PERSPECTIVA
Sumário # 16 | Dezembro 2008
10 Perspectiva Solidária 10 Luís Barbosa, presidente da Cruz Vermelha Portu-
guesa, e Fernando Nobre, presidente da AMI, respondem à questão: “Portugal é um país solidário?” 12 Fundação S. João de Deus: Pelas Pessoas, de Alma e Coração 13 Fundação Calouste Gulbenkian : Projectos em prol dos cidadãos de amanhã
Reportagem 4 A Latitude do Olhar
Marraquexe – A Rosa do Deserto
16 Portugal sem Barreiras 16 Inclusão Digital: Que futuro?... 17 Clara Lains Cidade, da Fundação PT, escreve sobre
uma tecnologia que pode ser uma esperança para as pessoas com deficiências profundas 18 Fim-de-Semana na Lousã
Opinião 6 Isabel do Carmo 7 Joaquim Jorge 8 Ten. Cor. Brandão Ferreira Software de Gestão 23 FEUP – CIQS – Inovar para a Qualidade 24 Porque é que a Web 2.0 suscita tanto interesse? Segurança em Casa 28 Sistema Único de Segurança 30 Segurança, Qualidade e Inovação 32 Não devemos “baixar a guarda” durante o Natal
20 Relações sócio-económicas entre Portugal/Angola 20 CCIPA – Uma “ponte” entre dois países 22 Projecto para implementar fileira de Madeira em Angola
Gestão de Frotas 26 Gestão de Frotas: Benefícios aumentam quanto
maior for a frota Cultura 34 Cultura
Propriedade. Escala de Ideias – Edições e Publicações, Lda - R. D. João I, 109, RC - 4450-164 Matosinhos NIF 507 996 429 Tel. 229 399 120 Fax. 229 399 128 Site. www.escaladeideias.pt E-mail. geral@escaladeideias.pt Directora-Geral. Alice Sousa - asousa@revistaperspectiva.info Director Editorial. Pedro Laranjeira - pedro@laranjeira.com Coordenação Editorial. Alexandra Carvalho Vieira - avieira@revistaperspectiva.info Colaboraram neste número. Ana Mendes, Diana Pedrosa, João Durão da Silva, Pedro Mota. Opinião. Isabel do Carmo, Joaquim Jorge, Ten. Cor. Brandão Ferreira Design e Produção Gráfica. Teresa Bento - tbento@revistaperspectiva.info Banco de Imagens. StockXpert, SXC Webmaster. Pedro Abreu webmaster@revistaperspectiva.info Edição. Alexandra Carvalho Vieira Contactos. Redacção 229 399 120 - redaccao@revistaperspectiva.info Departamento Comercial. 229 399 120 - publicidade@revistaperspectiva.info Tiragem. 70 000 exemplares Periodicidade. Mensal Distribuição. Gratuita, com o jornal “Público” Impressão. Depósito Legal. 257120/07 Internet. www.revistaperspectiva.info Interdita a reprodução, mesmo parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios, e para quaisquer fins, inclusive comerciais sem a autorização do editor.
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REPORTAGEM
A Latitude do Olhar
Marraquexe A Rosa do Deserto Estamos em Marraquexe, a fabulosa. Mais concretamente na praça Jemaa El Fna. A tarde avança, assim como as sombras. Do alto minarete da Koutobia, a mesquita sobranceira à praça, um muezin clama para a piedosa oração. Texto: Pedro Mota A imensa praça está nua, a despeito de alguns coloridos guerrabs (aguadeiros tradicionais) que parecem transpirar mais água do que aquela que transportam. A praça parece dar azo ao seu tétrico nome de «assembleia dos mortos», mas eis que num ápice tudo se metamorfoseia, tudo se transfigura: grupos de homens empurram enormes carros, outros montam bancas e mesas corridas. Num abrir e fechar de olhos, a praça regurgita de gente atarefada, acende-se o fogo como luzes de uma ribalta. Uma fumarada densa liberta-se dos grelhados e das bancas que vendem caracóis cozidos na sua casca. Acendem-se as luzes coloridas das tendas 4
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do souk, expondo o seu fascinante conteúdo de cavernas de Aladino. O alarido aumenta cada vez mais com a chegada dos grupos musicais do Alto Atlas, do estridente pífaro dos encantadores de serpentes, dos pregões dos vendedores de sumo de laranja, dos contadores de histórias, dos astrólogos, das dançarinas do ventre… Apesar do bulício caótico, o ambiente mágico da praça, quase de circo, é apelativo e para lá convergem magotes de gente que ali ficam a divertir-se até altas horas. Em torno da praça estende-se o labirinto da Medina com os seus intermináveis souks de tapetes multicoloridos e artigos de mar-
roquinaria; o profundo bairro judeu da Mellah, com as suas vielas soturnas; vários hammas (banhos de vapor tradicionais) prometendo (e cumprindo) o luxo e o esplendor de As Mil e Uma Noites. Transpomos uma porta maciça de madeira trabalhada e é como se tivéssemos ultrapassado um portal para outro universo. Do umbral para dentro do riad (albergue tradicional), estamos no limiar de um mundo de calma e silêncio, de comodidade convidativa ao descanso, de beleza serena e tranquilizadora a envolver o pátio interior para onde convergem as portadas das várias câmaras. O dia chegou ao fim, suspiramos de alívio e plenitude.
REPORTAGEM
Ainda não despontou a alvorada e já nos deslocamos a passo apressado para um bairro pobre da cidade: vamos visitar o bairro dos curtidores de peles. Chegamos aos curtumes à hora em que se eleva o Sol. Aos nossos olhos desdobram-se perante uma infinitude de tanques que exibem a paleta de cores estonteante dos pigmentos com que se pretendia tingir os couros em imersão nas tinas. Estonteados, já entrámos no complexo dos curtumes devido ao intenso odor que tudo aquilo exalava – o fedor é como um verdadeiro bofetão olfactivo. Para se ter uma ideia da mistura, um dos principais ingredientes para curtir as peles advém da amónia produzida por quantidades incomensuráveis de fezes de pombo. Mas estes ambientes duros já me habituaram a deixar sempre um olho alerta, pois, como a flor de lótus cuja brancura resplandecente nasce da lama mais ignóbil, também foi naquele ambiente de monturo e vísceras sanguinolentas que encontrei um dos mais belos olhares humanos que já vi na vida. Imerso até à cinta na imundície estava um jovem ocupado a raspar uma pele. Ao constatar o meu interesse pelo seu trabalho, predispôs-se a ensinar-me todo o mister do tratamento de peles, mas com uma bonomia e uma simpatia superlativas. Quando me despedia com o «Salam Aleikum» da praxe, levei a mão ao bolso numa pergunta muda. Só aí passou uma sombra nos seus olhos brilhantes.
Meneando a cabeça, agradeceu-me a visita pedindo desculpas pela pestilência do ar. Voltei confundido, mas com uma alegria imensa por renascer a minha esperança na raça humana. Enquanto houvesse homens de boavontade como aquele, apesar da vida terrível e do trabalho abjecto, poderíamos todos sonhar com um futuro melhor. A etapa seguinte levou-nos a transpor a cordilheira do Atlas, com a nossa viatura a resfolegar de esforço para vencer a inclinada pista serpenteante. Cruzámos algumas aldeias berberes, aninhadas nas encostas das montanhas. Já perto do majestoso Toubkal, pudemos abarcar uma paisagem de sonho. Dos píncaros da montanha podíamos divisar lá muito em baixo as aldeias com os seus terraços de açoteias que, vistas do alto, pareciam favos de uma colmeia. O nosso objectivo empurrava-nos para sul. Passámos pela bela cidade de Oarzazate, com as suas aldeias fortificadas em adobe, as kasbah. A partir daí estendia-se um mar de dunas e pedregais. Estávamos às portas do magnífico deserto do Sara, o maior deserto do mundo. Apesar do fascínio provocado pelos desertos, sentíamos um aperto na garganta. Percebia-se então melhor porque é que a palavra em berbere para água, amane, é sinónima de confiança, fé ou tesouro… Depois de uma longa estirada sobre a areia fina das dunas que alter-
nava com pedregais e oueds (leito de rios de enxurrada, secos), finalmente divisámos no horizonte um grupo de tendas negras compridas. Era a khaima (acampamento tuaregue) do nosso amigo Hammadi. Quando nos acercámos das tendas de pêlo de camelo, vários homens aproximaram-se envoltos nas suas longas túnicas azuis, com os rostos totalmente envoltos num longo lenço azul-índigo; o turbante enrolado à moda do «povo do véu» só deixava entrever os olhos brilhando como verrumas. De súbito, um longo silvo cortou os ares e um cavaleiro aproximou-se a galope largo, montando um mehari (dromedário) beije claro como as areias do deserto. Sem parar a montada, saltou para os meus braços num caloroso abraço. As notícias correm céleres no Sara… – Metulem!... Metulem!... – Cumprimentou o nosso amigo na tradicional saudação targui. O Sol já se enroscava nas dunas distantes quando o chá de menta ficou pronto a ser despejado de grande altura nos copos, de modo a libertar o seu aroma inebriante.
