Eles sairão em alguma estação, deixando-nos órfãos do seu carinho, amizade e da sua companhia insubstituível. Apesar disto, nada impede que entrem outras pessoas que serão muito especiais para nós. Chegam os nossos irmãos, amigos e esses maravilhosos amores. De entre as pessoas que apanham este comboio, também haverá quem o faça como um simples passeio. Outros, só encontrarão tristeza nessa viagem… E outros também, que circulando pelo comboio, estarão sempre prontos para ajudar quem precisa. Muitos, quando descem do comboio, deixam uma permanente saudade… Outros passam tão despercebidos que nem reparamos que desocuparam o lugar. Às vezes, é curioso constatar que alguns passageiros, que nos são muito queridos, se instalam noutras carruagens, diferentes da nossa. Assim, temos de fazer o trajeto separados deles. Mas, nada nos impede que, durante a viagem, percorramos a nossa carruagem com alguma dificuldade e cheguemos até eles… Mas, lamentavelmente, já não nos poderemos sentar ao seu lado, pois estará outra pessoa a ocupar o lugar. Não importa. A viagem faz-se deste modo: cheio de desafios, sonhos, fantasias, esperas e despedidas… mas nunca de retornos.
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Então, façamos esta viagem da melhor maneira possível…
Tratemos de nos relacionar bem com todos os passageiros, procurando em cada um, o melhor deles. Recordemos sempre que em algum ponto do trajeto, eles poderão hesitar ou vacilar e, provavelmente, vamos precisar de os entender… Como nós também vacilamos muitas vezes, sempre haverá alguém que nos compreenda. No fim, o grande mistério é que nunca saberemos em que estação vamos sair, nem, muito menos, onde sairão os nossos companheiros, nem sequer, aquele que está sentado ao nosso lado. Fico a pensar se, quando sair do comboio, sentirei nostalgia… Acredito que sim. Separar-me de alguns amigos com quem fiz a viagem, será doloroso. Deixar que os meus filhos sigam sozinhos, será muito triste. Mas agarro-me à esperança que, em algum momento, chegarei à estação principal e terei a grande emoção de vê-los chegar com uma bagagem que não tinham quando embarcaram. O que me fará feliz, será pensar que colaborei para que a sua bagagem crescesse e se tornasse valiosa. Meu amigo, façamos com que a nossa estadia neste comboio seja tranquila e que tenha valido a pena. Esforcemo-nos para que, quando chegue o momento de desembarcar, o nosso lugar vazio deixe saudades e umas lindas recordações para todos os que continuam a viagem. Para ti, que és parte do meu comboio, desejo-te uma …Viagem Feliz ...
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Mais do que aprender a conjugar, escrever, interpretar, ler nas entrelinhas, discursar sobre obras literárias, entre muitas outras aprendizagens, a disciplina de Português, tem por obrigação incutir aos alunos valores ancestrais e prepará-los para a escola da vida. Depois de releres o texto “O comboio da vida” sê transparente e redige aquilo que a tua alma sente e o coração ordena, uma vez que é esta a nossa última prece. Estamos todos prestes a desembarcar na última estação, e o mais importante no meu entender é que possamos concluir que esta caminhada foi proveitosa, deu frutos e, agora. é necessário que os “pássaros” possam voar para outros horizontes.
Professora Isabel Maciel
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A minha partida de Timor A vida é como uma viagem de comboio... estações e mudanças de direção... algumas surpresas acidentais, quando
nascemos...
entrámos
no
comboio...
e
encontramos os nossos pais e acreditamos que eles vão viajar connosco para sempre. Mas eles vão descer numa estação, deixando-nos continuar a jornada da vida... a minha viagem de Timor para Portugal.
Num belo dia, a irmã responsável pela casa onde vivo, mandou uma mensagem para a Carla dizendo que nós teríamos a oportunidade de estudar em Portugal. Logo de seguida, a Carla veio à minha procura dar-me a novidade. Quando ouvi nem queria acreditar que iria ter uma grande oportunidade para poder crescer na vida. Como é obvio fiquei muito feliz. Quando os meus pais voltaram do trabalho contei-lhes a novidade, e liguei para os meus irmãos manifestando a minha felicidade, salientando o quão sortuda estava a ser.
