Tec. Auxiliar de
Tec. Auxiliar de
Prótese
Saúde
Tec. Eletrónica Automação e Computadores
Manuel Rodriguez Suárez
Pontes para o mundo de trabalho… Disciplina: Português Edição 20: Julho Revista Realizada por: 3º TAP 3º TEAC 3ºTAS 2º TAP e 2ºTAS TAS 2ºTAAS T tatTAS
Ano Letivo: 2019/2020 Professora: Isabel Maciel
A hecatombe! Corria o ano de 2020, mês de março, e eis que somos adentrados por um vírus voraz, que petrificou as nossas vidas. Num primeiro momento ficamos estarrecidos pelo pânico, pela inquietação e pela incerteza do rumo desta “guerra invisível”. Primeiro, estranhamos, amedrontamonos, pois estávamos perante um inimigo subtil, que se metamorfoseava perante o seu adversário. Depois, a valentia, a bravura, a tenacidade e a audácia, fizeram jus à nossa identidade Lusitana. Reportámo-nos à época quinhentista, quando o nosso navegador português Bartolomeu Dias atravessou o Cabo das Tormentas, posteriormente, denominado Cabo da Boa Esperança, pelo rei D. João II. Nuvens plúmbeas de preocupação, assombraram as nossa mentes! Urgiu então que decifrássemos a cada dia as legendas que nos eram colocadas, para visualizarmos o tão esperado arco-íris. Quero aqui relembrar as sábias palavras proferidas pelo Papa Francisco aquando da sua bênção “Urbi et Orbi”. “Avançamos destemidos, pensando que continuaríamos sempre saudáveis num mundo doente. Agora nós, sentindo-nos em mar agitado, imploramos-te: “Acorda, Senhor!” Esta tempestade inesperada e acirrada, veio dar-nos conta que estamos todos no mesmo barco, e, sendo assim, só levaríamos o barco a bom porto, se remássemos todos juntos! O percurso fez-se lado a lado, e não individualmente, como outrora. Não vislumbrava-mos o outro com os olhos do coração, e, inesperadamente, rendemo-nos uns aos outros. Almejo que possamos daqui retirar uma grande lição, pois, como afirmou o Pontífice da Igreja católica: “Ninguém, se salva sozinho”. As nossas prioridades estavam equivocadas. Adulteramos os valores, falseamos emoções, desvirtuamos a nossa herança cultural, as nossas raízes, ofuscando-nos com 2
superficialidades. Esta turbulência deu aso a que muitas “máscaras” ruíssem. Talvez agora ouçamos a voz do coração, quando silenciosamente nos sussurra que não olhemos tanto para o nosso umbigo, mas sim, para o grito silencioso, do outro, que está no meio da tempestade. Urgiu então, reajustar a rota da nossa vida, e valorizar o dom da vida, a simplicidade de sermos amados incondicionalmente pelos nossos, e amarmos de igual modo. Quantas vezes infundimos esperança, tendo o peito destroçado? Quantas pessoas se imolam e intercedem pelo bem dos outros? Não sejamos egoístas, e lembremo-nos sempre que sozinhos afundaremos!!! Todos ao leme, e juntos Venceremos!!! O mundo que deixámos, não será o mesmo mundo que encontraremos, quando este cataclismo se dissipar. Ter-nos-emos metamorfoseado e quem sabe se a nossa caixinha mágica estará saciada de valores intemporais! Talvez esta “peregrinação” chegue ao coração de muitos!
Quero aqui deixar um agradecimento a todos os meus alunos. Não faltaram braços, para iniciar esta seara. Esta vigésima edição(revista)foi realizada na E@ D. Na verdade, não tivemos aulas presencias, mas virtualmente a nossa formação proliferou! Quem corre por gosto, não cansa. E, sendo assim, todos fomos incansáveis, e mais uma vez, conjuntamente, colorirmos um novo capítulo das nossas vidas! Obrigada a Todos!
Professora Isabel Maciel
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"Avô... avô! No meu livro de história diz que em março de 2020 houve uma pandemia! Mas o que aconteceu?" -" Aconteceu que da China chegou até nós um terrível vírus da gripe nunca estudado antes..." -"E depois?" -"Todos nós nos colocamos em quarentena, ninguém podia mover-se de casa a não ser para comprar comida no supermercado. Aconteceu tudo muito rápido, no dia anterior estávamos todos juntos... Amigos, familiares... mas na manhã do dia 9 de março encontramo-nos com a vida invertida." -"E depois o que aconteceu?" -"Ficámos muito tempo com o único contacto através da internet. Felizmente existiam telefones e computadores. As pessoas responsabilizaram-se, poluímos menos, redescobrimos coisas que não pensávamos fazer. Eventualmente, a bela temporada chegou, e o primeiro pensamento foi sair para conhecer toda a gente. O mundo parou, para nós, mas houve um aspeto positivo: percebemos o valor das coisas precisamente porque nos foram retiradas. E acredita em mim, que o café que bebi quando o bar reabriu, apesar de ter sido feito com o mesmo grão de antes, estava delicioso. - Porquê?" -"Porque ele tinha o sabor de um país que tinha conseguido." ❤ 4
O poder de um ser invisível! O ano de 2020 está a ser um dos anos, senão o ano mais crítico das últimas décadas. O coronavírus- um vírus infecioso pela sua natureza criou uma onda de emoções e sentimentos nocivos em praticamente todo o globo. Este inimigo invisível não é nada seletivo, ele não tem em consideração elementos como: a idade, o sexo, o poder financeiro, as caraterísticas físicas e muito menos as debilidades internas de cada ser humano. Contudo, considero que a forma como vemos esta e outras situações, ajudar-nos-á a criar uma perspetiva mais ampla do mundo.
Pelo lado negativo, este vírus já matou milhares de pessoas em todo o mundo, sendo o número de pessoas infetadas muito superior a este. Como disse anteriormente, este hostil vírus não é seletivo, e muito menos piedoso em relação ao Homem, contudo, milhares de médicos, enfermeiros e outras entidades hospitalares trabalham incansavelmente todos os dias para conseguir curar, o que muitos consideram incurável – a faixa etária com mais percentagem de mortes, é sem sombra de dúvida a população mais envelhecida e débil, todavia, pessoas com o sistema imunológico fraco são consideradas também um enorme grupo de risco. Diariamente, o coronavírus é tema de abertura e fecho de todas as unidades de comunicação, sendo constantemente partilhada tanto a informação deste vírus em Portugal e noutros países afetados, como as formas preventivas de evitar o contágio, porém, todos os dias vemos também pessoas com atitudes negligentes e inteiramente egoístas que acabam por ser um meio, e, em alguns casos, o fim, para um maior contágio em massa. Este vírus, que apareceu de forma repentina, está a mostrar-nos o quão vulnerável é a espécie humana.
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Como em tudo na vida, temos que saber ver a parte positiva. Por mais estranha que possa parecer esta afirmação, este vírus teve sim a sua parte benéfica. A Mãe Natureza estava completamente saturada por conta de atos nefastos realizados diariamente, e de forma continua, pela maior parte de nós – a poluição ambiental, a desflorestação, a matança desmedida de animais selvagens, ou até o simples ato de não reciclar foram cruciais para o estado em que planeta se encontra. Por conta deste, vírus a nossa única casa está a conseguir respirar novamente, a emissão de dióxido de carbono baixou de forma brusca em praticamente todo o mundo, assim como a poluição das águas, prova disso são os canais de Veneza que de água poucos límpidas, passaram a águas cristalinas em que os turistas destas, passaram a ser peixes, patos e até cisnes. Em suma, todos nós esperamos que este vírus passe o mais rapidamente possível, de forma a minimizar os estragos causados à população em geral. Todavia, este tempo em que estamos em casa está a ser uma bênção dada à Natureza, bênção essa que ela tanto merece. É tempo de ganharmos consciência e responsabilidade ambiental – começar por uma mudança de hábitos é crucial para quem não respeitava sequer o oxigénio que se respirava.
2ºAno Técnico Auxiliar Protésico Mariana Amorim
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A Pandemia! Esta pandemia chegou até nós como uma rajada de vento, sendo que somos um país com pouca atividade alarmista, eram poucos os que se preocupavam com este novo vírus, o COVID-19. Era impensável o facto deste vírus chegar até nós portugueses. Um dia, tal como no texto referido, esta pandemia entrará na história da humanidade. Porquê? – Porque este ano, 2020, não só será marcado pelo impacto do vírus, mas também pela atitude das pessoas para com o mesmo. No início, certificaram-se que fechariam as universidades e espaços culturais. E o que nós portugueses fizemos com isso? - Fomos ignorantes e oportunistas, achando que eram férias, indo para as praias e shoppings. Contudo, houve outra percentagem da população que entrando em pânico, decidiu abastecer os carrinhos de compras de forma excessiva, fazendo com que houvesse filas enormes para as caixas, e as prateleiras ficassem vazias. As associações começaram a tentar espalhar a palavra das prevenções para com o vírus, e entretanto, as escolas foram suspensas. A nível mundial, esta pandemia foi-se espalhando cada vez mais, o que fez com que as pessoas tivessem medo de sair à rua. Este vírus teve um impacto significante para com o nosso planeta, pois, como por exemplo na China, as pessoas puderam ver o Sol pela primeira vez em muito tempo, o que foi bastante benéfico. Ou seja, com uma desgraça, veio uma graça, o que fez com que as pessoas denotassem o impacto da poluição.
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Estando agora em quarentena, não saindo à rua, não tendo algo para fazer lá fora, as pessoas estão a aperceberse das necessidades mais importantes. Os mais pequenos pormenores, agora são os que mais fazem falta. Podemos
ter
computadores,
telemóveis,
dispositivos de tudo e mais alguma coisa, mas o que faz realmente a diferença, é o convívio, o toque, ou seja, a base de tudo. Com esta pandemia, tudo passa ao lado, exceto o mais importante, ou seja, o nós nos preocuparmos em não ficarmos contaminados, e que os nossos familiares, principalmente os mais suscetíveis, não contrariem a patologia em causa. Esta preocupação, de certa forma, uniu as pessoas. Hoje em dia, o afeto não é tão comum, e o facto deste vírus nos unir, faz a diferença. A união a nível mundial, será a chave. Caso as pessoas se unam, penso que conseguiremos combater esta ameaça, pois juntos somos mais, e duas cabeças pensam melhor!
2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Beatriz Carvalho
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O isolamento social 2020, ano que ficará para sempre marcado na história de Portugal e de todo o mundo. Tudo começou quando uma simples gripe nunca antes estudada afetou a China, e num abrir e fechar de olhos, se alastrou pelo mundo inteiro. Devido a esse acontecimento repentino, a população começou a entrar em estado de aflição sem saber o que fazer, e apelava para que se tomassem todas as medidas drásticas e necessárias para todos juntos e unidos, enquanto cidadãos e seres humanos, tentássemos colmatar a situação epidemiológica que estávamos a viver. O quotidiano não podia parar, mas a única solução encontrada foi encerrar todos os locais públicos, exceto os supermercados, farmácias e hospitais, e mesmo assim, certas medidas foram tomadas para podermos frequentar esses mesmos locais. O contacto e o envolvimento social só poderia ser possível a uns certos metros de distância. Todo o mundo entrou em quarentena, o único contacto existente deu-se graças ao mundo das tecnologias, e uma vez que todas as escolas e alguns postos de trabalho fecharam, as tarefas diárias puderam continuar a ser cumpridas. Esta pandemia fez-nos descobrir coisas novas, e adquirir diferentes experiências, feznos pensar e tirar conclusões. Muitas vezes queixámo-nos do nosso dia-a-dia, mas na realidade, ele é melhor do que aquilo que nós pensámos, e, por isso, devemos dar valor às oportunidades que a vida nos oferece todos os dias, e saber qual a melhor forma de as aproveitarmos.
2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Beatriz Fernandes
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Vamos Todos ficar bem! Este texto futurista, fruto de um diálogo entre uma criança e o seu avô, onde esta afirma que no seu livro de história relatava, que em março de 2020 houve uma grande pandemia. Posto isto, esta tem a necessidade de questionar ao seu avô o que aconteceu posteriormente, já que este infelizmente passou por tal coisa. O mundo parou na manhã do dia 9 de março, foi aí que tudo começou, algo invisível e aterrorizante chegou, sem nenhum aviso prévio, chamamento ou permissão, colocando adolescentes, adultos, idosos e até mesmo crianças num estado de angústia, medo, ansiedade, receio, preocupação, tormento e aflição. Aconteceu tudo muito rápido, no dia anterior estávamos todos a dar continuidade às nossas rotinas diárias. Uns iam para a escola, para garantir o seu futuro, outros iam trabalhar, pais levavam os seus filhos à primária, até que tudo parou. De repente, devido ao confinamento que a população teve de realizar obrigatoriamente em casa, para o seu bem e do próximo, as ruas se tornaram vazias, era como não houvesse mais ninguém no Mundo, as lojas estavam fechadas e as que estavam abertas, era só para as necessidades básicas, onde tínhamos uma série de restrições e regras a cumprir, evitando assim qualquer tipo de transmissão do Covid-19. Ginásios, parques, cafés, bibliotecas tudo o que fazíamos habitualmente para relaxar e desfrutar, agora, já não era permitido. Tudo ficou aterrorizador em apenas vinte e quatro horas, era como se estivéssemos a vivenciar um filme de terror. As pessoas, primeiramente, reclamavam por não terem tempo suficiente para elas próprias, e nem sequer para darem atenção aos seus filhos. Agora, passaram a reclamar por terem tempo a mais, tanto tempo que nem sabem o que fazer com ele. Outros, entraram num desespero total, pois o seu corpo pedia atividade que lhe foi tirada. A meu ver, este confinamento, teve um lado positivo, dado que o ser humano outrora só pensava em trabalho, inserindo-o à frente de tudo e de todos. Hoje, o trabalho deixou de ser prioridade, levando que este tenha mais momentos de reflexão na sua vida, dando especial 10
atenção às suas necessidades fundamentais, percebendo que estas jamais poderiam ter sido postas em causa. De repente, e silenciosamente, voltámo-nos para dentro de nós, para entendemos o valor da palavra serenidade, solidariedade, amizade e compaixão, dando conta que estamos todos no mesmo barco, ricos e pobres, que as prateleiras dos supermercados estão vazias e os hospitais cheios de utentes, onde o dinheiro e os seguros de saúde, que muitas das vezes resolviam o problema, agora não têm qualquer tipo de importância, nem salvação possível. Viagens de sonho adiadas, férias de luxo, tudo está parado! Bastaram meia dúzia de dias para que o universo estabelecesse a igualdade social, o que parecia ser impossível há dias atrás, porém, o medo e o receio apoderaram-se de todos. Chegou a hora de sermos responsáveis, unidos, prestáveis, solidários e fortes. Evidentemente, sabemos que necessitamos que toda a população colabore para que esta pandemia finalize o mais rápido possível, posto isto, estamos todos sem exceção alguma, nas mãos uns dos outros.
Neste texto, tão peculiar, é afirmado que esta temporada felizmente chegou ao fim, eu acredito, tenho fé e esperança que tudo vai ficar bem, basta todos seguirmos as regras básicas estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde para controlo desta transmissão. Quando esta pandemia acabar, vamos valorizar a singeleza das coisas. pois quando algo mínimo nos é retirado, sentimos a verdadeira falta dele. Este avô relatou que o café que bebeu quando o bar reabriu, apesar de ter sido feito com o mesmo grão de antes, estava ainda mais delicioso, pois “tinha o sabor de um país que tinha conseguido"
Vai tudo ficar bem!
3ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Margarida Fernandes
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O viajante indesejável Ele é o COVID - 19, surgiu na China, mas rapidamente se proliferou pelo mundo, e tem como principal foco a raça humana, não olha a estatutos nem a idades. Ele invade o organismo humano e faz-se sentir com sinais e sintomas vulgares, mas, rapidamente, pode transformar-se numa tortura dolorosa. Ele veio para marcar a história da humanidade, será relembrado nas páginas do século XXI pelas gerações futuras, e ficará profundamente marcado na história por quem o vivenciou. A verdade é que ele veio para mostrar à humanidade que nem sempre os estatutos são beneficiados, que por vezes não existe valor monetário que possa compensar, que a cidade da luz pode transformar-se nas trevas, e que a cidade interna, com certeza terá um fim. Ele fez com que o ser humano se ausentasse, e assim o planeta terra se curasse, demostrando-nos que o seu foco é o Homem. Observamos a solidariedade em alguns, e o egoísmo em outros! O vírus veio para nos mostrar, que o isolamento que consequentemente leva à dor, e aí reconheceremos a importância da união, e o quanto o outro nos faz falta. Ele veio para causar a mudança, e nos relembrar da importância que o outro tem na nossa vida. E nós, como seres humanos altruístas, devemos colocar em prática todas as medidas impostas por aqueles que nos guiam, em busca de um final feliz. Assim, ele não conseguirá invadir nenhum organismo, e consequentemente, causar doença, porque rapidamente se depara com a união que se faz sentir no interior de cada um de nós, e observará a sua missão concluída.
2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Isabel Silva
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A sobrevivência humana A nossa vida é composta por um misto de situações com diversas fases, em que o ser humano tem que ser capaz de vivenciar cada uma delas, adaptando-se às mesmas, e arranjando formas e estratégias de resolver os problemas da vida. Ao longo da nossa vida, passaremos por momentos repletos de felicidade, e outros rodeados de alguma tristeza.
Atualmente, estamos a viver uma situação trágica, devido ao surgimento de um vírus, que apareceu primeiramente na China. As notícias foram surgindo, pessoas morreram… e a população portuguesa de uma forma geral, não demonstrava qualquer tipo de interesse no que se estava a passar, pois jamais pensariam que se ia propagar rapidamente por todo o mundo.
O COVID-19 foi-se alastrando por tudo mundo, aproximando-se cada vez mais de Portugal. A propagação era constante, o que levava aos primeiros sinais de medo dos portugueses.
A pandemia começou a ser vista com outros olhos, perante a sociedade portuguesa. As medidas começaram a ser realizadas corretamente e respeitadas com o seu devido valor.
Denota-se um egoísmo e falta de conhecimento por parte da sociedade, levando à “loucura” da população.
As pessoas demonstram novamente que o seu egoísmo e ganância supera tudo e todos, satisfazendo apenas os seus apetites, esquecendo-se daqueles que as rodeiam. A verdade é que os ser humano só dá valor às coisas mais simples como: o pequeno almoço no café, sair à rua, os alimentos ou até mesmo o convívio com a família, quando realmente são restringidos às mesmas coisas.
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Quando as coisas que os satisfazem lhes são retiradas, aí denota-se a aflição e desespero das pessoas.
Para finalizar, na minha opinião devemos viver e aproveitar um dia de cada vez da nossa vida, não deixar que a ganância e o egoísmo sobressaiam, pois hoje teremos tudo aquilo que nos satisfaz, mas amanhã poderemos não ter nada, e precisar do outro para conseguir as pequenas coisas que contribuem para a nossa sobrevivência.
2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Luísa Filipa
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A grande lição! Sem dúvida que estamos a viver uns dias difíceis, atrevo-me a dizer que nem os meus bisavós passaram por uma coisa igual. Se me dissessem há 2 semanas que um dia estaríamos em quarentena devido a um vírus, provavelmente, eu iria rir e ignorar a situação. É em quarentena que começamos a dar valor às coisas que fazemos fora de casa, como um pequeno passeio para arejar a cabeça e que agora é impossível devido ao risco de contágio. Com metade do mundo em casa conseguimos ver que os níveis de poluição estão a diminuir. O verdadeiro problema do planeta não é o planeta, mas sim o ser humano.
O vírus traz-nos principalmente coisas negativas, mas traz-nos a consciência de viver em solidariedade e a consciência de que o planeta precisa de ajuda. Nas ruas da China já é possível ver a luz do sol, nos canais de Veneza já é possível ver os peixes a água limpa e reluzente. Piores dias virão, mas com este problema, vamos aprender todos uma grande lição!