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PERSPECTIVA
OPINIÃO
Solidariedade ou Esmola? Repartição das consequências da crise? Solidariedade? Só se for esmola. Vejamos: O salário médio dos 50 primeiros patrões franceses é de 383 mil Euros por mês e aumentou 20% em 2007. O patrão mais bem pago da França, Jean-Philippe Thierry, dirigente dos Seguros Allianz, onde deixamos o nosso dinheiro, tem como salário 1,9 milhões de euros por mês. O segundo classificado, Pierre Verluca, da Vallourec aumentou o salário 32% em 2007 (12,4 milhões de euros num ano) embora a empresa só tenha aumentado 8% de lucro. Segundo a revista francesa Capital sucederam-se os beneficiários deste Jackpot, quando a crise já estava a estalar. Mas quando as empresas financeiras rebentam, mesmo este pessoal recebe os chamados “pára-quedas dourados”. Quando Standley O’Neal, presidente da Merrill Lynch, foi “despedido” recebeu 161 milhões de dólares; quando em 3 de Outubro de 2008 o banco franco–belga Dexia teve que ser recapitalizado de urgência, o patrão receberia 3,7 milhões de euros. Parece que vai renunciar. Em França o inquérito anual da revista Expansão publicado em Maio revelava que os patrões do CAC 40 aumentaram os salários de 58% em 2007. Entretanto calcula-se que estes cérebros responsáveis pelas manobras na alta finança fizeram desfa-
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zer-se em fumo 25 mil biliões de dólares só nos EUA. Os que aterram sem pára-quedas Consequências? Nos EUA nem todos os cidadãos estão inscritos na Segurança Social e quando estão só recebem na reforma 40% do salário. O restante depositaram nos chamados “fundos de pensão”, que são jogadas na bolsa por estas empresas financeiras. O que aconteceu então? Cinquenta e um milhões de americanos viram esfumar-se as suas economias de vários anos em poucos dias. Os fundos perderam 2 000 biliões de dólares em quinze meses. Os responsáveis? São os tais que caíram com o pára-quedas dourado. O mesmo se passa na Polónia, na Hungria e na República Checa, cujos governos e populações caíram no canto da sereia da “liberdade” de descontar para onde entendem e não haver obrigatoriedade de descontar para a Segurança Social do Estado. Já ouvimos esse canto da sereia aqui e sempre ligado a governantes com um pé no Governo e outro nas Companhias de Seguros. Felizmente que em Portugal se tem mantido a obrigatoriedade da Segurança Social do
Estado. Mas quantas vezes ouvimos regressar a conversa de que “tudo pode ser privatizado” ou então de que “uma parte vai para o Estado e a outra pode ser alternativa e investida em instituições privadas que cuidarão do nosso dinheiro como cuidam do deles”? Os resultados estão à vista. E o pânico reina entre os chamados quadros, o pessoal que é bem tratado, trabalha nas gaiolas de vidro dos open-space e tem mordomias. Mas os accionistas não querem baixar os lucros. Consta que em Portugal serão despedidos 500 delegados de informação médica. É o pânico a invadir a classe média. Mas perante tantos milhões e biliões distribuídos pelos responsáveis da crise pode-se falar de modestas somas que poderiam ter outro destino: bastavam 22,2 biliões de euros para erradicar a fome no mundo e 3 biliões para tratar 19 milhões de crianças. Ou talvez bastasse que se abrisse a porta aos produtos agrícolas dos países pobres. Indo procurar em Marx os comentários ao “dinheiro usurário” ou seja o capital financeiro que na época era impossível imaginar a dimensão que viria a ter um século e meio depois
As saídas com os pára-quedas dourados acarretam desemprego e miséria para muitos outros. Nas grandes cidades já se assiste aos pobres a recuperarem restos nas exposições de alimentação. E talvez sejam apenas pobres “assim-assim” ou “remediados”, como se dizia antigamente.
PERSPECTIVA
OPINIÃO
A Política no Séc.XXI » Isabel do Carmo
ele cita (imagine-se!) Lutero: “Na forma à moda antiga, ainda que constantemente renovada, do capitalista, no usuário (o que empresta dinheiro a juros), Lutero ilustra muito bem a ânsia de domínio como elemento do impulso para o enriquecimento: ”Os pagãos puderam calcular pela razão que um usuário é um quadruplo ladrão e assassino. Nós cristãos, porém, temo-los em tal honra que quase os adoramos pelo seu dinheiro…” “(…) os pequenos ladrões estão a ferros, os grandes ladrões andam a ostentar ouro e seda… por isso não há maior inimigo do homem na terra (depois do diabo) do que um avaro e usuário, pois ele quer ser deus sobre todos os homens”, quer “ (…) que ele sozinho possa ter tudo e que toda a gente receba dele como de um deus e seja eternamente seu servo”. Depois explica, pedagogicamente como é seu hábito, que o dinheiro que não se transforma em mercadoria para se transformar em mais dinheiro é a maior anomalia do sistema. Eu vou buscar a Frei Bento Domingues e à sua crónica de domingo no Público (7.12.08) para dizer que: “Nem só de pão vive o homem, mas sem pão é difícil”. “(…) A ética desses investimentos e jogos é anti-solidária: a riqueza de uns implica a pobreza de outros”… Portanto, solidariedade é inverter o sistema e não atribuir isto apenas a falhas ou erros de ética. Isto é o sistema. Solidariedade é invertê-lo. O resto é esmola.
» Joaquim Jorge
É necessário oferecer outra maneira de fazer política, acabar com este modelo clássico e sobranceiro Os partidos têm cada vez mais dificuldade em chegar às pessoas. E os grandes partidos mostram-se incapazes de mudanças positivas. É preciso uma evolução, na renovação do sistema. As pessoas vêem hoje os partidos como a forma mais difícil de influenciar a política, em que sentem não ter uma voz. Os políticos, «senhores dos partidos» são o contrário do que é a democracia; são uns poucos, uma aristocracia, quem manda e governa. Blindam as suas posições sendo paradoxalmente eleitos por via democrática e praticam todos os actos anti-democráticos possíveis. Este sistema e forma de funcionamento partidário estão esgotados. A vida interna dos partidos tem que ser alterada e não pode estar à mercê: pagamento de quotas; procedimentos eleitorais; listas; sindicatos de voto; democracia interna; tráfico de influências; promiscuidades várias; formas de militância; etc. - aquilo a que eu chamo um proselitismo excessivo. Sempre que há mais do que um candidato, há problemas e denúncias de facciosismo e favorecimento. Os grandes partidos não estão preparados para a mudança: abertura; transparência; defesa dos interesses das pessoas; mais campanhas; participação nos processos de decisão verdadeiramente abertos aos cidadãos. Há um número cada vez maior de pessoas a afastar-se da política, a optar por não votar. É necessário oferecer outra maneira de fazer política, acabar com este modelo clássico e sobranceiro. Não podemos continuar
a fingir que podemos tomar decisões sem saber o que as pessoas pensam delas, sem envolvê-las nelas. Os cidadãos têm que deixar de estar reduzidos à condição de espectadores. Os partidos estão em crise e estão aumentar os centros do poder fora da lógica partidária: ONG`s; movimentos; grupos de reflexão; grupos de pressão; etc.
O problema é que estas entidades não levam a lugares de poder e não é muito satisfatório para muitos. Mas acho que as pessoas estão a acordar para que é preciso fazer política de outra forma e com outras pessoas. A maioria dos políticos é já do passado. As pessoas querem caras novas e por isso a alternativa é renovar os rostos daqueles que estão à frente de projectos políticos e essas caras não têm necessariamente de emanar das juventudes partidárias. Têm que perceber que estão gastos e ter a clarividência de reflectir se faz sentido continuarem na primeira linha do debate de intervenção política, com métodos retrógrados, entrincheirados, donos dos aparelhos partidários lutando até à morte ou exigindo um preço degradante para cederam o seu lugar. Só com novas elites, diferentes, pode ser que haja crédito e novas adesões.
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OPINIÃO
» Ten. Cor. Brandão Ferreira
Crise Moral, Falência Política “Quem sabe entender os politicos? Quem pode fartar os banqueiros?...” Moniz Barreto
(Carta a El-Rei de Portugal sobre a situação do país e seus remédios, Março de 1893) A recente crise financeira – que está para durar – veio provar à sociedade que estamos muito longe de viver na tão apregoada “Democracia”. Alguns regimes do planeta serão até, inqualificáveis, mas, no chamado mundo ocidental, aquilo em que vivemos é muito mais uma Plutocracia, isto é, o regime dos muito ricos. Se fossem ricos de trabalho sério e produtivo talvez não viesse grande mal à terra mas, infelizmente, o que tem vingado é a especulação desenfreada, o ilícito, a fuga ao fisco, a lavagem de dinheiro sujo, as tentativas de monopólio, etc.. Escusado será dizer que as preocupações sociais não entram nesta equação. E cada vez mais a fatia maior do mercado é dominada por cada vez menos, reunidos em organizações poderosas e muito discretas, que ninguém elege nem escrutina. O “mercado” regula-se a si mesmo, de facto, mas pela lei da selva... Estamos, pois, perante uma crise moral e de princípios
A falta de vergonha só tem paralelo na impunidade em que tudo se passa, como é bem ilustrado pela comezaina realizada algures na Côte d’Azur pela administração de um dos maiores bancos belgas, falido, que terá custado a módica quantia de 300 mil euros!
profundíssima. Esta crise moral é, ao mesmo tempo, causa e efeito do descalabro político. A coisa funciona em termos simples da seguinte maneira: os “ricos” financiam e controlam as campanhas eleitorais, elegendo quem lhes interessa. Estes, no Poder (pelo menos nominal) têm obviamente que favorecer quem lhes fez os favores. Com o tempo alguns trocam até, de lugares. Ora, perante os vários escândalos financeiros, muitos deles baseados em operações fictícias – de que, pelos vistos, ninguém deu conta! - e que prefiguram várias “D. Brancas” gigantescas, cujo desconchavo levou à actual crise (e resta ver o que está ainda por se saber), o que fazem os governos? …pois pegam no dinheiro dos contribuintes e transferem-no para os cofres de muitos daqueles que pela sua cupidez e ganância são responsáveis pelo desastre em que estamos. Ao menos, os comunistas nacionalizavam a banca, os seguros, etc e não indemnizavam ninguém. O destino é uma ironia... Argumenta-se que não restaria aos governos outra hipótese a fim de não provocar o descalabro do sistema financeiro internacional o que, por sua vez, iria ter mais gravosas consequências. Pode ser, mas tal só será aceitável se se responsabilizar os agentes económicos e financeiros que se portaram mal, bem como os organismos dos diferentes estados que falharam na prevenção das práticas lesivas da boa gestão e dos bons costumes. E, em seguida, produzirem legislação que regulamente eficazmente as normas financeiras nacionais e internacionais. Se tal não acontecer acarretará o total descrédito da classe política que, aliás, mesmo afirmando-se da mais fina linhagem democrática, já pouco crédito tem.