O grande dia e a grande viagem aproximavam-se, e aquilo que habitava na minha mente era o seguinte: -Vou sentir tantas saudades dos meus pais, dos meus irmãos, desta terra que me viu nascer…
Dia 29 de setembro de 2019 parti para a minha grande viagem. Deixei Timor e rumei a Portugal. Os dias que antecederam esta minha viagem, foram dias repletos de nervosismo, ansiedade, de uma turbulência interior inimaginável. Chorei de medo, chorei pelas saudades que teria da minha família, no entanto, acreditei que Deus estaria comigo, e, se os outros conseguem, eu não seria diferente.
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No aeroporto, aquando da despedida, choramos todos e demos o último abraço. Pela primeira vez vi o meu pai chorar… demonstrou o seu carinho de forma especial para comigo. Ele não conseguiu falar, e demonstrava através do seu olhar, afeto. Acompanhou-me até a porta de embarque, e quando entrei no avião consegui vê-lo através da janela.
Quando cheguei a Portugal fui carinhosamente acolhida pela irmã superiora, das Irmãs Reparadores de Nossa Senhora de Fátima. Até hoje, a congregação tem representação em Timor. Saindo do aeroporto de lisboa, a imã acompanhou-nos e levou-nos ao santuário de Nossa Senhora de Fátima. Fiquei muito feliz por poder conhecer o santuário, pois conhecia-o apenas pela televisão.
A viagem de Fátima para a cidade de Braga revelou algum nervosismo para mim, para a Esterlita e para a Natércia. Três timorenses prestes a desembarcar na cidade de Braga. Estávamos ansiosas para conhecer outro estilo de vida, outra congregação, outra “família”. Quando chegamos a rodoviária quem nos foi buscar foi a Ir. Arantza, religiosa de Maria Imaculada. Sempre muito simpática e com um acolhimento muito familiar… Quando chegamos à residência Maria Imaculada, encontramos meninas de diferenças países e de diferentes culturas.
Não conhecíamos ninguém, mas as irmãs sempre nos fizeram sentir em casa, proporcionando-nos um ambiente agradável, que até hoje perdura. Sinto-me muito feliz, e serlhes-ei eternamente agradecida.
Às vezes penso em voltar para TIMOR porque a saudade é imensa. Quando fico doente, sinto falta dos meus pais, sinto falta dos cuidados deles, e dos seus mimos. No entanto, não lhes digo nada pois não quero vê-los preocupados.
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Eis que chegou o primeiro dia de aulas! Quando entrei na sala de aula, comecei a sentir algo novo, e encontrei diferentes maneiras de ensino, e confessovos que senti um pouco de medo….
O meu 1º e 2º ano na escola correu mais ou menos, no entanto, sempre consegui fazer com muito esforço todos os trabalhos. Já o meu 3º ano, está a correr melhor pois estou mais à vontade na língua portuguesa. Tenho a oportunidade de ajudar os meus colegas de turma, e de ser ajudada também. Obrigada pelas vossas partilhas, ajuda, carinho e amor. Agradeço-vos imenso, pois fazem agora parte da minha família. Muita obrigada à minha querida professora Isabel Maciel por partilhar a sua dedicação, motivação e ajuda. Sem dúvida que faz parte da minha família.
Desejo-vos a todos a continuação de uma viagem feliz! Espero que o comboio da vida seja generoso para convosco, e sejam eternamente gratos à vida!
3ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Natércia de Jesus
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A lembrança é uma viagem sem fim… Por muito tempo, pensei que a minha vida se tornasse uma vida de verdade. Mas, sempre havia um obstáculo no caminho, algo a ser ultrapassado antes de começar a viver. Cheguei à conclusão de que esses obstáculos eram a minha vida de verdade. Essa perspetiva tem me ajudado a ver que não existe um caminho para a felicidade. A Felicidade é pequena, pois são momentos que acontecerão durante a viagem, por isso aproveite muito. A minha vida um dia parou. Sei que eles(pais) não existem fisicamente, mas há uma saudade que ainda viaja, a lembrança que me aconchega o coração é uma viagem sem fim. A vida é uma viagem de aprendizagem e luta, mas também de muitas alegrias e aventuras! A viagem até Portugal é outra aventura e outro acontecimento na minha vida. Morar em outro país é quebrar padrões, valorizar uma qualidade de vida totalmente diferente, e, não foi fácil. Vim para aqui com coragem e força. O meu futuro depende apensa de mim. Sendo assim, estudei, e aproveitei bem a oportunidade que me foi oferecida. Neste último ano quero agradecer à minha professora Isabel Maciel, assim como, aos outros professores. Aos meus colegas da turma do curso Técnico Auxiliar de Saúde, um especial agradecimento por terem feito parte desta luta, e me terem apoiado desde a minha chegada. Sem vocês eu não teria chegado até aqui. A todos desejo as maiores felicidades e muito sucesso. De coração, o meu Muito Obrigada! Gosto muito de Vocês!
3ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Carla Gonçalves
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Até breve Timor! “A vida não é mais do que numa viagem de
comboio:
desembarques,
repleto salpicado
de
embarques por
e
acidentes,
surpresas agradáveis em alguma estações e profundas tristezas noutras”. Ok, vou falar sobre as coisas mais difíceis na minha vida. Foi no aeroporto, que me despedi das pessoas que mais amava. A saudade apertava o coração, as lágrimas caíram antes mesmo de embarque. O “adeus” aos meus pais e irmãos foi dilacerante e intenso demais. O olhar estava carregado de angústia e de medo, o receio de nunca mais cruzar aqueles olhares foi devastador. Aquele lugar será sempre sinónimo de colo, de mimos, de afetos, mas sobretudo, sinónimo de muito amor. Enfim, a persistência nasce como a força que dá coragem para vencer os desafios que tão cedo a vida me trouxe. Levantei-me depois da queda, pois “desapegarmo-nos” não é fácil para ninguém. Mas a vida se despede com um beijo subtil, e fecha os olhos de quem me acompanhou grande parte da minha vida. É a parte mais dura da viagem, mas aconteceu, e o novo ciclo começou! É como um cancão que acalma a alma e conforta o espírito abatido e cansado, pelo tempo da viagem!
3ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Esterlita Araújo
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Retrospetiva Há 3 anos tudo começou Numa nova paragem O comboio da vida me largou
Nessa paragem eu conheci Portugueses, ucranianos, brasileiros Todos muito estranhos e com as suas particularidades
Vou então começar a falar:
- A Ritinha que é caladinha, mas tem vindo a melhorar.
- O António que adora fofocar!
- A Bruna uma amiga que nunca irei parar de chatear e irritar, e boleias para sempre terei de dar, pois a carta ela ainda não começou a tirar, e com seu namorado eu quero ficar
- O Bruno um brasileiro estranho, que adora dialogar e a sua opinião dar.
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- O David com o seu jeito para desenhar, e péssimo gosto para pintar.
- A Diana, a peixeira, que quando abre a boca é difícil de silenciar.
- O Hugo que adora fumar, e de “one piece” falar.
- A Lara com as suas frases de fazer rir e chorar!
- A Maria que o namorado tem de educar, e a sua raiva interior acalmar.
- A Marta que nasceu revoltada, e só quer andar à pancada!
- O Nélson que é jogador da bola em Viana, e de “tele” na escola.
- A Nuna que dos seus cães adora falar, e as pessoas chatear.
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- O Paulo que para mais nenhuma menina pode olhar, para a sua namorada não o matar, ou com ciúmes ficar!!!
- O Pedro que às aulas adora faltar, e com o Hugo e o Tiago fumar.
- O Rúben grande e fofinho, que só da vontade de abraçar.
- A Samira muito resmungona e difícil de dialogar.
- O Tiago que adora desfilar, e as suas orelhas mostrar.
- A Sabrina a “avec” que não para de falar, e o Hugo e o David desconcentrar.