2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Daniela Teles
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Não tenhamos pressa… Não tenhamos pressa. Uma sentença aplicada à realidade das nossas vidas atualmente. Em estado de emergência em Portugal e no Mundo, não tenhamos pressa. Vamos acreditar que o tempo que nos afastou acabará por nos juntar novamente. Estamos a passar por uma calamidade, um atentado às nossas famílias, aos nossos empregos, à nossa vida social. Como se nos tivéssemos a afogar, a ficar sem ar. Não se trata de uma realidade animadora, para ninguém. Tudo agora é uma incerteza. Como se voltássemos séculos atrás, e estivéssemos todos na arca de Noé. Todos no mesmo barco, ultrapassando tempestades, para que o nosso futuro continue.
E sim, não tenhamos pressa, porque sair para só ir ao pão, sair para só passear o cão é fazer em cima do joelho. Vamos devagarinho. E nestes tempos de espera e incertezas, os medos assolam-nos. A comunicação que sempre foi e é uma mais valia, aterroriza-nos e alerta-nos para a realidade. Vemos pais no seu momento final a despedirem-se dos seus filhos e netos por tablets, por videochamadas, sem direito ao toque, ao carinho e à presença. Aqueles nossos idosos, duros, que nunca derramavam lágrimas, mesmo quando tudo estava contra eles. Hoje, ligam-nos enxaguados em lágrimas, num rio que corre dos seus olhos para as palavras que querem sair das suas gargantas, não os deixando pronunciá-las corretamente. Eles pedem para não estar sós! Eles pedem carinho e abraços que nós, mais novos, não podemos dar neste momento. E isto corta o meu coração… Mas corta mesmo, porque eu não consigo. Gostava de ser caracol agora. E amava ser detentora de uma paciência e calma infinita. É aí que o medo me consome, porque eles têm medo de estar sozinhos, e eu tenho medo que eles me deixem sozinha, e corroí-me deixá-los sozinhos.
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Já imaginaram dar o vosso último suspiro conscientes que estão sozinhos. Já presumiram que podem nem sequer fazer o luto? Já pensaram que podem não poder dizer adeus ou simplesmente estar lá? Devagar se vai ao longe, é certo. Também é custoso para mim até cru, porém, compensatório. Por isso, vamos dar as mãos hoje, e usar os tablets não para nos despedirmos, mas para nos mantermos em contacto. Vamos aproveitar, explorar o que o mundo hoje tem para nos oferecer, e usar a nosso favor. Fechar os olhos, confiar uns nos outros. Vamos ficar em casa, e não permitir que a esperança seja infetada. Vamos guardar o medo da mesma forma, pois também ele é necessário para prosperar, para que a consciência se mantenha alerta. Peço desta forma, que deixemos o egoísmo de lado, pelos menos neste tempo de catástrofe.
Vamos acreditar que este mesmo tempo que nos afasta, nos juntará novamente !
Técnico Auxiliar Protésico Susana Leite Ano letivo 2013/ 2016
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Curar
CURAR, de Kathleen O’Meara
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Ilustrações alusivas à Pandemia efetuadas pelos alunos
João Martins 3º TEAC
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Luísa Amado 2º TAS
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Luísa Amado 2º TAS
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Joรฃo Martins 3ยบ TEAC
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Falarei de um vírus Um vírus que me atormenta Veio lá da china E o seu terror movimenta
Nunca pensamos, Que fosse tão avassalador Se nasceu lá tão longe Como nos poderia causar dor?
Mas o temido aconteceu E aos poucos se aproximou Foi quando chegou a Portugal Que o pânico se instaurou
Escolas a fechar, Pessoas sem trabalhar E numa triste quarentena Todos havemos de ficar
Agora tristes recordamos
Lara Catarino(desenho) e Helena Arantes(poesia)- 3º TAP
Os momentos de alegria Que outrora já tivemos E não demos valor no dia
Solitários em nossas casas Sem nada para fazer Vamos apenas ansiando Por um melhor amanhecer.
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Jéssica Ferreira 3º TAS
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“Quem em Abril não varre a eira e em Maio não rega a leira, anda todo o ano em canseira”
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“Um gesto vale mais do que mil palavras” Atitude é a maneira de se comportar, agir e reagir diante de alguma circunstância. O mais importante não é o quanto de conhecimento uma determinada pessoa tem, ou apresenta ter, mas, sim, o que ela faz com ele. Comunicação, comprometimento, obediência, controlo e inteligência emocional e capacidade de liderança, essas caraterísticas para muitos são só e unicamente o essencial, porém, estas não são o bastante se não forem acompanhadas por um pouco de encorajamento e atitude para colocá-las em prática, e demonstrar todo seu potencial. Saber falar e expor o que pensamos é muito importante, principalmente, se a maneira como nós nos expressámos for capaz de cativar a atenção das pessoas, contudo, logo após a exposição do pensamento vem a parte mais importante, ter a capacidade de transformar as palavras em atitudes. Um belo discurso até pode prender a atenção das pessoas por um determinado tempo, todavia, somente a atitude será capaz de eternizar as nossas palavras. Nossas atitudes escrevem nosso destino, onde posteriormente, nós somos responsáveis pela vida que temos, onde culpar os outros pelo que nos acontece é cultivar a ilusão. Todos somos seres humanos, todos em alguma instância da vida cometemos gafes, porém, assumir e aprender com estas, torna-nos mais humanos, humildes e cultos. A aprendizagem é nossa, ninguém poderá fazê-la por nós, assim como nós não poderemos fazê-la pelos outros. As pessoas que decidem transformar a sua vida desenvolvem um tipo especial de atitude. Elas se empenham em cada ação como se a vida inteira dependesse desse esforço, pois vem a construção do futuro como a única forma de viver. Como referi anteriormente, mais do que a força das palavras, eu acredito no poder das atitudes, na grandeza dos gestos e nas sutilezas das ações. As palavras serão apenas um 27
complemento, pois quando não andam sincronizadas com nossos pés, não chegam a lugar algum, não dizem absolutamente nada. É na coerência das ações que nós nos encontramos e o outro nos reconhece. Nossa passagem pela vida é marcada por aquilo que fazemos e não por aquilo que apenas dizemos. Da mesma forma, que as relações interpessoais são definidas pelo modo como os relacionamentos se mostram no mundo concreto. Amores, amizades, laços familiares entre diversos outros, são definidos pelas atitudes dos envolvidos.
Concluindo, se não houver alinhamento entre palavras e ações, a verdade se traduz no que a pessoa faz, pois palavras são meramente palavras, ficando as atitudes no solo e as palavras na companhia do vento. Vejamos um breve exemplo. Um aluno poderá afirmar que vai estudar para a disciplina de Português arduamente, para obter uma excelente nota, lisonjeando-se constantemente perante os seus colegas, posteriormente, quando a nota é transmitida, esta não superou as expetativas estabelecidas por este, pelo contrário.
Logo, devemos então ter em mente que o que as pessoas vão guardar de nós em sua memória é exatamente aquilo que praticamos, e não necessariamente as belas palavras que proferimos. Devemos valorizar os que falam e têm a consciência de que devem agir segundo as suas próprias palavras, e necessitamos prestar mais atenção naqueles que não são de falar, mas constantemente estão atraindo as pessoas pela sua maneira de agir, tendo então atitude!
3ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Margarida Fernandes
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O valor da palavra Ter atitude é muito mais que fazer denotar ser alguém com objetivos bem definidos, ou que favorece de um caráter forte e determinado trabalhado pelo próprio – ter atitude é provocar um estado de segurança no outro, pois este sabe que todas as palavras que provenham de uma pessoa com atitude, são palavras com valor de ação.
No dia a dia, as pessoas, e cada vez mais, carecem do valor da palavra, que por sua vez, irá afetar de forma direta as atitudes impostas pelas palavras. Ter um discurso sedutor e sem conduta é mais respeitado que um discurso genuíno e transparente que, por ser mais simples, pode ser posto em prática com facilidade. Na população mais jovem é onde este quadro tem mais tendência a crescer, tanto por culpa de modelos educacionais – a educação dada pelos pais é importante sim, contudo, nestes casos a parte de maior relevância está relacionada com a educação individual que cada um tem o poder de moldar - como por conta do elevado número de horas com aparelhos tecnológicos - quando um indivíduo está períodos indeterminados ligado à internet, este acaba por não ter tempo de realizar aquilo que a sua palavra se comprometeu a fazer, dando assim espaço para aquilo que lhe oferece mais prazer.
No livro Enganar o Diabo de Napoleon Hill, o “diabo”revela que se apodera da mente de todos os alheados (pessoas sem objetivos ou propósitos de vida) do mundo, e que o caráter de um alguém nada mais é que os seus hábitos de pensamentos cristalizados numa personalidade. Esta tese é muito versátil, visto que pode adaptar-se a grandes e pequenas coisas, como é o caso. Se um sujeito fala muito, mas não tem nenhuma atitude o tempo e o ritmo hipnótico (ritmo que uma pessoa adquire quando começa a realizar determinados atos ou pensamentos de forma repetida) torná-lo-ão alguém com uma má conduta, e irresponsável.
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Em suma, uma pessoa que tem atitude é alguém que está num patamar diferenciado dos outros – esse patamar não é escolhido à nascença por ninguém nem distinguido apenas para um determinado tipo de pessoas. Essa desigualdade boa é criada pelo próprio, e por ventura, ser-lhe-á muito útil na criação da sua própria realidade.
2ºAno Técnico Auxiliar Protésico Mariana Amorim
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A conjugação das palavras/atitudes Letras, palavras e frases, qualquer um as pode usar, contudo, apesar do seu poder, nem sempre são levadas a peito com a sua devida intenção. As palavras deveriam ser usadas com sentimento real, verdadeiro e puro, mas o que acontece, é que estas são utilizadas para influenciar, manipular, julgar e magoar. Tantas coisas com intenções maléficas, e isso tem bastante impacto numa pessoa. A pessoa que ouve ou lê, não interpreta da mesma forma de quem escreve ou fala. Normalmente quem ouve, é quem mais sente, pois quem fala, é exatamente isso, apenas fala. São raras as pessoas que param para pensar naquilo que vão dizer, como se vão expressar. E isso é complicado de facto, pois a nossa mente é vasta e cheia de vocábulos. As palavras são ínfimas e a cada dia que passa, uma nova é descoberta. Contudo, no meio do universo das palavras, é necessário encontrar as palavras que nos correspondem, aquelas que têm o poder de demonstrar que o que nós referimos, é o que nos vai no coração. E sendo assim, para que o que sai da boca seja realmente intencionado, são precisas também, as atitudes. Atitudes... O que realmente falta a imensas pessoas. As pessoas julgam com as palavras, mas e quanto a elas, fariam melhor? Diriam melhor? Outras demais também falam, mas sem credibilidade nenhuma, pois estas usam-nas para mentir ou apenas para rodear alguma situação, e o que essas dizem, não possui valor. Há pessoas que afirmam que vão melhorar, que vão mudar! Estas, apenas podem ter credibilidade, a partir do momento em que cumprem o que dizem, e começam realmente a evoluir. Para concluir, é notório e lógico que é realmente preciso conjugar esta relação palavraatitude para que as palavras tenham o seu devido valor, e sejam credíveis.
2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Beatriz Carvalho
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Atitudes assertivas És tão calado! Sabes, às vezes é preciso silenciarmos e apenas demonstrar atitude. Como? Certas ações sobrepõem-se às tantas palavras que possamos dizer e como se costuma dizer “é fácil falar”, mas difícil é aplicá-las. Algumas vezes, ouvimos os outros dizer que vão estudar para tirar uma nota razoável, outros dizem que querem ser aquilo, outros dizem que querem ter aqueloutro, a verdade é que nós próprios também caímos na tentação de querer demonstrar o que queremos num futuro próximo, mas, o principal a ter em conta, é que quando dizemos os nossos objetivos em voz alta, devemos já no momento estar a fazer algo de útil para que sejam alcançados.
Por vezes é melhor não falar antes do tempo, pois este não é certo, e facilmente nos consegue pregar uma rasteira, e aqueles que pensavam que o caminho seria em linha reta, veemse numa estrada cheia de curvas. Em vez de pregar palavras bonitas, é melhor demonstrar atitudes assertivas!
2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Isabel Silva
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As boas atitudes prevalecem nos corajosos O ser humano é um ser ambicioso, feito de ideias e sonhos, mas ao mesmo tempo é cobarde porque para ir atrás desses sonhos é preciso coragem, ousadia: transformar o pensamento em atitudes, não basta imaginar, é preciso lutar. As boas atitudes são para os corajosos, os que lutam por aquilo que realmente desejam, ao invés de desistirem continuam a mover montanhas para chegarem ao seu objetivo para demonstrarem que lutaram e que não basta falar. É preciso ter atitude, nem todos a possuem, porque é algo genuíno e raro.
As palavras ficam gastas com o passar do tempo, e começam a perder a sua força, fazendo com que uma história acabe, sem ter um fim concreto. Por isso, se queremos continuar a escrever a nossa história temos de ter atitudes que comprovem os feitos que fizemos durante a nossa existência, fazendo com que ela fique marcada pelo menos nas pessoas que amamos, que se lembrem de nós como guerreiros. As palavras podem destruir de uma forma arrasadora, mas uma atitude pode curar essa ferida.
3º Ano Técnico Auxiliar Protésico Lara Catarino
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Os falsos oradores As palavras têm o dom de nos confortar e de nos fazer sentir melhor, mas as palavras que são ditas só por dizer e que não vêm acompanhadas de atitudes, a meu ver não valem de nada.
Há pessoas que fingem ser o que não são, e que dizem ser capazes de tudo, no entanto, posteriormente,
nas suas atitudes relevam ser
outras pessoas .Na verdade, não somos aquilo que dizemos, mas aquilo que fazemos.
Sou uma pessoa que não fala à toa, nem de cabeça quente para não magoar ninguém, deixo sempre a poeira assentar para poder conversar calmamente. Raramente expressos os meus sentimentos por palavras, mas as pessoas que realmente me conhecem e por quem eu nutro sentimentos, essas sabem que podem contar comigo verdadeiramente, e que vou demonstrando os meus sentimentos pelas minhas ações ou gestos. Não sou uma pessoa muito carinhosa, mas sei ver quando alguém precisa de uma palavra sincera e de um abraço bem apertado, porque na minha opinião uma palavra não chega, por isso, junto com ela, vai sempre um carinho.
As atitudes podem marcar por completo uma pessoa, assim como as palavras que proferimos, pois todos temos personalidades diferentes, e o que me afeta a mim, pode não afetar o outro, e vice-versa. É por estas razões que devemos ser muito cuidadosos com as nossas ações e palavras.
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Sempre que dissermos algo, devemos dizê-lo de alma e coração, sermos sinceros e genuínos. Não queiram agradar ao outro, primeiramente, agradem-se a vocês mesmos!
Durante a nossa jornada vão aparecer muitos “falsos oradores”, por isso temos de ter especial cuidado para não cairmos, e para isso devemos dar mais atenção às atitudes que têm para connosco, do que com as palavras bonitas que desejamos ouvir.
3º Ano Técnico Auxiliar Protésico Marta Sousa
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Pássaros peculiares O impossível consiste da forma mais direta possível, em algo irrealizável. E esse significado, essa palavra, destrói vastos sonhos e objetivos, ou apenas abre as asas a certos pássaros invulgares. Supostamente, existem diversas variáveis para que o impossível se torne evidentemente no possível, mas por isso mesmo, é que existem pessoas para duvidar do impossível. Há anos atrás, caso alguém pensasse em nadar nas profundezas do mar, durante mais de uma hora, era muito provavelmente chamado de ideal absurdo, impossível. E agora? Agora temos submarinos, fatos de mergulho, máscaras de oxigénio para o mundo submerso, e afins. Vários ideais outrora impossíveis, são atualmente possíveis. E, por isso mesmo, na minha opinião, nada é impossível, apenas se tem de procurar duvidar do impossível, trabalhar nessa obra, nesse voo. Quando se é criança, a mente é mais alargada, mais vivida e cheia de ideais “absurdos”. Mas, e se as crianças forem a chave? Grão a grão é que enche a galinha ao papo, e muito sinceramente, caso uma das crianças trabalhasse num ideal seu, até mesmo na idade adulta e insistisse nisso, muito provavelmente iria criar algo novo, uma novidade nunca antes vista, algo impossível, como por exemplo, um carro banal que se adapte tanto à terra sólida como à água, e flutue. Absurdo ou não? Impossível ou possível? Nada é impossível quando a força de vontade é grande, o coração é forte e a esperança não é perdida. Falar é fácil, mas para que o impossível se torne possível é preciso muito suor, alegria e tristeza. Há pessoas cujo o diferente, o impossível, assusta. E essa questão medrosa, faz com que a reação não seja a melhor, o que provoca julgamentos ou incertezas para com o inventor, atingindo-o negativamente, e até mesmo desmotivando-o. Esses sentimentos são dificilmente ultrapassados, superados. Mas eis outro exemplo. O criador da Apple, começou a sua carreira em uma garagem. E agora? Encontra-se cheio de empresas, imbuído de novas criações, com uma segura situação financeira, ou seja, bem sucedido. O que na altura era impossível, tornou-se possível para ele e para o mundo.
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Rematando, passo a passo e com uma imaginação vasta, ou até mesmo com os pés bem assentes no chão, tu podes ser quem quiseres, tu podes criar tudo o que quiseres, e podes até conquistar o mundo, desde que não deixes de acreditar em ti, e continues a lutar pelo que realmente queres. Nada será impossível se não fores um desistente. E lembra-te que para voares, poderás esbarrar-te nalgumas montanhas, contudo, nada te poderá impedir, pois apenas depende de ti, e da tua força de vontade.
2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Beatriz Carvalho
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A eterna insatisfação Por vezes, o ser humano desperdiça o seu tempo com aquilo que é desnecessário para o seu crescimento, esquece-se que há coisas mais importantes. Para isso, é preciso optar pelo essencial e necessário para tornar possível aquilo que queremos realizar. É necessário traçar objetivos, lutar para alcançar as várias etapas da nossa vida, e alcançar os sonhos. É importante saber gerir o nosso dia a dia, conquistar cada momento e atingir cada etapa, e quando damos por ela, já estamos a fazer coisas que antes julgávamos impossíveis.
O ser humano é um ser insatisfeito por natureza, anda sempre à procura da perfeição e é através dessa conquista que ele torna as coisas que antes eram impossíveis em possíveis. A título de exemplo recordamos o momento aquando da ida do Homem à Lua. Quem é que antes deste acontecimento, imaginaria possível o Homem chegar à Lua? O que antes parecia impossível, afinal tornou-se num acontecimento possível.
3º Ano Técnico Auxiliar Protésico Lara Catarino
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Simplesmente Acreditar! Nunca penses que não consegues, porque todos conseguimos alcançar o que idealizamos, basta querer e lutar para que possamos atingir as nossas metas. A verdade é que muitas das vezes atingimos o que achávamos ser o melhor para nós, mas
apercebemo-nos
que
afinal
estávamos equivocados, mas a vida é mesmo assim. É preciso vivenciar para depois poder verificar se realmente é aquilo que eu quero para mim. Muitas das vezes o que mais queríamos era começar já no cimo, como quem diz, estar já no topo da montanha, mas primeiramente é necessário fazer um percurso longo, sem atalhos. Encontraremos obstáculos, e esses serão as pedras ao longo da subida da montanha que devem ser postas de lado, e assim continuarmos o nosso percurso. Quando chegarmos ao topo, irá sobrevoar na nossa mente o pensamento de missão concluída. O mais importante, será na verdade o sentimento de que afinal eu fui capaz, apesar de todas as minhas inseguranças, e dos meus medos, acreditei na minha essência e no meu potencial.