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PERSPECTIVA SOLIDÁRIA
Portugal é um país solidário? A situação de crise nacional e internacional que se enfrenta tem reflexos visíveis na vida das famílias. Por Luís Barbosa, presidente da Cruz Vermelha Portuguesa
Existem hoje graves problemas sociais como o aumento do desemprego, um nível preocupante de endividamento, a diminuição do rendimento disponível, o aumento da pobreza, a insegurança e aumento da criminalidade, o aumento da violência doméstica, entre outros. A par destes, existem ainda problemas mais específicos, relacionados com o envelhecimento da população, o alcoolismo ou a toxicodependência. A Cruz Vermelha Portuguesa presta assistência humanitária e social, em especial aos mais vulneráveis, em todo o território nacional através das suas Delegações espalhadas pelo país. A sua actividade assenta no princípio do Voluntariado, baseado na dedicação ao próximo. Desenvolve a sua actividade em numerosas áreas de actuação, tais como a Emergência, a Teleassistência, os Idosos e Dependentes, as Crianças, o Ensino ou a Saúde.
Numerosas instituições de solidariedade de âmbito local e nacional desenvolvem também uma intensa actividade de apoio aos mais desfavorecidos e vulneráveis. De facto, o Estado não consegue prover a todas as situações, o papel de instituições Humanitárias como a CVP é essencial e complementar da acção do Estado. Esta característica do espírito solidário é aliás muito antiga e enraizada no nosso país, visto que instituições como a Cruz Vermelha Portuguesa ou as Misericórdias são centenárias Deste modo, a resposta à pergunta “Portugal é um país solidário?” é positiva, podendo-se considerar que existe hoje na sociedade portuguesa um nível elevado de solidariedade. 10
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Não tenho a menor dúvida em afirmar que somos um país e um povo solidários! Por Fernando Nobre, presidente da AMI
Senão vejamos: é sabido de todos que Portugal vive, há décadas, numa situação de pobreza estrutural. Os dados do INE são elucidativos: embora se registe uma evolução positiva nos últimos anos, em termos de pobreza estamos acima da média europeia e em 2006, últimos dados disponíveis, tínhamos 18% da população a viver abaixo do limiar da pobreza, sendo que outros 21% não se enquadravam nessa situação por beneficiarem de subsídios vários do Estado. O que essas estatísticas apontam, é que temos cerca de 40% da nossa população em situação de pobreza estrutural… sem falar da pobreza envergonhada… É de prever que essa situação se agrave em 2009 devido à crise económica que sucederá à crise financeira. Tal resultará em mais desemprego e em mais pobreza, assim como em mais encargos para o Estado. Sustentado nesta análise, afirmo que se a solidariedade do nosso povo não fosse MAGNÍFICA, seríamos muito mais vezes confrontados nas nossas ruas com situações de indigência gravíssimas! A extensa rede social já existente só é possível devido à consciencialização da nossa sociedade civil e à subsequente solidariedade activa do nosso povo, que se traduz no voluntariado empenhado e nos donativos generosos. É essa também a lição que retiro de 24 anos de existência da AMI.
Podemos ser individualistas e até egoístas e maledicentes, mas na hora da miséria e da tragédia temos um coração do tamanho do Mundo, Mundo esse que descobrimos, encetando assim a verdadeira globalização e demonstrando, também, a nossa solidariedade e heroicidade mesmo que por vezes ingénua. Só falta darmos um passo decisivo para sair dessa pobreza lusitana como se de uma fatalidade se tratasse: como um dos poucos povos na Europa e no Mundo, que indelevelmente marcou a História da Humanidade, temos que ser capazes de actuar cada vez mais como um colectivo com, sobretudo, deveres para com o nosso País. Tal se aplica evidentemente a todas as lideranças (porque ser-se líder é antes de tudo ter-se deveres) mas também a cada um de nós individualmente. Se conseguirmos tal façanha seremos ainda muito mais solidários do que já somos e acabaremos com a injustiça social e a nossa vergonhosa pobreza!
PERSPECTIVA SOLIDÁRIA Fundação S. João de Deus
Pelas pessoas, de Alma e Coração A Fundação S. João de Deus (FSJD) é uma instituição particular de solidariedade social vocacionada para o apoio a projectos que promovam a dignidade humana e o acesso a cuidados de saúde, especialmente a pessoas com doença mental com escassos recursos económicos e a populações carenciadas em países em vias de desenvolvimento. Por David Silva, da Fundação S. João de Deus Constituída em Novembro de 2006, a FSJD iniciou a sua actividade em Janeiro de 2007, tendo obtido o estatuto de IPSS e o reconhecimento como Organização Não-Governamental para o Desenvolvimento. Em Portugal a FSJD apoia principalmente os 8 Centros Assistenciais do Instituto S. João de Deus (ISJD) nas suas áreas de intervenção que são, entre outras: a prestação de cuidados de saúde a pessoas portadoras de doença mental e sua reabilitação psicossocial; a prevenção e tratamento dos doentes com problemas ligados ao álcool e sua reabilitação psicológica, familiar e social; o tratamento da toxicodependência, através da desintoxicação e/ou reabilitação de pessoas dependentes de drogas; a prestação de cuidados continuados a pessoas com doença crónica, em regime temporário, no internamento hospitalar ou nos
períodos de agudização da doença. A primeira campanha solidária da FSJD, denominada “Inocentes de Guerra” foi lançada em Maio de 2007, com o objectivo de alertar para o drama dos amputados, vítimas das minas anti-pessoal e da poliomielite em Angola. Esta iniciativa visou também angariar fundos para reabilitar fisicamente alguns jovens angolanos amputados no Hospital S. João de Deus, esperando-se que no próximo ano se possa iniciar a primeira fase deste projecto humanitário.
Fundação tem vindo também a apoiar a Missão Hospitaleira em Timor-Leste. Graças aos apoios recebidos de particu-
lares, de mecenas e através do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento, a Fundação tem vindo também a apoiar a Missão Hospitaleira em Timor-Leste, nomeadamente através da atribuição de bolsas de estudo para o ensino superior a jovens timorenses e garantindo o funcionamento e equipamento de uma ludoteca e bibliotecas escolares na região de Laclubar. O apoio da instituição estende-se também aos Açores e à Madeira, onde a FSJD está a angariar fundos para reequipar 2 unidades de internamento para pessoas com doença mental aguda. Com este intuito, a Fundação S. João de Deus lança neste Natal uma campanha que reverterá para este projecto, bem como para a criação de uma unidade de cuidados continuados em saúde mental na Casa de Saúde do Telhal (concelho de Sintra). Quem quiser contribuir para esta campanha poderá fazer o seu donativo através do NIB 0033 0000 45366601920 05 (Millennium BCP). Para conhecer melhor esta iniciativa e saber as várias formas de colaborar visite a página na Internet da FSJD em: www.fundacao-sjd.pt
Fundação S. João de Deus Av. Júlio Dinis, nº 23, 1º Esq. 1050-130 LISBOA Telf.: 21 798 34 00 Fax.: 21 798 34 01 E-mail.: sede@fundacao-sjd.pt url.: www.fundacao-sjd.pt
PERSPECTIVA SOLIDÁRIA Fundação Calouste Gulbenkian
Projectos em prol dos cidadãos de amanhã As fundações assumem um papel de extrema importância em áreas como a cultura e a acção social. Através destas entidades é dado espaço a diferentes vertentes culturais e são desenvolvidos projectos sociais que permitem a integração, a inclusão. Texto: Alexandra Carvalho Vieira
Sistema Metropolitano de Orquestras Juvenis. Como é que nasce o Programa Geração/Oportunidade?
É um programa que pretende que as crianças e os jovens tenham um desenvolvimento mais equilibrado, prevenindo trajectórias de exclusão. Queremos ajudá-los na procura de um projecto de vida, realçando que o mesmo deve passar sempre pela escola. Por este motivo, temos investido muito nesta instituição, não em termos financeiros, mas no sentido de a trazermos sempre para o centro das nossas atenções, pois a chave de um percurso bem sucedido é a escola. Há que insistir nisto, pois muitas vezes
Prémio Empreendedor Imigrante do Ano Iniciado em 2007 e a repetir até 2011, o Prémio Empreendedor Imigrante do Ano resulta de uma iniciativa da Plataforma Imigração, constituída por diferentes organizações da sociedade civil portuguesa: Fundações Aga-Khan Portugal, Calouste Gulbenkian, Kuso Americana, Luso-Brasileira, Oriente e Portugal África, as Associações Empresarial de Portugal e Industrial Portuguesa, a Comissão Episcopal para a Mobilidade Humana, as Confederações dos Agricultores de Portugal, do Comércio e Serviços de Portugal, da Indústria Portuguesa, do Turismo Português, a União Geral dos Trabalhadores e a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses. Este Prémio tem duas dimensões: “por um lado, é uma iniciativa de um conjunto alargado de entidades que nunca se tinham juntado, e que agora têm um objectivo comum, e por outro tem um papel positivo porque permite dar uma perspectiva do imigrante integrado na sociedade. É um factor de enriquecimento, não de aborrecimento, é positivo e valorizador, daí ter sido criado”. O primeiro prémio foi entregue em 2007a uma cidadão romena, engenheira de formação, que reside em Portugal desde 2000 e se distinguiu pela sua capacidade empreendedora, entendida num sentido lato que abrange uma actividade de criação de empresas ou uma vertente de responsabilidade social pró-acti va.
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© Tatiana Macedo
É com base nestas duas premissas que a Fundação Calouste Gulbenkian tem desenvolvido as suas iniciativas. De assinalar o projecto Geração/Oportunidade que desde 2005 combate o absentismo e o abandono escolares, através do apoio à Educação, Formação e Emprego dos jovens e crianças da Urbanização Casal da Boba, na Amadora. Luísa Valle, da Direcção do Serviço de Saúde e Desenvolvimento Humano da Fundação Calouste Gulbenkian, faz-nos o balanço de um Programa que tem dado os seus frutos e que, inclusive, em Junho de 2007 foi alargado permitindo a criação de um projecto-piloto: a Orquestra Juvenil Geração, que se espera, um dia, dê origem a um
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Que tipo de iniciativas têm sido desenvolvidas?