- E, por último, o Guilherme, que sorrateiro gosta de aparecer, e de nos cabelos mexer.
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Agora, num novo comboio terei de embarcar, e uma nova viagem com novas pessoas irei começar. Obrigado a todos por nesta viagem me acompanharem! Dos professores não irei comentar, para com uma nega no final do ano não me deparar!
- João Barbosa
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Despedida São três anos de vivências, três anos se passaram e, finalmente, cheguei ao largo horizonte que por anos temi. Três anos de experiências, risadas e tristezas, orgulhos e deceções. Agradeço a todos aqueles que escutaram as minhas palavras, que as permitiram adentrar nos seus corações, espero que saibam que as vossas estão guardadas no meu. Digo obrigado, seja aluno ou professor, carrego em mim pedaços de cada um, dificilmente esqueço de algo. De vocês irei lembrar, e faço questão disso. Honestamente, não consigo resumir estes últimos três anos em um pedaço de papel. Aquilo que tinha para falar, falei, e as ações que tomei gritam mais alto, daquilo que eventualmente possa ter dito. Adeus a todos aqueles que carrego, respeito, e tenho orgulho de chamar de colegas!
3ºAno Técnico Auxiliar Protésico
Bruno Lopes
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Demorei, mas encontrei-me… Gosto da viagem por causa da paisagem, adoro ouvir músicas enquanto vejo as imagens passar, são como pinturas, obras de artes realistas demais, todas a passar à minha frente, tudo isso enquanto ouço “Last Train To London”. - Droga! Perdi o comboio! É, família… Esse é o MEU comboio da vida. Sempre tive o costume de ficar para trás por ser muito desligado, é culpa minha, nunca decidi acordar, até ao momento que perdi o comboio, e percebi que não podia fazer os meus pais esperarem mais, pois eles já estão cansados. Bom, é hora de mudar de paragem, a partir de agora vou entrar no comboio sozinho. Uau! Foi a melhor decisão que tomei na vida, que experiência, que aprendizagem! Cair nos trilhos, fez com que eu aprendesse algo, viver sozinho é difícil, mas é necessário. Agora, estou em outro comboio, é internacional, estou indo para bem longe, vou aproveitar para deambular pelo comboio para ver se arranjo algumas beldades por aí! Não achei nenhuma gatinha, mas encontrei umas peças engraçadas, eram crianças, mas eu não era muito diferente, apesar de tentar não parecer… Lugar novo, vida nova, eu queria ser uma boa influência para os pequenos pupilos. Um deles, virou meu melhor amigo no momento em que se sentou ao meu lado. Não havia outros assentos, e ele foi obrigado a ficar ali. Tinha medo, não o culpo, eu era como um idoso entre bebés. Mas, tudo ficou bem quando descobrimos uma coisa em comum (a infantilidade). Ser infantil sempre foi uma qualidade, e senti como se estivesse a crescer novamente, desta vez com novos amigos. Passei pela fase obediente, pela fase rebelde e pela fase esforçado, mas não o suficiente. Tentei ser a melhor das influências, estudioso, calado, gentil, não queria ser o motivo de nenhum daqueles meninos e meninas seguindo o meu destino até o momento… Mas, a verdade é que eu amo uma bagunça, e nesse comboio eu encontrei a melhor bagunça que eu poderia encontrar. Encontrei empatia, solidariedade, preocupação, encontrei gente para encher meu saco, ao mesmo tempo que encontrei pessoas para encher o meu coração. 94
Recebi presentes, recebi risadas, recebi muitas e muitas vezes comentários desagradáveis. Outras pessoas que passavam pelo comboio diziam “Vai deixar?” e eu respondia: “Fique na sua, eu me resolvo na minha carruagem”. Todo o desenvolvimento da nossa relação foi especial, inicialmente, tratei-os como crianças, no final, tornei-me mais criança do que eles. Concluo então que estas crianças foram uma grande inspiração! Nesse comboio, eu aprendi muito sobre a escola da vida, encontrei grandes pessoas que me ensinaram, me deram apoio naqueles assuntos que nada entendia, aperfeiçoei a minha escrita, graças a duas grandes mulheres. Obrigado! Bom, o meu comboio chegou ao fim, estou prestes a mudar de paragem, pois vou para outro lugar. Espero que depois, nesse outro