2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Isabel Silva
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O bloqueio da mente O ser humano, autodidata por natureza, duvida constantemente das suas capacidades, o que gera, por sua vez, um bloqueio no fluxo da aprendizagem. Para retirar esse bloqueio o primeiro e o mais importante passo é justamente impedir que ele se crie na nossa mente – quando estes, juntamente com o medo, desvanecem no intelecto humano toda a barreira que impede o Homem de seguir as leis naturais caem por terra, e tudo passa a ser possível. A meu ver não há nada mais valioso que a uma mente humana sã – quando usamos o nosso cérbero para exprimir pensamentos (quer sejam negativos quer sejam positivos) estes afetarão diretamente a forma como a nossa vida se vai moldar, por isso ser tão importante fazer uma escolha acertada.
A noção de possível ou impossível nada mais é que um estado mental. Para completar o meu raciocínio vou dar um exemplo simples: quando o homem pisou a lua a 20 de julho de 1969 foi um dos maiores feitos da história, este feito aconteceu devido ao árduo trabalho de pesquisa, simulação e técnica de pessoas cuja mente não é limitada, nem regida pelo medo. Podemos apresentar esta mesma situação de outra maneira: voltando 50 anos no tempo, quem acreditaria que seria possível o homem pisar a lua? Pouca gente acreditaria, e ainda menos teria a coragem de concretizar.
Falar de barreiras mentais é inevitavelmente falar do medo. Considero esta uma das partes mais importantes a trabalhar, uma vez que a maior parte das dificuldades que as pessoas enfrentam são da sua própria autoria. O medo de falhar é um medo muito comum (em todas as pessoas) no início de tomada de decisão de algum acontecimento/assunto – no meu ponto de vista uma pessoa que tem medo de falhar é uma pessoa que tem consciência do risco que está a correr, todavia, e como tenho vindo a falar de forma constante se o medo aparecer de forma persistente este irá apoderar-se da mente e, posteriormente, bloqueá-la.
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Seguindo este mesmo raciocínio, se o tempo que um indivíduo passa a recear algo fosse convertido para benefício próprio, dar-lhe-ia a possibilidade de conquistar tudo o que desejasse.
Concluindo, nenhum de nós foi feito para ter uma mente fechada e limitada por fatores autoimpostos a maior parte das vezes. É importante perceber que podemos fazer tudo o que quisermos, basta apenas acreditar e lutar para obter aquilo que mais desejamos. A fórmula é simples. Afinal o céu não é o limite, ele é apenas o começo.
2ºAno Técnico Auxiliar Protésico Mariana Amorim
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Devagar, se vai ao longe Na vida muitas vezes somos postos à prova, e aí, temos que testar os nossos próprios limites, e acreditar que nada é impossível! Quantas vezes queremos muito alguma coisa e julgamos não conseguir. No entanto, se começarmos com a mais pequena atitude de luta em prol disso, devagar, um passinho de cada vez, quando dermos conta já estaremos bem longe, perto de alcançar aquilo que desejamos, e quem sabe até mais. Tantas outras vezes temos também que ajudar na luta e batalha de outras pessoas, por vezes, fomos pilares que suportam, outras vezes, somos almofadas que secam e amparam as lágrimas, noutras, poços que guardam segredos, âncoras que travam atitudes precipitadas e impensadas. No entanto, também temos que ser pessoas capazes de aceitar a diferença, pessoas com capacidade de aceitação da mudança, pois não adianta remar contra a maré, muito menos ficar preso a um passado, amedrontadas numa luta que já está perdida. Há que aceitar e lutar por um futuro melhor, mais justo e com mais imutabilidade. Para isso é preciso que parta de cada um de nós, com a consciência que tudo é possível, se acreditarmos em nós próprios, e tentarmos cada vez mais sem nunca baixar os braços. Quando dermos conta, deixaremos de ser uma gota no oceano e passaremos a ser a maré que leva a bom porto. E assim, paulatinamente iremos escrever e percorrer um novo caminho cheio de mudanças, tristezas e alegrias. Quando olharmos para trás iremos sorrir e pensar, afinal nada é impossível se acreditarmos, tentarmos e fizermos por isso. Pois nada é impossível até acontecer…. pois onde há amor e sabedoria, não existe temor nem ignorância. Técnico Auxiliar de Saúde Inês Gomes Ano letivo 2015/ 2018
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“A persistência realiza o impossível” Não existe impossível. Existe falta de
vontade,
perda
de
esperança,
desmotivação. Quando desejamos muito algo, e esse algo está no topo de uma escadaria enorme, 10000 degraus, não vamos esperar voar e aterrar no topo. Temos que iniciar a escalada pelo 1º degrau, em seguida o 2º, e os que forem necessários, passo a passo. Parando para apreciar, descendo para ajudar, tropeçando e cambaleando de cansaço, começando pelo que nos parece mais possível. E quando parecer de facto impossível, já vais a meio, não vais querer descer, porque aí o esforço de descer seria o mesmo que subir. Então, vais olhar para cima e forçar o corpo um pouquinho mais. No 9350 degrau, vais estar tonto, confuso, desmaias e cais para o 3000 degrau. Olhas, não vais desistir agora, já estiveste quase lá, já conseguiste subir tudo aquilo, vais conseguir novamente. Porque só faz o impossível quem for capaz de descer as vezes que forem necessárias. No topo, olhas para baixo, e já não parece impossível, porque realizaste, porque estás lá, e o impossível será outra coisa…E apreciaste o caminho, e conheceste pessoas da primeira e da segunda vez que subiste, terás histórias para contar, memórias sem preço, e o impossível será voltar a vivê-las. O impossível é voltar a abraçar quem já não está connosco, o impossível é voltar ao passado. No presente e no futuro tudo é possível. Técnico Auxiliar Protésico Susana Leite Ano letivo 2013/ 2016
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Reflexão sobre a liberdade - Então estás satisfeito com a liberdade?! - O Homem sempre procurou a liberdade. Desde muito cedo que deseja sair do ninho dos pais para criar a sua autonomia. Sonha também em sair da sua pequena terra com a trouxa carregada nas costas e o sonho apontado à sua frente na linha do horizonte - diz ele com um ar pensativo. - Verdade verdade... Mas parece que falas com algum pesar nas tuas palavras. - Na verdade o Homem de liberdade entende muito pouco ou pelo menos não a sabe valorizar. O Homem na maioria das vezes aponta a liberdade que deseja no outro que o julga mais livre do que ele. Na minha vida eu conheci Homens verdadeiramente livres, paradoxalmente aprisionados ou enclausurados em campos de concentração. Quando queriam voltar a sentir a brisa da liberdade na sua alma, podiam recolher-se facilmente na sua mente e imaginar que voltavam a tocar os prados verdejantes dos quais tinham sido violentamente retirados. Se conseguissem ter mais três ou dois segundos de oportunidade para dar asas à imaginação, podiam ainda voltar a saborear no seu paladar a broa quente que a sua avó acabava de preparar... - Continuava ele até ser interrompido pelo seu amigo. - Julgas ser isso a liberdade?! Isso é a loucura que se apoderava desses pobres Homens quando só lhe restava isso mesmo... A loucura! - afirmava num tom agitado e revoltado quase como se sentisse algum sofrimento... Não sei se sentia sofrimento por esses Homens ou numa liberdade que ele nunca teve oportunidade de saborear. - Eu percebo as tuas palavras - disse serenamente o louco amigo - mas se pensares bem, o Homem não percebe realmente o que é a liberdade. Ele esquece-se que a sua própria liberdade termina quando começa a do outro, mas o que mais vês por aí são grupos, são alcateias que tentam apoderar-se da liberdade do outro! O Homem é assim, pior do que um animal coletivo que fareja o sinal dos seus caprichos, mesmo quando mascara a sua ação de boas intenções. - Crês então que os Homens que falas são só esses monstros mal intencionados?! - atira num tom irónico o amigo activista. - Não... Todavia, quando não acontece isso o Homem torna-se prisioneiro da sua própria liberdade... 46
- Que falas tu meu bom louco?! Que queres dizer com isso?! - responde o amigo verdadeiramente confuso. - É o que eu sinto meu caro. Faz o seguinte exercício. Dá liberdade a um Homem e repara como ele vive dentro dela... - Dou liberdade?! Dou liberdade como se eu não sou dono de ninguém?! Eu quero é libertar as pessoas desses tirânicos! - Interpela prontamente o jovem rapaz cada vez mais nervoso e com os olhos postos num horizonte turvo da sua vida. - Falas-me que não dominas e dizes que queres libertar, mas não referiste em primeira mão que irás libertar realmente alguém. Será porque tu próprio te encontras algemado?! - Que dizes tu meu velho?! Eu algemado em que?! Eu só não sei o que fazer, para onde ir e quem confrontar... Esses Homens que gerem o mundo são enormes! São monstruosos! Eles aprisionam toda a gente! - Acabando por cair na esparrela o pequeno sujeito. - Aprisionam toda a gente menos a ti meu bom jovem, pois tu não te deixas aprisionar ou pelo menos não entendes que tu próprio acabas por te enterrar nas imensas voltas que dás - diz com um sorriso leve o velho sábio conseguindo pela primeira vez cativar verdadeiramente a atenção do jovem. - Como te dizia, dá liberdade a um Homem e vê como ele age dentro dela se não conhecer o seu rumo, se não conhecer o seu destino... Se não tiver esta sabedoria construída internamente para valorizar verdadeiramente a liberdade. - Então crês que a liberdade não seja o rumo certo?! - pergunta o jovem recolhendo-se com a boca trémula e a cavidade secando a cada palavra proferida. - Creio sim meu rapaz! A liberdade será o desejo, a ambição e o trabalho árduo do mais visionário. Só esse verdadeiro visionário poderá realmente passar a noite de breu à procura, mesmo quando não haja ninguém que lhe queira valer. Será ele a desbravar os caminhos da liberdade, da genuína e da eterna liberdade... Desbravando os caminhos do pão! Desbravando os caminhos do pão... Elaborei este pequeno texto em homenagem a todos os visionários, Homens e Mulheres, corajosos e corajosas, que revolucionaram o nosso mundo e que conseguem preencher a cada ação a liberdade genuína na alma humana.
Dr. João Diogo Vedor
(antigo aluno da E.E.E.P)
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O aprendizado da língua portuguesa, é daquilo que deve ser o gosto pela leitura, tem que ser pensado, para que a ligação com o livro chegue ao aluno, não apenas como uma fonte de saber, mas como fonte de recolha de prazer absoluto. O professor tem de ser, um contador de histórias! Mia Couto
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Dia da Mãe na E.E.E.P- E@D
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“Somos folhas da mesma árvore” Uma elegante “árvore” de seu nome Júlia, conheceu na década de 1960, na cidade luz, uma “raiz divina” de seu nome Patrício. Na verdade, a Júlia, imbuída de determinação, sabedoria e alguma timidez, aliada à firmeza e à persistência do Patrício, entrelaçou-se com a raiz divina, e eis que paulatinamente aflora uma peculiar floresta. Esta simbiose não poderia ser mais perfeita…
Corria o dia 28 de dezembro, e, nesta frígida manhã de inverno, a Júlia regozija-se com a chegada da sua “folha” de seu nome Isabel. A Júlia embrenhou-se na melodia do amor, deliciou-se com a maternidade, mas, acima de tudo, auspiciou que esta “folha” habitaria em si de forma graciosa, e a mesma embelezaria a floresta, acrescentando mais cor ao seu bosque.
O que dizer da minha mãe tão singular, tão terna e tão serena? Para nós filhas, a nossa mãe é indubitavelmente a melhor. A minha, consegue transformar alguns dos meus “invernos” em dias de primavera. A sua “floresta” retrata orgulhosamente a sua genuína identidade transmontana, e a sua grandiosidade como ser humano.
Os “veios” da sua árvore dedilham valores intemporais. A conjugação do verbo respeitar, a transparência como ingrediente crucial, incutida à “folha” Isabel, para que a mesma dê continuidade aos ensinamentos da Júlia. Genuinamente embelezou a sua “floresta”, deu-lhe Amor, instigou à “folha” que obrigatoriamente deveria aliar a conjugação do verbo dividir, perder, para posteriormente saborear a vitória.
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Como tantas e tantas folhas, a Isabel
deparou-se
com
algumas
intempéries. Inevitavelmente, as mesmas foram
cruciais
para
o
seu
desenvolvimento e robustez psicológica. Umas vezes o vento foi-lhe favorável, outras, nem por isso. predileta
continua
A sua árvore ampará-la
nas
adversidades. Os seus ramos, sempre deixam transparecer uma luminosidade, e quando isso não acontece, a” raiz” Patrício sempre reitera: “Se estiveres triste pensa em mim”.
O companheirismo, o afeto, as carícias, o beijo de boa noite, sempre nos acompanharam. Somos companheiras de uma vida, mas, na verdade, costumo recarregar baterias aos fins de semana. Aí, somos confidentes, aí volto para os braços da minha Mãe.
Os olhos são na verdade o espelho da alma, alma essa, que irradia quando cogita que o sábado à noite será dedicado às nossas apreciáveis sobremesas. Este legado maternal está aqui bem patente. Na verdade, ela prefere um outro ajudante na preparação das suas iguarias. Uma outra “folha” de coração, denominado de Fernando Maciel, que veio ornamentar ainda mais a sua floresta. As “folhas de coração”, também se metamorfoseiam em autênticos rebentos. Esta “folha” é mais serena para executar estas tarefas, sendo assim, eu fico a supervisionar…
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O nosso pequeno almoço ao domingo é primordial. A “árvore” Júlia vai habitualmente à missa, e quando regressa, toma o tão almejado desjejum, na companhia da sua “folha” preciosa. Aí, ambas desabafam, fazem o seu balanço semanal. Este ritual é sagrado, pois, ainda hoje, continua a ser um momento apenas delas…
A “árvore” Júlia sempre respeitou a individualidade da sua “folha”, nunca a restringiu excessivamente com regras e normas, dando-lhe assim o seu livre arbítrio. Na sua infância a “árvore” Júlia, fora outrora um pássaro livre que aprendeu a voar sozinha.
Um dia, ainda muito muito longínquo, esta minha “árvore”, perderá os seus frutos e as sua folhas. Aí, as suas raízes sussurrar-nos-ão ao ouvido:
Maria Júlia Há só uma A de Ferreira Que é o meu Amor E mais nenhuma!
E afinal… é tão simples dizer Adoro-te!
Professora Isabel Maciel
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Querida Mãe… Pensei em várias formas de começar este texto… Na verdade acho que nunca estive tão nervosa para escrever um texto. Parece que minha mente bloqueou e as palavras desapareceram. Escrevi e reescrevi frases soltas, mas nenhuma delas tinha o verdadeiro valor das palavras que te quero dizer.
Mas então, no meio do meu nervosismo de não saber como começar, surgiu-me algo que eu tenho a certeza que seria um ótimo começo. A tua missão de ser mãe começou com alguns meses de enjoo, seguindo de desejos, o aumento do peso, dores na coluna e a emoção à flor da pele. Desde que nasci tu estiveste do meu lado, no teu colo me seguraste, quando tropecei amparaste-me e quando caí levantaste-me!
Conheci o mundo de mãos dadas contigo, e aprendi a falar ouvindo as tuas palavras. Tu, ao longo destes anos ensinaste-me varias coisas. Ensinaste-me que o amor é o mais belo e raro sentimento que existe, é uma dádiva que o ser humano possuiu, conseguir amar e ser amado. Tu ensinaste-me a amar, a respeitar, a dar valor à vida e aos amigos e familiares. E, mais importante de tudo, tu deste-me amor.
O amor mais singular do mundo, o amor acolhedor, o amor que ensina, o amor que provoca risos e lágrimas, o amor que faz com que eu me sinta protegida e única. Nos teus braços, e no aconchego do teu colo eu sinto o verdadeiro amor, aquele que não existe em lugar nenhum no mundo, a não ser nos teus braços. Sinto amor em tuas palavras, em teus conselhos e por incrível que pareça até sinto o teu amor quando te chateias comigo! Porque não irei sentir o teu amor? Se te chateias comigo, é porque me amas e queres o meu bem! 54
Muitas vezes penso em quando for adulta e já tiver o meu emprego e minha próprio casa, pergunto-me se sair de casa vai ser assim tão bom… ninguém vai amar-me como me amas, ninguém vai cuidar de mim com cuidas, ninguém vai fazer-me o jantar como tu fazias, mas, por um lado sinto que estou pronta para enfrentar essa nova etapa porque tu me ensinaste tudo o que preciso para a enfrentar.
O tempo é traiçoeiro, afasta nossos corpos, mas aproxima nossos corações, por isso promete-me que nunca me vais deixar, que eu prometo que para sempre vou amar-te.
2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Adriana Silva
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Mãe, é quem cuida! Costuma dizer-se que quando uma criança nasce, com ela nasce uma mãe. Esta frase aparentemente é uma ideia bonita, mas nem sempre corresponde à realidade. Às vezes a criança nasce, e só mais tarde na sua vida é que vai nascer a mãe que a vai amar. Mãe, não é apenas quem gera e coloca no mundo, pois mãe é quem cria e quem ama. Todos já ouvimos essa ideia e plenamente todos parecem concordar, mas, apenas alguns têm o “privilégio” de viver essa realidade, como é o meu caso. De facto, seja a pessoa que for, rica ou pobre, com laço sanguíneo ou não, pode vir a tornar-se uma verdadeira e excelente mãe. Não nos enganemos que por si só está tudo bem, pois em criança e em adultos inevitavelmente vamo-nos questionar constantemente, onde está a pessoa que tem traços parecidos com os nossos, onde está a pessoa que tem a compatibilidade com o nosso sangue. Seguramente, essas perguntas existem sim, porém, as respostas podem ser variadas. Umas, podem ser mais dolorosas, outras, com imensos porquês, e até outras, com sentimento de angústia e raiva. É verdade que existe uma mãe de coração, que nos preenche, nos dá todo o carinho, apoio, coragem, que nos ensina a ser quem somos, mas, inconsequentemente, haverá sempre um vazio que nunca será preenchido. Vai haver sempre momentos de necessidade de rever o rosto da pessoa que nos teve no seu ventre, que nos carregou durante nove messes, mesmo que seja por uma simples foto, de querer saber quais eram os seus gostos, como era a sua personalidade e como seriam os momentos vividos, caso esta estivesse aqui, perto de nós. Quando este acontecimento ocorre na infância, a meu ver, é bastante difícil, pois é nesta fase que somos mais inocentes, não temos bem a perceção dos acontecimentos, pois sempre me questionei o porquê de todos os meus colegas terem uma mãe, e eu simplesmente não a ter. De todos estes festejarem o Dia da Mãe anualmente, com desenhos preciosos, construções, molduras com as fotos delas e eu apenas com uma foto da minha avó. Perguntava-me também, quando todas as mães se reuniam para 56
ver a nossa apresentação escolar, o porquê de o meu pai se encontrar no meio de todas elas e não, simplesmente, se encontrar ali uma mãe normal como todos os outros. Lembro-me também de ser questionada inúmeras vezes ficando consequentemente olhada de forma diferente, perante os meus colegas. Na infância, nós, crianças não temos muito em conta a perceção dos atos, muito menos dos sentimentos, pois nesta fase não existe maldade. Esses acontecimentos eram bastante difíceis de entender e muito mais de explicar a uma criança. Ficava sempre com uma enorme confusão dentro de mim, pois sempre me transmitiam que a “mãe verdadeira” se encontra no coração e nas estrelas maiores do céu. Porém, só agora, quando amadureci, é que entendi o verdadeiro significado da palavra mãe, só agora compreendi que ser mãe é amar um filho que pode não ter sido gerado no seu ventre, mas, que se fixou para sempre no seu coração. Ser mãe é amar, sacrificar, sofrer em silêncio, chorar de alegria e sonhar com a mesma intensidade que uma mãe de sangue. É proteger e amar incondicionalmente, é simplesmente, e apesar do que a genética diz, saber que somos filhos daquela pessoa que nos deu todo o amor e compaixão, onde o resto minimamente interessa.
Mãe, é quem cuida!