Temos desenvolvido diferentes iniciativas: a Oficina da Juventude, o Sai Dessa, a Oficina de Penteados, o Mais Saúde, o Aprender e Brincar e a Orquestra Juvenil Geração, entre outros. Esta última baseia-se num projecto que tem tido um sucesso espantoso na Venezuela, onde é desenvolvido há quase 40 anos. É um projecto de educação pela música e não de procura de talentos musicais e transmitirá às crianças um conjunto de valores muito importantes: trabalho em equipa, a solidariedade, a repetição para melhorar, a vontade de aperfeiçoar, a disciplina. São valores que nem sempre estão presentes nos hábitos dos nossos jovens, vivam eles no Casal da Boba ou no centro de Lisboa. O curioso é que o nosso programa permite que algumas crianças e jovens, de uma forma divertida e quase sem se aperceberem, estejam a mudar as suas atitudes. Fundação integra médicos imigrantes no Serviço Nacional de Saúde O primeiro Projecto de Reconhecimento de Habilitações de Médicos Imigrantes decorreu entre 2002 e 2005 e permitiu apoiar médicos que se encontravam a residir em Portugal e a desempenhar tarefas não qualificadas. Este projecto foi financiado pela Fundação Gulbenkian que, em parceria com o Serviço Jesuíta aos Refugiados, apoiou 120 médicos dos quais 107 obtiveram equivalência de habilitações e se encontram a trabalhar no Sistema Nacional de Saúde. Face ao sucesso desta iniciativa, em 2008 o Ministério da Saúde convidou a Fundação para coordenar uma nova iniciativa, com financiamento público, no sentido de integrar 150 médicos imigrantes no Sistema Nacional de Saúde. Isabel Mota, administradora da Fundação, considera que com este projecto: “fica demonstrado que é possível à sociedade civil intervir e desenvolver uma metodologia inovadora e com impacto ao nível tanto da sociedade de acolhimento como dos próprios cidadãos imigrantes.”
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Que balanço faz desta iniciativa que já permitiu a criação da Orquestra Geração? É um projecto que tem permitido mudar algumas vidas e eu acho que isso é positivo e um estímulo à definição de objectivos mais ambiciosos. Estamos na expectativa de que estas crianças venham a ter uma outra perspectiva de vida. Voltando ao Programa Geração no seu todo… através deste projecto tornou-se possível o trabalho em conjunto entre diferentes entidades?
Sobretudo nesta primeira fase, tem sido feito um grande esforço na articulação e cooperação entre as várias entidades que participam no Projecto, tentando ensaiar formas de trabalhar em conjunto. Cientes de que cada entidade tem a sua missão está a conseguir-se criar uma plataforma de acção em conjunto. São processos que demoram, que não ocorrem de um dia para o outro. Posso-lhe dizer que o balanço é positivo e onde são sentidas mais dificuldades, vamos tentando corrigir e vamos tentando introduzir mais energia e motivação.
“É um projecto muito virado para as crianças, mas que acaba por envolver as famílias, os professores e toda a comunidade.”
© Filipa Reis
Até hoje qual foi o momento em que sentiu mais alegria, mais orgulho?
Ora bem, foi quando vi num salão de cabeleireiro duas jovens que tinham sido abrangidas por este programa e que tinham voltado para a escola e terminado a escolaridade obrigatória. No dia em que as encontrei senti que estavam a concretizar o seu sonho. Senti também que apesar de todas as dificuldades, vale a pena intervir e apostar na mudança porque os resultados aparecem. Queremos agora, aos poucos, aumentar o número de crianças e jovens abrangidos. A continuação do projecto é uma prioridade?
Gostaria muito que continuássemos. Quando falamos de projectos de intervenção nos bairros e de
© Tatiana Macedo
não valorizamos a escola suficientemente.
PERSPECTIVA SOLIDÁRIA
Jovens de Casal da Boba formam orquestra juvenil O projecto de criação da Orquestra Juvenil Geração tem uma duração prevista de 3 anos (Junho de 2007 a Junho de 2010) e integrará no final 80 crianças (60 no 1º ano, completando-se os 80 elementos no 2º ano) dos 5º e 6º anos do ensino básico da Escola EB 2,3 Miguel Torga, na Amadora. O papel da Fundação Calouste Gulbenkian é o de acompanhar o projecto e a sua monitorização no plano artístico-pedagógico, enquanto que a Escola de Música do Conservatório Nacional assume a responsabilidade pedagógico- artística deste projecto. Estão igualmente presentes nesta parceria alargada a Iniciativa Comunitária EQUAL e a Fundação EDP. “O balanço é muito positivo”, realça Luísa Valle explicando que “as crianças e jovens têm demonstrado um enorme potencial e capacidade musical”. Factores que fazem com que a vontade de estender este projecto a outros bairros já esteja em análise.
Está também prevista a inclusão de novas valências?
Queremos de futuro desenvolver outros formatos. Neste momento, já temos o envolvimento dos professores de música e pretendemos também o envolvimento de professores da área do desporto. Por outro lado, em 2009 queremos alargar o projecto a outras áreas como o voluntariado. Gostaria de relembrar que Portugal está entre os 10 países mais envelhecidos de todo o mundo, o que significa algo de bom, porque temos pessoas cada vez mais velhas com qualidade de vida, e algo menos bom porque temos cada vez menos crianças. Para que possamos sobreviver como sociedade temos que cuidar bem dessas crianças. Temos que as ajudar a desenvolverem projectos de vida de uma forma integrada e equilibrada. O problema é que isto não acontece com a maior parte das nossas crianças, pois há demasiado facilitismo na forma como as estamos a educar, há muitas crianças a quem não é dada atenção, carinho ou amor. Realço que este problema não se resume aos bairros, estende-se a toda a sociedade. Através deste Programa conseguimos criar espaços de convívio e o relacionamento entre diferentes etnias, famílias e professores. É um projecto muito virado para as crianças, mas que envolve as famílias e toda a comunidade. Que mensagem deixa para os próximos anos?
mudança de mentalidades e atitudes, estamos a falar de uma geração, ou seja, de pelo menos 10 anos. Tudo menos que isso são projectos que podem acabar por não surtir os seus efeitos. Neste momento, a intervenção em bairros é uma das prioridades
da Fundação Gulbenkian, nomeadamente naqueles onde já estamos, pois é aqui que tem sido criada massa crítica. Já há algum potencial instalado, algum conhecimento de parte a parte e isto é um potencial que não podemos desperdiçar.
Todos temos que dar mais atenção às nossas crianças. Vamos cuidar melhor delas, vamos garantir que a relação entre professores e crianças, pais e crianças funcione. A nossa missão de cidadãos é contribuir para o estreitamento e qualificação destas relações, para que estas crianças sejam, no futuro, cidadãos de pleno direito, não cidadãos amputados, com falta de auto-estima e de objectivos. Sem isto, estamos a privá-los dos valores fundamentais: o carinho, o amor e a preocupação. DEZEMBRO 2008
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Inclusão Digital: Que Futuro?... O CRID ( Centro de Recursos para a Inclusão Digital ) foi nosso objecto de reportagem quando abriu as portas quatro meses antes do prazo previsto para o seu nasTexto: Pedro Laranjeira | Fotos: Leonel Brites cimento. Fruto do planeamento e trabalho de uma Professora de Ensino Especial, Célia Sousa, uma mente tão à frente do seu tempo que tem sido convidada para ensinar as bases do projecto um pouco por todo o mundo, é uma iniciativa pioneira que visa permitir às pessoas com necessidades especiais (desde deficientes profundos a pessoas com capacidades diminuídas ou na terceira idade) o acesso pleno à Sociedade de Informação e ao mundo da Internet. Tudo começou pela criação na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Leiria (IPL) de um espaço informático equipado com materiais de alta tecnologia, inicialmente subsidiado por fundos europeus e que rapidamente granjeou parcerias que têm garantido a sua sustentabilidade. Dois anos depois do arranque, quisemos fazer o ponto da situação e saber qual o futuro que se desenha, pelo que voltamos ao contacto de Célia Sousa, a quem o perguntamos. - "Bom, o CRID está neste momento a correr sobre rodas! Somos procurados de toda a parte do país para efectuar avaliações, houve alunos que desenvolveram já trabalhos com muito crédito na área da investigação, incluindo dois softwares desenvolvidos que vão mesmo ser comercializados e em Abril vamos editar um livro inclusivo para crianças. O IPL continua a assumir o CRID com um seu projecto de apoio à sociedade, em que investe e cujas despesas suporta, de que o último exemplo consistiu em colocar em serviço uma colaboradora para me apoiar no trabalho. Existe um projecto de parcerias, entre os Ministérios da Educação e da Ciência e a breve comercialização dos softwares que produzimos será um bom princípio de sustentabilidade para nos começarmos a auto-financiar. Contamos também, num futuro próximo, com a aliança de algumas empresas que nos facilitarão o progresso. O Ministério da Educação tem criado pequenos centros, mais pequenos, ao longo deste ano, para o que tem contado com o auxílio do CRID e da sua experiência, mas o que o mantém de pé é o IPL. O Instituto Nacional de Reabilitação tem-nos dado todo o apoio e hoje em dia o CRID é reconhecido como um centro de grande valor para a sociedade, tanto nacional como internacionalmente. O ideal seria criar mais dois ou três semelhantes, que coordenassem os mais pequenos, que estão a ser criados 16
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a nível das capitais de distrito, e fossem interligados numa rede nacional. Por outro lado, o IPL tem sido cada vez mais solicitado para dar formação nesta nova área. Com o que já fizemos, com mais de três mil pessoas auxiliadas, com os contactos internacionais em curso e com todas as iniciativas em que estamos envolvidos, tenho a certeza que o CRID fará com a sociedade fique melhor, nada será igual. O próprio IPL mudou, as Bibliotecas do IPL têm já software para pessoas cegas, temos uma intérprete de língua gestual na Escola Superior de Artes e Design das Caldas, para uma aluna surda, e até, em época natalícia, os Postais de Natal são pela primeira vez impressos em Braïlle. Posso dizer que o IPL é uma Instituição que mudou por um projecto! Também Portugal, no que toca a legislação relacionada com acessibilidades, lidera claramente, a nível mundial. Acho que contribuímos para que a sociedade passasse a ver a deficiência de um modo diferente! Uma nota de rodapé, como curiosidade: o artigo inicial da Perspectiva sobre este tema foi uma reportagem da nossa correspondente em Leiria, Sara Santos, uma jovem em fim de curso que, então e por esse motivo, se apaixonou de tal modo pelo projecto que nele de imediato se integrou e dele fez o seu início de carreira, sendo já, depois de Célia Sousa, a primeira pessoa com formação técnica específica nesta área. Se foi uma perda para o jornalismo, foi decerto um ganho para uma causa nobre e disso, como participantes e causadores, nos orgulhamos. Sara Santos é já, entretanto, mentora de um projecto de Ludoteca, que futuramente merecerá a nossa atenção e aponta para uma área de insubstituível urgência: a das crianças com necessidades especiais. Quanto a Célia Sousa, a maior dificuldade que tivemos foi agendar um momento possível para a conversa: a agenda que abraçou é já de tal modo densa que as solicitações ultrapassam a sua capacidade humana de resposta… não que o seu sorriso contenha qualquer vestígio de contrariedade ou o seu olhar consiga esconder o orgulho de ter iniciado uma senda que nunca terá fim, uma cruzada de futuro incalculável, a que se entrega com alma, corpo... e competência.