sítio, eu possa reaprender tudo de novo, como reaprendi com um certo Ucraniano o que é ter fé, ou com um “neonazi” a ser puro e sincero. Reaprendi que mesmo calado, durante toda a viagem, eu irei fazer parte daquela família. Reaprendi que eu nunca vou ser o único a passar por grandes dificuldades, que não sou o único a perder o cargo de estudioso, que não sou o único a mudar drasticamente de vida. Reaprendi que mesmo as pessoas histéricas de cabelo vermelho, podem ser uma boa companhia. Quero reaprender que não importa a idade, sempre posso ser piadista e infantil. Quero reaprender que não importa o quão estúpido possa parecer, as pessoas precisam ser levadas a sério. Quero reaprender que não quero nunca namorar com uma colega de turma, mas ter um casal por perto é muito engraçado. Passar pela experiência de ser acolhido logo à primeira e saber que nasce uma amizade é lindo! Tenho a certeza de que seja o lugar para onde eu for, sempre haverá um génio por perto. Sei agora que não importam as aparências, nós não sabemos o que se passa na vida de cada ser humano. Tenho a noção que mesmo com desentendimentos, há sempre forma de desenvolver uma relação, ou algo saudável, quando você tem a chance de conhecer alguém. Sei também que sempre vai ter aquele que fica na sua, mas quando falam para ele, essa pessoa causa um show. Aprendi a ser puramente eu! Aprendi que as aparências enganam, e que por dentro aqueles que parecem horríveis, são lindos. Aprendi que não sou especial, mas que todos somos especiais! Aprendi que a minha situação não é exclusiva, quem muda do Brasil para outra vida pode encontrar alguém que saiu de França, e iniciou também ela uma nova vida.
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Por fim, mas não menos importante, sempre existirão aqueles que me fizeram sentir em casa. Aqueles a quem posso recorrer quando me sentir estranho, por estar no meio de tanta gente estranha. Obrigado, bando de desgraçados!!! Vou guardar todos no coração, mas não esperem nada de mim, a vida muda muito rápido. A gente com certeza se vê por aí!
3ºAno Técnico Auxiliar Protésico Hugo Nascimento
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A escola da vida Viver é uma viagem, uma viagem na qual em cada paragem que fazemos, retiramos aprendizagens e lições. Cometemos pecados e erros por vezes inexplicáveis, porém, o caminho é para a frente. Ao longo do nosso caminho muitas das decisões não serão corretas, quer queiramos quer não, haverá um momento em que sairemos numa paragem que nos trará desilusões, dissabores e desgostos. Contudo, temos de nos manter firmes, o imprevisto e as calamidades sobrevêm a todos nós. O mais importante é que os saibamos ultrapassar e lidar da melhor forma. É imprescindível que não desistamos, pois, nada é eterno, nem mesmo quem mais nos apoia, portanto, sem medos nem remorsos, sem arrependimentos nem orgulhos, devemos o mais rápido possível subir na carruagem seguinte e apesar dos erros que cometemos agarrar-nos à esperança de que não é impossível chegar à estação principal. No meu caso específico já desci em demasiadas paragens, que, apesar de aparentarem ser as corretas, causaram-me muitos desgostos. A meu ver, o que mais magoa na vida é o “se eu soubesse”. O “se eu soubesse” dói tanto a ponto de apunhalar o coração, e fazer com que decidamos desistir de continuar o caminho. Apesar de causar dor, não devermos relembrar as mágoas passadas! Se eu soubesse não teria entregue meu coração, se eu soubesse não teria abdicado da minha felicidade para ser aceite pelos outros, tão pouco me envolveria com essas pessoas. Se eu pudesse mudaria determinadas escolhas e atitudes, mas não sabia, nunca soube e nunca, por mais que queira, poderei mudar o passado. Só me resta focar no futuro, e empenhar-me para que não cometa os mesmos erros. Ao longo do caminho, e, principalmente, nos últimos três anos, aprendi muito e conheci pessoas que ocuparão eternamente um lugar na minha vida. Algumas desiludiram-me extremamente, no entanto, agradeço, pois, uns, ensinaram-me que não devo colocar demasiadas expectativas em ninguém, e outras, fizeram ver-me que vale a pena continuar na estrada da vida.