Margarida Fernandes- 3-TAS
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“A minha mãe é melhor que a tua” “A minha mãe é melhor que a tua” todos nós já escutámos ou afirmámos isto pelo menos uma vez na vida. “A minha mãe é a melhor do mundo” uma frase que quanto mais o tempo passa mais verdade carrega – por esse mesmo motivo achei oportuno escrever este pequeno texto, não por ser dia da mãe, mas para tornar público apenas uma ínfima parte do amor que sinto por ela. Ela nunca se apercebeu, mas eu desconfio que o sol nasça só para ver a sua beleza – apesar de ter latentes caraterísticas físicas que a tornam a mulher mais bonita do mundo, interiormente, ela é um universo de amor e paixão: mulher e mãe dedicada, trabalhadora, uma incansável conselheira, rainha da bondade e deusa do amor e do carinho. Estas caraterísticas são pequeniníssimas em proporção à sua grandeza, mas são as caraterísticas fulcrais que fazem o sol apaixonar-se por ela todos os dias. O amor que sinto por ela transcende o tamanho do universo. Todo o amor que eu desenvolvi foi por culpa dela, foi ela quem me ensinou a amar e a entender o poder da palavra “amo-te” - ela é mais do que uma inspiração para mim, é a prova viva que o amor genuíno existe e que amar nunca é demais. Em síntese, quanto mais tento escrever sobre ela mais as palavras me parecem insignificantes. A voz do amor é o gesto, pois este coloca em prática aquilo que as palavras se comprometem fazer – por este mesmo motivo, e pelas suas ações diárias repletas de amor e carinho apenas reforçam o facto de considerar a minha mãe a melhor do mundo.
Mariana Amorim- 2º-TAP
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A minha mãe é única Ela é especial Está sempre comigo No bom e no mal
Está sempre a reclamar Com as tarefas que eu não faço Mas na hora de deitar Tudo perdoa com um abraço
É uma super heroína Até nos dias complicados É por isso que a admiro Cada vez mais com o passar dos anos
Está sempre presente Faça chuva ou faça sol Mesmo quando está cansada
3º Ano- Helena Arantes-poesia (TAP) e Jéssica Ferreira( TAS)
Não me deixa ficar só!
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Ser Mãe … “Mãe... Palavra tão pequenina, Bem sabem os lábios meus Que és do tamanho do Céu E apenas menor que Deus”
Admito que me é bastante complicado transpor para o papel aquilo que penso sobre o que é ser Mãe… há muito que possa ser dito, mas organizar as ideias torna-se um pouco difícil. Bem, ser mãe não é apenas carregar durante nove meses um pequeno ser dentro do seu ventre, mas sim carregá-lo durante toda uma vida no seu coração. Creio que ser mãe é um dos momentos mais desejados da vida que ficará para sempre marcado de forma permanente na memória. Ser mãe não é só saber dar à luz, mas sim saber como abraçar a oportunidade que a vida oferece de poder carregar nos braços aquele que é o ser mais indefeso do mundo, e, acima de tudo saber como criá-lo, como se diz em censo comum, “Mãe não faz, mãe é quem cria”, e saber fazer ambas as coisas tornaalgo autêntico. Ser mãe é saber cumprir o seu trabalho e obrigação, sete dias por semana, durante 24 horas, tentando ser uma pessoa melhor a cada dia que passa e estando sempre pronta para atender às necessidades do seu filho, como por exemplo amamentar, trocar a fralda, entre muitas outras coisas. É ouvir o seu filho chorar e correr em seu auxílio, tentando descobrir algo que tenha sucedido. Ser mãe é ensinar o filho a falar, esperando atentamente as suas primeiras palavras. Ser mãe é ensinar o 60
é quem o se
filho a comer, introduzindo os diversos alimentos um por um, é ensiná-lo a andar, amparando todas as suas quedas. Ser mãe é ver o seu filho adoecer, é chorar por vê-lo sofrer e não saber o que fazer e não dormir de preocupação, pedindo que o sofrimento dele o abandone. É chorar na escuridão e saber disfarçar com um sorriso. Ser mãe é ver o seu filho crescer e tornar-se cada vez mais independente, e acima de tudo ver que os ensinamentos transmitidos sejam frutíferos. Ser mãe é ser tudo na vida de um filho, é estar sempre lá para ele, nunca o abandonando, e acima de tudo, é dar-lhe sempre aquele aconchego, mesmo que já se tenham passado algumas décadas!
Beatriz Fernandes (2º TAS) - texto, e Jéssica Ferreira (3º TAS) - desenho
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Querida mãe, és a minha progenitora ensinas-me tudo da vida apesar de não seres professora
Querida mãe és uma flor já sabes o meu sentimento por ti carinho e amor
Querida mãe deste-me educação aconteça o que acontecer vou sempre ter um lugar especial para ti no meu coração
Querida mãe sejas biológica ou adotiva sei que quando estou mal és a única que me motiva
Minha mãe És muito mais do que um amigo Não importa o que aconteça Sempre serás o meu porto de abrigo
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E para me educar sempre tiveste dedicação E o amor que me deste Não será em vão
Poesia: Lucas Rocha e Pedro Pinto (3º TEAC) Desenhos: Beatriz Carvalho (2º TAS) e Lara Catarino (3º TAP)
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Ruben Ribeiro e Joรฃo Martins 3ยบ TEAC
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Joรฃo Martins 3ยบ TEAC
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Jéssica Ferreira (3º TAS) e Luísa Amado (2º TAS)
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Mater … No Mundo existem imensas mães, mas eu tive a sorte de ter a melhor de todas elas, que além de me ter dado a vida, também é a minha melhor amiga, e a que me entende em qualquer circunstância. A minha mãe é sem dúvida a pessoa mais importante da minha vida e não me vejo sem ela, é graças a ela que sou o que sou hoje. Sempre fez tudo por mim, coisas que nunca ninguém faria, porque o amor que ela nutre por mim não tem preço nem rótulo. Quando preciso ela está lá, e nela sei que encontro todos os gestos e palavras que necessito, e todos eles vêm acompanhados de muito afeto e carinho. A minha mãe é uma guerreira, já passou noites em branco por minha causa, ou quando era pequena, ou quando durmo fora, ou até mesmo quando vou sair, isto porque tem uma preocupação enorme e tem receios, e por muito que eu não goste, eu sei que é por gostar de mim. Trabalha todo o dia, chega a casa e tem sempre algo a fazer, poucas são as vezes que tem tempo só para ela, e nunca reclama por isso! Sempre me acompanhou em tudo, e por muito cansada que esteja, ela tem sempre tempo para me ouvir. A minha mãe é única, é a mulher mais forte e corajosa que conheço, tem uma bondade infinita, e tem sempre os melhores conselhos em todas as situações. Ela é um exemplo a seguir, e tenho muito orgulho nela. Está lá nos bons e nos maus momentos, e mesmo quando a desiludo ela tem o dom de me fazer ver as coisas, e de colocar uma pedra sobre o assunto. Como todas as mães e filhas nós também temos discussões, e nem sempre é fácil chegar a um consenso, temos divergências e feitios muito desiguais, o que por vezes é bom, já noutras não corre lá muito bem. Mas, é nessas alturas que a nossa relação se torna ainda mais forte e que aprendemos a lidar cada vez melhor uma com a outra.
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Nem sempre sou a melhor filha, e sei que tenho comportamentos que a magoam, mas depois de ter essas atitudes tento ficar bem com ela. Nesses momentos eu sei que tenho a melhor mãe do Mundo, e graças a ela consigo tornarme numa pessoa melhor a cada dia que passa. A minha mãe é a única capaz de me fazer mudar de ideias, e de me fazer ver a realidade tal como ela é, não tem problemas em chamar-me à atenção, e é por isso que gosto tanto dela, pois ninguém é tão sincera como ela é comigo. Tenho a perfeita noção que não seria nada sem ela, e é verdade que me custa falar do que sinto por ela, ela conhece-me como ninguém, e pelas minhas atitudes e pelos gestos carinhosos, ela sabe que a amo incondicionalmente. Sou uma sortuda em tê-la na minha vida, e espero que continuemos sempre assim juntas!
3º Ano Técnico Auxiliar Protésico Marta Sousa
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A vida é um arco-íris Desde que me entendo por gente, que sou um livro aberto. Falar comigo é como ler um livro, é como correr ao vento, olhar para o céu e ver tudo claro, sem nuvens. Gosto de pessoas assim, transparentes. Nunca
antes
havia
classificado
esta
característica como “transparência” até que me caracterizaram como tal.(É daquelas palavras que nos tocam dentro, como se fosse Deus a pôr a mão no nosso ombro e dizer: “Estou aqui”.)Sempre me diziam que eu falava demais, e só isso. Todavia eu prefiro assim, porque eu só conheço a verdade. Sou o que sou, sem medo do que pensem de mim. Sim, também tenho incertezas. Porém, seria tudo tão mais fácil se víssemos além da máscara, tudo tão mais simples, para nós e para os outros. Ser transparente é deixar todo um arco íris entrar em nós e dançar com ele. É passar através da escuridão e continuar com a alma limpa. Ser transparente é saber passar despercebido, e brilhar quando o sol trespassa em nós. É de facto, a cor mais bonita que podemos ter. Estar com alguém assim, é sentir confiança, é partilhar sem medo de julgamento. É ver através da dor e da alegria, é saborear a verdade constantemente, sentir um abraço sem toque, uma compreensão infinita. Acredito que todos nós nascemos transparentes, e o mundo vai nos pintando com um pincel delicado, uns mais, outros menos, uns mais brilhantes e vibrantes, outros mais negros e apagados, mas a nossa base é a transparência, devemos agarrar-nos a ela, deixar entrar o arcoíris, sem nunca perder a nossa maior pureza.
Técnico Auxiliar Protésico Susana Leite Ano letivo 2013/ 2016
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“O homem nasce bom, mas a sociedade corrompe-o” Tal como defendeu Rousseau, “o Homem nasce bom, mas a Sociedade corrompe-o”. O Ser Humano nasce puro, honesto e fiel aos seus princípios, mas, à medida que se vai desenvolvendo como cidadão, vai modificando as suas facetas, forma de ser e pensar e de interagir com os outros. Desenvolve um papel não fiel àquilo que é, mas ao que o mundo em redor necessita que ele seja. Assim, ele mente, engana, mascara as verdadeiras emoções para facilitar a sua aceitação e atingir mais facilmente os seus objetivos. Sorri quando pretende chorar; diz sim quando quer falar não; manifesta uma paleta de cores que não o representam na realidade. Dessa maneira, quando a maioria das pessoas é assim, destacam-se aquelas que refletem tudo o que são, uma transparência nua e crua. Estes indivíduos exteriorizam as suas verdadeiras personalidades, aquilo que pensam e sentem, são capazes de mostrar num simples semblante se estão contentes, tristes, confusos ou pensativos. É fácil ler-lhes a alma e o pensamento. Transmitem uma sensação de paz porque podemos confiar neles, sabemos que não se mascaram por detrás de figuras ilusórias. São pessoas bonitas porque são genuínas e imperfeitas, como todos nós, mas não o admitimos. No meio do arco-íris encontramos uma clareza que se faz notar. E há pessoas que vemos essa transparência no olhar, que sobeja a alma. 3º Ano Técnico Auxiliar Protésico Lara Catarino
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O desnudar da alma A transparência implica abertura, comunicação, seriedade e responsabilidade. Mas, como já se viu em frases de exercícios anteriores… palavras leva-as o vento! É muito complicado alterar a genética de algumas pessoas que são muito sérias… quando não se riem. Mas pode ser que um dia os cientistas inventem uns óculos para se ver a transparência da verdade. Isso é que era!! - Jura dizer a verdade e somente a verdade e nada mais além da verdade? - Sim, senhora juíza! - Hum, estou a ver tudo muito baço…
Transparente, transparente, assim mesmo completamente transparente é difícil encontrar uma pessoa. Mas, se calhar, também não é necessário. Basta que haja um esforço em busca da seriedade, honestidade e integridade, para andar de cabeça erguida. Já não é mau, nos dias que correm.
Mas ser transparente é mais do que isso. É ter a coragem de se expor, de se dizer com franqueza o que se sente, deixando cair as máscaras. Ou, como diria o poeta, é desnudar a alma.
Hoje em dia vivemos num mundo extraordinariamente competitivo, stressante, em que as pessoas são constantemente avaliadas e postas à prova. Nota-se, por isso, que há cada vez mais falsas palavras, falsos sentimentos. Ninguém quer ficar para trás, ninguém quer ser o último. Todos querem ganhar uma vaga única entre 200 candidatos para um lugar. Com o passar do tempo, há uma tendência para se perderem as referências da solidariedade, entreajuda e compaixão. As ações são cada vez menos leais e menos nítidas. Infelizmente.
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Mas, vamos lá a ver, se calhar também não é muito bom ser completamente transparente. Ou, como diria a poetisa brasileira Martha Medeiros: Não morro de amores por pessoas sem mistério quando se é muito transparente muito risonho e educado é raro ser levado a sério prefiro os mais silenciosos os que abrem a boca de menos os mais serenos e mais perigosos aqueles que ninguém define e que sempre analisam os fatos por um novo enfoque prefiro os que têm estoque aos que deixam tudo à mostra na vitrine.
Há transparências para todos os gostos. Tem dias…
Fábio Martins 3º TAP
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A transparência da alma A vida é pintada de várias cores, umas vezes alegre e brilhante, outras vezes escura e nublada. Mas, a maior beleza de todas é a transparência da alma …. A sinceridade de uma pessoa, a humildade, empatia e respeito que se tem para com os outros. Nada há de mais valioso e importante do que as pessoas serem elas mesmas, sem máscaras, filtros ou imposturices. O saber ter a capacidade de olhar quem está ao nosso lado, dar uma palavra de apoio, de aconchego acolhendo-a no nosso colo. O saber dizer não gosto disto e explicar o porquê, o saber chamar o outro à atenção sem ofender. O saber aceitar uma crítica construtiva e não reclamar, pelo contrário, até agradecer, pois temos que perceber que as críticas são algo construtivo para o nosso futuro, e crescimento pessoal. Ao aceitarmos os nossos erros, estamos a compreender que erramos, estamos a crescer aprimorando-nos a nós mesmos. A transparência da alma, é mostrarmo-nos ao outro tal como somos, sem filtros. Mostrar a pureza do olhar, e do coração. As pessoas transparentes possuem luz própria, iluminam-se, e iluminam os outros.
Técnico Auxiliar de Saúde Inês Gomes Ano letivo 2015/ 2018
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O coração é um guarda-jóias O coração é um guarda-jóias precioso. Quanto mais cheio, mais espaço tem. É um guarda-jóias maravilhoso. Guarda sorrisos e gargalhadas, guarda crepúsculos e madrugadas, guarda grandes decisões e pequenos nadas. Guarda palavras e silêncios, guarda as melodias e escuta a fímbria do sol a deslizar pelos dias. Sabe segredos por conhecer e sabe sempre quando o amor está para aparecer. Guarda a esperança, a vontade e a saudade, guarda o bem que fez e o bem que lhe fazem, está sempre atento e nada lhe escapa, porque o coração está por dentro do que te faz falta.
lado.a.lado
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A nossa caixinha mágica É no coração onde guardamos informações preciosas, ou não, pois é ele o nosso arquivo interno. É nele que guardámos o que vivemos de mais delicioso, e também o que vivemos de mais terrível. Há lembranças que gostaríamos de carregálas para sempre, sendo eternas, porém há outras, que simplesmente queremos esquecer de algum modo, sendo por vezes irrealizável. Os momentos fazem parte das nossas vidas, assim como o passado, o presente e o futuro, onde alguns destes são tão marcantes que nunca os esqueceremos, e os que não nos marcam assim tanto, sempre restará um vestígio destes, dentro do nosso coração. São os momentos, os sentimentos e as lembranças que temos guardadas, que nos tornam pessoas mais especiais, e por vezes, até diferentes. O nosso coração pode ser um guarda-jóias, quando este armazena simplesmente boas lembranças, como a realização de um objetivo pessoal ou profissional na nossa vida, uma simples comemoração, um simples hábito que nos recorda a paz interior dantes dada, ou até mesmo, a existência de uma pessoa que nos marcou tanto, que jamais sairá da nossa memória. Infelizmente, é de realçar que nem tudo é um mar de rosas como já os antigos referiam, pois o coração inevitavelmente, também terá as suas memórias um pouco desagradáveis, seja por uma simples desilusão, derrota, ou até uma perda. Porém, o importante é termos sempre esperança e coragem para seguir em frente, ou seja, agir e ir em busca de acontecimentos maravilhosos e marcantes, para de certa forma, o nosso coração se possa cicatrizar, tentando cobrir as más memórias, ficando então as boas por cima. Se não fizermos nada para isso acontecer, e mergulharmos na tristeza e na solidão relembrando sempre dos maus momentos passados, posto isto,
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automaticamente, o coração deixa de ser um guarda-jóias de uma forma metafórica. As jóias são algo precioso que devemos guardar, cuidar e valorizar, como as boas memórias, porém, por vezes, no meio destas, pode existir uma menos valiosa, mas se tivermos bastantes memórias inesquecíveis, esta acaba por esconder-se no meio das outras… Todos os nossos bons momentos, com toda a certeza, estão guardados no nosso coração, cada acontecimento foi único sendo impossível esquecer, mesmo que a vida nos tenha levado por caminhos diferentes, as lembranças ficam, e mantêm todas as memórias que valeram a pena. Tudo o que vivemos teve valor, e é por isso que guardamos no coração cada lembrança da vida. Há certas coisas que jamais poderão repetirse, e aí vemos a importância de manter connosco as lembranças e boas sensações, que tivemos naquele momento tão feliz.
3ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Margarida Fernandes
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Coração…
Órgão que bombeia o sangue para todas as células do organismo.
Então que relação pode este ter com os sentimentos?
Bem, tudo isto pode ser explicado através da famosa ideia de que temos sobre a forma do coração. Mas, o que poucas pessoas sabem é que esta imagem só é possível entendê-la, se visualizarmos os dois corações humanos juntos.
O amor e ódio, a alegria e a tristeza, a bondade e a maldade. São sentimentos contraditórios, antagónicos até, mas a vida está repleta deles. Cada um tem a sua história. Não é porque a minha história não teve um final feliz, que a tua não possa ter.
O coração é como guarda-jóias, pois dentro dele estão as memórias de uma vida. A vida que cada um vive, até este exato momento em que lês este texto. Tenho a certeza que viveste altos e baixos, compartilhaste sorrisos e momentos difíceis, e, tão difíceis, viraram lições, que guardas no teu guarda-jóias.
O nosso grande problema, é que também guardamos lembranças de momentos maus. Momentos que nos marcaram, e definiram a nossa vida naquele preciso momento. Para mim, um deles foi a morte do meu avô paterno. Era pequena! Como se pode explicar a morte de alguém tão próximo a uma criança? Ele virou uma estrelinha lá no céu.
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Naquela altura não entendi o significado, agora com dezoito anos, e com tão pouca, mas ao mesmo tempo alguma experiência de vida, sei o significado, não é mau, apenas diferente!
O meu guarda-jóias é imenso e ainda falta tanto para viver. Agora sei viver. Ansiosa estou pelo futuro incerto, dos sonhos, dos amigos, das experiências ainda vividas. Termino o meu pensamento com um apelo. Vive a vida. Encontra-te, e primordialmente, sê feliz!
3ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Daniela Pereira
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Coração Transparente O meu coração está em tudo, e o meu coração é transparente. O meu coração, muitas vezes, sai pela minha boca de repente. Com o coração faço tudo, e do meu coração tudo fazem, É fácil fazê-lo crescer e mingar numa só viagem. O meu guarda choro e riso, Tem também um pensamento impreciso, E às vezes um palpitar de aviso. AH! Como gostaria que todos vissem através dele… Que todos sentissem à flor da pele tudo aquilo que dele expele! É também silencioso… Vive, nem sempre, entre penumbras. Astucioso, serpenteia entre dilemas, Ambicioso, resguarda-se das sombras. Ele palpita vibrantemente, Tanto de amor como de repulsa. Paulatinamente aguarda circunstância, Simultaneamente anseia e pulsa pela sua estância. O meu coração não nasceu para estar sozinho, Nasceu para voar do ninho. Se ele pudesse verbalizar tudo aquilo que lhe faz falta, Seria decerto uma lista interminável para colocar em ata. Se ele pudesse trazer de volta tudo aquilo que amou, Seria como juntar todas as lágrimas que já derramou. Acredito que nascemos com coração, Para que este efetue como que uma gravação da nossa vida. Para que sare cada ferida, Para que no fim tudo doa, e tudo valha a pena. Para que possamos sentir um como uma centena, E para atear fogo ao nosso corpo com pouca acendalha. Para que nada seja como uma medalha. Para que o nada, por tudo valha. Técnico Auxiliar Protésico Susana Leite Ano letivo 2013/ 2016
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A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa. Quando se vê, já são seis horas! Quando se vê, já é sexta-feira... Quando se vê, já terminou o ano... Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida. Quando se vê já se passaram 50 anos! Agora é tarde demais para ser reprovado. Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio. Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca dourada e inútil das horas. Desta forma, eu digo: Não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo, a única falta que terá, será desse tempo que infelizmente não voltará mais... - Mário Quintana
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Amor de Perdição- Camilo Castelo Branco Amor de Perdição é considerada uma novela exemplar do ultrarromantismo, porque exalta o sofrimento amoroso dos jovens e aponta a morte como solução para os conflitos do coração. Esta obra foi escrita em apenas quinze dias, quando o autor Camilo Castelo Branco, estava preso na cadeia da Relação do Porto. Baseada em um caso verídico – a vida de um tio que esteve preso na mesma cadeia da Relação, a narrativa explora a força dos sentimentos como a razão de ser da vida. Sabemos que o pai de Teresa, Tadeu de Albuquerque, não gostava de Domingos Botelho, devido a uma sentença que lhe tinha sido contrária. Simão Botelho e Teresa de Albuquerque apaixonam-se perdidamente, através das janelas dos seus quartos. Pretendo desta forma que sejas criativo, e dês um novo final a esta trágica história. A partir do momento em que Simão Botelho assassina Baltasar Coutinho, tu mesmo, vai recriar outra história. Baltasar Coutinho é assassinado por Simão Botelho, e, a partir deste trágico desenlace, dá asas à tua imaginação e reinventa o que gostaria que sucedesse com todos os participantes desta novela.
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“Por mares nunca dantes navegados” A notícia proliferara-se vertiginosamente por toda a cidade, e já não havia quem não soubesse do trágico sucedido – Simão Botelho matara Baltasar Coutinho. Perante as chamativas capas dos jornais e do grande tumulto popular face ao sucedido, Simão é condenado ao degredo na Índia – este, ciente do erro que cometera, aceita a sentença sem repostar nada. Mariana arrasada com a sentença que Simão tivera, derrama rios de lágrimas não aceitando o destino que fora concebido ao amado. Teresa mudara de convento, a mando do seu pai, uma semana antes de Simão receber a sua sentença - estava agora em Évora e não possuía qualquer tipo de contacto com este. Os dias foram passando e a tranquilidade começava a instalar-se novamente, as pessoas deixaram de falar de forma sistemática no sucedido trocando o tema por assuntos meramente banais. Por outro lado, Simão ficava cada vez mais nervoso e angustiado, aquele destino penoso iria privá-lo de nunca mais voltar a ver Teresa que, por crucial infortúnio tinha-se mudado aquando da tragédia fatídica. No dia em que Simão embarca para a Índia, Mariana decide ir também por não aguentar a ausência deste em sua vida alegando, complementarmente, que como já não tinha mais família já não tinha ninguém que lhe aconchegasse a alma. Simão perante as palavras de Mariana aceita pacificamente a decisão voluntária desta. Passara um mês desde que Simão e Mariana tinham embarcado para a Índia, e Simão começara a denotar caraterísticas em Mariana que o chamam a atenção de forma reiterada: o olhar doce, os cabelos compridos e soltos (coisa que Simão nunca vira), umas formas corporais tão delineadas que roçavam a perfeição e uns lábios meios carnudos cor de cereja. Mariana despertara em Simão um sentimento de desejo carnal que nunca este chegara a desenvolver por Teresa. Nas semanas seguintes Simão começava a criar sentimentos, que rapidamente se transformaram em paixão. No outro lado do oceano, Tadeu de Albuquerque tirara a sua filha Teresa do convento por achar que esta não voltaria a desobedece-lhe visto que Simão já não se encontrava em contacto com a mesma.
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Dez anos passados, e a sentença de Simão finalmente acabara, contudo, quando confrontado com o regresso a Portugal este olha para Mariana e para os seus três filhos e decide continuar a sua vida na Índia. Teresa, por sua vez, teve um filho, fruto do casamento com um homem simples e honesto.
2ºAno Técnico Auxiliar Protésico Mariana Amorim
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Mea Culpa Nos primeiros raios do
alvorecer,
Simão,
desperta com o som dos cânticos gregorianos, que se fazem ouvir no Convento dos Capuchos, em Sintra. Contempla
a
sua
cama
solitária que está inserida num
pequeno
quarto,
relembrando-lhe as saudades existentes pela sua amada Teresa. Após o despertar saiu para dar a sua caminhada matinal, com o objetivo de afastar os demónios e os pensamentos que o assombram nos sonhos, aí, lembrou-se que prefazia dois meses, desde o assassinato de Baltasar, e desde o dia em que é declarado sem família. Este ocorreu no dia em que Teresa estava de saída do convento, à porta do mesmo. Baltasar foi morto por Simão, seu rival, com uma bala no peito. Após o disparo caiu de imediato nas escadarias, onde acabaria por falecer, depois de deixar a sua última marca neste mundo no seu rival. Domingos Botelho ao ver o que Simão havia feito, declara-o sem família, fugindo com a sua mãe e irmãs para Vila Real. A meio da caminhada decidiu descansar junto de uma velha árvore, que lhe chamara à atenção. A árvore possuía umas raízes expostas, e a sua casca denotava marcas do seu tempo de vida. Após um tempo de observação, sentou-se num banco, e lembrou-se das suas “marcas”. Resolveu sentir a cicatriz do ferimento causado por Baltazar, em seu último suspiro de vida, e deixou os pensamentos fugirem daquele lugar e daquele tempo. Só se conseguia lembrar das palavras de Baltasar, que faziam eco na sua cabeça: “eu morro, mas o meu espírito e meu coração vingar-me-ão, para sempre amarei Teresa”. Recordando-se em seguida do som do disparo, que o traz de volta à realidade. Isto relembra-lhe que teve muita sorte, mesmo tendo levado um tiro, pois a bala acertou um pouco abaixo do coração. Estas memórias continuam 85
vivas na sua alma, mas há uma parte em branco, uma falha para a qual ainda não tem resposta. Quando ia retornar o seu passeio, o frade Manuel, interceta-o, e questiona-o sobre o seu olhar distante e atormentado. - Meu querido filho, o que lhe perturba nesta manhã ensolarada? – interroga preocupado o frade Manuel - Bom dia frade Manuel, estou angustiado. Por muito que me esforce não consigo lembrar-me de nada sobre aquela noite, há pedaços na minha memória que faltam. – Conta Simão. - Como tu sabes, meu filho, fui eu que cuidei do teu ferimento, visto que tenho uma vasta experiência em medicina da minha vida “passada”. – Interrompe o frade Manuel – Naquela noite enquanto tomava uma caneca de chá, observando o temporal lá fora, pediram-me que fosse à porta do convento, pois estava lá uma senhora encapuzada, a clamar por ajuda. – Completou o Frade Manuel. - Sabe alguma coisa mais sobre essa senhora? – perguntou intrigado Simão. - Infelizmente, devido a chuva só consegui ver a silhueta que estava coberta por capa e capuz. Ela logo desaparecera, assim que te trouxemos para dentro. – Conta o frade – É tudo o que sei, espero que te tenha ajudado, trazendo um pouco mais de conforto à tua alma. - Terminou por dizer o frade Manuel, retomando o seu caminho. Levantando-se do banco, Simão, dá um suspiro profundo ao ver a flor predileta de sua amada desabrochando, lembrando-se de como gostaria que ela ali estivesse. De volta ao convento, depara-se com um rosto que lhe era familiar, não podia acreditar no que os seus olhos viam, era Mariana, a filha do João da Cruz. Correu em sua direção, ainda um pouco incrédulo, abraçou-a, perguntando-lhe em seguida como ela soubera do seu paradeiro. Mariana prometeu explicar-lhe tudo, mas primeiro, queria que a acompanhasse até ao refeitório, pois o cheiro do delicioso chá feito pelos monges, espalhava-se pelo ar. - Mariana! Tantas perguntas tenho para te fazer, mas a mais importante é como me encontraste? – questionou surpreso e ansioso Simão. - Provavelmente, não te lembras de como aqui chegaste, ou quem te terá salvo, tens essa falha na tua memória – afirma Mariana, correspondido com um olhar surpreso integrante de Simão - Fui eu que te trouxe aqui. O Frade Manuel é um velho amigo meu, e eu sabia que se houvesse
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alguém capaz de te salvar e manter segredo era ele. – Conclui Mariana com um sorriso carinhoso. - Agora tudo faz sentido, o puzzle dentro da minha mente está completo! - Afirma o Simão. Tens notícias de Teresa? Como está ela? – pergunta Simão preocupado. - Pelo o que soube está trancada numa casa de campo da sua família. Fui lá umas duas vezes saber como estava, e avisá-la que estavas vivo, pois sei que isso era algo importante para ti. – Conta Mariana – Mas chega de conversa, acho que está na altura de voltares para os braços da tua amada. – remata Mariana. - Mas como poderei fazê-lo? – pergunta Simão. - Tenho tudo planeado com Teresa! Ao anoitecer daqui a dois dias, aparece junto da porta traseira e ela lá estará à tua espera. Antes de lá ires passa por minha casa e eu emprestar-te-ei um cavalo para a viagem. – afirma Mariana - Espetáculo! Pareces ter tudo muito bem planeado e organizado, mas há uma falha no teu plano. Após resgatar Teresa para onde irei com ela? – interroga curiosamente Simão - Já me esquecia! Depois de teres Teresa nos teus braços, dirige-te para Sul. Após, mais ou menos três dias de viagem encontrarás uma casa vermelha no meio da floresta. À porta estará José, um primo meu em terceiro grau, que neste momento se dirige para o teu esconderijo, com o intuito de preparar a casa, e te dar orientações sobre a mesma. – concluiu Mariana Dois dias se passaram, e Simão fez exatamente como planeado. Resgatou Teresa e fugiu para a floresta. Encontraram-se com José, que lhes explicou tudo, e os deixou a aproveitar a companhia um do outro, retornando, assim, a Lisboa. Momentos de ternura, felicidade e juras de amor entre os dois, foram o perfume daquela casa nos dias seguintes. Parecia um final perfeito que nem o maior escritor de romances imaginaria. Mas, ao contrário do ditado, a bonança não veio depois da tempestade, mas antes, pois a pior tempestade ainda estaria para vir. Tadeu de Albuquerque, pai de teresa, já sabia da fuga e andava à sua procura. Semanas depois, Tadeu com o auxílio da família de Baltasar, descobriu o paradeiro dos dois amados e decidiu reaver a sua filha. Tadeu juntou alguns dos seus homens, e cavalgaram em direção à cabana para encerrar esta história de amor, e entregar Simão à polícia, a fim responder pelo assassinato de Baltazar, trazendo, assim, justiça e paz à família de Baltasar. No 87
meio da noite, a companhia chegou à cabana, e prontamente realizou um ultimato a Simão. Tinha até à primeira luz da alvorada para sair e devolver Teresa à sua família. O casal atordoado com a “surpresa” levantou-se da cama, e tentou escutar o que era pronunciado do lado de fora da cabana. Passado alguns minutos, o ambiente dentro da casa encheu-se de medo, de incerteza e de pânico por parte de Teresa, enquanto que Simão tentava manter a calma e pensar no que fazer. Primeiro, ele observou que a cabana estava completamente cercada e que uma fuga na calada da noite seria impossível. Então, decide tomar a única decisão possível. Caminhando até Teresa, abraça-a e avisa-a que irá entregar-se no limite do prazo, para que ela possa fugir e ser livre. Teresa protesta veementemente, visto que o seu amor por Simão é imenso e eterno, ou seja, ela nunca conseguiria viver sem ele a seu lado. Este, por sua vez, silencie-a com um beijo cheio de paixão, seguido por um sussurro no seu ouvido, num tom carinhoso: “confia em mim”. No horizonte começam a aparecer os primeiros raios da alvorada, e o pai de Teresa ordena que os homens entrem na casa para cumprir o ultimato. Simão, tenta lutar contra os homens para possibilitar a fuga da sua amada. Contrariando o acordado anteriormente, a filha de Tadeu “emerge” da cabana e vai em direção ao seu “Romeu”, colocando-se, assim, entre ele e os homens de seu pai, no meio da luta que, entretanto, havia começado. Consequentemente, acabou por ferir-se, fazendo com o pai ordenasse a suspensão do ataque. Nesse mesmo momento, distraído pelo acontecimento da sua “Julieta”, Simão acaba imobilizado. Tadeu assustado desce do cavalo e corre loucamente, em direção à sua filha, colocando-a, de imediato, no seu colo. Ao ver a sua própria mão manchada de sangue da sua cria, a “máscara de ódio e orgulho”, que o cegavam, começa a dissipar e a ser substituída por lágrimas de alívio e arrependimento. Interrompendo o breve momento de silêncio que se instaurava no ar, Teresa com expressão de dor e lágrimas questiona seu pai: - Meu pai, conseguiria viver sem mim? Existiria alegria e felicidade no seu mundo onde eu não existisse? – pergunta Teresa com uma voz que parecia vir do mais profundo da sua alma. - Claro que não, minha filha, seria viver numa eterna prisão de sofrimento e tristeza. -afirma Tadeu limpando as lágrimas de seu rosto. - Então o que acabara de sentir no seu coração e na sua alma, aqui, é o mesmo sentimento que eu teria se não vivesse ao lado de Simão, o amor da minha vida, a minha alma gémea. Sem ele a minha vida não faz sentido, seria uma prisão como o senhor dissera. - argumenta Teresa, gritando seguidamente: - Eu suplico-lhe deixe-nos viver o nosso amor! 88
Tocado pelas palavras da filha, Tadeu decide conceder o seu desejo, enquanto a abraçava paternalmente, como há muito tempo não o fazia. Em seguida os dois caminharam em direção a Simão, que se encontrava algemado, visivelmente angustiado e abalado, cogitando que o seu mundo acabara de se tornar numa noite interminável, já que a luz do sorriso de Teresa poderá ter sucumbido na luta que anteriormente ocorrera. Ajoelhado, Simão sente uma mão a acariciar o seu rosto e ajuda-o a levantar-se, o seu coração começa a palpitar fortemente, visto que conhecera aquele toque, aquela sensação. Erguendo a cabeça, os seus olhos cruzam os da sua amada e num impulso, ele beija-a apaixonadamente enchendo-o de alegria e felicidade. Tadeu interrompe o momento e pede perdão a Simão pelos seus atos, implorando-lhe que entenda que agiu sobre a influência da “máscara de ódio e medo”. Simão aceita o pedido de desculpas e ajoelha-se de novo na frente da sua amada e de Tadeu. Simão pede Teresa em casamento, assim como, a bênção do seu futuro sogro. Simão regozija-se, uma vez que as respostas são afirmativas. Alguns dias depois, Mariana recebe uma carta de Simão: “Minha querida amiga, eu e Teresa casamo-nos com a bênção de Tadeu, e mudámo-nos para a Espanha para viver uma vida longa e próspera. Com a ajuda de Tadeu e dos seus homens, a polícia e a família de Baltazar acreditam que eu morri no confronto, e que Teresa, por desilusão, se mudou para Espanha, encerrando, assim, de alguma forma o assassinato de Baltazar e permitindo-nos ter paz e tranquilidade. Espero que um dia nos possas visitar, prometo um chá igual ao do convento!” Atenciosamente, Simão Botelho Mariana lê a carta sentada no banco que rodeava a velha árvore que Simão idolatrava, no convento, local que agora resolvera viver o resto dos seus dias, devido às lembranças do seu grande amor. Após a leitura desta missiva, um largo sorriso desabrocha no rosto, uma vez que tem a confirmação da extrema felicidade de Simão e Teresa. 2ºAno Técnico Auxiliar Protésico Luana Carvalhais
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“Os bons filhos conhecem o prefácio da história dos seus pais, os filhos brilhantes conhecem os capítulos mais importantes das suas vidas” Augusto Cury
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O que está contido na gaveta? O início ou o mais superficial? Isso toda a gente consegue captar. Mas, quanto ao mais intrínseco? O que está contido na gaveta? Aquela determinada gaveta que contém as mais brilhantes histórias que apenas alguns conhecem? Pois... Nem tudo que damos por conhecido assim o é. E, na minha opinião, este professor tem inúmeras histórias deste género. Apenas com o ideal do primeiro capítulo, juntamente com as introduções, denotei o impacto que este professor tem, e ainda muito provavelmente continuará a ter, pois na minha opinião, é especial e único.
Este professor denominado de Romanov, professor de física, pelo que entendi, tem um historial bastante preenchido de aventuras e conhecimento, o que o vai permitir alterar estes alunos. De certa forma, apaziguá-los e sensibilizá-los para o melhor, pois irá muito provavelmente, descongelar os seus corações problemáticos, trazendo o melhor de cada um, ou seja, o potencial que estará escondido dentro de cada um deles. Os antecedentes do professor Romanov irão permitir com que este esteja apto para a tarefa. Porquê? Porque este professor outrora foi cinturão preto, grande mestre do karaté. “E, como professor, queria treinar seus alunos a pensar sobre dois mundos, o mundo em que estão (o físico) e o mundo de que são (o psíquico)”. Romanov utilizou o seu intelectual para conseguir com que os seus alunos parassem e pensassem acerca de determinados assuntos, pois, “Romanov ensinava através da arte da pergunta. A arte da pergunta abria as janelas da mente dos alunos e os fazia pensar sobre vários ângulos um mesmo problema, desenvolvendo áreas nobres da inteligência. Queria que eles pensassem de maneira ampla e aberta”. Este professor era de facto especial, pois cada cabecinha na sua sala de aula representava uma alma especial, e não pelo contrário, um número. O que fez com que, um dos alunos (Gigante) que outrora não gostava da disciplina, passasse a apreciá-la, pois é como a filosofia de Romanov refere: “Quem ama seu mestre, ama a matéria que ele ensina”. 91
Este fenómeno moveu a escola a idealizar e realizar prejuízos para com o professor, contudo, nada o parou, pois, em momentos passados, Romanov havia lidado com um ataque terrorista na escola de Beslan, na Rússia. E, por ter lidado com esse mesmo ataque, despertou-lhe o ideal de “cultivar as flores mais belas do sentido da vida e da inteligência” , ou seja, tornaria os seus alunos em grandiosos pensadores “apaixonados pela existência e pela humanidade.” O facto de não bombardear os alunos com matéria, a sua forma de transmitir os seus ensinamentos, despertava-lhes a vontade do conhecimento, coisa impensável outrora, uma vez que este se preocupava com o facto de os seus queridos alunos retivessem o que lhes era transmitido. Certo dia, ao longo dos seus ensinamentos, Romanov referiu aos seus alunos que “precisamos também de enxergar com os olhos do coração, que captam os pensamentos e as emoções das pessoas”, o que o levou a um debate de ideais. E entretanto, surgiu a seguinte questão: - “Quem conhece profundamente seus pais e mães, suas angústias, seus sonhos, suas aventuras, seus dias mais alegres e mais tristes?” A esta questão, a resposta foi triste. A maioria dos alunos não conheciam realmente os seus pais, o que levou o professor Romanov, a contar mais uma das suas brilhantes histórias. Outrora, havia um homem denominado de Guilherme, 38 anos, tinha a cara deformada, e andava de cadeira de rodas. Este tinha um filho chamado Rodolfo, que tinha vergonha da aparência de seu pai. Certo dia, Rodolfo faltou às aulas pois estava doente, contudo, havia um trabalho de grupo, e os seus colegas, preocupados com a realização do trabalho, foram até à casa de Rodolfo, o que os levou a conhecer o Sr. Guilherme. Ao longo do trabalho, um colega curioso, questionou o Sr. Guilherme sobre a sua fisionomia. Este contou a sua heroica história, e Rodolfo em lágrimas pela primeira beijou as cicatrizes do seu pai. Admitiu perante o pai e os seus colegas que passou naquele momento a enxergá-lo com os olhos do coração, salientando que deveria ter tido mais curiosidade em conhecer o seu passado. Com isto, chegámos a um dos grandes motivos deste livro, ou seja: “Os bons filhos conhecem o prefácio da história dos seus pais. Filhos brilhantes vão muito mais longe, conhecem os capítulos mais importorntes das suas vidas.”