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PT Minha Voz GRID2
Uma esperança para as pessoas com deficiências profundas Quando se conhece a Rosário fica-se logo com a noção do que a vida vale, mesmo numa vivência profunda com ELA – Esclerose Lateral Amiotrófica. A Rosário quis deixar um testemunho perene a seu filho: “Quero Ver o Meu Filho Crescer”, foi o título que deu ao livro que escreveu. Por Clara Cidade Lains, directora de Info-Exclusão e Necessidades Especiais da Fundação PT
Fê-lo recorrendo a uma das pequenas maravilhas da tecnologia o GRID a quem a PT numa parceria para a cidadania empresarial deu voz, chamando-lhe assim o PT Minha Voz GRID, hoje já numa nova versão ainda mais fácil de aceder às aplicações do computador e de construir quadros de comunicação o GRID 2. Foi também recorrendo à voz sintetizada do GRID que Rosário, à beira de uma paragem respiratória, pediu ajuda ao filho, entrando de seguida em estado de coma, do qual viria a sair na esperança de continuar a ver o João crescer. Esta tecnologia, sendo extremamente simples, vem revolucionar a vida das pessoas com deficiências profundas, designadamente pessoas tetraplégicas, com paralisia cerebral ou com doenças neurológicas degenerativas ao dar-lhes a possibilidade de manusear o teclado do computador, ou outros equipamentos, quando não têm mobilidade fina, ou de ter voz quando a não têm. Vem assim abrir uma porta ao mundo da comunicação e das comunicações, designadamente à Sociedade da Informação e do Conhecimento. O R., criança com
paralisia cerebral que começou aos 4 anos a usar as tecnologias do centro de recursos instalado pela Fundação PT numa sala de apoio numa instituição, é hoje o melhor aluno da turma do 7º ano do ensino regular. Portugal, fruto da aposta e da política de cidadania da Fundação PT, configura-se como o país europeu onde a utilização destas tecnologias de apoio é mais significativa em todos os passos da vida diária das pessoas com deficiência neuromotora profunda e/ou com deficiência na fala, ou seja, utilizadores de comunicação aumentativa, conduzindo a uma melhor qualidade de vida destas pessoas e dos seus familiares, mas também dos técnicos que os apoiam e os acompanham nos seus programas de integração social, designadamente terapeutas da fala e ocupacionais, educadores e professores, psicólogos e psico-pedagogos. Ao instalar estas tecnologias de apoio nas instituições particulares de solidariedade social, nos hospitais e nas escolas, criando perto de 80 centros de recursos de acesso à Internet para o desenvolvimento individual
destas pessoas desde a mais tenra idade, em geral nas instituições de solidariedade social onde ainda bebés vão integrando programas de intervenção desenhados à medida de cada um, passando pela casa na sua relação com a família, a escola ou o trabalho, a Fundação PT propõe-se como parceiro preferencial na criação de projectos inovadores e estruturantes com vista ao desenvolvimento de competências das pessoas com deficiências e incapacidades, sempre com base num modelo que promova a autonomia e a inclusão social destes cidadãos.
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Fim-de-semana na Lousã
Turismo e acessibilidades
vistos sob um só prisma Bem no centro de Portugal, o Concelho da Lousã é uma região de rara beleza, que encontra na sua serra - incluída na Rede Natura 2000 - a imagem de marca de toda uma riqueza que propicia a observação da fauna e flora em estado selvagem. Aí encontram-se o Castelo de Arouce, as Aldeias do Xisto e os Poços do Antigo Real Neveiro, onde se armazenava o gelo antes de este rumar à adega do Rei em Lisboa. Texto: João Durão da Silva
No entanto, a concepção turística deste município é bem mais abrangente e, fruto de uma acção concertada entre os vários agentes locais, a Lousã propõe-se hoje como o “primeiro destino de Turismo Acessível em Portugal”. Esta realidade reflecte-se nas várias propostas da região, locais devidamente assinalados com o selo “Lousã Acessível”. Encontrá-lo-á, por exemplo, nas diferentes sugestões de alojamento e nos vários locais a visitar. Para o seu fim-de-semana, sugerimos que comece, no sábado, com uma subida até à aldeia do Candal. Situada na serra da Lousã, esta é uma das 24 Aldeias do Xisto, lugares marcados pela arquitectura rústica e por um ambiente único. A geografia do local Horários a saber Loja do Xisto do Candal: 10h-17h (Inverno) e 10h-19h (Verão). Encerra às terças-feiras; Ecomuseu da Lousã – Dr. Lousan Henriques: 9h-12.30h / 14h-17.30h Sábado e Domingo – 10h-12.30h / 14.30-16h As informações são fornecidas pela Agência de Viagens Accessible Portugal. Site: www.accessibleportugal.com
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não facilita a acessibilidade a toda a aldeia, mas a Loja do Xisto no Candal dispõe de rampa e casa de banho adaptada. No piso térreo, a loja – em género de casa de bonecas – apresenta artesanato variado, produzido pelos habitantes locais, além de imensos tesouros gastronómicos, onde a castanha é ingrediente corrente. Já na cave, também ela acessível por rampa, poderá participar em workshops e aprender a confeccionar pão, queijo e doces. No domingo, comece por uma visita ao Ecomuseu da Lousã, espaço totalOnde pernoitar Sugerimos o Meliá Palácio da Lousã – Boutique Hotel, antigo palácio do século XVIII. Possui um quarto adaptado, amplo e cuja casa de banho dispõe de roll-in shower e banheira. O interior do hotel é acessível.
As refeições Sugerimos os restaurantes “O Burgo” e “A Viscondessa”, onde são privilegiados os sabores locais. São ambos acessíveis, embora a casa de banho do “O Burgo” tenha o acesso condicionado.
mente acessível e equipado com duas casas de banho adaptadas. Aqui, encontrará um conjunto alargado de dispositivos agrícolas artesanais, oriundos de todo o país, bem como uma mostra de utensílios ligados às várias actividades económicas que predominaram, outrora, na região. À tarde, aproveite para conhecer o centro histórico da vila. As casas brasonadas enriquecem a vista desta zona, onde se destaca a Igreja Matriz. Ainda que em calçada portuguesa, o exterior é perfeitamente acessível, sendo que o acesso à Igreja é feito por uma porta lateral, através de rampa. Lá dentro, o acesso encontra-se condicionado à parte do edifício. Outros Pontos de Interesse Na serra: Conheça os poços de neveiros, as aldeias serranas e o Alto do Trevim, o ponto mais alto da serra da Lousã. É possível a observação de veados em diversos locais da serra. No centro: Faça uma passagem pelos jardins dos Paços do Concelho e pela loja de artesanato Coisas e Lousas (dispõe de rampa amovível).
RELAÇÕES SÓCIO-ECONÓMICAS ENTRE PORTUGAL/ANGOLA Câmara de Comércio e Indústria Portugal-Angola
Uma “ponte” entre dois países Em entrevista Carlos Bayan Ferreira, presidente da Direcção e da Comissão Executiva da Câmara de Comércio e Indústria Portugal–Angola, descreve as relações entre os dois países e esclarece que “não é possível falar do futuro do investimento português em Angola sem referir o investimento angolano em Portugal.” Texto: Alexandra Carvalho Vieira
Qual a importância da CCIPA na relação entre Portugal e Angola?
A Câmara de Comércio e Indústria Portugal – Angola – CCIPA foi criada em Julho de 1987 por 345 empresas dos dois países, que entenderam necessária a criação de circuitos e ligações que fortalecessem a relação das empresas com os órgãos de decisão responsáveis pelas relações económicas e empresariais bilaterais. É uma associação empresarial privada, juridicamente portuguesa e angolana. Ao longo de 21 anos de actividade em prol do reforço do relacionamento económico e empresarial entre Portugal e Angola, a CCIPA tem vindo a criar laços com entidades oficiais e privadas, governamentais e empresariais, de ambos os países, sem os quais não seria possível a prossecução dos seus objectivos. Assegura, ainda e em simultâneo, uma estreita proximidade, em particular com as empresas suas Associadas, o que lhe proporciona um conhecimento ímpar das dificuldades com que estas se debatem, dos projectos que visam implementar e da forma como adeqúam a sua actividade aos procedimentos e formalidades exigidos pelo país de acolhimento do investimento. Que tipo de iniciativas são desenvolvidas pela CCIPA?