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Sinto-me feliz por ter conhecido pessoas que me completaram, e me ensinaram a crescer. Feliz por ter ultrapassado desavenças com
pessoas
que
hoje
são
as
mais
importantes. Feliz por saber que sou o orgulho das pessoas que mais amo. Apesar de não ter alcançado todos os objetivos sei que existirão mais oportunidades para fazê-lo. A vida é como uma neblina da manhã, não dura muito tempo. Tudo o que somos pode acabar num instante, o meu esforço agora é que quando chegar esse momento, quem deixei em vida, fique consciente de que sempre dei o meu máximo em tudo.
3ºAno Técnico Auxiliar Protésico Samira Rosa
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O teatro da vida Não creio que alma alguma seja verdadeiramente livre, todas condicionadas a algo. Sou nada mais que aquilo ao qual fui criado a ser, fui montado por minhas experiências, a cada novo ato no teatro de minha vida, uma peça é substituída, completamente moldado pelo local onde nasci. Os meus pensamentos codificados por quem me educou, tenho em mim pedaços de cada mestre, professor e ídolo que foram marcantes, deixando traços de sua conduta em mim, e esta é por sinal aquilo que define quem somos. Atenção à pessoa que você foi, ela é muito mais quem você é, que aquela que você pensa ser. Sempre escuto as pessoas que dizem “isto”, algumas pessoas “aquilo”, aí, nos excluímos do discurso, tenho a ciência que sou o outro, dos outros. Não acredito que alguém pense ser manipulado, supostamente, todos somos livres em nossas mentes. Gostaria de falar que não há cordões em mim, infelizmente, sem sombra de dúvida estaria a mentir, arrisco dizer que temos correntes e grilhões, até em nossos pensamentos.
3ºAno Técnico Auxiliar Protésico
Bruno Lopes
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A engrenagem A terra vive, nela, os seres existem para amala. Para os seres a terra tem um momento específico para cada um, para onde o tempo vai, os seres seguem sem reclamar. Existem tempos favoráveis a uns, existem tempos favoráveis a outros. A terra não tenta nada, a terra apenas é, e, nunca por este motivo alguém a odiou. Sua pureza a torna cada vez mais bela, mais relaxante, mais correta em seu jeito de viver do que qualquer coisa que nela habita. Devíamos ser como a terra, devíamos viver cada momento de forma cem por cento presente, aproveitar e viver do jeito que nos apetece, dizer o que quisermos, fazer o que bem entendemos, só assim seremos. O mundo anda em uma constante engrenagem onde poucas peças se encaixam, onde apenas algumas peças transmitem sons, o resto não causa som algum, pois, nem mesmo funcionam nas máquinas e a depender dos seus ideias podem ser pelo menos um pequeno parafuso neste relógio, e o tempo passa e pouco muda. Quando começam a calar-nos é quando começamos a pensar. As vozes não saem, e então criam uma mansão na mente, e nessa mansão tudo corre de forma perfeita. Torna-se um grande problema quando as vozes saem de casa, não é mais imaginário, ao ser dito tornase realidade, e os donos da terra não gostam do facto da liberdade ser uma realidade. Que irónico, a dona de todos nós agora tem um dono psicopata, e a única solução é apodrecer junto de seu infiel companheiro!