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Os
bons
filhos
conhecem o comportamento visível dos seus pais, enquanto que
os
filhos
brilhantes
conhecem as lutas interiores, dificuldades e aventuras. E, os jovens que trabalham na sua personalidade, e desenvolvem o ato de ouvir, dialogar e a capacidade de se colocar no lugar do outro, e afins, conseguirão desenvolver boas relações e serem felizes.
Posteriormente, o professor Romanov ensinou que se deve procurar o motivo por detrás das feridas, cicatrizes e atos das pessoas, sendo que “a vida é um grande livro, mas pouco ensina para quem não sabe ler”.
Agora que relatei resumidamente o que entendi, quero aqui salientar que este professor irá muito longe com os seus ideais e feitos, pois este é um homem brilhante. Procura pelos “porquês” e motivos, e vê com outros olhos a simplicidade da vida, e delicia-nos com as suas palavras. É uma pessoa que faz a diferença, porque é distinta das demais pessoas, preocupa-se, tem afeto pelos seus alunos, e por mais que o julgassem, este respondia com a sua mente brilhante. É inigualável!
2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Beatriz Carvalho
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Dia mundial da criança - 1de Junho
"Ser menino é estar cheio de céu por cima." Mia Couto
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Santos Populares
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Os santos populares Já fazem parte da cultura Nos meses de verão Vamos festejar para a rua
Cada cidade com o seu E todos com a sua importância O que importa é celebrar Independentemente da distância
S. António, S. Pedro e S. João Todos com o seu valor Até o menos religiosos Pensam neles com louvor.
Helena Arantes 3º TAP – Poesia/ Jéssica Ferreira 3º TAS - Desenhos
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Memorial do Convento - José Saramago Blimunda de Jesus, uma mulher do povo, a quem o padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão “batiza” de Sete-Luas, vive um amor apaixonado, franco e leal com Baltasar Mateus, de alcunha, Sete Sóis. Este, esteve na guerra de sucessão de Espanha, durante quatro anos, da qual foi dispensado, por ter perdido a mão esquerda em combate. Blimunda tem o dom de em jejum ver o interior das pessoas e das coisas. Os seus olhos são evidenciados, por diversas vezes: “porque olhos como estes nunca se viram, claros de cinzento, ou verde, ou azul, que com a luz de fora variam”. Como já reparaste Baltasar possui uma deficiência física, mas este handicap não constitui qualquer problema, para ambos viverem um grande amor. Depois de muito cogitar sobre este último trabalho, decidi que encarnariam estas duas personagens na perfeição. Blimunda na realidade tem o dom de em jejum visualizar o interior das pessoas. Blimunda, na obra come sempre um naco de pão em jejum, para não ver o interior de Baltasar. Aquilo que eu pretendo é que mudes o rumo à história. Imagina tu, que numa bela manhã ainda em jejum, inesperadamente, a Blimunda vê o interior de Baltasar, e eis, que fica dececionada, entristecida, angustiada, revoltada, e até mesmo repugnada consigo mesma. O que terá ela visto? Aquilo que Baltasar escondia há tanto tempo poderá ele ser perdoado? Lutará ela com todas as suas forças para levar este amor a bom porto? Imagina toda esta situação, encarna a personagem de Blimunda e Baltasar, e mais uma vez dá asas à tua imaginação, e brilha no palco da vida. Medita, coloca-te no lugar de ambos, pois sabermo-nos colocar no lugar dos outros, põe em destaque a nossa humildade.
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Escrita criativa As tropas portuguesas, comandadas pelo Marquês das Minas, tinham acabado de tomar Jerez de los Caballeros, depois de entrarem praticamente sem resistência em Espanha, pelo Alentejo. Portugal fazia parte da Grande Aliança, conjuntamente com a Inglaterra, Áustria e Holanda, que pretendia aclamar rei de Espanha o arquiduque Carlos de Habsburgo. Do outro lado da barricada estava o exército franco-espanhol, mais concentrado na Catalunha, o que deu alguma vantagem aos portugueses, que tinham por missão a conquista de Madrid. Prosseguiu em direção a Mérida o Marquês de Minas, António Luís de Sousa de seu nome, filho de João de Sousa, primeiro Marquês de Minas. Ficou em Jerez de los Caballeros o pelotão de Baltasar Mateus, com a missão de montar guarda porque o local era estratégico. Estava para chegar um auxílio britânico com 7 mil armas, das quais se destacavam as baionetas de alvado, que já tinham provas dadas nas mãos dos mosqueteiros ingleses. Ficou um ambiente apreensivo na localidade, porque os espanhóis não gostavam do outro candidato ao trono, Filipe de Anjou, neto de Luís XIV de França, mas receavam represálias se ajudassem os portugueses. Mas a força militar lusitana, de que Baltasar Mateus fazia parte, bem precisava de ajuda, principalmente ao nível de víveres. Escassa era a água disponível e, ainda por cima, sem qualidade. Os mantimentos eram minguados. A situação só não se agravou porque os aldeões de um local chamado Valle de Santa Ana foram um pouco mais destemidos que os demais vizinhos, ao ponto de providenciar às escondidas um pouco de leite, pão e ovos. Foi o suficiente para minorar um pouco os problemas logísticos dos portugueses. Os dias foram passando e chegaram notícias de que o Marquês de Minas já tinha conquistado Alcázar de San Juan, dirigindo-se agora mais para norte, em direção a Toledo. Para Baltasar Mateus foi bom saber que as coisas estavam a correr bem. Isso moralizou os soldados portugueses, que muito continuavam a sobreviver graças ao apoio dos aldeões de Valle de Santa 99
Ana. Armas britânicas é que nada. Mas a vida, a guerra e a esperança continuavam. Dentro do possível. Em Valle de Santa Ana havia uma jovem que se destacava. Era bonita - sim, é fácil de dizer porque tinha uns grandes olhos azuis, que sorriam para Baltasar por entre um cabelo sedoso, acastanhado, levemente ondulado. Mas a sua simpatia, assim como a ternura com que lhe dava leite e fatias de pão, juntamente com alguns vegetais lá da terra, faziam-na ainda mais bonita. Ela até gostava do sentido de humor de Baltasar, que ficava inspirado mal a via. A boa disposição de Helena era contagiante, sendo um oásis de carinho e bem-estar no meio de uma guerra com tanta poeira. O tempo passou, o Marquês das Minas já tinha conquistado Toledo e chegavam informações que em breve seguiria destemidamente para Madrid. As baionetas de alvado chegaram, entretanto. Não 7 mil como estava previsto. Não seriam mais de 5 mil. Ainda assim iriam reforçar o poder de fogo do exército português e talvez mais chegassem nos próximos dias, ainda a tempo da batalha de Madrid. Chegou o dia em que Baltasar Mateus ouviu pela primeira vez dos lábios doces e carnudos de Helena “Te Quiero”. Ele não tardou a traduzir o “Te Quiero” para um “Amo-te”. E sentia-o profundamente. Gostava de tudo nela. Adorava contemplá-la. Estava viciado no cheiro dela, que parecia jasmim ou algo do género. Queria falar portunhol com ela. Divertia-se a comparar os termos em português e espanhol. O mês de junho chegara e do interior de Espanha vinha um vento quente, que trouxe boas notícias. O Marquês das Minas conquistara Madrid. Pelo caminho tinha derrotado D. Miguel Gasco, colhendo 80 prisioneiros, 240 cavalos e 47 peças de artilharia. Instalara-se como grande senhor no Paço Real de Madrid, recebendo a sujeição dos poderes constituídos e tribunas, estendidas a Segóvia e Toledo. Estas notícias foram recebidas com grande euforia por parte de Baltasar Mateus, até porque a festa já tinha começado – ia ser pai!!! A revelação acabara de ser feita pela felicíssima Helena. A partir desse momento, Baltasar já se via a morar em família, até podia ser em Espanha, porque não? Talvez arranjasse emprego na região, no pós-guerra. A alegria transbordava do coração. 100
Os meses passaram. O verão acabou e o tempo começou a mudar. O calor dera lugar a um vento frio de leste, do interior de Espanha. Nuvens escuras, quase pretas, aglomeravam-se ameaçadoramente no horizonte. Uma tempestade aproximava-se. Os portugueses perderam o domínio de Madrid. Tiveram que ceder e as tropas francoespanholas foram em sua perseguição, arrasando pelo caminho todos os postos de controlo inimigos. Filipe de Anjou viria a triunfar e preparava-se para inaugurar a dinastia Bourbon que ainda hoje reina em Espanha. Baltasar Mateus recebeu ordens para retirar, um eufemismo para substituir o verbo fugir. A grande preocupação era defender Helena, que já estava com uma barriga proeminente e carecia de todos os cuidados. Foi uma razia. Os soldados inimigos fizeram uma incursão rápida em Jerez de los Caballeros, visando o saque de rebanhos, alimentos e pessoas. De repente, a localidade ficou a ferro e fogo. Acusados de ajudar os portugueses, os aldeões foram executados sem piedade. Cego de raiva e, ao mesmo tempo, de pânico por Helena, Baltasar lançou-se numa correria infernal à procura da jovem. Munido de um bacamarte de amurada, espalhava cargas de chumbo grosso de 20 balas para abrir caminho. Desesperado, no meio da confusão, olhava em todas as direções, até que acabou por ver Helena a tombar, atingida de forma fulminante por uma bala perdida. Mal teve tempo para soltar um grito de horror. Saltou, cambaleante, para junto da amada, agarrando-se a ela com todas as sua forças para não deixar sair o sangue e a vida. No meio de um pranto sem fim, nem viu uma baioneta inimiga que lhe decepou a mão esquerda. “Pendejo malparido, cobarde!” conseguiu ainda gritar, sentindo uma dor lancinante. Mas mais do que a falta do membro físico, para sempre ficou a dor da alma. Baltasar nunca conseguiu contar nem a Blimunda, nem a ninguém, toda a verdade sobre o que aconteceu em Jerez de los Caballeros. Ficou tudo bloqueado na sua cabeça. Este era o segredo que Sete-Luas acabara de descobrir, porque não comera o usual naco de pão em jejum. Era um fardo que Baltasar queria carregar sozinho. Um buraco negro que o consumia no dia a dia.
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A verdadeira mutilação era a dor insuportável da perda. Blimunda acabou por ser um amor inesperado, surpreendente. Numa altura em que Baltasar só sentia um grande vazio na vida, Sete-Luas acabou por ser… a sua salvação!
Fábio Martins- 3-TAP
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Parabéns a Todos Nós- Vigésima Revista
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Sobre a Disciplina de Português: De que é feita a nossa estrada? Que caminho optar? Durante um largo período de tempo sempre me questionei se realmente teríamos opção de escolha perante a nossa longa jornada existencial. Afinal existem tantas milhas que percorremos ao longo desta via sob a qual atribuímos o nome de vida, mas será que alguma vez refletimos em que estrada estamos? Porque por aqui andamos e para onde vamos? A julgar pela forma como pretendo ligar esta conjunção adversativa parece que trago algum esclarecimento sobre o assunto. No entanto se essa é expectativa permita-me desde já frustrar o caríssimo ou caríssima leitor/leitora. No máximo o que posso proporcionar é um momento de reflexão e isso é o de mais adversativo que existe e, inclusivamente, das forças mais ex(in)tensas que penetra a vida. Adversativo porque a reflexão desafia-nos através do esforço entre elementos antagónicos que batalham em si a força dos seus argumentos opostos e eu só espero que esta reflexão penetre com diferença na indiferença de cada um de vós. Não me interpretem mal, não ouso julgar a vossa capacidade, apenas projetar a minha sensação sobre a juventude da pós-modernidade. Talvez também tenha sido indiferente. Na altura a disciplina de Português foi a brasa necessária para despertar o fogo da vida que habita(va) em mim. Creio que, para que tal aconteça de forma semelhante convosco, será necessário tocar a centelha de vida que existe em cada um de vós jovens leitores a quem dedico esta viagem. Viagem esta que leva o seu tempo e eu sei o quão impacientes são os jovens da sociedade do cansaço e da vida fugaz. Vivem intensamente a queimar o tempo sem adicionar propriamente escadas que façam avançar no tempo. Será que estão dispostos a avançar no vosso? Para que não penseis que somente vos provoco, eu inclusive apercebi-me que também estou atrasado no meu. Contudo o que é o tempo? O tempo é certamente uma grandeza física difícil de definir. Relativa e/ou concreta; causal e/ou acausal; determinística e/ou teleológica – na psicologia dos meros mortais poderá ser definida como a ilusão dos enfermos e a inflexibilidade dos racionais. Nos meros mortais não sei onde hei de me posicionar a não ser no meio. O meio é a virtude porque no meio encontramos a tolerância, mas por vezes onde impera a tolerância impera também a incapacidade, a fragilidade de tomar partido e, por incrível que pareça, a 105
marginalidade por passar ao lado daquilo que o tempo contemporâneo nos obriga a importar. Não estamos, portanto, a meio, mas por vezes também ficamos a meio do caminho. Todavia o meio promete potencial, mas deixar escapar o potencial no tempo é extremamente vago. No entanto já me aceitei menos, porque a imparcialidade perante o tempo por vezes ajuda-nos a olhar para além dele, seja linha acima ou linha abaixo. Nessa medida, já conheci pessoas que atrás no tempo eram mais avançadas do que a minha linha temporal e vice-versa, onde pessoas contemporâneas mantêm a ignorância do passado. A viagem só leva tempo aos entusiastas pela vontade de aprender, porque a quem não assiste essa vontade o tempo se tornará um loop infernal até às brumas da inexistência. Por isso tenho-me habituado a optar por vias sinuosas onde a calçada é calejada por pedras e gravilha. Onde o S impera nas estradas nacionais que me ligam com o nosso presente, futuro e passado. As estradas do nosso legado. Estrada acima e estrada abaixo, parece que por vezes perdemos o rumo da vida e não sabemos onde estamos. Desta feita, no vosso tempo outrora também meu, encontrei-me numa encruzilhada e decidi saltar. Decidi saltar pelo precipício e voar por cima da linha concreta temporal. Então ganhei balanço na rua Augusta, Cur(r)y, saltei e voei, atravessando bem perto o vale das angústias e frustrações. Até que finalmente mergulhei no rio da nossa sabedoria ancestral; nos arquivos dos ensinamentos da língua portuguesa e de outras obras imemoriais (pois tudo é um ensinamento incerto no tempo, mas que constela algures no nosso recôndito, iluminando a centelha da nossa alma). Lá encontrei um velho amigo que ao ver-me a atravessar pela amargura do processo criativo prometeu alegrar-me numa viagem especial/espacial sem esperar nada em troca. Afirmou que podia trazer quem quisesse, apenas teríamos de levar o combustível e que para isso: - Quantos mais melhor! Desde que tragam vontade – dizia ele. – Desde que tragam vontade meu amigo! E isso já será pedir o universo… “Aiii a vontade…”. Pensei eu com amargura. Tantas vezes vagueei por aí sem ela. Porque haveria de necessitar fazer caminho com vontade quando posso amoralmente contra ela aceder aos impulsos para que me guiem? Tanto tempo desumanamente vagueei. Por vezes me reencontrei e voltei a vaguear. Porque nos julgamos humanos por sermos bípedes anatómicos, porém quantas vezes a nossa alma rasteja? Como agora mesmo… Todavia tinha uma oportunidade de me reerguer. 106
Consumindo a vontade das pérolas da minha antiga, recente – eterna professora de português. Só ela é capaz do auge do seu arquétipo de deusa mãe nutrir com efeito jovens dispersos em vontades absolutas. A meta estava definida, o bloqueio desbloqueou emergindo um novo nível. Um efeito de encantamento atravessou-me a espinha, tal como na jornada do herói, que surge aquando o chamamento. Aceitei, portanto, achando-me brilhante, mas era apenas o esplendor da lua a acompanhar-me na jornada, pois “felizmente há luar” enquanto existe sentimento por desbravar. Rapidamente nos esquecemos do quão somos privilegiados. Uns mais do que outros é certos, mas no tempo antes da pós-modernidade, onde não reinava a vitimização, quem era menos era mais, porque tinha sempre mais do que aqueles que apenas tinham a aparência. Nessa altura em que eu era o traço horizontal, foi onde encontrei vários traços verticais que me tornariam no mais. Relembrei o caminho trilhado até então. O treino fora devidamente efetuado quando em rapaz desalmado encontrei algum patriarcado que a Escola Europeia me concedeu. Tal como no espírito do grande Pai, el Rei Don Manuel concedeu a estrutura suficiente para me defender dos perigos. No entanto, apesar do sol que estruturou a consciência, foi a lua a meus pés que me facultou o balanço no passo e a arte do saber dançar. Encontrei pelo caminho um, dois, três mostrengos, que cada qual rodopiou as suas três vezes. Foram estes ensinamentos que me permitiram dançar deselegantemente sem nunca sequer cair ou bradar. É um tipo de fé, onde podemos perder tudo menos a integridade da nossa alma. Intacto sempre permaneci e mais um dois ou três poemas escrevi. Em linhas direitas sempre adormeci, mas acordei novamente em florestas sombrias e caminhos trapaceiros. Não foram os uivos ou a brisa que me encantou, mas a lua que sempre por lá pairou em quartos diferentes, seduzindo com o seu perfume subtilmente. Não sei quem me conduz, não sei se sou vítima, cúmplice ou o criminoso do meu caminho sinuoso. Talvez em parte seja tudo isto, mas sei que tenho um efeito lunar que me orienta e me deixa respirar quando o inferno da vida está quente demais para oxigenar. Por vezes tenho uma certa ilusão de que escolho o meu caminho, mas que alternativa tenho senão seguir as placas? No entanto, lembro-me de no vosso tempo inspirado pela leitura ter atingido um slogan que dizia “Se puderes olhar, vê. Se puderes ver, repara!”. 107
Tenho a certeza de que a disciplina de português não definiu o meu caminho, provavelmente nem o alterou, mas algo acrescentou sem dúvida. O prazer de reparar e de significar todo um trajeto que poderia passar ao lado. Fez-me perceber que na vida uns podem seguir autoestradas, mas perdem o sabor das vilas, dos montes, vales e searas das nacionais. Podem colecionar emblemas e não lhe saber o significado. Podem passar três vezes no mesmo local e perder-se na quarta. O pior é que podem olhar e realmente ver, mas não ver mais além. Esse mais além é adicionado pela Rainha Dona Isabel da Escola Europeia. Esta revista pela qual escrevo na vigésima versão é o seu legado pelo qual enaltece e devolve a centelha da vida aos jovens. A qual irá sempre perdurar enquanto esta centelha habitar em cada um de nós constelados do núcleo da nossa Lua e eterna mãe Isabel. Por isso, se tiverem essa vontade, encontro-vos um dia destes na estação próxima da escola, mas trago a passarola que é movida pela centelha da vida – a vontade de criativamente se definirem a(temporalmente) nela.