A “ponte” que a Câmara vem construindo e ampliando, reflecte-se, entre outros, no acompanhamento e divulgação de dados sobre a evolução do mercado angolano; na divulgação de 20
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possibilidades de articulação e estabelecimento de parcerias entre empresas angolanas e portuguesas; no apoio à internacionalização e divulgação dos projectos de empresas angolanas em Portugal; no papel assumido em processos importantes e decisivos para o estreitamento das relações bilaterais, como seja a colaboração com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento na organização da Mesa Redonda de Doadores para Angola e do PRC – Programa de Reabilitação Comunitária; na elaboração da agenda das Comissões Mistas de Cooperação; na negociação das dívidas de empresas angolanas a empresas portuguesas; nos contactos que desenvolve junto das autoridades responsáveis pela redução da burocracia e das dificuldades sentidas pelas empresas na obtenção de vistos adequados ao tipo de actividade que desenvolvem em ambos os mercados. A estabilidade política e militar vividas presentemente em Angola; os esforços prosseguidos pelas autoridades locais no sentido da actualização do enquadramento legislativo das actividades económicas e na sua relação com os parceiros internos e externos, públicos e privados, em número crescente e oriundos das mais diversas nacionalidades; a consolidação de um ambiente de negócios mais atractivo, transparente e facilitador, consentâneo com as perspectivas de desenvolvimento e as expectativas da comunidade internacional; a política cambial conduzida pelo Governo, que tem permi-
tido a estabilidade do kwanza face ao dólar, e o desenvolvimento da classe empresarial privada local, são factores que facilitaram a abertura do mercado a novos parceiros com elevada capacidade tecnológica e financeira e reduziram os riscos associados ao investimento no país para níveis toleráveis e aceitáveis pelos potenciais investidores. (...) Actualmente, como caracteriza o investimento português em Angola?
Se é verdade que a viragem registada na economia angolana (mudança de atitude por parte das empresas que trabalham com o país; consolidação da economia de mercado; relação mais aberta e transparente com os parceiros externos; plena integração na SADC, a médio prazo), têm suscitado o aparecimento de um novo grande conjunto de oportunidades de negócio, é igualmente verdade que este novo ambiente implica a necessidade de analisar e resolver questões daí derivadas. Neste domínio, a constituição de parcerias bilaterais afirma-se como um modelo catalizador e facilitador de investimento directo estrangeiro e de desenvolvimento - da economia angolana como um todo e de cada uma das empresas envolvidas no processo de per si. Ora, o mercado angolano apresenta características próprias, muitas delas assentes no costume, pelo que nem sempre o investidor estrangeiro é seu conhecedor e está habilitado a lidar com elas.(...) Leia entrevista na íntegra em www.revistaperspectiva.info
RELAÇÕES SÓCIO-ECONÓMICAS ENTRE PORTUGAL/ANGOLA Parceria Portugal/Angola
Projecto para implementar fileira de madeira em Angola Seis fábricas, um centro de formação profissional, 720 postos de trabalho directos, 100 milhões de euros de investimento são os números que enformam o projecto que a aimmp já apresentou ao Governo angolano. Aproveitar a experiência portuguesa para, em 15 anos, criar em Angola uma indústria de transformação florestal semelhante à que, em Portugal, demorou 35 anos a construir foi o desafio lançado pela aimmp ao Governo angolano que culminou, no mês de Outubro, na apresentação de um estudo de viabilidade técnica-económica para a instalação de indústrias de madeira, mobiliário e afins em diversas províncias angolanas. O projecto, encomendado pelo ministro angolano da Indústria, consiste na construção de um centro de formação profissional e de seis fábricas – uma de aglomerados de madeira, outra de pavimentos, duas de móveis e duas carpintarias -, através de parcerias entre empresas locais e portuguesas.
» Ministro angolano da indústria com Maria Fernanda Carmo e Fernando Rolin, da aimmp
Apresentado ao executivo de Angola, durante uma deslocação de Fernando Rolin e Maria Fernanda Carmo, da aimmp, a Luanda, o pro22
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jecto totaliza um investimento de 100 milhões de euros e traduz-se na criação de 720 postos de trabalho directos e dois mil indirectos. A edificação das unidades fabris vai permitir a construção de 2.200 habitações por ano. Este projecto já mereceu a aprovação do ministro angolano da Indústria e está agora em conselho de ministros. Prevê-se que os investimentos estejam no terreno em Abril do próximo ano e sejam concluídos até ao final de 2010. Além disso, já está em curso um inventário florestal do país, essencial para a selecção das regiões mais aptas a receber unidades de transformação de madeira. Dirigente angolano em Portugal Na sequência deste acontecimento, o director nacional da Agro-Indústria do Ministério da Indústria angolano, Pedro Katendi, deslocou-se a Portugal com o objectivo de conhecer melhor a realidade das indústrias portuguesas de madeira e mobiliário, bem como a oferta de formação profissional existente no país. Esta é a segunda vez que o dirigente angolano vem a Portugal visitar empresas do sector. A primeira ocorreu em Abril, mas serviu sobretudo para estabelecer contactos com empresas da área da transformação florestal. Desta vez, foi a serração e o mobiliário português que marcou a agenda de Pedro Katendi, que foi acompanhado por Fernando Rolin e Maria Fernanda Carmo, da aimmp. A agenda incluiu ainda visitas ao CFPIMM – Centro de Formação Profissional das Indústrias de Madeira e Mobiliário e ao Instituto
Superior Politécnico de Viseu. O presidente da Associação, Fernando Rolin, explica: “Dezenas de empresas portuguesas já demonstraram interesse em investir na construção das novas fábricas em Angola. Cabe, agora, à Associação o papel de ‘facilitador’ do negócio, estabelecendo o contacto com eventuais parceiros.”
Projectos industriais Anglopan: Consiste numa empresa de aglomerados e representa o maior investimento. Orçada em 56 milhões de euros, a unidade ficará situada no Huambo ou no Kwanza Norte. Carpintec e Sercap: Trata-se da instalação de duas fábricas de carpintaria, totalizando um investimento de 12 milhões de euros. Painelmóvel e Madeimóvel: Consiste numa empresa especializada em madeira maciça e noutra de mobiliário escolar, respectivamente, prevendo-se um investimento de 14,2 milhões de euros. Paviwood: É uma empresa de revestimentos, orçada em 8,6 milhões de euros. Para mais informações: aimmp Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal Tel.: 223 394 200 E-mail.: liliana.magalhaes@aimmp.pt
SOFTWARE DE GESTÃO FEUP-CIQS
Inovar para a qualidade O software é um elemento vital para as empresas e negócios. E com práticas de qualidade de desenvolvimento é possível reduzir os custos na ordem dos 30%, aumentar a produtividade em cerca de 25% e ainda reduzir as variâncias das previsões dos tempos de trabalho em cerca de 85%. Por Raul Moreira Vidal, director do Departamento de Engenharia Informática da FEUP e do Centro de Inovação para a Qualidade de Software (CIQS) da FEUP
No entanto, Portugal está ainda muito longe do nível de qualidade da maioria dos países desenvolvidos e a certificação nesta área é quase inexistente. É neste panorama que a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) tem, desde 1990, um grupo de docentes e investigadores que se dedica à qualidade de software. Hoje, a área científica de Engenharia de Software da FEUP procura desenvolver I&D, promover o ensino e a formação, veicular as melhores práticas internacionais e apoiar as empresas na melhoria de processos de desenvolvimento, manutenção, aquisição e suporte de sistemas baseados em software e na melhoria da qualidade dos seus produtos, contribuindo dessa forma para melhorar a competitividade da indústria de software em Portugal.
Uma das missões deste centro será também a criação de um observatório para a qualidade de software. Face aos bons resultados já alcançados com essas acções - e conjugando a experiência desses docentes e investigadores com a experiência empresarial de um grupo de antigos alunos da FEUP empenhados em desenvolver a área de Engenharia de Software - partiu-se para o projecto de criação de um Centro de Inovação para a Qualidade de Software (CIQS) na FEUP ( http://ciqs.fe.up.pt ). Trata-se de uma estrutura que se dedica ao apoio às empresas na melhoria de processos e certificação da qualidade de software através de acções de formação e projectos de consultoria, investigação, desenvolvimento e inovação e que conta já com alguns clientes e parceiros como o BPI, a Critical Software, a SAGE e a PT Inovação. Uma das missões deste centro será também a criação de um observatório para a qualidade de software que facilite às empresas uma comparação das suas práticas com benchmarks internacionais e um espaço de partilha de experiências. De carácter abrangente, esta iniciativa agrega as diversas capacidades nacionais e actua a nível internacional, com parceiros e clientes, explorando a sua proximidade com a Europa e países de expressão Portuguesa.
Neste sentido, foi estabelecida uma parceria formal de colaboração com o Software Engineering Institute (SEI) da Universidade de Carnegie-Mellon (CMU), a principal referência mundial na área de Engenharia de Software e responsável pela criação, entre outros, dos modelos CMMI e TSP/ PSP.