3ºAno Técnico Auxiliar Protésico Hugo Nascimento
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“Bons alunos aprendem a matemática numérica, alunos fascinantes vão além, aprendem a matemática da emoção, que não tem conta exata e que rompe a regra da lógica. Nessa matemática, você só aprende a multiplicar quando aprende a dividir, só consegue ganhar quando aprende a perder, só consegue receber, quando aprende a dar.” Augusto Cury
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A matemática da vida Inteligência, o que nos separa de todos os outros seres. Inteligência essa que nos permite pensar, criar, evoluir. De que vale todo o ouro do mundo se não tivermos a capacidade de usar a nossa mente? Talvez seja por isso que muitos dos “grandes poderosos” se arruínam, financeira e emocionalmente. Não sabem como lidar com tamanha riqueza, a monetária e a da mente, essa, a maior e mais poderosa de todas. É por isso que necessita de um maior cuidado, no seu manuseamento, podendo tornar-se num gatilho nas nossas mãos quando mal-usada. É necessário conhecermo-nos, desenvolvermos a capacidade de evoluir e criar para fazer o bem e não acabarmos com depressões, atrás das grades (as nossas e a das cadeias), entre outras. Estudem, pois não há maior capital do que este. O estudo torna-nos ricos, ao contrário das pechinchas, das mediocridades que custam milhões e não nos servem de nada. Lembra-te que vieste ao mundo sem nada, e vais embora sem nada. Aproveita e valoriza o que realmente merece esse requisito.
2ºAno Técnico Auxiliar Protésico
Valéria Yuzinkevych
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“Nunca valorizem um defeito físico de alguém ou um comportamento de alguém que vocês achem estranho. Valorizem suas qualidades e respeitem as diferenças. Jamais coloquem apelidos que diminuam as pessoas. Mesmo em tom de brincadeira, não copiem os programas de humor que troçam das características dos outros para fazer a plateia rir. Os verdadeiros pensadores são apaixonados pela humanidade, conseguem colocar-se no lugar dos outros e enxergar o invisível.” Augusto Cury
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Os padrões da sociedade A diferença é julgada como estranha. Quantas vezes viste alguém vestido de forma diferente e mil olhos se viraram, mil bocas se abriram para criticar, julgar ou humilhar? Uma sociedade alimentada de padrões, ódio e programação para ser e fazer o que todos fazem, que não suporta ver o outro livre. Pessoas amarguradas por não conseguirem fazer o que o outro fez, libertar-se! Pessoas presas no igual, paradas no tempo e nas tradições.
Não suportam ver alguém diferente, maneiras de vestir, nacionalidades opostas, anatomia diferenciada. Mais ainda não suportam quando essas singularidades são aceites e acarinhadas num círculo ainda tão fechado. Vão continuar a haver cores, ritmos, cheiros e sabores diferentes; dos mais simples aos mais exóticos. Não tens de aceitar ou deixar de aceitar, ninguém precisa da tua aprovação ou autorização para ser o que quiser ser, na sua autenticidade, no seu eu. O teu dever é respeitar o outro, e se não o sabes fazer não estás preparado para viver em sociedade, e criares relações e ligações com outras pessoas.
2ºAno Técnico Auxiliar Protésico
Valéria Yuzinkevych
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“As pessoas que hoje desprezamos ou fazemos tropeçar poderão um dia ser as mãos que nos ajudarão a levantar.” Augusto Cury
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O Karma Karma, termo da religião budista. Princípio de causalidade que afirma que qualquer ação (boa ou má) gera uma reação ou consequência na vida presente ou encarnação futura.
Planta o bem e o bem colherás. Por vezes, plantamos as flores mais coloridas e perfumadas. Os sentimentos na sua maior pureza e sinceridade, as atitudes mais genuínas e os pensamentos mais lindos e sinceros que podemos ter, e, no final, não é isso que colhemos. Em vez disso, colhemos o chocolate mais amargo, o inverno mais gélido e as plantas mais estéreis. Questionas-te se o teu jardim foi sabotado por estares a colher aquilo que não plantaste. Coisas más acontecem o tempo todo, nem sempre os frutos são doces, as estações vêm no tempo que esperamos, ou a terra está pronta para ser lavrada. Que graça teria isso? Problemas e obstáculos servem para causar a mudança e o crescimento.
Torna aquilo que era bom em belo. Lembra-te que da mesma forma que o vento acompanha as sementes aos mais belos e extensos campos para poderem florescer, ele também leva todas aquelas sementinhas que nada têm no seu interior. Tudo passa, apenas é uma fase. Quem te oferece espinhos, espinhos receberá!