Dr. João Diogo Vedor
(antigo aluno da E.E.E.P-2009-2012)
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Como tudo começou… Lembro-me como se fosse hoje da aula em que a Professora Isabel, mencionou a revista. Eu não queria participar. Não por não gostar de escrever, não por não achar uma boa ideia, mas sim, porque trabalhava e estudava, e já era difícil o suficiente entregar os trabalhos da escola ao final do dia, quanto mais acrescentar mais uma carga de trabalhos ao meu dia. Imaginem só? Estudar, trabalhar, e no final do dia, em que já fazia todos os meus trabalhos à pressa, ainda ter que fazer um texto, por exemplo semanal, para a revista. Teria de me empenhar porque não me iria comprometer e depois entregar uma coisa qualquer….Não, nem pensar! No entanto, a professora, lá soube levar a dela avante! Então, pedia um trabalho de casa, um texto, que inicialmente todos pensámos: “Mas qual é a ideia de nos mandar sempre fazer textos como trabalhos, em vez de matéria?”. Pois penso que hoje entendo perfeitamente, ela conheceu todos nós através dos nossos textos, e não existe forma mais profunda de conhecer alguém, de se chegar a alguém, ainda mais os seus alunos. Paulatinamente, ela ia pedindo um tema diferente, um assunto mais do coração, um mais social outro de opinião pública. Digo seguramente que ninguém conhece melhor os seus alunos do que ela. Semana a semana alcançava-nos um a um, envolvia-nos naquela teia… Só posso dizer: brilhante! Chegava a uma altura que reclamávamos por ter de passar tanto tempo a escrever, a pensar. Sim, era um trabalho que ninguém podia fazer por nós, que não podíamos copiar, ler ou estudar, e, felizmente, nem esquecer. Era um esforço nosso, mas também era muitas vezes um desabafo, um ombro amigo em quem podíamos contar tudo. Era uma forma de chorar e rir entre palavras. Era uma forma de sentir com a mão na caneta. Era um tremer na voz de quem lia, e um olho brilhante de quem ouvia. 109
Aprimorámo-nos. Não só na escrita, mas nos sentimentos. Recordo do dia de apresentação da PAP e a professora estava lá. Na entrega de diplomas, a professora estava lá. Era a nossa mãe da escola. Estava lá por todos nós. Só tive o privilégio de ser sua aluna um ano. Mas foi como se fosse a nossa professora os três anos de curso. Lembro de quando tudo acabou, de fazer o meu longo caminho para o trabalho e, quando tinha um problema, sentir falta de o escrever e ter quem o lê-se. Porque muitas vezes, falar não era o melhor remédio. Porque ao falar o pensamento não era o mesmo, nem ficava gravado no papel. Hoje, não escrevo mais porque infelizmente a minha vida não me permite. E quando poderia, sinto-me cansada. Neste momento a minha vida corre, e eu tenho de correr com ela, todavia, anseio vivamente continuar a escrever, não só para a revista, mas para a professora e todos os que a leem. Porque sinto que é uma boa parte de mim. Para os atuais alunos, aproveitem este tempo de escola, dediquem-se. Para a professora, que para mim será para sempre “a professora”, continue a chegar aos corações dos seus alunos, até daqueles mais difíceis. Porque todos temos um dom nesta vida, e este é o seu. Todos nascemos para ser algo na vida, e esta é a sua vida. Não pare esta revista, sempre enquanto puder, são memórias, histórias, dor, alegria, lágrimas, desabafos, opiniões! É ouro que ninguém cava, diamante que ninguém tem, dinheiro que ninguém ganha, jóias que ninguém compra…Tal como você. É sempre um prazer. Técnico Auxiliar Protésico Susana Leite Ano letivo 2013/ 2016
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Mais do que escrever… Decorria o ano de 2016, e mais um ano letivo surgia, com ele trazia mais uma catrefada de trabalhos, disciplinas e momentos inigualáveis. Assoma-se uma nova professora de português, sobre ela já todos nos havíamos ouvido falar, opiniões distintas acerca da mesma. No entanto, cabia a cada qual deixar-se conhecer e conhecê-la também. A disciplina, essa, já por norma interessante, e importante para o crescimento de todo e qualquer ser humano. Além de ser a disciplina relativa à nossa língua mãe, aprimora também os conhecimentos acerca dos nossos antepassados, e de todos os bens culturais linguísticos que nos deixaram, enriquecendo o nosso vocabulário e campo lexical. Contudo, este tendia a ser um ano diferente na disciplina de Português, pois novos projetos e desafios surgiram, e como tal muitos textos foram redigidos. Ergueu-se a hipótese por parte da professora Isabel Maciel, professora da disciplina em questão, de que os nossos textos fossem para a revista que ela mesma organizava na escola. E assim ocorreu, de uma vez iam os textos de uns alunos, e posteriormente os de outros. Particularmente para mim foi um passo importante na minha vida, principalmente no campo pessoal, pois fez me acreditar mais em mim, tendo a hipótese de redigir textos para outras pessoas poderem ler, e expondo o meu ponto de vista e opinião acerca dos assuntos que iam sendo abordados. Como tal, só tenho a agradecer à professora Isabel por ter colocado em mim o bichinho da escrita, e me ter incentivado e nunca ter desistido de mim. Ela é sem dúvida uma grande professora, rígida e rigorosa pois gosta das coisas bem-feitas, pensadas e elaboradas é certo, mas também, uma pessoa muito calorosa e meiga. É alguém que para se perceber tem que se conhecer minimamente, caso contrário, continua-se a acreditar em boatos maldosos e errados, pois ela é uma pessoa com uma personalidade muito forte e opiniões muito vincadas. 111
Esta revista sem ela não existiria, e se não fosse por ela, também hoje não estaria aqui a redigir-vos estas palavras. Então, o meu muito obrigada, pois mais do que pensar para escrever, é preciso escrever para pensar, e consigo, e com esta revista, eu percebi isso mesmo. Mas, não só de textos foi elaborada esta mesma revista, pois ao longo dos dois anos letivos que passamos com a professora Isabel, também muitas outras formas alternativas foram usadas para que melhor pudéssemos compreender e apreender a matéria que ia sendo lecionada. Se há coisa que a professora sempre nos pediu no início de cada aula, foi o facto de cada aluno ter como tarefa levar um pensamento / provérbio, e posteriormente comentá-lo. Este exercício mental, fazia-nos cogitar comparando muitas vezes o conteúdo da frase, com situações do nosso quotidiano. Foi-nos proposta a leitura de alguns livros, eu particularmente li e apresentei dois. O primeiro foi muito complicado expor-me e fazer com que a turma compreendesse e interpretasse a mensagem que eu queria transmitir, pois não tinha ferramentas nem me sentia à vontade para falar abertamente. Contudo, na apresentação do segundo, o caso mudou de figura, principalmente porque com a apresentação constante à turma dos textos dos trabalhos de casa, e com o ganho de confiança em mim mesma, e na minha turma já me sentia à vontade e como tal, a apresentação do livro “O Silêncio dos outros” de Lydia Gouardo a meu ver foi um sucesso. Consegui expressar-me oralmente sem problema algum, e os meus colegas compreenderam o livro e a história do mesmo. Portanto, foi algo bastante produtivo para todos, pois exercitou a nossa leitura, oralidade e atenção. No décimo segundo ano, a escola sugestionou-nos a realização de projetos criativos e como não podia ficar em falta a disciplina de português não se absteve. E, como tal, foram realizados projetos incríveis que facilitaram a aprendizagem da matéria de forma criativa e até mesmo lúdica. No décimo módulo, relativo aos textos específicos e textos épico-lírico (Mensagem de Fernando Pessoa- compilação poético atribuída aos descobrimentos) foram realizados vários trabalhos bem diferenciados, quer de representações teatrais, a explicações dos diferentes objetos, entre outros. Particularmente, eu e o meu grupo realizamos um painel alusivo aos descobrimentos, o qual continha o padrão dos descobrimentos, e em cada país colocamos as especiarias e objetos trazidos para Portugal, e descobertos em outras partes do globo. 112
Seguidamente, no décimo primeiro módulo, relativo à obra “Felizmente há Luar”, A professora Isabel sugeriu-nos mudar o final da história, e apresentá-la perante a turma. E, foi isso mesmo que realizamos, cada grupo à sua maneira deu um final diferente à obra que outrora representava a ditadura em Portugal. Por fim, no décimo segundo módulo, relativo à obra “Memorial do Convento” foi-nos incutida uma mudança na história do rei D. João V e da sua esposa D. Maria Ana Josefa. E, com toda a nossa arrojada criatividade, elaboramos uma mini história, e teatralmente apresentamos uma minipeça bem engraçada. Como tal, posso afirmar com toda a certeza que a realização destes trabalhos foram deveras importantes, pois permitiram a aprendizagem de literatura de forma ilustrativa, teatral, cómica e simplificada, o que prova que a literatura não tem que ser chata nem enfadonha, como muitos a descrevem. Procedemos também à leitura do livro de Augusto Cury “Pais Brilhantes, Professores Fascinantes” a partir deste, pudemos fazer uma analogia com a atualidade, pois um bom pai não é aquele que enche os filhos de presentes, um pai fascinante é aquele que dá a conhecer o seu passado ao filho, que o deixa ser livre e conhecer o seu próprio mundo. Ou seja, o grande problema de hoje em dia é que os pais só sabem dar presentes e esconder as suas vidas, em vez de estarem presentes na vida dos filhos, contando-lhes as suas experiências e aventuras. Augusto Cury fala-nos também dos professores, pois estes devem ser mais pacientes uma vez que os bons professores possuem metodologias, e os professores fascinantes possuem sensibilidade que contribuem para que seus alunos desenvolvam sua autoestima, estabilidade, tranquilidade, capacidade de contemplação do belo, de perdoar, de fazer amigos e de socializar. O professor também deve mostrar aos seus alunos a sua trajetória de vida, transmitir suas experiências.
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E, mais adiante, falamos dos pecados capitais do educador, sendo eles o corrigir publicamente, expressar autoridade com agressividade, ser excessivamente crítico, punir quando estiver irado e colocar limites sem dar explicações, ser impaciente e desistir de educar, não cumprir com a palavra e destruir a esperança e os sonhos. São todos eles reações que involuntariamente todo e qualquer educador por vezes tem, e estão errados, pois inibe o crescimento da criança e bloqueia certas áreas de desenvolvimento. Muito mais se pode dizer acerca deste livro pois é sem dúvidas um livro riquíssimo em conhecimento, e quem o lê com atenção pode tirar grande partido para a sua vida, melhorando assim a sua relação, quer com os alunos, pais ou professores. Um bem-haja a todos! Nunca percam a vontade de escrever e nos fazer pensar e redigir o que vai na nossa mente, alma e coração. E que esta vigésima edição dê asas para que outras tantas surjam com novos e melhores textos.
Técnico Auxiliar de Saúde Inês Gomes Ano letivo 2015/ 2018
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Folheto que virou livro da vida… Quando mergulho dentro de uma folha em branco, o meu coração não palpita, mas, a minha cabeça percorre a folha de cima a baixo de pensamentos. No entanto, quando ela se estabiliza e foca num assunto começa a escrever e, aí, o coração já começa com o batimento cardíaco acelerado, às vezes, bem alto, outras vezes bem baixo, depende das palavras... As palavras nem sempre são transparentes ditas oralmente, por isso, é que às vezes nos arrependemos do que dizemos, embora, na escrita tudo se torna mais profundo e mais verdadeiro. É um momento de reflexão e as palavras escritas podem apagar-se e voltar a escrever, refletir bem antes de escrever, e escolher bem como queremos gravar isso.
Quando se escreve os horizontes multiplicam-se, existe a intensidade de ti próprio e a leveza de pensamentos que nos acolhem, talvez coisas que nem são ditas ou que até as escritas continuem só escritas, é desabafar, é voltar a reviver! Como a conquista e a evolução pessoal se tornou maior com o passar do tempo, eu continuarei viva e a querer reviver tudo isso. Aprendi a encontrar as palavras nos momentos difíceis, e a resumir a dor. Agora que o tempo passou, e as saudades apertam, ainda queria voltar a ser a menina que ainda não lhe tinha despertado o interesse dos interesses da vida. E, por causa deste contraste que tem vindo a aumentar, continuarei a depositar toda a confiança na pessoa que mais me incentivou e descobriu esta distração em mim. Para além disso, remeti-me a transparecer nestes tempos, e a criar ligações decrescentes com a frase “vou só escrever”, já que vai muito mais além disso. O folheto se tornou num livro de histórias contadas por mim, sobre mim e para mim. E, esse livro, tem vindo a desfolhar cada vez mais folhas, para descobrir resposta para algumas fases da minha vida, pela calma que me transfere, pelas oportunidades de escrita que talvez se escrevesse pelo mesmo tema hoje, já não sentia da mesma forma, ou não, voltava a escrevê-lo da mesma, com a mesma vivência, se voltava a acrescentar o que agora faz sentido na frase, ou a diminuir palavras, voltar a mergulhar num oceano quem nem sempre foi brando... 115
A meu ver, eu queria voltar a sentir este misto de emoções, e que os mantinha todos iguais, arrepender-me do que não faço será sempre negativo na minha vida. Tudo o que escrevi permanecerá na minha vida de forma a não apagar o que passou, e continuar a escrever a minha narrativa. E, como eu elaboro a minha narrativa outras tantas pessoas a completam também.
Existindo vários temas que prolongam a atualidade, a discrepância de opiniões de várias faixas etárias, o desenvolvimento do estado crítico e opinião própria, frontalidade com assuntos que nos rodeiam, bem... eu poderia enumerar o melhor desta revista, mas acho que a grande beleza e o que a faz tão especial é ser escrita por pessoas reais, tal como eu, que ditam vivências reais com emoções reais, desafiam-se a si próprias, e desafiam os outros, ao deixar neles a reflexão da atual sociedade.
Bravo! como é que um dos interesses da minha vida, seria um folheto que virou livro da vida!
Técnico Auxiliar Protésico Bárbara Teixeira Ano letivo: 2015/2018
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Acolhida pelas palavras… Quando entrei para esta escola, tive a perceção que a sua maior e incrível missão é a transmissão de um ensino exemplar e disciplinar, bastantes parâmetros, quer pessoalmente, quer no meu percurso de aprendizagem e evolução se modificaram drasticamente. Passei a ter mais responsabilidade, empenho, atitude, e gosto por diversas coisas que nunca pensei sentir. Citando um exemplo! A disciplina de Português, não fazia parte dos meus maiores hobbies, e jamais acharia que conseguiria entregar-me totalmente a esta, porém, este percurso de vida, mostrou-me completamente o oposto. O facto de como esta era ensinada, sendo de uma forma bastante delineada e criativa, os trabalhos de escrita propostos, entre outros, fizeram-me aprimorar de uma forma, que eu nunca imaginei. Eu descobri na escrita algo poderoso que não tinha captado e absorvido no passado. Pegar numa caneta ou num lápis para escrever, quer em sala de aula, quer em casa, para mim era um desafio, pois não conseguia organizar-me, nem expressar-me em palavras. Tinha bastantes dificuldades para descrever o que me ia na alma, levando-me a ocupar um pouco de tempo para acertar o compasso da minha emoção. Lembro-me de quando comecei, no início não foi fácil, admito, uma vez que eram mais rascunhos perdidos e rabiscados que palavras seguras, contudo, com o tempo tudo mudou. Apercebi-me que nós no início não somos bons! Sem treino, sem prática, sem estudo, sem gosto e sem emoções não somos favoráveis em nada. Só nos aprimoramos com os anos e com as experiências vividas, assim como, com os ensinamentos prestados. As pessoas gostam de afirmar que a escrita ou a veia artística pelas ilustrações são dons, todavia, não concordo totalmente com essa afirmação! Pois uma mente mais criativa pode até ser considerada “um dom”, porém, isso não impede de que outras pessoas mais racionais possam ser incríveis escritores ou ilustradores.
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Agora escrevo porque me sinto bem, sinto-me acolhida pelas palavras, frases, textos e afins. Escrevo também porque aprendi a expressar-me por palavras, pois os meus dedos entendem-me, e escrevem o que sinto, o que me sufoca, o que me vai na alma, sendo a tristeza, e a sua grande maioria a felicidade. Escrevo também para que todo o turbilhão de sentimentos que me sufoca, desvaneça e desapareça. É como energizar tudo ali, nas minhas simples palavras.
O meu processo de escrita não é um processo complexo, nem confesso. Simplesmente, sento em algum lugar, observo o ambiente e conecto com a minha mente e o meu espírito. Atualmente, tenho mais facilidade em expressar os meus sentimentos, demorando menos tempo na estruturação destes, o que tem funcionado perfeitamente para mim, até porque, é cada vez mais o meu refúgio. Entregar textos curtos, mas cheios de subjetividade, textos que possuem sentimentos complexos, outros que contam momentos que eu vivo, tudo isso tem sido cada vez mais algo de prazeroso, algo que traz à tona, aquilo que eu julgo ter de melhor. A meu ver, estes textos criativos e sentidos que escrevemos devem ser publicados em algum lugar, sendo transmitidos, lidos e interpretados por outras pessoas. Através de uma simples folha, com diversas palavras podemos por vezes auxiliar indivíduos de uma certa forma, ajudando-os a interpretar melhor os seus sentimentos, medos e alegrias, ao se identificarem com um texto em específico. Com isto concluo, que a ideia de criar uma Revista Escolar que aborda trabalhos magníficos e preciosos dos alunos, quer pela sua escrita ou pelas suas ilustrações, é algo gratificante e admirável, não só pelo facto de revelarmos os nossos trabalhos a outrem, mas sim, para que futuramente tenhamos lembranças, e quando as visualizarmos, sentir-nos-emos preenchidos, com uma deliciosa ternura, e uma eterna saudade!
3ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Margarida Fernandes
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O poder da escrita O poder da escrita Nem sei bem por onde começar talvez começando por felicitar a professora Isabel Maciel, pela sua revista, e por esta comemorar a sua vigésima edição. A escrita sempre teve um lugar muito especial em mim, em criança retraía as minhas emoções, desejos e angústias, e era na escrita que encontrava o meu lugar no mundo, a minha liberdade, o colo. Por vezes visto como uma chamada de atenção, carência talvez. Não discordando nem tão pouco concordando, a escrita foi ficando para segundo, ou até mesmo terceiro plano. Entre contratempos e contratempos apesar de não conseguir escrever mais por bloqueios colocados por mim, continuava a devorar livros e a sonhar que um dia iria ser capaz de escrever um. Foi então que conheci a professora Isabel e que mulher, como ela sabia encorajar-nos até ao mais intrínseco acontecimento lá estava ela. Confesso que os primeiros tempos batemos de frente, mas, com o avançar do tempo as nossas aulas de português começaram a ganhar uma força revolucionária. Ela, professora Isabel Maciel foi a minha catapulta, lançando-me novamente para o poder da escrita. Eternamente agradecida!