SOFTWARE DE GESTÃO
Porque é que a Web 2.0 suscita tanto interesse? A ideia de que a Internet poderia ser mais do que uma simples fonte de informação, permitindo interagir com outras pessoas e realizar operações que antes envolviam uma deslocação física ou uma comunicação por email ou fax, mereceu a evolução da Web da versão 1.0 para a 2.0. Por Júlio Baptista, Susana Figueira e Jorge Fernandes, da GestoolsASP – Sistema de Gestão Operacional
Além de uma nova geração de tecnologias e princípios de desenvolvimento de sofware, esta evolução veio valorizar o acesso à Internet através do aumento da sua utilidade. Agora a Web já não serve apenas para pesquisar e consultar informação, permite também realizar acções, tratar de assuntos ou trocar de opiniões com outros utilizadores no mundo inteiro. Que impacto está a ter a Web 2.0 nas empresas Se ao nível pessoal a Internet é cada vez mais um utilitário indispensável, para as empresas esta nova ferramenta de trabalho tem diariamente novidades que ajudam a optimizar processos e a melhorar a competitividade e produtividade. A adequação dos recursos disponíveis ás necessidades de cada empresa é um aspecto fundamental para uma gestão eficaz. Através da Internet, as empresas podem hoje de uma forma rápida e eficiente aceder a um vasto mercado de ferramentas de apoio à gestão empresarial e, confortavelmente, seleccionar e testar as que mais se adequam às suas necessidades. O avanço tecnológico disponibilizado pela Web 2.0 permite actualmente uma interacção em tempo real com clientes e parceiros, com maior fiabilidade na informação partilhada e uma redução substancial no tempo necessário para a concretização dos objectivos. O que se traduz em maior eficiência e rentabilidade. 24
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» Menu Inicial
Graças á evolução da Internet, é possível obter aplicações de um grau de complexidade elevado a um custo acessível e que, até recentemente, só as empresas de maior envergadura tinham acesso. Onde surge a GesTools ASP - Sistema de Gestão Operacional e Financeira A GesTools ASP surge da experiência da Expedita, a empresa tecnológica que fundou esta solução, no desenvolvimento de soluções à medida para médias e grandes empresas e da percepção antecipada de todo o potencial que a Internet ainda tem para desenvolver. Através de um processo sustentado de desenvolvimento e matu-
ração junto de empresas piloto, a GesTools ASP tem como missão dotar as micro e pequenas empresas de uma ferramenta de apoio a gestão que seja intuitiva na utilização, acessível no custo, e adequada às necessidades de cada empresa. O que muda para os utilizadores ao adoptarem a solução GesTools ASP Tirando o facto de ser acedida através de um browser Internet, a GesTools ASP apresenta as mesmas funcionalidades que qualquer outra aplicação desktop disponibiliza, com um conjunto de benefícios claros no qual se engloba: - o acesso imediato à aplicação sem a necessidade de instalações;
SOFTWARE DE GESTÃO
GestoolsASP Telf.: (+351) 291 723 127 / (+351) 291 723 410 Fax.: (+351) 291 723 411 E-mail.: jbaptista@gestoolsasp com geral@gestoolsasp.com Url.: www.gestoolsasp.com
- a facilidade de navegação nos dados, comum às aplicações Web; - a possibilidade de utilizar a ferramenta em qualquer local que tenha acesso à Internet; - a opção de activar e desactivar funcionalidades conforme as necessidades, pagando-se apenas pelo que se está a utilizar; - três formas alternativas de utilização simultânea da aplicação: PC fixo ou portátil, PDA, ou telemóvel com WAP; - a partilha de informação entre os vários colaboradores da empresa, sempre salvaguardando os níveis de acesso de cada um.
» Factura preenchida
Onde é que a GesTools ASP potencia a utilidade da Internet para as empresas Qualquer empresa que adopte esta solução tem acesso gratuito a um portal web através do qual pode publicar a sua informação, notí-
cias, catálogo de produtos, e permitir pedidos de orçamento ou marcação de reuniões. Através de um processo de autenticação, os seus clientes podem ainda aceder a algumas operações mais específicas.
GESTÃO DE FROTAS
“Benefícios aumentam
quanto maior for a frota” Face ao aumento ao aumento, sobretudo por parte das empresas, do Aluguer Operacional de Viatura conversámos com José António Português e Maurício Marques, da Direcção de Marketing da Locarent, sobre as mais-valias para empresas, mas também para particulares. Quais as grandes vantagens das empresas ao aderirem a este sistema do Renting / Aluguer Operacional de Viaturas (AOV)?
As empresas ao delegarem a gestão da sua frota numa empresa de renting, têm em primeiro lugar, a mais-valia de poder usufruir do financiamento da viatura, com condições de aquisição bastante vantajosas, que aliada a uma panóplia de serviços que lhes permitem usufruir de uma viatura com total comodidade, deixando que as situações imprevistas sejam tratadas directamente pelas Gestoras de Frota. De entre os serviços disponíveis na Solução Renting, salienta-se a gestão de sinistros, a manutenção preventiva e correctiva e a possibilidade de utilização de uma viatura de substituição em caso de imobilização da viatura contratada. Esta Solução de financiamento automóvel permite também a libertação de activos financeiros e de recursos humanos, possibilitando uma gestão mais eficiente do negócio a que a empresa se dedica. O Renting pretende garantir a optimização operacional da frota da empresa, contribuindo decisivamente para a maximização da rentabilidade na sua conta de exploração. E para os particulares?
Relativamente ao Segmento de Particulares, pensamos que se afigura como uma oportunidade de negócio a curto prazo, tendo apenas como principal obstáculo uma questão cultural que se prende com o sentimento de posse da viatura. Contudo, esta mentalidade está a mudar. A opção pelo renting é determinada pela inexistência de um 26
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custo de investimento inicial por um bem que se desvaloriza rapidamente. A comodidade de poder usufruir de uma viatura sem qualquer preocupação, quer de pagamento do respectivo seguro quer da manutenção da viatura quer, ainda, da resolução de eventuais problemas decorrentes de avaria ou acidente, são vantagens evidentes que têm determinado a crescente apetência do mercado de particulares por este tipo de serviço. Actualmente, como descreve a actuação da Locarent?
A LOCARENT – Companhia Portuguesa de Aluguer de Viaturas, SA, iniciou a sua actividade há cerca de 4 anos e meio (Maio-2004), registando no final de Outubro de 2008, uma carteira superior a 15.500 viaturas sob gestão, distribuída por mais de 5.500 Clientes, posicionando-a entre os 2 primeiros players no mercado nacional. Nos últimos 3 anos, a Locarent apresentou um crescimento anual de 55%. Esta performance só foi possível alcançar, devido essencialmente a dois factores: i) A capilaridade da rede de distribuição, que assenta na Redes Comerciais dos dois principais accionistas, o BES e a CGD, que totalizam mais de 1.400 pontos de venda, quer a nível das Agências, quer a nível de Centros de Empresas; ii) A excelência da qualidade de serviço, numa óptica de relacionamento global com os clientes, coerente e consentânea com a estratégia que os Grupos Accionistas da Locarent têm no mercado. Ao delegarem na Locarent a gestão das suas viaturas, os
Clientes estão simultaneamente a reforçar o seu grau de relacionamento com a CGD ou BES, instituições financeiras que sempre se destacaram pela disponibilização de serviços inovadores. Deste modo, a comunicação com os nossos clientes é realizada de forma pró-activa, em primeira instância, pelos gestores das redes bancárias que no dia-a-dia os acompanham. A preocupação dos accionistas, inserida na estratégia de criação da empresa, é oferecer um leque cada vez mais alargado de produtos e serviços que possam cobrir todas as necessidades dos clientes. Os Comerciais da Locarent, pela sua especialização, apoiam a venda construindo em cada momento soluções que melhor respondam ao binómio preço/qualidade. Quais são os grandes desafios que se colocam hoje à Gestão de Frotas?
Estamos convictos que, sendo o AOV um produto com uma considerável componente de relacionamento e aconselhamento sistemático do Cliente, somente elevando os padrões de exigência no sentido de optimizar a satisfação do mesmo, é possível apresentar soluções de valor acrescentado e crescer de forma sustentada. A excelência na inovação, primor no acompanhamento dos clientes e a elevação na qualidade dos serviços prestados são requisitos de hoje mas, seguramente, referências de médio e longo prazo para que o AOV continue o seu natural percurso de implantação em Portugal. Leia entrevista na íntegra em www.revistaperspectiva.info
SEGURANÇA EM CASA
Sistema único de Segurança Nos últimos anos, a Siemens tem vindo a investir cada vez mais em capital humano, investigação e desenvolvimento. Assim, asseguramos o desenvolvimento constante de novas tecnologias e invenções que nos permitem melhorar a fiabilidade dos nossos produtos e sistemas, tornando-os mais fáceis de instalar e operar. Por José Alves Baptista, general manager Industry Building Technologies da Siemens
Os avanços nas tecnologias digitais estão a criar um novo mundo de possibilidades. Nesta área, a Siemens tem estado na vanguarda do progresso e continua a redefinir as tecnologias actuais e futuras. A Building Technologies é exemplo de inovação e excelência em protecção, segurança e conforto em edifícios. Líder internacional na engenharia de protecção e segurança electrónica, bem como, de automação de edifícios, oferece uma vasta gama de produtos, sistemas, soluções e serviços nas áreas de fire safety, security systems, building automation e HVAC. No mercado da segurança residencial, tem-se verificado cada vez mais a procura de um sistema único que permita um controlo total e automático de toda a tecnologia existente na habitação, satisfazendo as necessidades de segurança. Consciente desta procura crescente, a Building Techno-
logies lançou a sua solução para segurança residencial - a Central de Intrusão Sintony 60. A Sintony 60 é uma solução que integra controlo de intrusão e de acessos, bem como detecção de inundação, gás e incêndio, permitindo ainda o controlo de iluminação e estores num único equipamento. Com uma instalação extremamente simples e rápida, a Sintony 60 posiciona-se como um sistema inovador com vantagens comprovadas quer em áreas residenciais, quer em ambientes de pequenas e médias empresas. Todas as funções da Sintony 60 podem ser operadas através do teclado, do telefone ou através de controlo remoto (dispositivos rádio). Outra das funcionalidades deste equipamento consiste no envio de mensagens de texto (SMS) da central para o utilizador sempre que exista um evento (intrusão, fuga de água ou gás ou incêndio). O controlo de iluminação e estores acrescenta características de segurança e conforto, sendo possível integra-lo de forma automática através de programas horários ou através de sensores (tanto interior como exterior).