2º Ano Técnico Auxiliar Protésico
Valéria Yuzinkevych
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O fundamental A hipocrisia e a soberania são sentimentos que estão presentes nos seres humanos mais mesquinhos e sem valor nenhum. Somente aqueles que possuem virtudes, valores e moral são capazes de ter consciência do valor e do papel de cada ser humano na terra. Somente um ser humano que seja dotado de valores é capaz de reconhecer o fundamental para que possamos conviver como seres humanos civilizados e educados, que sabem respeitar aqueles que nos rodeiam. Não sabermos respeitar o outro significa termos uma vida que não vale a pena ser vivida. De que vale fazermos uma história da qual todos querem esquecer, ou quando se lembram, permitam que sentimentos como a raiva, rancor e desprezo tomem conta de si. No entanto, quando aqueles que possuem uma existência com tamanha insignificância são testados e provados por valores, deixam explícitos a falta de princípios nos quais alguns seres humanos pobres e podres são dotados.
2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Laura Ronsani
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“Bons alunos escondem certas intenções, mas alunos fascinantes são transparentes. Eles sabem que quem não é fiel à sua consciência tem uma dívida impagável consigo mesmo. Não querem, como alguns políticos, o sucesso a qualquer preço. Só querem o sucesso conquistado com suor, inteligência e transparência. Pois sabem que é melhor a verdade que dói do que a mentira que produz falso alívio.” Augusto Cury
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A flor da transparência De facto, o bem mais precioso que temos é aquele que não podemos tocar, nem vender, nem comprar. Adquirimos apenas através da consciência, do papel que cada pessoa exerce no mundo, fazendo da nossa existência, uma existência significativa e que representa a evolução do mundo quanto à dignidade. Aquilo que cultivamos dentro de nós é o que floresce quando somos testados pelo mundo, pois nesses momentos é que somos realmente transparentes e verdadeiros, em relação a quem somos de verdade. Rico de alma é aquele que consegue ser sensato e verdadeiro em momentos espontâneos. Pobres e miseráveis são aqueles que se contentam com a superficialidade das coisas materiais, aqueles que supervalorizam as aparências e se esquecem da verdadeira essência humana. Pessoas vazias preenchem as suas vidas com conteúdos rasos e supérfluos, são incapazes de conseguir algo significativo, e exclusivamente pessoal.
2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Laura Ronsani
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O perfume da aprendizagem Antes de ultimar esta nossa viagem pelo mundo da escrita criativa, é vital para mim parabenizar, mas sobretudo agraciar o meu querido e estimado aluno David Marakhovskyy, do 3º ano do cuso Técnico Auxiliar Protésico, pela divina, elegante e sublime ilustração, realizada pelo mesmo.
A ilustração retrata alguns dos nossos mais ilustres escritores nacionais tais como: Luís Vaz de Camões, Eça de Queirós, Fernando Pessoa, Almeida Garrett, Florbela Espanca e Fernão Lopes. É crucial uma intertextualidade entre os conteúdos que lecionamos, e o mundo das artes.Nada melhor do que enaltecer o nosso património cultural, de forma tão singela, mas sobretudo tão profunda Muito Obrigada David Marakhovskyy!
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Obrigada por palmilharmos este caminho fecundado por Palavras! Obrigada pela partilha, pelo legado que facultamos aos nossos vindouros! Obrigada pela confiança, e pela simbiose dos valores intemporais! Obrigada por subirem cada degrau com perseverança, pois a vitória não é para quem quer, mas para quem persiste nela! Obrigada por continuarmos a pintar quadros com palavras, mesmo nos dias mais melancólicos! Obrigada por partilharem comigo algumas páginas do livro da vossa jornada! Obrigada por conjuntamente limparmos as poeiras do coração! Obrigada por aprenderem a dividir, para posteriormente multiplicarem! Ainda há pessoas sol – A essas, obrigada por me iluminarem.
Professora Isabel Maciel
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