Técnico Auxiliar Protésico Melissa Silva Ano letivo 2014/ 2017
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A vitalidade das palavras Nunca fui de escrever, muito menos ler. Nada disso me atraía, simplesmente fazia o essencial, o que tinha que ser feito na escola. Apenas isso, sem gosto ou vontade. Na verdade, para mim isso não fazia sentido porque não seria importante no meu futuro, pensava eu! Acontece que a vida nos dá os melhores presentes, também dá os piores, mas os melhores superam sempre, porque são esses que nos fazem ultrapassar os piores. A vida deu-me um presente: pessoas que me fizeram mudar em alguns aspetos, pessoas que acreditavam mais nas minhas capacidades que eu mesma. Pessoas que ouviam cada palavra lida, que sentiam cada sorriso, e cada lágrima naquele simples papel. E foi isso que me fez mudar. Ter o gosto e a vontade de participar ativamente numa revista não surgiu do nada. Foi algo revelado em mim através de pessoas que tinham a fantástica habilidade de saber ler a alma do aluno, de fazer despertar o lado criativo de cada um, à maneira de cada um. Quanto a isto só posso agradecer a este ser maravilhoso que é a professora Isabel Maciel. Uma professora, “psicóloga”, uma amiga, um ser humano que também sente. E quanto aos outros, a minha querida Helena Lopes, Ana Sousa, e até no caso Norberto Martins, entre outros, todos eles foram elementos indispensáveis não só para o revelar de uma criatividade escondida, mas acima de tudo, para uma aprendizagem, não apenas de línguas, de ciências e desporto, mas sim para aprender a confiar, a abrirmo-nos com os outros, a olhar para o professor de uma forma diferente. Todos eles, sem exceção contribuíram para tudo isto, e guardo-os a todos num cantinho especial no meu coração. Pois tudo isto contribuiu para um olhar diferente, ver o mundo, os sentimentos, as sensações de uma forma que flui para o papel e que jamais eu pensava ser capaz. Hoje escrevo para dizer aquilo que não consigo em voz alta, porque é assim que me consigo realmente expressar. Continuo a não ler muito, confesso! Sempre gostei mais de leituras científicas, de factos, no entanto, é algo que vou tentando mudar, e dar uma oportunidade. Isto 120
porque, tudo na vida merece uma oportunidade e já que só temos uma passagem, porque não experimentar? Dar uma chance. Acreditem que é do experimentar que vamos ter a certeza daquilo que queremos efetivamente fazer no futuro, daquilo que nos fará sentir realizados, felizes. Eu já pensei que muita coisa me faria sentir minimamente realizada, nem que temporariamente, e depois de experimentar percebi que não. E muita coisa que experimentei fazer para simplesmente afirmar que tentei, passou a ser mais do que isso. Eu fui para um curso profissional porque não queria frequentar a universidade. Hoje, com o curso acabado, trabalhei, experimentei várias coisas, e neste momento estou na Universidade. Tentar experienciar é que faz com que percebamos, o que realmente gostamos. E sim, ao contrário do que eu pensava, a escrita é muito importante em contexto profissional e em vários sentidos, quer seja pela criatividade, planeamento, ou simplesmente por coisas burocráticas que têm que ser. Porque nem tudo pode ser um presente, tudo é feito do bom e do mau, do prazeroso e do maçador. Seja um locutor de rádio que planeia a sua emissão, um encenador que cria a sua peça, ou um bancário que elabora um crédito. A escrita é sim imprescindível. E apelo a todos que se permitam apenas tentar! Descubram o outro lado que há em vocês, além do que já conhecem.
Técnico Auxiliar Protésico Marlene Gonçalves Ano letivo 2014/ 2017
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Viajar sem sair do lugar Uma ideia surgiu…há alguns anos atrás, e hoje, passados alguns anos, essa mesma ideia continua com um percurso irrepreensível. Uma revista que contém muitos dos textos de jovens alunos ou ex-alunos, que transcrevem para o papel o que lhes vai na alma consoante o tema solicitado. Uma revista que faz transparecer ao seu leitor diversos pontos de vista, sobre múltiplos assuntos, permitindo ao leitor conhecer a profundidade de certos temas,
que por vezes são
abordados tão
superficialmente. A escrita tem um significado diferenciado para cada um de nós. Eu descobri na escrita, uma forma de expressar-me, é através da escrita que gosto de narrar muitos dos meus pensamentos, é através da escrita que faço transparecer aos outros, aquilo que por vezes não verbalizo. Com a escrita podemos viajar pelos mundos que imaginamos, podemos viver as histórias que criamos, conseguimos ser envolvidos e envolver os leitores pela nossa imaginação. “A vida é escrita em curtas frases e não em grandes livros, por isso escreva uma frase de cada dia porque escrever um “livro” completo de uma vez só é perda de tempo!” Devemos valorizar o que escrevemos por mais que seja curto, às vezes, em pequenas coisas, visualizamos grandiosidades, temos é que saber ler nas entrelinhas…. Não poderia deixar de referir a Professora Isabel Maciel, pessoa responsável por tudo referido anteriormente, agradeço-lhe, pois permite aos participantes da revista colocarem em prática a sua imaginação, tanto através da escrita, como de ilustrações, estimulando assim a criatividade.
2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Isabel Silva
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O que me vai na alma Fui desafiada a escrever sobre a importância que esta revista teve na minha vida durante estes últimos dois anos. E, aqui estou eu, a tentar descrever o quanto sou feliz e grata, por poder contribuir para a existência desta revista.
Não só a revista foi essencial para o meu crescimento pessoal, mas também a professora Isabel Maciel, que sempre me incentivou a participar, mesmo quando estava mais desanimada. Sem os seus ensinamentos de vida, a cada aula, não teria crescido tanto, a isso sim, sou realmente grata. Graças a esta revista consegui explorar o meu gosto pela escrita, que até ao momento julgava inexistente, mas, com o passar do tempo percebi que sempre esteve lá, só não sabia o quanto me era necessário.
O que ao princípio era uma obrigação, com o passar dos dias tornou-se imprescindível, dei por mim a fazer porque realmente sentia prazer, chegando até, a sentir falta quando ficava muitos dias sem escrever.
Com a escrita exponho o que me vai na alma sem que pareça tão desprotegida, consigo mostrar quem realmente sou. Esse é o real motivo de gostar cada vez mais de escrever.
A verdade é que agora dou por mim a escrever sobre tudo e a toda a hora, mesmo que não me seja pedido, escrever faz-me bem, é libertador, e sei que me tornei uma pessoa diferente graças a ela.
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Vou sentir saudades, saudades dos textos semanais sobre temas tão importantes e que nunca paramos realmente para refletir sobre eles. Saudades de ler em frente à turma, e no final discutirmos sobre o assunto, ver cada ponto de vista, e visualizar realmente o interior de cada colega meu.
Sei que isto não é um adeus, mas sim um até já, pois estarei sempre disponível para continuar a contribuir para a revista escolar, orgulhar a minha escola, e principalmente a professora Isabel Maciel que para mim se tornou tão importante. Nunca me irei esquecer dos ensinamentos dados a cada conversa. Sou muito grata por eles!
3º Ano Técnico Auxiliar Protésico Helena Arantes
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Página a página, a história da minha escrita Sempre fui uma menina de diários, para que pudesse descrever e expressar-me de uma forma livre. Contudo, fui crescendo e fui sendo ajudada e motivada sem que me apercebesse de tal. Eis a história! Outrora um professor tentou mostrarme o que valia a minha escrita, e passou alguns dos meus textos na rádio, e durante dois anos ia ler excertos e alguns poemas, até que mudei de professor, pois havia ingressado no meu sétimo ano. Ou seja, novo ano, novas regras, novas exigências e novos professores. Particularmente no sétimo ano, a minha vida levou um impacto, tal como a minha escrita, pois havia decidido parar de escrever diários. Parei de escrevê-los, pois a última página referiase à morte do meu querido avô, e à pequena flor branca que lhe dei. Foi um ano difícil, e, que para me expressar, utilizava a arte dos desenhos. Atualmente, conto aproximadamente com cinco cadernos, todos preenchidos com ilustrações. Eu visualizava a escrita como dolorosa, pois não queria pensar num tema de escrita, não queria envolver a minha mente num pensamento em que pudesse abrir janelas erradas, sentimentais. Contudo, mais uma vez, uma professora ajudou-me. Esta senhora reparou que as minhas notas haviam baixado negativamente, chamando-lhe à atenção, o que a fez reagir. Esta, começou a pedir mais frequentemente pela minha participação, pedindo para que eu fosse aos apoios externos à aula. Perante isto, nos seguintes três anos que estive com esta professora, melhorei a minha gramática e interpretação. No final do nono ano, esta professora, denominada de Ana Basto, veio falar comigo e explicou-me o seu comportamento e insistência para comigo, o que me fez perceber que a tinha interpretado de forma errada. Pois eu pensava que a professora não gostava de mim e implicava comigo. E ao ouvi-la, fez me perceber o quanto errei e quanto melhor eu poderia ser. E atualmente, sempre que passo pela avenida, paro para dialogar com ela, em prol de saber como 125
vai o quotidiano dela, novidades das suas “pestinhas” e afins. Foi uma professora que se tornou minha amiga. Quando entrei para o décimo ano no Sá de Miranda, a minha vida deu uma volta, mais uma vez. Numa fase inicial, apesar de integrar uma nova turma, novos professores e novos hábitos, nada corria mal. Entretanto, conheci um rapaz que, após algum tempo, se tornou mais íntimo, e, esta intimidade tornou-se em namoro. E, para com a minha escrita, isto foi avanço! Contudo, neste preciso ano, a vida complicou. Tive intrigas com amigos, o que provocou a quebra de imensos laços, o que me despedaçou emocionalmente, contribuindo para que o meu desempenho escolar não fosse o mesmo. E reprovei! Reprovei por minha culpa e por influências, fazendo com que o meu pai me mudasse de escola e de curso. Ou seja, uma vez mais, uma nova escola, nova turma, novos professores e novas regras. Ingressar nesta nova escola, foi impactante para mim. Esta insistia em valores em que noutras nem se ouvia falar. E, após perder os meus amigos e a confiança perante todos (devido ao que se havia passado no ano anterior), foi-me difícil adaptar. Nos primeiros meses, para mim, os meus amigos eram os professores. Pois na minha opinião, conseguia mais empatia e afinidade para com eles, do que para com as minhas colegas. Neste ano, eu desenvolvi um pouco a minha escrita, pois certos professores pediam para que escrevêssemos acerca de determinados assuntos. Contudo, não tentava mergulhar a fundo nestes textos, pois ainda estava magoada. Fazia-os de coração, mas de forma parcial. Até que cheguei ao décimo primeiro ano, e tive contacto com novos professores. Eu pensava que este novo ano seria muito semelhante ao anterior, mas estava errada! Tentei adaptar-me aos novos professores. Contudo, uma professora chamou o meu interesse. Esta professora, Isabel Maciel, chamou a minha atenção pois defendia a alma interior, o que realmente és, e representas, sublinhando que nós deveríamos evoluir como pessoas. O que realmente aconteceu, é que esta professora pedia um texto por semana, e eu realizava sempre os trabalhos que ela pedia. Contudo, havia algo mais. A professora havia referido que havia uma revista na escola, que era constituída por textos, poemas, desenhos, fotografias e frases da comunidade escolar, sendo estes realizados, principalmente, por parte dos seus alunos. E eu queria fazer parte disso, dessa revista! 126
Ao longo das semanas, nada escrito por mim era destacado para a revista, o que me desmotivou por algum tempo, pois sentia que não era reconhecida. Quando na verdade não utilizava o meu potencial ao máximo, pois, como dizia anteriormente, não queria desbloquear determinadas janelas. Certo dia, resolvi dedicar uma tarde num café para escrever o texto requisitado, pois precisava de inspiração para algo que eu considerasse grandioso, e que se destacasse perante os demais textos. E consegui! Realizei um texto acerca de um banco num jardim. E este, finalmente foi escolhido pela professora para a tão esperada revista. Eu não tinha a certeza se o meu texto iria comparecer na revista, mas mesmo com esta incerteza, estava feliz. Estava feliz pois eu senti que alguém me entendeu, que a professora havia interpretado para além do texto escrito. Porque independentemente da revista, o que eu realmente queria, era criar laços de empatia para com a professora que para mim, me criava um constante desafio. Após a seleção do meu texto, comecei a abrir cada vez mais janelas, desbloqueando a minha mente para a escrita profunda e mergulhada em sentimentos. E, escrever, tornou-se hábito. Melhorei o meu vocabulário, a minha estrutura frásica, a minha personalidade, maturidade. A escrita tornou-me numa pessoa melhor. A cada semana que passava, era sempre uma frase que me demorava tardes ou dias a fazer, pois uma mera frase ou texto, significava um mar de pensamentos. E então, comecei a obter a perspetiva holística dos textos ou frases propostas, vendo estes de diversas formas, formas estas que encaixariam em apenas num texto, ou testamento… Este ano, o meu décimo primeiro ano, foi o ano em que consegui desenvolver a minha escrita, a um nível que nem eu tinha conhecimento, desbloqueando e criando uma evolução na minha mente, nos meus pensamentos, ou seja, mais propriamente, no meu ser. Agradeço, principalmente, à professora Isabel Maciel, e aos desafios intencionais desta. Obrigada!
2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Beatriz Carvalho
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A minha liberdade Escrever é a minha melhor forma de transmitir sensações, emoções e ideias através de uma mera folha de papel. Em diversas alturas sinto dificuldade em expressar as minhas convicções, e muitas vezes contrapor argumentos sobre algum tema fruto da minha timidez ou mesmo do pouco à vontade em exprimir ideias de forma verbal, contudo, com a escrita consigo libertar da alma aquilo que não consigo dizer em voz alta. Durante todo o ano letivo na disciplina de português, a professora colocava frases ou excertos de textos para que os alunos pudessem comentar e, posteriormente apresentar à turma num dia específico – esta atitude de obrigar os alunos a pensar e a transmitir as suas ideias e formas de pensar por parte da professora, ajudou-me a desenvolver opiniões e a pensar em assuntos que no meu quotidiano não estavam incluídos. Para além disso, consegui crescer e aprimorar ao longo das semanas a minha escrita no que diz respeito a estruturas frásicas, sinónimos, e no conhecimento de novas palavras. Em suma, escrever é um ato que exige um numeroso empenho, uma vez que exige bastante raciocínio e reflexão por parte de quem está a escrever. Por esta razão, ver muitos dos meus textos na revista é sem sombra de dúvida o maior reconhecimento que podem dar à minha escrita.
2ºAno Técnico Auxiliar Protésico Mariana Amorim
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A viagem Lembro-me como se fosse hoje do dia que tirei o bilhete para aquele comboio-escola, e ele arrancou! Começava uma nova viagem, teria a duração de três anos, e no final, um futuro promissor. O edifício não era bonito, aconchegante, nem um pouco parecido com aquilo a que vinha habituada, escolas enormes com jardins incríveis e vistas sobre a montanha. Ali, depois de cento e pouco degraus, cheguei a contá-los imensas vezes, mas agora já não me recordo exatamente. Tudo era mais compacto, mais escuro mais ruidoso, situava-se no meia da cidade, e então tínhamos direito a tudo que isso implica, ainda hoje a cidade não é para mim! Não era a única, nesta viagem embarcaram centenas de passageiros, dado as nossas escolhas fomos divididos por carruagens, creio se não estou em erro vinte e três passageiros levou a minha, todos bem diferentes, mas com o mesmo destino. No fundo e analisando bem, tinha tudo para correr mal. Jovens demasiados livres colocados numa carruagem com imensas regras que tinham de ser meticulosamente cumpridas, mas não correu! Apesar de alguns terem decidido sair no primeiro apeadeiro, o trem foi rolando! Já não me recordo do maquinista que pela primeira vez entrou naquela sala e iniciou a viagem, mas, a ele um grande obrigada! Como todas as longas viagens de comboio existe um Pica, (revisor) e o nosso era um pouco impiedoso, daqueles que não perdoava segundos de atraso, muito menos falta de bilhete, foi essa demasia que fez dele um bom e respeitado diretor, e hoje dez anos depois, recordo com carinho o humor, e um sorriso escondido. Dada a inicial do meu nome, sentava-me no lugar mais ao fundo, era bom pois conseguia ver e controlar tudo, por outro lado, parecia que a distração se sentava ali ao lado.
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A imagem era todos os dias a mesma, a ardósia, os meus companheiros e o maquinista que ia mudando de hora a hora, para que nos fosse ensinado tudo aquilo que necessitávamos para seguir viagem, assim que esta terminasse. Sobre maquinista quero agradecer a todos pelo incrível trabalho que fizeram mesmo quando nós complicávamos a viagem, ou até mesmo quando apareciam grandes obstáculos, nunca deixaram o comboio descarrilar. Entre estes, quero destacar um, que foi, e ainda é para mim, mais que professor, maquinista, ou até mesmo guia de viagem. Conheço-lhe o nome, os lindos cabelos, o sorriso, a bondade, a alegria, e algumas tristezas. Conheço-lhe o bom coração, e acima de tudo, a magia das palavras. Sim, palavras podem mudar viagens, se podem... Ela conseguiu acreditar, interpretar e intensificar este meu amor escondido pela escrita, que me serviu tantas vezes de consolo, e de desgraça. A ela devo também todas as vezes que não descarrilei, e mesmo quando foi inevitável, ela esteve lá para me ajudar a compor a linha. Chama-se Isabel e tem um brilho especial no olhar, talvez ela não saiba, mas recordo-a muitas vezes com um amor e uma gratidão especial, espero que continue a fazer parte da minha viagem. Agora, sobre amores e ódios, momentos intensos e inesquecíveis, sobre o melhor, mas também o pior desta viagem, sobre nostalgia e saudade, sobre os restantes passageiros. Aquele bilhete deu-me quase automaticamente três companheiras, não só de viagem, mas de vida, só isso já fez desta viagem muito especial. A todos os restantes os quais compartilhei três anos da minha vida, quero que saibam se algum dia lerem esta revista que lamento toda a dor, e que quando vos recordo seja quem for, existe sempre e ainda um pouco de amor, por todos, e por tudo aquilo que vivemos juntos. Que a continuação da vossa viagem pela vida esteja a ser tão incrível, ou melhor que a minha. Obrigada, por tudo! Lembro-me, como se fosse hoje do dia que o comboio parou, era ali a última paragem, saímos todos de cabeça erguida com o dever de viagem sobrevivida e cumprida, diferentes do dia que entramos, mas seguros de nós, e de um crescimento não só escolar, mas essencialmente pessoal. Foi uma viagem incrível, talvez a viagem mais maravilhosa da minha vida, que deixou saudade e às vezes uma vontade de passar por lá, e poder vivê-la só um bocadinho.
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Dizem por aí que não devemos voltar aos lugares onde fomos felizes, por isso, ao longo da nossa vida tentamos escolher sempre destinos diferentes. A todos aqueles que estão no início, ou pretendem tirar este bilhete, desejo a maior sorte do mundo. E acreditem, pode não parecer, a viagem é incrivelmente inesquecível. Aproveitem! Com muita saudade, carinho e imensa gratidão.
Técnico Auxiliar Protésico Sónia Fernandes Ano letivo 2009/ 2012
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O meu percurso em poesia Anos passam e somam Maturidade, educação Poemas davam prosas De histórias sem noção
Ponteiro do relógio Em perpétua rotação Por vezes uma mente escura Omite a perfeição
Humano cultiva a mente À procura de cultura Procura sentir amor P'ra depois conhecer a lua
Sentir a emoção da flor A inspiração da musa Escolher entre fazer Ou ficar a ver medusa
Entre esperar o futuro Ou caminhar com o destino Entre ficar atrás do muro Ou saltar para o perigo 132
Entre anjo e demônio Demónio grita me ao ouvido Pediram-me inspiração Então eu digo o que sinto
Uma vida muito curta Para uma história tão comprida Só nos resta deixar ir Com o ciclo da vida
Navego o mar da ilusão Imaginando outro mundo Oiço o fundo do oceano Existe vida lá no fundo
Nevoeiro no oceano Vem a inspiração que eu preciso Um segundo de liberdade Viajo para outro piso
Técnico Auxiliar Protésico Daniel Coutinho Ano letivo 2014/ 2017
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Obrigada por palmilharmos este caminho fecundado por Palavras! Obrigada pela partilha, pelo legado que facultamos aos nossos vindouros! Obrigada pela confiança, e pela simbiose dos valores intemporais! Obrigada por subirem cada degrau com perseverança, pois a vitória não é para quem quer, mas para quem persiste nela! Obrigada por continuarmos a pintar palavras, mesmo nos dias mais melancólicos! Obrigada por partilharem comigo algumas páginas do livro da vossa jornada! Obrigada por conjuntamente limparmos as poeiras do coração! Obrigada por aprenderem a dividir, para posteriormente multiplicarem! Ainda há pessoas sol – A essas, obrigada por me iluminarem. Professora Isabel Maciel
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