Através do sistema de controlo de acessos, a utilização de chaves tradicionais para abertura de portas deixa de ser uma necessidade, facilitando o dia-a-dia de todos aqueles que já possuem um sistema Sintony 60. 28
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A flexibilidade na montagem da central, horizontal ou vertical, bem como uma paleta de 8 cores disponíveis, aliada a um design atraente e sofisticado, permitem uma integração discreta do aparelho em qualquer estilo de decoração. O sistema, além de admitir ligações tradicionais, tem ainda capacidades wireless, o que representa uma enorme vantagem face às necessidades de cada utilizador. Estas são algumas das funcionalidades que a Sintony 60 lhe oferece, para que se sinta seguro em sua casa ou no trabalho. Simples e fiável! Finalmente, toda e qualquer solução de segurança baseada na central Sintony 60 pode (e deve, se os consumos energéticos e/ou os perigos potenciais o justificarem) ser integrada com toda e qualquer solução de domótica e/ou de eficiência energética (Synco Living, EIB, Instabus, GammaWave, KNX, entre outros) de Videovigilância e/ou de Controlo de Acessos (Sistore, Sipass, Siport, etc.).
SEGURANÇA EM CASA
Segurança, Qualidade, Inovação Implementar um sistema de segurança numa casa particular ou numa empresa tem as suas particularidades. Há que analisar as necessidades dos clientes sem nunca descurar o direito à privacidade. Hugo Cerdeira, gestor da Sysware, uma empresa vocacionada para a venda, instalação e pós-venda de Sistemas de Segurança que actua a nível nacional, refere que é necessário ter em atenção as particularidades de cada local que se pretende seguro. “Temos a preocupação de implementar sistemas integrados que sejam invioláveis na medida do possível do ponto de vista de quem assalta, salvaguardando sempre a qualidade das imagens captadas”, esclarece. Actualmente, o número de condomínios a aderir a este sistema tem vindo a aumentar, no entanto a decisão nem sempre é fácil. Hugo Cerdeira explica que nestes casos é preciso que haja uma unanimidade nos condóminos, porque a implementação de um sistema de vigilância com câmaras interfere com o direito de privacidade. De referir também que é preciso efectuar o registo na Comissão Nacional de Protecção de Dados. Sistema de vigilância pode ser instrumento de gestão A Sysware actua a nível nacional em todas as áreas relacionadas com segurança, desde o alarme de intrusão ao alarme de incêndio, ao sistema de vigilância, sistemas anti-furtos, protecção electrónica de artigos, detecção de metais, etc.. Outra área de actuação que vai além da segurança e que pode ser uma ferramenta importante de gestão é o controlo de ponto por cartão ou biometria. Hugo Cerdeira considera que desta forma a Sysware pode “contribuir para o aumento da produtividade das empre30
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sas suas clientes”. Para este empresário a questão do preço não pode nem deve ser considerada uma barreira porque é um investimento na segurança dos bens. Hugo Cerdeira reforça que, inclusive, a empresa “dispõe de condições de financiamento para facilitar a aquisição dos equipamentos.” Em jeito de conclusão, Hugo Cer-
deira apela à credibilização do sector e reforça a aposta na qualidade e na utilização de “equipamentos fidedignos que permitam a quem os adquire uma melhor vigilância do espaço em questão.” Acrescentando que “antes de vendermos um produto fazemos uma demonstração ao cliente para que possa conhecer melhor as suas valências.”
Soluções disponíveis Marcas de equipamentos utilizadas CCTV IP – Sony, Arecont Vision, Mobotix CCTV – Alnet, Samsung Anti-furto – Lucatron Intrusão – Bentel Detecção de metais – Metor Incêndio – Apollo, GFE, Kilsen Controlo de Acessos – ZK, Rosslare
As soluções disponíveis passam pelos CCTV - Sistemas digitais de vigilância remota por telemóvel, PDA e PC; soluções de vigilância por IP Megapixel com centralização de imagens, assim como implementação de soluções em fibra óptica. Outra opção de serviços passa pela vertente da protecção electrónica de artigos, sistemas de barreiras anti–furto por rádio frequência, acústico e magnéticas, entre outros.
SEGURANÇA EM CASA
Não devemos ‘’baixar a guarda’’ durante o Natal “A prevenção é o primeiro passo para evitar um assalto”, adverte a Securitas Direct. Por Luís Quintino, director técnico da Securitas Direct
De acordo com um estudo de incidências de alarmes realizado pela empresa Securitas Direct, o Natal continua a ser um momento propício à ocorrência de roubos, tendo em conta o número de casas que permanecem vazias durante as férias. “Todos queremos estar perto dos nossos entes queridos e, muitas vezes, abandonamos as nossas casas, por longos períodos de tempo. É justamente nestas alturas que ocorrem a maior parte dos roubos”. Um estudo conduzido pela Securitas Direct mostra que, no período de 01 de Dezembro de 2007 e do Ano Novo de 2007 e, em especial, nos dias 20, 24, 27 e 31 de Dezembro, foi registado o maior número de disparos reais de alarme, ou seja, foi necessária a intervenção de Agentes de Autoridade que verificaram a ocorrência de um "possível assalto".
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A venda de alarmes continua a crescer Esta bem conhecida empresa de segurança, com presença em mais de nove países na Europa e em Portugal, revela um crescimento sustentado nas suas vendas de alarmes com uma média mensal de cerca de 3.300 sistemas de alarme. ‘Temos apenas sete anos de actividade em Portugal e já temos 23 delegações e mais de 45.000 clientes, 49% dos quais no sector residencial mas, obviamente, este sucesso também se deve aos preços que praticamos e ao bom serviço que prestamos’, explica Antonio Del Rio, Director Financeiro da Securitas Direct Portugal. Em 2009, a Securitas Direct prevê abrir mais duas a três novas delegações, em resposta à crescente procura dos seus sistemas de segurança. Os olhos que vigiam por Si Um dos produtos de referência, é o
Detector Fotovolumétrico, integrado nos Kit’s Image Home e Image Business, capta imagens no segundo imediatamente após o disparo alarme, o que permite à Central Receptora de Alarmes analisá-las e, rapidamente, por em marcha todos os procedimentos instituídos, nomeadamente solicitar a intervenção dos Agentes de Autoridade. A Securitas Direct recomenda a activação do alarme, mesmo estando na habitação e enquanto dorme (Característica disponível no sistema de alarme – Modo parcial). Se não possuir um sistema de alarme, tomar todas as precauções que o senso comum dita para evitar tornar-se vítima de um assalto, porque a prevenção é o primeiro passo para se proteger.
CULTURA
LEITURAS BEBÉS Uma Miscelânea de Afectos Autora.: Rachael Hale Editora.: Quimera Este álbum reúne em 160 páginas alguns dos temas mais fascinantes e delicados do mundo dos bebés. Com 100 belas imagens da fotógrafa Rachael Hale, este livro aborda desde temas essenciais ao mundo infantil, às canções e histórias de encantar mais apreciadas. Este é o presente ideal para novos pais, avós e todas as pessoas que adoram bebés. A Vida num Sopro Autor.: José Rodrigo dos Santos Editora.: Gradiva Reportando a Portugal dos anos 30, Salazar está no poder, há uma mudança gradual do país, e paralelamente a isto acontece uma história de amor entre dois jovens, Luís e Amélia que devido a vários acontecimentos será duramente posto à prova. Desafiando os valores tradicionais deste país conservador, este fascinante romance transportanos ao fogo dos anos em que se forjou o Estado Novo.
A NÃO PERDER Stomp Data.: até 4 de Março Local.: Coliseu do Porto Preço dos Bilhetes.: entre 22,50 e 35,00 euros O ritmo e o movimento dos corpos conjugados com sons emitidos através de botas, baldes, tampas dos caixotes de lixo, isqueiros, vassouras, lava-loiças, garrafões, fazem dos STOMP um grupo único a que ninguém consegue ficar indiferente. Durante os espectáculos tudo é motivo e base para o movimento e o som. Concebido a partir de teatro de rua, cheio de humor, ritmo e com um sapateado exuberante, STOMP é o espectáculo ideal apreciado por pessoas de todas as idades e gostos. 34
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MÚSICA CD’S Colectânea O Encanto das Vozes Mágicas Esta colectânea de vozes mágicas já é um sucesso de natal em todo o mundo. É uma colecção que junta grandes nomes da música clássica que se lançaram numa aventura pop. II Divo, Russel Watson, Alessandro Safina, José Carreras ou Sarah Brightman são alguns dos nomes que se podem encontrar neste álbum. The Promise / Il Divo The Promise é o quarto álbum dos músicos: Urs Bühler, David Miller, Sébastien Izambard e Carlos Marín. Estas 4 extraordinárias vozes tornaram o grupo num dos maiores do mundo, assim como a fusão das suas referências musicais, fascinam desde sempre os seus fãs. Neste álbum podem-se ouvir êxitos como o tema de Frankie Goes To Hollywood, “The Power of Love”, “Hallelujah” de Leonard Cohen ou ainda uma versão extraordinária do tema “The Winner Takes It All” dos míticos Abba. Soul Este é o sexto álbum de estúdio de SEAL, composto não por temas originais mas por versões de clássicos. Um grande artista, uma grande voz num disco puramente SOUL. “Stand By Me”, “I Can´t Stand The Rain” e “I’ve Been Loving You Too Long” são algumas das grandes canções que podemos encontrar neste disco. David Foster, um dos produtores com mais sucesso dos últimos 35 anos, é o produtor deste álbum.
Os Produtores Arena de Portimão 4 e 7 a 11 Janeiro Teatro Tivoli, Lisboa 6 a 28 de Fevereiro Coliseu do Porto Abril (datas a definir) Esta comédia musical conta a história de um produtor da Broadway falhado e de um contabilista neurótico, que se juntam para realizar um esquema milionário que consiste em produzir o pior musical de sempre. Para isto Max e Leo descobrem a pior peça de sempre, o pior encenador de sempre e os piores actores de sempre, incluindo Ulla, uma bomba sueca (Rita Pereira). “Os Produtores”, peça vencedora de 12 Tony Awards, é o musical mais premiado de sempre, tendo sido traduzido para mais de 30 países, chegando agora a Portugal.